23
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014 4 ATIVIDADE DIDÁTICA DE ARTICULAÇÃO DINÂMICA DE APRENDIZAGENS: A FÁBRICA DE BLOCOS DE ANOTAÇÕES Cristiano Henrique Antonelli Da Veiga, Mônica Huppes (Universidade Federal de Santa Maria) Resumo: Este artigo tem como objetivo mostrar os resultados observados em uma atividade didática desenvolvida dinamicamente com vistas à tomada de consciência das aprendizagens ocorridas em aula do conteúdo de produção. A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional em sala ambiente que representava o setor produtivo de uma fábrica de blocos de anotações. O primeiro momento da aula consistia na produção de apenas um tipo de produto e no segundo foi realizada a inserção de um novo modelo de produto que exigiu uma nova reorganização do processo produtivo como um todo. Ao final dessas duas etapas, oportunizou-se que os estudantes realizassem a exposição de suas dúvidas quanto às atividades executadas e as relações com as teorias anteriormente estudadas. Desta forma, a dinâmica permitiu identificar pontos relevantes, sob a ótica do aluno, a serem considerados com maior ênfase durante o planejamento e desenvolvimento destes produtos, além de proporcionar um estudo amplo e abrangente, uma vez que, por meio das dinâmicas realizadas, a teoria pode ser complementada com a prática em aula. Palavras-chaves: Ensino de Administração da Produção; Planejamento e Controle da Produção; Processos Industriais; MRP ISSN 1984-9354

ATIVIDADE DIDÁTICA DE ARTICULAÇÃO DINÂMICA DE ...por meio de uma atividade didática de articulação dinâmica de aprendizagens estruturada e organizada pelo docente e realizada

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    4

    ATIVIDADE DIDÁTICA DE ARTICULAÇÃO DINÂMICA DE APRENDIZAGENS: A FÁBRICA DE BLOCOS DE ANOTAÇÕES

    Cristiano Henrique Antonelli Da Veiga, Mônica Huppes

    (Universidade Federal de Santa Maria)

    Resumo: Este artigo tem como objetivo mostrar os resultados observados em uma atividade didática desenvolvida dinamicamente com vistas à tomada de consciência das aprendizagens ocorridas em aula do conteúdo de produção. A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional em sala ambiente que representava o setor produtivo de uma fábrica de blocos de anotações. O primeiro momento da aula consistia na produção de apenas um tipo de produto e no segundo foi realizada a inserção de um novo modelo de produto que exigiu uma nova reorganização do processo produtivo como um todo. Ao final dessas duas etapas, oportunizou-se que os estudantes realizassem a exposição de suas dúvidas quanto às atividades executadas e as relações com as teorias anteriormente estudadas. Desta forma, a dinâmica permitiu identificar pontos relevantes, sob a ótica do aluno, a serem considerados com maior ênfase durante o planejamento e desenvolvimento destes produtos, além de proporcionar um estudo amplo e abrangente, uma vez que, por meio das dinâmicas realizadas, a teoria pode ser complementada com a prática em aula.

    Palavras-chaves: Ensino de Administração da Produção; Planejamento e Controle da Produção; Processos Industriais; MRP

    ISSN 1984-9354

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    5

    1 Introdução

    Para muitas organizações empresariais o uso do MRP ainda é uma das ferramentas

    utilizadas para o gerenciamento da produção nas fábricas em vários países, sendo esse tema

    ainda considerado relevante para os seus gestores (SLACK; LEWIS; BATES, 2004). Assim,

    o seu estudo ainda tem um escopo de aplicação e o desenvolvimento de seus conceitos e

    sistemáticas de cálculos para melhorar o desempenho das organizações que utilizam-se dessa

    sistemática de organização da produção (LOULY; DOLGUI, 2011), o que ratifica a

    necessidade de seu estudo na fase de formação dos estudantes nos cursos de Administração.

    O estudo desenvolvido estruturou uma dinâmica de estudos cujas situações didáticas

    buscam aproximar os conteúdos curriculares de MRP e das ações do PCP à sua utilização em

    uma situação simulada em aula. Essa estratégia educacional busca aproximar as realidades

    empresarias com as didáticas visando habilitar os estudantes a lidar, educacionalmente, com

    situações que possivelmente encontrarão nas empresas que se utilizam desta sistemática de

    organização da produção.

    O objetivo central deste estudo foi investigar a sistematização dos conceitos de MRP

    por meio de uma atividade didática de articulação dinâmica de aprendizagens estruturada e

    organizada pelo docente e realizada pelos estudantes, sendo o professor o cliente e o

    fornecedor de matéria-primas compradas. Este artigo está organizado da seguinte forma: após

    a introdução se estabelece um breve marco teórico ao estudo, com ênfase nas abordagens

    sobre o MRP e sobre a teoria da atividade. Na sequencia, é descrito o caminho metodológico

    percorrido na realização do estudo e após se apresentam a estrutura da atividade e discutem-se

    os resultados sob a ótica dos estudantes. No fechamento, são estabelecidas as considerações

    finais e os referenciais utilizados.

    2 O ensino dos conceitos do MRP e as vivências empresarias O ensino dos conceitos da área de operações encontra-se focado para a compreensão

    da estrutura produtiva de uma organização empresarial cujas atribuições são de

    responsabilidade do profissional da área da produção. Com foco para o desenvolvimento deste

    perfil de egresso, as Instituições de Ensino Superior – IES inserem em seus currículos, por

    meio dos componentes curriculares estabelecidos nos Projetos Pedagógicos de Cursos – PPC,

    conteúdos programáticos para a área de Produção.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    6

    Nas IES são utilizados recursos pedagógicos e científicos desenvolvidos pela

    comunidade acadêmica da área como meios e referendos do conteúdo abordado nesse campo

    temático, e contratam docentes com qualificação, experiência e conhecimentos. Elas

    contratam docentes com qualificação, experiência e conhecimentos nesse campo, mas eles

    nem sempre contam com uma formação pedagógica que lhes permitiu conhecer a produção

    acadêmica sobre o ensino de graduação em administração (KREUZBERG; RAUSCH, 2013).

    Isso situa a importância de desenvolver estudos sobre as formas como tal ensino vem sendo

    planejado e desenvolvido em aulas, no que concerna, neste caso, a área da Produção (VEIGA;

    ZANON, 2013).

    Para os casos dos projetos pedagógicos dos cursos de Bacharelado em Administração

    o conteúdo programático de MRP encontra-se definido como tópico de ensino das principais

    universidades brasileiras (PEINADO; GRAEML, 2012). Embora as universidades façam

    deste conhecimento um tópico de ensino, observa-se que o desenvolvimento da pesquisa

    inerentes ao MRP não é mais um dos principais tópicos de estudos acadêmicos, mesmo que

    ele seja relevante para a área empresarial (ROMAN; MARCHI; ERDMANN, 2013).

