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Atividades: Redução da maioridade penal uma questão polêmica ATIVIDADE I Sensibilização Sugere-se o vídeo a seguir: Por que existem regras e leis? https://www.youtube.com/watch?v=zQN4MhNip4s 1) Explique, a partir da animação: - o que são regras ou leis; - por que elas são necessárias em uma sociedade. 2) Indique a crítica veiculada pelo vídeo. ATIVIDADE II 1) Explique do que trata cada um dos documentos relacionados a seguir, sabendo que todos eles apresentam regras a serem observadas pelos brasileiros. Constituição Federal Código Civil Código Penal Estatuto da Criança e do Adolescente 2) Compare o que se diz sobre a maioridade penal em diferentes leis de nosso país e avalie se há coerência entre elas. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Código Civil Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

Atividades: Redução da maioridade penal uma questão polêmica · 3) Em relação ao conectivo em destaque na questão anterior: A) Explique por que se pode afirmar que, no contexto

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Atividades: Redução da maioridade penal – uma questão polêmica ATIVIDADE I

Sensibilização Sugere-se o vídeo a seguir: Por que existem regras e leis? https://www.youtube.com/watch?v=zQN4MhNip4s

1) Explique, a partir da animação: - o que são regras ou leis; - por que elas são necessárias em uma sociedade.

2) Indique a crítica veiculada pelo vídeo.

ATIVIDADE II

1) Explique do que trata cada um dos documentos relacionados a seguir, sabendo que todos

eles apresentam regras a serem observadas pelos brasileiros.

Constituição Federal

Código Civil

Código Penal

Estatuto da Criança e do Adolescente

2) Compare o que se diz sobre a maioridade penal em diferentes leis de nosso país e avalie se há coerência entre elas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Código Civil

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

CÓDIGO PENAL Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Título III

Da Prática de Ato Infracional

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.

Capítulo II

Dos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

3) Leia o que se informa sobre as cláusulas pétreas na Constituição Federal e analise a

constitucionalidade da redução da maioridade penal.

Cláusulas pétreas

22/jul/2013 Trata-se de dispositivo constitucional imutável, que não poderá ser objeto de deliberação de proposta de emenda. De acordo com o artigo 60, §4º, da Constituição Federal, "não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais".

Têm como objetivo evitar as alterações temerárias de assuntos essenciais para os cidadãos e o Estado.

Fundamentação:

Art. 60, § 4º da Constituição Federal. Referências bibliográficas:

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

ATIVIDADE III TEXTO I

Redução da maioridade penal segue na contramão do mundial

Enquanto o Brasil discute reduzir a idade penal, outros países, como Japão e Inglaterra, debatem aumentá-la

Rafael Geyger 6 ABR2015 08h38

A redução da maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos, cuja admissibilidade foi aprovada na última terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, colocaria o Brasil na contramão daquilo que é praticado no mundo.

Além de ser pequeno o contingente de países que adotam idade menor a 18 anos como definição legal de adulto (análise ONU sobre 57 nações identificou essa realidade em apenas 17% deles), movimentos recentes atuam em direção oposta. O Japão, por exemplo, que classifica a delinquência juvenil a partir dos 14 anos, elevou recentemente a maioridade penal para 21 anos. Movimento semelhante vem sendo debatido na Inglaterra, onde a responsabilidade começa aos 10 anos, a prisão é admitida aos 15, mas a idade legal do adulto só é alcançada aos 21. Entre os ingleses, o debate atual busca aumentar a faixa etária inicial. A aprovação do tema no Legislativo brasileiro ainda está longe de ser definitiva. Como próximo passo, uma comissão especial será criada na Câmara para análise do conteúdo da proposta e de 46 emendas já apresentadas. A votação de terça-feira, no entanto, representa um dos passos mais marcantes em 22 anos de tramitação do projeto. Maioridade penal no mundo A análise da maioridade penal no mundo coloca a idade de 18 anos como praticada por grande parte das nações. Conforme a pesquisa “Crimes Trends”, realizada pela ONU, essa é a regra, por exemplo, em países do Mercosul (como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai), da Europa (entre eles França, Honduras e Noruega) e na China. Algumas nações europeias utilizam sistemas mistos, nos quais a responsabilidade penal de adultos inicia aos 18, mas só é completa aos 21. É o caso, por exemplo, de Alemanha, Espanha, Grécia, Itália e Inglaterra. Na outra ponta, os Estados Unidos adotam a maioridade penal cujas regras variam entre jovens de 12 a 16 anos. Conforme o estado norte-americano, adolescentes podem até ser condenados à prisão perpétua ou morte. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. Outros casos de maioridade penal inferior à praticada no Brasil aparecem no Canadá (com critérios diferentes para jovens entre 14 e 18 anos), Rússia (entre 14 e 16) e Turquia (15 anos). Após a votação na Câmara, entidades de magistrados especializados na infância e juventude se manifestaram contra o projeto. À Agência Câmara, o presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (ABRAMINJ), Renato Rodovalho Scussel, afirmou que o clamor por mais segurança pública não será resolvido pela adoção da medida. Já a presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP), Maria Roseli Guiessmann, que também integra a Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), considerou o avanço da proposta como um retrocesso, em um ato que engana a sociedade e retira direitos consagrados dos jovens. Em seu site, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional) manifestou contrariedade à decisão, baseando-se em dados que atestariam a medida como inócua. A entidade cita levantamento do Conselho Nacional de Justiça, que identificou que 47% dos internos em centros de reabilitação têm entre 16 a 17 anos e que 42% têm de 14 a 15 anos. “Os crimes que eles cometem são praticamente do mesmo tipo. Portanto, apenas baixar a idade penal para 16 anos não resolverá completamente o problema”, destaca em nota. Especialistas divergem

Apesar do posicionamento convergente das entidades, o tema não desfruta de consenso entre juristas. O doutor em Ciências Jurídicas Têndeles Barros, professor da Universidade Estadual de Roraima e professor de Direto Penal e Processo Penal no Centro Universitário Estácio-Atual da Amazônia, avalia que seria “inocência” acreditar que criminosos entre 16 e 18 anos não possuem discernimento de seus atos. Ele alega ainda que os adolescentes de hoje, que podem votar, casar, constituir empresa e cujo acesso à tecnologia é facilitado, estão mais bem preparados para entender a natureza dos crimes. Para Barros, a punição exemplar de menores serviria de alerta para outros jovens e, com isso, reduziria a participação dos adolescentes em ações criminosas, com o que concorda o advogado criminalista Euro Bento Maciel Filho, do escritório Euro Filho Advogados Associados. Euro Filho entende, contudo, que isso se daria em um momento inicial, mas que não perduraria em razão da demora do Estado para aplicar as sanções. Nesse cenário, então, os antigos “menores” estariam motivos a retornar às práticas delitivas, defende o advogado. Ele também acredita que, se adolescentes de 16 ou 17 anos são hoje os que mais se envolvem nas práticas delitivas, com a mudança, aqueles com idades entre 13 e 15 anos passariam a ser usados pelas quadrilhas criminosas. “A redução da maioridade penal irá criar uma nova categoria de delinquentes, qual seja, o ‘bandido mirim’ ou ‘fraldinha’”, opina. Para o advogado, se faz prioritária uma alteração radical no sistema carcerário, que vise propiciar um tratamento digno ao preso. Ele considera que, ao serem trancafiados em cadeias comuns, tendo contato com infratores já experientes, os menores jamais voltarão ao saudável convívio social e irão se perder na criminalidade. “Nossas cadeias irão se tornar ‘ninhos’ de criminosos, na exata medida em que adolescentes serão facilmente corrompidos pela criminalidade organizada”, avalia. Têndeles Barros revela o mesmo entendimento, enfatizando a necessidade de discussão do tema com cautela e responsabilidade. “Não podemos simplesmente jogar esses adolescentes infratores dentro desses depósitos de gente, que chamam de penitenciárias ou cadeias. Deve-se construir espaços de recuperação, com escola e trabalho específicos para os adolescentes que cometeram crimes hediondos, onde possam serem preparados para voltar a vivem como cidadãos de bem”, pontua. Na análise do professor, contudo, apenas as atuais medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não são suficientes para corrigir o adolescente infrator. Sua efetividade, considera ele, só se dá casos de adolescentes que cometem leves infrações penais ou quando primários e pertencentes a um ambiente sem violência ou injustiça social. Euro Filho avalia que a efetiva solução do problema está, justamente, na alteração do ECA. Ele defende que as medidas socioeducativas possam ser aplicadas de forma proporcional não só ao ato infracional praticado, como também à sua gravidade, tornando o instrumento mais rigoroso na punição aos menores infratores, sobretudo, os reincidentes. http://noticias.terra.com.br/brasil/reducao-da-maioridade-penal-segue-na-contramao-mundial Acesso em 7 abril 2015.

