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FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ FEALQ FUNDAÇÃO AGRISUS ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO NA REGIÃO OESTE CATARINENSE (Projeto Fundação Agrisus nº 741/10) BOLSISTA: IVANDRO ANTONIO FACHINI COORDENADOR DO PROJETO: DILMAR BARETTA CHAPECÓ, NOVEMBRO DE 2011

ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

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Page 1: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ – FEALQ

FUNDAÇÃO AGRISUS

ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM SISTEMAS DE

MANEJO DO SOLO NA REGIÃO OESTE CATARINENSE

(Projeto Fundação Agrisus nº 741/10)

BOLSISTA: IVANDRO ANTONIO FACHINI

COORDENADOR DO PROJETO: DILMAR BARETTA

CHAPECÓ, NOVEMBRO DE 2011

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FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ – FEALQ

FUNDAÇÃO AGRISUS

ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EM SISTEMAS DE

MANEJO DO SOLO NA REGIÃO OESTE CATARINENSE

BOLSISTA DA FUNDAÇÃO AGRISUS: IVANDRO ANTONIO FACHINI

CHAPECÓ, OUTUBRO DE 2011

Relatório final do projeto de

pesquisa n° 741/10 apresentado a

Fundação Agrisus, sob coordenação

do professor Dr. Dilmar Baretta.

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1. TÍTULO DO PROJETO: Atributos químicos, físicos e biológicos como

indicadores de sustentabilidade em sistema de manejo do solo na região Oeste

Catarinense.

2. PARTICIPANTES:

2.1 Nome: Ivandro Antonio Fachini

Tipo de Participante: 01

2.2 Nome: Prof. Dr. Dilmar Baretta

Tipo de participante: 02

2.3 Nome: Dra. Carolina Riviera Duarte Maluche

Tipo de participante: 03

2.4 Nome: Eng. Agr. Célio Haverroth

Tipo de participante: 04

2.5 Nome: Marcos Locateli

Tipo de participante: 05

Tipo de participantes

1. Bolsista da Fundação Agrisus,

graduando em Zootecnia (UDESC/CEO).

2. Coordenador do projeto Agrisus,

Professor Efetivo na área de Solos e

Sustentabilidade (UDESC/CEO).

3. Pesquisadora colaboradora, professora

adjunta (UDESC/CEO).

4. Diretor Regional Adjunto (EPAGRI -

CETREC)

5. Bolsista CNPq

3. GRUPO DE PESQUISA CNPq: Solos e Sustentabilidade (UDESC/CEO).

3.1 Linha de Pesquisa: Indicadores de Qualidade do Solo e Ecotoxicologia.

4. DURAÇÃO: Início: 09/09/2010

Término: 01/11/2011

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5. RESUMO

O presente estudo teve o objetivo de gerar conhecimento sobre atributos

químicos, físicos e biológicos em diferentes sistemas de manejo do solo, a fim de

selecionar os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e

cultivo do solo. Para este estudo, além do município de Chapecó, foram escolhidos mais

dois municípios (Xanxerê e Ouro Verde) da região Oeste de Santa Catarina, englobando

14 parcelas com seis sistemas de manejo diferenciados, sendo eles: 1) Plantio

convencional com rotação de culturas (PCRC1); 2) Plantio direto com rotação de

culturas (PDRC2); 3) Plantio convencional com sucessão de cultura (PCSC3); 4)

Plantio direto com sucessão de culturas (PDSC4); 5) Cultivo mínimo com sucessão de

culturas (CMSC5); 6) Floresta nativa (FN). Foram garantidos áreas de plantio direto e

cultivo mínimo também nos municípios de Xanxerê e Ouro Verde. Os locais foram

considerados como repetições verdadeiras dos sistemas de manejo avaliados (n: 3 x 3 =

9), sendo avaliados em cada local três áreas. Nos mesmos pontos de avaliação da fauna

edáfica pelo método das armadilhas do tipo “trampas de Tretzel”, foram analisados os

atributos químicos e físicos do solo (resistência á penetração), sendo uma coleta

realizada nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2011. Adicionalmente, nos municípios de

Chapecó e Xanxerê avaliou-se em outubro de 2011, a macrofauna do solo por meio de

um quadrado de 25 cm comprimento por 25 cm largura por 20 cm de profundidade.

Com base nos resultados obtidos, notou-se que a freqüência relativa da fauna edáfica,

diversidade de espécies de minhocas, teor de umidade, compactação do solo e

quantidade de palhada na superfície do solo foi diferenciada entre os sistemas de

manejo estudados. Nos sistemas com PDRC obteve-se maior índice de umidade relativa

e também de palhada sendo um fator importante no combate da erosão e na retenção de

umidade. As ordens mais freqüentes encontradas nos diferentes sistemas de manejo do

solo, independente do tratamento, foram Collembola, Hymenoptera, Isopoda,

Coleoptera, Díptera, Larvas, Acarina e Outros (Somatórios de grupos menos

freqüentes). Quando considerarmos todos os atributos edáficos estudados, o PDRC

ficou mais afastado dos outros sistemas de manejo com melhores condições físico-

químicas e biológicas do solo, em comparação aos sistemas de PCSC, CMSC e PDSC.

