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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 111 • Setembro-Outubro/2002 Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 111 • Setembro-Outubro/2002 www.pucrs.br/pucinformacao www.pucrs.br/pucinformacao

Assessoria de Comunicação ...€¦ · Plano está prevista para 1º de outubro. “Pri-meiramente, é preciso incorporar o pensamen-to estratégico às tarefas cotidianas”, observa

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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 111 • Setembro-Outubro/2002

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 111 • Setembro-Outubro/2002www.pucrs.br/pucinformacaowww.pucrs.br/pucinformacao

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35 Eu Estudei na PUCRSMartha Medeiros planejacursar Psicologia

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ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor daRevista PUCRS Informação

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Paula Oliveira de Sá

([email protected])Carine Simas

([email protected])

EstagiáriosDébora BragaRodrigo Ojeda

FotógrafosMarcos ColomboGilson de Oliveira

Arquivo FotográficoMaria Rosalia Rech([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha Carvalho

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

Conselho EditorialElvo Clemente, Délcia Enricone,

Mainar Longhi e Paulo Galia

Editoração EletrônicaPense Design

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação é editadapela Assessoria de Comunicação

Social da PontifíciaUniversidade Católica do

Rio Grande do Sul, AvenidaIpiranga, 6681, Prédio 1,5º andar, CEP 90619-900,Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338,Fax: (51) 3320-3603,

E-mail: [email protected],Site: www.pucrs.br/

pucinformacao.

Nesta Edição

Outras Seções3 Pelo Campus – Planejamento estratégico começa a ser implantado4 Novidades Acadêmicas – Educação promove especialização em deficiência visual5 Panorama9 PUCRS Virtual – Educação a distância forma mais de 3 mil pessoas10 Pesquisa em Foco13 Universidade Aberta – Jornada enfoca estudos sobre família e aprendizagem14 Saúde – O consumo de ferro e as doenças neurodegenerativas16 Debates – A mídia e os desafios da popularização da ciência17 Debates – Curso prepara dirigentes universitários18 Tecnologia – PUCRS e Avaya iniciam parceria19 Tecnologia – Laboratório da Geografia se integra às unidades22 Ciência – Pesquisas em Bioquímica avançam no conhecimento do cérebro23 Ciência – Equipe desenvolve tecnologia para clonar araucárias24 Alunos da PUCRS27 Mercado de Trabalho – Farmácia: Profissionais da saúde em mercado promissor28 Comunicação – PUCRS recebe autoridades em comunicação29 Cultura – Núcleo de Pesquisas em Ciências da Comunicação

incentiva pesquisas desde a graduação30 Lançamentos da Edipucrs31 Bastidores – RU tem comida variada e muito bate-papo32 Memória – Eloy José da Rocha dirigiu as primeiras Faculdades33 Memória – Ir. Faustino recebe homenagens34 Perfil – Palmízio Nocchi: Quase meio século dedicado ao ensino36 Sinopse38 Ação Comunitária – PUCRS promove ações pontuais junto à comunidade39 Opinião – Francisco de Assis Vieira Sanseverino:

Procurador Regional Eleitoral no RS e professor da Faculdade de Direito40 Cultura – Ex-alunos redescobrem a Universidade

6 CapaParque ampliará atuação da PUCRS no esporte

15 SaúdeUniversidade implantapesquisa para trata-mento contra o câncer

20 EntrevistaUniversidades vivem

momento decisivo— PauloAlcantara

Gomes,presidente doConselho de

Reitores dasUniversidades

Brasileiras

PUCRS

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3

Pelo

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A implementação do Plano Estratégico daPUCRS já começou. Depois das reuniões entre80 representantes que resultaram no Plano Es-tratégico 2001-2010, todos os colaboradoresda Universidade são estimulados a se envolverno processo. O Grupo Técnico de Planeja-mento Estratégico (GTPE) , que foi criadopara assessorar as unidades e os setores, lan-çou um boletim quinzenal visando a informare motivar a comunidade acadêmica. Os primei-ros resultados aparecem na integração entreas unidades para planejar ações conjuntas eno maior conhecimento da organização.

A PUCRS pretende tornar-se referência nestadécada pela relevância de suas pesquisas eexcelência dos seus cursos e serviços. Comisso, há a necessidade de renovação para aten-der às demandas da sociedade e de antecipa-ção aos desafios do futuro. “Esse é um proces-so de comprometimento. Apenas terá legitimi-dade se houver a participação de todos”, sali-enta o coordenador do GTPE, professor AlziroRodrigues. Ele cita o TECNOPUC, Parque Tecno-lógico da Universidade, aberto em julho, comoconseqüência do processo ao reunir diferentesunidades, possibilitar o estreitamento da rela-ção com empresas e profissionais e abrir espa-ço à realização de projetos.

Cada unidade de implantação elaborou pla-nos de ação específicos a partir da escolhaentre os 18 objetivos e as 114 estratégias

Planejamento começaa ser implantado

estabelecidos no Plano Estratégico 2001-2010da PUCRS. Foram definidas atividades, resulta-dos esperados e meios, fixando prazos, proce-dimentos e recursos. A efetiva implantação doPlano está prevista para 1º de outubro. “Pri-meiramente, é preciso incorporar o pensamen-to estratégico às tarefas cotidianas”, observaAlziro Rodrigues.

O monitoramento do processo será feitoatravés do software Dialog Strategy, por meiodo qual as unidades poderão acompanhar oque está sendo realizado por todos os envolvi-dos no processo de implantação. Ao apontaras ações propostas e concretizadas, o progra-ma propiciará a avaliação dos desempenhosindividuais e setoriais.

O GTPEfunciona nasala 1117 doprédio 50.Atendimentoexterno das13h às 21h.Telefone:3320-3670,[email protected] sitewww.pucrs.br/plano

A União Brasileira de Educação e Assistência (UBEA),mantenedora da PUCRS, adquiriu o imóvel onde funciona oSeminário Maior de Viamão e assumiu o controle da Facul-dade de Filosofia Nossa Senhora Imaculada Conceição(Fafimc). Por delegação da UBEA, a administração dos cursosde Filosofia e Pedagogia da Faculdade ficou sob a responsabi-lidade da PUCRS. O Seminário, em novas residências a seremconstruídas, continuará sendo dirigido pelo Instituto Dom Ed-mundo Kunz, sua entidade mantenedora. Com as mudanças, aReitoria encaminhou projetos ao Ministério da Educação bus-cando autorização para a abertura de novos cursos de gradua-ção, especialização e extensão na nova Unidade Universitária.

Segundo a diretora do Campus Zona Norte, professoraIára Claudio, também responsável pela Fafimc, é grande ademanda por novos cursos. “A receptividade da comunidadede Viamão e arredores à notícia foi maravilhosa. Teremos apossibilidade de contribuir para o desenvolvimento da regiãoe de qualificar profissionais”, afirma. Tendo como base avisão de futuro da PUCRS, conforme Iára, o objetivo é promo-ver a interação com a comunidade, a qualidade de vida e odiálogo entre ciência e fé.

PUCRS assume cursos da Fafimc

Início foi com o grupo dos 80

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deficiência visualna escola públicapor meio de umensino qualificadoe garantido pelaConstituição Fede-ral e Estatuto daCriança e do Ado-lescente. O públi-co-alvo é constitu-ído de professoresda rede pública deensino do Estado.As aulas vão atédezembro. O curso

totaliza 420 horas-aula e atende cerca de 40 vagas.Dividido em quatro módulos, o programa enfatiza a

contextualização da educação especial no cenário inter-nacional e estadual, o desenvolvimento humano e pro-blemáticas visuais e aborda o processo de ensino e deaprendizagem do educando com deficiência visual. Oúltimo nível do curso abrange prática de ensino eestágio em instituições. Informações na Faculdade deEducação pelo telefone (51) 3320-3527 ou no Departa-mento de Educação Especial da Secretaria de Educação(51) 3288-4811.

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Pedagogo Waldin de Lima ministrou aula inaugural

Educação promove especializaçãoem deficiência visual

Começou em agosto o cursode especialização em EducaçãoEspecial na área da DeficiênciaVisual promovido pela Faculdadede Educação em parceria com oPrograma de Pós-Graduação e aSecretaria de Educação do Esta-do do Rio Grande do Sul. A aulainaugural foi ministrada pelo pe-dagogo Waldin de Lima. O espe-cialista em deficiência visual fa-lou sobre a formação do educa-dor e os pressupostos legais queorientam o atendimento a pesso-as com necessidades educacionaisespeciais. O novo curso foi criado com o objetivo deampliar o número de profissionais capacitados para oatendimento de portadores de deficiências visuais narede pública. “Atenderemos a grande demanda de alunoscom necessidades especiais que precisam de acompa-nhamento especializado”, afirma a coordenadora, AlvinaThemis Lara.

Acesso à escola públicaDe acordo com a professora, a proposta é assegu-

rar acesso à educação e a permanência de alunos com

Novidades Acadêmicas

A Faculdade deFarmácia e o Insti-tuto de Administra-ção Hospitalar e Ci-ências da Saúde co-meçam a ministrarem setembro o cur-so de especializaçãoem Farmácia Hospi-talar. O programa in-clui farmácia hospi-talar e clínica, com-portamento organiza-cional, planejamentoestratégico em saú-de, hospitais e far-mácias, farmacotéc-nica hospitalar, legis-lação e bioética, entre outros temas.

A especialização em Farmácia Hospitalar é direcio-nada a farmacêuticos com formação hospitalar, industri-ais, bioquímicos e farmacêuticos. As aulas serão reali-zadas no Instituto de Administração Hospitalar e Ciên-cias da Saúde até setembro de 2003, sob a coordena-ção do professor Josué Schostack. Os alunos farão

Curso capacita em Farmácia Hospitalarvisitas técnicas às prin-cipais organizações desaúde do Estado.

Entre os objetivosestá capacitar profissio-nais para o desempe-nho da função gerenci-al e técnica em farmá-cia hospitalar habilitan-do-os para o exercícioda administração naárea de saúde. O farma-cêutico hospitalar admi-nistra a aquisição, es-tocagem e distribuiçãode medicamentos e ma-teriais médico-hospitala-res no hospital. Além

disso, atua na padronização de medicamentos e materi-ais médico-hospitalares e nos programas de suportenutricional.

A carga horária é de 360 horas-aula. Informações noInstituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saú-de, na Rua Corte Real, 75, pelo telefone (51) 3335-3299ou www.iahcs.com.br.

Profissionais são responsáveis pelos medicamentos

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FESTIVALREVELA TALENTOS

Alunos, professores e funcionários daPUCRS que querem mostrar ao público suasaptidões musicais estarão se apresentandono Festival de Talentos 2002. O eventoocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de setembro,das 17h às 22h, no teatro do prédio 40.Participam artistas solo ou bandas que te-nham pelo menos um integrante ligado àPUCRS. No encerramento de cada noite ha-verá apresentação de uma banda convida-da. O Festival é promovido pela Pró-Reito-ria de Assuntos Comunitários da Universi-dade como uma oportunidade para a comu-nidade acadêmica divulgar suas habilidadesmusicais. Entre os talentos que já partici-param do evento e hoje fazem sucesso nopaís estão as bandas Hard Working, Acústi-cos & Valvulados, Groove James, Aqua Playe a cantora Luciana Lima.

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NOSSA SENHORADE FÁTIMA NA PUCRS

Novamente os gaúchos poderão admirar e louvar a imagem peregrinade Nossa Senhora de Fátima. No dia 29 de setembro, a santa chega às 9hno Aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre, trazida de Portugal. De lá,segue em carreata em direção ao Santuário de Fátima, localizado juntoao Campus Zona Norte (CZN). Permanecerá no CZN até o dia 13 deoutubro. No dia 2 estará no Campus Central da PUCRS das 11h às 14h,quando será celebrada uma missa na Igreja Cristo Mestre. A imagemperegrina ficará à disposição para visitação do público nesse horário.

No período de 29 de setembro a 13 de outubro haverá peregrinaçãoe novena a Nossa Senhora de Fátima. O tema da campanha será Oração eConversão e o lema, Venham Todos Rezar com a Mãe de Fátima. A progra-mação constará de missas diárias, bênçãos e reflexões. A imagem visita-rá também as paróquias de Nossa Senhora de Fátima de Canoas, Sapucaiado Sul, Gravataí, Viamão e Guaíba. No dia 9 de outubro, sexto dia danovena, às 20h30min, o padre José Antônio Heizmann celebrará missano CZN em parceria com a Paróquia São Cristóvão. A visita da imagem deNossa Senhora é um momento de profunda reflexão e renovação da fé.

CAMPUS ZONA NORTEINAUGURA PASTORAL

O Campus Zona Norte conta agora com umaPastoral Universitária, extensão da que funcionano Campus Central. Com o objetivo de cumprircom a missão da PUCRS na busca de uma socie-dade justa e fraterna, a nova Pastoral promove aorientação e apoio religioso à comunidade. Opadre Inácio Luiz Selbach, membro da Pastoraldo Campus Central e coordenador das atividadespropostas pela Pastoral Zona Norte, dedica-se aatender alunos, professores, funcionários e fami-liares, além da elaboração, em conjunto comlideranças jovens da Igreja, de campanhas e pro-jetos sociais. “A criação da Pastoral é motivo dealegria e uma complementação da visão marista,nos sentidos institucional e educacional”, afirmaa diretora do Campus Zona Norte, Iára Claudio.

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Capa

(mapas), sinalização com cores e informações técnicassobre os locais.

Estrutura diferenciadaO prédio novo exige estruturas diferenciadas. Os pa-

vimentos terão vãos livres de 40 metros sobre os quaisterão pisos com quadras. Para dar sustentação, usam-sevigas metálicas de 8m de altura e o mesmo tipo deconcreto utilizado em pontes. O projeto desenvolvidopelos arquitetos Henrique Rocha e Cícero Santini temnove pavimentos – a execução da obra é da construtoraYoshi, com supervisão da Divisão de Obras da Universi-dade. O primeiro pavimento terá duas piscinas térmicas,uma destinada às aulas de hidroginástica (18m x 6m) eoutra para hidroterapia (13,5m x 9,50).

O pavimento térreo abrigará ainda um laboratóriode biomecânica e fisiologia do exercício voltado àmedicina esportiva, onde serão feitas avaliações antro-pométricas (medidas corporais), cardiorrespiratória epostural. Além de atender à demanda dos cursos deFisioterapia e Educação Física, a estrutura será usadapara prestar serviço a outras instituições. “O trabalhojunto com a Educação Física abre para a Fisioterapia apossibilidade de trabalhar a saúde das pessoas de formapreventiva, o que está na raiz desses profissionais”,comenta o coordenador do curso de Fisioterapia, pro-fessor Denizar Alberto da Silva Melo. Os professoresterão acesso ao resultado dos testes feitos com espor-tistas nos laboratórios para orientar adequadamente osexercícios.

Um complexo arquitetô-nico destinado ao ensino e àprática de esportes está sen-do construído junto ao atualprédio da Faculdade de Edu-cação Física e Ciências do Des-porto, localizado no terreno àdireita de quem acessa de car-ro o Hospital São Lucas. Na-dar, correr, jogar, lutar, trei-nar e fazer ginástica são ati-vidades que poderão ser rea-lizadas no Parque Desportivoda PUCRS. A edificação contacom estruturas modernas e se-gue especificações internaci-onais que permitirão a reali-zação de eventos de grandeporte no local. A partir dejulho de 2003 o complexo de-verá estar funcionando paraatender a comunidade acadê-mica e externa.

O Parque Desportivo com-preende os prédios usados atu-almente pela Faculdade deEducação Física, um edifício novo que está sendo cons-truído e a área aberta que se estende até a Rua CristianoFischer. O projeto paisagístico dará o aspecto de parque.Em todo o complexo haverá sistemas de informação vi-sual para orientar os usuários, como identificação deprédios, numeração das quadras, painéis de localização

Parque ampliará atuaçãoda PUCRS no esporte

Perspectiva: vista parcial da pista de atletismo

Obra cresce na Av. Ipiranga, em frente ao Campus

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Sustentação: vigas metálicas entre os andares

ACADEMIA E GINÁSIOABERTOS À COMUNIDADE

No atual prédio da Faculdade de Educação Físi-ca continuarão sendo usadas as salas de aula ecomeça a funcionar no segundo semestre de 2002a academia de ginástica montada no segundo an-dar. Primeiramente será aberta a alunos, professo-res e funcionários, atendendo a comunidade exter-na a partir do ano que vem. Os usuários poderãousufruir dos serviços de avaliação nutricional e an-tropométrica.

O térreo do prédio será ocupado pela Fisiotera-pia e o bar existente será transformado em restau-rante. O curso de Nutrição terá dois consultóriospara atendimento, com avaliação e orientação nu-tricional adequada aos tipos de atividade física. Oprédio utilizado como almoxarifado será um giná-sio de esportes com uma quadra polivalente. Aarquibancada terá lugar para mil pessoas. O localcomportará competições e contará com uma entra-da independente do prédio principal, permitindoque, quando necessário, apenas o ginásio fiqueaberto durante os eventos. Esses três prédios serãointerligados, formando uma única construção.

Superguindaste: utilizado na obra para erguer vigas gigantescas

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oPiscinatérmicaolímpica

A piscinatérmica olímpica,com 50m decompr imento ,será a única co-berta do RioGrande do Sul.Feita de acordocom as especifi-cações das últi-mas olimpíadas,será equipadacom visores deobservação dosnadadores embai-xo da linhad´água e senso-res eletrônicosnas cabeceiras.Todo o aquecimento das piscinas utilizará gás natural. Olocal contará com arquibancada para 700 pessoas, quepoderão assistir às competições. No mesmo piso haveráuma câmara de avaliação de nadadores, que consistenum tanque equipado com um turbilhão. Ao nadar con-tra a correnteza formada pelo turbilhão é possível verifi-car a capacidade cardiorrespiratória do atleta.

No terceiro pavimento haverá o acesso às arquiban-cadas da piscina, uma sala de atividades de psicomotri-cidade e uma sala de aula auxiliar. O andar acima seráocupado com três quadras polivalentes para jogos defutsal, voleibol, basquetebol e handebol. Um auditóriopara 240 pessoas ficará no quinto pavimento. O sextoserá dividido entre a administração da Faculdade de Edu-cação Física, os gabinetes dos professores e uma área deginástica olímpica, ginástica rítmica e lutas marciais.

