16
INTRODUÇÃO O presente artigo destina-se a demonstrar de forma clara e objetiva a importância do assistente social na sociedade contemporânea, expondo de forma sucinta o seu campo de atuação bem como em quais áreas este profissional atua. No primeiro capítulo, abordaremos justamente o papel de destaque que o profissional do Serviço Social ocupa na sociedade hoje. Destacaremos que esse reconhecimento se deu em razão do grande aumento das demandas sociais, associado ao aumento do conhecimento por parte dos cidadãos dos seus direitos sociais. Destacaremos que o assistente social é o intermediador entre as mais diversas demandas sociais. A questão social é justamente o alvo do trabalho deste profissional. Em seguida, abordaremos temas como filantropia e assistencialismo, conceituando cada uma dessas expressões e concluindo que o Serviço Social, não deve ser confundido nem com um nem com o outro. Pelo contrário o assistente social deve se ocupar de promover a emancipação do ser humano, algo que não é obtido nem com a filantropia e muito menos com o assistencialismo, por gerar uma relação de dependência com o assistido. Na sequencia, traremos dados com relação ao campo de atuação dos assistentes sociais no Brasil. Conforme ficará demonstrado no presente trabalho, hoje a maior parte dos assistentes sociais presta seus serviços a entidades públicas

Atps Pronta Fhtmss III

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ATIVIDADE

Citation preview

Page 1: Atps Pronta Fhtmss III

INTRODUÇÃO

O presente artigo destina-se a demonstrar de forma clara e objetiva a importância do

assistente social na sociedade contemporânea, expondo de forma sucinta o seu campo de

atuação bem como em quais áreas este profissional atua.

No primeiro capítulo, abordaremos justamente o papel de destaque que o profissional

do Serviço Social ocupa na sociedade hoje. Destacaremos que esse reconhecimento se deu em

razão do grande aumento das demandas sociais, associado ao aumento do conhecimento por

parte dos cidadãos dos seus direitos sociais.

Destacaremos que o assistente social é o intermediador entre as mais diversas

demandas sociais. A questão social é justamente o alvo do trabalho deste profissional.

Em seguida, abordaremos temas como filantropia e assistencialismo, conceituando

cada uma dessas expressões e concluindo que o Serviço Social, não deve ser confundido nem

com um nem com o outro. Pelo contrário o assistente social deve se ocupar de promover a

emancipação do ser humano, algo que não é obtido nem com a filantropia e muito menos com

o assistencialismo, por gerar uma relação de dependência com o assistido.

Na sequencia, traremos dados com relação ao campo de atuação dos assistentes sociais

no Brasil. Conforme ficará demonstrado no presente trabalho, hoje a maior parte dos

assistentes sociais presta seus serviços a entidades públicas (78,16%), dentre elas os órgãos

municipais são os que detém a maior parte dos assistentes sociais em atividade (40,97%).

Conforme abordaremos neste artigo, hoje o assistente social pode trabalhar em

diversos ramos de atividade da sociedade, tanto públicas quanto privadas, inclusive as

empresas têm contratado muitos profissionais do Serviço Social para atender a suas demandas

visando a responsabilidade social, que hoje é muito cobrada das empresas.

Abordaremos, por fim, a atuação dos assistentes sociais em hospitais, destacando que

estes profissionais devem estar bem capacitados para atender os pacientes e seus parentes,

pois essas pessoas por se encontrarem em situações adversas, muitas vezes agem de maneira

inesperada e o profissional deve ter uma boa medida de humanidade para saber lidar com

essas demandas.