Os atributos considerados melhores indicadores químicos foram Potássio, pH, Matéria

Orgânica, Fósforo, H+Al e os biológicos o grupo Collembola, diversidade de espécies

de minhocas e CBM, respectivamente. Recomenda-se continuar esse estudo na região

Oeste de Santa Catarina por mais um ano, visando conclusões mais precisas e na

seleção dos melhores indicadores de sustentabilidade dos sistemas de preparo e cultivo

do solo, especialmente quanto á diversidade de minhocas, visando servir de suporte para

a criação de políticas públicas para valorização dos produtores que mantêm a

biodiversidade do solo.

6. PALAVRAS CHAVE:

1. Sustentabilidade 4. Plantio convencional

2. Fauna edáfica 5. Indicadores de qualidade.

3. Plantio direto

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7. INTRODUÇÃO

O plantio convencional foi utilizando largamente durante muitos anos, no

entanto trouxe conseqüências drásticas como por exemplo a perda de nutrientes,

redução na produção obrigando os produtores a investir mais em adubação química e

orgânica, aumento considerável de ervas daninhas e conseguinte aumento no uso de

herbicidas. Além disso, ainda é possível citar problemas relacionados à compactação do

solo devido à intensa remoção e uso de máquinas pesadas para o manejo do solo que

antecede os plantios, estes fatores aliados à falta de cobertura favorecem um dos

maiores problemas no que diz respeito à produção agrícola, a erosão, que além de

diminuir a diversidade da fauna edáfica.

Entretanto, a agricultura brasileira vem sofrendo modificações nas últimas

décadas e passa por um processo de crescimento, devido à grande demanda na produção

e exportação de produtos (especialmente grãos) para outros países. Aliado a isso,

técnicas e sistemas novos de produção vem sendo implantado a fim de acompanhar esse

crescimento.

Até a década de 70 havia uma predominância na utilização do método de plantio

convencional, no entanto, com os avanços das pesquisas na área agrícola e com o

surgimento do plantio direto, técnicas menos agressivas e mais sustentáveis abriram

novas perspectivas nos sistemas de produção.

Com o passar dos anos, a técnica foi ganhando espaço e demonstrou resultados,

antes não obtidos, melhorando com isso, os parâmetros físicos, químicos e biológicos

do solo. Neste sistema é possível observar um aumento significativo nos índices de

biodiversidade no que tange a macro e meso fauna do solo, além disso, é possível

observar menores problemas com compactação, uma vez que, o revolvimento é menos

freqüente e consequentemente a erosão é menor, bem como a umidade tende a

permanecer mais estável, uma vez que a cobertura exerce um papel no controle da

evaporação da água existente no solo.

A problemática ambiental é uma constante e todos os setores são afetados, na

agricultura isto não é diferente, fazendo com que o sistema de plantio direto expandisse

para outras regiões do país que tem substituído o antigo e agressivo sistema

convencional, objetivando maior produção e menos impacto, tornando os sistemas de

plantio economicamente viável e o mais socialmente justo possível, no entanto os

estudos conduzidos na região Sul do Brasil ainda são escassos.

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8. OBJETIVOS

8.1 Geral

O estudo tem o objetivo de gerar conhecimento sobre atributos químicos, físicos

e biológicos em diferentes sistemas de manejo do solo na região Oeste de Santa

Catarina, a fim de selecionar os indicadores para separar os sistemas de manejo do solo.

8.2 Especifico

a) Conhecer o efeito do preparo e do cultivo do solo sobre os principais grupos

da fauna edáfica em sistemas de plantio direto e convencional;

b) Verificar se existe correlação entre a atividade e a diversidade da fauna

edáfica com os outros atributos físico-químicos do solo analisados;

c) Possibilitar o treinamento de iniciação científica e a capacitação profissional

de alunos de graduação do CEO/UDESC;

d) Divulgar os resultados na região por meio de reuniões ao nível regional e/ou

apresentar os resultados em simpósios e congressos.

9. REVISÃO DE LITERATURA

Observa-se que, com o aumento do conhecimento dos sistemas

conservacionistas há necessidade da utilização de um conjunto de indicadores e,

eventualmente, a inclusão deles em um modelo de avaliação da qualidade do solo

(NICOLODI, 2006). Neste âmbito o plantio direto (PD), diferente de outros tipos de

manejo como cultivo mínimo (CM) e convencional (PC), apresenta-se como uma opção

para a manutenção e melhoria dos atributos edáficos.

