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1 ASTRONOMIA E RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE: PROBLEMATIZAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE LINGUAGEM E CONCEITOS CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL FABIO AUGUSTO SPINA 1 , NOEMI SUTIL 1 , MARCOS ANTONIO FLORCZAK 1 Resumo: Neste trabalho são apresentadas considerações sobre pesquisa envolvendo o desenvolvimento de proposta educacional para abordagem de tópicos de Astronomia no Ensino Fundamental. Este trabalho possui fundamentos na teoria da aprendizagem significativa, destacando a apropriação de linguagem e conceitos científicos, em concepção de formação para o envolvimento em argumentação e proposições de alternativas concernentes a aspectos sociais, culturais, tecnológicos e ambientais. Os sujeitos envolvidos são alunos de 5º a 9º ano e docente em disciplina de Ciências em colégio paranaense. Os dados foram constituídos por registros, realizados pelos estudantes em blog e pelo professor, e trabalhos de discentes; o primeiro conjunto de dados se refere aos alunos no 5º ano; o segundo conjunto se relaciona aos mesmos estudantes no 9º ano (quatro anos após). Esses dados foram analisados considerando Análise de Conteúdo. Imersos em espaço democrático de discussões científicas, foi possível observar indícios de aprendizagem significativa ao acompanhar a evolução da apropriação de linguagem e conceitos pelos alunos. Ao ingressarem no 9º ano, conceitos ancorados na primeira fase (5º ano) contribuíram para ampliar o interesse e aprofundar estudos em ciências e para o envolvimento em argumentação e proposições de alternativas em questões de Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. Palavras-chave: Astronomia. Aprendizagem significativa. Linguagem científica. INTRODUÇÃO Há milênios a humanidade vem olhando para o céu na busca incessante de conhecimento. A simples postura de elevar os olhos e admirar astros e eventos celestes influenciou a forma de pensar, agir e interagir em diferentes civilizações ao longo da história. Durante os últimos 60 anos, diante da maior difusão dos conhecimentos relacionados à Astronomia, a população de forma geral revelou seu interesse por esta ciência, que cada vez mais passou a fazer parte de seu cotidiano: inovações tecnológicas oriunda destes conhecimentos influenciam o modo de vida em todos os cantos do planeta, a ponto de intervir na maneira em que as pessoas se comunicam, se vestem, se alimentam, e na própria relação com os outros e com a natureza. Essa condição reflete-se em sala de aula, onde saberes científicos são formalmente trabalhados. Em muitos currículos a Astronomia é disciplina obrigatória, presente semanalmente na grade horária do Ensino Fundamental. Esta ciência que integra conhecimentos de diversas áreas atua como agente motivador no processo de ensino e aprendizagem, permitindo a manifestação de uma nova relação entre professor e alunos, a 1 1: Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica-FCET. Brasil. [email protected]; [email protected].

ASTRONOMIA E RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, … · (astronomia e ciências) e do 9º ano (física), o que permitiu avaliar a evolução dos conceitos científicos de seus

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ASTRONOMIA E RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E

AMBIENTE: PROBLEMATIZAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE LINGUAGEM E

CONCEITOS CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

FABIO AUGUSTO SPINA1, NOEMI SUTIL1, MARCOS ANTONIO FLORCZAK1

Resumo: Neste trabalho são apresentadas considerações sobre pesquisa envolvendo o

desenvolvimento de proposta educacional para abordagem de tópicos de Astronomia no

Ensino Fundamental. Este trabalho possui fundamentos na teoria da aprendizagem

significativa, destacando a apropriação de linguagem e conceitos científicos, em concepção de

formação para o envolvimento em argumentação e proposições de alternativas concernentes a

aspectos sociais, culturais, tecnológicos e ambientais. Os sujeitos envolvidos são alunos de 5º

a 9º ano e docente em disciplina de Ciências em colégio paranaense. Os dados foram

constituídos por registros, realizados pelos estudantes em blog e pelo professor, e trabalhos de

discentes; o primeiro conjunto de dados se refere aos alunos no 5º ano; o segundo conjunto se

relaciona aos mesmos estudantes no 9º ano (quatro anos após). Esses dados foram analisados

considerando Análise de Conteúdo. Imersos em espaço democrático de discussões científicas,

foi possível observar indícios de aprendizagem significativa ao acompanhar a evolução da

apropriação de linguagem e conceitos pelos alunos. Ao ingressarem no 9º ano, conceitos

ancorados na primeira fase (5º ano) contribuíram para ampliar o interesse e aprofundar

estudos em ciências e para o envolvimento em argumentação e proposições de alternativas em

questões de Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente.

Palavras-chave: Astronomia. Aprendizagem significativa. Linguagem científica.

