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1 PROF. DR. ÁQUILAS NOGUEIRA MENDES
ESOC CONSULTORIA ECONÔMICA LTDA
05 043 011 / 0001 - 72
Rua Pedroso Alvarenga, 401 – Apto. 131
Itaim-Bibi – CEP 04531-010
SÃO PAULO - SP
ASSESSORIA PARA ESTUDO SOBRE APURAÇÃO DO
FINANCIAMENTO E GASTO PÚBLICO EM SAÚDE NO
ESTADO DE SÃO PAULO
PRODUTO 3:
Relatório técnico sobre a análise da direção do gasto estadual
em saúde, organizados por finalidade, conforme as despesas
por categoria econômica, por subfunção da saúde, por níveis
de atenção em saúde, e para as Organizações Sociais em
Saúde (OSS) e aos municípios.
São Paulo, fevereiro/março de 2016
2 PROF. DR. ÁQUILAS NOGUEIRA MENDES
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Apresentação
Após ter analisado a magnitude do gasto do SUS realizado pelo Governo do
Estado de São Paulo, conforme apresentado no Produto 2 dessa Assessoria, passaremos
a preocupação fundamental de medir a direção desse gasto. Assim, este Relatório tem
como objetivo apresentar uma análise sobre a direção do gasto SUS realizado pela
Secretaria de Estado da Saúde (SES), incluindo as Fundações e Autarquias, buscando o
entendimento dos gastos por tipo de despesas e suas fontes, por finalidade, com
destaque à regionalização do gasto e dos gastos com as Organizações Sociais em Saúde
(OSS) e com os municípios.
O Relatório está organizado em quatro partes. A primeira apresenta a análise do
gasto do SUS realizado pelo conjunto da SES/SP/Fundações e Autarquias por natureza
da despesa e suas fontes, identificando o gasto por categoria econômica, com a inclusão
do grupo de despesa e da modalidade de aplicação e o gasto por elemento de despesa e
fontes de recursos.
A segunda parte discute a finalidade do gasto do SUS realizado pelo conjunto da
SES/SP/Fundações e Autarquias por Programa Orçamentário e por Projetos e / ou
Atividades, conforme classificação assim definida pela Lei do Orçamento Público, nº
4.320/64. A terceira parte aborda a direção do gasto do SUS regionalizado, mensurado,
pelo gasto para os Municípios, Entidades Filantrópicas e Aplicações Diretas (da
SES/SP), incluindo os dados relativos aos serviços de atendimento ambulatorial e
hospitalar, pelas Unidades Gestoras Executoras da SES / Fundações e Autarquias e pelo
gasto direcionado às Organizações Sociais de Saúde (OSSs).
A quarta parte apresenta uma síntese das principais evidências verificadas sobre
o financiamento e gasto em Saúde no Estado de São Paulo, de forma geral.
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1. O gasto do SUS realizado pelo conjunto da SES/SP / Fundações e
Autarquias por tipo de despesas e suas fontes
Ao se analisar a direção do gasto em saúde, ressalta-se em primeiro plano, o
gasto do SUS realizado por natureza das despesas e suas fontes, identificadas segundo o
gasto por categoria econômica, seu grupo de despesa e sua modalidade de aplicação e,
ainda, o gasto por elemento de despesa e suas fontes.
1.1. O gasto em saúde por categoria econômica
A apuração do gasto SUS quanto à natureza das despesas teve como finalidade
identificar a categoria econômica, o grupo de despesa e a modalidade de aplicação.
Na tabela 1 estão detalhados as despesas por categoria econômica e os grupos de
despesa e modalidade de aplicação que tiveram participação mais significativa no total
despendido como gasto SUS realizado pela SES/ Fundações e Autarquias.
Tabela 1 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações /Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo despesas por categoria econômica do Estado de São Paulo – 2012/2013/2014.
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Note-se que as despesas correntes sempre absorveram mais que 90,0% do total
dos recursos (95,7% em 2012, 95,5% em 2013, 96,1% em 2014), o que indica a pouca
prioridade concedida pela SES/ Fundações e Autarquias à ampliação da capacidade
instalada em saúde (tabela 1). Observou-se, contudo, um aumento da participação da
despesa de capital em 2013 que praticamente se manteve em 2014, por conta do maior
volume de recursos destinados a Investimentos. Este esforço foi decorrente dos recursos
do Tesouro Estadual, como se pode verificar nas tabelas 2, 4 e 6.
No que diz respeito aos gastos correntes, os principais dispêndios foram Outras
Despesas Correntes, sendo na modalidade de aplicação “Aplicações Diretas”, que
representaram 43,2% em 2012, 40,6% em 2013 e 37,7% em 2014 do total do gasto
(Tabela 1). Dentre estas Aplicações Diretas, destacaram-se os gastos com Serviços de
Terceiros Pessoa Jurídica, seguidos de Material de Consumo.
É digno de nota os gastos com Pessoal e Encargos Sociais que se comparam aos
gastos com serviços de terceiros por não apresentarem participação tão elevada no total
dos gastos, mas superior a esses últimos. Registre-se: 25,6%, 28,5% e 30,0% em 2012,
2013 e 2014, respectivamente.
Os dispêndios com transferências a instituições privadas sem fins lucrativos
também foram parte significativa dos gastos, sendo responsáveis por cerca de 24,8% em
2012, 23,12% em 2013 e 24,4% em 2014 do total do gasto SUS realizado pela SES/
Fundações e Autarquias. Vale frisar que esses gastos se referiam às transferências da
SES/ Fundações e Autarquias às Santas Casas localizadas nos municípios.
