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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS · Membros efetivos: Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca de

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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos,Bruno Vanuzzi, Carlos Castro, DaviDuarte, Estanislau Luciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Gisela Morone, Isabella Gomes Machado, Jair Men-des, Júlio Greve, Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor, Natanael Lobão Cruz e Roberto Maia|Jornalistaresponsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. Projeto gráfico: Eduar-do Furasté| Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações:Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições de ensino ejurídicas.

Julho | 20102

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.647.8899

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2010-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:

Júlio Vitor Greve (Brasília)[email protected]

Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)[email protected]

Diretor de Negociação Coletiva:Natanael Lobão Cruz (Recife)[email protected]

Diretor de Prerrogativas:Fernando da Silva Abs da Cruz (Novo Hamburgo)[email protected]

Diretor Jurídico:Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)[email protected]

Diretor Social:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)[email protected]

REPRESENTANTES REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|PatrickRuiz Lima (Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|JúlioVitor Greve (Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya RachelBasseto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Daniele Cristina das Neves (Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)|Susan Emily Iancoski Soeiro (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro(Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)|Ivan SergioPorto Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (João Pessoa)|Rodrigo TrezzaBorges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|DioclécioCavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho Dutra Filho(Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Roberto de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (NovoHamburgo)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza(Porto Velho)|Justiniano Dias da Silva Júnior (Recife)|Sandro EndrigoChiarotti (Ribeirão Preto)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|FabioRadin (Santa Maria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do RioPreto)|Flávia Elisabete Karrer (São José dos Campos)|Virginia NeusaLima Cardoso (São Luís)|Roland Gomes Pinheiro da Silva (SãoPaulo)|Edvaldo Martins Viana Júnior (Teresina)|Tiago Neder Barroca(Uberaba)|Luciola Pereira Vaconcelos (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alvesda Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino(Curitiba), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca deMiranda Porto (Brasília) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), FábioRomero de Souza Rangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima(Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Gisela Ladeira Bizarra Morone (Brasília), RogérioRubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro(Fortaleza).Membros suplentes: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo) eMelissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João CarlosSaad | CEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo: PriscilaChristiane da Silva.Endereço em Porto Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares Administrativos: Lisandra de Andrade Pereira (Financeiro), RafaelMartins Dias (Secretaria) e Thatiane Vilabruna (Administrativo).

| Editorial

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

Esta edição está repleta deinformações de grata satisfaçãoaos advogados da CAIXA.

Em matéria sobre o Grupo deTrabalho Revisor do Estatuto, sãoexpostos com transparência eamplitude os princípios e ideiasque movem o trabalho dedicadoe cuidadoso dos representanteseleitos pela base, com o objetivode dar plenitude e efetividade àdeliberação do último Congresso.

A atividade do Grupo, ao pre-parar, estudar e discutir com pro-fundidade e rigor técnico todas asdisposições do regramento mai-or que rege nossa entidade, mos-tra a ação institucional em curso,cujos resultados deverão moldaruma nova era para a ADVOCEF.Finalizado o anteprojeto, o traba-lho será submetido à discussãoampliada, para que todos os inte-ressados contribuam para o aper-feiçoamento das proposiçõesgestadas neste foro.

Resultados concretos da pri-meira reunião presencial da novaDiretoria são expostos em outramatéria. Mostrando algumas dasdiversas ações em curso e outrastantas em elaboração, o tópicoinforma o quanto de concretoestá sendo realizado, conferindo

Ações, ações e ações

Direção ExecutivaDireção ExecutivaDireção ExecutivaDireção ExecutivaDireção Executivada ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEFda ADVOCEF

uma nova dinâmica ao funciona-mento dos órgãos executivo edeliberativo.

Ações emergenciais, comfoco em ajuda humanitária aosmuitos desabrigados pelos recen-tes desastres naturais enfrenta-dos por brasileiros na Região Nor-deste do país também são pauta-das nesta edição.

Uma pequena análise acercadas motivações e característicasde um extrato populacional comfortes características de litigância.A matéria mostra por que tantasações movidas por tão poucosbrasileiros.

Artigo técnico aborda os vinteanos de existência do Estatuto daCriança e do Adolescente.

Crônica, tópicos, notícias emdrágeas, coluna técnica elabora-da por colaboradores de grandevalor, tudo com uma embalagemliterária, homenageando o gran-de escritor português JoséSaramago.

São algumas ações, para se-rem lidas, digeridas, acompanha-das e discutidas nos mais diver-sos âmbitos.

Tenham uma ótima leitura.

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| Causa social

AjudahumanitáriaADVOCEF socorre vítimas das enchentes no Nordeste

O Conselho Deliberativo da ADVOCEFaprovou a doação de R$ 20 mil para ajudaàs vítimas das enchentes que destruíram ci-dades do norte de Alagoas e sul dePernambuco. Em 12 de julho, o presidenteCarlos Castro entregou ao 4º Batalhão dePolícia do Exército, do Comando Militar doNordeste, aproximadamente seis toneladasde alimentos e materiais de higiene pessoal,no total de 441 cestas básicas, destinadasaos desabrigados.

Em mensagem ao presidente do Conse-lho Deliberativo da ADVOCEF, em 24 de ju-nho, Carlos Castro e o diretor social, MarceloDutra Victor, relataram a tragédia:

"Em cidades como Branquinha eQuebrangulo não restou um só prédio público

de pé. Não há postos de saúde, mercadinhosou farmácias que possam dar uma ajudaemergencial à população. Essas cidades te-rão que ser reconstruídas por completo, vistoque também nenhuma documentação res-tou nos cartórios de registro públicos."

Espírito de compaixãoEm carta ao comandante do 4º BPE, te-

nente-coronel José Antônio de Sá Júnior,Carlos Castro lembrou que as inundaçõesnos Estados nordestinos foram comparadasàs catástrofes similares na Ásia, como otsunami no Oceano Índico em 2004, e o re-

cente terremoto no Haiti, onde oExército brasileiro foi peça funda-mental na ajuda humanitária àpopulação. "Também tomados peloespírito de compaixão e solidarie-dade, os advogados da CEF contam com aexperiência e determinação do Exército paraa efetiva entrega do material doado", escre-veu o presidente da ADVOCEF.

Além da verba para a doação, os dirigen-tes da ADVOCEF solicitaram que os advoga-dos da CAIXA autorizem o desconto de R$50,00 nos honorários a serem creditados emagosto, conforme mensagem enviada a to-dos e publicada no site da entidade.

"Fico feliz em ter o nosso pleito atendidopelo nosso Conselho Deliberativo, pois co-

nheço cada um dos seus membrose posso atestar que são, além degrandes profissionais, seres huma-nos de grande sensibilidade soci-al", comentou o presidente.

Repercussão naimprensa

O ato solidário da ADVOCEFfoi destacado pela imprensapernambucana. O Jornal doCommercio informou que amobilização dos profissionaisocorreu em todo o país, com adeclaração de Carlos Castro:

"Cada um doou uma pequena parte do seusalário e assim conseguimos esse montan-te inicial. No próximo mês amobilização será maior ainda".

O jornal informou tambémque, além de alimentos e materi-ais de higiene, cada cesta básicacontinha uma mensagem de es-perança. Carlos Castro explicou:"O Brasil espera que cada um

|Carlos Castroentrega ao

comandante do4º BPE...

cumpra com seu dever. Hoje nós cumpri-mos o nosso dever de cidadãos. Todos nósda CAIXA estamos muito felizes por poderrealizar essa ação".

"As vítimas das enchentes dos municí-pios de Pernambuco e Alagoas estão rece-bendo mais uma ajuda para minimizar seussofrimentos", noticiou a Folha dePernambuco. "Dessa vez, a ajuda solidáriapartiu de um grupo formado por cerca de860 advogados de todo o país, dos quais39 de Pernambuco, vinculados à Associa-ção Nacional dos Advogados da Caixa Eco-nômica Federal (Advocef)."

Carlos Castro prometeu para agostouma segunda remessa de ajuda para osdesabrigados. "Vamos discutir quais serãoas maiores necessidades. Acredito que eles(vítimas) vão precisar de material de cons-trução. Queremos agilizar o máximo possí-vel a liberação de crédito para essas famí-lias", disse à Folha de Pernambuco.

De acordo com a Coordenação de De-fesa Civil de Pernambuco (Codecipe), osmateriais mais necessários, no momento,são roupas íntimas masculinas e femini-nas, fraldas descartáveis, toalhas e col-chões, além de água e alimentos prontospara o consumo.

|Advogados prometem mantera mobilização

|...contribuição da ADVOCEF com 441 cestas básicas

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| Associação

A ADVOCEF em açãoDepois da eleição e posse,

em maio, do encontro com aDIJUR e reunião geral de Direto-ria, em junho, os novos adminis-tradores da ADVOCEF cumpremsua rotina nas diversas pastas,tratando normalmente dos inte-resses dos advogados da CAIXA.Na agenda, itens como a instala-ção de sede definitiva emBrasília, arrecadação de honorá-rios, revisão do Estatuto e proje-tos nas áreas cultural, social einstitucional. Já está sendo trata-

da também a próxima negocia-ção coletiva da categoria. A pro-pósito, o 2º secretário, Jair Men-des, considera que o momentoé bom para a ADVOCEF consoli-dar sua posição junto às cen-trais sindicais, "pois estamosmais organizados e preparadospara reivindicar a nossa pauta".

Nos tópicos a seguir, saibamais sobre os planos das novasDiretorias da ADVOCEF. A revi-são dos estatutos está nas pá-ginas 8 e 9.

Controle e transparênciaPor envolver técnicas e práticas de formação específica, cabe à Tesouraria o

gerenciamento do contrato do contador, profissional que auxilia no cumprimento dasobrigações do controle financeiro, gestão dos investimentos, gerenciamento dos riscos, osrepasses e o controle do rateio de honorários. A descrição do cargo é do 2º tesoureiro daADVOCEF, Estanislau Luciano de Oliveira, advogado da CAIXA desde 1992, lotado na GEATS.

Segundo Estanislau, o objetivo da ADVOCEF é estruturar de modo permanente a Te-souraria e a Secretaria na nova sede de Brasília, com a contratação de equipe profissionale o propósito de reduzir os riscos de uma solução de continuidade nas operações financei-ras, comuns em mudanças de sede. Na reunião estatutária da Diretoria, em junho, opresidente da ADVOCEF, Carlos Castro, foi autorizado a alugar ou comprar outra sala naCapital, vendendo a atual. A filial de Porto Alegre permanecerá funcionando até a transfe-rência.

"Também é nossa intenção a manutenção transparente do caixa da Associação, combalancetes mensais, o que permite o controle efetivo da gestão do fluxo de recursosadministrados e próprios da ADVOCEF", acrescenta Estanislau.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • •|TESOURARIA

Atenção àsdemandas sociais

Apesar do grande desafio que impli-ca administrar uma nova Diretoria, o ad-vogado Marcelo Dutra Victor, do JURIR/Belo Horizonte, acredita que a integraçãocom os demais diretores vai ajudar a cum-prir suas metas. Estas podem ser resumi-das na resolução de impulsionar aADVOCEF às demandas sociais, aproxi-mando os advogados da CAIXA da cama-da mais carente da sociedade. Para ilus-trar: trabalhar com entidades civis na pres-tação de serviço comunitário, divulgandotanto a Associação como o quadro de ad-vogados.