INTRODUÇÃO

Há milênios a humanidade vem olhando para o céu na busca incessante de

conhecimento. A simples postura de elevar os olhos e admirar astros e eventos celestes

influenciou a forma de pensar, agir e interagir em diferentes civilizações ao longo da história.

Durante os últimos 60 anos, diante da maior difusão dos conhecimentos relacionados à

Astronomia, a população de forma geral revelou seu interesse por esta ciência, que cada vez

mais passou a fazer parte de seu cotidiano: inovações tecnológicas oriunda destes

conhecimentos influenciam o modo de vida em todos os cantos do planeta, a ponto de intervir

na maneira em que as pessoas se comunicam, se vestem, se alimentam, e na própria relação

com os outros e com a natureza.

Essa condição reflete-se em sala de aula, onde saberes científicos são formalmente

trabalhados. Em muitos currículos a Astronomia é disciplina obrigatória, presente

semanalmente na grade horária do Ensino Fundamental. Esta ciência que integra

conhecimentos de diversas áreas atua como agente motivador no processo de ensino e

aprendizagem, permitindo a manifestação de uma nova relação entre professor e alunos, a

1 1: Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, Programa de Pós-Graduação em Formação Científica, Educacional e Tecnológica-FCET. Brasil. [email protected]; [email protected].

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ponto de aprendizes demonstrarem ter a capacidade de contribuir para a apresentação e

discussão de conceitos complexos, mesmo ao longo da primeira infância.

Este é o contexto no qual este trabalho foi desenvolvido, cujo objetivo é analisar

condições de apropriação de conceitos e linguagem científica por meio do ensino de

Astronomia no Ensino Fundamental 2, através do desenvolvimento de proposta educacional

em ambiente interativo de acordo com pressupostos da teoria da aprendizagem significativa.

Para tanto, o blog olhando-para-o-ceu.blogspot.com foi desenvolvido com intuito de

fomentar a troca de conhecimentos científicos em ambiente escolar. A tecnologia de blog é

propicia para promover a migração gradual e coerente da linguagem comum para a científica

por meio da vivência de conteúdos orientados e avaliados pelo professor, que no caso deste

trabalho, são destinados à Astronomia e ciências em geral. Os blogs permitem também

cultivar a curiosidade e a motivação dos aprendizes ao favorecer o debate de ideias através da

leitura, escrita e oralidade por meio de seus registros (publicações ou posts e comentários).

Através deste espaço foi possível disponibilizar um meio inovador, extraclasse e

atemporal para que a prática da linguagem (sintaxe e semântica) possa ocorrer no ensino de

ciências, de forma clara, objetiva e compartilhada, mediante a participação de professor,

estudantes e outros visitantes amantes de Astronomia.

Através da participação dos estudantes no blog foi possível analisar e dimensionar

conteúdos de ciências e astronomia para que possam ser abordados de forma coerente no

Ensino Fundamental, e desta forma, identificar indícios de apropriação da linguagem

científica através da análise dos registros dos alunos e dos resultados de atividades em sala.

Por isso o blog olhando-para-o-ceu.blogspot.com tornou-se referência na

complementação didática às aulas ministrada pelo professor para turmas do 5º ano

(astronomia e ciências) e do 9º ano (física), o que permitiu avaliar a evolução dos conceitos

científicos de seus alunos através de seus registros no blog e das atividades realizadas ao

longo do Ensino Fundamental 2. Este ambiente democrático e interativo fomentou a interação

continuada entre estudantes (e outros visitantes deste espaço), e de tópicos destas ciências de

forma orientada pelo professor, ocorridas principalmente em momentos extraclasse.

REFERENCIAL TEÓRICO

Todo professor interessado em uma formação significativa e duradoura para seus

estudantes possui um grande desafio: descobrir o que eles já sabem para que consiga

apresentar e relacionar novos saberes de forma articulada a esse repertório. Essa é a ideia

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central apresentada pela Teoria da Aprendizagem Significativa, desenvolvida por David

Ausubel et al (1980). Segundo o autor:

A aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem implica

relacionar, de forma não arbitrária e substantiva (não literal), uma nova informação a

outras com as quais o aluno já está familiarizado, e quando o aluno adota uma

estratégia correspondente para assim proceder (AUSUBEL et al, 1980, p. 23).

Esse processo envolve conceitos e linguagem próprios de cada área do saber, que

deverão ser manipulados e compreendidos pelos estudantes através do uso de códigos

linguísticos. “O código linguístico é o meio mais poderoso e positivo que os seres humanos

possuem para ampliar a quantidade de informações processadas e memorizadas, e assim

ampliar seu domínio de saber” (AUSUBEL et al, 1980, p. 51).