Dentre as despesas de capital, como era de se esperar, destacaram-se os gastos
com investimentos, que corresponderam a apenas cerca de 4,1% do total do gasto SUS
realizado pela SES/ Fundações e Autarquias no período analisado. Como indicam as
tabelas com os itens de elementos de despesa mais detalhados a seguir, a maior
participação desses gastos de investimentos foi no item “Obras e Instalações” (2012 e
2014) seguido de Equipamentos e Material Permanente (2013).
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1.2. O gasto em saúde por elemento de despesa e suas fontes
Com o intuito de aprofundar a análise por elemento de despesa também foram
considerados os Grupos de Despesa com abertura em seus principais elementos e fontes.
Esta forma de apresentação, pelo total do elemento de despesa e fonte, foi
escolhida porque apresenta o gasto da SES/ Fundações e Autarquias de maneira mais
detalhada do que quando comparado aos gastos apurados por órgãos, unidades
orçamentárias, subfunção e por programa orçamentário.
Ao se trabalhar com os dados do gasto SES/ Fundações e Autarquias, conforme
o elemento de despesa e fonte foi possível excluir vários itens que não se referem às
ações e serviços de saúde, de acordo com a Lei nº 141/2012.
Tendo em vista a grande quantidade de informações concernentes aos elementos
de despesa, realizou-se a abertura detalhada apenas daquelas com maior participação em
relação ao total dos gastos, ou seja, aqueles considerados como mais relevantes. Os
demais foram agrupados como Outros gastos.
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Tabela 2 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde, segundo
elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo – 2012 (em R$ dez/2014)
Continua...
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Tabela 3 – Percentual do Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo – 2012
Continua...
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Na divisão por grupo de despesa, Despesas Correntes e Despesas de Capital, a
participação do Tesouro como fonte foi maior no segundo grupo; do total das Despesas
de Capital, o Tesouro foi responsável por quase 86,1% do financiamento. Nas Despesas
Correntes, esta participação foi de 72,9% (Tabela 2) – o que, na verdade, explica quase
toda a participação do Tesouro no total do gasto, tendo em vista que as Despesas
Correntes corresponderam a cerca de mais de 90% do total dos gastos, nos três anos
analisados.
Em 2012, dentre as Despesas Correntes, o Tesouro respondeu pela maior parte
das despesas com “Pessoal e Encargos Sociais” (86,1%), Vinculados Federais foram
responsáveis por 12,4% e Recursos próprios Administração Indireta por 1,5%.
Já o financiamento do Tesouro foi menos concentrado nas “Outras Despesas
Correntes”, das quais respondeu por 68,1%, Vinculados Federais por 30,6%, Recursos
próprios Administração Indireta por 1,2% e Vinculados Estaduais por 0,1%. Dentre
essas Outras Despesas Correntes, os gastos com “Transferências para instituições
privadas sem fins lucrativos” foram financiados, majoritariamente, pela fonte
Vinculados Federal (66,4%) sendo a maior participação dessa fonte nos dispêndios com
Serviços de Saúde – Gestão Municípios/entidades, dos quais financiou 100%. Já nesse
bloco de despesas, os gastos com Convênios com Organizações Sociais, o tesouro teve
participação de 100% (Tabela 2).
Nos gastos com Aplicações Diretas o Tesouro participou com 88,8%,
Vinculados Federal foram responsáveis por 9,3% e Recursos próprios Administração
Indireta por 1,9%. Nos dispêndios com material de consumo, o Tesouro respondeu por
79,9% e o Vinculados Federal por 17,4% e Recursos próprios Administração Indireta
por 2,6%. No item Medicamentos e insumos farmacêuticos o Tesouro participou com
74,7%, enquanto o Vinculados Federal respondeu por 22,5% e Recursos próprios
Administração Indireta por 2,8%. Nos gastos com Serviços de terceiros – pessoa
jurídica, o Tesouro teve forte participação como fonte (93,3%), embora dentre esses
dispêndios, a fonte Vinculados Federal tenha sido responsável por 100% do
financiamento dos gastos com Serviço Saúde – Gestão municípios – privados.
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Tabela 4 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde, segundo
elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo – 2013 (em R$ dez/2014)
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Tabela 5 – Percentual do Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo - 2013
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O padrão dos gastos em 2013 foi muito semelhante ao de 2012, ou seja, as fontes
permaneceram com participações quase iguais na consecução dos dispêndios. Nas
Despesas Correntes, houve um aumento da participação do Tesouro, que passou de
72,9% para 75,02% do total dos recursos do Gasto do SUS realizado pela
SES/Fundações/Autarquias, com queda da fonte Vinculados Federal, que reduziu de
25,7% para 23,98%. Os demais permaneceram quase iguais.
Nas Despesas de Capital, por sua vez, a participação do Tesouro elevou-se de
86,1% em 2012 para 90,92% em 2013 do total dos recursos, enquanto a fonte
Vinculados Federal reduziu, passando de 13,4% para 8,76%, respectivamente (Tabela
5).
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Tabela 6 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde, segundo
elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo – 2014 (em R$ dez/2014)
Continua...
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Tabela 7 – Percentual do Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo elemento de despesa e fonte do estado de São Paulo - 2014
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Antes de tudo, é importante observar que o total do Gasto SUS realizado pela
SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde, segundo elemento de
despesa e fonte do estado de São Paulo para 2014 não confere totalmente, quando
extraído do SIGEO, com o total do Gasto SUS realizado pela
SES/Fundações/Autarquias referente às demais tabelas. Isso porque há uma diferença de
apenas R$ 545.036,58 a mais indicado no total da Tabela 6, isto é, R$
19.442.243.865,71, quando as demais tabelas apresentadas nesse Relatório para 2014
corresponderam a R$ 19.441.698.829,14.