    Nesta perspectiva, o conteúdo de Planejamento das Necessidades de Materiais ou

    MRP, é ensinado didaticamente como uma técnica de cálculo que permite estabelecer as

    quantidades de compras de materiais ou a produção de itens necessários para a fabricação de

    um ou vários produtos manufaturados por uma fábrica. Martins e Alt (2006, p. 118-119)

    comentam que esse cálculo é baseado na “lista de materiais (Bill of material), obtida por meio

    da estrutura analítica do produto, também conhecida por árvore do produto ou explosão do

    produto, e em função de uma demanda dada”. Krajewski et al. (2009) argumentam que depois

    de definidas as quantidades que serão necessárias para a manufatura do produto, parte-se para

    a liberação das ordens de fabricação ou de compras. Nesse momento é levado em

    consideração o tempo de atendimento de cada item.

    Com o avanço do estudo dos processos industriais, foi desenvolvido o Manufacturing

    Resouse Planning – MRP II, o qual possibilitou o gerenciamento dos recursos utilizados para

    a manufatura (TUBINO, 2008). Para Slack et al. (2002) o gerenciamento eficiente dos

    processos se inicia pela coleta de dados que servem de base para aplicativos informatizados

    denominados de Enterprise Resource Plan – ERP os quais tiveram sua evolução a partir dos

    conceitos de MRP e MRP II, desenvolvidos desde a década de 1960. O MRP e MRP II foram

    os precursores dos sistemas produtivos, sendo que nos anos de 1980 foram desenvolvidas

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    7

    formas diferentes de se gerenciar a produção, como o sistema Kanban e a manufatura enxuta,

    que não serão tratados nesse artigo.

    De uma maneira geral, os desdobramentos operacionais do MRP ocorrem, no

    ambiente fabril, por meio da atuação do setor de Planejamento e Controle da Produção

    (RUSSOMANO, 1995). Os profissionais que trabalham nesse setor são os responsáveis por

    verificar o Plano Mestre de Operações identificando os recursos que serão necessários para as

    ações de manufatura, a existência de possíveis gargalos e realizar a programação da produção,

    emitindo e distribuindo as ordens de compras, de fabricação e de montagem, a fim de

    possibilitar a confecção do produto final. Para que isso ocorra, faz-se necessário um

    acompanhamento permanente, no chamado chão de fábrica, para monitorar como estão sendo

    desenvolvidas as etapas produtivas e para verificar se tudo está ocorrendo de acordo com o

    planejado e, caso sejam verificadas lacunas, propor medidas corretivas para a sua solução.

    Partindo-se para uma perspectiva do cotidiano das organizações brasileiras, no que

    concerne à área de produção, verificou-se uma grande amplitude dos cenários da organização

    em relação aos seus processos manufatureiros. No que concerne acerca das operações

    industriais com o uso do MRP, verifica-se no trabalho de Martins (2007) que algumas

    empresas ainda utilizam-se do sistema de MRP para o gerenciamento de sua produção. Uma

    dessas empresas é grande produtora mundial de componentes automotivos e o estudo mostra

    o desenvolvimento trimestral do Plano Mestre de Operações, editado diretamente no ERP

    corporativo, incluindo todos os modelos a fim de satisfazer o plano de vendas estabelecido e

    contemplando um horizonte de planejamento de seis meses e com atualização semanal,

    quando são geradas as ordens de produção para as células de manufatura. A outra empresa

    também é considerada de grande porte e produz aparelhos de refrigeração. O horizonte de seu

    planejamento é de doze meses e com atualizações semanais. Com o plano mestre ajustado, o

    setor de Planejamento e Controle da Produção é o responsável por desenvolver o plano

    semanal de produção, gerado por meio do cálculo de MRP, realizando o seu gerenciamento

    no chão de fábrica.

    Observa-se que além das questões técnicas referentes aos processos de cálculos do

    MRP, é necessário que haja também a qualidade do processo das relações humanas que se

    propicia o desenvolvimento dos processos empresariais. Bem assim, no contexto da fábrica,

    conforme Tubino (2008), as pessoas que labutam no setor de Planejamento e Controle da

    Produção - PCP são as responsáveis pela condução dessas interações e pela execução das

    funções de manufatura. Ao analisar a produção sob essa perspectiva verifica-se a importância

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    8

    do papel do administrador da produção para que o desempenho operacional seja atingido de

    acordo com os objetivos estabelecidos. Fröner (2013, p.82) manifesta que “a relação humana

    no contexto do processo produtivo depende do que os humanos oferecem (como inputs) para

    esta relação e, ainda, de como tal relacionamento é sentido pelos atores da interação (como

    outputs)”.

    Diante do exposto, considera-se importante que os estudantes egressos dos Cursos de

    Administração tenham condições não somente de internalizar a perspectiva das estratégias e

    técnicas de cálculos dos processos, mas também compreendam a lógica operacional e as

    relações pessoais envolvidas durante a execução destas operações industriais.

    3 A influência das didáticas de ensino para a aprendizagem do estudante A articulação dinâmica do ensino conteúdo e dos conceitos teóricos didaticamente

    estudados com as situações-problema da realidade empresarial possibilita, aos estudantes,

    outros subsídios conceituais para que eles possam desenvolver os aprendizados das questões

    objetivas dos conteúdos. A realização de atividades pedagógicas cuja ênfase esteja

    direcionada para o processo de aprendizagem dos estudantes, altera o papel predominante do

    professor universitário que “deixa de ser o de ensinar, e passa a ser o de ajudar o aluno a

    aprender” (GIL, 2007, p.7). De acordo com Gagné (1983) o aprendizado pode ocorrer em

    vários meios e das formas mais diversas, seja ele no meio educacional ou não.

    A organização didática do ensino formal, cujo foco esteja centrado para o aprendizado

    do estudante, necessita ser planejada para as compreensões das relações existentes entre os

    estudos acadêmicos e as suas possibilidades de ações sobre as inúmeras possibilidades de

    situções problemas do mundo profissional, mesmo que por meio de uma prática pedagógica

    (LACRUZ, 2004). O uso de atividades simuladas para o ensino de administração tem por

    finalidade substituir o estilo de ensino linear e fragmentado das partes do conteúdo para um

    contexto que possibilite o conhecimento em sua globalidade, buscando vivenciar alguns

    acontecimentos que ocorrem com fatos da vida em uma dinamicidade, mesmo que limitadas

    pelo espaço escolar (FORTES, et al., 2010).

    Conhecer e praticar o papel ativo da aquisição de conhecimento é buscar respeitar a

    leitura de mundo que os estudantes apresentam como ponto de partida para a compreensão de

    novos saberes alinhando a novos conceitos elaborados no meio acadêmico tornando-se, de

    modo especial, um dos impulsos fundamentais da produção do conhecimento e é um tópico

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    9

    importante para os docentes realizarem o planejamento e execução de aulas (VALENTE et al.,

    2007).