No solo, existem diversas inter-relações entre os atributos físicos, químicos e

biológicos que controlam os processos e os aspectos relacionados à sua variação no

tempo e no espaço (BROOKES, 1995). Diante disso, a variação desses atributos,

determinada pelo manejo e uso do solo e sua avaliação são importantes para o melhor

manejo visando à sustentabilidade do sistema (CARNEIRO et al., 2009). Essa avaliação

é complexa e já se tem verificado que indicadores isolados não são suficientes para

explicar a perda ou o ganho potencial dos cultivos de determinado solo.

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Atualmente muito se comenta sobre diferenças entre os sistemas de manejo do

solo e seus impactos sobre os atributos de qualidade do solo. O PD é uma premissa

básica para se obter uma superfície com cobertura vegetal permanente no solo

(MARASCA, 2010), está sendo largamente utilizado na região Oeste do Estado de

Santa Catarina e caracteriza se por ser um sistema que preconiza um menor

revolvimento do solo, além de manter o solo protegido e menos susceptível a erosão

(BARETTA et al., 2003).

Os diferentes tipos de cobertura podem influenciar os atributos de qualidade do

solo, pois há diferenças quanto a sua relação C:N, que influencia a velocidade de

degradação da palhada e pode alterar a diversidade da fauna edáfica (BARETTA et al.,

2003). O tipo de preparo do solo associado à rotação de culturas pode modificar as

características físicas, químicas e biológicas do solo, promovendo modificações

diversas nas populações de organismos que nele habitam, através de seus efeitos diretos

e indiretos sobre os fatores relacionados ao solo e às plantas (ALVES et al., 2006).

O tráfego contínuo de equipamentos pesados e o preparo dos solos tem sido

motivo de preocupação e traz à tona a necessidade de avaliar o comportamento da

estrutura do solo, a fim de evitar os efeitos indesejáveis da compactação (CARDOSO et

al., 2008). A compactação do solo passa a ser uma causa de prejuízo na produção,

limitando o crescimento das raízes e, conseqüentemente, a adsorção dos nutrientes e

água, o que leva a planta a um desenvolvimento aéreo inadequado, abaixando a

produtividade das culturas (MARASCA, 2010).

Os diferentes manejos do solo e das culturas afetam o equilíbrio existente entre o

solo e os organismos que nele habitam, mas o sistema PD tem-se mostrado uma das

melhores alternativas conservacionista para os solos brasileiros. Em 1971, a

FUNDACEP/FECOTRIGO no RS, e o IAPAR no PR, iniciaram os primeiros ensaios

de avaliação da tecnologia do PD (FEBRAPDP, 2006), onde foram reunidas evidências

de que esse sistema resulta em incrementos na retenção de umidade, decréscimo nas

temperaturas do solo, controle da erosão do solo e no aumento dos teores de matéria

orgânica, resultando em maiores rendimentos das culturas em comparação com o

plantio convencional (PC) (AMADO et al., 2001; CASTRO et al., 2002).

Alterações nas práticas agrícolas podem modificar a composição e a diversidade

dos organismos edáficos, em diferentes graus de intensidade, em função de mudanças

de hábitat, fornecimento de alimento, criação de micro ambientes e competição intra e

interespecífica (HONEK et al., 1988). Ações de impacto negativo levam à degradação

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do ambiente edáfico e, conseqüentemente, ao comprometimento de suas funções dentro

dos sistemas biológicos (ROVEDDER et al., 2009) apresentando resposta

aparentemente mais rápida do que outros atributos do solo, servindo, portanto, como

indicadores biológicos sensíveis às alterações ecológicas nos diferentes sistemas de

preparo e cultivo do solo (BROWN et al., 2003; BARETTA et al., 2006).

O uso continuado do solo pelo homem, com repetição de práticas agrícolas na

mesma área, principalmente através da agricultura, pode alterar o equilíbrio e a

diversidade da fauna edáfica (PANDOLFO et al., 2004). Desse modo, o conhecimento

da fauna e suas relações ecológicas são importantes, tanto para a avaliação da qualidade

do solo, como para o entendimento da dinâmica dos sistemas de produção (PAOLETTI

& BRESSAN, 1996).

No sistema PD há uma maior diversidade da fauna edáfica do que no sistema de

(PC) (ALVES et al., 2006; BARETTA et al., 2006). O tipo de preparo e cultivo do solo

associado à rotação de culturas pode modificar as características físicas (BEARE et al.,

1994; KRABBE et al., 1994), químicas (ALVES et al., 2006) e biológicas do solo

(BARETTA et al., 2006), promovendo alterações nas populações de organismos que

nele habitam. Vários estudos destacam o efeito das práticas agrícolas e do manejo do

solo sobre a biota do solo (BROWN et al., 2003; ALVES et al., 2008; BARETTA et al.,

2008).

A diversidade da fauna edáfica tem sido considerada como “atributo chave” para

a manutenção da estrutura e fertilidade dos solos tropicais (BROWN et al., 2003;

LAVELLE e al., 1993), apresentando resposta mais rápida do que outros atributos do

solo, servindo, portanto, como indicadores biológicos sensíveis das alterações

ecológicas nos diferentes sistemas de preparo e cultivo do solo (BARETTA et al.,

2006).