O laboratório de informática, a biblioteca com salasde estudo e oito salas de aula constituem o sétimopavimento. O oitavo disporá de três quadras de têniscom piso sintético, uma delas terá marcação para

badmington (jo-go olímpico queutiliza raquetee peteca), eo nono terátrês quadras desquash. Todos osvestiários serãoadequados parao uso de pesso-as portadoras dedeficiência físi-ca. As instala-ções do prédioservirão aos cur-sos de EducaçãoFísica, Fisiotera-pia, Medicina eNutrição.

O diretor daFaculdade deEducação Física,

professor Francisco Camargo Netto, ressalta que a novaestrutura permitirá a expansão das atividades da Facul-dade. Serão ampliadas as atividades de extensão e oatendimento à comunidade. “O objetivo da PUCRS é ofe-recer atividades de formação e de recreação”, diz Camar-go Netto. Quanto às equipes esportivas constituídas poralunos da Universidade, atualmente com as modalidadesbasquetebol, vôlei e futsal, o plano é criar grupos dehandebol, de futebol de campo e de dança.

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PRÉDIOS TERÃOCONTROLES “INTELIGENTES”

As edificações do Parque Desportivo terão con-troles automatizados, caracterizando o que se costu-ma chamar de prédio inteligente. Um sistema geren-ciará por computador o acesso ao prédio, que serápermitido com o uso de identificação. Os esportistasusarão um cartão que servirá como identificação ecomo “créditos” de aulas. Mesmo as pessoas que uti-lizarem apenas a pista de caminhada terão que seidentificar, garantindo a segurança dos usuários. Ocomplexo será equipado com sensores eletrônicos depresença. O controle de temperatura e da qualidadeda água das piscinas será automatizado.

Área externa repleta de atraçõesA área externa do parque será ocupada pelo estádio

universitário e por uma quadra polivalente, três quadras detênis com piso de saibro (com dois paredões de treino indi-vidual), pista de caminhada, ciclovia e um campo de futeboloficial de grama sintética, que pode ser dividido em duasquadras de futebol society. Próximo ao estádio universitáriohaverá um campo de areia para jogos de futebol e vôlei eum estacionamento descoberto para 120 carros.

De acordo com o plano diretor da construção, a áreaabrigará uma arena para atividades esportivas e culturais.Segundo o supervisor da Divisão de Obras, arquiteto Hen-rique Rocha, a construção dessa arena não será imediata,ficando provavelmente para depois de 2003. O parque con-tará com uma subprefeitura universitária com serviços demanutenção.

Um campo de futebol oficial de grama natural cir-cundado por uma completa pista de atletismo e arqui-bancada coberta para 3 mil pessoas são componentes do

estádio universitário vistos do lado de fora. Mas outraestrutura será montada no subsolo. Para os dias de chu-va, uma minipista de atletismo com piso sintético seráconstruída. Ao final da pista, uma caixa de saibro permi-tirá o treinamento de salto em distância e lançamentode peso e uma tela de proteção será usada para arremes-so de dardo. No mesmo piso será construído um estacio-namento com 720 vagas.

A pista de atletismo externa será adequada às exigên-cias oficiais para sediar competições internacionais. Juntoa ela terá área para treino e competição de salto em dis-tância, salto triplo, salto com vara e lançamento de dardo,peso e disco. A iluminação especial permitirá a realizaçãode eventos noturnos. Serão instalados na área bar, sala deimprensa e sala para o controle das competições.

FisioterapiaJuntamente com a Faculdade de Educação Física, o

curso de Fisioterapia utilizará a infra-estrutura do comple-xo para qualificar as atividades de aula. A piscina de hidro-terapia deverá estar pronta até agosto do ano que vem,permitindo que os alunos da primeira turma da graduaçãocursem a disciplina de Hidroterapia no local. A técnicaaplica-se à recuperação de pacientes e a pessoas portado-ras de deficiência física. A piscina terá diferentes níveis deprofundidade, um elevador adaptado para colocar as pes-soas dentro d´água, rampa e pista de caminhada com bar-ras de apoio.

Na academia de ginástica serão treinadas atividadesde reabilitação física, promoção e prevenção de saúde. Ocurso terá à disposição os laboratórios de Eletrofototermo-terapia, de Cinesiologia e de Psicomotricidade, além deconsultórios para avaliação física. Denizar Melo, coordena-dor da Fisioterapia, acredita que esses locais permitirão acriação de linhas de pesquisa de pós-graduação. “O parquedesportivo vai ser um grande laboratório onde os alunospodem adquirir conhecimento para trabalhar em outroslugares”, diz.

Capa

A ilustração mostratodo o complexodo ParqueDesportivo quecomeçará afuncionar em 2003

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Em apenas dois anos de funcionamento aPUCRS Virtual capacitou 630 professores da Uni-versidade e mais de 2.500 alunos. No início dasatividades, em 2000, estavam inscritos 400 alunosem quatro cursos. Hoje são 25 programas entreespecialização, extensão, graduação e um pós-gra-duação em MBA – na área de gestão em tecnologi-as da informação e da comunicação em Educação.A rede de salas distantes está sendo ampliada paraos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,Paraná e Distrito Federal. Segundo a diretora doEnsino a Distância, Marilú Medeiros, a previsão éatender todas as capitais até o final de 2002,atingindo 1.500 alunos por ano.

A PUCRS Virtual utiliza para geração de suasaulas protocolos de satélite, TV digital, internet,telefonia e linhas ISDN (rede digital de serviçosintegrados). A idéia é proporcionar ambientes deaprendizagem para atender públicos distintos. “AUniversidade é a única instituição brasileira queutiliza diferentes meios de comunicação e comalcance em todo o território brasileiro”, destacaMarilú Medeiros.

A rede de computadores dá amoldura do curso, possibilitando oenvio eletrônico da programação,através da internet, de CD Rom efitas de vídeo. Durante as trans-missões de videoconferência, o alu-no pode interagir pelo vídeo oupelas demais mídias com professo-res e colegas. As atividades de en-sino a distância envolvem uma mé-dia de dez horas semanais, que cada

aluno pode cumprir de acordo com a sua disponi-bilidade. Exceto o tempo destinado às vídeoconfe-rências e teleconferências. Nocaso das aulas presenciais, to-dos os cursos de especializa-ção e extensão são totalmen-te a distância, excluindo ape-nas as avaliações que são pre-senciais.

Educaçãosem fronteiras

Atualmente, a PUCRS Vir-tual mantém convênios cominstituições, empresas e ór-gãos públicos. O primeiro de-les firmado em 2000 com aOPP Petroquímica para o cur-so de graduação em Engenha-ria Química a distância, comênfase em Operação Petroquí-mica, habilitou 29 funcioná-rios ligados à indústria noPólo Petroquímico. Este ano a

PUCR

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l Educação a distância formamais de 3 mil pessoas

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PUCRS Virtual estabeleceu parceria com a Secreta-ria Estadual da Saúde e Escola de Saúde Pública naárea de gestão em saúde. São 13 meses que totali-zam 375 horas-aula, destinadas aos profissionais denível superior com objetivo de desenvolver compe-tências na área administrativa hospitalar.

Em setembro inicia-se a especialização em Ges-tão Fazendária, resultado de um acordo de coopera-ção técnica firmado entre a PUCRS e a Secretaria daFazenda. O curso é destinado aos servidores de nívelsuperior. Estão programados também cursos de ex-tensão aos demais funcionários da Sefaz. As aulasserão transmitidas para estudantes de Porto Alegre edo interior do Estado por meio de tele e videoconfe-rências, envolvendo as faculdades de Administração,Contabilidade e Economia; Direito; Psicologia; Infor-mática; Matemática e História.

Tutores em açãoSegundo Marilú, além dos professores respon-

sáveis pela organização dos cursos, os estudantescontam com tutores que resol-vem as dúvidas por telefoneou correio eletrônico. “For-mou-se uma equipe de aten-dimento tecnológico que dásuporte ao aluno, integradapor 63 monitores e 31 tuto-res”, destaca.

O advogado Muniz Jobconta que está fazendo o se-gundo curso a distância. De-pois de concluir o curso decapacitação docente, Munizingressou na especializaçãoem Direito Processual Civil. Oque mais o atrai nessa moda-lidade é a liberdade de horá-rios. “Antes a mobilidade es-tava no aprendiz. Hoje é oconteúdo que se desloca paraatender à necessidade de es-tudar”, conclui.

Informações einscrições:3320-3651 ouwww.ead.pucrs.br

Tutores resolvem dúvidas por telefone

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A ulceração aftosa recorrente (UAR),chamada de afta, é uma doença multifatorialde causa ainda desconhecida. O Helicobacterpylori tem sido apontado como origem degastrites e úlceras. Como a cavidade oralconstitui reservatório para essa bactéria e hácaracterísticas similares entre as lesõesgástricas e as UARs, a professora AngélicaFritscher investigou o envolvimento do H.pylori no desenvolvimento das UARs. A teseAssociação entre Helicobacter pylori e ulceraçãoaftosa recorrente em crianças e adolescentes foidefendida no programa de Pós-Graduação emEstomatologia Clínica da PUCRS.

A professora Angélica avaliou 53 pacientesportadores e 52 não-portadores de UAR(grupo-controle) entre 2 e 18 anos queprocuraram a Clínica Integrada Infantil e

Adolescente da Faculdade de Odontologiapara tratamento dentário. Foram realizadascoletas nas lesões de UAR, na mucosa oral

íntegra e na placa dental. Para a identificaçãodo H. pylori foi utilizada a técnica da reaçãoem cadeia da polimerase (PCR), que possibilitain vitro a amplificação da seqüência específicade DNA da bactéria.

A prevalência da bactéria na lesão da UARnão foi estatisticamente diferente da verificadana mucosa oral íntegra e na placa dental,quando comparados aos não-portadores dessaenfermidade. Angélica concluiu então que nãoexiste associação entre afta e a infecção porH. pylori na cavidade oral de crianças eadolescentes.

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o Tese investigaafta em criançase adolescentes

A tese Voluntarismo e Solidarismo na execução daAssistência Social no Brasil: 1942 a 1995 identificouos elementos políticos e econômicos determinantesdos programas governamentais de voluntariado e asorientações das suas diretrizes para açõesassistenciais com populações excluídas de acesso abens, benefícios e serviços. O diretor da Faculdade deServiço Social, Jairo Araújo, analisou os movimentosde voluntarismo e solidarismo, entendidos comorelações de interesses político e econômico quesocialmente direcionaram os processos deajustamento social ou de ampliações de cidadania.

O trabalho aponta três programas de voluntariadoconsecutivos, todos lançados em momentos críticosda história brasileira. O primeiro foi em 1942, noambiente da Segunda Guerra Mundial. O segundoocorreu em 1979, no contexto da abertura política,quando o país se encaminhou para aredemocratização. Em 1995, em meio à década da“retórica liberal”, houve condições para o terceiroprograma. Os governos recentes se dirigiram para olivre mercado na intenção de afastar o Estado daspolíticas públicas de assistência. “Esses programastiveram ligação política com o populismo emmomentos históricos de significativas transformaçõeseconômicas, produtoras de repercussões sociais nosgrandes centros urbanos”, constata Araújo.

A tese conclui que o voluntariado atendeu aochamamento que os governos dirigiram ao exercíciodo voluntarismo. “Os programas representaram umaestratégia de atender aos interesses políticos eeconômicos e contiveram uma intenção dedespolitização e de ajustamento social daspopulações excluídas em detrimento da ampliação dacidadania, a verdadeira solidariedade”, salienta oautor.

A execuçãoda assistênciasocial no Brasil

ANGÉLICA MARIAGENEHR FRITSCHERProfessora da Faculdadede Odontologia

JAIRO MELO ARAÚJODiretor da Faculdadede Serviço Social

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LIARA APARECIDADOS SANTOS LEALProfessora da Faculdadede Matemática

O fato de existirem muitos problemas em aberto,noções não totalmente compreendidas e conceitosestabelecidos com base em simples conjecturasmotivou a professora Liara Leal a realizar a tese Umafundamentação teórica para a complexidade estruturalde problemas de otimização. O trabalho, defendido noPrograma de Pós-Graduação em Computação daUFRGS, inova ao apresentar uma teoria geral sobre abusca de técnicas para formalizar e categorizar osproblemas de otimização (são os de origemcomputacional, resolvidos por computador com oobjetivo de se chegar a uma solução ótima). Oroteamento de veículos e o escalonamento nosaeroportos exemplificam essa categoria de problemas.

Em relação a essa teoria, a tese contribui pelaapresentação de novas perspectivas a conceitosconhecidos e utilização de linguagem universal paratratar com questões específicas da complexidade deproblemas de otimização. O Clay MathematicsInstitute, dos Estados Unidos, apontou a questão Pversus NP como um dos mais importantes desafiospara o terceiro milênio. A sua resolução interessaparticularmente à área de criptografia, pois aexistência de um algoritmo eficiente solucionariamuitos problemas práticos da indústria, masdestruiria a segurança de transações financeiras eoutras usadas amplamente pela internet.

Supondo que P seja diferente de NP(determinismo versus não-determinismo), Liara secentrou especialmente nos problemas NP-difíceis.Estes são os mais difíceis dessa classe para os quaisnão se conhecem algoritmos determinísticos decomplexidade polinomial. A autora apresentou umaprofundamento no estudo da complexidadeestrutural a problemas aproximáveis.

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Teoria dos problemasde difícil soluçãoé fundamentada

A experiência de 20 anos na Assembléia Legislativa equatro anos na Câmara dos Deputados, durante os quaisatuou nas Comissões de Constituição e Justiça, serviu debase para o professor Jarbas Lima realizar a dissertação Oprocesso legislativo brasileiro e suas disfunções. Partindo delevantamento histórico, ele conclui que o Legislativo estáem decadência e não há mais harmonia e equilíbrio entreos poderes. O trabalho foi defendido no Programa de Pós-Graduação em Direito da PUCRS. “O debate político já nãotem o âmbito parlamentar como sede principal, mas ospartidos, as organizações sindicais e as forçaseconômicas”, salienta.

Lima avalia que o Executivo utiliza instrumentos legaispara exercer influência sobre o Legislativo, neutralizando-o. O fato de o presidente Fernando Henrique Cardoso teradotado cerca de seis mil medidas provisórias exemplifica oque o autor vê como distorção do processo. “O governo,por meio dos seus líderes na Câmara, manipula as regrasregimentais da Casa, reformando-as para obter vitórias natramitação de matérias, não raro do seu exclusivointeresse”, salienta. Segundo Lima, deputados e senadorespraticam o ritual, mas não exercem o seu papel de legislar,controlar e fiscalizar o Executivo. “A delegação do povopara legislar é intransferível”, afirma. Ele critica também ainércia do Supremo Tribunal Federal, ao qual cabe a guardada Constituição, que não interfere no Congresso, rejeitandodecidir questões consideradas interna corporis.

A reeleição de Ulysses Guimarães à presidência daCâmara e a mudança no sistema de votação dosparlamentares sobre o impeachment de Fernando Collorexemplificam a contrariedade ao texto regimental econstitucional. Dois casos que sustentam o trabalho deLima serão publicados em livro. O primeiro é a reforma doJudiciário. Os projetos dos deputados Hélio Bicudo e JoséGenoino sobre outros temas da Justiça foram, segundoLima, adequados à reforma que interessa ao Executivo pormeio de substitutivo do relator Jairo Carneiro. Acredita quebrevemente será aprovada. A Lei da Mordaça, da qual Limafoi relator, também renderá publicação.

Ex-deputadoaponta decadênciado legislativo

JARBAS LIMAProfessor da Faculdade de Direito

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Pesquisa em Foco

Autor: Luis Gustavo Andrade Madeira – Faculdadede DireitoDissertação: A ética da administração públicacomo referencial à ética social: a ausência deparadigmas justificadores de um comportamentomeramente aceitável e suas conseqüênciasLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emDireito da PUCRS

Autor: Milson Pinto da Silva – Faculdade deEngenhariaDissertação: Efeitos da reprovação consecutivade alunos no curso de Engenharia PUCRS: umestudo avaliativoLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emEducação da PUCRS

Autor: Manuel Antonio Ruttkay Pereira –Faculdade de MedicinaDissertação: Inter e intravariabilidade e o efeitodo congelamento no teste das microbolhasestáveis realizado na secreção gástrica derecém-nascidosLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emMedicina – Pediatria da PUCRS

Autor: Francisco Laitano Neto – Faculdade deBiociênciasDissertação: Análise da idade como fator derisco, independentemente do gênero e localanatômico, na prevalência de lesões malignas dapeleLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emClínica Médica da PUCRS

Autor: Gilberto Thums – Faculdade de DireitoDissertação: Sistemas processuais penais: tempo,dromologia, tecnologia e garantismoLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emCiências Criminais da PUCRS

Autora: Fernanda Bueno Morrone – Faculdade deFarmáciaDissertação: Estudo da proliferação e síntese deDNA induzidos por nucleotídeos em linhagenscelulares de gliomasLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emCiências Biológicas – Bioquímica da UFRGS

Autora: Diney Adriana Nogueira de Oliveira –Faculdade de Comunicação SocialTese: Relatos de viagens pelo Rio Grande do Sul– século XIX – a comunicação dos viajanteseuropeusLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emComunicação Social da PUCRS

NOVOS MESTRESE DOUTORES

A aplicação seqüencial que sintetiza imagensvirtuais, por meio da simulação da trajetória dacâmera entre dois pontos de vista originais,resulta de longa pesquisa em processamento deimagens realizada no Instituto Nacional dePesquisas em Informática e Automação, França. Otrabalho, concluído em 2000, propôs novosalgoritmos para solucionar antigos problemas dodomínio de tratamento de imagens, obtendo altaqualidade. Ao atingir tais níveis, a aplicaçãotornou-se lenta demais para ser utilizadacomercialmente. Ao professor Luiz GustavoFernandes coube a tarefa de investigar formas deacelerar o tempo de execução. Defendeu a teseParalelização de um algoritmo quase-denso deassociação de pontos sobre a superfície de imagensno Laboratório de Informática e Distribuição doInstituto Nacional Politécnico de Grenoble, França.

Luiz Gustavo se envolveu com o estudoteórico de técnicas de programação paralela quemelhor se adaptassem às características doproblema. Conseguiu várias versões da aplicaçãode síntese de imagens, validadas em testesexaustivos. Os resultados obtidos foramsignificativos, chegando a atingir a redução de atédez vezes do tempo de execução da versãooriginal. Como conseqüência da aceleração obtida,a síntese de imagens virtuais pode ser empregadaem aplicações como simuladores de vôo,teleconferências, comércio eletrônico e em outroscasos de necessidade de gerar uma continuidadede cenas.