1) Analise a pertinência do título – “Redução da maioridade penal segue na contramão do mundial” – ao que se aborda no texto I.

2) Indique as ideias que são interligadas pelo articulador em destaque no subtítulo, reproduzido a seguir.

Enquanto o Brasil discute reduzir a idade penal, outros

países, como Japão e Inglaterra, debatem aumentá-la

3) Em relação ao conectivo em destaque na questão anterior:

A) Explique por que se pode afirmar que, no contexto em que se insere, a palavra

“Enquanto” ganha um duplo efeito de sentido: tempo e adversidade.

B) Analise se ele pode ser considerado uma marca de subjetividade.

4) Explicite, a partir do título e do subtítulo, o ponto de vista enunciado em relação à redução

da maioridade penal. Justifique sua resposta a partir de palavras presentes nos elementos do texto em foco nesta questão.

5) Indique dois argumentos e duas estratégias argumentativas a partir dos quais se percebe a

defesa da tese ao longo do texto.

6) Considere o tempo verbal em que se encontra flexionado o verbo “colocar” no excerto a seguir, e releia o título reproduzido abaixo, com atenção à palavra em destaque.

“A redução da maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos, cuja admissibilidade foi aprovada na última terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, colocaria o Brasil na contramão daquilo que é praticado no mundo.”

“Redução da maioridade penal segue na contramão do mundial”

Avalie se algum dos dois verbos em análise foi inadequadamente flexionado quanto ao tempo, no contexto enunciativo em que se inserem.

7) Pesquise os verbeteS “admissível” e “admissibilidade” e explique a diferença entre aprovar algo e aprovar a admissibilidade de algo.

TEXTO II

O Papel das Comissões

O Congresso Nacional é composto de duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal. Cada uma dessas Casas possui Comissões Parlamentares, Permanentes ou Temporárias, com funções legislativas e fiscalizadoras, na forma definida na Constituição Federal e nos seus Regimentos Internos. No cumprimento dessas duas funções básicas, de elaboração das leis e de acompanhamento das ações administrativas, no âmbito do Poder Executivo, as Comissões promovem, também, debates e discussões com a participação da sociedade em geral, sobre todos os temas ou assuntos de seu interesse. É também no âmbito das comissões que se apresentam e se estudam todos os dados, antecedentes, circunstâncias e conveniência de um projeto. Nas Comissões se possibilita que

esses aspectos sofram ampla discussão e haja mais liberdade para expressão das opiniões e formação do consenso que, emitido sob a forma de parecer da Comissão, irá orientar o Plenário na apreciação da matéria.

São duas as formas de apreciação: a conclusiva, quando os projetos são apreciados somente pelas Comissões, que têm o poder de aprová-los ou rejeitá-los, sem ouvir o Plenário; e a realizada pelo Plenário propriamente dita, quando este é quem dá a palavra final sobre o projeto, após a análise das comissões.

O Regimento estabelece (art. 24, II) quando o projeto será conclusivo nas Comissões ou se deverá também ser apreciado pelo Plenário. De forma geral, os projetos que afetam direitos constitutionais mais delicados, como o direito à vida e à liberdade, entre outros, deverão passar pelo o crivo do Plenário.

http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/o-papel-das-comissoes Acesso em 30 mar. 2015.

8) Explique, com base no papel das Comissões, por que o que se aprovou foi a

admissibilidade da redução da maioridade penal e não a própria redução.

9) Explique por que, embora seja 513 o número de deputados federais no ano de 2015, somente 59 compuseram o quórum que se apresenta no painel reproduzido em: http://www.cartacapital.com.br/politica/reducao-da-maioridade-penal-e-aprovada-na-ccj-7975.html Acesso em 30 de mar. 2015.

10) Analise se a apreciação realizada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

em relação à PEC 171/1993 foi conclusiva.

11) Explique por que a expressão “Além de”, que passa ideia de adição, no texto em que se insere ganha efeito argumentativo.

“Além de ser pequeno o contingente de países que adotam idade menor a 18 anos como definição legal de adulto (análise ONU sobre 57 nações identificou essa realidade em apenas 17% deles), movimentos recentes atuam em direção oposta.”

12) Releia o excerto a seguir com atenção às palavras e expressões em destaque.

“O Japão, por exemplo, que classifica a delinquência juvenil a partir dos 14 anos, elevou recentemente a maioridade penal para 21 anos. Movimento semelhante vem sendo debatido na Inglaterra, onde a responsabilidade começa aos 10 anos, a prisão é admitida aos 15, mas a idade legal do adulto só é alcançada aos 21. Entre os ingleses, o debate atual busca aumentar a faixa etária inicial.”

Pesquise e explique a diferença entre: - delinquência juvenil e maioridade penal; - responsabilidade, admissão da prisão e maioridade penal.

13) Releia o fragmento com atenção ao que se informa.

“A aprovação do tema no Legislativo brasileiro ainda está longe de ser definitiva. Como próximo passo, uma comissão especial será criada na Câmara para análise do conteúdo da proposta e de 46 emendas já apresentadas. A votação de terça-feira, no entanto, representa um dos passos mais marcantes em 22 anos de tramitação do projeto.”

Considere a função das Comissões para justificar a assertiva “A votação de terça-feira [...] representa um dos passos mais marcantes em 22 anos de tramitação do projeto.”

14) REÚNA em um os dois períodos reproduzidos abaixo. Para isso, substitua a expressão em destaque por uma conjunção que mantenha a ideia que ela marca no texto.

Algumas nações europeias – Alemanha, Espanha, Grécia, Itália e Inglaterra – utilizam sistemas mistos, nos quais a responsabilidade penal de adultos inicia aos 18, mas só é completa aos 21. Na outra ponta, os Estados Unidos adotam a maioridade penal cujas regras variam entre jovens de 12 a 16 anos.

15) Indique um sinônimo para “ratificar”, no fragmento a seguir.

“Na outra ponta, os Estados Unidos adotam a maioridade penal cujas regras variam entre jovens de 12 a 16 anos. Conforme o estado norte-americano, adolescentes podem até ser condenados à prisão perpétua ou morte. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.”

16) Pesquise sobre a “Convenção Internacional dos Direitos da Criança” e explique por que se

pode afirmar que os Estados Unidos não ratificaram essa convenção.

17) Posicione-se, em um parágrafo argumentativo, em relação à atitude dos Estados Unidos em relação à Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

Releia o excerto a seguir com atenção aos pontos de vista enunciados e à pertinência (ou não) do

uso da palavra em destaque.

Após a votação na Câmara, entidades de magistrados especializados na infância e juventude se manifestaram contra o projeto. À Agência Câmara, o presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (ABRAMINJ), Renato Rodovalho Scussel, afirmou que o clamor por mais segurança pública não será resolvido pela adoção da medida.

Já a presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e

Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP), Maria Roseli Guiessmann, que também integra a Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), considerou o avanço da proposta como um retrocesso, em um ato que engana a sociedade e retira direitos consagrados dos jovens.

18) Analise se Renato Rodovalho Scussel e Maria Roseli Guiessmann defendem um mesmo ponto de vista em relação à redução da maioridade penal.

19) Avalie se a palavra em destaque foi adequadamente empregada tendo em vista o valor semântico de que se reveste no contexto enunciativo em que se encontra.

20) Indique dois possíveis argumentos para a tese enunciada por Scussel.