Page 2: Atps Pronta Fhtmss III

A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO SOCIAL NOS DIAS ATUAIS

A desigualdade social é algo que sempre acompanhou a história da humanidade. Em

todas as sociedades e em todas as épocas ela sempre esteve presente, é o que destaca Elvira

Maria Batista Lustosa:

No decorrer da historia, as desigualdades e as necessidades humanas, resultantes da divisão de classes sejam elas escravistas, feudais ou capitalistas, acentuam-se. Mas o homem passa à superação dessas necessidades e das condições adversas que lhe são impostas a partir de ideais transformadoras que são colocadas em prática, na medida em que encontram respaldo no centro dos interesses, necessidades e aspirações individuais e coletivas dos homens, no contorno da luta pela sobrevivência. (LUSTOSA, 2002)

Com a evolução da história a sociedade passa a cobrar uma atuação mais presente por

parte do Estado, visando a diminuição da desigualdade social, com isso surgem os direitos

sociais, conforme relata Lustosa, quando afirma que ; “Os direitos sociais, econômicos e

culturais surgem, portanto, no século XX, com forte influência do socialismo, como

reivindicação dos excluídos a participarem do bem-estar social, de terem suas necessidades

humanas básicas satisfeitas.” (LUSTOSA, 2002)

Neste contexto o Serviço Social ganhou cada vez mais destaque na sociedade

brasileira, até chegar aos dias atuais onde o assistente social tem desempenhado um

importante papel junto à sociedade em razão do grande crescimento das demandas sociais,

considerando que a sociedade enxerga no profissional do Serviço Social um agente efetivador

e democratizador dos direitos sociais.

De acordo com Lygia Pereira:

Essa trajetória política do país e da sociedade brasileira foi base para as reivindicações das políticas públicas de direito, garantidas em lei, que culminou na criação da Constituição Federal de 1988. É nesse momento que ocorre uma nova concepção para as Políticas Públicas no campo da Assistência Social, estabelecendo a garantia de direitos e de condições dignas de vida. A Assistência Social junto com outras políticas do campo social, como a saúde e previdência, formaram o tripé da Seguridade Social, que é a atual força política unida para o enfrentamento da questão social.

O reconhecimento da Assistência Social como direito do cidadão e dever do Estado trouxe em 1993 a criação da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, que regulamenta esse aspecto da Constituição e estabelece normas e critérios para organização da assistência social, com a definição de leis, normas e critérios objetivos. A LOAS é a lei que institui e define o perfil da política de assistência social e lhe dá sustentação legal. Nesta mesma década, foram instituídas a Política Nacional de Assistência Social – PNAS (1995) e as Normas Operacionais Básicas – NOB (1997) com o intuito de regular e organizar o sistema descentralizado e participativo.

Page 3: Atps Pronta Fhtmss III

Deste modo a Constituição Federal e Legislação brasileira veio para dar o suporte

legal de que o assistente social necessitava para desempenhar sua importante função na

sociedade. Sobre este assunto Maria Cristina Piana ensina que:

O assistente social é um profissional que tem como objeto de trabalho a questão social com suas diversas expressões, formulando e implementando propostas para seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, públicas, empresariais, de organizações da sociedade civil e movimentos sociais.

Deste modo, pode-se dizer que hoje o assistente social lida com a questão social

diariamente, buscando cada vez mais atender as mais diversas demandas sociais em todas as

esferas da sociedade.

Para Maria Lúcia Martinell:

O Serviço Social é uma profissão cuja identidade é marcadamente histórica. Seu fundamento é a própria realidade social e sua matéria-prima de trabalho são as múltiplas expressões da questão social, o que lhe confere uma forma peculiar de inserção na divisão social e técnica de trabalho. Como profissão de natureza eminentemente interventiva, que atua nas dinâmicas que constituem a vida social, participa do processo global de trabalho e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte. (MARTINELLI, 2011)

Outro fato que contribuiu para o destaque alcançado pelo assistente social em nossa

sociedade, foi o fato de que cada vez mais as empresas estão preocupadas com a sua

responsabilidade social, pois a sociedade exige isso das empresas e reconhece aquelas que

estão empenhadas com a questão social. E para que as empresas possam desempenhar o seu

papel social, faz-se necessário a atuação de um profissional capacitado para atender a essa

demanda.

