Atividade Modernismo - 3o Ano

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    1."A lngua sem arcasmo. Sem erudio. Natural e neolgica. A contribuio milionria de todos os erros.Como falamos. Como somos".

    Neste trecho do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, depreende-se um dos programas propostos pelosmodernistas:

    a inveno de uma nova lngua, estruturalmente diferente da falada e escrita pelos portugueses

    a imitao do discurso dos autores populares da literatura oral brasileira

    a incorporao da fala brasileira lngua literria nacional

    o repdio literatura dos escritores do passado, apenas porque eram afeitos extrema correo2.A poesia modernista sobretudo a da primeira fase (1922-1928):

    faz uma sntese dos pressupostos poticos que norteavam a linguagem parnasiano-simbolista

    incentiva a pesquisa formal com base nas conquistas parnasianas, a ela anteriores

    enriquece e dinamiza a linguagem, inspirando-se na sintaxe clssica

    confere ao nvel coloquial da fala brasileira a categoria de valor literrio3.Baseando-se no trecho abaixo responda obedecendo ao cdigo:

    Trem de ferro

    "Caf com po / Caf com po / Caf com po / Virge Maria que foi isto maquinista" (Manuel Bandeira)

    I - A significao do trecho provm da sugesto sonora.II - O poeta utiliza expresses da fala popular brasileiraIII - A temtica e a estrutura do poema contrariam o programa potico do Modernismo.

    se I, II e III forem corretas

    se I e II forem corretas e III incorreta

    se I,II e III forem incorreta

    se I e II forem incorretas e apenas III correta4.Assinale a alternativa que se refere a Graciliano Ramos:

    fruto de uma reportagem de jornal, sua obra famosa - dramtico libelo contra um crime de genocdio -aponta a existncia de um pas desenvolvido, no litoral, e outro abandonado, no meio rural

    com uma juventude marcada pela partio partidria, sua obra, a princpio preocupada, abriu-se para umengajamento social de tom pico e lrico, com que descreve aspectos das camadas marginalizadas da sociedade

    baiana

    autor de vasta obra, em grande parte memorialstica, apresenta um aprecivel painel de realidade donordeste aucareiro, descrito em alguns romances vigorosos que mostram o drama da decadncia dos velhosengenhos

    autor de literatura regionalista de carter universalizante, sua priso, por motivos polticos, forneceu-lhematerial para uma obra de denncia do atraso cultural da sociedade brasileira e das iniqidades do Estado Novo

    5.A respeito de Oswald de Andrade, incorreto afirmar que:

    apesar de sua intensa participao na SAM, assumiu uma postura simptica em relao poesia parnasiana

    em Serafim Ponte Grande, rompe com a forma e com a estrutura tradicionais do romance brasileiro

    O Rei da Vela, sua obra-prima em termos de dramaturgia, apresenta contundente crtica ao sistema burgus

    desenvolveu uma poesia original, plena de humor e ironia, com uma linguagem do cotidiano, repleta deneologismos6.O romance de Clarice Lispector:

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    filia-se fico romntica do sculo XIX, ao criar heronas idealizadas e mitificar a figura da mulher

    define-se como literatura feminista por excelncia ao propor uma viso da mulher oprimida num universomasculino

    prende-se crtica de costumes, ao analisar com grande senso de humor uma sociedade urbana emtransformao

    renova, define e intensifica a tendncia introspectiva de determinada corrente da fico da segunda gerao

    moderna7.Atribuindo ao elemento grfico uma funo na estrutura do poema e dando por findo o ciclo histrico doverso como unidade formal, esse movimento concebe o poema, em sua forma visvel, como objeto esttico emsi mesmo, e no mais como intrprete de objetos exteriores e sensaes subjetivas. Chamou-se esse movimentode:

    Expressionismo

    Concretismo

    Impressionismo

    Simbolismo

    8.No Mordenismo diversos nomes de autores esto vinculados a revistas e grupos a que pertenciam. Qual dasseguintes relaes est errada?

    Mrio de Andrade - "Klaxon"

    Carlos Drummond de Andrade - "A Revista"

    Cassiano Ricardo - "Antropofagia"

    Plnio Salgado - "Anta"9. Leia o seguinte poema de Manuel Bandeira:

    Nova potica

    Vou lanar a teoria do poeta srdido.Poeta srdido:Aquele em cuja poesia h a marca suja da vida.Vai um sujeito.Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito [bem engomada, e na primeira esquina

    [passa um caminho, salpica-lhe o palet ou [a cala de uma ndoa de lama:

    a vida.

