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@Med.cão ASSISTENCIA À GESTANTE REDE CEGONHA A rede cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional. COMPONENTES: DIRETRIZES Acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; Vinculação da gestante à unidade de referência para o parto, e ao transporte seguro; Boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; Atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; Acesso às ações de planejamento reprodutivo. OBJETIVOS Promover a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança; Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal.

ASSISTENCIA À GESTANTE - WordPress.com · Amniotomia deve ser retardada em casos de partos prematuros, oligâmnio e apresentações pélvicas. Deve-se proceder à amniotomia no final

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ASSISTENCIA À GESTANTE

REDE CEGONHA

A rede cegonha é uma estratégia do Ministério

da Saúde que visa implementar uma rede de

cuidados para assegurar às mulheres o direito ao

planejamento reprodutivo e a atenção humanizada

à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como

assegurar às crianças o direito ao nascimento

seguro e ao crescimento e desenvolvimento

saudáveis.

Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e

organizar a atenção à saúde materno-infantil no

País e será implantada, gradativamente, em todo o

território nacional, iniciando sua implantação

respeitando o critério epidemiológico, taxa de

mortalidade infantil e razão mortalidade materna e

densidade populacional.

COMPONENTES:

DIRETRIZES

Acolhimento com avaliação e classificação de risco

e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria

da qualidade do pré-natal;

Vinculação da gestante à unidade de referência

para o parto, e ao transporte seguro;

Boas práticas e segurança na atenção ao parto e

nascimento;

Atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com

qualidade e resolutividade;

Acesso às ações de planejamento reprodutivo.

OBJETIVOS

Promover a implementação de novo modelo de

atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com

foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao

crescimento e ao desenvolvimento da criança;

Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e

Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento

e resolutividade;

Reduzir a mortalidade materna e infantil com

ênfase no componente neonatal.

@Med.cão

DIRETRIZES DA ASSISTÊNCIA

HUMINIZADA (LEI 11.108)

Permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)

acompanhante durante todo período de trabalho de

parto, parto e pós-parto imediato, que será indicado

pela parturiente;

O diálogo franco, a sensibilidade e a capacidade de

percepção de quem acompanha o pré-natal são

condições básicas para que o saber em saúde seja

colocado à disposição da mulher e da sua família –

atores principais da gestação e do parto;

A Política Nacional de Humanização (PNH) define

por humanização um certo modo de fazer inclusão

traduzido pelo seu método: o método da tríplice

inclusão. Ou seja, a humanização se efetiva pela

inclusão – nos espaços de atenção, gestão e

formação em saúde;

HUMANIZAÇÃO

Fomento da autonomia e protagonismo desses

sujeitos;

A valorização dos diferentes sujeitos implicados no

processo de produção de saúde – usuários(as),

trabalhadores(as) e gestores(as);

A co-responsabilidade entre eles; o

estabelecimento de vínculos solidários e de

participação coletiva no processo de gestão;

Identificação das necessidades sociais de saúde;

mudança nos modelos de atenção e gestão;

Compromisso com a ambiência, melhoria das

condições de trabalho e de atendimento;

Rede de cuidados que visa assegurar à mulher e à

criança, o direito à atenção humanizada durante o

pré-natal, parto/nascimento, puerpério e atenção

infantil em todos os serviços de saúde do Sistema

Único de Saúde (SUS);

Vinculação de unidades que prestam atenção pré-

natal às maternidades/ hospitais, conforme

definição do gestor local;

@Med.cão

Garantia dos recursos humanos, físicos, materiais e

técnicos necessários à atenção pré-natal,

assistência ao parto e ao recém-nascido e atenção

puerperal, com estabelecimento de critérios

mínimos para o funcionamento das maternidades e

unidades de saúde;

Captação precoce de gestantes na comunidade;

Garantia de atendimento a todas as gestantes que

procurem os serviços de saúde;

Garantia da realização dos exames complementares

necessários;

Garantia de atendimento a todas as parturientes e

recém-nascidos que procurem os serviços de saúde

e garantia de internamento, sempre que necessário;

Garantia de acompanhante durante o trabalho de

parto, no parto e no pós-parto;

Incentivo ao parto normal e à redução da cesárea

desnecessária;

Vinculação à Central de Regulação Obstétrica e

Neonatal, de modo a garantir a internação da

parturiente e do recém-nascido nos casos de

demanda excedente;

Transferência da gestante e/ou do neonato em

transporte adequado, mediante vaga assegurada em

outra unidade, quando necessário (SAMU);

Garantia de atendimento das intercorrências

obstétricas e neonatais;

Atenção à mulher no puerpério e ao recém-nascido.