A adoção de sistemas conservacionistas de manejo do solo como plantio direto

tem-se apresentado como uma alternativa para contribuir com a sustentabilidade

econômica e ambiental do agro ecossistema (SILVA et al., 2000) o que, em termos de

biota do solo e resposta das culturas agrícolas, colaboram no aumento da diversidade e

abundância de inimigos naturais e na redução do número de insetos fitófagos

(ANDERSEN, 1999).

Em conduzido na Austrália com Vertissolos, em condição de clima semi-árido,

notaram-se que a permanência de palhada na superfície do solo no sistema de plantio

direto aumentou a densidade de predadores e decompositores, pertencentes à

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macrofauna, em relação ao preparo convencional (ROBERTSON et al., 1994). Assim

sendo, o sistema PD influencia na dinâmica populacional de pragas através do

desenvolvimento e sobrevivência de algumas pragas ou no controle de outras, mas deve

ser associado à rotação de culturas visando manter a população de pragas a níveis de

dano aceitáveis (MARODIM et al., 1998).

Um dos aspectos mais importantes para se alcançar sucesso no PD é a formação

de uma contínua cobertura vegetal, viva ou morta, que seja capaz de minimizar o

processo erosivo, que leve a uma maior retenção de água no solo e que promova uma

maior disponibilização de nutrientes (LOPES et al., 2003). Essas metas são atingidas

mediante a adoção de um sistema de rotação de culturas que não siga apenas uma

alternância aleatória de espécies, mas de uma seqüência racional de culturas,

considerando suas exigências edafo-climáticas, seus efeitos benéficos ao solo e

eficiência no controle de doenças e pragas. Além de apropriada, essa seqüência de

culturas deve oferecer praticidade à sua adoção e promover efeitos benéficos às culturas

subseqüentes, bem como ganhos econômicos. Ainda, que dentre as diversas

características desejáveis para seleção de plantas de cobertura do solo, destacam-se a

produção de fitomassa e a quantidade de nitrogênio acumulada, seja pela fixação de N2

atmosférico, seja pela reciclagem de N no sistema (OLIVEIRA et al., 2002).

Estudos indicam que o tipo de cobertura, teor de umidade do solo, práticas

agrícolas e os sistemas de rotações de culturas, afetam as populações de minhocas no

Meio Oeste dos EUA (HUBBARD et al., 1999). No PD, os resíduos permanecem na

superfície, enquanto no PC são incorporados no solo, acelerando a atividade microbiana

e, conseqüentemente, sua decomposição (BALOTA, 1998).

O sistema de plantio adotado e o tipo de cobertura influenciam no teor de

matéria orgânica do solo, acidez e teor de alumínio, resposta a aplicação de calcário,

aporte de fósforo e nitrogênio (LOPES et al., 2003), além disso, melhora a temperatura

e estrutura do solo, ocasionando uma conservação e proteção do solo (MARASCA,

2010). Estudos mostram que o teor de matéria orgânica no PD é superior ao PC,

concentrando-se na camada superficial do solo (BAYER et al., 2002). Além disso,

(CALEGARI, 2002), observaram um aumento de 34% no rendimento da soja em solo

sob PD, comparada com o rendimento no PC.

O sistema de PD pode beneficiar algumas das populações da fauna do solo

(BARETTA et al., 2006), melhorar o ambiente edáfico pela presença da palhada na

superfície do solo (KLADIVKO, 2001), aumentar a diversidade de espécies da fauna,

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principalmente, nos primeiros 5 cm de profundidade (WINTER et al., 1990). Esse

aumento na diversidade da fauna na camada superficial do solo no PD em relação ao PC

se deve, principalmente, pelo aumento de matéria orgânica ao longo do tempo, menor

revolvimento do solo e pela maior proteção da degradação pelo impacto da gota da

chuva (MELLO et al., 2003). A redução da densidade de uma população e/ou mudança

na sua estrutura representa um indicativo da perda da sustentabilidade e degradação do

solo (VARGAS & HUNGRIA, 1997).

Entretanto, a diversidade da fauna edáfica depende de uma série de fatores,

sendo sensível ao manejo do solo, tipo de preparo e cultivo do solo, condições

edáfoclimáticas, espécie de planta (vegetação/alimentação) e teor de matéria orgânica.

Desse modo, o conhecimento da fauna e suas relações ecológicas são importantes, tanto

para a avaliação da qualidade do solo, como para o entendimento da dinâmica dos

sistemas de produção (PAOLETTI & BRESSAN, 1996). Esses aspectos têm sido

considerados aspectos chave para a manutenção da estrutura e a qualidade dos solos

tropicais (LAVELLE et al., 1993).