Lilian Primi, em reportagem para o Jornal da Tarde, destaca que hoje:

O mercado de trabalho para assistentes sociais vem sendo gradativamente ampliado nos últimos cinco anos no Brasil. “É um reflexo direto da evolução das políticas públicas”, diz a assessora especial do Conselho Federal do Serviço Social (CFESS), Ana Cristina Abreu. É resultado do que Cristina chama de “evolução” das políticas públicas com, por exemplo, a instalação, a partir de 2005, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que, a exemplo do SUS, municipaliza as ações na área. (PRIMI, 2009)

É notório que com o crescimento das políticas públicas oferecidas pelo Estado, exige-

se cada vez mais a presença de um profissional que possa atender à essa demanda, agindo

como um intermediador entre os Estado e as demandas sociais. Ainda de acordo com Lilian

Primi:

O impacto do SUAS no mercado de trabalho   ocorre com a criação de postos de atendimento municipais. Desde 2005, segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que coordena os trabalhos, foram criados 5.142 centros

Page 4: Atps Pronta Fhtmss III

de referência de assistência social (Cras) e outros 1.434 centros de referência especializados. Cada um deles emprega ao menos dois assistentes sociais.Há ainda a ampliação da demanda nos Núcleos de Atendimento à Família (NAF) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), na Saúde. O CAPS substitui as internações em sanatórios de doentes mentais e é reflexo da evolução na política de atendimento dessa população.Como o Suas e o SUS municipalizaram as ações, as vagas estão concentradas nas prefeituras, mas há movimentação grande também em autarquias e nos poderes públicos federais. “Um relatório feito por um grupo de trabalho interministerial em 2007 apontava para a necessidade de contratação de 1,6 mil assistentes sociais pelo Instituto de Previdência Social, apenas para garantir acesso da população à reabilitação profissional”, conta a presidente do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (Cress-SP), Áurea Fuziwara. A Previdência realizou concurso no ano passado, depois de uma lacuna de 30 anos, mas chamou apenas 886, dos 1,6 mil necessários. (PRIMI, 2011)

Diante do que foi exposto até aqui, podemos afirmar que atualmente o profissional do

Serviço Social precisa ir muito além de medidas ou projetos de assistência social,

demonstrando compromisso efetivo com os interesses públicos, atuando em defesa dos

direitos sociais dos cidadãos e na viabilidade junto aos segmentos majoritários da população,

ele atua nas questões sociais visando sempre o fim da desigualdade, mesmo sabendo que a

mesma nunca terá um fim.

FILANTROPIA, ASSISTENCIALISMO E SERVIÇO SOCIAL

De acordo com o Dicionário Aurélio, filantropia consiste no amor à humanidade,

caridade ou altruísmo (FERREIRA, 2001), nesse contexto, podemos contextualizar a

filantropia como a atitude de um individuo que se preocupa a situação de um semelhante e

decide fazer algo para amenizar o sofrimento deste ou de uma comunidade.

Para Gisele Sanglard,

A filantropia pode ser entendida, grosso modo, como a laicização da caridade cristã, ocorrida a partir do século XVIII, e que teve nos filósofos das luzes seus maiores propagandistas. O fazer o bem, o socorro aos necessitados, deixa de ser uma virtude cristã para ser uma virtude social; e a generosidade é entendida pelos filósofos ilustrados como a virtude do homem bem-nascido, que tem inclinação para doar, doar largamente, daí a forte presença das grandes fortunas entre os principais filantropos. (SANGLARD, 2003)

Deste modo, podemos entender que a filantropia, enquanto virtude social, é uma

atitude esperada por aqueles que são afortunados que se ocupam em doar, abrindo mão de

Page 5: Atps Pronta Fhtmss III

parte da sua fortuna para trazer um pouco de alívio aos mais necessitados. Embora pareçam

sinônimos, caridade e filantropia se diferem uma da outra, é o que nos ensina mais uma vez

Sanglard:

Talvez a maior diferença entre ambos os conceitos esteja não na ação propriamente dita, mas nos meios de realizá-la, pois a caridade, por ser obra piedosa, pressupõe a abdicação de toda vaidade de seu autor, propugnando o anonimato como valor máximo, enquanto que a filantropia, por ser um gesto de utilidade, tem na publicidade sua arma: visto que a publicidade provoca a visibilidade da obra e acirra a rivalidade entre os benfeitores. (SANGLARD, 2003)

Ou seja, de um modo geral, o praticante da filantropia espera uma certa visibilidade da

sociedade, o que nem sempre ocorre com a caridade, embora na verdade a pessoa caridosa

não espere essa visibilidade.