Seja oral (transmitida pela fala) ou simbólica (que engloba além das letras e palavras,

os desenhos, formas, números, esquemas, gestos, etc.), a linguagem está além de um mero

meio comunicativo, e atua de forma integral e operativa no processo de pensamento, tanto

para quem se expressa quanto para quem recebe informações. Segundo Ausubel et al (1980):

A verbalização faz mais do que apenas codificar o discernimento subverbal em

palavras. O uso de palavras manipuláveis para representar ideias possibilita, em

primeiro lugar, o próprio processo de transformar estas ideias em novos

discernimentos. A verbalização dos discernimentos subverbais emergentes em

sentenças é uma parte integral do processo de pensamento, que aumenta em grande

parte a precisão e a clareza de seus produtos (aprendizagem). Portanto, possibilita

um nível qualitativamente maior de compreensão com um poder de transferência

muitíssimo aumentado (AUSUBEL et al, 1980, p. 446).

A linguagem é por tanto essencial para a aprendizagem significativa, pois conceitos se

tornam precisos e transferíveis a partir da manipulação e aperfeiçoamento de proposições

(sintaxe) que desenvolvam propriedades representacionais destes (semântica).

Desse modo, cabe ao professor interessado em alcançar uma aprendizagem mais

significativa planejar e desenvolver atividades de ensino que possibilitem aos aprendizes

empregar a linguagem no processo cognitivo para manipular conceitos e palavras a eles

relacionadas. Nesse processo, Ausubel et al (1980) distinguem conceitos e palavras-conceito.

Não é raro que as crianças adquiram significativamente conceitos particulares sem

conhecer durante muito tempo seus significantes. […] Simplesmente porque não

conhecem palavras-conceito, não se pode dizer que necessariamente desconhecem

os conceitos (significado dos conceitos). [...] Em segundo lugar é muito possível ou

esquecer o que uma determinada palavra-conceito significa, mas lembrar de seu

significado correspondente, ou lembrar um conceito, mas esquecer-se de seu

significado (AUSUBEL et al, 1980, p. 447).

Uma vez inseridas à vivência do currículo escolar, crianças deparam-se com conceitos

que estão além de sua experiência diária e de sua aptidão linguística, por serem mais abstratos

e complexos, como é o caso dos conceitos científicos. E para que possam compreendê-los de

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forma significativa, os aprendizes devem desenvolver um nível de sofisticação de operações

lógicas formais, que são trabalhadas ao longo do processo educativo e seriado. Naturalmente,

demanda tempo, tanto para ser ensinada, como para ser compreendida e assimilada pelo

estudante. Ausubel et al (1980) destaca nesse processo o emprego das regras sintáticas:

Do ponto de vista psicológico as regras sintáticas servem principalmente à função

transacional de relacionar entre si ideias expressas verbalmente (de imagens e

conceitos), de modo fidedigno, com o objetivo de produzir e compreender novas

ideias. Consequentemente, quando um grupo de palavras é flexionado e relacionado

de acordo com as regras designadas, a sequência resultante não é só gramaticalmente

correta como também comunica a ideia que um orador ou escritor pretende

transmitir. É comum portanto que uma determinada palavra em uma sentença tanto

transmita um sentido denotativo característico como também devido à sua função

sintática particular na sentença (sujeito, objeto, verbo) forneça uma informação

semântica adicional, que contribui para a compreensão de estrutura significativa.

(AUSUBEL et al, 1980, p. 58).

O significado, a função e o emprego das palavras em sentenças são essenciais para o

processo de Aprendizagem Significativa. De acordo com as regras gramaticais da língua, o

código sintático empregado em uma frase é constituído entre outras coisas de: (1) palavras

conhecidas (preposições, conjunções); (2) palavras designativas (artigo, pronomes); (3)

flexões que indicam número, pessoa, caso, tempo do verbo, modo; e (4) regras de construção

sintática, que ordenam a posição e a relação das palavras em um discurso provido de

elementos conectivos. (AUSUBEL et al, 1980).

É, portanto, a estrutura, a sintaxe das palavras, que dá sentido, significado, ao processo

cognitivo e às sentenças utilizadas para ancorá-lo à estrutura cognitiva e comunicá-lo.

Naturalmente, as estruturas sintáticas e semânticas utilizadas pela criança são diferentes em

relação aos adultos, sendo peculiar a cada estágio particular de aprendizado. Apesar disso, a

estrutura manipulada por aprendizes é derivada da estrutura utilizada pelo adulto.