A Diretoria será responsável tambémpor encaminhar aos órgãos competentesas reivindicações dos associados, alémde auxiliar a Diretoria de Comunicação napromoção social dos eventos da ADVOCEF.

O diretor Marcelo Victor, na CAIXA des-de 2002, quer aproveitar a reforma doEstatuto da ADVOCEF para incluir novasatribuições à pasta. Por exemplo, a cele-bração de convênios, como o firmado coma Ford, e o estímulo a atividades acadê-micas e técnicas.

• • • • • •|SOCIAL

Evento no Congresso NacionalA Diretoria de Comunicação estuda a realização de um evento científico, com a parce-

ria da DIJUR e da Escola de Advocacia CAIXA, no final deste ano. Na mesma época haveráo lançamento de edição especial da Revista de Direito, com artigos sobre temas estratégi-cos assinados exclusivamente por advogados da CAIXA. O evento acontecerá nas depen-dências do Congresso Nacional, aproveitando a colaboração oferecida pelo deputadofederal Maurício Rands (PT/PE), que palestrou no Congresso de Gramado.

Outro projeto da área prevê a edição de uma obra histórica dando notícia da atuaçãodos advogados da CAIXA nos 150 anos de existência da Empresa. A ideia é elaborar omaterial com assessoria de jornalistas e historiadores profissionais, garantindo peso cien-tífico à publicação.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • •|COMUNICAÇÃO

|Registro da primeira reunião da nova Diretoria Executiva eConselhos Fiscal e Deliberativo da ADVOCEF, em junho

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"Apesar da existência de algumas de-mandas judiciais da ADVOCEF contra aCAIXA, temos convicção de que a prefe-rência como meio de relacionamentocom nossa empregadora é o caminho daNEGOCIAÇÃO. Assim, ao assumir a Dire-toria de Negociação Coletiva daADVOCEF, sabemos que a categoria teráatenção redobrada em todos os nossospassos.

Nestes dois anos de mandato quevirão, pretendemos manter sempre aber-tas as conversações com a Diretoria Jurí-dica e com a VIPES, a fim de buscar umamelhoria nas condições de trabalho doadvogado da CAIXA, o que, por óbvio, pas-sa por uma melhor remuneração, princi-palmente se comparada às demais car-reiras jurídicas da União.

Será também imprescindível o con-tato com as entidades sindicais que nosrepresentam na mesa de negociação equem sabe, conseguir lugar na mesa da

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •|NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Conquistas e harmoniaA Diretoria de Articulação e Relacionamento Institucional é

responsável pelo contato com a Presidência e Diretorias da CAI-XA, tribunais superiores, Conselho Federal da OAB, CongressoNacional. Segundo o titular, Júlio Greve, ex-diretor de Prerrogati-vas, o objetivo em sua gestão é estreitar ainda mais o relaciona-mento, especialmente com a Diretoria Jurídica da CAIXA, man-tendo a boa parceria já existente e buscando, em conjunto, acrescente melhoria das condições de trabalho para a categoria.Advogado da CAIXA desde 1984, Júlio Greve trabalha na GETEN/SUTEN, na Matriz.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •|ARTICULAÇÃO

CONTRAF, assimcomo já temos nada CONTEC, quenos possibilita es-tar, sempre, pre-sentes nas roda-das de negocia-ção permanente.

Pretendemostambém pesqui-sar a fundo a atu-al remuneração dos advogados da CAIXA,analisando a situação dos colegas, com finsa dirimir as disparidades ainda hoje exis-tentes. Não podemos negligenciar a pre-mente necessidade de real unificação sa-larial, onde o advogado recém ingresso te-nha a possibilidade de atingir o patamarremuneratório do colega em vias de se apo-sentar. A Isonomia é a nossa meta!

E digo, desde já, que muito embora ohistórico movimento paredista do ano pas-sado tenha, sem dúvida, melhorado a situ-

Pelo diálogo abertoO diretor de Negociação Coletiva, Natanael Lobão Cruz, do JURIR/Recife, pretende

manter aberto o diálogo com a Diretoria Jurídica, a VIPES e as entidades sindicais CONTRAFe CONTEC, para pleitear incansavelmente a conquista de reivindicações históricas dacategoria. "Para aqueles que porventura digam que nossas aspirações são irreais, sugiroobservar mais atentamente a atuação do advogado da CAIXA, a excelência do seu traba-lho e a importância do mesmo para a defesa das políticas públicas da União Federal",declarou.

O caminho da negociaçãoNatanael Lobão Cruz, diretor de Negociação ColetivaNatanael Lobão Cruz, diretor de Negociação ColetivaNatanael Lobão Cruz, diretor de Negociação ColetivaNatanael Lobão Cruz, diretor de Negociação ColetivaNatanael Lobão Cruz, diretor de Negociação Coletiva

ação da remuneração média do advo-gado da CAIXA, ainda não atingimos aqui-lo que consideramos justo para a cate-goria.

Outra medida que queremosimplementar é a designação de colegaspara auxiliarem a Diretoria de Negocia-ção Coletiva, pois queremos que todasas nossas reivindicações sejam uma cai-xa de ressonância dos anseios da cate-goria, ou pelo menos da maioria dela.

Da mesma forma, continuaremos apleitear incansavelmente a conquista denossas reivindicações históricas, comoa redução da carga horária, o enqua-dramento dos jurídicos como porte 1, avedação à atuação de Advogado CAIXAem ações ajuizadas por colegas do qua-dro, etc. Obviamente que tais conquis-tas não se darão da noite para o dia. Aocontrário, dependem de um perseveran-te e incansável trabalho de negociação,com os meios corretos e nos momen-tos apropriados.

Para aqueles que porventura di-gam que nossas aspirações são irre-ais, sugiro observar mais atentamentea atuação do advogado da CAIXA, a ex-celência do seu trabalho e a importân-cia do mesmo para a defesa das políti-cas públicas da União Federal. Comcerteza se percebe claramente quãorazoável é a nossa reivindicação deaproximação funcional e salarial comas carreiras da AGU. Não estamos pe-dindo nada impossível, nem fora da re-alidade. Nossos pleitos buscam, acimade tudo, fazer justiça."

Os planos para a gestão! Estabelecer aproximação com os órgãos sindicais, incentivan-

do a participação de advogados da CAIXA em cargos diretivos oudeliberativos de entidades sindicais de bancários.! Apoiar a participação de advogados em entidades afins como

as Seccionais da OAB e da ANPEPF (Associação Nacional dosProcuradores de Empresas Públicas Federais).! Elaborar, com a ANPEPF, anteprojeto para regulamentação da

atividade de procurador em empresas públicas federais.! Manter permanente contato com senadores e deputados fede-

rais, com vistas ao encaminhamento e aprovação de projetosde interesse da categoria.

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Julho | 20106

1) Diagnóstico permanente da situa-ção relativa aos honorários em cada Esta-do e estabelecimento de metas para au-mentar a arrecadação.

2) Promoção de reuniões das Comis-sões de Honorários e demais advogadosde cada unidade jurídica, para cons-cientizar e aprimorar procedimentos.

3) Intensificar a parceria com osgestores das áreas de recuperação de cré-dito do Jurídico, para acelerar a recupera-ção de valores, o ajuizamento e a extinçãode processos.

4) Fomento de reuniões das Comis-sões de Honorários e demais advogadoscom os juízes de cada subseção da Justi-ça Federal, para dar transparência ao tra-balho do Jurídico da CAIXA, estabelecen-do objetivos comuns e aperfeiçoando ro-tinas.

5) Consolidação e divulgação das me-lhores práticas, com ênfase na recupera-ção de crédito.

6) Incentivo da aproximação com asáreas das filiais e da Matriz relacionadascom a arrecadação de honorários.

7) Criação de rotina institucional parapacificar as questões controvertidas en-volvendo honorários.

Desde que assumiu a Diretoria de Hono-rários da ADVOCEF, no Congresso de Grama-do, em maio, o advogado Álvaro S. Weiler Jr.tem trocado e-mails com associados tratan-do de problemas, dúvidas e novas ideias so-bre a arrecadação de honorários, um dos as-suntos que mais interessam à categoria. Ad-mitido na CAIXA em 2005, lotado no JURIR/Porto Alegre, Álvaro é participante do GT Ho-norários, criado na unidade em março de2009 e responsável por despertar a aten-ção da ADVOCEF para o tema.

A proposta do diretor é avançar no proje-to desenvolvido pela Diretoria anterior. As di-retrizes para os próximos meses foramtraçadas na primeira reunião da nova Direto-ria da Associação, em 5 de junho. Em 21 dejunho Álvaro participou, com o presidente

Carlos Castro e o diretor jurídico BrunoVanuzzi, de reunião com a Diretoria Jurídicada CAIXA, em que foi discutida a questãohonorários. "O resultado foi muito bom", ava-liou. Em seguida, a SUAJU/GERID, gestora doManual Normativo AE 061, expediu orienta-ções que, segundo Álvaro, representam avan-ço importante na interpretação das normassobre os honorários devidos à ADVOCEF, poisesclarecem sobre entendimentosdissonantes entre os Jurídicos (confira noquadro).

Outra iniciativa da Diretoria de Honorári-os foi convocar uma Assembleia Geral Extra-ordinária em 29 de junho, para que os asso-ciados decidissem, por votação no site daADVOCEF, sobre uma questão de honoráriosem processo judicial relevante. "Estamos tra-

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •|HONORÁRIOS

Manter a rotaA meta é, ainda, arrecadar cada vez mais

Plano de trabalho

Valores recuperadosNão devem ser consideradas como

valores recuperados as parcelas deposi-tadas espontaneamente pelos devedoresem demandas de consignação em paga-mento, exceto se forem incluídos emexceto se forem incluídos emexceto se forem incluídos emexceto se forem incluídos emexceto se forem incluídos emcomposição/acordo/renegociaçãocomposição/acordo/renegociaçãocomposição/acordo/renegociaçãocomposição/acordo/renegociaçãocomposição/acordo/renegociaçãocom o DEVEDORcom o DEVEDORcom o DEVEDORcom o DEVEDORcom o DEVEDOR.

