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Associtrus presente no Conselho do Agronegócio A Associtrus é a representante do setor citrícola no Conselho do Agronegócio, através de seu presidente, Flávio Viegas. Empossado no mais novo órgão da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ele acredita que o Conselho terá papel político importante, uma vez que o produtor terá oportunidade ímpar de sugerir o que é melhor para o Estado e o país. O Conselho do Agronegócio é presidido pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Conta também com a participação do ex-ministro Pratini de Moraes e do presidente do Sistema Coopercitrus/Credicitrus, Leopoldo Pinto Uchôa. (Pág. 3) Ministério Público Federal é contra acordo entre o Cade e as indústrias O representante do MPF no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), procurador regional da República, José Elaeres Marques Teixeira, emitiu parecer, em que rejeita proposta de acordo feita pela SDE (Secretaria de Defesa Econômica), para extinção de processo contra empresas processadoras de laranja. Segundo o termo de compromisso pretendido pelas indústrias, Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), Bascitrus, Cambuhy Citrus, Cargill, Citrosuco Paulista, Citrovita, Coinbra-Frutesp, CTM Citrus, Frutax, Montecitrus e Sucocítrico Cutrale pagariam uma multa de R$ 100 milhões para evitar o prosseguimento das investigações de formação de cartel. A sugestão de acordo da SDE aguarda decisão do Cade. (Pág. 2) Advogado orienta produtor sobre contrato (Pág. 5) Cooperativismo expande mercado através do fairtrade Fundada em 2000, a Coagrosol (Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis) nasceu por causa da crise do final dos anos de 1999 com o objetivo de criar alternativas para manter a citricultura. Em busca de novos mercados, a cooperativa alugou o espaço de uma fábrica que, a partir do recebimento das frutas dos cooperados, entre- gava o suco con- centrado e congelado em tambores. Através do fairtrade, ou comércio justo, a Coagrosol começou a exportar seu suco e hoje comemora o crescimento no número de coo- perados e a expansão do mercado internacional, que possui capacidade de absorver o triplo do que é exportado atualmente pela cooperativa. Os produtores cooperados recebem, em média, R$ 12 pela caixa de 40,8 kg, livre de logística, custo de operação da Coagrosol etc. (Pág. 6) Exemplo – Equipe da Coagrosol trabalha a todo vapor para garantir comércio justo . Representatividade - O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, é o representante da citricultura. Novembro/dezembro de 2006 - Ano 2 - Número 9 Participam dois ex-ministros e o presidente do Sistema Coopercitrus/Credicitrus Projetos visam à reabertura de fábricas (Pág. 3) Associtrus na Jornada de Administração (Pág. 4) Municípios citrícolas prestigiam palestras (Pág. 4)

Associtrus presente no Conselho do Agronegócioassocitrus.com.br/informativos/09_novdez2006.pdf · Apesar de o preço do suco de laranja ter aumentado mais de 220% nos últimos dois

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Associtrus presente noConselho do Agronegócio

A Associtrus é a representante do setor citrícola no Conselho do Agronegócio,através de seu presidente, Flávio Viegas. Empossado no mais novo órgão da Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ele acredita que o Conselho terá papelpolítico importante, uma vez que o produtor terá oportunidade ímpar de sugerir o que émelhor para o Estado e o país.

O Conselho do Agronegócio é presidido pelo ex-ministro da Agricultura, RobertoRodrigues. Conta também com a participação do ex-ministro Pratini de Moraes e dopresidente do Sistema Coopercitrus/Credicitrus, Leopoldo Pinto Uchôa. (Pág. 3)

Ministério Público Federalé contra acordo entre o

Cade e as indústriasO representante do MPF no Cade (Conselho Administrativo de

Defesa Econômica), procurador regional da República, José ElaeresMarques Teixeira, emitiu parecer, em que rejeita proposta de acordofeita pela SDE (Secretaria de Defesa Econômica), para extinção deprocesso contra empresas processadoras de laranja.