ATIVIDADE IV TEXTO I

Política

Direitos Humanos

Redução da maioridade penal é aprovada na CCJ

Por 42 votos a favor e 17 contra, comissão considerou constitucional o projeto que reduz a maioridade de 18 para 16 anos. Texto segue para comissão especial

por Redação — publicado 31/03/2015 14:06, última modificação 31/03/2015 16:27

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira 31 o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 42 votos a favor e 17 contra. O resultado gerou protesto de manifestantes presentes na reunião. Antes, havia sido rejeitado o relatório do Luiz Couto (PT-PB), contrário à proposta de redução da maioridade penal. Couto argumentou que o projeto fere cláusula pétrea da Constituição, o que a tornaria inconstitucional. No parecer vencedor, Marcos Rogério afirma que a redução da maioridade penal “tem como objetivo evitar que jovens cometam crimes na certeza da impunidade”. Ele defendeu que a idade para a imputação penal não é imutável. "Não entendo que o preceito a ser mudado seja uma cláusula pétrea, porque esse é um direito que muda na sociedade, dentro de certos limites, e que pode ser estudado pelos deputados", disse.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), por sua vez, lamentou o resultado: “Estamos decidindo mandar para um sistema falido, com altíssimas taxas de reincidência, adolescentes que a sociedade quer supostamente recuperar. É um enorme contrassenso.” PT, Psol, PPS, PSB e PCdoB votaram contra a proposta. Os partidos favoráveis à aprovação da admissibilidade foram PSDB, PSD, PR, DEM, PRB, PTC, PV, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB. Já os que liberaram suas bancadas porque havia deputados contra e a favor foram os seguintes: PMDB, PP, PTB, PSC, SD, Pros, PHS, PDT, e PEN. Tramitação No exame da admissibilidade, a CCJ analisa apenas a constitucionalidade, a legalidade e a técnica legislativa da PEC. Agora, a Câmara criará uma comissão especial para

examinar o conteúdo da proposta, juntamente com 46 emendas apresentadas nos últimos 22 anos, desde que a proposta original passou a tramitar na Casa. A comissão especial terá o prazo de 40 sessões do Plenário para dar seu parecer. Depois, a PEC deverá ser votada pelo Plenário da Câmara em dois turnos. Para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada uma das votações.

Depois de aprovada na Câmara, a PEC seguirá para o Senado, onde será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e depois pelo Plenário, onde precisa ser votada novamente em dois turnos.

Se o Senado aprovar o texto como o recebeu da Câmara, a emenda é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. Se o texto for alterado, volta para a Câmara, para ser votado novamente. Não cabe veto da Presidência da República pois se trata de emenda à Constituição. A redução, se aprovada, pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal, responsável último pela análise da constitucionalidade das leis.

Mais prisão significa menos crime? Para a subprocuradora-geral da República, Raquel Elias Ferreira Dodge, há uma má interpretação dos índices de violência cometidos por jovens. "Há uma sensação social de descontrole que é irreal. Os menores que cometem crimes violentos estão ou nas grandes periferias ou na rota do tráfico de drogas e são vítimas dessa realidade", diz. Atualmente, roubos e atividades relacionadas ao tráfico de drogas representam 38% e 27% dos atos infracionais, respectivamente, de acordo com o levantamento da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Crianças e do Adolescentes. Já os homicídios não chegam a 1% dos crimes cometidos entre jovens de 16 e 18 anos. Segundo a Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância da ONU, dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida. Ao mesmo tempo, não há comprovação de que a redução da maioridade penal contribua para a redução da criminalidade. Do total de homicídios cometidos no Brasil nos últimos 20 anos, apenas 3% foram realizados por adolescentes. O número é ainda menor em 2013, quando apenas 0,5% dos homicídios foram causados por menores. Por outro lado, são os jovens (de 15 a 29 anos) as maiores vítimas da violência. Em 2012, entre os 56 mil homicídios em solo brasileiro, 30 mil eram jovens, em sua maioria negros e pobres. Por isso, para a subprocuradora-geral da República, o remédio para essa situação não é a redução da idade penal, mas o endurecimento da pena para adultos que corrompem menores – como o Projeto de Lei 508/2015, do deputado Major Olímpio – e o investimento em políticas sociais para os jovens.

Entidades como a Unicef, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o Ministério Público Federal (MPF), a Anced (Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente), o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) já se manifestaram contrários ao projeto.

Crise do sistema penitenciário No modelo atual, de maioridade fixada em 18 anos, os jovens infratores representam 8% do número total da população carcerária adulta (715.655, incluindo as prisões domiciliares) e padecem das mesmas mazelas que afeta o sistema prisional adulto. A Fundação Casa, entidade responsável pelos menores infratores em São Paulo, é exemplo do caos. Em maio, CartaCapital revelou com exclusividade que um terço das unidades da Fundação Casa tem superlotação. A situação é tão crítica que, em agosto passado, o Ministério Público denunciou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e a Fundação Casa por conta da superlotação. Em fevereiro deste ano, promotores de Justiça criticaram o fracasso de gestão do governo de São Paulo no atendimento a menores infratores e publicaram carta aberta intitulada "A falência da Fundação Casa". Por conta de situações como a de São Paulo, em vez de passarem por um processo socioeducativo de correção, a esmagadora maioria dos menores infratores vive em reclusão e sem atividades psicoeducativas para a reintegração social. À superlotação somam-se denúncias de maus tratos, que resultam em uma reincidência de cerca de 43% dos menores presos, de acordo com Conselho Nacional de Justiça. Para o coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, seria necessário o Estado brasileiro pensar em alternativas viáveis para cuidar de seus jovens. "Se prender não é uma medida eficaz para que o jovem não volte a cometer infrações, resta pensar em soluções para que ele não entre no mundo do crime", diz.

*Com informações da Agência Câmara

http://www.cartacapital.com.br/politica/reducao-da-maioridade-penal-e-aprovada-na-ccj- Acesso em 07 abril 2015.

1) Segundo Luiz Couto (PT-PB), o projeto que visa à redução da maioridade penal fere cláusula pétrea da Constituição, o que a tornaria inconstitucional.

Levante uma hipótese sobre qual das cláusulas pétreas seria “ferida” pela aprovação da redução da maioridade penal.

Cláusulas pétreas

22/jul/2013

Trata-se de dispositivo constitucional imutável, que não poderá ser objeto de deliberação de proposta de emenda. De acordo com o artigo 60, §4º, da Constituição Federal, "não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais".

Têm como objetivo evitar as alterações temerárias de assuntos essenciais para os cidadãos e o Estado. Fundamentação

Art. 60, § 4º da Constituição Federal.

Referências bibliográficas MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

2) Releia o que se informa sobre as cláusulas pétreas na Constituição Federal para levantar hipóteses sobre o que teria fundamentado o ponto de vista dos 42 deputados que consideraram constitucional a redução da maioridade penal e sobre o que teria fundamentado o ponto de vista dos 17 que defenderam uma tese contrária.

3) Releia o subtítulo e explique por que não se pode afirmar que o que a CCJ aprovou não foi

a redução da maioridade penal.

Por 42 votos a favor e 17 contra, comissão considerou constitucional o projeto que reduz a maioridade de 18 para 16 anos. Texto segue para comissão especial

Sobre o 1º parágrafo

“Redução da maioridade penal é aprovada na CCJ

Por 42 votos a favor e 17 contra, comissão considerou constitucional o projeto que reduz a maioridade de 18 para 16 anos. Texto segue para comissão especial

por Redação — publicado 31/03/2015 14:06, última modificação 31/03/2015 16:27

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira 31 o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 42 votos a favor e 17 contra. O resultado gerou protesto de manifestantes presentes na reunião.”

4) Avalie, com base na data da publicação do texto, se a forma “nesta terça-feira 31” está em

conformidade com o registro padrão da língua escrita.

5) Levante uma hipótese quanto ao perfil dos manifestantes que protestaram em relação ao parecer da CCJ.

Sobre o 3º parágrafo

“No parecer vencedor, Marcos Rogério afirma que a redução da maioridade penal “tem como objetivo evitar que jovens cometam crimes na certeza da impunidade”.

6) Considere o Capítulo III do Estatuto da Criança e do Adolescente para posicionar-se em relação ao ponto de vista de Marcos Rogério.