Já o Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) constitui-se na maior parte da

fração ativa da matéria orgânica, representa o parâmetro mais sensível de detecção das

mudanças iniciais no conteúdo total de matéria orgânica do solo, podendo ser utilizada

para indicar o seu nível de degradação, em função do sistema de manejo utilizado

(CARTER et al., 1986; BENDING et al., 2000). Em situações com maior deposição de

resíduos orgânicos no solo e grande quantidade de raízes, há um estímulo da biomassa

microbiana, acarretando no aumento populacional e de sua atividade (CATTELAN &

VIDOR, 1990). Assim, além dos fatores de ambiente, a quantidade e a qualidade dos

resíduos vegetais depositados sobre o solo em PD podem alterar consideravelmente a

atividade e a quantidade de CBM. Por este motivo, a biomassa microbiana pode ser

utilizada como indicador de qualidade do solo, pois é grandemente influenciada pelo

seu manejo e uso, em que, qualquer estresse no sistema afetará a densidade, diversidade

e a atividade das populações microbianas do solo (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006).

Contudo, no Brasil, as pesquisas relacionadas com diferentes sistemas de manejo

do solo, aprofundaram-se no estudo de parâmetros físicos e químicos separadamente,

existindo um número reduzido de trabalhos analisando, conjuntamente, atributos

químicos, físicos e biológicos do solo (incluindo microbiológicos). Assim, o presente

procura contribuir com maiores informações sobre a relação entre os atributos químicos,

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físicos e biológicos do solo, pois são praticamente inexistentes os estudos sobre esse

assunto nos diferentes sistemas de manejo do Oeste de Santa Catarina.

10. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na região Oeste de Santa Catarina, no Centro de

Treinamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

(CETREC/EPAGRI) localizado em Chapecó e nos municípios vizinhos de Xanxerê e

Ouro Verde, todas no estado de Santa Catarina. As coordenadas geográficas e altitude

referente às áreas de Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde são apresentadas na Tabela 1. O

clima da região é caracterizado como mesotérmico úmido com verão quente, Cfa,

segundo a classificação de Köppen, com precipitação média anual de 2.039 mm, bem

distribuídos ao longo do ano e temperatura média anual em torno de 18ºC, variando

mensalmente de 14,1 a 23 ºC. Os dados climatológicos referentes ao período de estudo

(Figura 1) foram obtidos pela Estação Experimental da EPAGRI de Chapecó, SC.

Tabela 1. Coordenadas geográficas médias (centrais) de cada tratamento estudado na

região de Chapecó (CETREC), Xanxerê e Ouro Verde, SC.

Coordenada central média de cada tratamento (CETREC)

Tratamento S W Altitude (m)

CHAPCRC1¹ 27º 11’ 36.6” 052º 39’ 33.6” 660

CHAPDRC2 27º 11’ 36.3” 052º 39’ 32.9” 661

CHAPCSC3 27º 11’ 34.5” 052º 39’ 32.0” 668

CHAPDSC4 27º 11’ 34.3” 052º 39’ 31.7” 670

CHACMSC5 27º 11’ 38.6” 052º 39’ 48,3” 654

CHAF 27º 11’ 40,1” 052º 39’ 34,1 675

Coordenada central média de cada tratamento (Xanxerê)

Tratamento S W

XAN1PDSC 26º 49 43’ 83’’ 52º 28 17’ 87’’

XAN1PDRC 26º 49 41 82’’ 52º 28 19’ 09’’

XANCMSC 26º 20 49 54’’ 52º 27 35’ 94’’

XAN2PDRC 26º49 51’ 08’’ 52º 27 30’ 77’’

XANF 26º 49 05’ 23’’ 52º 28 11’ 68’’

Coordenada central média de cada tratamento (Ouro Verde)

Tratamento S W

OUVPDRC 26º 43’ 09,2’’ 052º 37’ 48,0’’

OUVPDSC 26º 43’ 04,3’’ 052º 18’ 04,6’’

OUVCMSC 26º 43’ 05,8’’ 052º 18’ 07,1’’

OUVF 26º 43’ 09,9’’ 052º 18’ 09,2’’ ¹Abreviação de cada tratamento e outras informações das áreas podem ser visualizadas no item 10 e nos Quadros 1, 2 e 3.

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0,0

5,0

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15,0

20,0

25,0

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Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

Meses do ano

Te

mp

era

tura

(ºC

)

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350,0

400,0

450,0

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

Temperatura (ºC)) Precipitação (mm)

Figura 1. Valores de temperatura média mensal (Temperatura,

oC) e precipitação (mm),

registrados pela Estação Metereológica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de

Santa Catarina (EPAGRI), em Chapecó, SC, no período de outubro de 2010 a

setembro de 2011.