Ministério da Saúde lançou a (PNH)

incentivando a utilização de programas de

acolhimento com classificação de risco nos

setores de emergência. Esse tipo de programa

auxilia na qualificação do trabalho realizado

nas emergências obstétricas, proporcionando

redução no tempo de espera das pacientes,

organizando o fluxo de atendimento e

facilitando uma atuação rápida de equipe nos

casos mais urgentes.

ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO

AVALIAÇÃO INICIAL DA PARTURIENTE

Os cuidados iniciais dispensados à parturiente

envolvem a anamnese dirigida à verificação da

existência de doença prévia ou diagnosticada

durante o pré-natal, o exame físico inicial e a

avaliação da vitalidade fetal. A paciente deverá ser

abordada quanto à possibilidade de colonização

pelo estreptococo do grupo B, instituindo-se a

profilaxia necessária em casos positivos ou com

risco potencial

Exame físico inicial

O exame físico inicial envolve exame físico geral

materno, com verificação da pressão arterial, da

frequência cardíaca, da temperatura e do peso;

exame físico especial; e exame obstétrico, no qual

se avaliam o padrão das contrações uterinas, a

palpação obstétrica, o exame vaginal e a vitalidade

fetal. O exame obstétrico tem como objetivo

principal avaliar os três parâmetros que interferem

na evolução do trabalho de parto: o feto, o canal de

parto (incluindo a avaliação da bacia obstétrica) e a

dinâmica uterina.

Avaliação vaginal

• Avaliação da integridade das

membranas amnióticas e observar as

características do líquido aminiótico

• Sangramento vaginal: verificar a presença

e a quantidade de sangramento.

• Colo uterino: deverá ser quantificada a

dilatação cervical (0 a 10 cm) e, ainda,

deve-se estudar o esvaecimento cervical, o

tipo de apresentação (região fetal que ocupa

a área do estreito superior e nele irá se

insinuar), a variedade de posição (relação

entre o ponto de referência materno e o

ponto de referência fetal) e a altura em

relação aos planos de De Lee

• Pelve materna: realizar a pelvimetria

Cardiotocografia na admissão não é

indicada

Exames laboratoriais

@Med.cão

• Tipo sanguíneo ABO/fator Rh

• Teste rápido para (HIV

Preparo do paciente: Enema e tricotomia não

são preconizados

ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO DO

TRABALHO DE PARTO

Postura da parturiente: deve-se incentivar a

paciente a andar e sentar em cadeiras confortáveis

e não há indicação na redução da duração do

trabalho de parto, a deambulação deve respeitar, as

características e a disposição individual de cada

gestante. No trabalho de parto, a posição em

decúbito lateral associa-se a um melhor padrão de

contrações uterinas, que se tornam menos

frequentes e mais intensas.

Analgesia: A analgesia durante o trabalho de parto

deve respeitar o limiar da dor, que é individual.

Assim, ela deve ter por objetivo proporcionar

conforto à parturiente.

Controle materno: Os sinais vitais como pulso,

pressão arterial e temperatura são rotineiramente

avaliados a cada 4 horas para gestantes de baixo

risco. Em casos de crise hipertensiva/ diabetes,

deve-se avaliar estes sinais com menor intervalo de

tempo e fazer o controle glicêmico;

Alimentação e flúidos venosos: Não há consenso

na literatura referente à ingestão de alimentos e

líquidos durante o trabalho de parto. O Jejum

justifica-se pelo risco de vômitos e pneumonite

aspirativa. É Recomendado adotar a pausa

alimentar durante o trabalho de parto, garantindo

por meio de fluidos intravenosos que a paciente

receba aporte calórico adequado → oferecida a

possibilidade de ingestão de alimentos que

produzam poucos resíduos, como líquidos

adocicados, gelatinas e sorvetes de frutas;

A manutenção rotineira de acesso venoso deverão

ocorrer apenas quando se fizerem necessárias,

como em casos em que estão sendo administrados

antibióticos, nas induções de trabalho de parto, em

trabalhos de parto prolongados e quando se utiliza

analgesia e medicamentos indutores do trabalho de

parto.