Ausubel et al (1980) inferem que a capacidade de compreender e formar sentenças

envolve um processo de aprendizagem significativa, cuja percepção consciente das

atribuições denotativas e sintáticas das palavras está implícita na compreensão da sentença

como um todo. Afirma ainda que o objetivo principal que a linguagem pretende alcançar é a

compreensão exata da função sintática de cada palavra e de sua contribuição semântica para o

significado total da frase. Quando uma criança manifesta este conhecimento estará apta a (1)

construir uma frase expressiva, na qual cada componente apresenta uma relação sintática com

o sentido total da frase, em consonância com as relações das palavras utilizada no modelo de

frase aprendido; (2) recombinar palavras familiares e funções sintáticas conhecidas no

aprendizado de padrões gramaticais novos; e (3) usar as palavras de maneira adequada para

apresentar ideias de forma coerente.

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Desenvolver, transmitir e compartilhar significados, valores e tradições sociais torna-

se impossível sem a linguagem. Tanto pela oralidade quanto pela escrita, as pessoas se

comunicam das mais variadas formas, relacionam-se e interagem, e concebem as inúmeras

manifestações intelectuais, interpessoais e institucionais da cultura.

A capacidade de criar e adquirir linguagem é uma das características mais marcantes

do desenvolvimento humano. É um pré-requisito tanto para o desenvolvimento

original da cultura quanto uma condição necessária para a aquisição subsequente

pelo indivíduo, dos complexos produtos cognitivo, social e moral da cultura a qual

ele pertence (AUSUBEL et al, 1980, p. 86).

Ciente de que este processo é individual, o educador prudente dedica-se para que a

transição da expressão oral para a escrita seja significativa para seu aluno. As diferenças

presentes na sintaxe da fala e da escrita pode confundir o aprendiz iniciante e por isso exige

ação constante do professor.

Aprender a registrar pela escrita as mensagens faladas demanda duas etapas

cognitivas, que podem ser sucintamente descritas como a conversão de uma forma de

expressão em outra, e a combinação e disposição de palavras escritas em frases faladas (e

vice-versa). Uma vez ancorada tal diferenciação, o aprendiz se torna capaz de combinar e

transpor grupos de palavras escritas em frases e sentenças faladas (e vice-versa).

O resultado desse processo cognitivo, que emprega a linguagem nas suas diferentes

formas, é a aquisição e manipulação de conceitos, que pode implicar na criação de novo

conhecimento. Para Ausubel et al (1980) o termo “conceitos” significa:

(...) abstrações dos atributos essenciais que são comuns a uma determinada categoria

de objetos, eventos ou fenômenos, independentemente da diversidade de dimensões

outras que não aquelas que caracterizam os atributos essenciais compartilhados por

todos os membros da categoria (AUSUBEL et al, 1980, p. 73).

São atributos essenciais, designados numa determinada cultura por algum tipo de

signo aceito. Casa, triângulo, guerra e verdade são alguns dos conceitos

culturalmente aceitos que usamos (AUSUBEL et al, 1980, p. 75).

Uma vez rotulados, objetos, pessoas, ou eventos particulares são nomeados e, assim,

transformados em conceitos, que são apropriados pelo processo cognitivo, para que possam

ser manipulados, compreendidos e transferidos prontamente. Segundo Ausubel et al (1980),

esse processo ocorre de maneiras diferentes para cada estudante, e sofre influência de diversos

fatores, como a experiência do aprendiz e as técnicas de ensino: crianças mais novas exigem

um agente facilitador, que forneça provas empírico-concretas, como exemplos de atributos

essenciais, que serão relacionados à estrutura cognitiva juntamente com os atributos que

exemplificam. Aprender os nomes dos conceitos, por outro lado, envolve um processo de

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aprendizagem representacional que segue comumente a assimilação de conceitos

propriamente dita.

Em outras palavras, crianças aprendem novos termos genéricos de duas formas: ou

conhecendo suas definições ou encontrando-as em um contexto. Somente assim podem

estabelecer uma equivalência representacional entre os novos termos genéricos e os novos

significados conceituais que emergem na estrutura cognitiva, elucidados pela combinação de

palavras já significativas contidas nos termos sugestivos das definições ou contextos.

Para crianças em idade escolar, e também adolescentes e adultos, os novos conceitos

são adquiridos por meio do processo de assimilação, ou seja, aprendem novos significados

conceituais em contato com os atributos essenciais dos conceitos, e relacionando-os a ideias

relevantes estabelecidas em suas estruturas cognitivas.

Dessa forma, pode-se afirmar que a formação de conceito é preponderante em crianças

pré-escolares, enquanto que a assimilação de conceitos é a forma dominante para crianças

numa faixa etária mais elevada e em adultos.

Em disciplinas associadas a ciências, é comum o uso deliberado de questionamentos

(os “porquês”); tais disciplinas escolares fomentam a apropriação de conceitos mais cedo se

comparadas àqueles construídos no cotidiano do aprendiz, fora da sala de aula. “O professor

trabalhando com o aluno explica, supre informações, questiona, corrige e força o aluno a

explicar o que aprendeu” (Ausubel et al. 1980, p. 94).