Em 2014, a composição dos gastos permaneceu bastante semelhante, com uma
participação significativa da fonte Tesouro nas Despesas Correntes, ainda que se
retraindo em relação aos anos anteriores, 71,73% do total das despesas, sendo 72,9% em
2012 e 75,02% em 2013. Por sua vez, a fonte Vinculados Federal cresce a sua
participação no total das despesas, correspondendo a 26,01%, enquanto era 25,7% em
2012 e 23,98% em 2013. Nos gastos com Despesas de Capital, o Tesouro diminuiu sua
participação, passando para 73,68%, enquanto em 2012 havia sido de 86,1% e em 2013,
90,2%. Num movimento contrário, houve aumento significativo da participação da
fonte Vinculados Federal que passou de 8,76% em 2013 para 24,76% em 2014.
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2. O gasto do SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias por
finalidade
Para a apuração do gasto do SUS por finalidade, analisa-se o gasto por Programa
Orçamentário e por Projetos / Atividades. A primeira finalidade do gasto, isto é, a
despesa por programa corresponde ao instrumento de organização da ação da
SES/Fundações/Autarquias visando a concretização dos objetivos pretendidos, sendo
mensurado por indicadores estabelecidos no PPA.
2.1 O gasto em saúde por Programa Orçamentário
Ao se analisar o gasto SUS realizado pela SES/Fundações e Autarquias por
programas orçamentários, verificou-se para os quais foram destinados a maior parte dos
dispêndios (Tabela 8)
Tabela 8 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações /Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo programas orçamentários do Estado de São Paulo – 2012/2013/2014
Em R$ de dez/2014
Chama a atenção o Programa 0930 Atendimento Integral e Descentralizado no
SUS/SP, que foi responsável pela maior parcela dos gastos e apresentou um aumento de
6,5% no período, passando de R$ 15,1 bilhões, em 2012 para R$ 16,1 bilhões, em 2014.
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No entanto, quando se analisa a participação desse programa no total do gasto SUS
realizado pela SES/Fundações/Autarquias, verifica-se uma retração no mesmo período.
Em 2012 correspondeu a 88,3% do total dos recursos, em 2013 passou a representar
88,7% dos dispêndios, mas em 2014 correspondeu a uma diminuição, isto é, 82,7% do
total. Isto derivou de um forte aumento em valores absolutos do total do gasto SUS
realizado pela SES/Fundações/Autarquias. Cabe ressaltar que a apuração do gasto
SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias, em rubricas de caráter muito
geral, impede o conhecimento de quanto foi efetivamente despendido em ações
mais finalísticas de saúde, como políticas de redução da mortalidade infantil no
Estado, ou mesmo como o aperfeiçoamento do processo de descentralização e
regionalização da Assistência Farmacêutica, ambos indicados no Plano Estadual
de Saúde. Nota-se que esse programa orçamentário geral permanece no PPA da Saúde
há cerca de duas décadas, embora já tenha sido reiteradamente criticado,
particularmente na sua forma.
Uma novidade na análise dos programas orçamentários, diz respeito a criação do
Programa 1042 Assistência Médica, Hospitalar e Ambulatorial em Hospitais
Universitários apenas em 2014. Tal programa correspondeu a 4,5% do total dos
dispêndios do gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias, sendo a segunda
maior representação do total desse gasto, ao lado do Programa 0100 Suporte
Administrativo (4,6%).
2. 2 O gasto em saúde por Projetos / Atividades
As despesas classificadas por projeto referem-se a um instrumento de
programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de
operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. A despesa classificada por
atividade diz respeito a um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo.
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Tabela 9 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo projeto / atividade e fontes do Estado de São Paulo – 2012
(Em R$ de dez/2014)
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Tabela 10 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo projeto / atividade e fontes do Estado de São Paulo – 2013
(Em R$ de dez/2014)
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Tabela 11 – Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com ações e serviços de saúde,
segundo projeto / atividade e fontes do Estado de São Paulo – 2014
(Em R$ de dez/2014)
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A análise do gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias, por
projeto/atividade, entre 2012 e 2014, indicou que grande parte dos recursos estava
comprometida com duas atividades: 1) 4850 Atendimento Médico, Ambulatorial e
Hospitalar, sendo 29,4% do total do gasto SUS em 2012, 32,8% e 28,6%, em 2013 e
2014, respectivamente. Trata-se de reconhecer que essa rubrica também é geral e pouco
indica a finalidade do gasto em saúde; 2) 4852 Atendimento Ambulatorial Hospitalar
por Organizações Sociais, sendo 24,0% do total em 2012, 23,7% e 20,0%,
respectivamente nos anos seguintes. No caso dessas duas atividades a principal fonte
foi o Tesouro, sendo que na segunda atividade ela se constitui na única fonte.
Outro gasto considerado importante em relação ao total do gasto SUS realizado
pela SES/Fundações/Autarquias, ao longo do período analisado, referiu-se ao “Repasse
de Recursos Federais para Serviços Prestados por Municípios e Entidades sob Gestão
Estadual” (17,6%, 15,9% e 15,1%), respectivamente), de acordo com as tabelas 9, 10 e
11. Tal projeto (nº 5532) diz respeito ao pagamento de assistência médica ambulatorial
e hospitalar de média e alta complexidade, conforme recebimento e repasse de recursos
pela prestação de serviços e procedimentos médicos, oriundos do Ministério da Saúde
aos municípios e / ou entidades sob a gestão estadual. Dessa forma, a única fonte é
Vinculados Federal.