Segundo o termo de compromisso pretendido pelas indústrias,Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos),Bascitrus, Cambuhy Citrus, Cargill, Citrosuco Paulista, Citrovita,Coinbra-Frutesp, CTM Citrus, Frutax, Montecitrus e SucocítricoCutrale pagariam uma multa de R$ 100 milhões para evitar oprosseguimento das investigações de formação de cartel.

A sugestão de acordo da SDE aguarda decisão do Cade. (Pág. 2)

Advogado orienta produtor sobre contrato (Pág. 5)

Cooperativismoexpande mercado

através do fairtradeFundada em 2000, a

Coagrosol (Cooperativa dosAgropecuaristas Solidários deItápolis) nasceu por causa dacrise do final dos anos de 1999com o objetivo de criaralternativas para manter acitricultura.

Em busca de novosmercados, a cooperativaalugou o espaço de umafábrica que, a partir dorecebimento das frutasdos cooperados, entre-gava o suco con-centrado e congeladoem tambores.

Através do fairtrade,ou comércio justo, aCoagrosol começou aexportar seu suco e hojecomemora o crescimentono número de coo-perados e a expansão domercado internacional,

que possui capacidade de absorvero triplo do que é exportadoatualmente pela cooperativa.

Os produtores cooperadosrecebem, em média, R$ 12 pelacaixa de 40,8 kg, livre de logística,custo de operação da Coagrosoletc. (Pág. 6)

Exemplo – Equipe da Coagrosol trabalha atodo vapor para garantir comércio justo .

Representatividade - O presidente da Associtrus,Flávio Viegas, é o representante da citricultura.

Novembro/dezembro de 2006 - Ano 2 - Número 9

Participam dois ex-ministros e o presidentedo Sistema Coopercitrus/Credicitrus

Projetos visam à reabertura de fábricas (Pág. 3)

Associtrus na Jornada de Administração (Pág. 4)

Municípios citrícolas prestigiam palestras (Pág. 4)

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2Novembro/dezembro

Para anunciar ligue (17) 3343-5180

EXPEDIENTEPublicação bimestral da Associtrus(Associação Brasileira de Citricultores)

Conselho Editorial: DiretoriaProdução, edição e fotos: Iha Comunicação

Tiragem: 6 mil exemplaresDivisão de jornalismo: Eduardo Iha e Carolina Iha

Diagramação: Juliana IhaAssocitrus - Associação Brasileira de Citricultores

Rua Prudente de Moraes, 514 - Centro - CEP: 14.700-120 - Bebedouro - SPFone: (17) 3345-3719/3343-5180 - E-mail: [email protected]

Home Page: www.associtrus.com.br

DIRETORIAFlávio Pinto Viegas, Douglas Eric Kowarick,

Charles Teixeira e Otto Henrique Mahle Neto.

EXPEDIENTE

IMPORTANTE!Identifique e confirme a sua contribuição.

Solicite sua ficha de cadastro de sócio na sede da Associtrus,na rua Prudente de Moraes, 514 (estacionamento da Credicitrus)ou pelo site www.associtrus.com.br

A contribuição quadrimestral é obtida multiplicando-se aestimativa de caixas a serem colhidas por U$$ 0,01 (um centavode dólar). O valor resultante pode ser pago em três parcelas aserem depositadas a favor da Associtrus no Banco Credicitrus,756, agência 3188, conta corrente 12.845-7.

Não deixe de participar! Associe-se

EditEditEditEditEditorialorialorialorialorial

Michael Tomasky, editor darevista de opinião liberal ‘TheAmerican Prospect’, de Washington,em um artigo publicado no ‘The NewYork Times’, escreveu: “Eis umtruísmo fundamental da políticaamericana: assim que os bem-informados de Washingtonconcordam em concordar comalguma coisa, ela se torna verdade,mesmo que não seja. Chama-sesenso comum. Sempre é comum,mas raramente é sensato”.

Este truísmo não se aplicaapenas aos “bem informados” deWashington, mas a todos os”beminformados” do planeta.

A volta de Delfin Neto lembra-nosque o senso comum vemrecomendando, desde os anos 70,aguardar o crescimento do bolo antesde dividi-lo.