Os pressupostos da teoria da Aprendizagem Significativa relacionados à apropriação

de conceito e linguagem foram aplicados em atividades educacionais disponibilizadas em

blog sobre Astronomia. Este recurso tecnológico é apresentado a seguir.

Blog: definições e aplicações pedagógicas

Os recursos disponibilizados pela rede mundial de computadores (a internet) agregam

potencialidades para a interação e aprendizagem de sujeitos, com diversidade de tecnologias

de informação e comunicação (TIC). Entre essas possibilidades, estão os sites de busca, o

compartilhamento de e-mails e mensagens instantâneas, fóruns de discussões, os simuladores

e atividades online, sites especializados, museus virtuais, podcasting, streaming, etc.

Dentre as tantas ferramentas tecnológicas, os blogs incorporam tecnologias virtuais

que podem ter grande potencial pedagógico, uma vez que fomentam o desenvolvimento da

leitura e escrita, a capacidade de investigação de informações e o domínio e apropriação do

uso de tecnologias (BIERWAGEN, 2011).

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Em geral, o conteúdo de um blog pode ser acessado de qualquer dispositivo

(computadores, smartphone, tablet). Incorporam recursos multimídia e de interação para seus

visitantes (como uma área para comentários, enquetes, livro de visitas, por exemplo).

Em consequência à rápida expansão do uso dos blogs, iniciado ao final da década de

1990, tal tecnologia logo passou a influenciar o ambiente escolar: tanto educadores quanto

estudantes familiarizados com a internet notaram a possibilidade de empregar esse novo

ambiente como caderno virtual, agregando diferentes mídias a conteúdos compartilhados.

Do ponto de vista do professor, a adoção de blogs como ferramenta de ensino e

aprendizagem permite despertar e orientar seus alunos para o uso de computadores e outras

tecnologias, como smartphones e tablets, ao incentivar a interação alunos-tecnologias para

fins educacionais (MIRANDA, 2012).

Além disso, o uso de blogs, e por consequência o ensino mediado por computadores,

permite o desenvolvimento de habilidades associadas ao uso da leitura e escrita em práticas

sociais através das interações com publicações do blog (o que propicia o uso da leitura) e

comentários (que exige o uso da leitura e da escrita quando o aluno registra suas impressões

no blog) (MIRANDA, 2012).

Tal tecnologia também fomenta a elaboração coletiva da livre escrita através de

conteúdos multimídias e de hipertextos (conexões a outras páginas na rede), promovendo o

processo de argumentação, de trocas de ideias, de confronto de pontos de vistas, da autoria e

coautoria, da escrita e reescrita, da reflexão, além de permitir a seus usuários o acesso à

pluralidade de discursos disponíveis pela rede.

Mas talvez o maior benefício desta tecnologia seja a capacidade de compor uma nova

lógica de tempo e espaço para o processo de aprendizagem, uma vez que os registros podem

ser criados, acessados, compartilhados e reelaborados a qualquer momento e de qualquer

lugar. Contudo, tal diversidade de possibilidades ainda é subutilizada pela escola, tanto por

professores como por alunos, por não aceitarem dispositivos tecnológicos como potenciais

recursos de aprendizagem, e a própria sociedade não atribuir a tais dispositivos este fim.

A partir disso, cabe ao professor o papel de mediar esse aprendizado, pois são através

dessas interações que o aprendiz compartilha suas ideias e pode gerar novas interações que

culminam em novos conhecimentos duradouros e significativos.

Considerando pressupostos da teoria da aprendizagem significativa, os blogs podem

ser associados a espaços de comunicação e aprendizagem para: a disponibilização de aspectos

de motivação; o estabelecimento de relações entre conceitos e entre conceitos e aspectos

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contextuais, inserido em processos de formação e assimilação de conceitos, de diferenciação

progressiva e reconciliação integrativa (BIERWAGEN, 2011)

Objetiva-se assim a utilização de um blog para ampliação das possibilidades de

aprendizagem representacional e proposicional de conceitos, por meio da disponibilização de

espaço comunicativo que fomente a transposição da prática oral da linguagem para a escrita.

METODOLOGIA

Este trabalho envolve pesquisa qualitativa e participante (FLICK, 2009) com

estudantes de 5º e 9º ano de Ensino Fundamental. Os dados foram constituídos por registros

realizados pelos estudantes, professor e outros participantes em blog sobre Astronomia

(olhando-para-o-ceu.blogspot.com).

Para este trabalho foram analisados 547 conjuntos de expressões registradas no

referido blog, considerando características e pressupostos de Análise de Conteúdo (BARDIN,

2011), envolvendo os seguintes eixos: motivação e interesse; apropriação de conceitos

científicos e linguagem científica; participação de pais e professores.