Merece menção, ainda, os gastos com as atividades 6117 Assistência
Farmacêutica Especializada que respondeu por 9,4% do total do gasto SUS em 2012,
7,9% e 7,4%, em 2013 e 2014, respectivamente e 4849 Apoio Financeiro Entidades
Filantrópicas Municipais que correspondeu a 7,9%, 7,4% e 11,5% do gasto total,
respectivamente. Ambas atividades contaram com o Tesouro como principal fonte.
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3. O Gasto Regionalizado SUS
Os dados disponibilizados pelo SIGEO – Sistema de Informações Gerenciais da
Execução Orçamentária não permitem que se obtenha a informação para ações e
serviços de saúde, segundo as regiões de saúde definidas pela SES/SP. Nas tabelas 12,
13 e 14 são apresentados os dados relativos aos serviços de atendimento ambulatorial e
hospitalar por fonte.
3.1 O gasto para Municípios, Entidades Filantrópicas e Rede Própria do
Estado
Tabela 12 – Gasto realizado pela SES/SP, segundo fontes para Municípios, Entidades Filantrópicas
e Aplicações Diretas na rede estadual – 2012
Em R$ de dez/2014
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Tabela 13 – Gasto realizado pela SES/SP, segundo fontes para Municípios, Entidades Filantrópicas
e Aplicações Diretas na rede estadual – 2013
Em R$ de dez/2014
Tabela 14 – Gasto realizado pela SES/SP, segundo fontes para Municípios, Entidades Filantrópicas
e Aplicações Diretas na rede estadual – 2014
Em R$ de dez/2014
Entre 2012 e 2014, verificou-se que a maior parte dos recursos foi direcionada a
Aplicações Diretas, termo da técnica orçamentária que corresponde a Rede Própria do
Estado. Essa despesa foi de R$ 7,7 bilhões em 2012, R$ 8,2 bilhões em 2013 e R$ 7,9
bilhões em 2014, correspondendo a 61,35%, 63,05% e 60,50%, respectivamente do
gasto total da SES/SP. A denominação Aplicações Diretas (Rede Própria do Estado)
inclui todos os hospitais, unidades ambulatoriais, as fundações de apoio e as
Organizações Sociais. Não inclui os hospitais Universitários.
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A parte do gasto da SES/SP transferida diretamente aos municípios apresentou
queda de 31,04% no período, sendo R$ 435,2 milhões, em 2012, R$ 284,3 milhões, em
2013 e R$ 300,1 milhões, em 2014, correspondendo a 3,46%, 2,18% e 2,29%,
respectivamente do total. Ressalta-se que a maior parte destas transferências se refere a
recursos do Tesouro. A única exceção foi o ano de 2012 em que as fontes foram
equilibradas entre o Tesouro e Vinculados Federal. Isto ocorreu em virtude que parte
destas transferências disseram respeito a recursos federais correspondentes aos valores
da produção hospitalar e ambulatorial dos municípios que não exerciam a plena
execução dos seus serviços.
O restante dos recursos repassados pela SES/SP foi destinado aos hospitais
filantrópicos localizados, na sua maioria, no interior do estado. Essa despesa foi
crescente no período analisado, correspondendo a cerca de R$ 4,4 bilhões em 2012, 4,5
bilhões em 2013 e R$ 4,9 bilhões em 2014. Observa-se que mais cerca de 60% destas
transferências referem-se a recursos federais.
É digno de nota que, a despeito das categorias de agregação do gasto aqui
definidas, os dados indicam as especificidades e os limites da descentralização dos
recursos da SES/SP. Essas questões referem-se à concentração de recursos destinados
aos hospitais da rede própria para os quais prevaleceram as fontes do Tesouro, embora a
fonte “Vinculados federal” apresente valores até significativos ao longo do período
analisado, cerca de 9,0% do gasto total com a rede própria.
3.2 O Gasto para Unidades Gestoras Executoras
Apresenta-se a seguir a apuração do gasto realizado pela
SES/Fundações/Autarquias de acordo com as Unidades Gestoras Executoras definidas
por esses Órgãos, que permite verificar a distribuição do gasto SUS pelos Hospitais,
Serviços em Geral, Coordenadorias da SES, Departamentos Regionais de Saúde (DRS),
etc.
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Tabela 15: Gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias segundo Unidades Gestoras
Executoras do Estado de São Paulo – 2012/2013/2014
Em R$ de dez/2014
Continua...
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Quanto ao gasto regionalizado segundo Unidades Gestoras Executoras (UGEs)
da SES/Fundações/Autarquias, no período analisado, observou-se que os maiores
dispêndios concentraram-se no: Gabinete do Coordenador da Coordenadoria de Gestão
de Contratos de Serviços de Saúde (responsável pelas Organizações Sociais),
representando 24,08%, 23,67% e 20,04% em relação ao total do gasto em 2012 (R$
17,1 bilhões), 2013 (R$ 18,7 bilhões) e 2014 (R$ 19,4 bilhões), seguido do Gabinete do
Coordenador da Coordenadoria de Regiões de Saúde, em que se encontram os 17
Departamentos Regionais de Saúde (DRS) da SES, correspondendo a 18,22%, 19,01% e
16,66%, respectivamente (Tabela 15). Dentre os DRS, destaca-se que as maiores
participações no total do gasto das UGEs, no período analisado, corresponderam, em
ordem decrescente, a DRS-XV São José do Rio Preto, a DRS-IX Marília e a DRS-VI
Bauru.