10.1 Tratamentos

Para o presente estudo, foram escolhidos três municípios da região Oeste de

Santa Catarina envolvendo 17 parcelas com no mínimo cinco diferentes sistemas de

preparo e cultivo do solo (tratamentos) e três áreas de floresta nativa, tomadas como

referência, localizadas em altitudes, relevo, condições de solo (tipo de solo) semelhantes

(Tabela 1) abrangendo as seguintes condições de uso e manejo do solo (tratamentos):

1) Plantio convencional com rotação de culturas (PCRC);

2) Plantio direto com rotação de culturas (PDRC)

3) Plantio convencional com sucessão de cultura (PCSC)

4) Plantio direto com sucessão de cultura (PDSC)

5) Cultivo mínimo com sucessão de cultura (CMSC)

6) Floresta Nativa (F).

A relação de culturas implantadas em cada tratamento estudado no município de

Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde encontra-se nos Quadros 1, 2 e 3 respectivamente. Floresta

nativa (FN) encontra-se em climax, com pouca intervenção antrópica. A abreviação

antecedente a sigla dos tratamentos encontrados em algumas figuras referem-se ao

município coletado, sendo CHA para Chapecó, XAN para Xanxerê e OUV para Ouro

Verde.

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Quadro 1. Culturas implantadas em cada tratamento nos últimos sete anos nas áreas do

CETREC, município de Chapecó, SC.

Culturas

Tratamento Verão Inverno

CHAPCRC1 Milho (Zea mays), Feijão

(Phaseolus vulgaris) e Soja

(Glycine max)

Ervilhaca (Vicia sativa) e

aveia preta (Avena

stringosa), Aveia branca

(Avena sativa) e Azevém

(Lollium multiflorum)

CHAPDRC2 Milho (Zea mays), Feijão

(Phaseolus vulgaris) e Soja

(Glycine max)

Ervilhaca, aveia preta,

Aveia branca e Azevém

CHAPDSC3 Milho (Zea mays) Centeio (Secale cereale),

tremoço branco (Lupinus

albus), ervilhaca, Aveia

preta

CHAPDSC4 Milho (Zea mays) Centeio, tremoço branco,

ervilhaca Aveia preta

CHACMSC5 Milho (Zea mays) e Soja

(Glycine max)

Aveia preta e Azevém

Quadro 2. Culturas implantadas em cada tratamento nos últimos três anos nas áreas,

município de Xanxerê, SC.

Culturas

Tratamento Verão Inverno

XANPDSC Soja (Glycine max) Aveia preta (Avena

strigosa) e Azevém

(Lollium multiflorum)

XANPDRC Milho (Zea mays) e Soja Aveia preta (Avena

strigosa) e Azevém

XANCMSC Soja Aveia preta ou Azevém

XANPDRC Milho e Soja Aveia preta e Azevém

Quadro 3. Culturas implantadas em cada tratamento nos últimos três anos nas áreas,

município Ouro Verde, SC.

Culturas

Tratamento Verão Inverno

OUVO1PDRC Milho (Zea mays) e Soja

(Glycine max)

Aveia preta (Avena

strigosa), Azevém e trigo

OUVO2PDRC Milho e Soja Aveia preta (Avena

strigosa), Azevém e trigo

OUVOPDSC Soja Aveia e Nabo Forrageiro

OUVOCMSC Soja ou milheto Azevém ou aveia

A adubação para as culturas seguiu a recomendação da Comissão de Química e

Fertilidade do Solo do Núcleo Regional Sul da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo

– CQFSRS/SC (2004).

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Em cada sistema de manejo foram alocadas parcelas com no mínimo três

repetições (repetições verdadeiras de cada sistema). Devido ao pouco conhecimento

sobre a variabilidade dos atributos do solo nas áreas, a extensão de cada parcela foi

reduzida (aproximadamente 0,3 ha), a fim de evitar que outros efeitos atuem nos

objetivos do projeto que não aqueles proporcionados pelo efeito dos sistemas de preparo

e cultivo do solo. Além disso, cada município pode ser considerado como uma réplica

verdadeira de cada sistema de manejo estudado.

Vista dos principais tratamentos nos três municípios estudados.

Figura 2. Detalhe da aveia branca no sistema Plantio Convencional com rotação de

culturas (PCRC) em maio de 2010 no município de Chapecó, SC.

Figura 3. Detalhe do azevém no sistema Plantio Direto com rotação de culturas (PDRC)

em setembro de 2011 no município de Chapecó, SC.

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Figura 4. Detalhe do manejo com rolo-facas em aveia preta no sistema Plantio

Convencional com sucessão de culturas (PCSC) em setembro de 2011, no município de

Chapecó, SC.

Figura 5. Detalhe do manejo com rolo-facas em aveia preta no sistema Plantio Direto com

sucessão de culturas (PDSC) em setembro de 2011 no município de Chapecó, SC.

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Figura 6. Detalhe da aveia preta no sistema Cultivo Mínimo com sucessão de culturas

(CMSC) em setembro de 2011 no município de Chapecó, SC.

Figura 7. Detalhe da cobertura do solo no sistema Plantio Direto com rotação de

culturas (PDRC) em Xanxerê-SC, em fevereiro de 2011.