Para haver a incidênciados honorários advocatí-cios nos termos do MNAE 061, necessáriaa existência deacordo, sentençacondenatória comarbitramento dehonorários ou deefetiva recuperaçãoem favor da CAIXA/EMGEA, o que vale dizer, recu-recu-recu-recu-recu-perar valores acima dos oferecidosperar valores acima dos oferecidosperar valores acima dos oferecidosperar valores acima dos oferecidosperar valores acima dos oferecidospelo DEVEDOR na inicial da consig-pelo DEVEDOR na inicial da consig-pelo DEVEDOR na inicial da consig-pelo DEVEDOR na inicial da consig-pelo DEVEDOR na inicial da consig-nação em pagamento (seja na par-nação em pagamento (seja na par-nação em pagamento (seja na par-nação em pagamento (seja na par-nação em pagamento (seja na par-cela mensal, quando a CAIXA/cela mensal, quando a CAIXA/cela mensal, quando a CAIXA/cela mensal, quando a CAIXA/cela mensal, quando a CAIXA/EMGEA conseguir que o Juízo fixeEMGEA conseguir que o Juízo fixeEMGEA conseguir que o Juízo fixeEMGEA conseguir que o Juízo fixeEMGEA conseguir que o Juízo fixedepósito mensal acima do que o DE-depósito mensal acima do que o DE-depósito mensal acima do que o DE-depósito mensal acima do que o DE-depósito mensal acima do que o DE-VEDOR entenda como devido, ou noVEDOR entenda como devido, ou noVEDOR entenda como devido, ou noVEDOR entenda como devido, ou noVEDOR entenda como devido, ou novalor total oferecido para quitaçãovalor total oferecido para quitaçãovalor total oferecido para quitaçãovalor total oferecido para quitaçãovalor total oferecido para quitaçãoda dívida)da dívida)da dívida)da dívida)da dívida).

Orientações da SUAJU/GERIDPolo ativo ou passivo

ou tipo de açãoHavendo a existência de valores re-de valores re-de valores re-de valores re-de valores re-

cuperadoscuperadoscuperadoscuperadoscuperados ou de acordo/renego-acordo/renego-acordo/renego-acordo/renego-acordo/renego-ciaçãociaçãociaçãociaçãociação, nos termos acima, os honoráriosadvocatícios incidirão independentemen-te da CAIXA/EMGEA estar ocupando oestar ocupando oestar ocupando oestar ocupando oestar ocupando o

polo ativo ou passivo dapolo ativo ou passivo dapolo ativo ou passivo dapolo ativo ou passivo dapolo ativo ou passivo dademanda ou do tipodemanda ou do tipodemanda ou do tipodemanda ou do tipodemanda ou do tipo

ou rito da de-ou rito da de-ou rito da de-ou rito da de-ou rito da de-manda judici-manda judici-manda judici-manda judici-manda judici-

alalalalal, inclusive nasrecuperaçõesde valores ouacordos decor-

rentes deAções de Protes-

tos Interruptivos daPrescrição.

Processos extintosUma vez configurada a hipótese de

incidência dos honorários advocatícios nostermos do normativo, o fato do processoestar constando no SIJUR ou no Judiciáriocomo EXTINTO, por si só, não é motivoimpeditivo para o seu recolhimento pelaunidade responsável.

balhando muito, mas muito ainda precisa serfeito, não apenas pela Diretoria da ADVOCEF,seus representantes, membros das Comis-sões de Honorários, mas por todos os asso-ciados e advogados na defesa dos seus pró-prios interesses", afirma Álvaro.

|Álvaro:levando oprojetoadiante

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Julho | 2010 7

O XVI Congresso da ADVOCEF, realiza-do em Gramado em maio deste ano, re-servou um espaço especial ao tema ho-norários. Confira uma parte do trabalhoapresentado, em forma de notas que, se-gundo Álvaro Jr., funcionam como lembre-tes importantes sobre o tema.

Honorários em execuções de ter-Honorários em execuções de ter-Honorários em execuções de ter-Honorários em execuções de ter-Honorários em execuções de ter-ceirosceirosceirosceirosceiros. Havendo intervenção de advoga-do do quadro, mediante habilitação de cré-dito da CAIXA ou EMGEA, em processo deexecução movido por terceiro, são devi-dos honorários de 5% sobre os valoresrecuperados no processo executivo (item3.2 MN AE 061).

Exemplo: execução de condomíniocontra mutuário da CAIXA/EMGEA. Mes-mo se for reconhecida a preferência docrédito condominial sobre o crédito hipo-tecário da CAIXA, eventual saldo do pro-duto da alienação judicial do imóvel pe-nhorado constitui valor recuperado,sobre o qual incide a verba honoráriade 5%.

Lembretes importantesNesse caso, o procedimento sugerido

é a contabilização integral do valor do alvaráno contrato e o recolhimento dos honorári-os através do centro de custo específico daEMGEA ou GEACO.

Honorários - ações terceirizadasHonorários - ações terceirizadasHonorários - ações terceirizadasHonorários - ações terceirizadasHonorários - ações terceirizadas.De acordo com o item 3.6.2.1 do MNAE088, nas ações em que tenha havido atu-ação de advogado empregado da CAIXA eque foram distribuídas para as SociedadesContratadas, os honorários relativos aos va-lores recuperados são rateados na pro-são rateados na pro-são rateados na pro-são rateados na pro-são rateados na pro-porção de 50%porção de 50%porção de 50%porção de 50%porção de 50% para os procuradores em-pregados da CAIXA e de 50% para a Socie-dade Contratada, e pagos após o efetivorecebimento pela CAIXA.

Além disso, conforme o item 3.6.2.2, esserateio é efetuado ainda que a atuação do ad-vogado empregado da CAIXA tenha ocorridoapenas nos processos incidentais, conexos eoutros que tratem do mesmo objeto.

Ainda, nos termos do item 3.6.2.43.6.2.43.6.2.43.6.2.43.6.2.4,caso a CAIXA não tenha interesse em pros-seguir com a ação judicial ou pretenda a

restituição do processo por qualquer mo-tivo que não seja o recebimento parcialou total do crédito diretamente do deve-dor, a Sociedade Contratada não fa Sociedade Contratada não fa Sociedade Contratada não fa Sociedade Contratada não fa Sociedade Contratada não fazazazazazjus a quaisquer honoráriosjus a quaisquer honoráriosjus a quaisquer honoráriosjus a quaisquer honoráriosjus a quaisquer honorários, mas tãosomente ao recebimento dos valores de-vidos por atingimento de fase processualconforme definido nas Tabelas de Remu-neração (Anexo_XII ou Anexo_XIII donormativo). Ou seja, uma vezuma vezuma vezuma vezuma vezinternalizado o processo, os hono-internalizado o processo, os hono-internalizado o processo, os hono-internalizado o processo, os hono-internalizado o processo, os hono-rários são devidos exclusivamenterários são devidos exclusivamenterários são devidos exclusivamenterários são devidos exclusivamenterários são devidos exclusivamenteà ADà ADà ADà ADà ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF, independentemente dosatos até então praticados pelo terceirizado.

Honorários em processos extin-Honorários em processos extin-Honorários em processos extin-Honorários em processos extin-Honorários em processos extin-tos/arquivadostos/arquivadostos/arquivadostos/arquivadostos/arquivados. Ainda que os autos doprocesso estejam arquivados, baixados oumesmo extintos no SIJUR, são devidos oshonorários de 5% sobre o valor recupera-do e/ou acordado, precisamente porquehouve intervenção de advogado emprega-do da CAIXA no acompanhamento daação, conforme previsão no item 3.2 doMN AE 061.

| Evento

Julho | 2010 7

Debate jurídicoADVOCEF participa do II Congresso Brasileiro das Carreiras Jurídicas de Estado

O presidente da ADVOCEF, Carlos Cas-tro, e a integrante do Conselho Fiscal GiselaMorone, a convite do diretor jurídico daCAIXA, Antonio Carlos Ferreira, participaramdo II Congresso Brasileiro das Carreiras Ju-rídicas de Estado, que se realizou emBrasília, entre 6 e 9 de julho. O evento reu-niu cerca de 2.500 profissionais do Direitovinculados à administração pública, quedebateram e acompanharam os trabalhosde 28 oficinas, nove painéis e três pales-tras em torno de assuntos como o futurodo sistema judicial brasileiro e o papel dascarreiras jurídicas no desenvolvimento dopaís.

Carlos Castro participou da oficina "Fi-nanciamento bancário e as garantias docrédito", coordenada por Antonio Carlos. Odiretor jurídico abordou a importância do

acesso ao crédito, como fator de melhoriada qualidade de vida da população.

ADVOCEF no III CongressoPalestrante no evento, a presidente da

CAIXA, Maria Fernanda Ramos Coelho,destacou a importância da inclusão socialpara o crescimento econômico, ressaltan-do que a CAIXA atua nos projetos de sane-amento básico e moradia sempre com focona sustentabilidade.

Maria Fernanda comentou que seráum grande desafio definir como serãoconstruídas as cidades sustentáveis dofuturo, para se proteger contra a ocupaçãodesordenada. "Precisamos de agilidade nasdecisões do governo, incluindo as carrei-ras jurídicas, para que elas sejam criadas",afirmou a presidente.

O presidente da ADVOCEF elogiou oevento, afirmando que os debates ocorre-ram em nível excelente. Carlos Castro apro-veitou a oportunidade para defender inte-resses dos advogados da CAIXA. "Fiz con-tatos para agendar a participação da nos-sa ADVOCEF no III Congresso, a ser realiza-do em 2012, como forma de abrirmos oscaminhos para o nosso reconhecimentocomo integrantes da carreira jurídica doEstado."

|Carlos Castro:contatos para

abrir caminhos

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Julho | 20108

| Institucional

Revisão do Estatuto da Associação fica pronta até o fim do anoUma nova ADVOCEF

Eleitos para atualizar o Estatuto daADVOCEF, os integrantes do Grupo deTrabalho Revisor já discutem as mudan-ças que proporão no anteprojeto a serentregue até 3/8/2010, quando serádivulgado aos associados, para críticase sugestões. A divulgação final ocorre-rá até 5/11/2010. A votação emAssembleia Geral Extraordinária e a pu-blicação do novo Estatuto estão progra-madas para o final de novembro.

O relator do Grupo, Henrique Cha-gas, explica que as causas para alteraro Estatuto são as modificaçõesintroduzidas pelos artigos 53 a 61 doCódigo Civil, que tornaram algumas desuas cláusulas inexequíveis ou ilegais."Portanto, a sábia decisão do último Con-gresso da ADVOCEF é, em primeiro lu-gar, no sentido de tornar o Estatuto ade-quado à lei; em segundo lugar, estabe-lecer algumas cláusulas pétreas em ra-zão de sua importância institucional."

O Grupo de Trabalho que revi-sará o Estatuto da ADVOCEF, con-forme deliberação do XVI Congres-so, é constituído dos seguintes ad-vogados, eleitos em 8 de junho:Marcelo Dutra Victor (MG),Henrique Chagas (SP, relator),Juliana Porto (DF), Justiniano daSilva Júnior (PE), Bernardo Cruz(MG), Lya Rachel Vieira (SP), JoséNicodemos Varela (DF) e RenatoLobato de Moraes (PA). Suplentes:João Batista Gabbardo (RS), PedroJorge S. Pereira (PE) e João CarlosMatas Luz (RS). Também compõemo GT Revisor o presidente daADVOCEF, Carlos Castro, o diretorjurídico, Bruno Vanuzzi (presiden-te do GT), e os representantes dosConselhos Fiscal (Adonias Cordei-ro) e Deliberativo (Renato Hino).

O GT Revisor

Segundo o diretor jurídico daADVOCEF, Bruno Vanuzzi, escolhidopresidente do GT Revisor, é precisogarantir sistematização a um texto quejá foi por diversas vezes emendado,perdendo sua coesão e prejudicandosua estrutura. O presidente daADVOCEF, Carlos Castro, inclui entreas razões das alterações o crescimen-to da entidade, que com seus quase18 anos tomou novos caminhos e acada dia vem se firmando como umaimportante associação de classe.