Assistência obstétrica: O acompanhamento do

trabalho de parto envolve, além de constante

avaliação clínica da parturiente, individualizada

segundo a presença ou não de doenças maternas,

especial atenção às contrações uterinas, à dilatação

do colo do útero, à descida da apresentação fetal, à

condição das membranas ovulares e à

monitorização da frequência cardíaca fetal, da

altura da apresentação e do uso de ocitócitos. Todos

os dados da avaliação devem ser registrados no

partograma da instituição.

Contrações uterinas: Podem ser avaliadas pela

palpação abdominal, por tocodinamômetro externo

ou pela introdução de catete intra-aminiótico de

pressão intrauterina. A avaliação da dinâmica

uterina deve levar em consideração a frequência e

duração das contrações uterinas

Toque vaginal: Informações sobre dilatação do

colo do útero, condição das membranas ovulares,

tipo de apresentação, na variedade de posição e

descida da apresentação fetal. Deve-se realizar a

quantidade mínima necessária para se obter as

informações sobre a evolução do trabalho de parto,

sem que aumente o risco de infeção intra-amniótica

Descida da apresentação: Em geral acompanha a

dilatação cervical

Condição das membranas ovulares: A

verificação de que as membranas ovulares estão

rotas conduzirá o obstetra a tomar medidas e

cuidados necessários para evitar ou diagnosticar a

presença de infecção ovular.

Amniotomia: pode reduzir 1 a 2 horas do trabalho

de parto ativo, bem como a utilização da ocitocina,

@Med.cão

porém isso ainda é discutível → usado mais

comumente em partos com distócia. Amniotomia

deve ser retardada em casos de partos prematuros,

oligâmnio e apresentações pélvicas. Deve-se

proceder à amniotomia no final da contração

uterina, na parte superior da bolsa das águas

(equiva lente à posição de 12 horas do relógio);

realizar o esvaziamento gradual da cavidade

uterina e proceder à monitorização fetal com o

objetivo de identificar sinais de compressões

funiculares (desaceleração umbilical

intraparto).Caso a paciente apresente sorologias

positivas para hepatite B ou C ou ainda para o HIV,

não deve ser realizada a amniotomia com o intuito

de minimizar o risco da transmissão vertical

Prolapso de cordão: Mais frequente em casos de

apresentação fetal não cefálica, prematuridade,

gestação múltipla e polidrâmnio, amniotomoa,

aminioinfusão e aplicação de fórcipe. Quando

ocorre há evidência de desacelerações variadas de

repetição ou bradicardia. Após diagnosticar o

prolapso de cordão, deve-se realizar a cesárea

imediatamente, evitando-se, por meio de toque

vaginal, que a apresentação fetal (em geral o polo

cefálico) promova compressão do cordão umbilical

Monitorização fetal intraparto: Ausculta

intermitente dos batimentos cardíacos fetais com

sonar Doppler e cardiotocografia contínua, o

estetoscópio de Pinard não é adequado.

A auscuta intermitente na contração e no primeiro

minuto seguinte por 5 a 10 contrações seguidas.

Preconiza que no primeiro período do trabalho de

parto a ausculta seja realizada a cada 15 minutos e

durante o segundo período (período expulsivo), a

cada 5 minutos → 1 Profissional para cada duas

pacientes. A monitorização contínua da frequência

cardíaca fetal em gestações de baixo risco não

apresenta benefícios evidentes. Em gestações de

alto risco para sofrimento fetal, a cardiotocografia

intraparto contínua associa-se à diminuição das

convulsões no período neonatal

Cardiotocografia intraparto: A monitorização

eletrônica da frequência cardíaca fetal tem por

objetivo identificar fetos que apresentam

sofrimento fetal, evitando-se assim possíveis danos

cerebrais e o óbito fetal.