Paralelismoacelera síntesede imagens virtuais

LUIZ GUSTAVOLEÃO FERNANDESProfessor da Faculdadede Informática

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A parceria entre família e escola é fundamentalpara beneficiar a criança. Caso contrário, entre outros,os efeitos podem ser indisciplina em aula, falta demotivação, agressividade e impulsividade diante dasfrustrações em virtude da fragilidade de comunicaçãoentre responsáveis e educadores.

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A Faculdade de Psicopedagogia da PUCRS, em par-ceria com a Associação de Psicopedagogia do Rio Gran-de do Sul, promove a Jornada de Estudos sobre aFamília e Aprendizagem nos dias 27 e 28 de setembro.O evento reunirá no Campus renomados profissionaispara analisar as situações familiares da sociedade con-temporânea e suas implicações na aprendizagem decrianças e adolescentes.

A jornada discutirá as relações entre pais, filhos eescola. As situações corriqueiras, os casos mais gravese suas causas, os tipos de distúrbios na aprendizageme os métodos para solucioná-los serão assuntos dereflexão.

A professora Maria Beatriz Ramos, coordenadora docurso de graduação em Psicopedagogia, explica que notrabalho psicopedagógico observa-se que crianças eadolescentes com dificuldades escolares e/ou de rela-cionamento apresentam algumas falhas no vínculo fa-miliar. Esses comportamentos independem das ques-tões socioeconômicas. “A família tem a função essen-cial de transmitir segurança à criança e precisa cons-cientizar-se de sua responsabilidade”, afirma MariaBeatriz. “Ao adulto cabe estabelecer limites e transmi-tir aos pequenos uma visão realista da sociedade”.

Jornada enfoca estudos sobrea família e aprendizagem

Na escola: pais transmitem segurança à criança

Universidade Aberta

Com tradição na pesquisa e na conservação eorganização de acervos, o Programa de Pós-Graduaçãoem Letras da PUCRS realizou em 20 e 21 de agosto o1º Encontro Nacional de Pesquisadores em PeriódicosLiterários Brasileiros. O conferencista da abertura,Antonio Dimas , professor da USP, propõe ações parao avanço desse trabalho de recuperação. Para ele,isso passa pela valorização dos próprios profissionaisda área e a consciência de que a interpretação domaterial é tarefa secundária. O assessor da Reitoria,Ir. Elvo Clemente, participou do evento e exaltou aimportância da pesquisa de “quem assopra as folhasquebradiças e recupera tesouros”. “O que era tão

Encontro discute pesquisa em periódicosfrágil nas nossas mãos se torna perene e vivo”, disse.

Dimas acredita ser necessária a realização de umlevantamento minucioso das revistas com conteúdo li-terário e cultural, dos livros e dissertações sobre perió-dicos e das instituições nacionais e de outros paísesque desenvolvem esse tipo de pesquisa. Também suge-re a localização e a descrição de revistas estrangeirasque serviram de inspiração às brasileiras, especialmen-te a partir de 1910.

No encerramento do encontro, o projeto de pesquisaMemória e Literatura nos Periódicos Literários Brasileiros:do Romantismo à Contemporaneidade do pós em Letraslançou o livro Narradores do Partenon Literário .Organizada pela professora Maria Eunice Moreira eeditada pelo Instituto Estadual do Livro, a obra recuperaoriginais da Revista Mensal daSociedade Partenon Literário,que circulou entre 1869 e 1879em Porto Alegre e abrigou tex-tos de fundadores da literaturado Estado, como Aquiles PortoAlegre, Múcio Teixeira e Re-vocata Heloísa de Melo. Foramescolhidas narrativas que mos-tram costumes, lendas e ati-vidades da época. Os pesqui-sadores montaram quadro his-tórico-literário e apresenta-ram dados bibliográficos dosautores.

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Saúde

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neurônios”, explica Nadja.Segundo ela, o ferro de-sempenha funções impor-tantes em processos meta-bólicos e apenas um déci-mo do ingerido é absorvi-do pelo organismo.

Por isso, médicos indi-cam grandes quantidades acrianças, visando impedir aanemia. “Mas não se sabese há mecanismos de defesano corpo humano para evi-tar o excesso”, destaca. Osresultados obtidos com ra-tos representam um forteindicativo do que aconteceem humanos devido à seme-lhança dos metabolismos. Opróximo passo do trabalho,previsto para ser concluídoainda neste ano, é analisar

o tecido cerebral dos ratos que ingeriram a solução. “Nestaetapa, serão verificados possíveis acúmulos de ferro e altera-ções bioquímicas nas estruturas cerebrais”, ressalta Elke.

De acordo com Nadja, a maior captação do ferro pelocérebro ocorre no período considerado de rápido cresci-mento do órgão – nos humanos, dos últimos três meses degestação até o primeiro ano de vida e nos ratos, nas duasprimeiras semanas depois do nascimento. Depois de ele sedepositar, é impossível retirá-lo. “A quantidade administra-da a bebês em fórmulas lácteas não é considerada exagera-da por não apresentar sinais de intoxicação a curto prazo.Pesquisas como a nossa podem concluir que a porção hojetida como segura na verdade é prejudicial a longo prazo eauxiliar na definição do consumo ideal.”

Bebidas lácteas, cere-ais e outros alimentos in-fantis com dose reforçadade ferro ganharam espaçonas prateleiras dos super-mercados. Porém, uma pos-sível relação entre a inges-tão excessiva desse metalpor crianças e prejuízosneurológicos na terceira ida-de está sendo estudada poruma equipe do Laboratóriode Fisiologia da Faculdadede Biociências da PUCRS.

Ratos recém-nascidosrecebem por via oral, du-rante três dias, uma con-centração de 0,2 miligramasde ferro (comparável à deformas alimentares enrique-cidas para bebês em lacta-ção). Quando adultos, osmesmos animais e outros que não ingeriram a soluçãoparticipam de testes. Estão sendo constatados nos primei-ros roedores diferentes problemas de memória, como noreconhecimento de locais e nos sentidos, e também dificul-dades na atividade locomotora.

Parkinson e AlzheimerO grupo, coordenado pelas professoras Nadja Schröder

e Elke Bromberg, tem a participação de dois alunos de mes-trado e quatro de iniciação científica. “Estamos tentandodescobrir se o fato de haver acúmulo de ferro no cérebrode pacientes portadores de doenças como Parkinson e Alzhei-mer, comprovado em trabalhos científicos, é uma conseqü-ência do alto consumo ou surge a partir da degeneração dos

Secretário de Saúde vai à Vila FátimaHá 22 anos o Campus Aproximado da Vila Fátima pres-

ta serviços de saúde de qualidade acadêmica aos cerca de 6mil moradores da região. O Secretário Municipal de Saúde,Joaquim Kliemann, visitou as dependências do Campus emanifestou interesse em estabelecer parcerias entre a Se-cretaria Municipal de Saúde e as Unidades de AtendimentoComunitárias. “Não basta colocar em vigor programas desaúde para as comunidades carentes. É preciso identificar amudança no perfil da população para atender corretamentesuas necessidades”, analisou Kliemann.

O Campus Aproximado oferece assistência à saúde efomento da educação da população e aprendizado práticodos alunos. Para a moradora Edilaine Camargo, 19 anos, oauxílio da PUCRS proporcionou acesso mais fácil e rápidoao atendimento de consultas. “Venho aqui de três a cincovezes por mês e sou muito bem atendida. Minha famíliatambém utiliza os serviços do posto de saúde e participa

O consumo de ferro e asdoenças neurodegenerativas

Testes iniciais são feitos em ratos

Kliemann (esq.) propôs parceria com a PUCRS

de palestras, mostra de vídeos, distribuição de alimentos eremédios”, informa a jovem.

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Saúde

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PUCRS implanta pesquisa paratratamento contra o câncer

O Instituto dePesquisas Biomé-dicas (IPB) e a Fa-culdade de Bioci-ências da PUCRSestão implantandouma linha de pes-quisa para estudaruma técnica novae promissora notratamento contrao câncer. Trata-sede uma terapiainédita no paísque usa célulasdendríticas (CDs)para ativar as defesas do organismo e destruir tumo-res. As CDs são encontradas no sistema imunológicodo próprio paciente. “A terapia com as dendríticas

tem a grande van-tagem de não pos-suir os efeitos cola-terais agressivos dostratamentos normal-mente utilizadospara o câncer”, des-taca a coordenado-ra do Laboratório deImunorreumatologiado IPB, Cristina Bo-norino.

Uma equipe depesquisadores doIPB aprendeu a téc-nica com a diretorade pesquisas do Na-tional College forNaturopathic Medici-ne (Oregon-EUA),

Heather Zwickey, que veio à Universidade em julho. He-ather trabalhou com o pesquisador americano RalphSteinmann, da Rockefeller University, descobridor dascélulas dendríticas. Por meio dela, Steinmann doou àPUCRS os reagentes necessários para o isolamento e acaracterização das CDs. “Esse foi um passo importante,já que os materiais são extremamente caros”, contaCristina.

Estímulo imunológicoAs CDs desempenham a função de garantir a

defesa do corpo humano, sendo responsáveis poridentificar e destruir células infectadas por vírus etumores. Na terapia que será estudada na PUCRS,elas são isoladas, a partir do sangue, cordão umbi-lical ou medula óssea do paciente, ativadas porreagentes (proteínas de choque de calor) e reim-

plantadas no or-ganismo.

O objetivo éestimular umaresposta do siste-ma imunológico,fazendo com queele mesmo des-trua o tumor. “Re-presenta o que háde mais novo epromissor no tra-tamento e na pos-sível cura do cân-cer. O Rio Grandedo Sul passa a ser

uma referência nacional nessa área”, enfatiza a coorde-nadora do Laboratório de Imunorreumatologia.

Eficiência da terapiaConforme Cristina, os testes realizados até hoje

demonstraram nessas células uma impressionante ca-pacidade de ativar a resposta imune. Nos EstadosUnidos, muitas pessoas conseguiram curar tumoresusando a técnica. “Mas ainda não se conhece a ex-tensão de todo esse potencial”, ressalta. Por isso, aPUCRS pretende estimular as pesquisas, disponibili-zando a alunos de mestrado e doutorado estudosnessa área.

Um dos aspectos a ser analisado é a eficiênciada terapia das CDs sozinha e associada a outrostratamentos. O projeto vai passar pela avaliação decomitês da Universidade. A idéia é, no futuro, reali-zar testes com voluntários e animais. O trabalhodeve ocorrer em parceria com o Serviço de Oncologiado Hospital São Lucas e o Centro de Mama da PUCRS.

No período em que ficou na PUCRS, Heathertambém ministrou um curso para alunos de mestradoe doutorado da Universidade e cinco pesquisadoresda área de imunologia de outros estados do país,selecionados por Cristina Bonorino.

Células dendríticas maduras

Célula dendrítica vista emmicroscopia eletrônica

por CARINE SIMAS

Fotos: Divulgação

INTERAÇÃO ENTRE A CÉLULA DENDRÍTICA E AS CÉLULAS T

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Deba

tesA mídia e os desafios da

popularização da ciênciaCada vez mais o conhecimento científico é

difundido para a sociedade por meio de artigose reportagens nos jornais, programas televisivos,publicações especializadas e museus dedicadosà ciência. O aumento das atividades de popula-rização da ciência é a prova do crescente inte-resse do público leigo sobre os chamados pro-blemas de origem: a origem do universo, damatéria, da vida e da comunicação. Esse interes-se foi desencadeado a partir dos anos 60 com aida do homem à Lua e a expansão rápida datelevisão. Para o pesquisador suíço MartinBauer, PhD em psicologia social , o fenômenoda popularização da ciência passa por constan-tes modificações e períodos de oscilação. Bauerficará nove meses na PUCRS como professor visi-tante no Pós-Graduação em Psicologia, a convi-te do professor Pedrinho Guareschi. O convidadotrabalha no Departamento de Psicologia Social eno Instituto de Metodologia da London Schoolof Economics and Political Science e desenvolvepesquisas sobre os métodos de pesquisa quanti-tativa em ciências sociais e de como o conceitode ciência vem mudando nos últimos 50 anos namídia.

Quais os principais objetivos e constata-ções da sua pesquisa?

Analisar como a imprensa britânica tratou aciência no período de 1946 a 1996 e até aosdias atuais. Os estudos mostram que agora dedi-ca-se menos espaço do que há 50 anos. Hoje osjornais reservam apenas de 3 a 7% do espaçopara notícias sobre ciência.

Como se populariza aciência?

Ampliando o espaço nosjornais, rádio e televisão. Aeducação, especialmente a ci-entífica e tecnológica, é umdos elementos de desenvolvi-mento social de um país. Umanova postura de produção ecirculação do conhecimentodeve buscar fontes criativas de

ligação entre a ciência e as formas de ler, escre-ver, transformar e interpretar a realidade. O pa-pel do divulgador ou comunicador científico éfundamental para mediar essas ações, pois po-derá promover a educação científica e, por meiodelas, a representação social da ciência.

Como as universidades contribuem paradisseminar a informação científica?

O Museu da PUCRS é um exemplo de popula-rização da ciência. O espaço proporciona e dis-semina o conhecimento para centenas de pes-

soas. As pesquisas desenvolvidas nas instituiçõesdevem ser difundidas para o público interno eexterno. Uma das formas é promover eventos queatinjam a comunidade, como palestras, progra-mas orientados e feiras de ciências.

Como o senhor define a relação entre cien-tistas e jornalistas?

É uma relação complicada. Os jornalistas bus-cam a lógica e os resultados da pesquisa. Oscientistas, por sua vez, apresentam uma lingua-gem técnica demais. As regras são diferentes paraambos. Jornalistas escrevem sobre ciência e oscientistas discordam. Os pesquisadores dizem,muitas vezes, que a imprensa distorce os fatos.Não há um consenso em torno do que se publicaem relação à ciência. Os jornalistas querem umaboa história. O jornalismo gosta de um pouco desensacionalismo.

Qual a sua opinião sobre a divulgação daciência pela internet?

Não sou entusiasta da internet. Provavelmentea rede não seja o melhor meio para popularizar aciência. Nem todos podem acessá-la. No Brasil,por exemplo, as pessoas vêem mais televisão. Anovela O Clone, da Rede Globo, foi uma boa for-ma de abrir o debate em torno da clonagem. Éindispensável que a sociedade se posicione a res-peito das pesquisas científicas.

“O Museu da PUCRS é umexemplo de popularização

da ciência. O espaçoproporciona e dissemina

o conhecimento paracentenas de pessoas.”

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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Debates

Criado em1983,começou aEspecializaçãoemAdministraçãoUniversitáriano Brasiltanto para osdirigentes deinstituiçõesde línguaespanholacomo para osde línguaportuguesa. Apartir de1987, foramcriadosCentros IGLUem outrasregiões daAméricaLatinaoferecendo ocurso emespanhol.

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Curso prepara novosdirigentes universitários

Incentivar a formação e aperfeiçoamento dosdirigentes universitários e contribuir para que aUniversidade seja um órgão de desenvolvimentosustentável são objetivos do curso de Especiali-zação em Administração Universitária que pelaprimeira vez teve a PUCRS como sede. A capaci-tação destinada a vice-reitores, pró-reitores ediretores de instituições do Brasil e da AméricaLatina é promovida anualmente pelo Conselhode Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB)e pela Organização Universitária Interamericana,por meio do Instituto de Gestão e LiderançaUniversitária (IGLU) . A 19ª edição do curso,realizada em julho no Campus, reuniu 23 profis-sionais do país.

A troca de experiência dos dirigentes uni-versitários foi um dos pontos altos do curso quepretende desenvolver um perfil de profissionalcom competência administrativa, pensamentoestratégico, visão global dos problemas univer-sitários, criatividade para encontrar soluções no-vas de gestão, liderança e ética. Foram aborda-dos temas como tendências da política e desen-volvimento universitário e as diferentes realida-des entre as instituições da América Latina e depaíses desenvolvidos.

O diretor do Centro de Ciências Biológicasda Universidade Estadual de Feira de Santana,na Bahia, Francisco de Assis dos Santos desta-cou o trabalho desenvolvido pelas universidadescomunitárias do Sul. “A preocupação com ques-tões sociais serve de exemplo para outros pro-gramas universitários”, afirmou.

A reitora da Universidade Cruzeiro do Sul,de São Paulo, Sueli Marquesi , elogiou a orga-nização do evento e a estrutura disponibilizadapela PUCRS. “Fiquei satisfeita com a qualidadedas aulas e aproveitei para adquirir mais infor-mações sobre modelos de sucesso, como o pla-nejamento estratégico desenvolvido nesta Uni-versidade”, ressaltou.

Paralelo ao evento ocorreu a Reunião dosIgluístas, que contou com a participação de pró-reitores e reitores de universidades de Santa Ca-tarina, Paraíba, Amazonas e Rio de Janeiro. Du-

rante dois dias, foramdebatidas questões li-gadas à gestão e ao de-senvolvimento das ins-tituições. Um dos des-taques foi a presençado coordenador-geraldo Instituto de Gestãoe Liderança Universitá-ria, Pierre Cazalis. O pa-lestrante canadense fa-lou sobre a gestão uni-versitária e a interna-

cionalização. Depois do encontro, a PUCRS promo-veu um jantar de confraternização entre os parti-cipantes do curso, professores e reitores de outrasinstituições do país.

Os professores Joaquim Clotet, Solange Ket-zer, César Mazzillo e Maria Emília Engers coorde-naram as atividades na PUCRS. O evento contoucom o apoio do assessor para Assuntos Interna-cionais e Interinstitucionais da Universidade,Francisco Massa. O Pró-Reitor de Extensão Uni-versitária, Paulo Franco, e o diretor da Faculda-de de Química, Assis Piccini, participaram daedição deste ano como alunos. Na opinião deFranco, além do aprendizado, o evento serviupara unir idéias e peculiaridades de cada insti-tuição do país.

O programa também inclui a realização deestágios em universidades estrangeiras. As me-lhores monografias produzidas durante a especia-lização são publicadas e podem concorrer aoPrêmio Gilles Boulet, criado em 1998, em home-nagem ao presidente fundador da OrganizaçãoUniversitária Interamericana.

Aula: Thereza Penna Firme falou sobre avaliação

A equipe participante da edição 2002

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Labelo amplia suasinstalaçõesTecnologia

Humberto Pereyra e Norberto Rauch assinaram o convênio

Universidade e Avaya iniciam parceria

Capacidade produtiva aumentará em cinco vezes

As novas instalações do Labora-tórios Especializados em Eletro-Eletrô-nica (Labelo) foram inauguradas nofinal de agosto. Com novo espaço fí-sico e equipamentos, o Labelo, que éo maior laboratório de ensaios cre-denciado pelo Inmetro na área ele-troeletrônica, terá condições de am-pliar a sua capacidade produtiva emmais de cinco vezes. Também estãosendo incorporadas novas atividadesque ampliarão ainda mais a oferta deensaios para a comunidade industrial,principalmente nas áreas de eletrodo-mésticos, reatores para lâmpadas flu-orescentes, eficiência energética, equi-pamentos para telecomunicações emateriais termoplásticos.