Já o assistencialismo consiste no benefício prestado a um indivíduo ou comunidade

por uma instituição, seja ela pública ou privada, e que na maioria das vezes gera uma relação

de gratidão e dependência do beneficiado. De acordo com Sposati, “o assistencialismo (...) é o

acesso a um bem através de uma benesse, de doação, isto é, supõe sempre um doador e um

receptor. Este é transformado em um dependente, um apadrinhado, um devedor.” (SPOSATI,

apud MILANEZZI, 2012)

Por estas características o assistencialismo também é conhecido como paternalismo ou

clientelismo, justamente por esta relação de dependência que cria.

Entretanto, a assistência social, foco do profissional do serviço social não deve ser

encarada nem como filantropia e muito menos como assistencialismo, pois a assistência social

não visa o reconhecimento da filantropia e muito menos a relação de dependência gerada pelo

assistencialismo.

O Serviço Social hoje está preocupado com a emancipação do ser humano, ou seja, o

assistente social deve se preocupar em proporcionar meios para que o indivíduo que está em

situação de dificuldade, seja ela qual for, possa superar essa circunstância e se tornar

independente e autônomo, alguém que ocupa o seu papel na sociedade.

CAMPO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO BRASIL

Page 6: Atps Pronta Fhtmss III

Como já foi abordado no presente artigo, o trabalho do assistente social cada vez mais

vem sendo reconhecido pela sociedade brasileira. O campo de atuação do profissional do

Serviço Social tem ganhado espaço a cada dia, uma vez que a demanda pelas questões sociais

tem aumentado de maneira significativa. Outro fato que contribuiu para esse reconhecimento

dessa profissão é que hoje em dia as empresas estão cada vez mais preocupadas com a

responsabilidade social, precisando assim de profissionais do Serviço Social capacitados para

atender a estas questões sociais.

Sobre a área de atuação do assistente social, Maria Cristina Piana, ensina que:

O Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, realiza sua ação profissional no âmbito das políticas socioassistenciais, na esfera pública e privada. Neste sentido, desenvolve atividades na abordagem direta da população que procura as instituições e o trabalho do profissional e por meio da pesquisa, da administração, do planejamento, da supervisão, da consultoria, da gestão de políticas, de programas e de serviços sociais. (PIANA, 2009, p. 85)

De acordo com a pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)

em 2005, intitulada Assistentes Sociais no Brasil - Elementos para o estudo do perfil

profissional, a grande maioria dos assistentes sociais está ligada profissionalmente à esfera

pública estatal (78,16%), sendo que o quantitativo por região revelou que na Região Norte

96,36% são ligados à esfera pública, enquanto que na Região Sudeste esse percentual é de

80,33%, na Região Nordeste 75%, na Região Sul 69%, e na Região Centro-oeste 66,67%.

(CFESS, 2005)

Ainda de acordo com a pesquisa dos trabalhadores que estão ligados à instituições

públicas, a maioria deles está ligada à instituições municipais, 40,97%, quase o dobro dos que

atuam em instituições públicas estaduais (24%), enquanto que as instituições públicas federais

respondem por 13,19%, conforme demonstra o gráfico abaixo.

Page 7: Atps Pronta Fhtmss III

Fonte: CFESS - Conselho Federal de Serviço SocialDisponível em: <http://www.cfess.org.br/pdf/perfilas_edicaovirtual2006.pdf >

Analisando os dados da referida pesquisa, bem como do gráfico acima, podemos

facilmente constatar que o campo de trabalho para o assistente social ainda é em sua maioria

fornecido pela esfera estatal. Isso se explica devido ao fato de que hoje o Estado está cada vez

mais preocupado com a questão social, e tem que responder mais rapidamente às demandas

sociais da população que está mais consciente dos seus direitos enquanto cidadãos.