O que vimos nos últimos anosforam variações sobre o mesmo temae as conseqüências foram o aumentoda concentração de renda e odesemprego.

As conseqüências desseconsenso são percebidas peloaumento da imigração dos menosfavorecidos para os centros maisricos, o inchaço das cidades e oaumento da violência, entre outras.

Na citricultura vivemos um casotípico em que a concentraçãoprovocou enormes prejuízos aoscitricultores, aos municípios citrícolase ao país, favorecendo as quatroempresas que controlam o mercadointernacional de suco de laranja.Desafiamos os defensores daconcentração a apresentar seusbenefícios a beneficiários destesetor do nosso agronegócio.

As perdas são bem conhecidas,cerca de 20 mil citricultores foramexpulsos do setor através decontratos leoninos e preços aviltadose, como conseqüência, os mais de300 municípios citrícolas tiveramenormes prejuízos econômicos esociais que se propagam por toda anossa cadeia produtiva e pelaeconomia brasileira.

Preocupa-nos a insensibilidadede importantes setores da sociedadee do governo diante deste e de outroscasos semelhantes que semultiplicam na nossa economia e emparticular no agronegócio. O CADEdeverá julgar, em breve, umaproposta de um novo TCC com asindústrias esmagadoras, queesperamos seja rejeitada porque asindústrias, além de não haveremrespeitado o TCC assinado em 1994,são reincidentes, e estão impedidaslegalmente, pois o TCC não se aplicaem casos de investigação deformação de cartel.

A atuação dessas indústrias nãose alterou, mesmo diante da quedada produção de laranjas, que impedeo Brasil de manter o mercadoconquistado pela eficiência de nossacadeia produtiva, que lhe permitiugerar, interiorizar e distribuir renda eemprego.

Apesar de o preço do suco delaranja ter aumentado mais de 220%nos últimos dois anos, o preço pagopelas indústrias continua muito

abaixo do custo de produção, queaumentou 450% em reais nosúltimos cinco anos e o processo deconcentração continua agravandoainda mais a situação econômica esocial da nossa cadeia produtiva.

Os citricultores da Flóridadeverão receber, pela laranja tardiacomo a nossa pêra, natal e valência,US$ 9,5 por caixa, na árvore, aopasso que o citricultor brasileirocontinua a receber o equivalente aUS$ 2,5 por caixa, enquanto seucusto de produção supera US$ 6 porcaixa, na árvore. O preço do sucode laranja, nos níveis atuais,permitiria uma remuneração aocitricultor de US$ 7,75 por caixa, naárvore.

A solução do problema está nadesconcentração do setor, nalimitação da verticalização dasindústrias, na introdução doCONSECITRUS, entre outrasmedidas que assegurem aconcorrência entre as empresas e orespeito aos contratos.

Associtrus comemora parecerdo representante do MPF

Ministério Público é contra acordoentre Cade e processadoras de laranja

O representante do MPF noCade (Conselho Administrativo deDefesa Econômica), procuradorregional da Repúbl ica JoséElaeres Marques Teixeira, emitiuparecer em que rejeita proposta deacordo feita pela SDE (Secretariade Defesa Econômica) paraext inção de processo contraempresas processadoras delaranja, fato comemorado pelaAssoci trus. “O parecer doMinistér io Públ ico Federal égratif icante para a Associtrus,porque confirma o acerto dasposições que temos adotado emdefesa dos citricultores e coincidecom a tese que sustenta omandado de segurança por nósimpetrado, contra a efetivação doacordo pretendido pelas indústrias.É absolutamente indesejável arealização de qualquer acordo quepossa obstar as investigações,pr incipalmente, porquedemonstraria total insensibilidadedas nossas instituições em relaçãoaos prejuízos experimentadospelos ci t r icul tores e,conseqüentemente, pelasociedade, em decorrência dodesrespeito que o setor industrialdemonstrou pelos órgãos dedefesa da concorrência e osprodutores, ao persistir em suaspráticas após a assinatura do

acordo de cessação de 1995”, dizo presidente da Associtrus, FlávioViegas.