O diretor social da ADVOCEF, Mar-celo Dutra Victor, diz que o Estatuto éa identidade e a personalidade da As-sociação, onde estão registradas assuas finalidades, os direitos e deve-res dos associados, os órgãos e suascompetências, além das regras parao processo eleitoral. "A necessidadede revisão se deve à nova estruturaque o Código Civil de 2002 deu às as-sociações. Na verdade estas altera-ções já se faziam mais do que senti-das devido ao tempo de vivência donovo Código."

O papel da ADVOCEFPara o advogado Justiniano Junior,

do JURIR/Recife, o Estatuto (e o Re-gulamento de Honorários) está para

os associados e advogados da CAIXAcomo a "lei" está para os cidadãos,guardadas as devidas proporções.Sem o Estatuto, ou com ele "desnor-teado" da legislação, "seríamos comonômades que desejam saborear osfrutos de uma única árvore, ou seja,apenas aos mais fortes e ágeis resta-riam melhores alimentos". Ele contaque na CHESF (Companhia Hidroelé-trica do São Francisco) só os advoga-dos da área contenciosa têm direitosa honorários sucumbenciais. "Láinexiste associação ou regramentoquanto à divisão de honorários, fatoque pode levar às mais diversas in-justiças."

Logo na primeira reunião do Gru-po, Justiniano se surpreendeu com anecessidade de tantas modificações.Observa que, sob o ponto de vista for-mal e da melhor técnica legislativa, oEstatuto está baseado em alíneas, coma divisão dos assuntos em artigos -quando na sua opinião deveriam virprimeiro os incisos. Por isso, sugereinverter a ordem. Já sob o aspecto ma-terial, nota que entre as sanções dis-postas contra associado não existe apossibilidade de se penalizar aqueleque for condenado eventualmente pe-rante algum tribunal de ética da OAB.

É preciso mais do que a adequa-ção ao atual Código Civil, defendeJustiniano. "O papel basilar daADVOCEF de mera distribuidora dehonorários advocatícios modificou-seconsideravelmente." Argumenta quehoje a entidade atua no movimento sin-dical e nos mais diversos assuntossocialmente relevantes, como os de-sastres naturais ocorridos em SantaCatarina, Rio Grande do Sul, Alagoase Pernambuco. "Dispor o mais expres-samente possível sobre tais aspectosé o grande desafio que temos, inicial-mente o Grupo de Trabalho e posteri-ormente todos os associados."

|Bruno Vanuzzi: garantir a sistematização

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Julho | 2010 9

Em 1991 já corria a notí-cia da iminente criação de umaAssociação de Advogados daCaixa Econômica Federal. Em1992, em Brasília, o advoga-do José Gomes de Matos Fi-lho reunia colegas de váriaspartes do país. Em Curitiba, oadvogado Renato Soares Diasencaminhava uma minuta doEstatuto a todas as unidadesjurídicas. Os dois profissionais,hoje aposentados, são figurasexpoentes do período inicial dahistória da ADVOCEF. JoséGomes acabou eleito o primei-ro presidente.

A realização da Assembleia Cons-tituinte em 15 de agosto de 1992, emBrasília, coincidiu com a realização damanifestação histórica contra o ex-presidente Fernando Collor. Reunidosno Hotel das Américas, os advogadosinterromperam os trabalhos e saíram

Os tempos de 1992fática e que poderia alcançaro que naquele instante era im-portante para o país, a saídado ex-presidente Collor".

Os advogados Davi Duartee Gisela Morone, que tambémestavam lá, lembram do cole-ga Jorge Eudes do Lago, hojeaposentado, que apareceu dis-farçado de padre. "Com batinapreta, ele desfilava de lá paracá, estabelecendo um climacordial e bem humorado", con-ta Davi.

A importância do estatutopara a categoria é indiscutível,

avalia hoje Alfredo Neto. Era o que osadvogados da CAIXA mais queriam, naépoca. Nascido da discussão da mai-oria, o documento criava uma entida-de para lutar pelos direitos legítimosdos profissionais do Direito e tambémpara buscar novas conquistas, "asquais são hoje evidentes".

Uma colcha de retalhosA segurança jurídica, os interes-

ses dos associados, o fortalecimentoinstitucional e a ética são pontos fun-damentais a serem revistos "por to-dos nós que integramos a ADVOCEF",reafirma o advogado Adonias Melo deCordeiro. Ele observa que é imperati-vo deixar claras todas as atribuiçõesdos Conselhos Deliberativo e Fiscal eda Diretoria Executiva, com os ônusde comprometimento profissional daídecorrentes.

"Desde a sua constituição, o Es-tatuto vem sofrendo constantes alte-rações, que o tornaram uma colchade retalhos", diz Henrique Chagas.Segundo ele, uma preocupação dosassociados, que vem sendoencampada pelos revisores, é o esta-belecimento de fórum e quórum ade-quados para a alteração normativa doEstatuto, nos termos do artigo 59 do

Código Civil. "As alterações somentepoderão se realizar em AssembleiaGeral Extraordinária, especialmenteconvocada para aquela finalidade, eaprovação por quórum qualificado."

Outro cuidado, conformeHenrique Chagas, deve ser o de equi-librar o poder dado à Associação,mantendo um sistema de freios e con-trapesos entre os órgãos. "No presenteEstatuto, o Conselho Deliberativo nemé tido como 'a rainha da Inglaterra',embora seus membros sejam eleitosnominalmente pela maioria dos asso-ciados (diferentemente da DiretoriaExecutiva, que é eleita por chapa), so-brecarregando a Assembleia GeralOrdinária e tornando a administraçãomais burocrática."

Henrique Chagas acredita que asmudanças estatutárias que serãoapresentadas à Assembleia Geral da-rão à Associação a longevidade pre-tendida. "Os futuros associados cer-

para aplaudir a passeata, que se deslo-cava da W3 Norte para a W3 Sul, pas-sando em frente ao Setor Hoteleiro Sul.

O advogado Alfredo Ambrósio Neto,do JURIR/Goiânia, recorda: "Foi um mo-mento histórico que nos encorajou bas-tante, pois sabíamos da força do povo,que foi às ruas de forma bastante en-

|Advogados aplaudem a passeata contra o presidente Collor

tamente preservarão a sua existênciaface aos fortes ideais de nossos fun-dadores e dos atuais baluartes daADVOCEF."

Adonias diz que, pela importânciado trabalho, não só os membros doGT, mas todos os associados devemse engajar na elaboração de um Es-tatuto que contemple os anseios daADVOCEF. "É o que esperamos queaconteça até o dia 26 de novembrode 2010."

|Marcelo:alterações mais

do quenecessárias

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Julho | 201010

| Fundação

Comissão Permanente da FUNCEF quer reduzir os litígios

Prioridade ao diálogoA cultura do litígio não combina

com o atual momento da FUNCEF,que ostenta inclusive uma gestãoparitária, afirma o gerente jurídico daFundação, Paulo Roberto Soares."Nesse aspecto, nada melhor do quecriar um canal para as partes dirimi-rem seus conflitos", comenta o ad-vogado, justificando a recente cria-ção da Comissão Permanente deNegociação, para propiciar a buscade soluções intermediadas pelaspróprias partes envolvidas, "sem quese descuide dos interesses dos inte-grantes dos planos".

Para o gerente, associado e ex-membro do Conselho Fiscal da daADVOCEF, trata-se de uma inovação no re-lacionamento com os integrantes dos pla-nos de benefícios, voltada para o trata-mento preventivo ou pontual de passivosjudiciais. "É evidente que a Comissão nãopoderá transigir em nome da CAIXA, mes-mo nas ações em que ambas as empre-sas figurem no polo passivo das deman-das. Entretanto, nada impede que a partirdo resultado do trabalho da Comissãosejam apresentadas propostas tambémpara a CAIXA, com o objetivo de se buscarmedidas de solução extrajudicial entre aspartes."

Por isso, Paulo Roberto acredita que otrabalho da Comissão poderá contribuirpara a redução dos passivos judiciais e, porvia reflexa, diminuir a carga de trabalho dosadvogados da CAIXA. A maior preocupaçãoda Fundação hoje é com as ações que de-duzem nova incorporação de valores debenefícios, não previstos nas parcelascontributivas dos planos, como, no caso doCTVA no Plano REG/REPAN, aplicação deexpurgos inflacionários.

Paulo Roberto explica que a Comissãofuncionará como um órgão auxiliar da Dire-toria Executiva da Fundação, que irá atuarsob demandas específicas da própria áreajurídica ou das diretorias responsáveis pe-los objetos das matérias demandadas. Es-sas questões poderão ser levadas tambémpelas entidades representativas ou pelos

próprios integrantes dos planos de benefí-cios.

Contribuição da ADVOCEFUm caso prático de atuação da Comis-

são seria o encaminhamento dos acordos,juntamente com a CAIXA, para extinção dasações de auxilio alimentação, nos limitesjá aprovados pelo Conselho Diretor daEmpresa. Paulo Roberto cita também oscasos das ações exclusivas FUNCEF, quequestionam aspectos da implementaçãoou operacionalização dos planos de bene-

fícios, como valores dos cálculos,regastes antecipados, aplicação dasregras e cálculos do saldamento doREG/REPLAN.

Todas as entidades representa-tivas poderão ser convidadas ou so-licitar agenda para o encaminha-mento de questões de seus associ-ados, diz o advogado. "Aliás, nestenovo cenário, a ADVOCEF é uma as-sociação que poderá contribuir emmuito para o resultado dos trabalhosda Comissão, seja pelo conhecimen-to das questões técnico-jurídicasdeduzidas, seja pela representa-tividade do segmento dos emprega-

dos e aposentados."Conforme posição de junho de 2010,

há 11.162 ações promovidas contra aFUNCEF, sendo 6.199 em conjunto com aCAIXA. A maior quantidade de demandasestá no Rio Grande do Sul, com 2.523ações, e no Rio de Janeiro, que tem 1.625.Na maioria, são ações individuais ouplúrimas, mas, segundo Paulo Roberto, osmaiores reflexos estão nas ações coleti-vas ajuizadas por federação, associação esindicatos, pela expressão do número dosrepresentados.

"A FUNCEF é uma en-tidade criada para admi-nistração e execução deplanos de benefícios denatureza previdenciária,ou seja, todos os recursosfinanceiros e patrimo-niais têm uma destina-ção especifica.

O risco jurídico, ine-rente a toda atividadeeconômico-financeira,no caso do segmento previdenciárioquebra a equação das premissasatuariais que regem os aportes das con-tribuições, por seu caráter de imprevi-

O risco jurídicoPaulo Roberto Soares, gerente jurídico da FUNCEFPaulo Roberto Soares, gerente jurídico da FUNCEFPaulo Roberto Soares, gerente jurídico da FUNCEFPaulo Roberto Soares, gerente jurídico da FUNCEFPaulo Roberto Soares, gerente jurídico da FUNCEF

sibilidade, na medida emque poderá acarretarmajoração dos compro-missos dos planos.