    O poema deve ser como a ndoa no brim:Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.Sei que a poesia tambm orvalho.Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as [virgens cem por cento e as amadas que

    [envelheceram sem maldade.

    BANDEIRA, Manuel.Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. p. 287.

    Em Nova potica, esto presentes algumas tendncias inovadoras propostas pelo movimento modernista,

    EXCETO:

    a) a opo pela poesia pautada por temas sujos, em detrimento da pureza dos temas idlicos.b) a viso crtica do poeta, apresentando uma nova forma de arte literria atravs do discurso metalingstico.c) a linguagem futurista, expresso do homem moderno, ao ritmo da mquina e da velocidade.d) a rejeio ao Parnasianismo, pela desobedincia s formas clssicas de versificao.e) a elaborao de uma nova linguagem, mais simples e dinmica, a partir da observao do cotidiano.

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    10. (ENEM2009)Para o Mano Caetano

    O que fazer do ouro de toloQuando um doce bardo brada a toda brida,Em velas pandas, suas esquisitas rimas?Geografia de verdades, Guanabaras postiasSaudades banguelas, tropicais preguias?

    A boca cheia de dentesDe um implacvel sorrisoMorre a cada instanteQue devora a voz do morto, e com isso,Ressuscita vampira, sem o menor aviso

    [...]E eu soy lobo-bolo? lobo-boloTipo pra rimar com ouro de tolo?Oh, Narciso Peixe Ornamental!

    Tease me, tease me outra vez 1Ou em banto baianoOu em portugus de PortugalDe Natal[...]

    1 - Tease me (caoe de mim, importune-me).

    LOBO. Disponvel em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

    Na letra da cano apresentada, o compositor Lobo explora vrios recursos da lngua portuguesa, a fim deconseguir efeitos estticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso determos coloquiais na seguinte passagem:

    A Quando um doce bardo brada a toda brida (v. 2)

    B Em velas pandas, suas esquisitas rimas? (v. 3)C Que devora a voz do morto (v. 9)

    D lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)E Tease me, tease me outra vez (v. 14)

    12. (ENEM-2009)

    Confidncia do ItabiranoAlguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

    Noventa por cento de ferro nas caladas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida porosidade e[comunicao.

    A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

    vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e[sem horizontes.E o hbito de sofrer, que tanto me diverte, doce herana itabirana.

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    De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereo:esta pedra de ferro, futuro ao do Brasil,este So Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;este couro de anta, estendido no sof da sala de visitas;este orgulho, esta cabea baixa...

    Tive ouro, tive gado, tive fazendas.Hoje sou funcionrio pblico.

    Itabira apenas uma fotografia na parede.Mas como di!ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

    Carlos Drummond de Andrade um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas,penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia feita de uma relao tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construo do poemaConfidncia do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construo do texto literrio e as concepesartsticas modernistas, conclui-se que o poema acima:

    a. representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatrio e utilizao de expresses eusos lingusticos tpicos da oralidade.

    b.

    apresenta uma caracterstica importante do gnero lrico, que a apresentao objetiva de fatos e dadoshistricos.

    c. evidencia uma tenso histrica entre o eu e a sua comunidade, por intermdio de imagens querepresentam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituio do indivduo.

    d. critica, por meio de um discurso irnico, a posio de inutilidade do poeta e da poesia em comparaocom as prendas resgatadas de Itabira.

    e. apresenta influncias romnticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infncia e doamor pela terra natal, por meio de recursos retricos pomposos.