• Decalagem é o intervalo de tempo entre o

início da contração e o início da

desaceletação

• Entende-se por desaceleração ou

desaceleração intraparto a queda

transitória da frequência cardíaca fetal

motivada por contrações uterinas. As

desacelerações podem ser classificadas em

precoces, tardias e umbilicais

• Desacelerações precoces: A hipótese

proposta por Caldeyro-Barcia et al.7

explicam a ocorrência da desaceleração

precoce pela compressão da cabeça fetal

secundária às contrações. Nessa situação,

postula-se que exista aumento da pressão

intracraniana, fato que levaria a redução no

fluxo sanguíneo cerebral, acredita-se que a

redução da oxigenação local estimula o

centro vagal no assoalho do quarto

ventrículo levando à diminuição da

frequência cardíaca fetal, o que seria

concomitante à queda local da pressão

parcial de oxigênio (pO2). Assim, na

desaceleração precoce, a queda da

frequência cardíaca fetal é coincidente com

a contração uterina ou, caso apresente

decalagem, será inferior a 15 segundos.

Normalmente ocorre no período expulsivo.

Não são acompanhadas de hipóxia ou

acidose fetal

• Desacelerações tardias: causadas por

hipoxemia fetal resultante da redução do

fluxo sanguíneo placentário em feto com

baixa reserva de oxigênio. Fetos com baixa

reserva de oxigênio não suportam a redução

do fluxo sanguíneo durante as contrações

uterinas e têm sua pO2 inferior a 16 a 18

mmHg, o que estimularia o centro vagal no

assoalho do quarto ventrículo levando à

diminuição da frequência cardíaca fetal.

o São recorrentes e simétricas, e

iniciam-se após o período de

decalagem de 20 a 30 segundos

o Clinicamente, as desacelerações

tardias associam-se à diminuição do

pH fetal e a maior morbidade e

mortalidade perinatal

@Med.cão

o Quanto mais frequentes forem as

desacelerações, maior o risco de

acidose metabólica

• Desacelerações variáveis ou umbilicais:

As desacelerações variáveis são recorrentes

e não apresentam relação temporal, de

forma fixa, com as contrações uterinas. Seu

início e término são abruptos, podendo ser

precedidas ou seguidas por pequenas

acelerações resultantes de compressão

transitória do cordão umbilical

(compressão da veia umbilical) e

denominadas acelerações-ombro

o A oclusão dos vasos umbilicais

exclui o leito placentário de baixa

resistência da circulação fetal e,

assim, ocorrem aumento da

resistência vascular periférica e

aumento transitório da pressão

arterial, que por um mecanismo

reflexo estimula os barorreceptores

com consequente redução da

frequência cardíaca fetal

o Como consequências da interrupção

intermitente das trocas materno-

fetais, ocorrem a redução do nível

de oxigênio e o acúmulo de dióxido

de carbono no sangue fetal. Assim,

poderá ser instalada acidose fetal

mista na dependência da frequência

e da duração dos episódios de

compressão do cordão umbilical.

ASSISTÊNCIA AO SEGUNDO PERÍODO DO

TRABALHO DE PARTO

Quando a dilatação do colo uterino está completa,

pode-se dizer que se iniciou o segundo período do

trabalho de parto.

Contrações tornam-se mais frequentes, com maior

intensidade e duração, a paciente sente desejo de

defecar. O mais importante é garantir que durante

todo o período expulsivo não exista sofrimento

fetal, por meio da monitorização contínua da

frequência cardíaca fetal.

Tricotomia: apenas na região a ser incisada, e que

aconteça o mais próximo possível do momento da

incisão da pele.

Posição da parturiente: Recomenda-se a posição

de Laborie-Duncan por favorecer a ação da

gravidade, minimizar os riscos de compressão da

aorta e da veia cava inferior e facilitar a progressão

fetal. Essa posição ainda favorece a ampliação dos

diâmetros anteroposteriores do estreito médio e

principalmente do estreito inferior.