    O espaço grupal da sala de aula é oferecido como alternativa de favorecimentos de

    movimentos de re-significação, movimentos nos quais o sujeito adulto transfere as suas

    vivências, se apropria de novas informações, novos conhecimentos sobre outras realidades

    sociais e constrói, com isso, a possibilidade da crítica de produção de novos sentidos e

    saberes. De Aquino (2007) comenta que a aprendizagem de adultos é mais eficaz sempre que

    o objetivo proposto fosse mais direta e profundamente vivenciado do que quando ele fosse

    simplesmente recebido de forma passiva. Rogers (2011, p.52) comenta que ao se aproximar o

    aprendizado com o “mundo ‘real’, mais aceitável ele será e, portanto, mais rápida e eficiente

    os seus alunos aprenderão. O contrário também é verdadeiro”.

    Na visão de Gil (2007, p. 80) a aprendizagem com foco educacional pode ser definido

    como o “processo de aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e mudança

    de atitudes em decorrência de experiências educativas, tais como aulas, leituras, discussões,

    pesquisas etc.”. No processo de aprendizagem, segundo Rogers (2011, p.59), ao se centrar o

    ensino na estratégia de memória de curto prazo pode-se apresentar desempenhos

    insatisfatórios de aprendizagem no longo prazo, “isso significa que apenas dar aulas

    expositivas e fazer demonstrações são métodos ineficientes para se usar com adultos”.

    Observa-se que as abordagens educacionais até aqui elencadas focam sua visão no viés

    cognitivo de aprendizagem. De acordo com o tipo de visão e compreensões teóricas que se

    desenvolve e se analisa as questões de aprendizagem é que se possibilitam as respectivas

    compreensões da natureza dos processos de aprendizado e as unidades para sua análise.

    Engeström (1999) comenta que adotar a visão clássica do modelo triádico de repesentações

    das ações educativas (sujeito, conteúdo e artefatos falados e escritos) oportuniza um momento

    de reflexão conceitual dos temas abordados sem, no entanto, oportunizar uma ação

    colaborativa dessas relações. Essa relação triádica é importante para o processo inicial do

    desenvolvimento educativo e cognitivo humano, mas para que se expanda para uma ação

    colaborativa entre os sujeitos ela necessita incorporar outros elementos como as regras

    existentes, as relações sociais envolvidas e o processo de divisão do trabalho.

    Para Schön (2000), o aprendizado também ocorre por meio da ação prática-reflexiva,

    principalmente para aquelas áreas do conhecimento em que se exige o desenvolvimento de

    habilidades técnicas dos profissionais. O saber profissional - por exemplo, como pensar como

    um administrador - pode ocorrer quando os estudantes aprendem cognitivamente as questões

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    10

    da área e quando são estimulados a raciocinarem sobre as suas problemáticas, buscando

    identificar e refletir, baseado em uma atividade prática pedagógica, sobre as conexões do

    conhecimento de uma forma geral com os casos em particular.

    A aprendizagem ativa do estudante desloca o princípio educativo centrado no docente

    para as ações do educando, que passa a ser o centro do processo de ação e aprendizagem,

    diferentemente do ensino tradicional centrado na exposição oral do docente (SAUIA, 1995).

    Nesse sentido, cabe alertar para os riscos tanto de um quanto outro desses dois

    extremos, ou seja, tanto o professor quanto os estudantes necessitam ser ativos em cada

    momento de uma aula. Ações educativas que propiciam grande ênfase ao papel ativo do

    estudante no processo de aprendizado não exime também o papel ativo do docente e do meio

    social na construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos abordados

    (MALDANER, 2003). O processo de prática docente centrada na organização de momentos

    de reflexão conjunta em grupos e pessoal sobre o processo que se está vivenciando é uma das

    concepções de interação dos estudantes com os conhecimentos, que vão sendo significados e

    resignificados ao longo do processo (COPELLO et al., 2008).

    Outro viés pedagógico encontra-se orientado a luz da teoria da atividade de

    aprendizagem que se baseia em três princípios fundamentais: I) aproximação da atividade

    para a psique focada no desenvolvimento humano para a vida; II) ação como unidade de

    análise da aprendizagem, cujo foco encontra-se na análise do processo de acordo com o

    fenômeno específico que se analisa; e III) natureza social do desenvolvimento psíquico do

    homem, não somente pelo desdobramento interno das heranças da vida humana, mas também

    pela assimilação da experiência externa, social, que existem nos meios de produção, nos

    livros, no idioma, entre outros (TALIZINA, 2000, p.11-20).

    Nessa perspectiva, o aprendizado acadêmico dos conceitos científicos, em particular

    os relacionados à área de Administração da Produção, tem a finalidade de propiciar ao

    estudante do Curso de Administração além do conhecimento cognitivo dos aspectos do

    conteúdo, a assimilação da experiência social das questões empresariais relacionadas ao

    mundo da manufatura, no qual os egressos poderão se encontrar em suas carreiras

    profissionais.

    A organização didática que oportunize uma variedade de atividades educacionais

    sejam elas intelectuais, manuais, visuais, sociais e políticas, tanto de forma individuais como

    de forma colaborativa que propiciem melhorias no ensino focado para a aprendizagem da

    manufatura. A articulação de forma alternada de diferentes saberes, seja nos aspectos

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    11

    conceituais, cotidiano e didáticos, vem potencializar o desenvolvimento do conhecimento

    humano, no que se refere às habilidades cognitivas, afetivas e sociais (LÉGE et al. 2012) por

    meio de ações emotivo-volitivas das suas inter-relações entre o mundo científico com o

    mundo do cotidiano empresarial.

    Conforme salientam Zanon e Maldaner (2010, p.113-114), “desenvolver, na prática, o

    ensino capaz de propiciar tais inter-relações dinâmicas de saberes, mediante formas de

    contextualização dos conteúdos de ensino” é uma tarefa da qual o professor não pode abdicar.

    Essa tarefa não pode ser delegada ao ensino centrado exclusivamente no estudante, nem partir

    para o outro extremo, ou seja, na ação unívoca docente em aula. Sua responsabilidade, muitas

    vezes nada fácil, é a de mediar o acesso dos estudantes às linguagens científicas de uma

    determinada área do conhecimento humano, por meio de ações pedagógicas diversificadas

    criteriosamente definidas cujo intuito seja propiciar aos estudantes a internalização dos

    significados conceituais e cotidianos dos conteúdos abordados.

    4 Caminho metodológico A pesquisa emprega o estudo exploratório por meio da Pesquisa-Ação proposta por

    Thiollent (2003) cuja estratégia investigativa tem foco em uma proposta planejada, que requer

    a participação ativa dos atores e que seus resultados, conforme Morin (2004) podem ser

    caracterizados pela forma diferente de criação de saberes, em que as relações entre os agentes

    participantes e o pesquisador são constantes e interativas.