Na apresentação dos exemplares de dados, o professor se encontra identificados pela

letra P; os estudantes são identificados pela letra A, seguida de número (exemplo: A1, A2);

outros participantes do blog são representados pela letra B, seguida de um número (exemplo:

B1, B2). Os textos foram mantidos conforme registrados no blog.

RESULTADOS

Eixo de Análise: Motivação e interesse

Destacam-se neste eixo de análise os aspectos relacionados à disposição em aprender

tópicos de ciências que o blog pode estimular. No quadro 1 a seguir apresentam-se

exemplares que ilustram o interesse dos aprendizes pelas aulas, pelas atividades

desenvolvidas e pelos e materiais educacionais trabalhados pelo professor.

Quadro 1. Indícios de motivação para aprendizagem em ciências em blog sobre Astronomia. CONJUNTOS DE EXPRESSÕES ASPECTO DE

MOTIVAÇÃO

PAPEL DO BLOG

Nossa professor depois do que nos falou vou olhar

para o céu todo dia. Vou pegar minha luneta para olhar

para o céu. Suas aulas são muito legais, interessantes e

inacreditáveis, suas aulas são show. (A1)

Interesse pelas

aulas / atividades

e materiais

educacionais

Expressões de interesses

pela aprendizagem.

Ampliação de espaço

comunicativo.

[P] estou realmente impressionada com o que as

pessoas acham no céu, eu estou sempre procurando e

procurando mas nunca acho nada muito

impressionante, até mesmo nos lugares mais longes da

cidade que já fui, tenho um grande paixão pela

astronomia, espero que você me ajude (A2)

Interesse pelas

aulas de ciências,

atividades e

materiais

educacionais

Disseminação do

conhecimento. Estimulo pela

aprendizagem

Adorei esse post, tudo a ver com o que estamos Interesse pelo Identificação dos conceitos

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CONJUNTOS DE EXPRESSÕES ASPECTO DE

MOTIVAÇÃO

PAPEL DO BLOG

estudando no momento. As vezes não estamos

conscientes em toda física ao nosso redor!

blog. Relação

com os conteúdos

estudados em

sala

científicos. Compreensão da

linguagem científica.

Ampliação dos espaços de

aprendizagem

NOssa! adorei o blog... eu sou estudante e estou

fazendo um seminario sobre isso blog muuuito bom

Disseminação de

conhecimentos científicos

para além de seus objetivos

iniciais

professor também sou sua grande fã .entro no seu blog

quase todos os dias ,e a suas aulas nos deixam com

vontade de ser Astrônomos !A4

Uauuu!!!Muito fantástico mesmo prof Fábio adoro ler

seu blog e adoro sua aula (aliás é minha preferida).

Interesse pelas

aulas de ciências

e por conteúdos e

atividades

educacionais.

Expressões de interesses de

aprendizagem.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados da pesquisa (2016).

Nota-se que o blog é capaz de potencializar o interesse pela aprendizagem científica

fomentando a interação entre estudantes, professor e demais participantes.

A motivação pelo aprendizado científico também podem se relacionar às mudanças de

postura dos alunos: com o blog, os estudantes passaram a sugerir ações para a própria

organização das aulas de ciências e de situações de ensino e aprendizagem. Ressalta-se nesse

contexto a postura do professor, que incentivou a livre expressão de seus estudantes ao manter

através do blog um espaço de diálogo franco e interativo. Por consequência, relatos revelam

que alguns alunos passaram a agir como disseminadores dos conhecimentos científicos em

seus núcleos familiares e amigos.

Eixo de Análise: Participação de Pais e Professores

Foram consideradas neste eixo de análise as interações de pais de alunos e professores

regentes das turmas dos 5º ano. Na escola em que os dados foram coletados os pais

demonstraram-se muito interessado com a aprendizagem de seus filhos, a ponto de

participarem de algumas aulas de Astronomia. O quadro 2 destaca algumas participações:

Quadro 2. Participação realizada por pais de alunos e professores regentes do 5º ano CONJUNTOS DE EXPRESSÕES ASPECTO DE

PARTICIPAÇÃO

PAPEL DO BLOG

Boa Noite Profº P. Está maravilhoso a sua imagem de

fundo. Meu filho, A5, ficou muito triste de não poder

ter participado (da observação noturna). Mas temos

uma dúvida. Gostaríamos de saber mais sobre

"Capella" É uma estrela? É um planeta? Está muito

longe de nós? Pode haver alguma espécie de vida lá?