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Figura 8. Detalhe da cobertura do solo no sistema Plantio Direto com sucessão de

culturas (PDSC) no município de Xanxerê-SC, em fevereiro de 2011.

Figura 9. Detalhe da palhada no sistema Plantio Direto com rotação de culturas (PDRC)

no Município de Ouro Verde-SC, em fevereiro de 2011.

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Figura 10. Detalhe da pastagem no sistema Cultivo Mínimo (CM) no município de

Ouro Verde-SC, em fevereiro de 2011.

Figura 11. Detalhe da palhada no sistema Plantio Direto com rotação de culturas

(PDRC) no Município de Ouro Verde-SC, em fevereiro de 2011.

10.2 Atributos físico-químicos do solo

As amostras de solo para análises físicas, microbiológicas (C da biomassa

microbiana e respirometria) e químicas (pH, P, K, Ca, Mg, S, entre outros) foram

retiradas nos mesmos pontos de avaliação da fauna do solo, numa profundidade de 0 a

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20 cm por meio de um trado tipo holandês e as análises realizadas, conforme descrito

em Tedesco et al. (1995). Os resultados das características químicas de cada tratamento

encontram-se na Tabela 2. Também foi medida a umidade do solo através de um

aparelho “Falker Hidrofarm” (Figura 12). A resistência do solo foi realizada com uso do

penetrógrafo do tipo “Falker penetroLOG” (Figura 13), até a profundidade de 20 cm,

sendo realizadas leituras a cada 10 mm, com 9 leituras em cada tratamento (n: 3 x 3 =

9).

Figura 12. Detalhe do aparelho Hidrofarm com o sensor introduzido no solo (0-20 cm)

medindo a umidade do solo no tratamento de Cultivo Mínimo com sucessão de culturas

(CMSC), em março de 2011, município de Ouro Verde-SC.

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Figura 13. Detalhe do equipamento Falker penetroLOG automatizado estacionado,

utilizado para medição da resistência a penetração até a profundidade de 0-20 cm.

Tabela 2. Características químicas do solo em cada tratamento na camada de 0-20 cm,

na região de Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde-SC, em Junho de 2011.

Tratamentos pH MO P K Ca Mg H + Al SB %

CHAPCRC 5,9 3,5 12,4 286,0 7,8 2,3 4,89 68,91

CHAPDRC 6,1 3,0 10,7 377,0 10,1 3,1 3,89 78,41

CHAPCSC 6,2 4,3 16,9 361,0 10,8 4,4 3,47 82,26

CHAPDSC 6,1 4,4 14,4 347,0 10,0 4,1 3,89 79,35

CHACMSC 5,7 3,9 12,7 84,3 5,8 3,0 6,25 59,51

CHAF 5,0 4,3 3,3 79,1 3,6 0,9 13,75 25,67

XAN1PDSC 5,7 3,5 8,5 81,7 8,4 3,7 6,15 66,61

XAN1PDRC 5,7 3,9 4,8 90,3 7,0 2,80 6,15 62,08

XANCMSC 6,8 4,0 4,7 50,7 12,6 5,0 1,74 91,04

XAN2PDRC 6,0 4,2 5,0 136,0 10,4 2,9 4,36 75,73

XANF 4,8 4,3 3,2 78,3 1,2 0,6 17,30 10,23

OUV1PDRC 6,0 6,3 5,5 110,0 10,0 3,3 4,36 75,69

OUV2PDRC 6,1 4,1 7,5 120,0 11,8 4,1 3,89 80,67

OUVPDSC 6,4 5,0 4,4 245,0 10,5 3,0 2,75 83,73

OUVCMSC

OUVF

6,4

6,3

13,1

4,7

5,4

2,8

263,0

280,0

9,6

15,9

2,9

3,0

2,75

3,09

82,70

86,39

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10.3 Coleta da fauna do solo

Para a avaliação da fauna edáfica foram realizadas uma coleta no primeiro trimestre

de 2011, por meio da instalação de nove armadilhas de solo, distribuídas aleatoriamente

em cada tratamento (n =9 repetições verdadeiras de cada sistema de manejo x 3

armadilhas por cada repetição = 27). As armadilhas usadas foram do tipo “trampas de

Tretzel” constituídas por cilindros com 8 cm de diâmetro (Figura 14), instaladas na

superfície do solo com permanência de três dias no campo (BARETTA et al., 2003).

Após a retirada das armadilhas foi realizada a limpeza e a classificação dos animais no

Laboratório de Solos da UDESC/CEO.

Figura 14. Detalhe da armadilha do tipo “trampas de Tretzel”, instalada no tratamento

plantio direto com rotação de culturas no município de Ouro Verde-SC (PDRC) em

março de 2011.