Capítulo III Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal. Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias: I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio

equivalente; II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e

produzir todas as provas necessárias à sua defesa; III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei; V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do

procedimento. Capítulo IV Das Medidas Sócio-Educativas Seção I Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as

circunstâncias e a gravidade da infração. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho

forçado. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento

individual e especializado, em local adequado às suas condições. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a

existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. Seção II Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. Seção III Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. Seção IV Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho. Seção V Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso. Seção VI Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação. Seção VII Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,

colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o

Ministério Público. § 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela

autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. § 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a

três meses. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3

(três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público; II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; III - avistar-se reservadamente com seu defensor; IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; V - ser tratado com respeito e dignidade; VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de

seus pais ou responsável; VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; XI - receber escolarização e profissionalização; XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje; XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,

recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade; XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida

em sociedade. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou

responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança. Capítulo V Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. Título IV Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento

escolar; VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; VII - advertência; VIII - perda da guarda; IX - destituição da tutela; X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei

nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,

observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos

pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)

Sobre o 4º parágrafo

“O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), por sua vez, lamentou o resultado: ‘Estamos decidindo mandar para um sistema falido, com altíssimas taxas de reincidência, adolescentes que a sociedade quer supostamente recuperar. É um enorme contrassenso.’”

7) Indique a que “sistema” Molon faz referência e explique, com base em seus conhecimentos

de mundo, por que o referido deputado o considera falido.

Tramitação

8) Esquematize as etapas pelas quais a proposta de redução da maioridade penal deve passar até que seja de fato aprovada.

Mais prisão significa menos crime?

9) Sintetize o ponto de vista da subprocuradora-geral da República, Raquel Elias Ferreira Dodge em relação à redução da maioridade penal e os argumentos em que ela se fundamenta.

10) Liste as entidades que já se posicionaram contra a redução da maioridade penal e analise

se há algo de comum entre elas além desse posicionamento.

11)

“Para o coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, seria necessário o Estado brasileiro pensar em alternativas viáveis para cuidar de seus jovens. ‘Se prender não é uma medida eficaz para que o jovem não volte a cometer infrações, resta pensar em soluções para que ele não entre no mundo do crime’, diz.”

Apresente, em um parágrafo argumentativo, uma proposta de ação para que o jovem não entre no mundo do crime.

ATIVIDADE V Assista ao programa “Profissão Repórter” sobre a redução da maioridade penal, leia o texto de Felipe Moura, reproduzido abaixo e responda às questões que se seguem. TEXTO I

Profissão repórter – Redução da maioridade penal: www.youtube.com/watch?v=JuS0A05rpA4

TEXTO II

Blog

Felipe Moura Brasil

Cultura e irreverência

15/04/2015

às 3:59 \ Brasil, Cultura

O hediondo Profissão Repórter sobre a maioridade penal A Rede Globo é tão “direitista” que o Jornal Nacional faz campanha pelo desarmamento e o Profissão Repórter contra a redução da maioridade penal. O programa hediondo de Caco Barcellos cometeu as seguintes trapaças: 1) Mostrou a tristeza da mãe dos menores criminosos, não da mãe das vítimas de seus crimes. Poderia ter entrevistado Marisa Deppman, mãe de Victor Hugo, assassinado por um menor.

Victor Hugo e o menor assassino no momento do crime: sim, ele atirou mesmo após o jovem entregar o celular

2) Usou a falsa estatística de que “apenas 1% dos crimes são cometidos por ‘adolescentes’”, citando como fonte o Ministério da Justiça, que também teria acrescentado uma nova lenda: “se considerarmos apenas homicídios e tentativas de homicídio, o índice cai para 0,5%”.

Leandro Narloch, colunista aqui do site de VEJA, já havia desmascarado o dado fantasma original no dia 9. O Ministério da Justiça, na verdade, não registra dados de faixa etária de assassinos.

A estatística vem da distorção de um estudo de 2004 da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, cujo autor, Tulio Kahn, esclareceu que foi a reportagem da Folha que criou a lenda do 1% de crimes, cometendo o erro de calcular a porcentagem de crimes de menores em relação ao total de homicídios, e não ao total de homicídios esclarecidos. “Sem ligar para o fato de que em 90% dos assassinatos a identidade dos agressores não é revelada, pois a polícia não consegue esclarecer os crimes.” Segundo Kahn, em seus dados originais, os homicídios cometidos por adolescentes seriam 3,3% do total de homicídios esclarecidos.

[Detalhe: até Dilma Rousseff postou nas redes sociais na última semana um número genérico maior: “Os atos infracionais cometidos pelos adolescentes não chegam a 10% do total de crimes praticados no país há décadas”. Será que nem ela confia no ministério de José Eduardo Cardozo?] 3) Não informou ao público que ainda estava usando a falsa estatística para comparar uma faixa etária muito estreita – jovens de 16 e 17 anos – com uma muito ampla – qualquer adulto com mais de 18 anos. Como escreveu Narloch: “É claro que o segundo grupo vai ficar com o maior pedaço. Mas se confrontarmos faixas etárias equivalentes, a violência é similar. Brasileiros entre 35 e 37 anos também são responsáveis por uma pequena porcentagem de assassinatos. Deveríamos deixar de condená-los, já que a prisão deles não resolveria o problema de violência no Brasil? Não, claro que não.”

4) Menosprezou de maneira acintosa as vidas ameaçadas e perdidas pela ação criminosa de menores. Com o velho papo de “apenas” e “somente”, em nenhum momento o programa calculou quantas pessoas mortas correspondem às porcentagens citadas, ainda que falsas.

Considerando que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, 1% dos crimes já seria uma aberração, que dirá 10%, como afirma Dilma. O mesmo serve para 0,5% dos crimes hediondos. Se 0,5% se referisse somente aos mais de 60.000 assassinatos por ano, já seria quase 1 crime hediondo por dia. E é mais!

5) Jogou no ar a informação igualmente controversa de que, em 10 anos, o número de reincidentes saídos da Fundação Casa passou de 29% para 15%. O Profissão Repórter Militante, em sua propaganda da Fundação, não informou que o dado é contestado pela promotoria do Ministério Público de São Paulo, segundo a qual a antiga Febem está falida e 54% dos internos retornam ao mundo do crime. Caco Barcellos tampouco explicou se a tal reincidência de 15% incluiria apenas os reincidentes que são pegos por seus novos crimes, ou se seria uma estimativa mais honesta dos que realmente voltam a cometê-los.

6) O programa ainda fez dos gritos dos militantes contra a redução maioridade penal praticamente a sua trilha sonora. Eles foram filmados durante longo tempo, por todos os ângulos, quase com direito a “câmera mais” e tudo, parece.

Deve haver mais um bocado de itens a enumerar, mas eu estou com sono.

Parabéns a Caco Barcellos: o Profissão Repórter Militante desta terça-feira conseguiu ser tão hediondo quanto a sua edição propagandística do Mais Médicos.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/04/15/o-hediondo-profissao-reporter-sobre-a-maioridade-penal/

Acesso em 19 de abril de 2015

Sobre o TEXTO II:

1) Produza um parágrafo argumentativo em que seja indicado o tipo textual em que se estrutura o texto II.

2) Indique o ponto de vista enunciado e a principal estratégia argumentativa por meio da qual

se busca credibilizá-lo.

3) Considere o período que compõe o 2º parágrafo – “O programa hediondo de Caco Barcellos cometeu as seguintes trapaças” – e justifique

- com base no texto, a adjetivação do programa de Caco Barcelos como “hediondo”; - com base no que se enuncia no 1º parágrafo, o fato de o enunciador considerar que o programa em questão cometeu “trapaças”.

4) “Segundo Kahn, em seus dados originais, os homicídios cometidos por adolescentes seriam 3,3% do total de homicídios esclarecidos.”

Analise se a supressão do adjetivo em destaque alteraria o sentido original do que se informa no fragmento.

5) Considere o fragmento a seguir e avalie se o percentual que Caco Barcelos apresenta para os crimes cometidos por menores – 1% – é incoerente em relação ao da presidenta.

“Detalhe: até Dilma Rousseff postou nas redes sociais na última semana um número genérico maior: ‘Os atos infracionais cometidos pelos adolescentes não chegam a 10% do total de crimes praticados no país há décadas’.”

6) Analise se Felipe Moura Brasil, autor do texto em estudo, teria, no fragmento a seguir, cometido a mesma falha de que acusa Caco Barcelos: manipular informações.

“Considerando que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo, 1% dos crimes já seria uma aberração, que dirá 10%, como afirma Dilma.”

7) Releia o excerto reproduzido a seguir, indique o valor semântico da palavra em destaque e

explique por que, no contexto em que se insere, ela ganha valor argumentativo.

“O programa ainda fez dos gritos dos militantes contra a redução maioridade penal praticamente a sua trilha sonora.”

8) Indique a figura de linguagem que perpassa o último parágrafo do texto.