As novas instalações têm ambiente climatizado e umaárea de aproximadamente mil metros quadrados, adequadasaos conceitos mais modernos para a área laboratorial. Nelaestão instalados laboratórios de índice de proteção parainvólucros, luminotécnica, eficiência energética para refri-geração, telecomunicações, equipamentos para tecnologiada informação, eletromédicos, materiais termoplásticos ereatores.

A inauguração ocorreu durante a Feira e Seminá-rio da Indústria Eletroeletrônica – Eletronsul, realiza-da no Centro de Eventos da PUCRS. Entre as autori-dades presentes estavam os diretores do InmetroJoão Jornada (Metrologia Científica) e Alfredo Lobo(Qualidade) e Jaime Cadena, engenheiro-chefe paraas operações na América Latina da Underwriter Labo-ratories.

O convênio assinado entre a PUCRS e aAvaya, um dos principais provedores de redesde comunicações de voz e dados para empresas,possibilitará a criação de laboratórios que be-neficiarão o ensino de graduação e a formaçãocontinuada de profissionais das áreas de teleco-municações, de engenharia de computação eengenharia eletrônica. Engenheiros e profissio-nais técnicos serão capacitados e certificadosnas áreas de redes convergentes e em tecnolo-gia de redes de comunicação de um modo geral.

Sediada nos Estados Unidos, a Avaya man-tém parcerias com universidades para capacitarrecursos humanos e difundir a nova tecnologiade redes convergentes, voltada especialmenteàs empresas, permitindo a interconexão pelatransmissão de voz, vídeo e dados simultaneamente so-bre uma mesma infra-estrutura de rede. “A parceria coma PUCRS reforça a missão da empresa de oferecer asmelhores soluções de convergência utilizando o protoco-lo IP (Internet Protocol) e de promover treinamentotecnológico e desenvolvimento profissional”, afirma Hum-berto Pereyra, diretor de Vendas de Convergência daAvaya para a região do Caribe e América Latina, presen-te à assinatura do convênio com a Universidade.

“Parceria com empresas de ponta e atuantes nomercado nacional e internacional são fundamentais paraque a Universidade possa permanentemente acompanhara evolução tecnológica mundial”, destaca o diretor daFaculdade de Engenharia, Eduardo Giugliani. A Avayacapacitará dois docentes da PUCRS, em sua sede nosEUA, para as funções de ensino, de utilização doslaboratórios e das soluções tecnológicas instaladas nainstituição.

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manchas de sedimentos nasuperfície da lagoa, visando acorrelacionar o teor de maté-ria orgânica e sedi-mentos emsu spens ãocom ima-gens desatélite. Op ro j e to ,desenvol-vido comrecursos daFapergs, buscaa obtenção de in-formações de na-tureza bióticae abióticapara subsi-diar o Co-mitê paraPo l í t i c aRac iona lde Recur-sos Hídricosda Secretariade Estado doMeio Ambiente.

Economia de energiaOutro foco do Laboratório de Tratamento de

Imagens e Geoprocessamento é a parceria com aFaculdade de Engenharia. Através do projeto Pro-grama Anual de Combate ao Desperdício de Ener-gia Elétrica. O objetivo é estabelecer o controleem tempo real da disponibilidade de energia paragerenciar o seu uso racional. Dos 109 municípiosque recebem energia elétrica da AES Sul, o labora-tório concluiu a correção cartográfica da malhaviária em Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul. Atéo final do ano mais três estarão finalizados. Have-rá ainda a atualização do banco de dados sobre arede elétrica da AES Sul.

O laboratório participa do projeto Caracteriza-ção Energética e Técnico-econômica de FazendasEólicas. O levantamento de mapas de relevo, amodelagem numérica do terreno e a análise deimagens de satélite na área de atuação da CEEEcomeçaram em julho. Juntamente com o NúcleoTecnológico de Energia e Meio Ambiente da Enge-nharia, avaliará a viabilidade da projeção superfi-cial de corredores de vento para geração de ener-gia. Por meio dos mapas de rugosidade em tercei-ra dimensão, descobre-se como posicionar melhoras turbinas eólicas (postes com três pás onde ovento passa). Os testes iniciais ocorrerão no Lito-ral Norte do Estado, onde há predominância dovento nordeste.

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Laboratório de Geografiase integra às unidades

Envolve todosos dadosgeográficos,incluindoprodutos desensoriamentoremoto(permite aaquisição deinformaçõesna superfícieda Terra sem ocontato comas mesmas),modelagensmatemáticas,batimétricas(profundidades)e altimétricas(relevo)

O Laboratório de Tratamento de Imagens eGeoprocessamento do Departamento de Geografiada PUCRS está equipado para auxiliar projetos depesquisa de diferentes unidades universitárias eempresas. Uma das atividades do Laboratório faráparte de um guia turístico-ambiental do Estado queestá sendo realizado pelo Instituto do Meio Ambi-ente (IMA) com o apoio da Fapergs e dos cursos deGeografia, História e Turismo. O laboratório tam-bém integra iniciativas que visam ao uso racionalde energia e à preservação do meio ambiente.

O guia turístico-ambiental, que ainda está emfase de elaboração, conterá informações sociais,históricas e econômicas e fotos de cinco roteiros.O Laboratório da Geografia traçou as principaisvias de acesso a lugares significativos para a his-tória natural e da ocupação humana, como a cas-cata Véu da Noiva, entre Caxias do Sul e Nova Pe-trópolis. As imagens de satélite foram traba-lhadas pela equipe.

Sensoriamento remotoRecentemente foi assinado entre a PUCRS, por

meio do curso de Geografia, e a Prefeitura de Rolan-te um convênio para a integração entre a pesquisaacadêmica e a vivência prática do processo de de-senvolvimento do município. A prefeitura selecio-nou áreas prioritárias para início das atividadesneste segundo semestre. “O laboratório fornecerátodo o apoio cartográfico, que terá por base ima-gens orbitais e técnicas de geoprocessamento ”,afirma o coordenador do laboratório, Regis Lahm.

A tecnologia de sensoriamento remoto via sa-télite também é utilizada num projeto que visa aquantificar o estoque de carbono e a taxa de cap-tura anual de Co

2 em florestas nativas e plantadas.

A iniciativa é realizada pelo IMA e pela AESSul. Esta empresa mantém em Triunfo um

horto florestal, com aproximadamente 1,5mil hectares. A atividade do Laboratóriode Tratamento de Imagens e Geoproces-samento é avaliar a correlação entre abiomassa (quantidade de matéria viva de

um ecossistema) das florestas e a re-fletância percebida nas imagens orbi-tais, tentando assim prever o estoquede carbono nos diferentes ecossiste-mas florestais da área.

O Laboratório da Geografia cola-bora com o Laboratório de DinâmicaPopulacional da Faculdade de Bioci-ências no projeto Subsídios à Políti-ca de Gestão Ambiental da BaciaHidrográfica L20 (Litoral Médio):Lagoa do Casamento , Rio Palmarese Rio Capivari. Realiza a modelagembatimétrica (das profundidades) dalagoa. A próxima etapa é estudar as

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Entr

evis

ta

O presidente do Conselho dos Reitores dasUniversidades Brasileiras (CRUB), PauloAlcantara Gomes, acredita que as instituiçõespassam por um período decisivo edeterminante para o desenvolvimento do país.Precisam adaptar-se a mudanças, incluindo asnovas tecnologias da informação e dacomunicação, e a modelos como asuniversidades corporativas, criadas por grandesempresas para formar os funcionários segundoas suas necessidades. Reitor da UniversidadeCastelo Branco, do Rio de Janeiro, AlcantaraGomes assumiu a presidência do CRUB em maiodeste ano. Pretende aproximar o ensinosuperior dos poderes Executivo e Legislativopara tentar resolver questões relativas àestrutura do sistema e ao financiamento.“A situação não agrada às universidadespúblicas porque não foram fixados percentuaisde orçamento para a alocação de recursos e àsprivadas, obrigadas a viver exclusivamente dasmensalidades”, argumenta. Um caminhopoderá ser a constituição de parquestecnológicos, mas alerta que deve haverarticulação entre universidades, incubadoras eempresas. O reitor também é vice-presidente daOrganização Universitária Interamericana,presidente do Conselho Superior do Colégio dasAméricas, presidente do conselho deliberativodo Serviço de Apoio às Micro e PequenasEmpresas do Rio de Janeiro (Sebrae) e integrao conselho superior da Fundação de Amparo àPesquisa daquele estado.

Engenheiro civil, mestre em Ciências edoutor em Ciências em Engenharia Civil,Alcantara Gomes publicou cerca de 80trabalhos científicos na área de estruturas e,mais recentemente, ocupa-se de temasrelativos à gestão de ciência e tecnologia e àeducação tecnológica. É professor aposentadoda UFRJ, onde exerceu a reitoria. Esteve naPUCRS como palestrante do 19º Curso deEspecialização em Administração Universitária,promovido pelo CRUB e pela OrganizaçãoUniversitária Interamericana, entre 1º e 27de julho, e recebeu a reportagem da revistaPUCRS Informação.

PAULO ALCANTARA GOMES

por ANA PAULA ACAUAN

Quais são as suas metas à frente do CRUB?As metas são dos reitores, o CRUB se concentra na

articulação das instituições com o governo para nãosermos apanhados desprevenidos com medidas que nãointeressam ao desenvolvimento da universidade e nadiscussão de temas considerados relevantes. Pretendocriar mecanismos de aproximação com o Executivo e oLegislativo. O papel do Conselho é levar propostas demudança na organização do sistema educacional brasi-leiro. Especialmente da educação superior, que enfrentaalgumas situações até constrangedoras por criarem su-perposições e indefinições de atribuições entre univer-sidades, centros universitários e faculdades isoladas.Num período de eleições, precisamos apresentar aospresidenciáveis a nossa proposição de mudanças e ouviros seus projetos.

Que mudanças o senhor acha que deveriam serempreendidas?

Primeiramente, precisamos definir claramente sobreo financiamento. A situação não agrada às universida-des públicas porque não foram fixados percentuais deorçamento para a alocação de recursos e às privadas,obrigadas a viver exclusivamente das mensalidades. Aqualidade de muitas delas impõe aporte de recursospara que se mantenham projetos, como os de pesquisa.Em segundo lugar, há a necessidade de decisão sobrecomo as instituições de ensino superior se articulamentre si e com o ensino médio, técnico e profissionali-zante e em relação à formação de professores. Essasduas linhas serão objeto de grandes discussões nospróximos anos, além da internacionalização das univer-sidades. Há várias estrangeiras instaladas no Brasil semque tenhamos definido que rotinas e estratégias deve-mos adotar.

Como está a qualidade do ensino superior brasi-leiro?

Chegou a um momento de decisão. Precisa prepa-rar-se para enfrentar mudanças, as novas tecnologias dainformação e da comunicação e outros modelos, a exem-plo das universidades corporativas. Isso deve ser enca-rado como algo determinante para o desenvolvimentodo país. Hoje há 2,5 milhões de universitários, umextraordinário aumento. As empresas começam a vernas instituições os meios de conseguir desenvolver seuspróprios programas. No geral, acho que existe a buscapelo aperfeiçoamento ao qualificar os docentes, intera-gir de modo mais efetivo com a sociedade e assegurar a

Universidadesvivem momentodecisivo

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“Numa época de globalização,quando se perde a identidadecultural, a universidade deve

ser instrumento demanutenção e de preservação

das tradições”

“Hoje as carreiras estãopermeando-se umas às outras. Nãose pode mais pensar em estruturascurriculares fechadas, segmentadase compartimentadas. É fundamental

a interdisciplinaridade”

“A missão dauniversidade

está calcada nacompetência,pertinência e

eqüidade”

formação profissional adequada e o cumprimento docompromisso com o preparo para a cidadania.

É possível comparar com instituições do exterior?As demandas, as políticas públicas e os aportes de

recursos diferem. Não é possível comparar até em ordemde grandeza. Temos 155 universidades, nossa estrutura érelativamente pequena em relação ao Hemisfério Norte,como Estados Unidos e Canadá.

A história também é diferente.A história da universidade brasileira é conturbada.

Durante muitos anos seguimos o modelo das escolasfrancesas. Na época de Napoleão, desde 1792, havia aEscola Militar no Brasil, precursora da Academia Militar,que antecedeu a Escola de Engenharia da UFRJ. Duranteduzentos anos, prevaleceu o padrão europeu. Não sefalava em doutorado no esquema do PhD inglês ou ame-ricano, mas em livre-docência do modelo alemão. Houveum corte brusco em 1960, quando se começou a intro-duzir os parâmetros norte-americanos. Outro impacto ain-da maior ocorreu em 1968 com a criação do departamen-to, determinando o fim da cátedra. Por causa dessasmudanças, não é possível dizer que estamos indo parauma direção determinada que permita concluir sobre asua evolução.

Há o desafio das novas diretrizes curriculares. Oque o senhor pensa do paradoxo entre a flexibiliza-ção da LDB e a excessiva regulação do MEC?

Uma das atuações do CRUB tem de ser para eliminara regulação excessiva. As normas fogem ao espírito daflexibilidade da própria lei. Hoje as carreiras estão per-meando-se umas às outras. Não se pode mais pensar emestruturas curriculares fechadas, segmentadas e compar-timentadas. É fundamental a interdisciplinaridade. As uni-versidades devem fazer com que as diretrizes curricularessejam cumpridas, mas considerando peculiaridades, vo-cações e dimensões de cada instituição.

Qual a sua opinião sobre o TECNOPUC como buscade financiamento da pesquisa e maior aproximaçãocom as empresas?

Como presidente do Sebrae, envolvo-me até a almacom incubadora de empresas. Estou convencido de queos parques tecnológicos são o caminho das universida-des brasileiras. Hoje temos 150 incubadoras no país.Porém, precisamos tomar cuidado. O que parece soluçãopode virar problema. Se não tivermos mecanismos clarosde articulação entre incubadoras, empresas incubadas eos parques nas universidades, há risco de superposições

e conceitos equivocados de tempo integral. Vejo comosolução que deve ser tratada com a prudência necessáriaa qualquer atividade inovadora.

Como o senhor vê a articulação entre os pilaresda universidade: ensino, pesquisa e extensão?

Vejo de uma forma um pouco diferente. Acho que amissão da universidade está calcada na competência, per-tinência e eqüidade. A competência é a capacidade deproduzir resultados, representados por idéias, diplomase professores qualificados. A pertinência se trata da ca-pacidade de responder adequadamente a demandas e ne-cessidades da sociedade e do governo. A eqüidade é aobrigação de contribuir decisivamente para a igual dis-tribuição de oportunidades. De certa forma, há uma ma-triz. Por esses pilares, passam o ensino, a pesquisa e aextensão. Como professor da UFRJ, integrava um projetocom a Petrobras para desenvolver a tecnologia da explo-ração do petróleo no mar. Tínhamos competência asse-gurada por PhDs, mestres e doutores que se diplomaramnessas áreas. O projeto era pertinente porque o Brasilestava economizando divisas respondendo às necessida-des da Petrobras. Graças a isso, o país deixa de gastarmais de 5 bilhões de dólares por ano, o que representaquase o orçamento de todas as universidades federaisjuntas. Também aparece a eqüidade porque melhorandoa questão da pequena, média e microempresa e da ca-deia produtiva e de fornecedores sãogerados postos de trabalho. Assimelimina-se as disparidades soci-ais. O Museu de Ciências e Tec-nologia da PUCRS é outroexemplo de eqüidade. Quandoretornei à tarde para o curso,vi dezenas de crianças na por-ta. Preservar nossas identida-des é pertinente.Numa época deg l o b a l i z a ç ã o ,quando se perde aidentidade cultu-ral, a universida-de deve ser ins-trumentode ma-nuten-ção ede pre-s e r v a -ção das tra-dições.

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Ciên

cia

O Labora-tório de Pes-quisa Bioquí-mica da Fa-culdade deBioc iênciastem se desta-cado pela suaatuação napesquisa dosmecanismosenvolvidos nofuncionamen-to cerebral,desde estudosem animaisaté doençasneuropsiquiá-tricas em se-res humanos.Isso é possí-vel graças àdiversidade daformação científica dos professores – Psiquiatria,Farmácia e Biologia, entre outras – e dos traba-lhos em colaboração com outras unidades daPUCRS e instituições nacionais e internacionais.

Medicação com vantagensOs estudos se referem principalmente à subs-

tância adenosina . O grupo, coordenado peloprofessor e psiquiatra Diogo Lara, investiga asubstância na esquizofrenia. Atualmente, está tes-tando uma nova medicação que aumenta a ade-nosina no organismo e parece controlar melhoros sintomas da doença, como alucinações, delí-rios e desorganização do pensamento.

Utilizado há longo tempo nos casos de gota,o medicamento Alopurinol também traz vanta-gens por já ser bem conhecido e ter baixo custo.Metade dos pacientes investigados preliminar-mente respondeu bem à medicação. A pesquisaprossegue até janeiro com 36 voluntários queconsultam no Ambulatório de Psiquiatria do Hos-pital São Lucas.

O projeto conta com o financiamento daStanley Foundation (EUA) e, se a hipótese forcorreta, poderá representar avanço no tratamen-to da esquizofrenia. Em colaboração com pes-quisadores de outros setores da PUCRS, o grupoainda estuda alterações na atividade elétrica ce-rebral e aspectos genéticos e neuropsicológicosda doença.

Mecanismos da memóriaOutra linha de pesquisa do laboratório, co-

ordenada pela farmacêutica e professora Carla Bo-nan, estuda o envolvimento da adenosina nosmecanismos de formação da memória. Os pesqui-sadores administram drogas derivadas da adeno-sina em animais e observam as suas conseqüên-cias comportamentais e bioquímicas. As pesqui-sas estão sendo realizadas em colaboração comuma equipe da Universidade de Coimbra (Portu-gal). “Se compreendermos como a adenosina agesobre a memória, poderão ser desenvolvidos no-vos medicamentos para o tratamento de doenças,como as demências e algumas doenças psiquiá-tricas”, avalia Carla.