    - Texto para as questes de 12 a 16- Leia o seguinte texto, extrado de uma entrevista concedida por Aurlio Buarque de Holanda:

    Comeo por perguntar-lhe a que deve ou julga dever seu gosto pelo estudo da lngua, e Aurlio, depois depensar um pouco, confessa-me:No saberia dizer-lhe. No foi por certo o ambiente familiar nem qualquer professor. Pelo contrrio,nunca pessoa alguma soube orientar-me no estudo da lngua ou em qualquer outro estudo, o que, somado sdificuldades dos meus primeiros tempos de menino e de rapaz, teria dado para desistir, se a curiosidade e a

    possvel vocao no fossem mais poderosas do que tudo. Nascido em Camaragibe, no interior de Alagoas,com menos de um ano mudei-me para Porto de Pedras, onde passei a meninice at aos 10 anos, quando fuilevado para Porto Calvo. Ora, Porto de Pedras e Porto Calvo eram, nessa ocasio, como, at certo ponto,ainda hoje, lugares pauprrimos. Assim, os seus professores no podiam ser bons. Os mestres que ali tive

    no me explicavam quase nada do que eu mais desejava saber. Lembro-me que, j nessa poca, viviapreocupado com as palavras; mas escapava-me o sentido da maioria delas. Cheguei mesmo a decorar apoesia Velhice e mocidade, de Gonalves Dias: Senta-te embaixo do choro, que dobra / A verde ramasobre a campa nua, dizia o poeta. Mas quem estava ali para explicar-me o que era choro e campa?

    No havia em casa um dicionrio?No. O nico, de Simes da Fonseca, minha irm, ao casar-se, levara-o, e eu no tinha permisso deconsult-lo vontade. Passei a viver sonhando com a delcia de possuir um livro dessa espcie, mas comoadquiri-lo, se meu pai se queixava sempre da crise pavorosa? Tempos mais tarde vim a descobrir nocartrio do tabelio de Porto Calvo o dicionrio de Jaime de Sguier. A ento fartei-me. Quando queriadecifrar o sentido de alguma palavra, corria ao tabelio e o gordo volume desvendava-me os mistriosvocabulares.

    (Homero Senna, Repblica das letras. Adaptado.)

    12. O principal motivo por que o entrevistado no pde desvendar os mistrios vocabulares, em seusprimeiros tempos de menino, foi de ordema) econmica.

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    b) cultural.c) geogrfica.d) pedaggica.e) psicolgica.

    13. Se os pronomes que complementam os verbos das alternativas abaixo fossem passados para a terceirapessoa, considerando as regras de regncia verbal e o sentido do texto, o pronome me deveria sersubstitudo por o (ou lo) e no por outro pronome oblquo, apenas em

    a) orientar-me.b) mudei-me.c) escapava-me.d) explicar-me.e) desvendava-me

    14. Considere as seguintes afirmaes:I. Nos trechos pessoa alguma e alguma palavra, opronome no sofre alterao de sentido, apesar dadiferena de posio, tendo em vista o substantivo que ele acompanha.II. O verbo levara est no pretrito mais-que-perfeito, porque exprime anterioridade em relao a doismomentos que podem ser identificados no texto.

    III. As formas verbais queriae corria, como tm uma mesma forma para a primeira e a terceira pessoa,podem gerar ambiguidade quanto ao seu sujeito, como ocorre no ltimo perodo da entrevista.Est correto apenas o que se afirma ema) I.

    b) II.c) III.d) I e II.e) II e III

    15.Em ao casar-se, expressa-se uma circunstncia de:a) concesso.

    b) condio.c) causa.d) tempo.e) modo.

    - Leia tambm estes versos do poema citado na entrevista, para responder s questes de 16 a 18.

    Senta-te embaixo do choro, que dobraA verde rama sobre a campa nuaDe um ser de peito bom, de rosto belo,

    Que foi minha mulher, que foi me tua!O sol, nascendo apenas, vem primeiroSeus raios nessa campa dardejar,E cansada velhice bem fagueiroEsses restos de vida desfrutar.

    16. Se, quando estudante das primeiras letras, Aurlio Buarque de Holanda tivesse tido acesso a umdicionrio, teria verificado que choro o mesmo que salgueiro eque campa sugere ideia dea) morte.

    b) natureza.

    c) religio.d) alegria.e) infncia.

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    17. A inverso do pronome possessivo no verso Que foiminha mulher, que foi me tua! justifica-se, tantopor uma necessidade rtmica, quanto:a) para se obter sentidos diferentes.

    b) para sugerir uma anttese.c) pela diferena de funo sinttica.d) por uma imposio gramatical.e) por uma questo de rima.

    18. Para a correta compreenso da segunda estrofe do poema de Gonalves Dias, preciso saber que asexpresses Seus raios e Esses restos de vidaexercem a funo de:a) objeto indireto.

    b) sujeito.c) objeto direto.d) complemento nominal.e) sujeito e a de objeto indireto, respectivamente.