    Uma pesquisa dessa natureza passa a ser uma investigação educativa quando o que se

    pesquisa está relacionado com as práticas pedagógicas de um determinado conteúdo de

    ensino. Stenhouse (1993) argumenta que esse método de pesquisa é um meio em que o

    professor pode formular suas compreensões e proposições teóricas sobre um determinado

    tema educativo e que esse venha a comprovar ou refutar, em suas aulas, as implicações de

    suas propostas. De acordo com Carr e Kemmis (1988), esse método apresenta um caráter

    geral de analise em forma de espiral auto reflexiva formada por ciclos sucessivos de quatro

    etapas denominadas de planejamento, ação, observação e reflexão.

    Na fase de planejamento, este estudo teve como objetivo central o desenvolvimento de

    uma dinâmica educacional que possibilitasse, aos estudantes, uma oportunidade de aplicar os

    conceitos teóricos do funcionamento do setor de PCP e da metodologia de cálculo de MRP,

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    12

    por meio da participação em uma empresa hipotética cujo processo produtivo fosse realizado

    no âmbito da sala de aula tradicional, a qual passa a ser caracterizada como sala ambiente.

    Como questões educacionais, o estudo articula a necessidade de desenvolvimento, por

    parte dos grupos de estudantes, de uma estratégia empresarial que lhes propicie condições de

    entendimento dinâmico das questões relacionadas ao conteúdo do MRP, bem como das ações

    de elaboração das Ordens de Fabricação, dos desdobramentos operacionais com vistas a

    fabricação dos produtos, dos controles de fábrica, do fluxo das informações sendo

    considerado finalizado o ciclo pela entrega do produto final aos clientes.

    Esta pesquisa se caracteriza, também, como exploratória (VERGARA, 2009) por meio

    do uso estruturado de uma dinâmica desenvolvida com base nos conteúdos programáticos do

    componente curricular em questão. A população de referência constitui-se de duas turmas de

    estudantes matriculados na disciplina de Produção, Materiais e Logística II do Curso de

    Administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Centro de Educação

    Superior Norte do Rio Grande do Sul – CESNORS, campus de Palmeira das Missões, RS,

    cujas aulas ocorrem no primeiro semestre letivo de 2013, sendo que no mês de abril foi

    realizada com a turma do turno noturno, considerada como pré-teste, e após análise dos seus

    dados e melhorias foi desenvolvida em maio para a turma do diurno. De acordo com Gil

    (1999), os sujeitos da pesquisa podem ser caracterizados como de amostragem não

    probabilística aliada à questão de acessibilidade, nesse caso estudantes matriculados no

    campus, no curso e no componente curricular em questão.

    5 Descrição das atividades da articulação dinâmica de aprendizagens A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional para uma sala

    ambiente cujo layout oportuniza a realização da simulação das atividades produtivas de uma

    empresa produtora de dois tipos de blocos de anotações. A estratificação da atividade também

    ocorreu em dois momentos principais, sendo o primeiro organizado pelo docente antes do

    início da aula com o uso de um produto e tendo como ponto de ruptura a inserção de um

    segundo produto, isto é, numa primeira parte da dinâmica simulou-se a atividade produtiva

    com o produto um e numa segunda etapa a simulação continha os dois produtos.

    A primeira etapa, cuja ação era a elaboração do produto um, consistiu das atividades

    produtivas nas seguintes etapas: I) um aluno (A) por setor: apenas um aluno por setor de

    fabriação para dar início à elaboração das atividades produtivas. Vamos denominar este aluno

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    13

    como 'A', para fins de maior clareza e facilidade na compreensão deste artigo; II) dois alunos

    (A e B) por setor: esta subetapa caracterizava-se pela instrução do segundo aluno inserido na

    atividade do setor – sendo que este será denominado de aluno 'B' –, ou seja, o aluno A deveria

    instruir/ensinar o aluno B quanto à abrangência de todas as atividades exercidas naquele setor.

    Vale ressaltar que antes dessa etapa os alunos B não estavam inseridos na produção, mas sim

    estavam fazendo suas observações e anotações sobre o desempenho das atividades

    desenvolvidas; III) um aluno (B) por setor: nesta o aluno B já deveria estar instruído quanto a

    sua função no setor e o aluno A deveria passar para outro setor, a fim de proporcionar uma

    visão mais clara de como funcionam as atividades em todos os setores e como estes se

    interrelacionam.

    A segunda etapa da dinâmica constava da inserção de um novo produto, aqui

    denominado como produto dois, cujas características técnicas exigiam um controle de

    qualidade maior no que tange o acabamento da parte frontal (capa) do bloco de anotações com

    a inserção de um novo processo de fabricação.

    A cada nova etapa ou subetapa da dinâmica, ocorria uma pausa para reflexão e

    exposição das observações e das dúvidas oriundas dos estudantes. Vencidas as dúvidas da

    didática, os estudantes focaram-se para as atividades produtivas concentrando esforços no

    conhecimento sistemático, isto é, nas teorias dos livros e materiais complementares fornecidos

    pelo professor.

    6 Descrição dos Produtos

    Este tópico consta da caracterização e diferenciação dos dois produtos fabricados na

    dinâmica, sendo que denominaremos estes como 'Produto Um' e 'Produto Dois', para fins de

    melhor compreensão e facilidade de redação.

    6.1 Produto Um

    Caracterizava-se pela elaboração de um Bloco de Anotações que apresenta em sua

    estrutura uma capa e contracapa e quatro páginas internas, todas grampeadas umas nas outras.

    Dessa forma, a seguir, é descrita, genericamente, a composição e os processos relacionados ao

    chamado produto um.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    14

    Capa (parte frontal) e contracapa: estas eram confeccionadas a partir de uma folha de

    papel do tipo A4 de cor verde, sendo que passava pelos setores de fabricação: corte, dobra,

    pintura, pré-montagem, montagem final e expedição.

    Cada folha de papel A4 de cor verde, após passar pelo setor de corte, dava origem a

    quatro partes iguais de 25% cada uma; posteriormente este material era dirigido para o setor

    de dobra, no qual era realizada uma dobra no centro da folha, originando quatro capas e

    contracapas. Dessa forma, é importante ressaltar que cada folha A4 de cor verde era dividida

    em quatro partes e dava origem a duas capas e duas contacapas.

    Após o setor de dobra, a folha já cortada e dobrada ao centro, era encaminhda ao setor

    de pintura, no qual, era carimbada uma marca na capa do Produto Um.

    Duas folhas internas: estas eram confeccionadas a partir de uma folha de papel A4 de

    cor branca, sendo que esta passava pelos setores de corte, dobra, pré-montagem, montagem

    final e expedição.