Segundo o termo decompromisso pretendido pelasindústrias, Abecitrus (AssociaçãoBrasileira dos Exportadores deCítr icos), Bascitrus, CambuhyCitrus, Cargill, Citrosuco Paulista,Citrovita, Coinbra-Frutesp, CTMCitrus, Frutax, Monteci trus eSucocítrico Cutrale pagariam umamulta de R$ 100 milhões paraevi tar o prosseguimento dasinvestigações de formação decartel.

As indústrias, acusadas deformação de cartel em 1995,assinaram um TCC (Termo deCessação de Conduta) em que secomprometiam a abandonar todae qualquer ação concertada naaquisição da fruta dos produtores.“ Infel izmente, as prát icasanticoncorrenciais não cessaram,causando a expulsão de muitospequenos e médios produtores daci t r icul tura. Cont inuaremos aacompanhar as investigações paraque os órgãos competentes tomemmedidas visando à cessação depráticas de cartel em todos ossetores do agronegócio brasileiro”,observa Viegas.

A sugestão de acordo da SDEaguarda agora decisão do Cade.

Conseqüências da concentração

(Flávio Viegas, presidente da Associtrus)

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3Novembro/dezembro

InoInoInoInoInovvvvvaçãoaçãoaçãoaçãoação

Reativação: alternativa para os citricultoresAssocitrus eAmcisp queremtornar realidadeprojeto paraexpandir oconsumo dosuco citríco nomercado interno

A Associtrus e a Amcisp(Associação dos MunicípiosCitrícolas de São Paulo) trabalhamna formação de uma associação depequenos e médios produtores paraa reabertura de indústrias de sucovoltadas, inicialmente, para omercado interno através do estimulodo consumo dos setoresinstitucionais e privados. O suco emrefeitórios de fábricas e de hospitais,na merenda escolar e prateleiras desupermercados pode ampliar em10% o consumo interno. “Oscitricultores não precisarão ficarrestritos à venda para as indústrias,que cartelizam o mercado eexpulsam os pequenos e médios

produtores da atividade”, diz opresidente da Amcisp, KalMachado.

Há vinte e duas unidadesfechadas, prontas paraarrendamento, ou formação deparcerias, sociedades, leasing, jointventures, para o produtor ou umgrupo assumir. “A maior dificuldadeestá na descapital ização doprodutor. Entre a instalação e osprimeiros recebimentos, uma

fábrica, com capacidade para moerde 2 milhões a 4 milhões de caixa,levaria de 90 a 120 dias. Somandosalár ios de funcionár ios edespesas fixas, o investimentoinicial ser ia de R$ 1 mi lhão”,calcula Kal . “Apesar dadescapitalização, acredito que hajapessoas interessadas em financiaro projeto a juros mais baixos queo mercado normalmente oferece”,comenta o presidente da

Associtrus, Flávio Viegas.Para pôr uma fábrica para

funcionar, os citricultores do Estadosó precisariam destinar 1% daprodução de 350 milhões de caixa.“O citricultor terá confiança ecredibilidade se alguém iniciar oprocesso. Hoje conseguimos colocara Associtrus em sintonia muitogrande com as expectativas dosprodutores. Queremos que não hajaassimetria de ganhos”, observaViegas.

A meta é que se abra, no mínimo,uma fábrica por ano. “A partir daí, oprodutor saberá, quanto se lucra equantas caixas se usa na produçãode uma tonelada de suco. Nãopodemos ficar nas mãos da indústria,que manipula as informações para ogoverno e não dá ao produtor,sequer, o direito de ter acesso ao seupróprio contrato”, observa Viegas.

O trabalho da Associtrus e daAmcisp também está voltado paraa orientação dos produtores.“Queremos preparar o agricultorpara gerenciar ou para delegar essafunção a alguém ou a umainstituição. A idéia é formarmosnovas lideranças no agronegóciopara fazer o agricultor ir além daporteira de sua propriedade”, finalizaViegas.