Força expulsiva: Esforços expulsivos (puxos),

quando não são desencadeados espontaneamente,

só devem ser encorajados quando a dilatação

cervical é completa, ou seja, no período expulsivo.

Caso haja desaceleração é necessário aguardar a

recuperação da frequência cardíaca fetal. Orienta-

se à paciente que, após inspiração profunda, realize

puxo com duração de aproximadamente 10

segundos concomitante com a contração uterina.

Normalmente, é possível a realização de três puxos

em cada contração (puxo dirigido)

Controle da vitalidade fetal: observação de

desacelerações precoces

Preparação para o parto: assepsia de monte

púbico, sulcos gênitocrurais e terços superiores da

face interna da coxa, região vulvar, vaginal e anal.

Procede-se à colocação de campos esterilizados,

reduzindo os riscos de infeção

CUIDADOS NO PARTO

Proteção do períneo: Alguns preconizam apenas

a realização de pressão na região perineal, levando-

a de encontro à apresentação fetal, sem realização

de episiotomia. O objetivo dessa manobra é

promover desprendimento lento do polo cefálico

Epsiotomia e perineotomia: tem como objetivo

evitar as alterações estruturais do assoalho pélvico,

representadas tanto por lesões musculares

decorrentes da compressão pelo polo cefálico

quanto por aquelas devidas a lacerações perineais

@Med.cão

por ocasião da passagem do feto, deve ser usada de

forma restrita. Assim, preconiza-se que ela seja

realizada quando o polo cefálico puder ser

visualizado, durante as contrações. A episiotomia

pode ser lateral, mediolateral ou mediana

(perineotomia)

Apesar das aparentes vantagens da perineotomia,

esta só deve ser indicada quando se observa que o

tamanho do feto e a distância entre a fúrcula

vaginal e o ânus são suficientes para que não

ocorram lacerações perineais de terceiro e de

quarto graus.

Desprendimento do polo cefálico: deve ser lento

e gradual com uma das mãos espalmada e apoiada

no períneo e a outra favorecendo sua flexão. Após

completar-se o desprendimento do polo cefálico,

deve ser verificada a presença de circulares

cervicais, que devem ser desfeitas passando-se a

alça de cordão pelo polo cefálico ou pelos ombros.

Caso essa manobra seja dificultada pela presença

de circulares muito justas, pode ser feita a opção

pela secção do cordão umbilical entre duas pinças.

Aspiração de líquido amniótico na orofaringe e

na nasofaringe: esse procedimento não é realizado

rotineiramente.

Cuidados na rotação externa: A rotação externa,

em geral, se processa de forma espontânea; caso

não ocorra, pode ser guiada pelo obstetra,

mantendo-se o princípio de observar a tendência

natural exibida pelo feto, que irá promover a

restituição da posição de insinuação do polo

cefálico ao início do trabalho de parto.

Desprendimento do biacromial e do tronco: O

obstetra posiciona suas mãos espalmadas sobre os

parietais fetais e realiza a tração do polo cefálico

para baixo, com liberação do ombro anterior, e em

seguida traciona o para cima, conseguindo a

liberação do ombro posterior. À medida que

progride a expulsão fetal, o obstetra deve dirigir

uma de suas mãos pelo dorso fetal até conseguir

apreender os maléolos do recém-nascido.

Clampeamento do cordão umbilical: deve

ocorrer depois de um intervalo de

aproximadamente 1 minuto após o parto. Após o

clampeamento do cordão, pode ser realizada uma

nova ligadura de alça de cordão, da qual se obtém

amostra de sangue para avaliação das condições de

nascimento (pH e déficit de bases da artéria

umbilical), determinação do tipo sanguíneo ABO e

do fator Rh e demais exames que se façam

necessários para o recém-nascido

ASSISTÊNCIA AO TERCEIRO PERÍODO

DO TRABALHO DE PARTO

Após o clampeamento do cordão, a atenção deve

ser dirigida à dequitação. Não devem ser realizadas

manobras para promover o descolamento da

placenta de forma rápida, pois o tempo necessário

para a dequitação é muito variável.