    Cada folha de papel A4 de cor branca, após passar pelo setor de corte, também dava

    origem a quatro partes iguais que posteriormente passariam pelo setor de dobra, no qual, ao

    serem dobradas ao meio transformavam-se, cada parte, em duas folhas internas. Sendo assim

    é importante ressaltar que eram necessárias duas folhas de ofício A4 de cor branca para que

    essas se transformassem em oito folhas internas.

    Estas partes, cortadas e dobradas, seguiam para a pré-montagem, não passando pelo

    setor de pintura, uma vez que não possuiam nenhum tipo de marcação. Daí seguia para o setor

    de pré-montagem, no qual as partes (capa e contracapa e folhas internas) eram agrupadas

    formando um produto pré-acabado.

    6.2 Produto Dois

    O produto dois era composto pelas mesmas partes internas do produto um,

    apresentando alteração apenas na forma de impressão da capa, que exigia que o processo

    fosse diferenciado apenas no setor de pintura. Com esta alteração, o produto dois apresentava

    melhoria de qualidade, em comparação com o produto um, uma vez que a marcação era

    impressa e não mais carimbada. Assim, o processo de produção da capa do produto dois não

    passava pelo setor de pintura e sim pelo novo setor de impressão e em seguida ia para o corte,

    posteriormente para a dobra, dirigindo-se ao setor de pré-montagem.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    15

    7 Os Setores e Suas Funções

    A seguir são apresentados os setores vistos, de acordo com a produção em estudo,

    sendo que as siglas utilizadas pelo setor de programação e controle da produção – P.C.P. para

    emissão das ordens e para o cálculo do MRP. A seguir são descritas as atividades realizadas

    em cada um dos setores:

    - P.C.P. cálculo de MRP: neste setor realizavam-se os cálculos de previsão de

    produção, com o Lead Time de uma semana. Este setor, além de realizar os cálculos,

    encaminhava ordens de fabricação e de montagem da produção dos Blocos de Anotações;

    - P.C.P. Ordem de Fabricação (OF): este setor foi o responsável por receber as

    quantidades de fabricação oriundas do setor P.C.P. cálculo de M.R.P. e emitir as OFs das

    partes do produto (Bloco de Anotações) e as encaminhar aos respectivos setores que eram:

    corte, dobra, pintura e impressão. O setor de Corte recebia duas ordens de fabricação que

    eram do corte das capas (folha de ofício A4 de cor verde) e outra das folhas internas (folha de

    ofício A4 de cor branca);

    - P.C.P. Ordem de Montagem (OM): aqui se confeccionavam as ordens de montagem

    dos Blocos de Anotações – que derivavam do setor P.C.P. cálculo de M.R.P. e envidadas para

    o setor de Pré-Montagem;

    - Almoxarifado: este setor estava diretamente relacionado com o setor de cálculo do

    M.R.P., uma vez que deveria informar a este os produtos contidos no estoque, e receber deste

    as ordens de compra de materiais, que deveriam ser adquiridos juntamente ao fornecedor.

    Também distribuia o material de confecção para os devidos setores, que eram os setores de

    corte e impressão. Os materiais contidos no estoque eram relacionados no final da produção,

    conforme as sobras de materiais, e estes eram capas e itens fantasmas, sendo que eram

    registrados em planilhas e posteriormente repassados ao P.C.P., cálculo de M.R.P.;

    - Setor de Corte: interpretava as ordens de fabricação, encaminhadas pelo setor P.C.P.

    Ordem de Fabricação (OF), e realizar o corte das folhas de ofício A4 de cores branca e verde,

    sendo que posteriormente deveria encaminhá-las para o setor de dobra, além de informar o

    setor de Almoxarifado quando haviam sobras e produtos danificados;

    - Setor de Dobra: recebia as folhas que comporiam as páginas internas já cortadas e

    realizava, segundo as ordens de fabricação recebidas, a dobra no centro das mesmas, com a

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    16

    finalidade de obter-se nas folhas a marcação necessária para que fossem ajustadas e

    grampeadas, nos setores de Pré-Montagem e Montagem Final;

    - Setor de Pintura: realizava a pintura, segundo as ordens de fabricação recebidas, das

    capas dos Blocos de Anotações do Produto Um com um carimbo através de uma estrutura

    auxiliar denominada 'gabarito', e encaminhava o produto para o setor de Pré-Montagem;

    - Setor de Impressão: com o uso de uma impressora laser relizava a impressão de

    capas para os Blocos de Anotações do Produto Dois, segundo as ordens de fabricação, e

    encaminhava as devidas capas marcadas para o setor de corte.

    - Setor de Pré-Montagem: recebia as partes confeccionadas dos setores de dobra

    (Produto Dois) e pintura (Produto Um) e montava os Blocos de Anotações, para serem

    posteriormente finalizados no próximo setor, conforme as ordens de montagem recebidas. As

    partes eram: a capa e contracapa dos Produtos Um e Dois e as folhas internas, comuns aos

    dois produtos;

    - Setor de Montagem Final: grampeavam os blocos pré-montados oriundos do setor

    anterior finalizando a produção. A partir daí, encaminhava os produtos finais à expedição;

    - Expedição: era responsável pela entrega dos produtos para os clientes;

    Além dos setores produtivos da empresa a dinâmica ainda dispunha de "Fornecedor" e

    "Cliente".

    8 Análise dos processos de produção

    Nesta parte do artigo, as atividades produtivas realizadas em cada um dos setores já

    debatidos, serão analisadas conforme observações dos alunos sobre o proceso prático de

    atividades que se desenvolveram na Dinâmica.

    8.1 Primeira Etapa, Elaboração do Produto Um

    Para facilitar a análise, esta etapa foi estratificada em subetapas e abrange as análises

    de todas as atividades nelas realizadas. Esta caracterizou-se pela ambientação dos alunos com

    a dinâmica e início das atividades produtivas da empresa fabricante de Blocos de Anotações,

    sendo que o layout desta etapa é ilustrado pela Figura 1.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    17

    Observa-se, na Figura 1 que a organização física da sala não oportunizava um devido

    fluxo de materiais e de informações. Assim, surgiram dúvidas que se concentravam em

    perguntas sobre as atividades que os estudantes deveriam exercer na sua função ou cargo que

    estavam, cujas questões centrais foram: "pra quem eu levo esta ordem?", "para qual setor eu

    me reporto?", "qual controle eu tenho que ter ou qual a abrangência da minha função?".

    Apesar da teoria já ter sido estudada, alguns acadêmicos aparentavam desconhecimento do

    tema quando eles se depararam com situações inéditas e dinâmicas, como o surgimento de

    produtos fantasmas na linha de produção e como resolver problemas que ocorreram durante o

    processo produtivo.

    Outros apresentavam críticas ao setor podutivo de forma que expunham medidas a

    serem tomadas a fim de que alguns erros não fossem recometidos além de já preverem

    algumas falhas que poderiam aflorar se a produção fosse mantida naquele mesmo estado, isto

    é, se algumas correções não fossem feitas para as próximas semanas.