Obrigado R

Participação dos

pais pela inferência

dos filhos. Contato

com o

conhecimento

científico

Fomentar a propagação

dos conhecimentos

científicos. Permitir a

participação ativa dos pais

junto com a aprendizagem

dos filhos

Oi P, amei o Blog!!!! Mais ainda a 1ª observação, ver a

lua de tão perto foi emocionante. O projeto é

maravilhoso, fico encantanda em saber que faço parte

de um grupo de docentes que valoriza o conteúdo e

propõe a vivência de forma espetacular, Beijos L

Valorização de

novos ambientes

para o aprendizado

e democratização

do conhecimento

Registro e valorização da

participação e interação

entre docentes e discentes

Oi P. Minha mãe me mostrou uma imagem da Terra Envolvimento Compartilhar

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CONJUNTOS DE EXPRESSÕES ASPECTO DE

PARTICIPAÇÃO

PAPEL DO BLOG

tirada por um satélte no dia 29 de maro de 2011, acho

legal você fazer uma aula sobre o planeta Terra e

explicar o por que da Terra ter mudado tanto, muita

gente não sabe! Tentei colar a imagem mas não

consegui. Mas ela continua linda !minha mãe disse que

como eu volto para casa falando da nossa aula de

ASTRONOMIA, e que vc poderia dar aulas

particulares para mim e para quem se intereçar, mais

só se você puder A8

familiar e troca de

conhecimentos.

Incentivo para a

aprendizagem

científica

conhecimento adquirido

através da vivência de

momentos no núcleo

familiar

Oi A8. EXCELENTE SEU COMENTARIO!!! E sabe

por que? Porque alem de você envolver sua mãe, você

pesquisou mais sobre alguns dos assuntos que

abordamos em sala! PARABENS!!! Essa imagem da

Terra, é real sim mesmo! E vale a pena verem pois

acho que nunca viram nosso planeta assim, na sua

forma real. Também li essa matéria (mas direto no site

da NASA..) e quando falarmos sobre a Terra ma nossa

viagem pelo sistema solar que estamos fazendo irei

mostrar mais fotos e vídeos interessantes como essa.

A8, fale para sua mãe que estou muito feliz por seu

interesse, ainda mais por querer aulas particulares...

acho que ainda não é para tanto ne? Entendo o seu

interesse, pois me esforço muito para que a

Astronomia e as aulas de laboratório (e em breve, na

8a serie, as aulas de Física) despertem o interesse de

todos, para que possamos aprender tais conteudos (que

são dificies!) de maneira mais lúdica, divertida. E

acho que esse seu comentário que indica que estou no

caminho certo... mas há o que melhorar para o futuro!

Espero receber mais comentários seus (e de seus

colegas) e de sua mãe! continuem assim!

Incentivo por parte

do professor ao

aprendiz, amigos e

familiares.

Permitir e facilitar a troca

de conhecimentos e

argumento científicos

Ontem P, eu é meu pai fomos até a pracinha que fica

mais ou menos perto da minha casa para ver o eclipse

da Lua.Foi muito divertido, aproveitamos a noite

também para ver estrelas no céu, afinal não é sempre

que se tem essa oportunidade,não é?!Pena que

demorou muito e eu não ver até o final mas mesmo

assim foi um espetáculo!!! Abraços, A10

Envolvimento

familiar e troca de

conhecimentos.

Incentivo para a

aprendizagem

científica

Compartilhar

conhecimento adquirido

através da vivência de

momentos no núcleo

familiar

Oi Prof. P, adorei seu espaço. Sou professora de

informática para alunos do 1º ao 4º ano. Estamos

estudando sobre a camada de ozonio e encontrei seu

blog. Utilizarei em minhas aulas. Parabéns pelo

trabaho. Estarei te seguindo pelo reader.

Compartilhamento

de experiências

entre educadores

Extrapolar os limites da

escola, disseminar os

resultados alcançados para

outras realidades

P, Escutei no jornal que mandaram a pedra para

avaliação em Florianópolis. Por quê? Um abraço, B1

Envolvimento de

outros educadores

Compartilhar

conhecimentos

Oi B1 Floripa é o centro de análises de meteoritos

mais próximos que temos o outro fica no RJ

Envolvimento de

outros educadores

Interação do professor com

outros educadores

Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados da pesquisa (2016).

Observa-se que através do blog facilitaram-se as possibilidades de compartilhamento

de conhecimentos e de processos de aprendizagem individuais; do interesse pelo aprendizado

científico; do envolvimento de familiares e amigos no processo de aprendizagem; e no maior

envolvimento entre professor e alunos através de atividades comunicativas extraclasses.

Eixo de Análise: Apropriação de conceitos e Linguagem Científica

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Neste eixo de análise foram agrupados os conjuntos de expressões com

questionamentos e afirmações envolvendo conteúdos de ciências. Apresenta-se, no quadro 3,

conjuntos de expressões referentes à abordagem do efeito estufa.