Com menores participações no gasto total, em relação às duas Coordenadorias
mencionadas, mas também com representações significativas no conjunto das UGEs, no
período analisado, destacam-se: Gabinete do Secretário e Assessorias (8,29%, 6,95% e
7,35%); Coordenadoria Geral da Administração (CGA) (8,17%, 0,69% e 0,60%) – com
o esvaziamento de sua representação em 2013 e 2014 -; Hospital das Clínicas de São
Paulo (6,67%, 7,00% e 6,42%); Departamento Regional da Grande São Paulo (DRS-I)
(2,42%, 2,46% e 2,86%) e Conjunto Hospitalar do Mandaqui (1,02%, 0,97% e 0,94%).
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3.3 O Gasto por Organizações Sociais
Outro componente importante do gasto regionalizado é aquele transferido às
Organizações Sociais. Essas Organizações na rede de serviços do governo do Estado de
São Paulo são controladas pela Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de
Saúde. A partir da reforma administrativa da SES/SP em 2006 que criou essa
coordenadoria, ficou estabelecida a sua responsabilidade por coordenar, no âmbito do
SUS, as atividades relacionadas à contratação de serviços de saúde, a realização da
gestão e controle administrativo e financeiros dos contratos e convênios, a avaliação da
atuação dos provedores, do impacto e dos resultados dos serviços de saúde contratados
e / ou conveniados e a contribuição para o planejamento e para a implantação de
estratégias de saúde e serviços.
Atualmente, os serviços de saúde gerenciados por OSS em São Paulo, por meio
do Contrato de Gestão, incluem Hospitais, Ambulatórios Médicos de Especialidade
(AME), Centro de Referência do Idoso (CRI), Centros de Realbilitação da Rede Lucy
Montoro, Centros Estaduais de Análises Clínicas (CEAC), Serviços de Diagnóstico por
Imagem (SEDI), Centro de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde
(CEADIS) e Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS).
A tabela 16 apresenta os gastos das Organizações Sociais para os anos de 2012,
2013 e 2014.
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Tabela 16 – Gasto SUS regionalizado realizado pela SES/SP, segundo Organizações Sociais (OS) –
2012/2013/2014
Em R$ de dez/2014
Continua...
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Entre 2012 a 2014, o gasto da SES/SP com as Organizações Sociais
praticamente se manteve estável, crescendo no período apenas 1,31%, isto é, passando
de R$ 3.361,8 milhões, em 2012, para R$ 3,666,0 milhões, em 2013, e para R$ 3.362,3
milhões, em 2014. Cabe mencionar que esses valores são menores que os encontrados
na análise do gasto para a UGE Gabinete do Coordenador da Coordenadoria de Gestão
de Contratos de Serviços de Saúde, conforme a tabela 15, que registraram R$ 4,1
bilhões, R$ 4,4 bilhões e R$ 3,9 bilhões, respectivamente. Considera-se importante
apurar a diferença entre esses gastos das OSS e da UGE.
A análise desse gasto por Organização Social, no período, indicou que os
maiores dispêndios foram direcionados à “Associação Paulista para o Desenvolvimento
da Medicina (SPDM)”, correspondendo a 14,14%, 16,44% e 17,18% respectivamente
do gasto total da SES/SP, com maior representação do Hospital Brigadeiro e do
Hospital das Clínicas Luiz de Pinho Melo; seguida do “Serviço Social de Construção
Civil do Estado de São Paulo”, representando 14,43%, 14,26% e 17,27%,
respectivamente, do total. Ressalta-se que os maiores dispêndios dessa OSS
concentraram-se no Hospital Estadual Sapobemba e o Hospital Estadual da Vila Alpina.
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4. Síntese das principais evidências verificadas sobre o financiamento e
gasto em Saúde no Estado de São Paulo
4.1 Capacidade de Receita do Governo do Estado para aplicar em saúde
O comportamento da Receita Disponível per capita do Governo do Estado
de São Paulo apresentou uma redução de 2,8%, entre 2012 a 2014, passando de R$
2.555,11 para R$ 2.483,01, o que aponta para uma fragilidade das finanças estaduais, a
fim de realizar as políticas públicas em geral, e a saúde em particular.
O grau dependência da Receita Disponível em relação aos Impostos
diminuiu de 91,1% para 87,6%, no período, o que demonstra a perda de autonomia
financeira do governo do Estado, por meio de seus impostos, indicando a fragilidade
e/ou menor possibilidade de implementar a política de saúde, passando a depender mais
em relação às transferências constitucionais federais.
Entre 2012 a 2014, verifica-se uma queda na evolução dos impostos per
capita de 6,6%, sendo superior ao total da evolução da Receita disponível per capita (-
2,8%). Essa queda é decorrente principalmente da redução constante do ICMS per
capita de 6,4%, seguido da redução do IPVA (-6,1%). Admite-se que o ICMS per
capita responde por uma média de 92% do total dos Impostos, no período, enquanto o
IPVA corresponde a uma parte média bem menor de 6,4% desse mesmo total.
Desde 2003, o comportamento da despesa pública do governo do Estado de
São Paulo foi bastante comprometido com o equilíbrio da dívida, prejudicando uma
maior evolução das despesas com políticas públicas sociais, especialmente a saúde. Isto
porque o governo do Estado de São Paulo vem trabalhando no sentido de diminuir os
limites possíveis fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em que a dívida
consolidada, ou seja, aquela considerada de longo prazo, com vigência superior a 12
meses, deve obedecer aos limites fixados, de 2,0 vezes a receita corrente líquida. Em
2003 e 2004, esse limite correspondeu a 2,24 vezes e 2,23 vezes. Somente a partir de
2005 verificou-se a diminuição desse limite (1,97 vezes).
De 2005 para 2014, o esforço do governo estadual em reduzir essa relação
entre a dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida foi sendo consumado,
passando de 1,97 vezes para 1,48 vezes, respectivamente. No entanto, em 2012 essa
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relação voltou a aumentar (1,54 vezes) e, mesmo com o esforço do governo estadual em
diminuí-la, em 2013, voltou a uma tendência de crescimento, registrando 1,48 vezes em
2014.