ATIVIDADE VI TEXTO I

A favor da redução da maioridade penal

Em casos de excepcional gravidade, é preciso uma punição mais eficaz ao menor infrator do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente

ALOYSIO NUNES FERREIRA

02/04/2015 23h50 - Atualizado em 04/04/2015 10h29

No dia 31 de março, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados

aprovou a admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende

reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. Pela primeira vez, um órgão parlamentar

reconhece que a matéria não afronta a Constituição e pode continuar sua tramitação no

Congresso Nacional, permitindo ampliar o debate sobre essa questão tão delicada e polêmica.

Concordo com o parecer da CCJ da Câmara. A redução da imputabilidade penal, hoje fixada em

18 anos pelo Artigo 228 da Constituição, pode ser alterada por emenda à Carta, uma vez que não

está entre os direitos e garantias individuais elencados no Artigo 5o, esses, sim, imutáveis.

Superada a questão da constitucionalidade, trata-se, agora, de discutir o mérito da proposta.

Deverão os delitos cometidos por jovens entre 16 e 18 anos, independentemente de sua

gravidade, do grau de discernimento e periculosidade de seus autores, serem sancionados tão

somente pelas medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA), entre as quais a internação por no máximo três anos? Ou será preciso buscar uma maior

correspondência entre as condições do delito e a gravidade das punições?

Faz um ano, um jovem brasiliense matou sua namorada com um tiro no rosto, pretextando ciú-

mes. Filmou o assassinato com o celular, compartilhou as imagens nas redes sociais e ocultou o

cadáver. Faltava apenas um dia para ele completar 18 anos. Preso no dia seguinte, foi julgado

com base no ECA e será posto em liberdade quando completar 21 anos, sem que nada conste

em sua folha de antecedentes. Caso o crime tivesse ocorrido um dia depois, já aos 18 anos, não

escaparia de uma condenação com base no Código Penal por homicídio muitas vezes

qualificado. Poderia permanecer no cárcere por 30 anos.

Fatos como esse, ainda que felizmente não sejam frequentes, exigem maior adequação do

sistema penal aos dias de hoje. Por que, então, a redução para 16 anos? A partir dos 16 anos, o

jovem vota se quiser, seu testemunho é aceito em juízo e pode ser emancipado, inclusive sem

consentimento dos pais, se tiver economia própria. O Direito brasileiro reconhece, assim, que a

partir dos 16 anos o adolescente tem condições de assumir a responsabilidade pelos seus atos.

Por isso é legítimo o debate que se abre agora: redução pura e simples da idade-limite para a

aplicação da lei penal para os 16 anos (nos termos da proposta da Câmara dos Deputados) ou a

redução da maioridade penal apenas em casos de excepcional gravidade, conforme emenda que

apresentei ao Senado.

Reconheço os riscos de legislar sob o clamor público e, justamente por isso, apresentei, ainda em

2012, quando o assunto não estava estampado nas manchetes, uma PEC que oferece um

“caminho do meio” a essa discussão. Minha proposta mantém a regra geral da imputabilidade aos

18 anos, mas permite sua redução em casos excepcionais, mediante uma criteriosa análise do

juiz e do Ministério Público, perante a Vara da Infância e da Juventude. Chamo essa análise de

“incidente de desconsideração da inimputabilidade penal”.

Dessa maneira, diante de uma denúncia envolvendo um menor de 18 e maior de 16 anos, que

tenha cometido uma infração capaz de ser enquadrada como crime hediondo ou múltipla

reincidência de lesão corporal grave e roubo qualificado, o juiz fará, a partir de um pedido do

promotor de justiça, uma avaliação, mediante exames criteriosos e laudos técnicos de

especialistas, do grau de discernimento sobre o caráter ilícito do seu ato. Em caso afirmativo, o

juiz da Infância e da Juventude poderia decretar a sua imputabilidade e aplicar a ele a lei penal.

Condenado, o menor, acima de 16 anos, somente poderia cumprir a sentença em

estabelecimento especial, criado especificamente para o cumprimento de penas por esse tipo de

criminoso juvenil, isolado dos demais presos comuns.

Trata-se de uma solução intermediária e prudente, pois reconhece, a um só tempo, a evolução da

sociedade moderna e um problema efetivo de criminalidade envolvendo menores. Minha PEC

não foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado por uma escassa maioria, o

que revela quanto o Legislativo está dividido. Alguns senadores e eu recorremos ao Plenário,

onde minha PEC ainda será apreciada, desde que o presidente Renan Calheiros cumpra seu

compromisso de submetê-la à votação. Apesar do calor da emoção, não podemos admitir que

argumentos radicalizados impeçam o debate. Dizer que a redução da maioridade penal afronta

garantias fundamentais e cláusulas pétreas é interpretar a Constituição com visão limitada,

fugindo ao debate pela saída mais conveniente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei justa e generosa, ainda largamente

ignorada em suas medidas de proteção e promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto,

antes de se chegar à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a

prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são frequentemente ignoradas,

passando-se diretamente à privação de liberdade, mesmo em casos em que isso não se justifica. Os

poderes públicos, inclusive o Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância

do estatuto em sua integralidade.

Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos jovens.

Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência social são medidas que, se

aplicadas no universo da população jovem, terão o condão, efetivamente, de reduzir a violência.

Mas, em determinados casos, é preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas

pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/favor-da-reducao-da-maioridade-penal.html Acesso em 7 abril 2015.

1) Releia o título e o subtítulo e avalie se, de fato, é necessária a redução da maioridade penal para que se aplique ao menor infrator punições mais severas que as previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Para isso, considere o Art. 228 da Constituição Federal, Art. 27 do Código Penal, Título III – capítulos I a V – do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A favor da redução da maioridade penal

Em casos de excepcional gravidade, é preciso uma punição mais eficaz ao menor infrator do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente

2) Considere o que se apresenta no Título III do ECA para apresentar uma sugestão de punição que atenda às expectativas do enunciador do texto em estudo, sem que seja necessária a redução da maioridade penal. Atenção: sua proposta não pode desconsiderar a Constituição Federal.

3) Segundo o autor, “a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados

aprovou a admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.”

Analise se o que se pretende é a redução da maioridade penal ou punições mais severas para o menor infrator.

4) Relacione a redução da maioridade penal à redução da criminalidade, pela perspectiva que se apresenta no título e no subtítulo.

5) O autor concorda “com o parecer da CCJ da Câmara. A redução da imputabilidade penal,

hoje fixada em 18 anos pelo Artigo 228 da Constituição, pode ser alterada por emenda à Carta, uma vez que não está entre os direitos e garantias individuais elencados no Artigo 5º, esses, sim, imutáveis.”

Para que esse parecer fosse possível, a alteração da Constituição no que se refere à redução da maioridade penal não poderia ferir nenhuma das cláusulas pétreas de nossa Carta Magna. As cláusulas pétreas - que não podem ser alteradas - inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais. Indique qual das cláusulas pétreas poderia inviabilizar a redução da maioridade penal.

6) Acesse o site a seguir, localize o Artigo 5º da Constituição Federal e explique por que a redução da maioridade penal não foi considerada pela CCJ como subversão aos “direitos e garantias individuais.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

7) Considere todo o texto para explicar se as perguntas apresentadas no 3º parágrafo têm fins argumentativos.

8) Relacione os argumentos e os contra argumentos apresentados pelo enunciador na defesa

da redução da maioridade penal.

9) A- Indique a figura de linguagem que se percebe na expressão em destaque abaixo. “Reconheço os riscos de legislar sob o clamor público e, justamente por isso, apresentei, ainda em 2012, quando o assunto não estava estampado nas manchetes, uma PEC que oferece um “caminho do meio” a essa discussão.”

B- Reescreva o fragmento substituindo a expressão em destaque por outra em que se apresente o sentido literal.

ATIVIDADE VII TEXTO I

https://blogdotarso.files.wordpress.com Acesso em 25 abril 2015

TEXTO II

https://blogdotarso.files.wordpress.com Acesso em 25 abril 2015

TEXTO III

https://blogdotarso.files.wordpress.com Acesso em 25 abril 2015

1) Analise se o chargista Angeli mantém-se coerente a seu ponto de vista em relação à

maioridade penal nos 3 textos.

2) Indique os textos nos quais o autor utiliza-se da hipérbole na construção de sua crítica veiculada.