    Além das exposições dos alunos, também o professor fez suas observações auxiliando

    os alunos nas suas dúvidas quanto as suas funções dentro do setor produtivo, isto é, pontos

    inobservados pela falta de discernimento e experiência dos alunos eram postos em evidência a

    fim de proporcionar maior clareza das atividades e da dinâmica num todo.

    Em termos gerais, a didática proporcionou aos estudantes melhor entendimento sobre

    a dinâmica de funcionamento de uma fábrica manufatureira. Foi possível observar como os

    conceitos teóricos são articulados durante as atividades práticas e deixando novos

    aprendizados frente à capacidade de solução de imprevistos que podem ocorrer durante o

    processo de fabricação ou de entendimento do conteúdo, como o surgimento de produtos

    fantasmas, o atraso da produção, a pressão exercida sobre todos os setores e o modo como é

    realizado o controle de estoque pelo almoxarifado.

    Figura 1 Representação ilustrativa da organização inicial da sala de aula e dos fluxos dos processos

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    18

    8.2 Segunda Etapa: mudança de layout e inserção de um

    novo produto

    Após a conclusão da primeira parte da dinâmica e análise conjunta entre o professor e

    os estudantes percebeu-se que muitos pontos falhos na produção ocorriam devido ao layout

    original já apresentado pela Figura 1. Após os debates acerca da primeira etapa da dinâmica,

    foi verificada pelos estudantes a necessidade de alteração de layout a fim de melhorar o fluxo

    produtivo, a comunicação intersetores, enfim para que a fábrica como um todo obtivesse

    melhoria em todos os âmbitos, sendo este novo layout ilustrado esquematicamente pela

    Figura 2. Desta forma, se realizou melhorias na produção, tanto para reduzir tempo e efetivar

    as entregas no prazo planejado (agilidade nos processos), quanto para reduzir os

    deslocamentos desnecessários durante o fluxo produtivo e com a entrega das ordens de

    fabricação e montagem.

    Nesta etapa, ainda, um novo produto foi inserido na produção, este de melhor

    qualidade visual, teria sua capa impressa e não carimbada como o Produto Um, originando

    um novo fluxo de produção – paralelo ao fluxo anterior, no qual havia apenas o Produto Um –

    , onde observou-se uma restrição de layout, visto que o setor de impressão (destinado a

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    19

    produção de capas e contra capas do Produto Dois) poderia localizar-se em apenas um ponto

    do ambiente, ficando restrito a ele àquele lugar.

    Figura 2 Representação do novo layout

    Quando se deu início às atividades produtivas desta etapa, observou-se que todos os

    setores, desde o planejamento da produção até a expedição, não detinham conhecimento para

    prosseguir e nem segurança para realizar as ordens de compra, fabricação e montagem.

    Assim, observou-se que no setor do almoxarifado as ordens de compra estavam erradas, pois

    o setor de planejamento da produção não havia estipulado lote mínimo de produção das capas

    e folhas internas, nem de estoque de segurança para o caso de ocorrerem peças mortas ou falta

    de material e, também, não havia observado como as ordens de fabricação, montagem e

    compra tinham sido elaboradas para dar sequência à produção.

    Estes erros de planejamento de produção foram desencadeados por falta de

    treinamento, tanto sistemático como cognitivo, para a execução das competências do cargo,

    que deveria ter sido proporcionado pelo setor de Recursos humanos da empresa. Este setor ou

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    20

    esta função, visto que apenas foi focada a parte fabril da empresa, não existia. Primeiro

    porque, como já foi dito, a constituição da empresa se dava apenas com o setor fabril

    extinguindo outras áreas como Recursos Humanos e Contabilidade, por exemplo. Segundo

    lugar porque os próprios setores, aqui já apresentados, também não tomaram esta iniciativa

    devido ao tempo desproporcional e a complexidade que a dinâmica abrangia.

    Assim, não se pode dar sequência às atividades, até porque o tempo havia se esgotado

    e os alunos encontravam-se demasiadamente cansados depois de uma tarde longa de estudos.

    Portanto, esta dinâmica deveria ter sido aplicada como um programa de treinamento, por se

    tratar de atividades que demandavam uma grande quantia de tempo e conhecimentos teóricos

    e práticos absorvidos.

    9 Articulação dinâmica de aprendizagens Além das questões inerentes ao processo de fabricação, também foram realizadas

    articulações de ações de aprendizagens entre os estudantes os quais além de realizar os

    diversos papéis da área industrial também tinham outras funções didáticas descritas a seguir:

    9.1 Um Aluno (A) Por Setor Esta consta de uma ambientação e reconhecimento da sala ambiente organizada

    previamente pelo docente, sendo que as atividades realizadas pelos acadêmicos nesta etapa

    foram instruídas por ele para que fosse entendido como se dava o funcionamento produtivo

    daquela empresa. As atividades se sucederam da seguinte maneira: alguns acadêmicos se

    disponibilizaram a ocupar determinados setores, sendo que outros foram indicados pelo

    professor. Outros acadêmicos passaram esta rodada a observar as atividades desenvolvidas

    por seus colegas, a fim de fazerem anotações e interagirem na próxima rodada.

    Destaca-se que alguns acadêmicos não se disponibilizaram a participar da dinâmica,

    devido ao receio de cometer erros em determinadas tarefas e cálculos além da falta de

    iniciativa e tímidez intrínceca em alguns acadêmicos. O receio de cometer erros deriva,

    principalmente, da falta de preparo no que tange o conhecimento sistemático e prático, pois

    sabe-se que não é dada tanta ênfase, da parte dos alunos, aos estudos teóricos contidos nos

    livros e outros materiais, além da falta de preocupação destes com os assuntos relacionados

    aos conteúdos apresentados pelo professor.

    Trazendo a análise desta ação para os fatos ocorridos na aula, no tópico específico das

    atividades de cálculo e tarefas práticas realizadas pelos alunos, observou-se que esses a

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    21

    desenvolveram com relativa facilidade, uma vez que elas foram-lhes apresentadas pelo

    professor e a primeira semana de atividades daquela empresa correu tranquilamente, sendo

    cumpridas todas as etapas da produção, fazendo com que o produto chegasse sem atrasos ao

    cliente.

    Dessa forma, observa-se que, teoricamente, a empresa alcançou os seus objetivos de

    agilidade nas entregas, ganhos financeiros, satisfação dos clientes com consequente

    conservação de mercado e mantendo seu custo num mesmo patamar.