Na análise do comportamento das despesas com os juros e encargos dessa
dívida, denota-se um crescimento, entre 2012 a 2014, de 11,4%, enquanto as “Outras
Despesas Correntes”, que incluem as políticas públicas, em geral e a saúde, em
particular, foram reduzidas em 20,1%.
Especialmente, entre 2013 e 2014, o comprometimento do governo do
Estado de São Paulo foi muito mais com as despesas com juros e encargos da dívida,
em detrimento da aplicação com as despesas com ações e serviços de saúde
(SES/Fundações e Autarquias). Isso porque, as primeiras despesas aumentaram 8,7%,
passando de R$ 8.958,3 milhões para R$ 9.739,00 e as despesas com ações e serviços
de saúde (SES/Fundações/Autarquias) cresceram apenas 3,7%, passando de R$
18.746,7 milhões para R$ 19.441,7 milhões (dados dez/2014).
Em consonância com uma política econômica restritiva/neoliberal, o
governo do Estado de São Paulo veio mantendo, ao longo dos últimos anos, a prioridade
de manutenção de superávits primários. O Estado de São Paulo apresenta superávit
primário elevado desde 2003 (R$ 6,94 bilhões - 1º governo Alkmin), o que indica que
gasta menos do que arrecada há pelo menos 11 anos. É importante reconhecer que as
diminuições no comportamento do superávit primário (entre 2007 a 2009 e entre 2012 a
2014) ocorreram muito mais em razão da crise econômica que afetou a situação da
arrecadação, a um esforço de decisão da política governamental.
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4.2 A Magnitude do Gasto com Saúde no Estado de São Paulo
Ao se analisar o gasto público total com saúde, considerando o gasto que
inclui não só as despesas realizadas pelas administrações indireta e direta da
Secretaria de Estado da Saúde – SES, como também o dos demais órgãos do
Governo do Estado de São Paulo, denota-se que a SES/Fundações/ é responsável
pela grande maioria dos gastos, tendo realizado 85,8% de todos os gastos na função
saúde (10), em 2012, elevando-se ainda mais em 2013 para 88,1% e, em 2014, para
87,4%.
Ao se comparar esses anos, é interessante observar que algumas secretarias
que realizavam dispêndios bem menos significativos que a SES, mantém a mesma
participação no total dos gastos com a função saúde 10. São elas: Secretaria da
Ciência Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Inovação, sendo 6,2%, 5,0% e
5,2%, respectivamente; Secretaria de Gestão Pública – 4,7%, 4,6% e 4,9%.
Entre 2012 a 2014, verifica-se que o gasto SUS realizado pela
SES/Fundações/Autarquias cresceu 13,5%, passando de R$ 17,1 bilhões, em 2012
para R$ 19,4 bilhões em 2014. Os maiores dispêndios desse gasto ficam registrados
na Secretaria de Estado da Saúde (SES), correspondendo a 88,4%, isto é, R$ 15,1
bilhões, 87,9%, R$ 16,5 bilhões e 87,2%, R$ 16,9 bilhões, em 2012, 2013 e 2014,
respectivamente, do total desse gasto, indicando significativa concentração da
execução do orçamento pelo principal órgão responsável pela saúde no Estado de
São Paulo: a SES.
Em patamares menos elevados, o Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP apresenta a segunda maior participação no total do gasto SUS
realizado pela SES/Fundações/Autarquias, representado por 6,7%, em 2012, 7,0%,
em 2013, 6,4%, em 2014.
Na análise desse gasto por Unidades Orçamentárias somente da SES, a
Coordenadoria de Regiões de Saúde responde pela maior participação dos gastos,
31,7%, 30,2% e 31,0%, respectivamente; sendo seguida da Coordenadoria de
Gestão de Contratos de Serviços de Saúde (responsável pelas OSSs) que realizou
27,2%, dos gastos da SES, em 2012, 24,9%, em 2013, e 23,0%, em 2014.
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O gasto SUS total realizado pela SES/SP apresentou crescimento de 12,2%
no período analisado. As Unidades Orçamentárias com maior participação do total
do gasto realizado pela SES apresentaram crescimento no total dispendido em todos
os anos analisados, sendo a Coordenadoria de Regiões de Saúde 9,8%, a
Administração Superior Secretaria e Sede 12,3% e a Coordenadoria de Serviços de
Saúde com 14,2%. No entanto, nota-se queda no gasto realizado pela
Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde (-5,4%). Também, são
verificadas diminuições nos gastos da Coordenadoria de Controle de Doenças (-
7,1%) e no Conselho Administrativo do Fesima (Fundo Especial de Saúde para
Imunização em Massa e Controle de Doenças) (-24,0%).
O gasto do SUS realizado pela SES/Fundações e Autarquias por subfunção
indica que Assistência Hospitalar e Ambulatorial corresponde a maior
representação desse gasto total em 2012, 2013 e 2014, sendo 79,6%, 82,5% e
81,3%, respectivamente.
Ao longo do período analisado, o Tesouro constitui-se principal fonte de
quase todas as subfunções. A exceção fica para a subfunção Vigilância Sanitária em
que a fonte Vinculados Federal corresponde a maior parte.
Já a subfunção Atenção Básica inicia em 2012 com a única participação da
fonte Vinculados Federal. Em 2013, a fonte Tesouro passa a contribuir para essa
subfunção (12,8% do total). Em 2014, A subfunção “Atenção Básica” passou a ter
seus gastos fortemente financiados pelo Tesouro, responsável por 92,8% em 2014.