Deve-se destacar ainda o constante crescimento que a profissão tem alcançado no setor

privado, porque, como já foi assinalado acima, hoje as empresas de um modo geral estão mais

voltadas para a questão social, principalmente porque as empresas que demonstram estar

preocupadas com sua responsabilidade social possuem mais aceitação pelo público em geral.

De acordo com Ivanete Boschetti:

Nos últimos dez anos, é visível a expansão dos cursos de graduação em Serviço Social no Brasil e, em decorrência, o acelerado crescimento dos(as) profissionais registrados nos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) que exercem a profissão. Conforme dados do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), em 2006, quando a profissão completou setenta anos, havia 65 mil assistentes sociais registrados nos CRESS; em março de 2011 esse número havia saltado para 102 mil.1 Ou seja, em cinco anos ocorreu um crescimento de 56% de profissionais inseridos no mercado de trabalho. (BOSCHETTI, 2011).

Neste contexto, Maria Cristina Piana,

A atuação do assistente social realiza-se em organizações públicas e privadas e em diferentes áreas e temáticas, como: proteção social, educação, programas socioeducativos e de comunidade, habitação, gestão de pessoas, segurança pública, justiça e direitos humanos, gerenciamento participativo, direitos sociais, movimentos sociais, comunicação, responsabilidade social, marketing social, meio

Page 8: Atps Pronta Fhtmss III

ambiente, assessoria e consultoria, que variam de acordo com o lugar que o profissional ocupa no mercado de trabalho, exigindo deste um conhecimento teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo. Esse profissional busca a inclusão social e a participação das classes subalternas, por meio de formas alternativas e estratégicas de ação. Pois procura conhecer a realidade em que atua e possuir compromisso ético com a classe trabalhadora e com a qualidade dos serviços prestados. (PIANA, 2009)

Como se vê, o campo de atuação do assistente social hoje é amplo, pois existem

diferentes áreas e temática que o profissional do Serviço Social pode estar atuando.

Entretanto, faz-se necessário que este profissional esteja cada vez mais capacitado para que

possa corresponder às expectativas da sociedade e também poder enfrentar as diferentes

demandas sociais, propondo soluções, sempre visando a dignidade do ser humano como fim

de toda ação.

SERVIÇO SOCIAL EM HOSPITAIS

Conforme já foi explicitado no capitulo anterior, o campo de atuação do profissional

do Serviço Social é muito amplo. Considerando setor publico, por exemplo, o assistente social

tem uma grande atuação em todas as esferas do governo municipal, estadual e federal.

Em razão do grande crescimento da demanda pelas questões sociais, o setor público é

justamente o que mais oferece campo de trabalho para o assistente social, em áreas como

saúde, educação, trabalho, moradia, combate às desigualdades sociais, dentre outras.

A fim de refinar nossa pesquisa, vamos nos concentrar com o trabalho do assistente

social na área da saúde, mais especificamente nos hospitais como uma das áreas em que este

profissional é requisitado para pode trabalhar. De acordo com Talita Souza Silva:

Em hospitais o assistente social faz "atendimento direto aos usuários" tendo como público alvo de suas intervenções pessoas que se encontram em momento de fragilidade, e necessitam de atendimento humanizado, auxiliando e oferecendo palavras que direcionem suas ações para possíveis soluções de problemas, um olhar que se atente para a situação em que se encontra o usuário, uma atenção redobrada a escuta, isto para que possam restabelecer-se emocionalmente e socialmente e serem estrategicamente orientados. (SILVA, 2014)

Deste modo, é inegável que o assistente social que trabalha em hospitais precisa ter

um sentimento de humanidade muito apurado, para saber lidar com as mais diversas

situações. Muitas vezes as pessoas que estão em hospitais, sejam pacientes ou parentes,

Page 9: Atps Pronta Fhtmss III

encontram-se em circunstâncias extremas que fazem com que essas pessoas ajam de maneira

que não agiram numa situação de normalidade, e é justamente o assistente social o

profissional encarregado de mediar estes conflitos, propondo soluções, agilizando

atendimentos, encaminhamentos e transferências ou simplesmente aconselhando e acalmando

os envolvidos.