Quadro 3. Indícios de apropriação de conceitos e linguagem científica em blog CONJUNTOS DE EXPRESSÕES APROPRIAÇÃO

DE CONCEITOS

PAPEL DO BLOG

P ,por que só os planetas gasosos tem anéis

como:Saturno,Júpiter,Urano e Netuno? A12

Formação do

sistema solar

Incentivar as perguntas de

cunho científico

Na primeira imagem eu percebi que uma parte do

Japão não é afetada, e isso acontece porque está parte

do Japão está no meio de uma placa tectônica, não é?

P adorei o vídeo e vi que me enterreço mais ainda por

astrônomia.Quando será a aula da Terra?Quero muito

falar sobre isso, prícipalmente sobre a novaimagem da

Terra. De A8

Registro e domínio

conceitual.

Relações com

outros conceitos

Registro e

compartilhamento do

conhecimento produzido.

Por que os asteróides estão justo naquele lugar ? A3 Conceitos

Eu adorei a ultima aula .vou colocar uma informação:

na aula de laboratório a que fizemos o efeito estufa a

mão que não estava com a sacola ficou quente, e

depois a mão da sacola ficou mais quente

ainda.formando o efeito estufa. Adorei o seu blog. A4

Registro e domínio

conceitual.

Relações com

outros conceitos

Registro e

compartilhamento do

conhecimento produzido.

Aprendi nesta aula que o efeito estufa é bom para

nosso planeta,pois o efeito estufa conserva o calor do

sol e deixa a temperatura estável. A10

Registro e domínio

de conceitos

Registro e

compartilhamento do

conhecimento produzido.

Eu sempre imaginei que as estralas estavam perto uma

da outra,MAS NÃO ESTÃO! E sabiam que as

constelações do zodíaco não são 12 são 13? A14

Evolução

conceitual

Registro e

compartilhamento do

conhecimento produzido.

Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados da pesquisa (2016).

Considerando os conjuntos de expressões analisados, observa-se que o blog adquire

caráter de espaço de aprendizagem, permitindo e facilitando a busca pelo estabelecimento de

relações entre conceitos, e entre conceitos e aspectos contextuais, de maneira a ampliar as

expressões dessas relações.

Permite ao docente a abordagem individual na aprendizagem envolvendo conceitos,

com possibilidades de aproximação entre significados estabilizados em modelos teóricos e as

construções idiossincráticas de cada aluno, uma vez que o blog possibilita a exteriorização

dos aspectos de ancoragem dos conteúdos veiculados na sala de aula, numa configuração

temporal diferenciada, já que viabiliza a interação entre os aprendizes e o professor em

momentos extraclasses.

CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O blog, em associação com demais atividades educacionais, adquire caráter de espaço

para interação e aprendizagem, em que se destaca a disponibilidade do professor para o

diálogo. Permite também alterar os padrões temporais limitados pela abordagem de temas em

sala de aula, e a definição de procedimentos de aprendizagem pelos próprios estudantes.

12

Destaca-se também a utilização de blogs como inovação educacional aplicado em

educação em ciências: considerando-se as possibilidades de envolvimento dos aprendizes na

construção de âmbito explicativo, a ampliação de espaços comunicativos viabilizado pelo

blog demonstra que as interações discursivas estiveram relacionadas a expressões associadas à

motivação para aprendizagem e de construções de proposições envolvendo apropriação de

conceitos e linguagem científica.

Diante deste contexto, considera-se que a incorporação de inovações tecnológicas

como o blog nas relações entre aprendizes e educadores ao longo dos processos de ensino e

aprendizagem podem viabilizar aspectos de motivação e de apropriação de conceitos e

linguagem científica, e avançar na construção de âmbito explicativo na educação em ciências.

Destaca-se, entretanto, o papel docente na utilização dos blogs, para direcionamento de ações,

disponibilização de elementos para estabelecimento de relações conceituais e contextuais

pelos alunos e no que concerne à instauração e manutenção de diálogo nesses espaços

comunicativos e de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

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Interamericana, 1980.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BIERWAGEN, Gláucia Silva. Uma proposta de uso de blog como ferramenta de auxílio

ao ensino de ciências nas séries finais do Ensino Fundamental. Faculdade de Educação da

USP, São Paulo. 2011.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 3. ed., 2009.

HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo I: racionalidade da ação e racionalização

social. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012a.

HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo II: sobre a crítica da razão funcionalista. São

Paulo: WMF Martins Fontes, 2012b.

MIRANDA, Fatima Helena da Fonseca. Uso de blog em educação ambiental: uma

possibilidade pedagógica. Centro Universitário de Volta Redonda - Programa de Mestrado

Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Volta Redonda, 2012.

PICAZZIO, Enos. A influência da astronomia na ciência e na

humanidade. ComCiência [online]. 2009, n.112, pp. 0-0. ISSN 1519-7654.