Assim, além da neces-sidade do provisionamentocontábil das reservas finan-ceiras dos planos, o que au-menta os seus compromis-sos, há o risco sistêmico deeventuais pagamentos decondenações (sem o ne-

cessário aporte de contribuições e/ou re-servas financeiras) que poderão ser supor-tados por todos os integrantes dos planos,via déficit atuarial."

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Julho | 2010 11

| Ranking

Litígios na fronteiraPor que os gaúchos recorrem mais à Justiça

O advogado Carlos Castro está disponível para o desempenho em tempo integral de suasfunções de presidente da ADVOCEF. A liberação, valendo a partir de 22 de junho, foi comunicadaao diretor de Prerrogativas, Fernando Abs da Cruz, pelo diretor jurídico da CAIXA, Antonio CarlosFerreira. "Sem dúvida alguma, estamos diante de mais uma conquista de nossa categoria", co-mentou Abs. "Mais uma vez, quebramos paradigmas."

A medida atendeu solicitação da CONTEC, através do presidente Lourenço do Prado e dadiretora de Finanças, Rumiko Tanaka. Carlos Castro destacou a atuação desses dirigentes e a dodiretor jurídico da CAIXA, ressaltando o bom relacionamento da ADVOCEF com todos. Foi importan-te também, no caso, segundo o presidente, os procedimentos ágeis das áreas da SURSE, atravésda superintendente Ana Telma Sobreira do Monte.

| Vitória

Conquista da categoriaCarlos Castro é liberado para a Presidência em tempo integral

O jornal Zero Horadestacou uma frase dopresidente do SuperiorTribunal de Justiça, mi-nistro Cesar Asfor Ro-cha, que, em visita aPorto Alegre, em finsde junho, arriscou umpalpite sobre o motivode o Rio Grande do Sulser recordista em de-mandas judiciais: "Ogaúcho é muito litigan-te. Gosta de briga. Tal-vez por ser um Estadode fronteira, de litígio."

Segundo a jorna-lista Rosane de Olivei-ra, a explicação é amesma dos magistrados gaúchos, que ten-tam entender a causa do elevado númerode processos - mais de quatro milhões emtramitação - mas também por que o Estadoé o que mais recorre ao Superior Tribunal deJustiça.

O presidente da Associação dos Juízesdo Rio Grande do Sul, João Ricardo dos San-tos Costa, declarou ao jornal que há outrasduas explicações: a consciência de cidada-nia, que explica o aumento das demandas

na área do direito doconsumidor, e a quali-dade dos advogadosgaúchos.

O fato é que, se-gundo o ConselhoNacional de Justiça,para cada grupo de100 mil habitantes,o Rio Grande do Sulregistrou, em 2008(últimos dados dis-poníveis), 14.272novos processos naJustiça de primeirograu. Em segundo lu-gar ficou o Estadomais populoso, SãoPaulo, com 11.211

processos. Na segunda instância, o RioGrande do Sul contabiliza 3,8 mil casosnovos por ano para cada 100 mil habi-tantes, ante 1,8 mil casos do segundocolocado, Mato Grosso do Sul. Em maté-ria desta edição, o gerente jurídico daFUNCEF informa que o gaúcho é tambémo campeão de processos contra a Fun-dação: 2.523 ações, contra as 1.625 doRio de Janeiro, que vem em segundo lu-gar.

Fermento paranovas ações

"Contra fatos nãohá argumentos", diz oadvogado Davi Duarte, catarinense que vivedesde a adolescência em Porto Alegre. "Ogaúcho litiga pela defesa de direitos, talcomo fez para ampliar as fronteiras do Bra-sil e depois para mantê-las. O próprio Judi-ciário contém parcela de julgadores quenão se submetem a decisões do STJ."

Segundo Davi, uma extensa gama deserviços está concentrada em grandescorporações como bancos, empresas detelecomunicações e de energia elétrica,gerando intenso afluxo de público. Comoparte do serviço prestado é defeituoso, háaí o fermento para ações novas, diz ele. Damesma forma, a intolerância e a possibili-dade de ganho financeiro ajudam a enchero Judiciário, "porque o ato do juiz, de julgar,é pessoal, indelegável, e não pode ser fei-to por máquina, em série."

O gaúcho Júlio Greve, diretor de Articu-lação da ADVOCEF, nota que até pelo re-corde em demandas, algumas inusitadas,juízes e tribunais do Rio Grande do Sul têmsido pioneiros em proferir decisões inédi-tas, acerca de matérias tratadas como tabuna sociedade brasileira.

Julho | 2010 11

|Júlio Greve: demandasinusitadas, decisões

inéditas

|Abs: quebra de paradigmas

Des

enho

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Font

anar

rosa

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Julho | 201012

| Vale a Pena Saber

"TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CONTRIBUIÇÕES. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART.174 DO CTN. PRESCRIÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ANTERIOR AÇÃODE EXECUÇÃO EXTINTA, SEM JULGAMENTO DE MÉRITO, FUNDADOEM VÍCIO DA CDA. REPROPOSITURA DA AÇÃO. PRAZOPRESCRICIONAL INTERROMPIDO PELA CITAÇÃO VÁLIDA ANTERIOR.PRECEDENTES. INÍCIO DO CÔMPUTO DO PRAZO A PARTIR DO TRÂN-SITO EM JULGADO. PRECEDENTES. PRESCRIÇÃO INOCORRENTE.1. A constituição definitiva do crédito tributário, sujeita à decadên-cia, inaugura o decurso do prazo prescricional de cinco anos parao Fisco cobrar judicialmente o crédito tributário. 2. A redação atualdo parágrafo único, do artigo 174, somente arrola, como marcosinterruptivos da prescrição, o despacho ordenador da citação dodevedor em execução fiscal, o protesto judicial, qualquer ato judi-cial que constitua em mora o devedor e qualquer ato inequívoco,ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débi-to pelo devedor. Todavia, impende assinalar que o prazoprescricional do direito de o Fisco cobrar o crédito tributário finda-se se não houver o exercício do direito de ação no lapso qüinqüenal.3. O surgimento do fato jurídico prescricional pressupõe o decursodo intervalo de tempo prescrito em lei associado à inércia do titu-lar do direito de ação pelo seu não-exercício, desde que inexistentefato ou ato a que a lei atribua eficácia impeditiva, suspensiva ouinterruptiva do curso prescricional. 4. A doutrina abalizada susten-ta que, in verbis: "Ao interpretar o § 2º, do art. 8º, da Lei 6.830/80,que prescreve um termo consumativo, podemos considerar o 'in-terrompe a prescrição' como 'faz cessar definitivamente' ou 'fazcessar temporariamente, reiniciando-se posteriormente'. Sendoassim, esse dispositivo serve como base empírica para definir odies ad quem, ou termo final, da regra da prescrição, que é apropositura da ação, bem como o dies a quo, ou termo inicial, queirá instaurar novo prazo de prescrição no caso de coisa julgadaformal, propiciando a formação de ulterior processo, pois não ha-veria sentido em se cogitar de perda do direito de ação no curso doprocesso que decorre fáctica e logicamente do exercício dessaação. CARVALHO SANTOS, explicando os casos convencionais deinterrupção da prescrição, aduz que: 'Quando a interrupção éoperada pela citação inicial da demanda, o mesmo (encerra-mento do prazo inicial e fixação de novo prazo) não se sucede.Porque o prazo da prescrição anteriormente decorrido é inutiliza-do com a citação, mas deste momento da citação não começa acorrer novo prazo. Verifica-se um interregno, dentro do qual onovo prazo não começa a correr. Somente com o último termoda demanda ou quando esta tiver fim é que começa a correrprazo para a prescrição'. Assim, o despacho do juiz ordenando acitação tem a finalidade de reconhecer juridicamente que, coma propositura da ação, se operou o termo consumativo da pres-crição, interrompendo-se o seu curso. Ao mesmo tempo, esseato incide e realiza a hipótese da regra de reinício do prazo deprescrição do direito do fisco, estipulando o final do processocomo novo prazo para o eventual exercício do direito de ação,e.g., no caso de suceder a coisa julgada formal."(Eurico MarcoDiniz de Santi, In Decadência e Prescrição no Direito Tributário, 3ªed., Ed. Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 232/233) 5. Acitação válida em processo extinto, sem julgamento do mérito,excepcionando-se as causas de inação do autor, interrompe a

prescrição. (Precedentes: REsp 729.149/MG, PRIMEIRA TURMA,DJ 06/06/2005; REsp 59.212/MG, QUARTA TURMA, DJ 01/07/1999; REsp 47.790/SP, QUARTA TURMA, DJ 27/06/1994). 6.No mesmo sentir, a doutrina traz quanto ao recomeço da conta-gem do prazo, in verbis: "Embora, em tese, pudesse recomeçar oprazo prescricional assim que ocorrida a hipótese de interrupção,o início da recontagem ficará impedido enquanto não se verificarrequisito indispensável para o seu curso, que é a inércia do credor.Assim, se efetuada a citação, o credor nada mais solicitar e aexecução não tiver curso em razão da sua omissão, o prazo terárecomeçado. Entretanto, se, efetuada a citação, for promovido oprosseguimento da execução pelo credor, com a penhora de bens,realização de leilão etc, durante tal período não há que se falar emcurso do prazo prescricional. Só terá ensejo o reinício da conta-gem quando quedar inerte o exeqüente." (Leandro Paulsen, in Di-reito Tributário - Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrinae da Jurisprudência 8ª ed., Ed. Livraria do Advogado, Porto Alegre,2006, págs. 1.284/1.285) 7. Destarte, o prazo prescricional, in-terrompido pela citação válida, somente reinicia o seu curso apóso trânsito em julgado do processo extinto sem julgamento do mé-rito. Tanto que, se assim não o fosse, a segunda ação tambémseria extinta por força da litispendência. (Precedentes: REsp934.736/RS, PRIMEIRA TURMA, DJ 01/12/2008; REsp 865.266/MG, PRIMEIRA TURMA, DJ 05/11/2007; EDcl no REsp 511.121/MG, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/05/2005). 8. A lição deCândido Rangel Dinamarco traz, in verbis: "423. Reinício da fluên-cia do prazo prescricional. Detido o curso do prazo prescricionalpela citação, ele não recomeça a fluir logo em seguida, como ocor-re nso demais casos de interrupção da prescrição. A citação é umacausa interruptiva diferenciada: segundo o art. 202, par., do Códi-go Civil, a prescrição interrompida por ela só se reinicia depois doúltimo ato do processo para interromper - ou seja, a prescrição seinterrompe no momento indicado pelo art. 219 do Código de Pro-cesso Civil e seu curso permanece impedido de fluir durante todaa litispendência (sendo extraordinários os casos de prescriçãointercorrente, que só se configuram quando a longa paralizaçãodo processo é fruto exclusivo da desídia do demandante). Tendofim a litispendência pela extinção do processo, o prazo recomeça- e, como é natural às interrupções de prazo, quando a contagemvolta a ser feita desconsidera-se o tempo passado antes da inter-rupção e começa-se novamente do zero (o dia em que o processose considerar extinto será o dies a quo no novo prazo prescricional.Obviamente, se o processo terminar com a plena satisfação dodireito alegado pelo credor - contrato anulado pela sentença, exe-cução consumada, bem recebido etc. - nenhum prazo se reinicia,simplesmente porque o direito está extinto e nenhuma ação ain-da resta pro exercer em relação a ele." (in "Instituições de DireitoProcessual Civil". vol. II, 3ªed., 2002, Malheiros, p. 89) 9. In casu,ocorrido o trânsito em julgado da sentença da primeira ação exe-cutiva proposta contra a recorrente, que foi extinta, sem julgamen-to do mérito, em 12.07.2002 (fl. 324/STJ ou 284/TRF), e a segun-da demanda, lastreada no mesmo lançamento, ajuizada em07.07.2003, não foi o crédito tributário atingido pela prescriçãoqüinqüenal. 10. Recurso Especial provido." (STJ, REsp 1.165.458RS, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 29/jun/2010) (desta-ques suprimidos).