Presidente da Associtrus toma posseno Conselho do Agronegócio da Fiesp

O presidente da Associtrus,Flávio Viegas, foi empossado noConselho do Agronegócio, mais novoórgão da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (Fiesp).Presidido pelo ex-ministro daAgricultura, Roberto Rodrigues, oConselho conta também com aparticipação do ex-ministro Pratini deMoraes e do presidente do SistemaCoopercitrus/Credicitrus, LeopoldoPinto Uchôa.

A criação do Conselho ligado auma entidade como a Fiesp, que, atéentão, representava apenas aindústria, é vista com grandeexpectativa por Flávio Viegas. “Não

só a indústria de alimentos, mas osdemais segmentos do agronegóciopassarão a influir mais nos destinosdo país. O Conselho dará ao produtoruma oportunidade ímpar de sugeriro que é melhor para o Estado, o paíse até nas relações internacionais”, dizViegas.

O Conselho não tratará deassuntos específicos de cada áreada agricultura, mas unirá todos ossetores do agronegócio. “O Conselhotem um papel político muitoimportante. Teremos influência noestabelecimento de políticas voltadaspara o agronegócio”, observa Flávio.

O fato de a citricultura estar

Reativação – A reabertura de fábricas desativadas, como a Celial de Rio Claro,surge como alternativa para a recuperação de renda do setor produtivo.

representada no Con-selho do Agronegócio pelaAssocitrus com prova arepresentatividade daassociação. “É o re-conhecimento de que aAssocitrus é, efe-tivamente, um repre-sentante importante dacitricultura e é umaoportunidade para queganhemos espaço paralevar as reivindicaçõesdos citricultores aosórgãos competentes”,finaliza Flávio.

Planos – Presidido pelo ex-ministro daAgricultura,agrônomo Roberto Rodrigues, oConselho do Agronegócio pretende formularpropostas e projetos para consolidar a idéiade cadeia produtiva.

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4Novembro/dezembro

DivulgaçãoDivulgaçãoDivulgaçãoDivulgaçãoDivulgação

Associtrus na 15ª Jornada de Administração do ImesbEm discussão, os impactos causados pela substituição da laranja pela cana.

O vice-presidente daAssocitrus, Douglas Eric Kowarick,participou, em outubro, da 15ªJornada de Administração do Imesb“Victório Cardassi”.

A relação desigual entre ossetores produtivo e industrial foi apauta da palestra da associação. “Seas condições de negociação entreprodutores e industriais não chegarema um consenso, a laranja continuaráa ceder espaço para a cana-de-açúcar, devido à rentabilidade”.

Douglas observou que, apesar doaumento do preço do suco de laranjano mercado internacional, asexcelentes projeções do setor ficamrestritas às indústrias. “Na atualconjuntura, a citricultura paulista aindanão sentiu os reflexos da valorizaçãodo suco no exterior. Isto aconteceporque o setor industrial é muitofechado, controla todo o segmento enão permite que este ganho chegueao citricultor”, observou.

Na década de 1980, o produtorera remunerado em 30% sobre o valorfinal do suco na prateleira dossupermercados no exterior. Hoje, estaremuneração não chega a 12%.

A divulgação dasinformações do setorcitrícola para os jovensuniversitários é fundamentalpara a formação de umasociedade consciente deseu papel na economia.“Todos precisam seconscientizar do seu papelna economia das cidades,do Estado e do país.Profissionais conscientes darealidade de seusmunicípios terão maiscondições de analisar esolucionar os problemas”,finalizou Douglas.

O evento contoutambém com aparticipação do gerenteda divisão agrícola daCoplana de Guariba,Adilson Luis Penariol, edo presidente da Aciab,Mário Gomes de OliveiraJúnior.

Adilson traçou asperspectivas para o setorsucroalcooleiro, mostrando osignificativo crescimento dos

mercados interno e externo deaçúcar e álcool. “A safra 2006/2007

Divulgação do trabalho nos municípios citrícolasCom o objetivo de divulgar as

últimas informações do setor citrícola,referentes às negociações que atéentão envolviam o governo, asindústrias e representantes doscitricultores, de divulgar o seu trabalhoem prol de uma justa remuneraçãopara o setor produtivo, a Associtruspromoveu encontros em váriosmunicípios citrícolas.

