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ATMOSFERAS “(...) entre a serenidade e a sedução, e prende-se com o facto de nós nos movimentarmos dentro da arquitectura. A ar- quitectura é certamente uma arte espacial, é o que se diz, mas a arquitectura também é uma arte temporal. Não a vivo apenas num segundo. (...) Espaços – aqui estou, eles começam a reter-me espacialmente, não estou de passagem. Estou bem aqui, mas neste momento ao virar da esquina, ou noutro ponto qualquer, há algo que desperta a minha at- enção, a luz que entra duma certa maneira e eu passo descontraidamente.” Peter Zumthor, Atmosferas Os espaços, apenas com aquilo que os constituem e definem, possuem potencial suficiente para valerem por si só, para adquirirem significados e cenários que permitem que a realidade seja vivenciada sob a forma de corpos vibrantes. Contudo, a apropriação do espaço por partes das pessoas possibilita uma perspectiva e um entendimento diferentes, reforçando até a razão da sua existência. Ao conquistar novas valências, os espaços herdam uma nova vida, e novas histórias que lhes conferem um (outro) carácter que nasce do modo como é usufruído. Existe, assim, uma relação simbiótica entre os espaços e quem os vive e percorre, sendo que os primeiros têm o poder Existe, assim, uma relação simbiótica entre os espaços e quem os vive e percorre, sendo que os primeiros têm o poder de nos conter e guardar conquistando-nos à realidade que albergam, e nós a capacidade de enfatizar a sua existência. Os diversos momentos que o jardim, e nomeadamente a casa, atravessam todos os dias despertou a vontade de regis- tar as (diferentes) personalidades que os espaços ganham quando apropriados por nós, a forma como o nosso estado de espírito e/ou acções se reflectem na arquitectura e na sua individualidade e qualidades. Expomos o espaço sob a forma de diferentes atmosferas que os variados usos das pessoas lhe conferem. Jaime Cunha Maria João Santana

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As vivências e apropriações dos espaços e a qualidade que aquelas lhes conferem.

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ATMOSFERAS

“(...) entre a serenidade e a sedução, e prende-se com o facto de nós nos movimentarmos dentro da arquitectura. A ar-quitectura é certamente uma arte espacial, é o que se diz, mas a arquitectura também é uma arte temporal. Não a vivo

apenas num segundo. (...) Espaços – aqui estou, eles começam a reter-me espacialmente, não estou de passagem. Estou bem aqui, mas neste momento ao virar da esquina, ou noutro ponto qualquer, há algo que desperta a minha at-

enção, a luz que entra duma certa maneira e eu passo descontraidamente.”

Peter Zumthor, Atmosferas

Os espaços, apenas com aquilo que os constituem e definem, possuem potencial suficiente para valerem por si só, para adquirirem significados e cenários que permitem que a realidade seja vivenciada sob a forma de corpos vibrantes.

Contudo, a apropriação do espaço por partes das pessoas possibilita uma perspectiva e um entendimento diferentes, reforçando até a razão da sua existência. Ao conquistar novas valências, os espaços herdam uma nova vida, e novas

histórias que lhes conferem um (outro) carácter que nasce do modo como é usufruído. Existe, assim, uma relação simbiótica entre os espaços e quem os vive e percorre, sendo que os primeiros têm o poder Existe, assim, uma relação simbiótica entre os espaços e quem os vive e percorre, sendo que os primeiros têm o poder de nos conter e guardar conquistando-nos à realidade que albergam, e nós a capacidade de enfatizar a sua existência. Os diversos momentos que o jardim, e nomeadamente a casa, atravessam todos os dias despertou a vontade de regis-tar as (diferentes) personalidades que os espaços ganham quando apropriados por nós, a forma como o nosso estado

de espírito e/ou acções se reflectem na arquitectura e na sua individualidade e qualidades. Expomos o espaço sob a forma de diferentes atmosferas que os variados usos das pessoas lhe conferem.

Jaime CunhaMaria João Santana

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