3) Explicite a crítica presente no texto I e o plano simbólico a partir do qual Angeli a constrói.

4) Analise se a crítica veiculada pelo texto II é a mesma que se infere do texto I.

5) Indique, dentre as charges a seguir, a(s) que apresenta(m) um mesmo ponto de vista que o

texto II. Fundamente sua resposta. A)

http://soumaisenem.com.br/ Acesso em 25 abril 2015

B)

http://soumaisenem.com.br/ Acesso em 25 abril 2015

C)

https://namiradogarcia.wordpress.com Acesso em 25 abril 2015

D)

https://namiradogarcia.wordpress.com Acesso em 25 abril 2015

E)

http://bundalele.com.br/ Acesso em 25 abril 2015

6) Analise se o ponto de vista que se enuncia na charge a seguir converge ou diverge em

relação ao que se apresenta no texto III.

http://xmarcosfilho.blogspot.com.br Acesso em 07 abril 2015.

TEXTO IV

https://amarildocharge.wordpress.com/ Acesso em 25 abril 2015

7) Explicite o ponto de vista enunciado no texto IV.

8) Compare o perfil psicológico do personagem no 1º quadrinho ao que se apresenta no último.

9) Descreva as estratégias por meio das quais o chargista constrói a “metamorfose” do

personagem.

10) Indique as estratégias por meio das quais o chargista constrói sua crítica.

TEXTO V

http://oquetodomundoquerfalar.blogspot.com.br Acesso em 07 abril 2015.

11) Analise se os chargistas Amarildo e Cazo compartilham do mesmo ponto de vista em relação à redução da maioridade penal.

12) Aponte, segundo Cazo, uma causa para a delinquência infanto-juvenil.

TEXTO VI

http://blogchacrinha.blogspot.com.br Acesso em 07 abril 2015

13) Explique a intertextualidade que se percebe no texto VI.

14) Analise se a intertextualidade contribui para a produção do humor na charge em estudo.

ATIVIDADE VIII O Meu Guri Composição: Chico Buarque

Quando, seu moço Nasceu meu rebento Não era o momento Dele rebentar Já foi nascendo Com cara de fome E eu não tinha nem nome Prá lhe dar Como fui levando Não sei lhe explicar Fui assim levando Ele a me levar E na sua meninice Ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega suado E veloz do batente Traz sempre um presente Prá me encabular Tanta corrente de ouro Seu moço! Que haja pescoço Prá enfiar Me trouxe uma bolsa Já com tudo dentro Chave, caderneta Terço e patuá Um lenço e uma penca De documentos Prá finalmente Eu me identificar Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega no morro Com carregamento Pulseira, cimento Relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar Cá no alto Essa onda de assaltos

Tá um horror Eu consolo ele Ele me consola Boto ele no colo Prá ele me ninar De repente acordo Olho pro lado E o danado já foi trabalhar Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega estampado Manchete, retrato Com venda nos olhos Legenda e as iniciais Eu não entendo essa gente Seu moço! Fazendo alvoroço demais O guri no mato Acho que tá rindo Acho que tá lindoDe papo pro ar Desde o começo eu não disse Seu moço! Ele disse que chegava lá Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí Olha aí! E o meu guri!...(3x)

1) Caracterize psicologicamente:

- a mãe do Guri;

- o próprio Guri.

Fundamente sua resposta com fragmentos do texto.

Releia a 1ª estrofe e responda ao que se pede.

Quando, seu moço Nasceu meu rebento Não era o momento Dele rebentar Já foi nascendo Com cara de fome E eu não tinha nem nome Prá lhe dar Como fui levando Não sei lhe explicar

Fui assim levando Ele a me levar E na sua meninice Ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí! Olha aí!

2) Explique por que se pode deduzir, segundo o fragmento, que a mãe deu a luz a um filho não planejado.

3) Nos versos “E eu não tinha nem nome / Prá lhe dar”, percebe-se a presença da conjunção

aditiva “nem”. No contexto em que se encontra, ela soma uma ausência a outras já existentes. Levante uma hipótese em relação a que a mãe não teria além de um nome para o filho.

4) A mãe, sem condições financeiras para criar o filho, não sabe explicar como conseguiam

viver: “Como fui levando / Não sei lhe explicar”... Na mesma estrofe, ela relata o que o filho a motivava a continuar vivendo. Transcreva os versos a partir dos quais se percebe essa importância do filho.

5) Explique o sentido de “Ele um dia me disse / Que chegava lá”, para a mãe, no contexto em que essa expressão se insere.

Releia mais uma estrofe e responda ao que se pede.

Chega suado E veloz do batente Traz sempre um presente Prá me encabular Tanta corrente de ouro Seu moço! Que haja pescoço Prá enfiar Me trouxe uma bolsa Já com tudo dentro Chave, caderneta Terço e patuá Um lenço e uma penca De documentos Prá finalmente Eu me identificar Olha aí!

6) Explique, na perspectiva da mãe, o fato de o garoto chegar suado.

7) Explique, com base no texto, por que o “batente” do garoto o deixava suado.

8) Justifique, com base no texto, e em seus conhecimentos de mundo, por que o garoto vivia na marginalidade.

9) Transcreva do texto a parte em que se percebe o sincretismo religioso de parte dos brasileiros.

Análise de mais uma estrofe.

É o meu guri e ele chega! Chega no morro Com carregamento Pulseira, cimento Relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar Cá no alto Essa onda de assaltos Tá um horror Eu consolo ele Ele me consola Boto ele no colo Prá ele me ninar De repente acordo Olho pro lado E o danado já foi trabalhar Olha aí!

10) Considere a rotina do garoto para analisar se há paradoxo em “Rezo até ele chegar/ Cá no alto/ Essa onda de assaltos/ Tá um horror”.

11) Descreva psicologicamente o “guri”, com base nos versos “Eu consolo ele/ Ele me

consola/ Boto ele no colo/ Prá ele me ninar.

Última estrofe

Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega estampado Manchete, retrato Com venda nos olhos Legenda e as iniciais Eu não entendo essa gente Seu moço! Fazendo alvoroço demais O guri no mato Acho que tá rindo Acho que tá lindo De papo pro ar Desde o começo eu não disse Seu moço! Ele disse que chegava lá Olha aí! Olha aí!

12) Explique, com base no Art. 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por que a foto do guri, veiculada pelo jornal, apresenta “venda nos olhos” e somente as iniciais do nome dele.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor."

13) Justifique a percepção equivocada da mãe em relação ao desfecho do filho.

ATIVIDADE IX

A última ceia com 12 meninos de rua – Robinson Anísio – Acesso em 20 abril 2015

1) Explicite, em um parágrafo argumentativo, qual o ponto de vista do enunciador em relação

à redução da maioridade penal.

2) Focalize o 1º personagem à esquerda da tela – o que segura uma bolsa – e o contexto no qual ele se encontra para explicitar o ponto de vista que se infere em relação à delinquência infanto-juvenil.

3) Pesquise sobre Robinson Anísio e explicite a voz que se enuncia no texto.

4) Descreva as estratégias a partir das quais o artista apresenta os meninos de rua como

vítimas, não como vilões da sociedade.

5) Pesquise ou produza um outro texto não verbal (tela, fotografia, charge, etc.) em que se apresente um ponto de vista que se contraponha ao enunciado na tela em estudo em relação aos meninos de rua.