Assim, devese observar de forma atenta a

existência de sangramento abundante e, caso ocorra

essa intercorrência, promover o manejo ativo do

terceiro período, que pode incluir a extração

manual da placenta

Sinais do descolamento de placenta:

• Elevação do fundo uterino em 2 a 3 cm com

desvio para a direita (sinal de schoeder)

• Forma discoide e globosa do útero quando

avaliado no sentido anteroposterior (sinal

de calkins)

• Não transmissão da tração do cordão à mão

que palpa o fundo do útero (sinal de fabre)

• Ausência da propagação da percussão do

fundo do útero até o cordão umbilical (sinal

de strassmann)

• Elevação do útero por meio de palpação

abdominal e não acompanhada de

movimentação do cordão umbilical (sinal

de Kustner)

Expulsão da placenta: Decida progressiva do

cordão umbilical (sinal de ahlfeld) com rotação

deste (sinal de hochenbichler). Descrita como

sensação de peso retal, também conhecida como

sinal da placenta (sinal de calmam ou sinal de

Mickulicz-Radecki)

Pelo toque vaginal identificar a presença de

placenta em fornice posterior (sinal de garber)

@Med.cão

Assim que a placenta se apresenta no introito

vaginal, solicita-se à mulher que exerça pequena

pressão abdominal para sua completa expulsão.

Nesse momento, rodase a placenta para que o

desprendimento das membranas seja completo

(manobra de Jacobs)

Após a retirada da placenta, deve-se avaliá-la

procurando certificar-se de que a expulsão foi

completa. Caso existam dúvidas a esse respeito,

procede-se à curagem e à revisão da cavidade

uterina.

Após o término da dequitação, deve-se revisar o

canal do parto à procura de eventuais lacerações

que serão suturadas, assim como a episiotomia

Reparação de lacerações no canal de parto e

episiorrafia: Em lacerações cervicais deve-se

utilizar fio reabsorvível de curta duração, com

pontos simples. Já em lacerações vaginais deve-se

usar pontos simples ou contínuos com fio

reabsorvivel e de curta duração;

É preciso analgesia adequada, que pode ser feita

com acetaminofeno 500 mg e/ou dipirona 600 mg

e codeína, se necessário, para evitar o aparecimento

da dor; gelo no local nas primeiras horas para

melhorar a dor e o edema;

PUÉRPERO IMEDIATO

Compreende a primeira hora após o parto e tem

importância no que concerne à observação de

eventuais hemorragias

A infusão de ocitocina iniciada após a dequitação e

o próprio mecanismo fisiológico da retração

uterina (globo de segurança de Pinard) são

suficientes para conter o sangramento do leito

placentário. Recomenda-se a infusão de vinte

unidades de ocitocina diluídas em 500 mL de soro

fisiológico ou glicosado a 5% nas primeiras 6 horas

após a dequitação. Caso ocorra sangramento

excessivo, essa infusão pode ser realizada de forma

mais rápida ou podem ser tomadas medidas

adicionais

PRIMEIROS CUIDADOS APÓS O PARTO

Devemos observar os sinais vitais a cada 15

minutos;

A paciente deve ser mantida aquecida e sob

constante observação;

Deve-se observar o sangramento vaginal com

palpação uterina para afastar quadros de

hemorragia que podem ocorrer por hipotonia

uterina, lacerações de colo e vagina, ruptura uterina

ou restos placentários;

Controle dos sinais vitais: Temperatura corporal,

pressão arterial, frequência cardíca (FC) e

frequência respiratória, no mínimo duas vezes ao

dia;

Palpação uterina: sinais de subinvolução, redução

da consistência e mobilidade e aumento de dor;

Colicas: Após o parto, ocorrem contrações uterinas

fisiológicas, que são mais intensas durante a

amamentação e podem ser medicadas se causarem

muita dor;

Imunização: A paciente Rh-negativo, não

sensibilizada (teste de Coombs indireto negativo),

cujo recém-nascido for Rh-positivo, deve receber

imunoglobulina anti-D na dose de 300

microgramas por via intramuscular em até 72 horas

após o nascimento;