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| Vale a Pena Saber

Julho | 2010 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Jefferson Douglas Soares ([email protected])e Giuliano D'Andrea ([email protected]).

Colaborou: Ítalo Sérgio Pinto, da REJUR São José dos Campos.

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

Juizados Especiais da Fazenda PúblicaAutor: Joel Dias Figueira JúniorEditora: RT. Páginas: 400. Ano: 2010.Objetivando nortear os operadores do Direito para a resolu-

ção das questões que advirão na prática forense diante da recen-te Lei n.° 12.153/2009, que integra princípios e disposições dasLeis n.° 9.099/1995 e n° 10.259/2001, o autor aborda as ques-tões pertinentes ao tema, como jurisdição, competência, atosprocessuais, processo de conhecimento, procedimentosumaríssimo, recursos, execução de título judicial e extrajudicial.

Em recente julgado o Superior Tribunal de Justiça, ao analisara necessidade da juntada dos documentos novos que instruíramo agravo de instrumento nos autos da origem, no voto da Rel.Min.Nancy Andrighi, consignou que: "Não há exigência expressa na leipara que também eventuais cópias de documentos novos junta-dos perante o Tribunal sejam acostadas à petição referida no art.526 do CPC. Sem exigência expressa nesse sentido, a omissãodo agravante em promover essa juntada não pode conduzir àgravíssima consequência do não conhecimento de seu recurso,mesmo porque o agravado foi intimado para respondê-lo, toman-do ciência da documentação. Isso seria, como dito acima, levar oprocesso a consequências extremas, permitindo seu uso comomera armadilha, em prejuízo da efetiva apreciação judicial dosinteresses em litígio." Deste modo, se não há essa obrigação ex-pressa na lei e não existe prejuízos à parte, deve-se entender quea obrigação contida no artigo 526 do Código de Processo Civil écumprida com a juntada de cópia do recurso com a respectivarelação de documentos que o acompanharam. Veja-se a ementado aresto em questão: "Processo civil. Agravo de instrumento.Cumprimento do disposto no art. 526 do CPC. Juntada de cópiado recurso e do rol de documentos que o acompanharam. Junta-da também de cópia dos documentos que acompanharam o agra-vo, em segundo grau. Desnecessidade. Ônus não determinadopor lei. Necessidade de interpretar o processo civil como sistemacriado para a viabilizar a prolação de uma decisão quanto aomérito da causa. Recurso improvido. - O art. 526 do CPC exigeapenas que a parte junte, em primeiro grau, cópia do agravo deinstrumento interposto e da respectiva relação de documentos. Ajuntada de cópia das peças que acompanharam o recurso não édisposta em lei e, portanto, não pode ser exigida pelo intérprete.- O processo civil deve ser visto como sistema que favoreça, namaior medida possível, um julgamento quanto ao mérito da cau-sa, sempre respeitado o princípio da paridade de armas. Assim, ointérprete deve evitar a criação de óbices que não estejam dis-postos expressamente em lei. A decretação de nulidades proces-suais deve ser excepcional. Recurso especial improvido." (STJ,REsp 944.040 RS, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe07/jun/2010).

Ponderações sobre o formalismoprocessual

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

Novas súmulas do Tribunal de Justiçade São Paulo

Súmula 4:Súmula 4:Súmula 4:Súmula 4:Súmula 4: "É cabível liminar em ação de imissão de posse, mes-mo em se tratando de imóvel objeto de arrematação com base noDecreto-Lei nº 70/66."Súmula 5:Súmula 5:Súmula 5:Súmula 5:Súmula 5: "Na ação de imissão de posse de imóvel arrematadopelo credor hipotecário e novamente alienado, não cabe, por sermatéria estranha ao autor, a discussão sobre a execução extrajudiciale a relação contratual antes existente entre o primitivo adquirente eo credor hipotecário."

Seguro hipotecário. Inexistência de interesse daCAIXA. Competência da Justiça Estadual. STJ

"1. A jurisprudência do STJ, por ocasião do julgamento do REsp n.1.091.363/SC nos moldes da Lei 11.672/08, pacificou entendi-mento de que, em ações nas quais se discute acerca de contrato deseguro adjeto a contrato de mútuo hipotecário, a Caixa EconômicaFederal (CEF) não deve figurar na formação do litisconsórcio passivonecessário ante a ausência de interesse dela. 2. A competênciapara julgamento do referido feito é da Justiça estadual. 3. Agravoregimental desprovido". (STJ - AgRg no Ag 1.074.482 SC, Rel. Minis-tro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, DJe 05/abr/2010).

Alienação fiduciária. Busca e apreensão.Constituição do devedor em mora através de

edital. Possibilidade. STJ"1. É vedado ao credor promover, concomitantemente, ação de bus-ca e apreensão e o processo de execução da nota promissória dadaem garantia, procedimento não verificado no caso. 2. Permite-se,para a comprovação da mora do devedor, a notificação extrajudicialou o protesto do título, ainda que levado a efeito mediante edital. 2.Tendo considerado o acórdão recorrido regular o protesto do títulopara a constituição do devedor em mora, tal conclusão se mostrainfensa à valoração desta Corte por força do óbice da Súmula 7. 3.Recurso especial parcialmente conhecido e improvido." (STJ, REsp576.081SP, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 08/jun/2010).

Danos. Roubo de malote. Responsabilidade datransportadora. STJ

"O transporte de malotes sob guarda de empresa contratada pelainstituição financeira é de sua inteira responsabilidade, de sorte quenão constitui, em tal caso, força maior o roubo de malote contendonumerário em espécie." (STJ, REsp 965.520 PE, Quarta Turma, Rel.Min. Aldir Passarinho Junior, DJe 01/jul/2010).

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Julho | 201014

| Cena Jurídica

Homenagens ao presidentePela posse como conselheiro da OAB/PE e pela eleiçãopara presidente da ADVOCEF, o advogado Carlos Castrofoi agraciado com Votos de Aplausos e Congratulaçõesformulados pela Câmara Municipal de Olinda. Propostapelo vereador Marcelo Soares (PC do B) e subscrita portodos os vereadores, a homenagem foi comunicada à

CAIXA, à Seccional da OAB em Pernambuco e aoConselho Federal da Ordem. Homenagem idêntica foi

prestada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco,por proposição do deputado Clodoaldo Magalhães(PTB) e da OAB/PE. Carlos Castro é ex-vereador de

Olinda, sua terra natal.

Foto

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|Ministro Cezar Peluso

Existe diferença entre uma defesa feita por umgrande advogado e uma feita por um advogado deconhecimentos parcos? Em entrevista à revista Veja,o presidente do Supremo Tribunal Federal, CezarPeluso, responde: "É óbvio que existe. Isso se refletena condução de todos os processos. O problemanão é os ricos contarem com bons advogados, e simos pobres serem mal defendidos. Se você tem umadvogado bom, ele pode fazer uma investigaçãoparalela e produzir boas provas em favor do réu,uma defesa consistente, o que aumenta apossibilidade de seu cliente não ser condenado."

Receita para julgarNa entrevista à Veja, o presidente do

STF, Cezar Peluso, diz que éhumanamente impossível umministro trabalhar em todos os

processos que recebe (10 mil açõesem um ano). Então, qual é a saída?

"Você faz um modelo de decisãopara determinado tema. Depois, asua equipe de analistas reúne os

casos análogos e aplica o seuentendimento. Acaba-se

transferindo parte daresponsabilidade do julgamento

para os analistas. É claro que o idealseria que o ministro examinasse

detidamente todos os casos."

Advogados e advogados TST eletrônicoA partir de 2 de agosto, o Tribunal

Superior do Trabalho passará a operarexclusivamente com processo digital.O TST salienta que a medida inclui asações ajuizadas no próprio Tribunal eos recursos enviados pelos Tribunais

Regionais do Trabalho. Além deagilizar o trâmite processual, o

processo eletrônico irá propiciar umaeconomia anual de cerca de R$ 11

milhões, segundo o TST. Ocancelamento recente de licitação

para aquisição de estantes poupouR$ 1,2 milhão.

Cobrança de honoráriosA Comissão de Defesa do Consumidor aprovou em 30 de junho proposta que

proíbe o fornecedor de produtos ou serviços de exigir o ressarcimento dedespesas com honorários advocatícios para cobrança de dívida, quando nãohouver prestação de serviço por advogado. O substitutivo ao PL 3291/08, do

deputado Celso Russomanno (PP/SP), altera o Código de Defesa do Consumidor(Lei 8.078/90), para evitar cobranças abusivas. O texto do relator, deputado

Carlos Sampaio (PSDB/SP), especifica os serviços que podem ser prestados peloadvogado, que, além da propositura de ação judicial, podem ser consultoria,

assessoria e direção jurídica. (Fonte: Câmara Federal.)

Biblioteca digitalHá mais de 400 obras, entre documentosde texto, áudio e vídeo, à disposição dosinternautas na Biblioteca Digital do PoderJudiciário do Ceará. Podem ser acessadaspelo site do Tribunal de Justiça do Ceará(www.tjce.jus.br).

Surto cívicoObservação do escritor Ruy Castro, naFolha de S. Paulo: "A Copa do Mundo éaquele período de quatro em quatro anosem que pessoas que passaram os quatroanos anteriores alheias a futebol sãoacometidas de um incontrolável surtocívico, cobrem-se de verde e amarelo etorcem pelo Brasil como se soubessemquem é a bola."

|Carlos Castro

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Julho | 2010 15

| Cena Jurídica

Talentos do JurídicoForam selecionados no Concurso Gente de Talento2009/2010, que instituiu o tema "CAIXA. 150 AnosFuturos", os advogados Adonias Melo de Cordeiro(poesia) e Floriano Benevides de Magalhães Neto(prosa), ambos do JURIR/Fortaleza, e Meire Maria daSilva (prosa), do JURIR/Florianópolis. Outrosprofissionais da área jurídica também foramdestacados: Robério César Camilo, do JURIR/Maceió(fotografia), Lilian Deise de Andrade Guinski, do JURIR/Curitiba (prosa) e Milton Júlio Sicca Magalhães, doJURIR/Porto Alegre (música).