Citricultores de Itápolis, AparecidaD’Oeste, Urânia, Pirassununga, PontaLinda e Taiúva participaram daspalestras “Perspectivas para aCitricultura”, proferidas porrepresentantes da Associtrus. Algunsencontros contaram com a presençado presidente da Amcisp, KalMachado; do deputado federal AntônioCarlos Mendes Thame; e do advogadoda Associtrus, Luiz Régis Galvão Filho.

Atentos às informações sobre aatual situação do mercado citrícola, osprodutores tiveram a oportunidade de

será 5,4% maior que a anterior,atingindo 6,2 milhões de hectares deárea plantada com cana. O setorprocessou 105,2 milhões detoneladas na safra anterior, gerandoR$ 3,1 bilhões. A safra 2006/07 teráum aumento de 54,8%, com oprocessamento de 110 milhões detoneladas e faturamento de R$ 4,8bilhões”, informou Adilson.

O Brasil assumiu a ponta naprodução de açúcar e álcool,ultrapassando países da UniãoEuropéia e Cuba, que, há cinco anos,eram líderes no setor. Em 2010, aprodução de cana deve atingir 570milhões de toneladas.

O presidente da Aciab, MárioGomes de Oliveira Júnior, falou dosimpactos no comércio de Bebedouro.“A transição da laranja para a canafaz com que as cidades que até entãodependiam exclusivamente doscitros sofram com o desestímulo dosempresários. Hoje estamos cercadospela cana-de-açúcar, mas nãopossuímos nenhuma indústria nomunicípio, ou seja, a cana nãodistribui renda nem gera emprego nacidade”, disse Mário.

se aprofundarem em assuntosrelacionados ao setor.

A importância da organização daclasse produtiva em associações e anecessidade de todos se manterembem informados sobre os últimosacontecimentos do setor foramtemas de destaque nas palestras.

Os diretores da Associtrusexpuseram o papel da associação naluta pelos direitos dos produtores, peloreajuste de preços desta safra, pelaimplantação de um novo modelo decontratação e destacaram aimportância do associativismo. Oapoio ao trabalho da Associtrus ficouevidente com a filiação de váriosprodutores.

Os interessados em receberem avisita da Associtrus em seusmunicípios podem entrar em contatocom a associação pelos telefones (17)3343-5180 e 3345-3719 e/ou pelo sitewww.associtrus.com.br.

Informação – O vice-presidente da Associtrus,Douglas Kowarick, expõe a atual situação dacitricultura brasileira aos jovens administradoresdo Imesb “’Victório Cardassi”’.

Prestígio – Citricultores e outros convidados acompanham atentamenteas palestras promovidas pela Associtrus. Apoio ao trabalho da entidadeé demonstrado também com o aumento do quadro associativo.

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5Novembro/dezembro

EntreEntreEntreEntreEntrevistavistavistavistavista

O advogado do Depto. Jurídicoda Associtrus, Luiz Régis GalvãoFilho, discorre sobre oposicionamento adotado pelaentidade, quando das negociaçõescom o setor industrial e o governo efornece orientações referentes aoacordo proposto pela Faesp(Federação da Agricultura do Estadode São Paulo).

Informativo – Faça um resumodas negociações com a indústria.

Régis – Em março deste ano, aAssocitrus foi procurada pela Cutralepara negociar uma nova forma decontratação, concordando, inclusive,com a criação do Consecitrus.

As negociações caminhavambem, até o momento da entrada daFaesp com a intermediação dosenador Aloizio Mercadante,transferindo as reuniões, até entãorealizadas em Bebedouro, para asede da Faesp em São Paulo.

Informativo – Por que a entradada Faesp e do Governo nasnegociações?