A investigação sobre as enzimas que produ-zem a adenosina em moluscos, peixes e parasitosé outro foco de interesse e conta com o financia-mento da Third World Academy of Sciences (Itá-lia). Os pesquisadores estão avaliando o papelfisiológico das enzimas nas espécies. Juntamentecom o Instituto de Toxicologia, o Laboratório dePesquisa Bioquímica observou que essas enzimasem moluscos poderiam atuar como biomarcadoresda contaminação terrestre, pois sofrem alteraçõescom pesticidas utilizados na agricultura.

O laboratório, coordenado pelos professoresRenato Dias e Maria da Graça Fauth, tambémconta com os professores Luis Valmor Portela eEduardo Ghisolfi, especialistas em novos métodosde estudo em bioquímica clínica e neurofisiolo-gia. Em seus três anos de existência, destaca-sepelo expressivo número de publicações em revis-tas internacionais especializadas, totalizando 46artigos científicos.

Pesquisas avançam noconhecimento do cérebro

Funciona comoum “maestro”no cérebro e éonde age acafeína, opsicoestimulantemais usado nomundo.

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Ciência

Tambémconhecidacomo pinheirobrasileiro(Araucariaangustifolia),é nativa daregião Sul doBrasil e estána lista deplantas emextinção. Oseu corte éproibido peloIbama, sendoautorizadoapenas emáreas dereflorestamento.

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Equipe desenvolve tecnologiapara clonar araucárias

Transformar a araucária numa alternati-va rentável para o setor moveleiro e de celulo-se é o que busca a equipe do Laboratório deBiotecnologia Vegetal da Faculdade de Bio-ciências. Com a produção de árvores genetica-mente iguais, o pinheiro brasileiro torna-se umaopção de qualidade em relação ao pínus e aoeucalipto, usados nos dois setores. De acordocom o coordenador do projeto, professor Le-andro Astarita, uma plantação de araucáriasapresenta muita variação entre uma planta eoutra. Isso prejudica na questão econômica,pois nunca se sabe como vai ser a árvore quan-do crescer. As principais diferenças estão noporte e no teor de lignina, sendo este últimoresponsável por alterar o processo de clarea-mento da celulose para fabricação do papel. Omesmo não ocorre com o pínus, por exemplo,que já sofreu um processo de melhoramento

genético e apresenta umaplantação uniforme.

Para desenvolver umhorto florestal ideal, aequipe está utilizando acultura de tecido. De umaárvore modelo é retiradoum pedaço do caule ou dafolha e colocado num subs-trato de sais minerais comcaracterísticas semelhantesàs encontradas no solo,onde a planta se desen-volve in vitro. Delas serãousadas as sementes, todascom código genético idên-tico. O projeto vai traba-lhar com a produção dearaucárias geneticamenteiguais e as sementes gera-das poderão ser usadaspara criar uma plantação.

Madeira dequalidade

Em relação ao pínus e ao eucalipto, o pi-nheiro brasileiro apresenta um valor agregadomaior, pois é uma madeira nobre, a fibra usadapara fazer papel é de qualidade superior, é resis-tente e não é atacado por cupim. Atualmente elenão é usado comercialmente por ter uma produ-ção pequena e porque pouco se conhece da es-pécie. Apenas dois grupos no Brasil trabalhamcom a técnica de embriogênese somática emaraucárias – o da PUCRS e o da Universidade Fe-deral de Santa Catarina.

Outra vantagem está no reflorestamento deárvores nativas, benéfico para o meio ambiente.Onde há uma floresta de araucárias, forma-se ohábitat para o desenvolvimento de outras vege-tações e animais. “As plantas nativas apresen-tam um retorno maior em termos de ambiente,pois recuperam áreas enquanto as exóticas de-vastam”, destaca Astarita. O pínus é uma árvoreexótica e não permite o desenvolvimento deoutras plantas ao redor. A desvantagem em rela-ção ao pínus é que este pode ser cortado em 8anos, enquanto o pinheiro brasileiro fica prontopara o corte aos 15 anos e dá pinha (para repro-dução) aos 18 anos.

A pesquisa é desenvolvida em parceria como Instituto do Meio Ambiente e o Grupo deEcologia Vegetal. Iniciou em dezembro doano passado e, em 2002, foi aprovado pelaFapergs. As coletas são feitas no Pró-Mata, emSão Francisco de Paula. O projeto deverá durartrês anos, prazo necessário para ajustar a tec-nologia e produzir as plantas.

Astarita e as árvores geneticamente iguais

Horto florestal ideal: a plantase desenvolve in vitro

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Alunos da PUCRS

DESAFIO ENVOLVEFUTUROS EMPREENDEDORES

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sertação dem e s t r a d o .Seu projetoaborda a res-ponsabilidadecivil ambien-tal. A partirde seus estu-dos, Carolinedeseja contri-buir para aformação deuma consci-ência ambi-ental da sociedade. Ressalta, ainda, que a Alemanha tem uma grandepreocupação com o meio ambiente. “Quero ver de perto suas açõespara tentar aplicá-las no Brasil”, afirma Caroline.

A aluna Renata Azevedo, integrante do Grupo de Pesquisa em Pri-matologia da Faculdade de Biologia participou do 2º Curso Brasil-In-glaterra de Ecologia Tropical. O evento, promovido pelo Departamentode Ecologia da UNESP – Rio Claro e pelo Departamento de Geografiada Universidade de Manchester, ocorreu no Parque Estadual da Ilha doCardoso, em São Paulo. Renata foi selecionada para uma das dez va-gas destinadas a estudantes brasileiros. O curso abordou diferentesaspectos da ecologia tropical e amostragem de vegetação, entre ou-tros assuntos. “Converso com meus novos amigos ingleses quase di-ariamente. Sinto-me lisonjeada de estar entre os escolhidos”, orgu-lha-se Renata.

Madrid recebeu mestrandos

Fazer um trabalho que ficasse como registro da primeira tur-ma do curso de Administração de Empresas com ênfase em Em-preendedorismo e Sucessão. O desafio foi resolvido pelos calou-ros da graduação com a realização do vídeo Ontem: Uma Viagemno Tempo, em que eles contam como era sua vida quando ingres-saram na faculdade. “Daqui a quatro anos a gente vai ver comocomeçou, como éramos e quem realmente ficou até o fim”, diz aidealizadora do projeto, Fernanda Sovernigo.

O vídeo de 30 minutos também traz depoimentos dos pro-fessores e foi apresentado para os familiares dos universitários.No mesmo dia, o consultor do Sebrae Ben-Hur Xavier ministroua palestra Empresa familiar. Houve a apresentação do grupoThe Business Band, formada para a ocasião pelo acadêmicosFernanda, Gabriel Azevedo, Juliana Costa, Leonardo Mello e Lu-ciana Maria Soares.

Para cumprir a tarefa, os estudantes da disciplina de Semi-nário buscaram patrocínio com a empresa Plastlimpe. A ativi-dade teve como objetivo fazer os alunos elaborarem um planode negócios e aprender a construir o planejamento. A professo-ra da disciplina, Cleia Visentini, diz que a sistemática dos de-safios é lançar a idéia do projeto e deixar que os acadêmicosdesenvolvam todo o resto. Juliana destaca que a maior barreirapara ela foi “unir 60 cabeças que têm idéias diferentes embusca de um ideal comum”. O roteiro, as filmagens e a ediçãodo documentário foram realizados pelos universitários.

O Projeto Solidariedade, vinculado à Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários, levou 17 alunos do quartosemestre da Faculdade de Enfermagem para realiza-rem trabalho voluntário, durante um dia, para a co-munidade carente no Centro Marista Boa Mãe. O es-paço, localizado no bairro Passo das Pedras, em Por-to Alegre, comemora seu terceiro aniversário.

Motivados para o trabalho voluntário, os acadêmi-cos demonstraram grande capacidade atendendo idosos,adultos e crianças. Realizaram 128 verificações de pres-são, 92 exames de colesterol, 112 exames de glicose e32 exames de mama, além de prestar informações e ori-entar a comunidade sobre assuntos de saúde. Nas crian-ças da comunidade foi aplicado xampu para piolho pro-duzido pela Faculdade de Farmácia.

AÇÃO EM CENTRO MARISTA

Três alunas da PUCRS representaram o Sul do paísem eventos de grande importância acadêmica. Elas fo-ram escolhidas entre inúmeros outros estudantes paraparticiparem em programas internacionais de aprimo-ramento em suas respectivas áreas de atuação. Passa-ram por processos seletivos que incluíam bom desem-penho comportamental e escolar, análise de currículoe conhecimento e/ou fluência em idioma estrangeiro.

A aluna do Mestrado em Administração e NegóciosRenata Bernardon participou do Programa de BecasLider de Inmersión Directiva e Internacional organi-zado pela Fundación Carolina e o Banco Santander Cen-tral Hispano, em Madrid, Espanha. Com a presença de 50alunos de mestrado de 17 países, o Brasil foi representa-do por seis acadêmicos que assistiram a seminários so-bre economia, política e relações ibero-americanas, en-tre outros temas. “A minha visão da profissão foi amplia-da. Fomos apresentados a inúmeras oportunidades deatuação e percebemos a importância da união entre ospaíses para a construção de um futuro mundial”, diz amestranda.

Ambiente e ecologiaA acadêmica de Direito Caroline Ruschel está de

malas prontas rumo à Alemanha. Ela ganhou uma bolsade estudos da Landesstiftung Baden-Württemberg naUniversidade de Tübingen/ Baden-Württemberg, ondecomeçará pesquisas em Direito Ambiental para sua dis-

Acadêmicas representam aPUCRS em eventos internacionais

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Alunos fazem primeiro programade auditório da Famecos

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A vontade de organi-zar um programa de audi-tório com os estagiáriosdo Laboratório de Televi-são da Faculdade de Co-municação Social vem des-de a criação da conhecidaTV Foca, em 1998. A reali-zação dessa idéia ocorreuno encerramento do pri-meiro semestre, com o TVFoca Show. Definido comoum exercício de produção,roteiro e criatividade pelacoordenadora do estágio,professora Cristiane Finger,o programa foi ao ar nocanal UNITV com meiahora de duração. A ativi-dade foi temática e home-nageou os 50 anos do curso de Jornalismo na PUCRS.

HomenagemParticiparam o diretor da Famecos, Jerônimo Braga,

a coordenadora do curso de Jornalismo, Mágda Cunha, eas bandas Bidê ou Balde e Os Subtropicais. Houve umaapresentação de malabarismo e foi feito um vídeo mos-trando o trabalho de alguns funcionários do curso. Oprofessor Marques Leonam foi homenageado com o tes-temunho de colegas, ex-colegas de trabalho e ex-alunos.O docente Tibério Ramos participou do quadro “Conversade Bar”, com o acadêmico recém-formado Joni Johann.A publicidade foi apresentada ao vivo pelo estagiário

PESQUISA DE DOUTORADO CONQUISTA PRÊMIOTrabalho de pesquisa realizado no Ambulatório de Auxílio ao Abandono do

Tabagismo do Hospital São Lucas recebeu o prêmio Foraseq Ouro no CongressoGaúcho de Pneumologia. O prêmio é concedido pela Sociedade de Pneumologia eTisiologia do RS em parceria com a empresa farmacêutica Novartis, que fabrica oremédio Foraseq (usado no tratamento da asma). O aluno de Doutorado em ClínicaMédica da Universidade Fábio Haggstram desenvolve tese que trata métodos para otratamento do tabagismo. O objetivo da tese é avaliar a eficácia dos medicamentosbupropiona e nortriptilina no abandono do tabagismo, associados à terapia cogniti-vo-comportamental.

O tabagismo é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil. O trata-mento consiste em palestras de esclarecimento e incentivo a parar de fumar,consultas de orientação e uso de medicamentos antidepressivos para diminuir ossintomas da crise de abstinência. O Ambulatório funciona às segundas-feiras desde1998. Nesse período, atendeu cerca de 300 fumantes dos quais 42% abandonaram ofumo e estão abstinentes depois de 12 meses. Atualmente, a tese está sendodesenvolvida com o acompanhamento de 140 pacientes. A avaliação dos resultadosobtidos será feita depois que todos os pacientes finalizarem seis meses de trata-mento, aproximadamente, em fevereiro de 2003.

Show realizado por acadêmicos vai ao ar pela UNITV

Charles Franken, que atuou como garoto-propaganda dosprodutos da Famecos.

O público recebeu chaveiros e tênis doados pelaempresa Grendene. Um dos apresentadores do programa,o universitário recém-formado Mateus Dagostin contaque a produção do programa foi feita em dois dias eque ninguém esperava que fosse dar tão certo. “Ocomeço foi muito nervoso, porque não se sabia qualseria a reação das pessoas. Mas depois do intervalotodos se descontraíram”, diz. A coordenadora do está-gio quer dar continuidade ao projeto no segundo se-mestre, com a realização de dois programas de auditó-rio por mês.

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Page 26: Assessoria de Comunicação ...€¦ · Plano está prevista para 1º de outubro. “Pri-meiramente, é preciso incorporar o pensamen-to estratégico às tarefas cotidianas”, observa

visitaram a comunidade São José do Murialdo, no Morro daCruz, para onde levaram alimentos, roupas e materiais es-colares arrecadados pela turma em empresas, com o apoiode bares da PUCRS e do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano. Os alunos também patrocinaram o passeio de140 crianças da comunidade à Quinta da Estância Grande,em Viamão, com direito a lanches e brincadeiras.

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DCE promoveTrote Social

Em agosto o Diretório Central de Estudan-tes promoveu atividades socioculturais parasaudar a comunidade acadêmica. Bandas for-madas por universitários proporcionaram mo-mentos de descontração aos alunos e calou-ros. Em parceria com o Hemocentro, os estu-dantes foram convidados a doar sangue embenefício dos pacientes da rede pública desaúde. A iniciativa está colhendo ótimos re-sultados. Segundo a assistente social do He-mocentro, Maria de Lourdes Peck, com o pro-grama de coletas da unidade móvel, o númerode doadores voluntários aumentou de 10% para35%. Jacqueline Colling, aluna do 2º semestrede Relações Públicas, doou sangue pela ter-ceira vez. “Ajudo sempre que posso. Tantaspessoas precisam e nunca sabemos quando pre-cisaremos também”, afirma. Alimentos não-perecíveis fo-ram arrecadados para doação às comunidades carentes. OProjeto Trote Social tem como principal objetivo evitar odesperdício de alimentos e doá-los a quem necessita. Umadas instituições beneficiadas foi o Albergue João Paulo II,de Porto Alegre. A turma de 63 “bixos” de Administraçãode Empresas com Ênfase em Empreendedorismo e Sucessão

Alunos da PUCRS

Aumenta o número de doadores voluntários de sangue

ALUNOS DÃO INÍCIO AO PROJETO PINGÜIMO aluno João Álvaro

Madruga e um grupo deestudantes da Faculdadede Ciências Aeronáuticas,sob a orientação da pro-fessora Thaís Russomano,decidiram realizar umapesquisa sobre A Perfor-mance Mental em Hipo-termia e em Microgravi-dade. O interesse pelocontinente Antártico sur-giu na disciplina de Es-paço Geográfico, minis-trada por Tânia Ferrer. Apesquisa, denominadaProjeto Pingüim, temcomo objetivo avaliar aperformance mental emhipotermia (diminuiçãoexcessiva da temperatura normal do corpo), com ou sem exercícios físicos, e emmicrogravidade. A idéia é realizar esses ensaios em pleno território Antártico, onde háas mais severas condições meteorológicas em termos de frio e de baixíssima umidaderelativa do ar – fatores igualmente de risco para a aviação.

Os ambientes polares têm sido cada vez mais procurados pelas agências espaciaispara simulação de ambientes extremos encontrados no espaço. “Pilotos e astronautasdependem de ótimas condições mentais e cognitivas para que os vôos se tornem cadavez mais seguros. Em aviões não-climatizados, a 5 mil pés e com a temperatura de soloa 15.°C, por exemplo, um piloto experimenta uma temperatura de 5.°C, que pode lhecausar hipotermia”, analisa João Álvaro.

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EQUIPEGANHA

PRÊMIO EMGRAMADO

O aluno do último se-mestre de Jornalismo Fer-nando Antunes Júnior eseis ex-alunos do cursoconquistaram o prêmio demelhor vídeo jornalísticona 10ª edição do Grama-do Cine Vídeo, mostra pa-ralela ao Festival de Cine-ma de Gramado. O tema dotrabalho premiado foi Abu-so Sexual Infantil. Os pro-fessores orientadores fo-ram Cláudio Mércio e LígiaTricot. Além de Fernando,a equipe é formada por Ju-liana Brum, Ionara Karan,Joni Johann, Moacir Zan-donai, Melissa Gass e Ma-noela Sawitski. Para a rea-lização da matéria, o gru-po fez uma pesquisa decampo e gravou depoimen-to de três vítimas de abu-so sexual.

Grupo pretende ir à Antártida

visitaram a comunidade São José do Murialdo, no Morro daCruz, para onde levaram alimentos, roupas e materiais es-colares arrecadados pela turma em empresas, com o apoiode bares da PUCRS e do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano. Os alunos também patrocinaram o passeio de140 crianças da comunidade à Quinta da Estância Grande,em Viamão, com direito a lanches e brincadeiras.

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DCE promoveTrote Social

Em agosto o Diretório Central de Estudan-tes promoveu atividades socioculturais parasaudar a comunidade acadêmica. Bandas for-madas por universitários proporcionaram mo-mentos de descontração aos alunos e calou-ros. Em parceria com o Hemocentro, os estu-dantes foram convidados a doar sangue embenefício dos pacientes da rede pública desaúde. A iniciativa está colhendo ótimos re-sultados. Segundo a assistente social do He-mocentro, Maria de Lourdes Peck, com o pro-grama de coletas da unidade móvel, o númerode doadores voluntários aumentou de 10% para35%. Jacqueline Colling, aluna do 2º semestrede Relações Públicas, doou sangue pela ter-ceira vez. “Ajudo sempre que posso. Tantaspessoas precisam e nunca sabemos quando pre-cisaremos também”, afirma. Alimentos não-perecíveis fo-ram arrecadados para doação às comunidades carentes. OProjeto Trote Social tem como principal objetivo evitar odesperdício de alimentos e doá-los a quem necessita. Umadas instituições beneficiadas foi o Albergue João Paulo II,de Porto Alegre. A turma de 63 “bixos” de Administraçãode Empresas com Ênfase em Empreendedorismo e Sucessão

Alunos da PUCRS

Aumenta o número de doadores voluntários de sangue

ALUNOS DÃO INÍCIO AO PROJETO PINGÜIMO aluno João Álvaro

Madruga e um grupo deestudantes da Faculdadede Ciências Aeronáuticas,sob a orientação da pro-fessora Thaís Russomano,decidiram realizar umapesquisa sobre A Perfor-mance Mental em Hipo-termia e em Microgravi-dade. O interesse pelocontinente Antártico sur-giu na disciplina de Es-paço Geográfico, minis-trada por Tânia Ferrer. Apesquisa, denominadaProjeto Pingüim, temcomo objetivo avaliar aperformance mental emhipotermia (diminuiçãoexcessiva da temperatura normal do corpo), com ou sem exercícios físicos, e emmicrogravidade. A idéia é realizar esses ensaios em pleno território Antártico, onde háas mais severas condições meteorológicas em termos de frio e de baixíssima umidaderelativa do ar – fatores igualmente de risco para a aviação.