    9.2 Dois Alunos (A e B) Por Setor Esta etapa caracteriza-se pela adição de mais um acadêmico a cada setor produtivo,

    sendo que o acadêmico que já estava integrado ao setor responsabilizava-se por instruir o

    novo acadêmico quanto as atividades e competências daquele setor. Ressalta-se que nesta

    parte o papel dos acadêmicos que já haviam sido orientados pelo professor passam a ser os

    responsáveis diretos pelos processos e pela condução da produção da fábrica. Após esta

    rodada os alunos A, ou seja, aqueles que ingressaram na dinâmica na primeira etapa,

    dirigiram-se a outros setores, a fim de conhecer outros processos que se realizavam na mesma

    produção.

    Esta etapa caracterizou-se pela duplicação do aprendizado obtido pelo aluno A na

    primeira rodada, sendo que nem todos os acadêmicos obtiveram êxito nesta operação.

    Primeiro, porquê não houve da parte do aluno B a total compreensão de como se dava as

    operações produtivas daquele dado setor fato observado principalmente nos setores de cálculo

    de M.R.P. e almoxarifado exemplificados e o segundo, porquê na visão de alguns estudantes,

    não houve tempo suficiente para o entendimento da prática das atividades.

    Pelo relato realizado por alguns estudantes, a compreensão do conhecimento teórico e

    prático de dado setor pelo aluno B não se deu com êxito devido tanto a falta de conhecimento

    teórico quanto a falta de informações passadas pelo aluno A. No caso do Almoxarifado o

    aluno A não havia comprendido o total funcionamento das suas competências, assim deixou o

    aluno B mal preparado para assumir o cargo, ocasionando posteriores atrasos de produção na

    próxima etapa, na qual destinou-se ao aluno B a realização individual das atividades.

    Quanto ao setor de cálculo de M.R.P. observou-se o despreparo do aluno B no que

    tange os conhecimentos teóricos, uma vez que este sentia-se totalmente despreparado a

    realizá-los individualmente, ocasionando insegurança ao processo produtivo. Desta forma o

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    22

    aluno A, manteve-se ocupando o seu posto, juntamente ao aluno B para que não houvessem

    erros de cálculos ou nova intervenção, para explicações teóricas, do professor.

    Em síntese, nesta etapa se observou dificuldades na produção dos blocos de anotações,

    principalmente, pela falta de compreensão das competências e funções para realizar as

    atividades de cada setor dos alunos B. Essas dificuldades se refletiram na próxima etapa com

    a parada da produção, pois o despreparo para a realização das competências ocasionou não

    somente erros de produção como desperdício de materiais, produção demasiada de alguns

    produtos, perca de qualidade e atraso nas entregas, originando também aumento dos custos,

    diminuição da confiabilidade do cliente quanto aos blocos de anotações daquela fábrica, o que

    ocasiona retração do mercado, além da perca de clientes e degradação da imagem da empresa.

    9.3 Um Aluno (B) Por Setor Esta etapa caracterizou-se pela grande depressão daquela empresa. Os cálculos, a

    interpretação das ordens de fabricação, os prazos de entrega, o uso dos materiais tudo correu

    de forma contrária ao planejado. Primeiro, os cálculos foram realizados sem considerar o

    estoque existente, que por sua vez não foi registrado devido a falha de comunicação

    intersetores e também falta de conhecimento da responsabilidade de registrar os estoques e

    informar ao setor de cálculo de M.R.P., do aluno B, que já passou da rodada anterior para esta

    desorientado quanto as suas funções.

    O cálculo também apresentava-se defasado devido aos produtos fantasmas que

    algumas falhas na produção desencadearam. Estas falhas já foram caracterizadas

    anteriormente, sendo causadas, principalmente, por falhas na interpretação das ordens de

    fabricação. Estas não eram corretamente interpretadas por despreparo dos acadêmicos dos

    setores que recebiam as ordens, uma vez que o conhecimento teórico não era um ponto crucial

    para a sua intepretação, pois essas ordens tratavam-se de simples descrição dos produtos e

    quantidade de produção.

    Os prazos de entrega também não foram cumpridos, devido as falhas de cálculo e de

    fabricação. Essas falhas ainda desencadearam o mau uso dos materiais ocasionando prejuísos

    a corporação devido ao desperdício das folhas que estavam rasgadas (peças mortas) ou

    carimbadas em lugar errado. Estes produtos danificados também deveriam ter sido

    informados ao almoxarifado, e este informar ao setor P.C.P. cálculo de M.R.P., para que os

    cálculos da próxima semana fossem remanejados em vista dessa interferência e também para

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    23

    quem sabe negociar com o cliente um prazo maior de entrega ou quem sabe, ainda, um

    desconto, a fim de não perder o cliente.

    Considerações finais

    O desenvolvimento de atividades didáticas que possam oportunizar o desenvolvimento

    do processo de tomada de conciência dos conteúdo acadêmicos estudados em aula do ensino

    superior com as possíveis situações problemas da vida cotidiana das organizações industriais

    foi o norte da realização deste estudo.

    Neste sentido, foi desenvolvida uma dinâmica realizada com estudantes do curso de

    Administração cujas situações didáticas buscam aproximar os conteúdos curriculares da área

    de produção, mais especificamenteo os de PCP e os cálculos de MRP por meio de uma

    situação simulada em aula cujo foi denominado de sala ambiente. Essa estratégia educacional

    buscou aproximar, mesmo que didaticamente, as realidades empresarias com os conteúdos

    curriculares da área visando oportunizar aos estudantes a articulação de algumas situações que

    possivelmente possam encontrar nas organizações industriais que se utilizam desta sistemática

    de organização da sua manufatura.

    Dentre os inúmeros pontos observados, com base nos relatos e comentários dos

    estudantes, alguns pontos foram destacados, como, por exemplo, o encaminhamento das

    ordens de fabricação, o tempo de produção, o treinamento e a autodisciplina dos acadêmicos.

    Estes pontos impactaram significativamente nos resultados da fábrica simulada porque muitos

    acadêmicos não obtiveram a devida compreensão e não revelaram ao grande grupo as suas

    ressalvas, demonstrando que não havia autodisciplina e boa comunicação do grande grupo

    para que estas ressalvas fossem feitas, isto é, o grande grupo não manteve princípios básicos

    que garantiam uma boa comunicação.

    Quando as ordens de fabricação eram encaminhadas, ou por falta de conhecimento ou

    por falta de observação da situação ou, ainda, por a ordem estar incompleta, não se observava

    que a sequência de execução das ordens afetaria a produção, ocasionando falta de materiais

    e/ou superprodução. Provavelmente, foi essa dessequência de encaminhamento das ordens de

    produção que provocou a falta de materiais em algumas semanas, pois o setor de corte recebia

    a ordem antes do almoxarifado fazer a compra e posterior entrega dos materiais, por exemplo.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    24

    Não havia, também, tempo extimado da produção de cada setor. Sem saber qual o

    tempo que cada setor levava para realizar a sua tarefa não havia como alocar de uma melhor

    forma os funcionários para tornar a produção mais eficiente e também não se sabia se aquele

    setor estava usufruindo tempo ocioso, o que prejudicava a empresa, aumentando seus gastos

    fixos com salário – talvez a demissão de alguns funcionários, ou melhor, alocação destes

    dentre os setores proporcionaria maior e melhor produção.