Régis – Acreditamos que aparticipação da Faesp e do Governosó viriam acrescentar às negociações,por isso, em momento algum aAssocitrus impugnou sua presençanas reuniões, aliás, participamos de,aproximadamente, nove encontrosdurante cerca três meses, em SãoPaulo. O setor industrial estavarepresentado pela Coinbra-Frutesp,Cutrale e Abecitrus (leia-se Cutrale,única filiada) e, o governo, pelosenador Aloízio Mercadante.

Nas reuniões, a Associtrus lutoupor um reajuste nos contratos daatual safra e pelo compromisso deimplementar um novo modelo decontrato, o Consecitrus, que tem,entre seus fundamentos, o preço decusto de produção como base parao preço da caixa de laranja.Contrária à proposta da Associtrus,a indústria condicionou a concessãode qualquer tipo de reajuste àfinalização do procedimentoadministrativo em trâmite no Cade,exigência rejeitada pela própria SDE(Secretaria de Direito Econômico)que se fazia presente nas reuniões.

Informativo – O que impediu oprosseguimento da participação daAssocitrus nas reuniões?

Régis - Em determinada reunião,o senador Aloízio Mercadanteinformou a todos que a SDE (que,até então, se posicionava de formaintransigente quanto aoprosseguimento das investigaçõesda Operação Fanta) concordou emencerrar as investigações através daconcessão de TCC (Termo deCessação de Conduta) às indústrias.A proposta da SDE, de multar asprocessadoras em R$ 100 milhões,fez com que a Associtrus adotassemedidas judiciais para evitar qualquertipo de acordo que impeça oprosseguimento das investigações.

Mesmo conseguindo aatenuação da questão administrativa,as indústrias se negaram a concederum reajuste para a atual safra e acriar um aditivo comum a todos osprodutores. Por não concordar comos posicionamentos da industria e doGoverno, a Associtrus se retirou dasnegociações.

Informativo– Como avalia oposicionamento do Governo e dasindústrias nas negociações?

Regis - O que se viu foi umgrande desserviço para a citricultura.Primeiro, porque se estabeleceu umbônus extremamente insignificante,ou melhor, ridículo, equiparando oscontratos a US$ 4, o que não cobresequer o custo de produção.Também não foram exigidasgarantias, em instrumento preliminarde contrato, de novas regras para afixação do preço da caixa de laranja,deixando incerta a viabilidade daatividade citrícola para o futuro.Segundo, porque permitiu que osaditivos fossem realizadosindividualmente entre citricultores eindústrias, deixando o produtorvulnerável às pressões de umarenegociação de contratos. Tenhoinformações de que a Cutrale e aCoinbra condicionaram o aumentonoticiado pela Faesp à renovação doscontratos por mais anos-safras. Esteposicionamento das industrias já eraprevisto e, por várias vezes, foi alertadopelo Depto. Jurídico da Associtrus.

Informativo – Então, o acordofoi feito exclusivamente entre Faespe indústrias?

Regis – Sim. A Associtrus nãoassinou nenhum acordo e seposiciona contrariamente aoadicional de preço anunciado pelaFaesp, já que o referido valor, alémde insiginificante, está condicionadoapenas para o presente ano-safra.

Informativo – Dias atrás, aFaesp divulgou uma circularinformando que as indústr iasestariam dispostas a fazer umadiantamento de pagamento dosatuais contratos, enquanto oreajuste proposto pelo acordofechado entre eles est ivessecondicionado às investigações daSDE. Qual a or ientação daAssocitrus quanto ao recebimentodestes adiantamentos?

Regis - As razões para oaguardo da concret ização doreferido acordo reside, na verdade,na expectativa de arquivamento doprocesso administrat ivo de-nominado Operação Fanta, sem oqual, nenhum acordo seráconcedido pelas empresas.

Orientamos os associadospara que não firmem qualqueraditivo por um valor que não cubraos custos de produção e queinviabilize o trato adequado dopomar. Os produtores devembuscar revisões amigáveis decontratos mas, caso isso nãoocorra, devem promoverdemandas judiciais para rescisãoimediata do contrato, razão pelaqual colocamos à disposição detodos os ci t r icul tores e seusadvogados, o Depto. Jurídico daAssocitrus.