Os ambientes polares têm sido cada vez mais procurados pelas agências espaciaispara simulação de ambientes extremos encontrados no espaço. “Pilotos e astronautasdependem de ótimas condições mentais e cognitivas para que os vôos se tornem cadavez mais seguros. Em aviões não-climatizados, a 5 mil pés e com a temperatura de soloa 15.°C, por exemplo, um piloto experimenta uma temperatura de 5.°C, que pode lhecausar hipotermia”, analisa João Álvaro.

Foto

: Di

vulg

ação

EQUIPEGANHA

PRÊMIO EMGRAMADO

O aluno do último se-mestre de Jornalismo Fer-nando Antunes Júnior eseis ex-alunos do cursoconquistaram o prêmio demelhor vídeo jornalísticona 10ª edição do Grama-do Cine Vídeo, mostra pa-ralela ao Festival de Cine-ma de Gramado. O tema dotrabalho premiado foi Abu-so Sexual Infantil. Os pro-fessores orientadores fo-ram Cláudio Mércio e LígiaTricot. Além de Fernando,a equipe é formada por Ju-liana Brum, Ionara Karan,Joni Johann, Moacir Zan-donai, Melissa Gass e Ma-noela Sawitski. Para a rea-lização da matéria, o gru-po fez uma pesquisa decampo e gravou depoimen-to de três vítimas de abu-so sexual.

Grupo pretende ir à Antártida

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Mer

cado

de

Trab

alho

Farm

ácia

A comercialização de medicamentos ge-néricos e a determinação do Ministério da Saú-de de que toda farmácia deve ter um farma-cêutico em turno integral impulsionaram asofertas na área. São as variadas opções detrabalho que tornam o mercado promissor. Asmelhores oportunidades estão em farmácias demanipulação, laboratórios de análises clínicas,indústria para produção de genéricos, ensinosuperior e assessorias. A formação tem grandeprocura no vestibular e está entre as três gra-duações mais concorridas na Universidade.

O curso de Farmácia da PUCRS é ofereci-do no vestibular de verão e de inverno, temnove semestres de duração e duas ênfases:análises clínicas (Bioquímica) e farmácia in-dustrial. No quinto semestre o acadêmico es-colhe a área de interesse e conclui a formaçãocom um estágio curricular. Do sexto ao oitavonível, há a possibilidade de realizar estágiosvoluntários.

O formando recebe duas titulações – far-macêutico e farmacêutico industrial ou bio-químico (analista clínico). Os bioquímicos rea-lizam exames de requisição médica, controlama qualidade dos equipamentos usados em la-boratórios, emitem o laudo dos exames e rea-lizam análises químicas, bromatológicas (ali-mentos), industriais e toxicológicas.

O farmacêutico industrial é responsávelpela fabricação de medicamentos, pelo con-trole de qualidade da matéria-prima e da fór-mula usada e pela pesquisa e desenvolvimen-to de novos produtos. Atua em empresas doramo farmacêutico, veterinário, odontológico,de saneantes (de limpeza), de perfumes e cos-méticos, de produtos biológicos e de dietéti-cos/alimentos.

Outras opções de emprego são farmácias

PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM MERCADO PROMISSOR

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homeopáticas, fitoterápicas, hospitalares,odontológicas/veterinárias e internas (dentrode instituições). Como autônomos, podem tra-balhar com pesquisa, perícia técnica legal,fiscalização profissional e em vigilância sani-tária, pareceres e laudos técnicos. O salárioinicial fica em torno de R$ 1,4 mil a R$ 2 mil.

As novas diretrizes curriculares do Minis-tério da Educação exigem que o programa doscursos de todo o país seja alterado. A propos-ta é graduar um farmacêutico generalista nasáreas industrial, bioquímica e alimentícia.

A Faculdade oferece bolsas de iniciação ci-entífica, monitoria em disciplinas, orientação eencaminhamento para estágios e trabalhos in-tegrados com outras áreas. O curso tem convê-nio com Panvel, Campus Aproximado Vila NossaSenhora de Fátima, Hospital São Lucas, Institu-to de Toxicologia, Centro de Pesquisas da Facul-dade de Medicina e Faculdade de Odontologia,onde os alunos realizam estágios e pesquisas.

A PUCRS oferece pós-graduação/especia-lização em Análises Clínicas e, em parceriacom o Instituto de Administração Hospitalar eCiências da Saúde e a Associação dos Hospi-tais e Estabelecimentos de Saúde do Estadodo RS, especialização em Farmácia Hospitalar.Está em fase de conclusão a pós-graduação naárea industrial.

Desenvolvendoremédios ouprodutoscosméticos, ofarmacêuticotem uma amplagama de locaisde trabalho. Noramo da saúdetambém podese dedicar àsanálisesclínicas, com arealização deexames queidentificamdoenças.

ONDE CURSARFaculdade de Farmácia - Campus Central –Av. Ipiranga, 6681, prédio 12. Informa-ções: (51) 3320-3512, [email protected] www.pucrs.br/farmacia.

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E s t u d o sT r a n s d i s -ciplinares,ligado à Es-cola de Al-tos Estudosem CiênciasSociais deParis.

O públi-co tambémpoderá inte-ragir com asidéias do filósofo Renato Janine Ribeiro, da USP, edo jornalista e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC deSão Paulo, Arlindo Machado. Os especialistas deba-terão sobre as formas de poder na cultura contem-porânea. Opinião pública e visibibilidade na era dainformação será tema de debate de John Thomp-son, professor da Universidade de Cambridge, e docoordenador do Programa de Relações Públicas daBall State University, Melvin Sharpe. A conferênciade encerramento será ministrada pelo cientista po-lítico Michel Maffesoli, da Sorbonne, que trabalhana perspectiva da sociologia construtiva e do coti-diano contemporâneo.

Com

unic

ação

A UNITV, televisão universitária dePorto Alegre, com sede no Campus daPUCRS, está festejando, neste mês de se-tembro, o seu 4º aniversário.

O presidente do Conselho Gestor daemissora, jornalista Carlos Alberto Carva-lho, ressalta que o evento principal dascomemorações será o lançamento do Tro-

UNITV comemora 4º aniversário

FAMECOS SEDIARÁ CONGRESSO INTERNACIONALO Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS sediará em 2004 o Congres-

so e a Assembléia Geral da International Association for Media and Communication Research, amais tradicional entidade que reúne pesquisadores da área. A proposta, apresentada pelocoordenador do pós-graduação, Antonio Hohlfeldt, foi aceita durante o último congresso,ocorrido em Barcelona, Espanha.

Porto Alegre será a segunda cidade brasileira a sediar o evento. Hohlfeldt acredita que ha-verá a participação de mais de 800 pesquisadores. A Famecos contou com o apoio de entidadesda área, como a Intercom e a Compós, no Brasil, e Alaic e Felafacs, da América Latina. O con-gresso de 2003 ocorrerá em Taipei, China. Até lá, os preparativos do ano seguinte deverão estarfinalizados. Também em 2004 a Famecos sediará o congresso anual da Intercom.

Inscrições naPró-Reitoria deExtensão, noprédio 40.Informações:(51) 3320-3658e 3320-3506.

féu Destaque UNITV, destinado a premiaranualmente trabalhos científicos expres-sivos e projetos de repercussão social.

A distinção será entregue, duranteprogramação especial, na noite de 25 desetembro, com a presença de reitores ediretores das Instituições ligadas ao Ca-nal.

A Faculdade de Comunicação Social re-ceberá nos dias 16 e 17 de setembro auto-ridades e pensadores contemporâneos paradebater questões sobre Cultura, poder etolerância num mundo complexo durante oSeminário Internacional de Comunicação .O evento é promovido pelos programas depós-graduação da Famecos, Faculdade dePsicologia, Instituto Teutônio Vilela e Pró-Reitoria de Extensão, com apoio de empre-sas, embaixada, fundações e instituições.Nomes como Edgar Morin, Michel Maffesoli,John Thompson, Melvin Sharpe, Denis Tilli-nac, Arlindo Machado e Renato Janine Ri-beiro vão dizer o que pensam sobre omundo globalizado.

Paralelo às conferências haverá gruposde trabalho com a apresentação de comuni-cações e ensaios de estudantes e pesquisa-dores. A abertura, dia 16, às 9h, será com opensador francês Edgar Morin na conferên-cia Tolerância e complexidade nas sociedadesdemocráticas. Morin recebeu o título de Dou-tor Honoris Causa da PUCRS, em 2000. Autorde mais de 30 obras, é diretor emérito depesquisas do Centre National de La Recher-che Scientifique da França e do Centro de

PUCRS recebe autoridadesem comunicação

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Cultura

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A digitalização da coleção completa do jornal gaúchoPato Macho está prevista para o final do ano. O Nupeccpretende disponibilizar em CD e pela internet os 15 nú-meros do veículo, que circulou de 4 de abril a 21 de julhode 1971 e contava com profissionais como Luis FernandoVerissimo, Tatata Pimentel e Ruy Carlos Ostermann. Aexemplo de O Pasquim, utilizava o humor como instru-mento contra o regime militar. O material veio de doa-ções. O núcleo também recebe acervo para digitalizar edevolve ao dono.

A segunda fase da publicidade da Revista do Globo, apartir de 1950, será o próximo objeto de estudo. MariaHelena integra como pesquisadora o Acervo Literário daLivraria do Globo, do Centro de Pesquisas Literárias daFaculdade de Letras. O conteúdo da revista catalogadopode ser conferido pelo site www.ipct.pucrs.br/letras. Nafase final, o acervo lançará um conjunto de CDs.

Esse método de trabalho representa modelo paraMaria Helena no Nupecc. O objetivo também é lançarpublicações e obter depoimentos de comunicadoressobre diferentes momentos da história gaúcha. Porenquanto, háfitas comA n t ô n i oG o n z a l e z ,Walter Galva-ni e AnibalBendati, en-tre outros. Onúcleo seráapresentadono SeminárioInternacio-nal de Co-municação,que ocorrerádias 16 e 17de setem-bro no tea-tro do pré-dio 40.

Anos 40: Goidanich entrevista Getúlio Vargas

Núcleo incentiva pesquisasdesde a graduação

O Núcleo de Pesquisas em Ciênciasda Comunicação (Nupecc) foi criado paramotivar os alunos de graduação da Fa-culdade de Comunicação Social a se de-senvolverem como pesquisadores. A ini-ciativa busca preservar a memória doscomunicadores e servir de referência aprojetos na área. O acervo também estádisponível a mestrandos, doutorandos einteressados em desvendar personagense produções relevantes para a história.

“Todos os alunos deveriam sair daUniversidade com experiência em pes-quisa”, defende a coordenadora do Nu-pecc, Maria Helena Steffens de Castro.Rafael Valles começou ainda no 3º se-mestre de Jornalismo a pensar na mo-nografia do final do curso. Catalogará o material do

acervo de Oswaldo Goi-danich, que foi presiden-te da Orquestra Sinfôni-ca de Porto Alegre, umdos fundadores do Jar-dim Zoológico de Sapu-caia do Sul, redator dedebates da AssembléiaLegislativa e atuou comojornalista em vários veí-culos. A análise de do-cumentos, fotos e pro-jetos embasará o traba-lho de Valles e facilitaráoutras pesquisas.

Há ainda no núcleoo primeiro jornal do paísvoltado a homossexuais,O Lampião da Esquina,de 1978, e os números1 a 23, de novembro de1972 a abril de 1973,do Opinião , ediçãobrasileira do Le Monde.Os exemplares das revis-tas IstoÉ da década de70 e Manchete de 1964a 1977 serão cataloga-dos, levando em conta,por exemplo, o expedi-ente, as fotos, os temase as reportagens princi-pais. “Procuramos fazerfichas completas e prá-ticas para facilitar a con-sulta”, afirma a respon-sável pela catalogação,Liziane Soares, mestran-da em Comunicação So-cial.

Fotos: Divulgação

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EPISÓDIOS DA VIDAPRIVADA, POLÍTICA ESOCIAL NA REPÚBLICA DOPARAGUAI (tradução,apresentação e notas deEarle D. Macarthy Moreira)Ildefonso Antônio Bermejo188p. – Coleção Nova et Vetera 4Ildefonso Bermejo era,fundamentalmente, um jornalistaseduzido pelo pitoresco e um ativistacultural. Em Episódios de la vida privada,política y social em la República delParaguay, editado em Madri no ano de1873, ele visa, numa prosa sem maiorespretensões literárias, aportar ao públicoleitor espanhol, motivado pelarepercussão da guerra da TrípliceAliança, uma idéia sobre aquela terradistante e ignota.

AVENTURAS DO SENTIDO:PSCANÁLISE E LINGÜÍSTICAMargareth Schäfer, Valdir do Nascimento

Flores, Leci Borges Barbisan (Orgs.)364p.

Nesse trabalho, busca-se uma abordageminterdisciplinar (psicanálise e lingüística)

da linguagem, para estudar a neurose, apsicose, a autonímia, a metalinguagem, a

denegação, o significante e a interpretação,dentre outros temas.

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Cinco novos títulosLançamentos da EDIPUCRS

LIBERDADE OUIGUALDADE?Mario A. L. Guerreiro328p. – Coleção Filosofia 144

A presente obra aborda um conceito

central da filosofia, a liberdade. Éum tema do qual se ocuparameminentes filósofos, desde a Grécia

até nossos dias, e continua sendoum problema à procura derespostas. O autor trata ainda aquestão da igualdade. Partindo do

pressuposto de que “liberdade” e“vontade” são valores distintos,

procura examinar se elas sãocomplementares ou inconciliáveis.

POESIA E IMAGINÁRIOAna Maria Lisboa de Mello264p – Coleção Memória das Letras 11

O livro apresenta um estudo para acompreensão do fenômeno simbólico ede sua relação com a produção lírica. Apoesia de Cecília Meireles e MuriloMendes se ajusta ao acurado exercíciode interpretação empreendido pelaautora que, ao verificar ofuncionamento das imagens e do ritmona produção de sentidos nessesescritores e investigar comprofundidade a natureza do símbolo,desvela os nexos que unemindissociavelmente mito e literatura.

O AVIADOR E O CARROCEIRO:POLÍTICA, ETNIA E RELIGIÃO NO RSDOS ANOS 1920René Gertz272p – Coleção História 50

René Gertz inova e consegue, através de suas publicaçõese dos trabalhos de seus alunos, mostrar que o mundo dosimigrantes e de seus descendentes não é tão pacífico. Hábrigas com grupos fascistas e empastelamento dejornais; grupos de jovens católicos envolvidos emdisputas políticas; luteranos e católicos engalfinham-seem disputas políticas, aliando-se ou brigando com amaçonaria; confessionalismos e sensibilidades podemlevar à destruição de legados importantes e as contaspodem ser pagas até por carroceiros.

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Bastidores

câmaras frias. Cada etapa é realizada sob a supervisãoda nutricionista, que durante o almoço fica à disposi-ção para esclarecimentos e informações nutricionais.

Fabiane explica que, no inverno, uma pessoa con-some, em média, 1.400 calorias. No verão varia entre1.000 e 1.200 calorias. Os homens consomem mais bi-fes, massas e carnes vermelhas. “As mulheres cuidammais da estética e procuram saladas, carnes brancas egrelhados”, destaca a nutricionista.

A limpeza do local é realizada durante todo ohorário de atendimento, das 11h às 14h. Como não hágarçom, ao final da refeição o usuário deve levar seuprato, copo e talheres para a copa. “É uma forma detornar o preço mais acessível e haver o mínimo dedesperdício”, explica Vivian.

Quem nunca marcou um encontro no Restaurante Uni-versitário da PUCRS? Lá as pessoas confraternizam ou sim-plesmente economizam tempo, almoçando sem sair do Cam-pus. Não é raro ver estudantes debruçados sobre os livrosantes das provas. Criado há quase 40 anos, o RU, como éconhecido, funciona de segunda a sábado e atende emmédia 450 pessoas por dia. Além do bate-papo, tambémpode-se encontrar, é claro, uma comida caseira com preçoacessível. Por R$ 4,20, a pessoa tem direito a bufê de sala-das e pratos quentes.

Os freqüentadores assíduos são alunos, funcionários eprofessores. Em dias de maior movimento, como durante oFórum Social Mundial, chegam a passar por lá mais de1.500 pessoas diariamente. O segredo do sucesso não estásó na estrutura do espaço, mas também na forma como otrabalho é conduzido. A qualidade da refeição servida éapontada pelos usuários como fator fundamental para aprocura. A secretária do Instituto de Cultura Japonesa,Mariela Marinon, há 12 anos almoça no local. “O ambienteé limpo e a qualidade indiscutível”, garante.

Funcionando desde 1964 no prédio 3, o RU foi inaugu-rado junto à antiga residência universitária que alojava 60estudantes. O primeiro administrador foi o Ir. Sílvio Pigatto.A partir de 1994, o local foi terceirizado e hoje mantêmuma equipe com 16 funcionários entre cozinheiros, aten-dentes e profissionais de limpeza, além de nutricionistasresponsáveis pela preparação dos cardápios. “Fazemos ques-tão de caprichar, pois para muitos é a única refeição dodia”, destaca o atual dono do restaurante, Cacildo Vivian.

Uma nutricionista e um técnico em nutrição zelam pelahigiene, qualidade e valor nutricional dos alimentos. Asrefeições são combinadas de acordo com a cor, sabor e con-sistência de cada ingrediente. Quem está de dieta, porexemplo, pode encontrar uma refeição balanceada com op-ções de saladas e grelhados.

Cardápio equilibradoA nutricionista Fabiane de Oliveira busca sempre o equi-

líbrio do cardápio, respeitando o valor calórico de cada item.São servidos 12 tipos de saladas, uma fruta, feijão, arroz,duas guarnições e duas opções de carne (branca ou verme-lha). Refrigerantes, sucos e sobremesas são considerados ex-tras e pagos separadamente. Freqüentadores assíduos podemadquirir tickets para todo o mês, com 5% de desconto.