Mais uma vez ressaltamos que, devido ao grande aumento da demanda por questões

sociais, inclusive na área da saúde, o assistente social se faz cada vez mais necessários para

fazer a intermediação entre o indivíduo e os direitos sociais, destacando que o profissional

dessa área que trabalha ou for trabalhar em hospitais ou similares deverá estar preparado,

inclusive humanitariamente para saber lidar com as mais diversas situações.

CONCLUSÃO

Neste artigo foi abordado a importância do assistente social em razão da crescente

demanda pelas questões sociais. Este reconhecimento se deve em parte ao crescimento do

conhecimento por parte da sociedade dos direitos sociais. Hoje o cidadão cobra uma postura

mais ativa do Estado nas mais diversas áreas o que faz necessário um profissional que possa

fazer a intermediação entre o cidadão e o Estado.

Ao longo deste trabalho destacamos que o Serviço Social não pode ser confundido

nem com filantropia e nem com assistencialismo, evitando toda e qualquer situação de

dependência dos assistidos. O assistente social deve visar a emancipação do ser humano,

enquanto cidadão de direitos.

Conforme pudemos constatar neste trabalho, o campo de atuação do assistente social

hoje é muito vasto, entretanto, a sociedade exige que esse profissional esteja cada vez mais

capacitado, pois as questões sociais evoluem e o assistente social deve estar capacitado para

isso. Mas, sobretudo, exige-se que o assistente social seja dotado de um sentimento de

humanidade para saber lidar com as mais diversas situações, e olhando sempre para o

assistido como um ser humano que deve ser tratado com toda dignidade e respeito.

Page 10: Atps Pronta Fhtmss III

REFERÊNCIAS

BOSCHETTI, Ivanete. Condições de trabalho e a luta dos(as) assistentes sociais pela jornada semanal de 30 horas. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n107/10.pdf>. Acesso em 31 out 2014

Conselho Federal de Serviço Social CFESS. Assistentes Sociais no Brasil - Elementos para o estudo do perfil profissional. 2005. Disponível em: < http://www.cfess.org.br/pdf/perfilas_edicaovirtual2006.pdf>. Acesso em 02 nov 2014

Elvira Maria Batista Lustosa. A importância da assistência social na efetivação dos direitos humanos no Brasil. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/evento2002/GT.5/GT5_2_2002.pdf>. Acesso em 4 nov 2014

MARTINELLI, Maria Lúcia. O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-66282011000300007&script=sci_arttext>. Acesso em 30 out 2014.

MILANEZZI, Juliana Borim. Do Assistencialismo à Consolidação do Sistema Único de Assistência Social. 2012. Disponível em <http://www.fipe.org.br/publicacoes/downloads/bif/2012/5_7-18-maretal.pdf>. Acesso em 01 nov 2014.

PEREIRA, Lygia. A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação com as políticas públicas. 2014. Disponível em: <http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2014/01/Lygia-Pereira.pdf>. Acesso em 05 nov 2014

PIANA, Maria Cristina. A construção do perfil do Assistente Social no cenário educacional. 2009. Editora UNESP – São Paulo/SP. Disponível em < livros.universia.com.br/? dl_name=Livros...do... Assistente ... pdf > Acesso em 1 nov 2014.

SANGLARD, Gisele. Filantropia e assistencialismo no Brasil. 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v10n3/19316.pdf>. Acesso em 05 nov 2014

SILVA, Talita Souza. A atuação do assistente social em âmbito hospitalar. 2013. Disponível em: <http://www.univar.edu.br/revista/index.php/interdisciplinar/article/view/21/12>. Acesso em 01 nov 2014