ATIVIDADE X

TEXTO I

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL AINDA DIVIDE JURISTAS

Especialista em processo penal defende diminuição da responsabilidade criminal para 12 anos Da Agência Brasil

A maioridade penal aos 18 anos foi estabelecida na legislação brasileira em 1940, décadas antes da edição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que confirmou a regra meio século depois. No entanto, foi a partir do ECA que o tratamento de menores infratores foi mais humanizado, buscando a reinserção desses jovens na sociedade. Uma das principais mudanças na área criminal foi o incentivo ao cumprimento de medidas socioeducativas em substituição ao recolhimento em unidades de internação, quando possível. Depois de 23 anos em vigor, as inovações do ECA não levaram a resultados práticos na redução da criminalidade envolvendo menores de 18 anos. Com a divulgação de crimes violentos cometidos recentemente por jovens, o País retomou a discussão sobre a redução da maioridade penal para 16 anos. Estudo recente do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) indica que de 2011 a 2012, o número de perdões concedidos na área da infância e juventude caiu 5%. Essas remissões são adotadas pelo Ministério Público nos crimes de menor potencial ofensivo. Por outro lado, a quantidade de representações judiciais por infrações mais graves envolvendo menores subiu 7%. Durante a divulgação do estudo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avaliou que esses números não são suficientes para embasar a discussão sobre a redução da maioridade penal. Para ele, é necessário um estudo mais aprofundado envolvendo a realidade social do país. — A redução da maioridade penal não é a panaceia que muitos afirmam que irá resolver o problema da criminalidade no nosso País. A proposta de redução da maioridade penal também já foi criticada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Além de considerar a medida inconstitucional, uma vez que a maioridade aos 18 anos foi consolidada na Carta Magna de 1988, Cardozo acredita que a mudança agravará a situação do sistema carcerário brasileiro, que está 50% além de sua capacidade. — Reduzir a maioridade penal significa negar a possibilidade de dar um tratamento melhor para um adolescente”, disse Cardozo. Ministros do Supremo Tribunal Federal, como Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, também já se manifestaram contra a alteração das regras sobre maioridade penal. Eles defendem, no entanto, uma aplicação mais efetiva do ECA, seja com fornecimento de melhores condições de educação, de saúde e de pleno emprego aos jovens, para evitar infrações, seja com tratamento adequado nas unidades de internação, reduzindo a reincidência e facilitando a ressocialização.

Para outra corrente de juristas, a redução da maioridade penal não só é possível, como necessária. Eles entendem que ela pode ser implementada por meio de uma emenda à Constituição, sem necessidade de mudança no ECA. Além de apontar as mudanças sociais das últimas décadas e o amadurecimento cada vez mais precoce dos jovens, esses especialistas destacam dados de diversos países que consideram imputação penal a menores de 18 anos, como Japão (14 anos) e Argentina (16 anos). Em artigo, o presidente do PRB e especialista em processo penal, Marcos Pereira, destacou que o Brasil é um dos poucos países que mantêm a idade limite para responsabilização penal em 18 anos. — Sou favorável que a redução seja para 12 anos, porque os adolescentes de 12 anos de hoje não são como os de 1940, época do Código Penal brasileiro, e nem como os de 1988, data da promulgação da vigente Constituição. Outro argumento usado por aqueles que defendem a redução da maioridade penal é a permissão para o voto a partir dos 16 anos. Para esses especialistas, se o jovem tem maturidade suficiente para escolher os representantes do país, também pode discernir os próprios atos.

http://noticias.r7.com/brasil/reducao-da-maioridade-penal-ainda-divide-juristas-13072013. Acesso em 25 abril de 2015.

1) Justifique o valor semântico da locução conjuntiva em destaque no fragmento a seguir e

justifique seu emprego no contexto em que se insere.

“A maioridade penal aos 18 anos foi estabelecida na legislação brasileira em 1940, décadas antes da edição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que confirmou a regra meio

século depois. No entanto, foi a partir do ECA que o tratamento de menores infratores foi mais

humanizado, buscando a reinserção desses jovens na sociedade.”

2) Explicite o ponto de vista marcado pela presença dessa locução conjuntiva.

3) Sintetize a avaliação apresentada em relação ao ECA, no segundo parágrafo do texto em

estudo.

4) Indique e justifique o posicionamento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a redução da maioridade penal.

5) Indique o ponto de vista apresentado em contraposição ao de Roberto Gurgel e as razões

em que se fundamenta. TEXTO II

ENTIDADES DA PSICOLOGIA EM CAMPANHA: 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal

Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a

violentou antes; e o que vejo é o que sobrou de tudo o

que lhe foi tirado.

Herbert de Souza (Betinho)

Com intensa mobilização contra a redução da maioridade penal no Brasil, diversas entidades que compõem o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira, o FENPB, lançam neste mês a campanha "Entidades da Psicologia em campanha contra a redução da maioridade penal!". Resgatando o pensamento do sociólogo falecido em 1997, Herbert de Souza, o Betinho, do Instituto Ibase – "Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes; e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado" – as entidades deflagraram a campanha contra a redução da maioridade penal. 1.

A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;

2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;

4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça, não previne, e punição não corrige;

7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;

8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

9.

Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;

10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.

http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=280 Acesso em 10 abril. 2015

6) Releia o pensamento de Betinho, que serve de epígrafe ao texto, e, com base nele,

produza um parágrafo argumentativo, posicionando-se contrariamente à redução da maioridade penal.

Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes;

e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado.

Herbert de Souza (Betinho)

7) Considere as razões apresentadas pelos juristas que são favoráveis à redução da maioridade penal para contestar dois dos motivos contrários a essa redução apresentados pelos psicólogos.

8) Agora, faça o contrário: considere os argumentos empregados pelos psicólogos para

contra argumentar o ponto de vista apresentado pelos juristas favoráveis à redução da maioridade penal.

9) Avalie se os argumentos apresentados pelos psicólogos são convergentes em relação aos

apresentados pelos juristas que são contrários à redução da maioridade penal.

10) Explique de que ponto de vista a crítica veiculada pela charge de Boopo se aproxima.

por Boopo para a Tribuna do Amparo cedido ao Humor Político

http://www.humorpolitico.com.br/ Acesso em 22 de abril 2015

11) Considere os pontos de vista apresentados nos textos I e II para apresentar uma proposta que atenda, ainda que parcialmente, tanto aos que são favoráveis quanto os que são contrários à redução da maioridade penal.

PARA SABER MAIS: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13332&revista_caderno=12

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA I O parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos

Deputados sobre a constitucionalidade da redução da maioridade penal acirrou a polêmica sobre

a viabilidade (ou não) da imputabilidade para os menores de 16 anos, como se percebe nos

textos a seguir.

TEXTO I

http://miconuncamais.blogspot.com.br/ Acesso em 25 abril 2015

TEXTO II

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/maioridade-penal Acesso em 15 abril 2015

TEXTO III

http://tribunadainternet.com.br/pt-psol-e-pcdob-vao-ao-supremo-contra-maioridade-penal/ Acesso em 15 abril 2015

Produza um artigo de opinião a ser veiculado em uma revista de grande circulação, posicionando-se em relação à redução da maioridade penal.

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA II

O Senador Aloysio Nunes Ferreira posicionou-se em relação à redução da maioridade penal em texto veiculado pela revista Época, do qual reproduzimos o fragmento a seguir:

A favor da redução da maioridade penal

Em casos de excepcional gravidade, é preciso uma punição mais eficaz ao menor infrator do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente

[...]Superada a questão da constitucionalidade, trata-se, agora, de discutir o mérito da proposta.

Deverão os delitos cometidos por jovens entre 16 e 18 anos, independentemente de sua gravidade, do grau de discernimento e periculosidade de seus autores, serem sancionados tão somente pelas medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre as quais a internação por no máximo três anos? Ou será preciso buscar uma maior correspondência entre as condições do delito e a gravidade das punições? [...]

FERREIRA, Aloysio Nunes. In: http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/favor-da-reducao-da-maioridade-penal.html Acesso em 7 abril 2015.

Nome civil: Aloysio Nunes Ferreira Filho

Data de nascimento: 05/04/1945

Partido / UF: PSDB / SP

Naturalidade: São José do Rio Preto (SP)

Endereço parlamentar: Anexo I, 9o. Andar Salas 1 A 6

Telefones: (61) 3303-6063/6064

FAX: (61) 3303-6071

Correio eletrônico: [email protected]

Mandato

- no Senado Federal (São Paulo) para a 54a e 55a Legislaturas.

A 54a Legislatura refere-se ao período de 01/02/2011 até

31/01/2015

A 55a Legislatura refere-se ao período de 01/02/2015 até

31/01/2019

Produza uma carta argumentativa ao Senador, posicionando-se em relação ao ponto de vista por ele enunciado: “Em casos de excepcional gravidade, é preciso uma punição mais eficaz ao menor infrator do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.” Atenha-se aos elementos estruturais do gênero solicitado e à linguagem utilizada, tendo em vista que o destinatário é uma autoridade.