O cardápioé estabelecidosemanalmente.Algumas refei-ções são pre-paradas no diaanterior, comosaladas queprecisam sercozidas anteci-padamente. Asbatatas sãodescascadas eguardadas em

CURIOSIDADES• Diariamente são consumidos cerca de 18kg

de arroz, 18kg de feijão e 50 kg de carne.• Cada pessoa come em média 816 gramas,

incluindo cerca de 212 gramas de carne.• A cozinha tem três câmaras frias, um fogão

industrial de seis bocas e um forno elétrico.

Homens consomem mais massas e carnes

Nutricionista elabora o cardápio

Cozinha: higiene e qualidade no preparo

RU tem comida variada emuito bate-papo

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onde exerceu a advoca-cia no Foro até marçode 1947 e de agosto de1950 a abril de 1953.Em 1930, juntou-se aoIr. Afonso, diretor doColégio Nossa Senhorado Rosário, no propósi-to de criar o Curso Su-perior de Administraçãoe Finanças. As aulas co-meçaram no dia 12 demarço de 1931. Na Fa-culdade de Ciências Po-líticas e Econômicas le-cionou Direito Civil eDireito Constitucional,Direito Comercial, Legis-lação Operária e DireitoIndustrial. A partir de1933, tornou-se cate-drático da última disci-plina. Também ensinouLegislação do Trabalhoe Direito Industrial naFaculdade de Direito en-tre 1952 e 1957.

Apenas interrompeuo exercício do magistério de 1946 a 1951, emrazão do mandato de deputado federal. Foi umdos constituintes, apresentando emendas refe-rentes especialmente ao Judiciário e aos princí-pios sobre o trabalho. Licenciou-se, de 29 demarço de 1947 a 2 de agosto de 1950, quandofoi nomeado secretário da Educação e Cultura doRio Grande do Sul.

Foi nomeado desembargador do Tribunal deJustiça do Estado em abril de 1953. No dia 22de agosto de 1966, o presidente Humberto Cas-tello Branco indicou Eloy como ministro do STF.Exerceu a presidência do Tribunal Superior Elei-toral de 1969 a 1971, presidindo as eleiçõesmunicipais de 1969 e as federais de 1970. Foieleito vice-presidente do Supremo para o perío-do 1971-1973 e presidente de 1973-1975. Nasua gestão, buscou a reforma do Judiciário. Apo-sentou-se em 3 de junho de 1977.

O Instituto dos Irmãos Maristas reconheceu adedicação de Eloy na fundação e na estruturaçãodos cursos universitários, outorgando-lhe o títulode Filiado ao Instituto. Também foi nomeado Pro-fessor Emérito da PUCRS em 1981 por ocasião dascomemorações dos 50 anos da Faculdade de Ciên-cias Políticas e Econômicas. Faleceu em Porto Ale-gre no dia 29 de abril de 1999.

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Mem

ória

Na presidência do STF

Os Fundadores - III

Eloy José da Rochafoi um dos fundadoresda PUCRS. Ex-aluno doColégio Nossa Senhorado Rosário e dos CursosPreparatórios do Ir. Wei-bert, esteve ao lado doIr. Afonso e de ElpídioFerreira Paes na funda-ção das primeiras uni-dades da Universidade.Eloy foi o primeiro dire-tor das Faculdades de Ci-ências Políticas e Eco-nômicas (de 1933 a1938) e de Filosofia, Ci-ências e Letras (de 1939a 1945 e mais tarde, de1955 a 1956). Ajudoutambém a concretizar aFaculdade de Direito, em1947. Além da carreirado magistério, chegouao ápice no Judiciárioassumindo a presidênciado Supremo Tribunal Fe-deral (STF).

Nasceu em São Leo-poldo dia 3 de junho de 1907. Quando tinha seisanos a família se mudou para Porto Alegre. Gra-duou-se em 1929 pela Faculdade Livre de Direito(hoje da UFRGS). Foi colega de Alberto Pasquali-ni, Mem de Sá, Ruy Cirne Lima, Vicente MarquesSantiago, Eli Costa e Elpídio Ferreira Paes. Todoschegaram a lecionar naquela Faculdade e os dois

primeiros foramsenadores. Noúltimo ano deestudos, o entãopresidente doEstado, Borgesde Medeiros, no-meou Eloy comojuiz distrital deSão Francisco dePaula. Tambématuou em Taqua-ra e Bento Gon-çalves.

Constituintee ministro

Eloy resol-veu retornar aPorto Alegre,

O início da carreira nos anos 30

Eloy José da Rocha dirigiuas primeiras Faculdades

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A atuação de meio século na PUCRS e a sua personalidaderenderam muitas homenagens ao Ir. Faustino João, falecido dia28 de junho aos 93 anos. Artigos publicados em jornais edepoimentos lançados pela Fundação Irmão José Otão (Fijo)ressaltaram a trajetória e a presença marcante do professor,diretor da Faculdade de Educação, Pró-Reitor de Extensão e umdos organizadores das Faculdades de Serviço Social (1945) e deDireito (1947) e do curso de Jornalismo (1951).

Nascido na Vila de Quintanilla de San García, Burgos (Espa-nha), Ir. Faustino trabalhou desde os 19 anos em Porto Alegre.Estudava no Colégio São Francisco Xavier, em Turim (Itália),quando foi designado para o Brasil. Em 1937, formou-se bacha-rel na Faculdade de Ciências Econômicas, a primeira da Univer-sidade. Lecionou desde 1940, atividade que enaltecia e da qualse orgulhava. “A glória da vocação do mestre se revela natransfiguração que experimenta em cada aluno. Ele observacomo as vidas dos educandos adquirem consciência da plenitu-de, como despertam à verdade e desenvolvem sua personalidadegraças a essa luz de inspiração que põe na sua tarefa”, discur-sou quando lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causada PUCRS, em 1990.

As reformas dos regulamentos receberam a especial atençãodo Ir. Faustino. Elaborou junto com o então diretor do EnsinoSuperior, Jurandir Lodi, um substitutivo ao anteprojeto de esta-tutos, garantindo que em 9 de novembro de 1948 fosse assina-do o decreto que concedia prerrogativas de equiparação à Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul.

O diretor-presidente da Fundação Aplub de Crédito Educati-vo, Daniel Jukowsky, diz que Ir. Faustino era simples, tranqüiloe realizador. Testemunhou a sua sensibilidade por problemassociais quando organizou a Fijo, que começou em 1981 e daqual foi o primeiro presidente e conselheiro. A atual presidente,Maria Cecília Kother, enfatiza que Ir. Faustino marcou sua vidapelo desprendimento e pela humildade. “Embora longe de sua

pátria e dos seus, soube criar aoredor uma grande família, fazen-do o papel de pai e de irmãopara muitos sempre com fidal-guia”, acrescenta Maria Cecília,que o chamava de Faustininho.

Nos últimos anos, dedicou-se, ao lado do Ir. Elvo Clemente,a organizar e escrever sobre a his-tória da Universidade. Ir. RenatoSchmaedecke, assessor da Reito-ria, lembra que Ir. Faustino tinhaextraordinário senso de organiza-ção. Deixou pastas com diplomas,títulos, cartas e até o escudo dasua família Torrecilla e a árvoregenealógica. Quem sabe para des-cobrir algum antepassado nobrecomo os alunos faziam questãode vê-lo.

Ir. Faustino recebehomenagensMemória

A NOBREZA ERA ELEEduardo Beck Paglioli*

1990: Recebe o título deDoutor Honoris Causa da PUCRS

Corria o ano de 1940, a Europa ru-gia na hecatombe da Segunda GrandeGuerra. Aqui desfrutávamos a paz das ma-nhãs de domingo, na missa das oito emeia na Capela do Rosário: a gruta, avoz destacada do Irmão Liberato no corodos Irmãos, a comunhão e a descida dosex-alunos para o refeitório do colégio. OIrmão Faustino rezava uma breve oraçãoe servia o café. Eu era ainda menino eobservava, naquele ambiente espartano efraterno, o Irmão Weibert sentado à ca-beceira da longa mesa.

Depois do café, o Irmão Faustino con-duzia os ex-alunos ao pátio do colégio,onde o Irmão Weibert era fotografado nocentro do grande grupo. O Irmão Fausti-no ficava sempre bem ao lado.

Por que venho agora contar esta his-tória tão antiga? Porque ela, já naquelaépoca, era definidora da postura daquelehomem. O homem que tudo organizava e,na hora da fotografia, ficava ao lado.

Quantas vezes e durante quantosanos, desde o Irmão Weibert, e após, ossucessivos reitorados de Irmão Afonso, Ir-mão Otão e Irmão Norberto esteve IrmãoFaustino envolvido na obra da GrandeConstrução!

Quantas vezes suportou o peso dedificuldades e foi à luta, qual modernoDom Quixote, vencendo os moinhos!

Quando eu lhe perguntava sobre suasecreta vitória junto ao Vaticano, preser-vando a gestão marista na Universidade,ele sorria e desconversava. Sempre correua notícia de que o Irmão Faustino era des-cendente de nobre família espanhola. Nãoera, a nobreza era ele.

* Chefe do Serviço de Neurocirurgiado Hospital São Lucas e professor

da Faculdade de Medicina da PUCRSAnos 50: ComendaCruzeiro do Sul

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Perfil

Dedicação, trabalho e educação são as palavrasque permeiam a vida do professor da Faculdade deOdontologia Palmízio Nocchi, 75 anos. Há 48 anosna PUCRS, é o funcionário mais antigo em atividadena Universidade. Há 61 anos na Capital, acumulouexperiência profissional e realizou o sonho de setornar um cirurgião-dentista reconhecido. Hoje suarotina de trabalho de 14 horas diárias quase não semodificou comparada à jornada no início da carrei-ra. Continua dividindo o tempo entre o consultórioe as aulas no curso de especialização em prótese.Recentemente ingressou no curso de doutorado de-pois de ter concluído o mestrado na UniversidadeCamilo Castelo Branco, em Campinas.

Nascido em Bagé, teve a infância marcada peloconvívio com os pais, vindos da Itália, e a única irmã.“Meu pai é responsável por tudo que conquistei”, dizemocionado, lembrando o esforço do pai em relaçãoao seu futuro profissional. Em Porto Alegre, para onde semudou com apenas 14 anos, viveu sozinho ao lado de ou-tros estudantes. Ele chegou disposto a consolidar seu desti-no profissional.

O começo profissionalCursou o científico no Colégio Júlio de Castilhos e,

em 1945, ingressou no curso de Odontologia. Formou-secom menos de 20 anos e começou a fazer sua base clínicana Associação dos Funcionários Públicos do Instituto dePrevidência do Estado. Chegava a atender 26 pacientespor dia no serviço de emergência da associação. Duranteum ano realizou quase 3 mil consultas.

Orgulhoso da atividade que exerce, acompanha o cresci-mento da PUCRS desde 1953. À convite do fundador da Fa-culdade de Odontologia, Elias Cirne Lima, começou a minis-trar aulas no curso em 1954. Nessa época, as aulas eram noColégio Rosário. As clínicas funcionavam no porão do Colé-gio, no turno da noite. “Como não tínhamos essa tecnologiaà disposição, usávamos a criatividade”, conta.

No Campus Central, a primeira unidade a ocupar asnovas instalações foi o curso de Odontologia. Foram anosde trabalho, conquistas e união. “Tudo o que era necessá-rio, conseguíamos”, afirma, lembrando do apoio da Insti-tuição nas realizações em benefício do curso.

Gratificação com os alunosSegundo Nocchi, o mais gratificante é reencontrar,

depois de décadas, ex-alunos, que mantêm o mesmo cari-nho e atenção. Ele lembra, com entusiasmo, de encontrorecente com uma ex-aluna no Congresso de Odontologia,em São Paulo. Atualmente, a profissional leciona em Ma-dri, e diz que leva sempre consigo os ensinamentos doprofessor. “Abri mão da aposentadoria para continuar mededicando ao ensino. Não hánada melhor do que o conví-vio com os jovens”.

Por vários anos, acom-panhou estudantes do cur-so de especialização em via-gens de aperfeiçoamentopara Europa. O con-tato com professo-res estrangeirospossibilitou queNocchi propor-cionasse inter-câmbio cominstituiçõesconceituadas.“Pretendo con-tinuar trabalhandoe me atualizandopara transmitirinformações àsnovas gerações”,conclui.

Quase meio século dedicadoao ensino de Odontologia

Em aula: Nocchi abriu mão da aposentadoria

Convívio com jovens também nas viagens

Foto: Arquivo Pessoal

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Martha começou a trabalhar no terceiro semestreda faculdade e atuou como redatora e diretora decriação em agências. Acredita que nesse período exer-citou a agilidade e objetividade. “A publicidade visaa convencer alguém a consumir. Quando escrevo,não deixa de ser um jogo de sedução. Mas vendoidéias e emoções. Quero que as pessoas leiam até aofinal”, salienta.

Momento de transiçãoEm 1993, o marido de Martha, também publici-

tário, foi transferido para o Chile. Mudaram-se com afilha (hoje com 11 anos) e ela parou de trabalhar du-rante oito meses. Aproveitou para exercitar a escri-ta. Quando retornou a Porto Alegre, Zero Hora lhe pe-diu um texto. A partir de então foram vários e hojepublica um às quartas-feiras e outro aos domingos.No início, Martha continuou a trabalhar como publi-citária, mas depois pôde seguir apenas como cronis-ta. Uma das vantagens é o estilo de vida. Escreve emcasa e organiza o tempo como melhor lhe convém.

A escritora gosta de todos os gêneros de litera-tura, tem uma lista interminável de autores preferi-dos e procura estar por dentro dos acontecimentos.“A overdose de informações às vezes me dá um tilt.Aí paro tudo e escrevo sobre saudade”, diz. ParaMartha, a escrita é uma forma de autoconhecimentoe de organizar o que pensa. “Estou cada vez maissentimental, querendo falar sobre coisas sempre emvoga, o que a gente sente”, salienta.

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Martha Medeiros, 41 anos, é como escreve: dire-ta, intuitiva e aberta a vivências e mudanças. Talvezpor expor sentimentos e pensamentos, os seus tex-tos fazem tanto sucesso. Publicitária formada pelaPUCRS em janeiro de 1983, trabalhou na área por 13anos e hoje atua somente como cronista do jornalZero Hora e do site Almas Gêmeas (www.terra.com.br/almas). Tem uma legião de fãs e recebe muitos e-mails. A maioria está relacionada a pedidos de con-selhos. Por se preocupar como portar-se diante des-sas situações, está planejando retornar à Universida-de no ano que vem para cursar Psicologia.

“Não vou agüentar ficar escrevendo a vida intei-ra”, comenta, dando a entender que pode partir paraoutra profissão. “Não precisamos morrer com as nos-sas escolhas.” Publicou 11 livros, entre eles Personanon grata, De cara lavada, Cartas extraviadas, Geraçãobivolt, Topless (Prêmio Açorianos de Literatura) e Trem-bala. Não satisfeita, também pretende lançar um ro-mance. Tem alguns esboços, mas não fala em prazos.“Sinto-me ainda virgem para a literatura”, admite.

A cronista acredita que a forma como escrevecria intimidade com os leitores. “Quem já não amou,sentiu ciúmes? É fácil de se identificar”, constata.Muitos pensam que Martha tem o poder de resolveros seus problemas. Responde a todos, mas procuranão interferir na privacidade. Houve até uma senho-ra que escreveu de Nova Iorque dizendo que largou afamília por causa de um texto. “Nossa! Achei que omarido iria querer me matar de espingarda na rua. Ecom razão”, brinca.

Sonho de ser escritorOutros que procuram a ajuda de Martha querem

publicar. Nesses casos, ela também prefere a cautelapara não desestimular nem iludir nin-

guém. “Não me sinto competentepara julgar. Meu trabalho é muitointuitivo.” Conta que há adoles-centes que estão certos de que

farão sucesso como primeiro livro.“Para escreverbem, é preciso tervivência”, afirma.

Ela aconselha osleitores a continua-rem se exercitandosem pressa. “As pes-soas hoje querem serpúblicas. Vivemos

numa sociedade emque quem não apare-

ce não existe. Isso éum equívoco.”

Martha Medeirosplaneja cursar Psicologia

por ANA PAULA ACAUAN

Receita: “Para escrever bem é preciso ter vivência”

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PLANTÃO DA MAMAO Centro de Mama da PUCRS realizou o Plantão da Mama, no

qual mais de cem mulheres receberam orientações sobre nutrição,diagnóstico precoce e auto-exame. A iniciativa de esclarecer sobreas formas de prevenção do câncer de mama teve repercussão tãopositiva que os serviços prestados durante o Plantão serão instituí-dos de forma permanente, uma vez por mês, sempre aos sábados.Nesse dia, toda a equipe de médicos, nutricionistas, psicólogos,pesquisadores e Voluntárias da Mama estarão à disposição.Inscrições e informações: (51) 3320-3000, ramal 2726 [email protected].

MOSTRA DE TALENTOS EM RPNo dia 11 de novembro ocorre a 19ª Mostra de Talentos em Relações Públicas. O evento é uma

promoção da Faculdade de Comunicação Social em conjunto com a turma de 7º nível do curso de RP.Os visitantes poderão conferir projetos realizados pelos alunos de 8º nível em instituições das áreaspública e privada e projetos de pesquisa. A Mostra de Talentos ocorre no prédio 41, das 19h30min às22h e é destinada a alunos, professores e comunidade em geral.

HISTÓRIA CULTURALO Departamento de História da Faculda-

de de Filosofia e Ciências Humanas, em par-ceria com outras instituições acadêmicas, pro-moveu o 1º Simpósio de História Cultural. Oevento tratou de temas como memória, his-tória e historiografia, cidade e imaginário,identidade, heróis e anti-heróis e história elinguagens. As palestras foram proferidas porrepresentantes da Unicamp, UFRJ, PUC-SP,École des Hautes Études en Sciences Sociales– Marseille (França), Universidad Nacional deGeneral Sarmiento (Argentina), entre outros.

LETRASA professora Regina Zilberman, coordenadora

do Programa de Pós-Graduação em Letras, foi elei-ta membro do Conselho Consultivo Regional da So-ciedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Du-rante o 7º Congresso sobre literatura portuguesa,sediado pela Brown University (EUA), Regina tam-bém foi escolhida para presidir a Associação Inter-nacional de Lusitanistas que reúne experts em lite-ratura lusófona de todo o mundo. O evento aindacontou com a participação dos professores Luiz An-tonio de Assis Brasil, Maria Eunice Moreira e Mariada Glória Bordini.

HONRA AO MÉRITOEm sessão solene realizada na

Câmara de Vereadores de Porto Ale-gre, o Ir. Avelino Madalozzo rece-beu o troféu Honra ao Mérito. A ho-menagem foi uma iniciativa do ve-reador Aldacir Oliboni.