Isto se deve a que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP) publicou,
dia 09 de maio, a Resolução SS nº 50, a qual estabeleceu repasse de forma direta e
regular, na modalidade fundo a fundo, aos Fundos Municipais de Saúde, de R$ 3,00
per capita ao ano, referentes ao Piso de Atenção Básica (PAB) estadual. Tratam-se
de recursos do co-financiamento do estado para esse nível de atenção à saúde, por
meio de fontes do Tesouro.
Ao se comparar o gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias com
o gasto SUS informado ao SIOPS, verifica-se em 2012 um valor superior da
segunda informação do gasto (SIOPS) em comparação à primeira, isto é, R$ 11.723
milhões e R$ 11.069 milhões, respectivamente. Logo, o percentual de aplicação do
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gasto informado pelo SIOPS é maior (12,43%), a medida que o denominador da
Receita Disponível mantém-se o mesmo. Em 2013 e 2014, os valores do gasto SUS
realizado pela SES/Fundações e Autaquias são maiores que os valores informados
ao SIOPS. Assim, os percentuais de aplicação do gasto SUS realizado pela
SES/Fundações e Autarquias são superiores ao informado pelo SIOPS.
Sugere-se que a SES/SP busque compatibilizar os dados informados ao
SIOPS àqueles transmitidos pelo SIGEO. Espera-se que, no mínimo, seja fornecida
uma explicação para tais divergências.
Na comparação efetuada entre o Demonstrativo com Saúde da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) e os dados informados pela SES/SP ao SIOPS,
observou-se que os dados do Demonstrativo não são suficientemente claros e os
mesmos não conferem com as informações registradas no SIOPS e apresentadas no
ícone “Indicadores”. As informações comparadas foram Despesa com Saúde Total,
Despesa com Saúde com Recursos Próprios e Recursos de Transferências SUS
Federal.
Diante das diferenças apuradas entre o Demonstrativo da LRF e os registros
do “SIOPS indicadores”, sugere-se que o Cosems/SP solicite explicações da
SES/SP para fim de averiguação dessa situação.
Sugere-se que a SES/SP apresente as informações mais facilitadas e
checadas, como foi apresentado de certa forma para o ano de 2012. Ademais,
muitas das informações disponibilizadas nesses instrumentos não conferem com as
fornecidas pelo SIGEO.
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4.3 A Direção do gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias
A apuração do gasto SUS quanto à natureza das despesas revela que as
despesas correntes sempre absorveram mais que 90,0% do total dos recursos
(95,7% em 2012, 95,5% em 2013, 96,1% em 2014), o que indica a pouca prioridade
concedida pela SES/ Fundações e Autarquias à ampliação da capacidade instalada
em saúde.
Na análise dos gastos correntes, os principais dispêndios foram Outras
Despesas Correntes, sendo na modalidade de aplicação “Aplicações Diretas” (rede
própria do Estado), que representaram 43,2% em 2012, 40,6% em 2013 e 37,7% em
2014 do total do gasto. Dentre estas Aplicações Diretas, destacaram-se os gastos
com Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica, seguidos de Material de Consumo.
Os gastos com Pessoal e Encargos Sociais se comparam aos gastos com
serviços de terceiros por não apresentarem participação tão elevada no total dos
gastos, mas superior a esses últimos. Registre-se: 25,6%, 28,5% e 30,0% em 2012,
2013 e 2014, respectivamente.
Os dispêndios com transferências a instituições privadas sem fins lucrativos
também foram parte significativa dos gastos, sendo responsáveis por cerca de
24,8% em 2012, 23,12% em 2013 e 24,4% em 2014 do total do gasto SUS realizado
pela SES/ Fundações e Autarquias. Vale frisar que esses gastos se referiam às
transferências da SES/ Fundações e Autarquias às Santas Casas localizadas nos
municípios.
Dentre as despesas de capital, como era de se esperar, destacaram-se os
gastos com investimentos, que corresponderam a apenas cerca de 4,1% do total do
gasto SUS realizado pela SES/ Fundações e Autarquias no período analisado.
Em 2014, a composição dos gastos permaneceu bastante semelhante, com
uma participação significativa da fonte Tesouro nas Despesas Correntes, ainda que
se retraindo em relação aos anos anteriores, 71,73% do total das despesas, sendo
72,9% em 2012 e 75,02% em 2013. Por sua vez, a fonte Vinculados Federal cresce
a sua participação no total das despesas, correspondendo a 26,01%, enquanto era
25,7% em 2012 e 23,98% em 2013.
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Nos gastos com Despesas de Capital, o Tesouro diminuiu sua participação,
passando para 73,68%, enquanto em 2012 havia sido de 86,1% e em 2013, 90,2%.
Num movimento contrário, houve aumento significativo da participação da fonte
Vinculados Federal que passou de 8,76% em 2013 para 24,76% em 2014.
Ao se analisar o gasto SUS realizado pela SES/Fundações e Autarquias por
programas orçamentários, chama a atenção o Programa 0930 Atendimento Integral
e Descentralizado no SUS/SP, que foi responsável pela maior parcela dos gastos
(cerca de 85% do total) e apresentou um aumento de 6,5% no período, passando de
R$ 15,1 bilhões, em 2012 para R$ 16,1 bilhões, em 2014.
Deve-se considerar que a apuração do gasto SUS realizado pela
SES/Fundações/Autarquias, em rubricas de caráter muito geral, impede o
conhecimento de quanto foi efetivamente despendido em ações mais finalísticas de
saúde, como políticas de redução da mortalidade infantil no Estado, ou mesmo
como o aperfeiçoamento do processo de descentralização e regionalização da
Assistência Farmacêutica, ambos indicados no Plano Estadual de Saúde. Nota-se
que esse programa orçamentário geral permanece no PPA da Saúde há cerca de
duas décadas, embora já tenha sido reiteradamente criticado, particularmente na sua
forma.