    A partir disso, percebe-se, que esta dinâmica nos proporcionou o entendimento amplo

    das atividades de produção manufatureira das fábricas. Através desta, podemos tomar

    conhecimento de várias interferências – internas e externas – e pecualiaridades invisíveis a

    nossa cognição quando tínhamos apenas o conhecimento teórico das atividades produtivas.

    Entre estas interferências podemos destacar como pontos cruciais a falta de contribuição,

    apoio, companheirismo e união das pessoas que integravam o setor produtivo.

    Sendo assim, os pontos principais que desencadearam todas as falhas nos processos e

    demais erros foram a falta de comunicação intersetores e a falta de treinamento e audisciplina.

    Estes três itens são cruciais para garantir qualidade do produto, confiabilidade do cliente,

    flexibilidade e velocidade de produção e entregas no prazo estabelecido e, sobretudo, redução

    de custo. O desempenho da produção depende crucialmente de funcionários bem treinados

    para executar suas competências e da comunicação intersetores, que desenvolve, além de um

    controle de produção mais eficaz, a amizade, a solidariedade e o companheirismo entre os

    funcionários sendo que a união e o espírito de equipe juntos sempre direcionam a empresa

    para o futuro, futuro esse, promissor.

    Referências CARR, Wilfred; KEMMIS, Stephen. Teoría crítica de la enseñanza. Barcelona: Martínez Roca, 1988. COPELLO, M. I.; OJEDA, B.; CUESTA, A. V.; DIMURO, J. J. Processo reflexive-crítico-dialógico en la práctica docente: de la construcción social en la comunidad de aprendizaje a la (re)construcción personal. In: GALIAZZI, M. C.; AUTH, M.; MORAES, R.: MANCUSO, R. Aprender em rede na educação em ciências. Ijuí: Ed. Unijuí: 2008. DEAQUINO, Carlos Tasso Eira. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. ENGESTRÖM, Yrjö. Activity theory and individual and social transformation. In: ENGESTRÖM, Yrjö; MIETTINEN, Reijo; PUNAMÄKI, Raija-Leena (Eds.). Perspectives on activity theory. New York: Cambridge University Press, 1999. FRÖNER, Felipe. Qualidade do ambiente laboral e relações de trabalho. Revista do processo de trabalho e sindicalismo, n. 4, Porto Alegre: HS Editora, 2013.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    25

    GAGNÉ, Robert. Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 1983. GIL, Antônio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2007. KREUZBERG, Fernanda; RAUSCH, Rita Buzzi. Compreensões de professores que atuam na pós-graduação stricto-sensu sobre professor reflexivo e professor pesquisador. Administração: ensino e pesquisa, Curitiba, v.14, n.1, p. 99-121, jan, fev, mar, 2013. KREUZBERG, Fernanda; RAUSCH, Rita Buzzi. Compreensões de professores que atuam na pós-graduação stricto-sensu sobre professor reflexivo e professor pesquisador. Administração: ensino e pesquisa, Curitiba, v.14, n.1, p. 99-121, jan, fev, mar, 2013. LACRUZ, A. J. Jogos de empresas: considerações teóricas. Caderno de Pesquisas em Administração, vol. 11, n. 4, p. 93-109, 2004. LÉGE, Pierre-Majorique, et al. Authentic OM problem solving in an ERP contexto. International journal of operations & production management, v. 32 n. 12, pp. 1375-1394, 2012. LOULY, Mohamed-Aly; DOLGUI, Alexandre. Optimal time phasing and periodicity for MRP with POQ policy. International journal of production economics, v.131, n. 1, p. 76-86, 2011. MALDANER, Otávio Aloísio. A formação inicial e continuada de professores de química. 3 ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2006. MARTINS, Carlos Fernando. Evolução funcional do planejamento e controle da produção: um estudo de múltiplos casos. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MORIN, André. Pesquisa-ação integral e sistêmica: uma antropopedagogia renovada. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. A gestão de operações nos melhores cursos de graduação em Administração do Brasil. In: XV Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2012. Anais... 15 SIMPOI. São Paulo: FGV-EAESP, 2012. ROGERS, Jenny. Aprendizagem de adultos: fundamentos para educação corporativa. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. ROMAN, Darlan José; MARCHI, Jamur Johnas; ERDMANN, Rolf Hermann. A abordagem qualitativa na pesquisa em Administração da Produção no Brasil. Revista de Gestão. São Paulo, v. 20, n. 1, p. 131-144, jan./mar. 2013. DOI: 10.5700/rege491. ROMAN, Darlan José; MARCHI, Jamur Johnas; ERDMANN, Rolf Hermann. A abordagem qualitativa na pesquisa em Administração da Produção no Brasil. Revista de gestão. São Paulo, v. 20, n. 1, p. 131-144, jan./mar. 2013. DOI: 10.5700/rege491. RUSSOMANO, Victor Henrique. Planejamento e controle da produção. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 1995. SAUAIA, Antônio Carlos Aidar. Laboratório de gestão: educação vivencial com pesquisa aplicada. In: IX Congresso Virtual Brasileiro de Administração. 2012. Anais... 9 Convibra Administração, 2012. Disponível em: . Acesso em: 05 jan. 2013. SCHÖN, Donald. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000. SLACK, Nigel, et al. Administração da produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

  • X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de

    2014

    26

    SLACK, Nigel; LEWIS, Michael; BATES, Hilary. The two worlds of operations management research and practice. Can they meet, should the meet? International journal of operations & production management. v. 24, n. 4, p. 372-387, 2004. STENHOUSE, Laurence. La investigación como base de la enseñanza. 2 ed. Madrid: Ediciones Morata, 1993. TALIZINA, Nina. Manual de psicologia pedagógica. México: Editorial Universitária Potosina, 2000. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2003. TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2008. VALENTE, Nelma Terezinha Zubeck; et. al. Estilos de aprendizagem dos alunos e professores de graduação em Administração de uma universidade pública do estado do Paraná: aplicação do inventário de David Kolb. Anais... Congresso Virtual Brasileiro de Administração, 2007. VEIGA, Cristiano Henrique Antonelli da; ZANON, Lenir Basso. Desenvolvimento de texto didático para o ensino de administração da produção: uma ressignificação à luz da teoria da atividade. RACE – Revista de Administração, Contabilidade e Economia, Chapecó, Ed. Especial Anpad, p. 265-308, 2013. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. ZANON, Lenir Basso; MALDANER, Otavio Aloisio. A química escolar na inter-relação com outros campos de saber. In: SANTOS, Wildson Luiz Pereira; MADANER, Otavio Aloisio. Ensino de química em foco. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2010.