Vaga para desembargadorO advogado Cleucimar Valente Firmiano, do JURIR/Campinas,

foi escolhido pela OAB/SP para compor a lista sêxtupla queconcorrerá, pelo Quinto Constitucional, a uma das vagas de

desembargador federal do Trabalho da15ª Região, em Campinas (SP). Em nota,o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,

e o diretor de Articulação, Júlio Greve,cumprimentaram o advogado,

desejando que ele seja um dosescolhidos na lista tríplice, que seráenviada pelo TRT da 15ª Região ao

presidente da República, quando seráiniciada a campanha institucional para a

sua nomeação.

Balanço eletrônicoCom a adoção do processo eletrônico, o Superior Tribunal de Justiça reduziu oconsumo de energia, diminuiu o estoque de processos e até aumentou a áreaútil do Tribunal em 30%, com a eliminação de armários. Segundo o presidenteCesar Asfor Rocha, o volume de processos que tramita no Tribunal caiu de 460mil, em setembro de 2008, para 230 mil, em 2010. Ao divulgar os números dosegundo semestre, o ministro informou que uma pesquisa, respondida no sitepor 43.700 cidadãos, mostrou um índice de aprovação de 76%. "O processo

eletrônico foi consolidado no âmbito do STJ", proclamou o ministro.

Lan housesA maioria dos ilícitos na internet (86%)

ocorre em computadores particulares, emcasa ou no trabalho. Apenas 14% dos

crimes virtuais acontecem nas lan houses,apesar de serem utilizadas por 50% dosusuários brasileiros. A informação é dosecretário de Assuntos Legislativos doMinistério da Justiça, Felipe de Paula,justificando por que o anteprojeto do

marco civil da internet no Brasil tem foconos provedores.

Jus postulandiO presidente nacional da OAB, OphirCavalcante, voltou a defender o fimdo "jus postulandi", possibilidade deentrar com representação naJustiça Trabalhista sem aintermediação de advogado. "Ocidadão sem advogado torna-se umpersonagem sem voz no processo,porque a verdade processual éconstruída a partir de um bemarticulado discurso jurídico, umaretórica bem elaborada e acompetente compreensão das leis.Isso só acontece com a presençade um profissional preparado paratanto", afirmou o presidente.

Cargos para os JEFDevem ser criados ainda este ano mais

552 cargos e funções, dentre osinstituídos pela Lei 12.011/2009,

destinados à estruturação das TurmasRecursais e da Turma Nacional de

Uniformização dos Juizados EspeciaisFederais. Nesse sentido, o Conselho da

Justiça Federal aprovou o envio ao PoderExecutivo de anteprojeto que propõe

alteração do Anexo V da LeiOrçamentária Anual de 2010. O objetivo,segundo o CJF, é garantir o pleno acesso

do cidadão aos JEF.

|Lilian Guinski

Reclamações de advogados da CAIXAforam indiretamente endossadas pelaministra Dilma Roussef, em visita recentea Porto Alegre. Em entrevista ao jornalZero Hora, a candidata a presidente daRepública criticou as distorções nasprioridades do governo na administraçãode pessoal: "É inconcebível que a máquinade fiscalizar ganhe quatro vezes mais quea que executa".|Dilma Roussef

Nova Revista deDireito

O Conselho Editorialda Revista de Direito da

ADVOCEF já está receben-do artigos para a próximaedição (a 11ª), que terálançamento em novem-

bro, em Brasília. Ascontribuições podem ser

remetidas [email protected] informações estãono site da Associação.

Máquina de fiscalizar

|Cleucimar Firmiano

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Julho | 201016

| Cena Jurídica

Só pela internetA partir de 1º de agosto, o Conselho Nacional de Justiça sóreceberá petições e peças processuais através da internet.Os tribunais, magistrados, advogados, partes nos processos edemais interessados deverão estar cadastrados no Sistemade Processo Eletrônico do Conselho (E-CNJ). Poderão serutilizados, no Conselho, equipamentos de digitalização eacesso à internet. O E-CNJ foi criado em fevereiro de 2007.

TJ/RS na redeAgora, são apenas dois os tribunaisestaduais - São Paulo e Minas Gerais -que não integram a rede virtual queenvia recursos ao Superior Tribunal deJustiça. O Tribunal de Justiça do RS aderiuao sistema em 21 de junho, medida quepropicia a remessa diária de 300documentos digitalizados. Em 2010, oscinco tribunais regionais federais e os 27tribunais de Justiça do Brasilencaminharam 79.378 processosrecursais ao STJ. Desse total, 23.163(29,12%) foram do TJ gaúcho. Em 2009,foram encaminhados 198.760 recursos,dos quais 44.059 (22%) saíram do RioGrande do Sul.

Conciliar ainda é legalEntre os programas do Conselho Nacionalde Justiça anunciados pelo ministro Cezar

Peluso é certo que um deles darácontinuidade ao Conciliar é Legal, lançado

em 2006, na gestão da ministra EllenGracie. O projeto estimula acordos entre

as partes, como forma de desafogar oJudiciário.

Origens da vitóriaA advogada Rosimeire Rocha Mcauchar, da REJUR/Juiz de Fora, lembra que há 20anos, em 1990, no 1º Encontro dos Advogados da CAIXA, organizado pela COJUR(hoje DIJUR), foi discutida a questão dos honorários dos advogados da CAIXA. Paraonde ia esse dinheiro? Quanto a CAIXA arrecadava? A questão era considerada uma"caixa preta". "Ao final do Encontro, ficamos com a sensação de que os advogadossaíam de 'graça' para a Empresa, já que a folha de pagamento poderia muito bemser paga com os honorários de sucumbência", diz Rosimeire. Ela acredita que noEncontro foi lançada a semente para a situação atual, "realmente uma questãovitoriosa para nós."

De olho na internetUma das preocupações do ministro do

STF Gilmar Mendes é que a judicializaçãoexcessiva, potencializada pelo uso da

internet, possa repetir o que ocorreu comos Juizados Especiais Federais. Com

pouco trabalho ao estrearem em 2001,os JEF têm hoje mais processos do que

em toda a Justiça Federal. "É precisodiscutir a judicialização, não negar

acesso, mas encontrar meiosalternativos para que as pessoas só

procurem os tribunais se necessário",advertiu o ministro em seminário

recente.

O brasileiro tem um senso de adaptaçãoinvejável, elogia o advogado Alexandre

Atheniense, especialista em DireitoEletrônico. "Os bancos servem deexemplo. Descobriram que se não

investissem em tecnologia da informaçãonão teriam como lidar com o serviço. Pode

ter certeza do seguinte: o atendimentonos fóruns vai se assemelhar muito com o

atendimento nas agências bancárias",profetizou à revista Consultor Jurídico.

Vagas para o BACEN

O presidente Lula sancionou a leique cria 100 cargos de procuradorno Banco Central. As contrataçõesserão feitas por concurso público,

em data ainda a ser marcada,dependendo do orçamento do

Banco. Com o preenchimento dasvagas, o Bacen passará a ter um

total de 300 procuradores e 6.470servidores.

[prédio do bacen]

Michael Jackson"Hoje, um ano depois de sua

passagem física por este mundo,Michael Jackson como que

sobrevive na pele do ar.Permanece com a sua dançahipnótica na pele do ar que ahumanidade respira, com osdemais seres viventes deste

arrepiante, emocional planetaazul. 'Thriller'..." O trecho é de

artigo do ministro Carlos AyresBritto, do Supremo Tribunal

Federal, identificado na Folha deS. Paulo como poeta e membro

da Academia Brasileira de LetrasJurídicas.

|Fórum de Curitiba (PR)

Fóruns como bancos

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Julho | 2010 17

Com as cores branca, vermelha eazul, foi inaugurada, no XVI Congresso re-alizado em Gramado, no mês de maio, abandeira da ADVOCEF. Um exemplar seráenviado aos representantes jurídicos, paraser utilizado em atividades da Associação.A bandeira estará exposta também na salade reuniões, na sede da ADVOCEF emBrasília.

Segundo o diretor de Comunicação daADVOCEF, Roberto Maia, a existência desímbolos, mais que uma questão demarketing, "ilustra uma identidade, sobrea qual os seus vinculados têm vivências ereconhecem-se uns aos outros como inte-

| Símbolo

A bandeira da ADVOCEF

grantes de uma comunidade, envoltos emanseios comuns".

Para o ex-presidente Davi Duarte, umdos autores do projeto, a bandeira tem o

efeito mágico de se transformar, onde es-tiver, numa imagem que remete à enti-dade. "É uma face visível e essencial paramarcar presença em qualquer evento",explica.

Despojado, moderno, o desenho dabandeira é rico em significados, confor-me Davi: "O branco prepondera, represen-tando paz e diálogo. O símbolo Alfa é ocomeço de tudo. O azul espelha o céucom serenidade. O vermelho vem de lutae de intransigência em face de injusti-ças. A balança, para que não esqueça-mos de pesar, de quando em vez, nossasações".

| Homenagem

A Justiça e os sinosSuplemento Juris Tantum resgata dois textos de José Saramago

Dois textos que destacam o lado soci-al e humanista do escritor José Saramagosão publicados no suplemento JurisTantum, desta edição. Um deles, "Da Justi-ça à Democracia, Passando pelos Sinos",foi remetido em forma de carta ao 2º FórumSocial Mundial, realizado em Porto Alegreem 2002. O outro é o prefácio escrito parao livro/CD "Terra", em apoio ao MST (Movi-mento dos Trabalhadores Rurais Sem Ter-ra), com fotos de Sebastião Sal-gado e canções de ChicoBuarque, lançado pela Cia. dasLetras em 1997.

A publicação no encarte sig-nifica uma homenagem daADVOCEF ao escritor que con-tribuiu de maneira brilhantepara a valorização da línguaportuguesa. "Ao lado deFernando Pessoa, Eça deQueiroz e Machado de Assis,José Saramago elevou a línguaportuguesa ao seu merecidolugar dentre as marcantes ma-nifestações culturais da huma-

nidade", afirmou o presidente nacional daOAB, Ophir Cavalcante, prestando o tributodos advogados brasileiros.

Prêmio Nobel de 1998José Saramago, português nascido no

Ribatejo em 1922, com um único diplomade serralheiro mecânico, como gostava decitar, tornou-se sucesso literário com "Le-vantado do Chão", em 1980, quando já

• "Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar umsinal de Deus, mas infelizmente não o encontro."

• "Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que fazmelhor: dar voltas."

• "O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O queas derrotas têm de bom é que também não são definitivas."

• "Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa éo que somos."

• "Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se nãofossem essas já eu teria desistido da vida."

• "Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deveser a pior maneira de gostar."

Frases de Saramago

tinha 58 anos.Cinco anos an-tes tinha sidodemitido docargo de dire-tor-adjunto doDiário de Notícias e, em vez de procurartrabalho, dedicou-se a pesquisar e a escre-ver o romance. Saramago considera esseum dos dois momentos mais importantes

de sua vida. O outro aconteceuaos 64 anos, quando encontroua jornalista sevilhana María delPilar, 28 anos mais jovem, comquem viveu até a morte, em 18/6/2010, na ilha espanhola deLanzarote.

Entre os livros de maior su-cesso do escritor, que ganhou oPrêmio Nobel em 1998, estão"Memorial do Convento"(1982), "O Ano da Morte deRicardo Reis (1984), "O Evange-lho Segundo Jesus Cristo (1991),"Ensaio Sobre a Cegueira"(1995) e "Caim" (2009).