FAPERGSO Conselho Técnico-Administrativo da

Fapergs designou professores da PUCRS paraintegrar sua assessoria científica. Comitê Ar-tes e Letras: Jayme Paviani, Leci Barbisan eMaria Luiza Remédios; Comitê de Arquiteturae Urbanismo: Maria Helena Machado; Comitêde Ciências Biológicas: Betina Blochtein;Comitê de Ciências Humanas e Sociais: Drai-ton de Souza e Doris Haussen; Comitê deEconomia e Administração: Carlos Nelson dosReis e Miriam Oliveira; Comitê Engenharias:João Carlos Beck; Comitê de Educação e Psi-cologia: Adriana Wagner e Maria Helena A-brahão; Comitê Física e Astronomia: RobertoHübler; Comitê Geociências: Jorge Villwock;Comitê Matemática, Estatística e Computa-ção: Fernando Luís Dotti e Helena Cury; Co-mitê de Química: André Souto; Comitê deSaúde: Bernardo Garicochea e Magda Nunes.

INICIAÇÃO CIENTÍFICAA Fapergs lançou o Programa Ins-

titucional de Iniciação Científica (Pro-bic), cujos objetivos são promover oenvolvimento de estudantes de gra-duação em atividades de pesquisa ci-entífica e favorecer a integração en-tre instituições de ensino superior depesquisa de Estado. O professor Faus-to Líbano foi designado para coorde-nar, na PUCRS, o Probic/2002. Tam-bém foi constituída uma Comissão deIniciação Científica para orientar, se-lecionar e avaliar as solicitações e res-ponder pela aplicação de recursos,formada pelos professores Renato Diase Maria Lúcia Nunes.

PRÊMIO EM TVO programa de TV Revista da PUC,

produzido pela Videopuc e veiculadona UNITV, canal 15 da Net, venceu a10ª edição do Gramado Cine Vídeo,mostra paralela do Festival de Cine-ma. A produção especial em home-nagem ao ambientalista José Antô-nio Lutzemberger conquistou o prê-mio de melhor vídeo jornalístico nacategoria TV Universitária.

SERVIÇO SOCIALO Núcleo de Pesquisas em Demandas e Políticas Sociais do Programa de Pós-

Graduação em Serviço Social trouxe à PUCRS a professora Concha Montañés, daUniversidade de Barcelona (Espanha), para uma conferência sobre Envelhecimento eEstresse. A iniciativa foi realizada em parceria com o Programa de Pós-Graduação emPsicologia, o curso de especialização em Gerontologia Social, a Associação Nacionalde Gerontologia e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

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NOVA BERLIMA Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em parceria com o Instituto Goethe de

Porto Alegre, promoveu a Mostra Nova Berlim – Arquitetura de uma Metrópole. A exposi-ção mostrou o processo de transformação da atual capital alemã, desde a queda domuro de Berlim, apresentando um modelo de implementação do conceito de megalópo-le moderna do século 21. A Mostra contou com o apoio da Embaixada da Alemanha.

ESQUIZOFRENIALinhas de pesquisa desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa em Esquizo-

frenia foram divulgadas no 1º Encontro de Pesquisa em Esquizofrenia paraa Comunidade, realizado no Teatro da PUCRS. O Grupo, coordenado pelo psi-quiatra Diogo Lara, desenvolve trabalhos científicos estudando novas dro-gas, alterações neurofisiológicas, neuropsicológicas e genéticas de pessoascom esquizofrenia. O encontro informou a comunidade sobre o andamentodos projetos de pesquisa e o perfil dos pacientes que podem participar comovoluntários. O Grupo de Pesquisa em Esquizofrenia conta com a colaboraçãoda Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos(www.agafape.org.br e (51) 3225-0395) e da Coordenadoria de Política e deAtenção Integral à Saúde Mental do Governo do Estado do RS.

CONCURSO DE MONOGRAFIASO Projeto Solidariedade da Pró-Reitoria de Assun-

tos Comunitários entregou os prêmios e certificadosaos participantes (foto) do Concurso de Monografias2002 sobre o tema Fraternidade e Povos Indígenas. Oprêmio de R$ 2 mil, ao 1º lugar, foi para a aluna daFaculdade de Direito, Renata Trindade. O mestrandoem Filosofia Marcelo Nunes foi o 2º colocado e rece-beu R$ 1 mil. O 3º lugar foi conquistado pelo funcio-nário da Editora Mundo Jovem, Rui de Souza, que re-cebeu R$ 500 reais. Em breve será lançado o próximoConcurso de Monografia, cujo tema será Idosos.

STAND CALOUROSO Centro de Pastoral Universitária promoveu mais uma edição do

Stand Calouros. Atividades culturais como palestras, jogos, apresenta-ções musicais e diversas ações de integração foram projetadas para re-cepcionar a comunidade acadêmica. A programação ocorreu no saguãodo prédio 11 e contou com a participação de inúmeros calouros. A inicia-tiva visa integrá-los entre si e ao ambiente acadêmico.

EDIPUCRSA obra Estatuários, Catolicismo e Gau-

chismo, de autoria do professor da Fa-culdade de Filosofia e Ciências HumanasArnoldo Doberstein, foi lançada pela Edi-pucrs e pela Livraria e Editora Acadêmi-ca. O livro apresenta um impressionanteconjunto de dados e uma arguta correla-ção da arte com o catolicismo e o posi-tivismo. O lançamento contou com a pre-sença do governador do Estado, OlívioDutra, autor do prefácio do livro.

COOPERAÇÃO INTERUNIVERSITÁRIAA Assessoria de Assuntos Internacionais e Interinstitucionais recebe inscrições até 20 de

setembro para o Programa de Cooperação Interuniversitária. Por intermédio do programa, os alu-nos poderão estudar e pesquisar numa universidade espanhola por no mínimo oito semanas, apartir de março de 2003. O requisito básico para participar da seleção é o conhecimento do idiomaespanhol. Informações: (51) 3320-3660, sala 201 do prédio 1.

DIREITOJuarez Freitas,

professor da Facul-dade de Direito, foidesignado para ocargo de membroconsultor da Co-missão de EstudosConstitucionais doConselho Federalda Ordem dos Ad-vogados do Brasil.

FÓRUM OLÍMPICOOs professores Nelson

Todt, das Faculdades deEducação e Educação Físi-ca, Roberto Mesquita, daFaculdade de Educação Fí-sica, e o aluno Luís Henri-que da Silva, também daEducação Física, represen-taram a PUCRS no FórumOlímpico 2002, realizadono Rio. Silva apresentoutrabalho e Todt e a Univer-sidade receberam um reco-nhecimento oficial do Cen-tro de Estudos Olímpicosde Lausanne (Suíça), pelapromoção e produção detrabalhos acadêmicos emOlimpismo.

SET UNIVERSITÁRIOA Faculdade de Comunicação promove-

rá de 21 a 23 de outubro a 15ª edição doSet Universitário, o festival de laboratóriosde Comunicação Social. A iniciativa reúnealunos dos cursos de Jornalismo, Publici-dade e Propaganda, Relações Públicas eTurismo juntamente com professores e pro-fissionais, possibilitando a troca de expe-riências e vivências nas suas áreas. O even-to reúne aproximadamente mil participan-tes em oficinas, palestras e painéis.

EDUCAÇÃO AMBIENTALA professora da Faculdade de Educação Ellen Re-

gina Mayhé Nunes é a nova presidente da CâmaraTécnica Permanente de Educação Ambiental do Con-selho Estadual do Meio Ambiente. O Conselho é vin-culado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, ges-tão 2002-2003.

VOLUNTARIADOO Programa Colméia Voluntária, co-

ordenado pela PRAC, em parceria coma Parceiros Voluntários, realizou o 3ºEncontro de Voluntariado Jovem do RioGrande do Sul. Participaram 660 jo-vens na faixa etária entre 14 e 18anos, alunos de escolas particulares epúblicas. Vindos de 18 municípios doEstado, os alunos acompanharam ofi-cinas ministradas por professores daUniversidade.

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mente da área de atuação, todos deveriam engajar-se auma causa. “Se cada pessoa fizer a sua parte formaremosum mutirão. É a chance de podermos atuar na sociedade”,destaca. Daniela fez parte do grupo que falou sobre pre-venção e sexualidade para mais de 100 jovens da Restinga.

Despertar competênciasAs ações pontuais são realizadas em apenas um dia,

mas o suficiente para mobilizar universitários, voluntáriose professores em torno da mesma causa. “A idéia é desper-tar em cada jovem competências e habilidades coletivas eindividuais indispensáveis na atualidade”, afirma Maria He-lena.

Nos próximos meses, a Pró-Reitoria de Assuntos Comu-nitários dará continuidade e intensificará o trabalho comoutras famílias. Um dos locais será a Vila Nossa Senhora deFátima. Para a professora Letícia Loureiro Corrêa, a partici-pação de todos é essencial para o sucesso das realizações.“Momentos assim possibilitam o desenvolvimento do espí-rito de solidariedade”, diz. Interessados em se integrar àcausa podem entrar em contato pelo telefone (51)3320-3508 ou [email protected].

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PUCRS promove açõespontuais junto à comunidadeAção Comunitária

A PUCRS está engajada na realização de ações comuni-tárias pontuais junto à população carente do Estado. Alu-nos, professores e funcionários vinculados aos cursos dePsicologia, Letras, Serviço Social, Matemática, Nutrição,Enfermagem, Fisioterapia e Odontologia – acreditam noresultado da união decorrente do trabalho em equipe. Den-tre os focos de atuação, ação promovida pela Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários atingiu uma das regiões da VilaRestinga que abriga mais de 800 famílias com renda médiade R$ 300. Contou ainda com a parceria do Tribunal deJustiça, que possibilitou a confecção de carteiras profissio-nais e de identidade. “A iniciativa impulsionará outras açõesno decorrer deste semestre”, explica uma das coordenado-ras do projeto, a Pró-Reitora de Assuntos Comunitários,Maria Helena de Oliveira.

Hoje a comunidade da Restinga já sabe como formarcooperativas, cultivar hortas e realizar cuidados domésti-cos. Cada uma das atividades propostas pela PRAC foi cui-dadosamente escolhida e discutida entre os líderes da co-munidade e a comissão de professores. A partir daí foramdesenvolvidas atividades de prevenção, educação e assis-tência, como programas de escovação e encaminhamentoodontológico aos ambulatórios da Universidade.

Educação e cidadaniaEmbora a estrutura física no local fosse mínima, seis

barracas doadas pela Brigada Militar serviram desde peque-nas enfermarias a espaço para a contação de histórias. Olugar ainda foi utilizado para pesagem e medição das cri-anças e adultos. Os casos mais sérios de saúde eram enca-minhados para tratamento em hospitais.

As famílias também aprenderam como tratar e reciclaro lixo, com o apoio do Instituto do Meio Ambiente. Avontade de buscar novas alternativas de trabalho e auto-sustentabilidade levou cada grupo a participar intensamen-te das atividades. “Procuramos deixar raízes na comunida-de”, diz Maria Helena de Oliveira.

Na opinião da estudante do 4º semestre da Faculdadede Enfermagem, Daniela Jardim, 19 anos, independente-

Restinga: população aprendeu a cultivar hortas

Acadêmicos ensinam crianças a escovar os dentes Atividades visam a estimular habilidades

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No plano jurídico, a constituição federal es-tabelece o Estado Democrático de Direito, do qualfaz parte o Ministério Público, ao qual incumbe adefesa da ordem jurídica e do regime democráti-co, entre outras atribuições. O Ministério PúblicoEleitoral compõe-se dos seguintes órgãos ou agen-tes: Procurador-Geral da República é o Procura-dor-Geral Eleitoral; Procurador Regional da Repú-blica ou Procurador da República, o ProcuradorRegional Eleitoral; e o Promotor de Justiça, oPromotor Eleitoral.

Cabe registrar que a Lei das Eleições, de 30de setembro de 1997, foi editada para regularde forma permanente o processo eleitoral. Regu-lou as eleições de 1998, de 2000 e está sendoaplicada em 2002. Desde 1997, somente sofreumodificações pontuais. O que dá maior seguran-ça à Justiça Eleitoral, ao Ministério PúblicoEleitoral, aos advogados, aos partidos e candi-datos.

Por outro lado, cabe ao Ministério Públicoagir no sentido de aplicar a legislação eleitoralpara que a mesma tenha efetividade e garanta alisura do processo eleitoral. Assim, a Procurado-ria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sulatuará em todos os processos relativos à propa-ganda eleitoral, direito de resposta, captaçãoilícita do sufrágio, na ocorrência de condutasvedadas aos agentes públicos, nas argüições deinelegibilidade, na investigação judicial eleito-ral, para investigar as transgressões relativas aoabuso do poder econômico, abuso do poderpolítico, à origem de valores pecuniários, àutilização indevida de meios de comunicaçãosocial.

Aqui ganha relevo a importância do Ministé-rio Público como defensor da constituição e dasociedade, pois se coloca além dos interesses par-tidários. O Ministério Público deve agir, tendo emvista a aplicação dos princípios da verdade elei-toral, da igualdade de oportunidades entre osconcorrentes, da normalidade e legitimidade daseleições. Em caráter inédito, a Procuradoria Regio-nal Eleitoral, em cooperação com o Tribunal deContas do Estado, irá fiscalizar a arrecadação eos gastos dos candidatos nas eleições de 2002,tendo como objetivos principais a fiscalização ea prevenção.

A democracia, no Brasil, como processo, vemgradativamente sendo consolidada. Entre as di-versas instituições que atuam no processo eleito-ral, o Ministério Público Eleitoral tem a impor-tante tarefa de fiscalização para garantir a nor-malidade e legitimidade das eleições, e a verdadeeleitoral.

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FRANCISCO DE ASSISVIEIRA SANSEVERINOProcurador Regional Eleitoralno RS e professor da Faculdadede Direito da PUCRS

Opin

ião

Segundo Norberto Bobbio, “quando falamosde democracia, a primeira imagem que nos vem àmente é o dia das eleições, longas filas de cida-dãos que esperam a sua vez para colocar o voto naurna”. Depois, acrescenta que “o voto, ao qual se

costuma associar orelevante ato de umademocracia atual, éo voto não para de-cidir, mas sim paraeleger quem deverádecidir.” Podemosafirmar que a demo-cracia, no Brasil, nosplanos jurídico e po-lítico, vem gradati-vamente afirmando-se, seja a partir domovimento das Dire-tas Já (1984); daeleição de Tancredo

Neves (1985); da convocação da Constituinte(1985), da discussão e elaboração (1987-1988)e a promulgação da Constituição (1988) e doimpeachment de Collor (1992). Tais fatos políti-cos servem para dizer que a democracia, comoprocesso, foi retomada há poucos anos, se consi-derada a história do Brasil como um todo.

A atuação do MinistérioPúblico Eleitoral nas eleições

“Em caráter inédito,a Procuradoria RegionalEleitoral, em cooperaçãocom o Tribunal de Contas

do Estado, fiscalizaráa arrecadação e os gastos

dos candidatos nas eleiçõesde 2002, tendo comoobjetivos principais a

fiscalização e a prevenção.”

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As tardes de segunda e terça-feira tor-naram-se indispensáveis para os 800 ex-alu-nos que participam do Curso de História doRio Grande do Sul para Egressos e TotalIdade,promovido pela Associação dos Ex-alunos daPUCRS em parceria com o Programa Geron.Com a duração de junho a novembro, asaulas gratuitas envolvem atividades e pales-tras sobre o folclore, as raízes gaúchas e osfatos que construíram a história do Estado.A atualidade dos temas e a chance de retor-nar à Universidade fizeram com que mais de1.700 pessoas buscassem o curso.

A previsão inicial era de 60 vagas, mas aintensa procura superou a expectativa dos orga-nizadores. “A solução foi ampliar, formar listasde espera e dividir as turmas”, explica a coor-denadora do curso, Beatriz Dornelles. Ela acre-dita que o diferencial está na diversidade dostemas e na qualidade dos palestrantes.

Música e arteAs aulas são ministradas por professores da

PUCRS e contam com a participa-ção de músicos, escritores e artis-tas. Um dos encontros teve a pre-sença dos músicos gaúchos Plau-to Cruz e Guaraci Gomes. Para aex-aluna da Faculdade de HistóriaMaria Lúcia Crippa foi uma ex-periência agradável aprender mú-sica brasileira do século 20 ao em-balo de sons de flauta, violão epercussão. Maria Lúcia leciona noCentro Educacional Supletivo, naCapital, e diz que pretende repas-sar os conhecimentos aos seus es-tudantes.

A relações públicas Janine Fra-ga não faltou a nenhum dia deaula e declara-se impressionadacom a organização do curso e aintegração das pessoas. “Aprendermais a respeito da história do Es-tado contribuirá com o meu tra-balho”, destaca. Janine concluiua faculdade em 1984 e trabalha

na organização de eventos e atividades cultu-rais. “Parabenizo a Instituição pela chance depoder estar aqui”.

O palestrante Iosvaldir Bittencourt, docenteda Faculdade de Comunicação Social, elogiou ainiciativa e comemorou a oportunidade de podertrocar conhecimentos. “Ministrar aulas para pú-blicos tão diversificados é uma forma de perpe-tuar a cultura local”, destaca.

Reaproximação de colegasNa opinião da professora Beatriz Dornelles,

o projeto também tem a finalidade de reaproxi-mar antigos colegas. As amigas Juliana Silveiroe Kátia Ribeiro perderam o contato depois daformatura, em 1987, no curso de Letras. “O re-encontro foi emocionado e cheio de novidades”,conta Juliana.

A intensa programação possibilitou aos novosestudantes a oportunidade de discutir cinema,arte, literatura e debater os rumos políticos doEstado. Temas que motivaram o músicoVictor Mateus Teixeira Filho – filho do faleci-do músico gaúcho Teixerinha – a inscrever-se nocurso. Formado em Engenharia Mecânica na déca-da de 80, Teixeira destaca a qualidade dos profes-sores e elege as aulas sobre Genealogia e Revo-lução Farroupilha como os pontos altos do curso.

A próxima edição terá como enfoque o resga-te das histórias de Porto Alegre. De acordo com acoordenadora, a idéia é mostrar o universo político,econômico e cultural que habita a cidade e seus con-trastes. Ex-alunos interessados em obter informa-ções podem entrar em contato pelo telefone (51)3320-3500, ramal 4701 ou [email protected].

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Cult

uraEx-alunos redescobrem a

Universidade

Música gaúcha: Plauto Cruz e Guaraci Gomes

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