Assessoria – O advogado da Associtrus, Luiz Régis Galvão Filho, orientaos produtores nas negociações com a indústria.

Posicionamento em negociação com indústria de suco

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6Novembro/dezembro

MerMerMerMerMercadocadocadocadocado

Cooperativismo atua na expansão do mercadopara pequenos e médios produtores de citrosExportação fairtrade, movimento surgido na Europa, garante ocomércio para produtores de países em desenvolvimento.

Fundada em 2000, por umgrupo de 35 pequenos e médiosprodutores de Itápolis a Coagrosol(Cooperativa dos AgropecuaristasSolidários de Itápolis), nasceu porcausa da crise do final dos anosde 1990, quando a oferta excessivade laranja derrubou o preço da frutae, os problemas fitossanitários, comoo cancro cítrico e o amarelinho,mergulharam a atividade numacrise. “Era um momento muito difícile precisávamos criar alternativaspara manter a citricultura. Entãodecidimos nos unir, em busca denovos mercados e, graças a muitotrabalho, conseguimos fundar aCoagrosol”, lembra ReginaldoVicentim, diretor da cooperativa.

Com o propósito de conquistarmercado internacional, aCoagrosol alugou o espaço de umafábrica que,com o recebimento dasfrutas dos cooperados, entregava osuco concentrado e congelado emtambores para a cooperativa.

Através do fairtrade, ou comérciojusto - movimento surgido na Europa,por força de organizações não-governamentais, com o objetivo deproteger o mercado para pequenose médios produtores de países emdesenvolvimento -, a Coagrosolcomeçou a exportar seu suco. “Essecomércio é composto por váriasentidades de países, reunidas pelaFLO (Fairtrade LabellingOrganizations), uma organizaçãointernacional sediada na Alemanha

e com certificação própria. Por trásdo selo estampado nas embalagens,o consumidor tem a garantia de que

adquire a produção de pequenosagricultores reunidos por umaassociação que jamais teve a chancede exportar seus produtos. Passamosa exportar, na época, 400 toneladasde suco para o Comércio JustoEuropeu”, diz Reginaldo.

As principais dificuldades da

Coagrosol se concentravam na faltade recursos e de unidades deprocessamento dispostas a

industrializar suas 100 mil caixas delaranja. “Outra barreira foi conquistaro produtor que, até então, pouco sabiasobre cooperativismo e fairtrade”,constatou Reginaldo.

O crescimento da Coagrosoldeve-se ao sucesso das exportaçõese à abertura, cada vez maior, do

Comércio Justo Europeu. “Hoje temos100 cooperados e nossa expectativaé de exportar mil toneladas de suco.Em 2000, processávamos 100 milcaixas e, neste ano, serão 250 mil”,comemora Reginaldo, acrescentandoque “o mercado tem capacidade paraabsorver o triplo do que exportamosatualmente, por isso, trabalhamosna conquista de novos cooperadospara aumentarmos a produção”.

O resultado da exportaçãofairtrade é comemorado pelosprodutores que recebem, emmédia, R$ 12 pela caixa de 40,8 kg.“Este valor é livre de logística, custode operação da Coagrosol,embalagem etc. e está bempróximo do que a Associtrusconsidera ideal”, observaReginaldo.

Os cooperados da Coagrosoltêm garantia de mercado e derecebimento do preço mínimo docusto de produção, apurado peloComércio Justo Europeu; assistênciatécnica; e incentivo à produçãoorgânica e à diversificação deculturas. “Comercializamos, atravésdo mesmo processo, suco de goiaba,manga e limão”, diz Reginaldo.

Para se cooperar à Coagrosol,basta ser produtor. “Com dopagamento de uma integralização decota, o produtor já passa a compor ocapital social da Coagrosol. Ocooperativismo é a grande tendênciado mercado internacional”, finalizaReginaldo.

Na Europa – Acompanhado da responsável pelo supermercado Migros, naSuíça, Reginaldo Vicentin, diretor da Coagrosol, confere a expansão domercado do suco brasileiro através do fairtrade