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Julho | 201018

| Artigo

A hora de repensar o ECANo presente aniversário de 20 anos

da introdução do Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA) em nossa legislação,parece-nos, à luz de todas as evidênciasindicativas, que está mais do que na horade repensar esta inovadora - mas, ao mes-mo tempo, absolutamente ineficaz -normatização, no âmbito do escopocontextualizante dos próprios resultadosnegativos que foram observados (e, parti-cularmente, verificados) até o presentemomento.

Muito embora seja cediço reconhecer- em destacado sentido opinativo reversoà presente proposta reflexiva - a existên-cia de um verdadeiro batalhão de juízessociólogos, ardentes e apaixonados defen-sores do ECA, precisamos urgentemente,todavia, nos afastar de toda apassionalidade que naturalmente envolveo assunto para, com maestria lógica, esta-belecermos uma verdadeira e imparcialvisão crítica (e também amadurecida) so-bre o tema vertente, posto que não é difícildeduzir que, em grande medida, foi a ingê-nua tentativa de se implantar um "CódigoSuíço" em um país tropical (em sinérgicodesafio à nossa realidade efetiva) - maisdo que qualquer outro fator isoladamenteconsiderado - que conduziu aos extremosabsurdos que estamos sendo compelidosa vivenciar diuturnamente.

À guisa de simplório exemplo, bastamencionar, conforme muito bem noticia-do pela Folha de S. Paulo, em sua ediçãode 23/10/2009, à p. 13, que um proble-mático (para se dizer eufemisticamente omínimo) adolescente de 13 anos chegoua ser detido, em flagrante delito, por 12vezes, e, após esta última, mais uma vezacabou por ser liberado, em consequênciada estrita aplicação dos dispositivosmandamentais consignados no ECA, mes-mo após ter praticado toda a sorte de in-frações - incluindo uma tentativa de furtode um carro de um policial militar emDiadema, no ABC; furto consumado devários outros veículos; dirigir carros e mo-tos roubados, além de participar de umassalto a uma farmácia -, fatos estes que,com toda certeza, somariam muitos anosde prisão (inclusive com efetiva possibili-

Reis Friede (*)dade de encarceramento) em qualqueroutro país ocidental, de índole político-de-mocrática.

Não é por outro motivo que, cada vezmais, observamos, atônitos, um expressi-vo e preocupante número de cidadãos bra-sileiros, vítimas da crescente criminalidadeque tomou conta de nossas principaismetrópoles, recorrerem, direta ou indireta-mente, aos "supostos" serviços de prote-ção dos principais representantes do de-nominado "Estado Paralelo" (onde a me-noridade do infrator é apenas um simpló-rio dado estatístico), objetivando fazer va-ler - ainda que por vias moralmente conde-náveis (para não adentrarmos em consi-derações técnico-legais) - os seus respecti-vos direitos inalienáveis à segurança pes-soal e familiar.

"substitutos de autoria" de eventuais cri-mes consumados) experimentaram (pelomenos em um primeiro momento), parti-cularmente, na cidade do Rio de Janeiro.

Ainda assim, e independentemente daexistência desta inequívoca realidade, éforçoso concluir, entretanto, que deve ha-ver, por derradeiro, algum tipo de meio-ter-mo entre a justiça (paralela) da barbárie ea justiça (oficial) da impunidade, posto quenão parece razoável - e minimamente acei-tável - que toda a coletividade tenha quese defrontar sistematicamente com o au-têntico dilema estabelecido pela práxissocial atual no que concerne à escolhaentre esses dois extremos radicais.

Muito embora não se possa deixar dereconhecer o inédito, excepcional e cora-joso trabalho do governo do Estado do Riode Janeiro (e, especificamente, da Secre-taria de Segurança Pública), em especialno destemido enfrentamento (jamais ex-perimentado no passado na chamada "Ci-dade Maravilhosa" ou em qualquer outrametrópole verde e amarela), resta eviden-te que a sociedade brasileira clama poruma solução definitiva (e, sobretudo, le-gal) para o problema que, em última análi-se, a proteja, efetivamente desses verda-deiros desafios titularizados, em grandeparte, por pessoas que se presume aindaem formação de caráter (sem uma supos-ta "compreensão plena" da natureza crimi-nosa de sua conduta), até porque o Brasil,sob este prisma analítico, se apresenta,ipso facto, como o único país do mundoque possui, em absurda e desafiadora ló-gica dissonante, uma Delegacia(comumente conhecida pela sigla DPCA)cujo objetivo primordial - expressamenteconsignado em lei - é prioritariamente pro-teger o ofensor (ainda que supostamente"menor de idade") em flagrante detrimen-to da vítima que, inclusive, pode ser tam-bém, vale lembrar, uma simples criança emseus primeiros anos de vida.

(*) Desembargador federal e(*) Desembargador federal e(*) Desembargador federal e(*) Desembargador federal e(*) Desembargador federal eex-membro do Ministério Público;ex-membro do Ministério Público;ex-membro do Ministério Público;ex-membro do Ministério Público;ex-membro do Ministério Público;

mestre e doutor em Direito e autormestre e doutor em Direito e autormestre e doutor em Direito e autormestre e doutor em Direito e autormestre e doutor em Direito e autorde mais de 30 obras jurídicas.de mais de 30 obras jurídicas.de mais de 30 obras jurídicas.de mais de 30 obras jurídicas.de mais de 30 obras jurídicas.

Não é de hoje queos meios decomunicação

noticiam o autênticoimpério da ordem

imposto pelos"comandantes do

tráfico" nascomunidades

carentes

A propósito, não é de hoje, lamenta-velmente, que os meios de comunicaçãonoticiam o autêntico império da ordemimposto pelos respectivos "comandantesdo tráfico (ou afins)" nas comunidades ca-rentes, que representam, hoje, mais do queem qualquer outra época, verdadeiras"microcidades", em que qualquer práticadelituosa (perpetrada ou não por menoresde idade) é rapidamente solucionada - ain-da que através de métodos brutais -, o que,em grande parte, explica a relativa simpa-tia que as milícias (estas empregadorascontumazes de menores, inclusive como

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Julho | 2010 19

| Folclore Político

O valor do votoArcinélio Caldas (*)Os nativos da planície goitacá, predile-

ta do sol e do luar, em época de eleiçãolevantam-se de seus catres mais cedo einiciam a maratona de busca da harmoniapessoal e profissional sem hora para termi-nar, principalmente se for político. Em abo-no da tese, o saudoso vereador campistaCarlos Cardoso Tinoco, advogado de escol,com história fértil no cenário popular, costu-mava dizer:

- Durante quatro meses corremos atrásdo povo, que por sua vez atrás de nós correquatro anos.

O momento é fértil para os dependen-tes do sufrágio universal, o que fazem e nãofazem para conquistar o bendito voto, po-pularmente chamado de arma democrá-tica e instrumento de exercício da cida-dania. A compreensão do voto iniciou-se no período colonial, onde foi re-gistrada a primeira eleição no Bra-sil, em 23/01/1532, na capitaniade São Vicente (SP). A primeira le-gislação eleitoral veio com o Impé-rio e foi elaborada por ordem de D.Pedro I, visando eleição daAssembleia Constituinte de 1824.

Do Império à República, convi-vemos com diversas situaçõesmarcadas por expressões como: elei-ções a bico de pena; Lei Saraiva, cria-dora do título de eleitor; voto de cabres-to; voto de curral; política dos coronéis;oligarquias dominantes e política do cafécom leite, todas estigmatizadas pela ocor-rência de fraudes eleitorais homéricas emdiversos períodos, felizmente em nossosdias transparentes pelo processo eletrôni-co de votação, embora o país careça de ur-gente reforma política, a fim de enaltecerna população o valor, a consciência e im-portância do voto.

Outro dia, caminhando pela Formo-sa, digerindo a intricada questão do voto,pensando na passagem do Brasil Colôniapara nossos dias, cruzei na esquina daRosário com o Alvear, vereador bem vota-do do Partido da Situação, dizendo-se pre-ocupado com as próximas eleições, naqual vai tentar se eleger deputado esta-dual e precisa, estimadamente, de vintee cinco mil votos.

Nessa oportunidade chega até nós oNatam, ex-vereador do partido contrário,que ocupa a Presidência de uma empresapública municipal e, entrando na conversa,deixou claro:

- Alvear, você vai ter que correr atrás demuito voto, pois só daqui de Campos tere-mos no mínimo dez candidatos a deputadoestadual, sem contar com os de fora, queaqui vêm buscar o mesmo voto que vocêestá pretendendo para se eleger.

Retrucou o Alvear:- Natam, você foi vereador uma única

vez com os votos que seu sogro lhe deu. Eunão, o meu voto é cabalado, pois corro atrásdo eleitor, não meço esforços para conse-guir o voto. Na última eleição, subia a Praçadas Quatro Jornadas, abraçando um, cum-primentando outro, fazendo uma observa-ção aqui, outra acolá, quando avistei umsujeito de braços cruzados, de cara feia,parecendo de mal com a vida e olhandopara mim. Logo fui ao seu encontro e cheiode solidariedade estendi a mão paracumprimentá-lo. Ele frio, impassível, me dis-se: "Não dou a mão a filho das unhas ne-

nhum". Não perdi tempo, abracei-o caloro-samente e falei: "Sou igualzinho a você,também não dou a minha mão a qualquerum, mas por um voto faço qualquer negó-cio". Ele retribuiu o abraço, abriu um sorrisocativante e disse: "Vou votar em você".

Natam, mordido com a reprimenda docolega, fazendo o mea-culpa, respondeu:

- Alvear, eu não me reelegi como você,porquanto não investi o suficiente na cam-panha, nem me empenhei como da primei-ra vez em que me candidatei e recebi maisde cinco mil votos. Naquela ocasião eu luteipor todos eles, principalmente na terra domeu sogro, aliás, onde sou muito querido eamigo do povo, que me deu mais de tre-zentos votos por urna.

Diante da observação, que já se tor-nava frenética, e procurando realçartoda peregrinação do candidato embusca do voto, arrisquei perguntar:

- Natam, diga-me uma coisa. Nes-sa votação maciça que você teve emPaciência, terra de seu saudoso so-gro, não houve nenhum incidente naapuração dos votos?

- Problema nenhum - disse ele. - Sóo presidente da junta de apuração, su-jeito muito exigente, pretendeu anular

um voto meu e não deixei.- Como foi isso? O que você fez?

- O mesário separou uma cédula com omeu nome e disse que era voto nulo, pois oeleitor tinha acrescentado na cédula, à fren-te do meu nome, a palavra veado. Eu pro-testei alegando que o reduto da votação erameu, eu era o mais votado em todas as ur-nas e não poderia ter o voto anulado, umavez que a intenção do eleitor foi a de votarem mim e a obrigação do mesário é apro-veitar ao máximo a intenção do eleitor. Eleentão perguntou: "Você é veado?" Respon-di com todas as minhas forças: "Para nãoperder o voto, hoje eu sou!"

O voto foi validado pelo presidente damesa apuradora com a concordância dosfiscais de partido presentes na ocasião e,pelo final feliz, o candidato se reelegeu.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emCampos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.

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