A análise do gasto SUS realizado pela SES/Fundações/Autarquias, por
projeto/atividade, entre 2012 e 2014, indicou que grande parte dos recursos estava
comprometida com duas atividades: 1) 4850 Atendimento Médico, Ambulatorial e
Hospitalar, sendo 29,4% do total do gasto SUS em 2012, 32,8% e 28,6%, em 2013
e 2014, respectivamente. Trata-se rubrica geral e pouco indica a finalidade do gasto
em saúde; 2) 4852 Atendimento Ambulatorial Hospitalar por Organizações Sociais,
sendo 24,0% do total em 2012, 23,7% e 20,0%, respectivamente nos anos seguintes.
No caso dessas duas atividades a principal fonte foi o Tesouro, sendo que na
segunda atividade ela se constitui na única fonte.
Na análise do gasto realizado pela SES/SP para Municípios, Entidades
Filantrópicas e Aplicações diretas, verificou-se que, entre 2012 a 2014, a maior
parte dos recursos foi direcionada à Aplicações Diretas, termo da técnica
orçamentária que corresponde a Rede Própria do Estado (inclui todos os hospitais,
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unidades ambulatoriais, as fundações de apoio e as Organizações Sociais). Essa
despesa foi de R$ 7,7 bilhões em 2012, R$ 8,2 bilhões em 2013 e R$ 7,9 bilhões em
2014, correspondendo a 61,35%, 63,05% e 60,50%, respectivamente do gasto total
da SES/SP.
A parte do gasto da SES/SP transferida diretamente aos municípios
apresentou queda de 31,04% no período, sendo R$ 435,2 milhões, em 2012, R$
284,3 milhões, em 2013 e R$ 300,1 milhões, em 2014, correspondendo a 3,46%,
2,18% e 2,29%, respectivamente do total. Ressalta-se que a maior parte destas
transferências se refere a recursos do Tesouro.
O restante dos recursos repassados pela SES/SP foi destinado aos hospitais
filantrópicos localizados, na sua maioria, no interior do estado. Essa despesa foi
crescente no período analisado, correspondendo a cerca de R$ 4,4 bilhões em 2012,
4,5 bilhões em 2013 e R$ 4,9 bilhões em 2014. Observa-se que mais cerca de 60%
destas transferências referem-se a recursos federais.
Quanto ao gasto regionalizado segundo Unidades Gestoras Executoras
(UGEs) da SES/Fundações/Autarquias, no período analisado, observou-se que os
maiores dispêndios concentraram-se no: Gabinete do Coordenador da
Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde (responsável pelas
Organizações Sociais), representando 24,08%, 23,67% e 20,04% em relação ao
total do gasto em 2012 (R$ 17,1 bilhões), 2013 (R$ 18,7 bilhões) e 2014 (R$ 19,4
bilhões), seguido do Gabinete do Coordenador da Coordenadoria de Regiões de
Saúde, em que se encontram os 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) da
SES, correspondendo a 18,22%, 19,01% e 16,66%, respectivamente.
Dentre os DRS, destaca-se que as maiores participações no total do gasto
das UGEs, no período analisado, corresponderam, em ordem decrescente, a DRS-
XV São José do Rio Preto, a DRS-IX Marília e a DRS-VI Bauru.
Entre 2012 a 2014, o gasto da SES/SP com as Organizações Sociais
praticamente se manteve estável, crescendo no período apenas 1,31%, isto é,
passando de R$ 3.361,8 milhões, em 2012, para R$ 3.666,0 milhões, em 2013, e
para R$ 3.362,3 milhões, em 2014. Cabe mencionar que esses valores são menores
que os encontrados na análise do gasto para a UGE Gabinete do Coordenador da
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Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde, que registraram R$
4,1 bilhões, R$ 4,4 bilhões e R$ 3,9 bilhões, respectivamente. Considera-se
importante apurar a diferença entre esses gastos das OSS e da UGE.
A análise desse gasto por Organização Social, no período, indicou que os
maiores dispêndios foram direcionados à “Associação Paulista para o
Desenvolvimento da Medicina (SPDM)”, correspondendo a 14,14%, 16,44% e
17,18% respectivamente do gasto total da SES/SP, com maior representação do
Hospital Brigadeiro e do Hospital das Clínicas Luiz de Pinho Melo; seguida do
“Serviço Social de Construção Civil do Estado de São Paulo”, representando
14,43%, 14,26% e 17,27%, respectivamente, do total. Ressalta-se que os maiores
dispêndios dessa OSS concentraram-se no Hospital Estadual Sapobemba e o
Hospital Estadual da Vila Alpina.
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BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012. Regulamenta o
parágrafo 3º da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem
aplicados anualmente pela União, estados, Distrito Federal e municípios em ações e
serviços públicos de saúde; estabelece critérios de rateio dos recursos de transferências
para a saúde e outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 16 jan. 2012.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp141.htm. Acesso em:
6 out. 2014
MENDES, Áquilas et al. Apuração do gasto público regional em saúde no estado de
São Paulo. São Paulo: Instituto de Saúde. Temas em Saúde Coletiva, 6, 2008. 132p.
MENDES, Áquilas. Financiamento, gasto e gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS): a gestão descentralizada semiplena e plena do sistema municipal no Estado de
São Paulo (1995–2001)”. Tese (Doutorado)– Instituto de Economia Universidade
Estadual de Campinas. Campinas, 2005. 422 p.
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Prof. Dr. Áquilas Mendes
Pesquisador: Jair Leme Jr.