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA III

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I

O Meu Guri Composição: Chico Buarque

Quando, seu moço Nasceu meu rebento Não era o momento Dele rebentar Já foi nascendo Com cara de fome E eu não tinha nem nome Prá lhe dar Como fui levando Não sei lhe explicar Fui assim levando Ele a me levar E na sua meninice Ele um dia me disse Que chegava lá Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega suado E veloz do batente Traz sempre um presente Prá me encabular Tanta corrente de ouro Seu moço! Que haja pescoço Prá enfiar Me trouxe uma bolsa Já com tudo dentro Chave, caderneta

Terço e patuá Um lenço e uma penca De documentos Prá finalmente Eu me identificar Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega no morro Com carregamento Pulseira, cimento Relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar Cá no alto Essa onda de assaltos Tá um horror Eu consolo ele Ele me consola Boto ele no colo Prá ele me ninar De repente acordo Olho pro lado E o danado já foi trabalhar Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí! Olha aí! É o meu guri e ele chega! Chega estampado Manchete, retrato Com venda nos olhos Legenda e as iniciais Eu não entendo essa gente Seu moço! Fazendo alvoroço demais O guri no mato Acho que tá rindo Acho que tá lindo De papo pro ar Desde o começo eu não disse Seu moço! Ele disse que chegava lá Olha aí! Olha aí! Olha aí! Ai o meu guri, olha aí Olha aí! E o meu guri!...(3x)

TEXTO II

http://parabolicaweb.blogspot.com.br/ Acesso em 12 abril 2015.

TEXTO III

http://blogdotarso.com/ Acesso 18 abril 2015

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA IV O chargista Amarildo defende que crianças e adolescentes infratores precisam de educação, não de punição.

E para você? Qual seria a solução para a delinquência juvenil: esporte? lazer? prisão? ... Explicite-a em uma paráfrase da charge abaixo. Mantenha somente o 1º quadrinho.

https://amarildocharge.wordpress.com/ Acesso em 25 abril 2015

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA V As discussões sobre a redução da maioridade penal têm sido polêmicas: de um lado aqueles que acreditam que a delinquência infanto-juvenil decorre da marginalidade social em que se encontra parte da população brasileira e que a educação com qualidade, acesso ao esporte, lazer e alimentação saudável seriam a solução para esse quadro; por outro, há os que defendem a redução da maioridade penal, por acreditarem que a certeza da impunidade favorece o ingresso dos jovens no mundo do crime.

Posicione-me frente a um desses grupos e proponha três alterações para o Capítulo III do Estatuto da Criança e do Adolescente. Atenção: a exemplo do que ocorre nas emendas feitas em leis, você não deverá “deletar” a redação original do estatuto. Risque a parte que deseja alterar e insira, em azul, a alteração que propõe.

Capítulo III

Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Capítulo IV

Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I

Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.

Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II

Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.

Seção III

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

Seção IV

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.

Seção VII

Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a três meses.

§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

Capítulo V

Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

Título IV

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA VI

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: SOLUÇÃO PARA A SEGURANÇA PÚBLICA?, apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Maioridade Penal: a solução de segurança pública?

Andrei Bittencourt D`angelis

Depois do bárbaro crime, ocorrido no Rio de Janeiro, com o menino João Hélio, e depois da justificada comoção nacional, tornou-se moda discutir no país a redução da maioridade penal, uma vez que um dos acusados do crime possui apenas 16 anos. É claro para todos nós que a impunidade para qualquer pessoa que cometa um crime, ainda mais como este em questão, deve ser rechaçada como algo inadmissível em nossa sociedade, mas algumas questões se fazem necessárias neste momento. Primeiro: os meios legais hoje impõem uma penalização proporcional e levam a reintegração do infrator na sociedade? Qualquer um que responda afirmativamente a esta questão não deve viver no mesmo país que nós. Temos hoje no Brasil a esmagadora maioria dos centros de reabilitação de menores totalmente falidos, sucateados, transformados em antros de terror, fábricas de delinquentes, verdadeiros centros de abusos e violações dos direitos fundamentais. Não se trata de defender os atos cometidos por estes menores, mas buscar a punição justa e a possibilidade de se proporcionar uma segunda chance. Então lhes pergunto: esta não é uma punição grande demais para um menor infrator? Entrar como um infrator e sair como um Marginal pós-graduado. As verdadeiras funções destes centros estão sendo cumpridas? Reintegrar e reeducar o jovem para o mundo aqui fora.

A segunda questão que se impõe é ainda mais séria: submeter todos os jovens infratores, através da redução da maioridade penal, ao mesmo tipo de punição que qualquer bandido sofre é a solução definitiva? Para mim está claro que não. Muito pelo contrário, com o intuito de buscar uma punição mais severa a estes jovens estaremos proporcionando o seu aniquilamento social, e aí sim teremos a certeza que nunca mais poderemos ter este jovem no convívio social. Não seria mais pertinente a prisão perpétua? Pois não existe nada mais capaz de gerar violência e revolta num jovem do que retirar sua perspectiva de futuro. [...]

http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3720 Acesso em 25 abril 2010.

TEXTO II

Será que devemos reduzir a maioridade penal?

By João Paulo Apolinário Passos · On 02/04/2015

O panorama brasileiro

No Brasil hoje apenas 8% dos homicídios são resolvidos, ou seja, 92% dos homicidas

ou não foram descobertos pela polícia ou chegaram à justiça e conseguiram provar sua

inocência. O número é absurdo mas é real, dos 50.000 homicídios cometidos no Brasil em 2011,

só 4.000 pessoas foram julgadas e estão presas.

Ao mesmo tempo, a população carcerária brasileira é a terceira maior do mundo, com

mais de 700 mil presos. Ou seja, as cadeias estão cheias e os criminosos mais violentos soltos.

O índice de reincidência em crimes para quem vai preso no Brasil é de 70%. De cada 10

pessoas presas no sistema prisional tradicional, apenas 3 não voltam a cometer crimes. Já a

reincidência de crianças e adolescentes que são internados por cometerem crimes na Fundação

Casa varia entre 13 e 22%. [Link 1][Link 2][Link 3][Link 4]

Ainda assim, a redução da maioridade penal é vista como prioridade para segurança

pública e vista por boa parte dos brasileiros e da classe política como uma das soluções para a

violência no país, tanto é que ano passado boa parte dos candidatos que defendiam a redução da

maioridade penal o faziam como sendo uma das suas propostas mais importantes para

segurança pública.

http://mercadopopular.org/ Acesso em 08 de abril de 2015.

TEXTO III

http://www.profjuliososa.com.br/ Acesso em 11 de abril de 2015

PRODUÇÃO DE TEXTO – PROPOSTA VII Simulação de votação do projeto que propõe a redução da maioridade penal Procedimentos: - leitura de textos que veiculem diferentes posicionamentos sobre a redução da maioridade penal; - leitura do texto que acompanha esta proposta, com o objetivo de tomar conhecimento do posicionamento de diferentes partidos sobre a questão tratada; - pesquisa sobre a ideologia de cada um dos partidos relacionados; - divisão da turma em grupos, cada um deles representando um partido (não é necessário que todos sejam representados); - pesquisa, pelos grupos, das razões que teriam levado ao posicionamento do partido que representam em relação à PEC a ser votada; - indicação de um representante de cada grupo para a simulação da votação; - simulação da votação: cada “deputado” deve apresentar seu voto e fundamentá-los com base nas pesquisas feitas. Como votaram os partidos na PEC da Redução da Maioridade Penal

A sessão que aprovou a PEC da redução da maioridade penal na Comissão de Constituição e Justiça foi tumultuada. Confira como se posicionaram os partidos políticos diante da questão; os que votaram contra e os que votaram a favor da redução

Votação da PEC que permite a tramitação do projeto que propõe a redução da maioridade penal foi marcada por

tumulto nesta terça-feira (Agência Câmara)

Em reunião tumultuada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos

Deputados aprovou por 42 votos a 17 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal (saiba mais aqui).

Os partidos que votaram contra a proposta de redução da maioridade penal foram PT, PSOL, PPS, PSB e PCdoB.

Os partidos favoráveis à aprovação da admissibilidade foram PSDB, DEM, PSD, PR, PRB, PTC, PV, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB. Já os que liberaram suas bancadas porque havia deputados contra e a favor foram os seguintes: PMDB, PP, PTB, PSC, SD, Pros, PHS, PDT, e PEN.

É valioso ressaltar que alguns parlamentares do PSB e do PPS, cujos partidos indicaram voto contrário à admissibilidade da PEC, votaram em favor da redução da maioridade penal. Para ver como votou individualmente cada deputado que integra a CCJ, clique aqui.

http://www.pragmatismopolitico.com.br/ Acesso em 20 de abril de 2015