Depressão pós parto: A depressão pode ocorre em

10 a 20% das mulheres após o nascimento de seus

filhos. Geralmente autolimitada, ocorre por

problemas na adaptação da mãe ao nascimento do

bebê. São fatores de risco: história de depressão em

gestações ou puerpérios anteriores, gestação

indesejada, eventos traumáticos na gestação e

parto, baixo suporte social, baixo nível

socioeconômico, adolescência, história de

síndrome pré-menstrual com sintomas depressivos

ou presença de transtornos de humor ou mentais

prévios, tabagismo ou drogas ilícitas, hiperêmese

gravídica.

O tratamento consiste em aconselhamento com

terapeutas treinados, grupos de ajuda e/ou

medicações antidepressivas seguras para período

da amamentação;

@Med.cão

ORIENTAÇÕES PARA A ALTA

Momento adequado para orientações do

planejamento familiar: métodos contraceptivos :

• Pílula: somente com progestágenos –

imediatamente à alta hospitalar ou em 4

semanas após o parto;

• Preservativo

• DIU: de cobre ou coberto com progestágenos

• Ligadura tubárica: Somente é permitida a

esterilização voluntária nas seguintes

situações: (LEI Nº 9.263, DE 12

DE JANEIRO DE 1996)

o Mulheres com capacidade civil plena e

maiores de vinte e cinco anos de idade ou,

pelo menos, com dois filhos vivos, desde

que observado o prazo mínimo de sessenta

dias entre a manifestação da vontade e o ato

cirúrgico, período no qual será propiciado à

pessoa interessada acesso a serviço de

regulação da fecundidade, incluindo

aconselhamento por equipe

multidisciplinar, visando desencorajar a

esterilização precoce;

o Risco à vida ou à saúde da mulher ou do

futuro concepto, testemunhado em relatório

escrito e assinado por dois médicos.

o É vedada a esterilização cirúrgica em

mulher durante os períodos de parto ou

aborto, exceto nos casos de comprovada

necessidade;

o Toda esterilização cirúrgica será objeto de

notificação compulsória à direção do

Sistema Único de Saúde

Retorno às relações sexuais: após duas semanas

de puerpério normal com adequada cicatrização e

desejo da paciente, elas podem ser reiniciadas. É

necessário orientar a paciente e seu companheiro

quanto ao fato de que, no caso da grande maioria

das mulheres, há uma diminuição do desejo sexual,

sendo os principais responsáveis os ajustes

hormonais, as mudanças dos papéis sociais, a

satisfação marital, o humor, a fadiga, as

necessidades físicas associadas ao nascimento e a

amamentação e, por vezes, uma readaptação ao

trabalho. Não raro, é importante a prescrição de

lubrificantes vaginais para amenizar algum

desconforto, evitando-se, assim, a dor;

Uso de medicações: evitar a automedicação, pois

muitos medicamentos passam pelo leite materno e

podem causar alterações importantes para o bebe.

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Humanização do

parto e do nascimento / Ministério da Saúde.

Universidade Estadual do Ceará. – Brasília :

Ministério da Saúde, 2014. 465 p. : il. – (Cadernos

HumanizaSUS ; v. 4)

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção

à Saúde. Departamento de Ações Programáticas

Estratégica9s. Área Técnica de Saúde da Mulher.

Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e

humanizada – manual técnico/Ministério da

Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,

Departamento de Ações Programáticas

Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. - Altera a Lei

no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir

às parturientes o direito à presença de

acompanhante durante o trabalho de parto, parto e

pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de

Saúde - SUS.

Redes de atenção à saúde: a Rede

Cegonha/Consuelo Penha Castro Marques (Org.).

- São

Rotinas em obstetrícia [recurso eletrônico] /

Fernando Freitas ... [et al.] – 6. ed. – Dados

eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 201

Zugaib obstetrícia / [editor Marcelo Zugaib]. – 2.

ed. – Barueri, SP : Manole, 2012.

@Med.cão

@Med.cão