10.4 Coleta da macrofauna do solo

A avaliação da macrofauna do solo foi realizada no mês de setembro de 2011 nos

municípios de Chapecó e Xanxerê, utilizando a metodologia TSBF (Baretta et al.,

2010), utilizando seis pontos por tratamento. Cada tratamento contou com três réplicas

verdadeiras de cada sistema de manejo. As amostras foram passadas em peneiras de 0,2

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e 0,1 mm, separando o solo dos fragmentos vegetais e acondicionadas em recipientes

com tampa em solução de álcool etílico a 80%.

Posteriormente, os animais foram separados em grandes grupos e realizada a

contagem com auxílio de um microscópio estereocópico com 40 aumentos. Após a

identificação, os organismos foram conservados em solução de álcool etílico a 80%,

com exceção das minhocas e enquitreídeos que foram fixados e conservados em solução

de formaldeído 5 %. As minhocas foram identificadas em nível de gênero e espécies,

separadas em adultas e juvenis e contadas.

10.5 Avaliação dos atributos microbiológicos do solo

As mesmas amostras coletadas para avaliação dos atributos químicos foram

identificadas e acondicionadas em sacos plásticos e posteriormente transportadas em

caixas de isopor com gelo para o laboratório. Posteriormente, as amostras foram

passadas em peneiras de 2 mm e realizadas as análises microbiológicas de Carbono da

Biomassa Microbiana (CBM) (Vance et al., 1987) e Respirometria Basal (C-CO2) (Alef

& Nannipieri, 1995).

10.6 Análise estatística

A abundância (Número total de organismos capturados por armadilha-1

) de cada

grupo taxonômico da fauna do solo e/ou espécies de minhocas capturadas pela

metodologia TSBF nos diferentes tratamentos foi utilizada para a obtenção do

comprimento do gradiente. Como este comprimento foi menor que quatro desvios

padrão (<4SD), realizou-se a Análise de Componentes Principais (ACP), usando o

programa CANOCO versão 4.0 (Ter Braak & Smilauer, 1998). Os outros atributos

físico-químicos foram utilizados posteriormente na ACP, como variáveis ambientais

explicativas.

Adicionalmente, análise de redundância (RDA) foi realizada entre as variáveis

de resposta (espécies de minhocas) e os atributos físico-químicos selecionados

(significativos a 5%), visando testar a hipótese “se existe relação significativa entre as

variáveis resposta e as ambientais explicativas (Ter Braak & Smilauer 1998)”.

Também foi calculada a freqüência relativa (FR) dos principais grupos da fauna

em cada tratamento.

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11. RESULTADOS E DISCUSSÃO

11.1 Freqüência relativa das principais ordens da fauna edáfica

Considerando os três municípios estudados (Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde-

SC) a freqüência relativa (FR) das principais ordens da fauna edáfica foi influenciada

pelos diferentes sistemas de preparo e cultivo do solo, conforme demonstrado na Figura

15. As ordens mais freqüentes encontradas nos sistemas de manejo do solo foram:

Collembola, Hymenoptera (H.formicidae), Isopoda, Coleoptera, Diptera, Larvas,

Acarina e Outros (Somatórios de grupos menos freqüentes), não sendo este última

discutida no presente relatório.

A estrutura das comunidades de Formicidae (Hymenoptera) tem sido relatada

como sendo fundamental em estudos de impacto ambiental, por que elas operam na

redistribuição das partículas, dos nutrientes e da matéria orgânica, melhorando assim a

infiltração de água no solo, pela melhor porosidade e aeração (BRUYN, 1999). Já os

ácaros (Acarina) podem ser encontrados na matéria orgânica superficial do solo, em

ninhos de aves, roedores, alimentos armazenados e em restos vegetais (ALVES et al.,

2006), pois sua população pode sofrer alterações através da atividade humana, com a

adição de produtos químicos, como por exemplo, fertilizantes nitrogenados, inseticidas,

fazendo com que diminua assim os predadores, beneficiando a população de ácaros no

solo (ALVES et al., 2006). As outras ordens da fauna edáfica tiveram uma FR menor

em todos os sistemas de manejo estudados.

O Plantio convencional com sucessão de culturas (PCSC) apresentou maior

dominância do grupo Collembola em comparação aos demais sistemas estudados. Já os

tratamentos com rotação de culturas (RC), especialmente o Plantio Direto (PD)

apresentaram-se com uma maior uniformidade de distribuição dos grupos da fauna

edáfica (dados não demonstrados). Esse mesmo comportamento também foi observado

por Baretta et al. (2006) em plantio convencional quando compararam sistemas de

preparo e o cultivo do solo num Cambissolo na região de Lages, SC, sendo considerado

o grupo responsável pela separação entre os tratamentos.

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0% 20% 40% 60% 80% 100%

PCRC

PDRC

PCSC

PDSC

CMSC

FNT

rata

me

nto

s

Frequência relativa dos principais grupos da fauna edáfica

Coleoptera Acarina Diptera Larvas Aranae Collembola Isopoda H.formicidae Outros

Figura 15. Freqüência relativa dos principais grupos da fauna edáfica capturados em

cada tratamento pelo método das armadilhas (Pitfall traps), independente da região.

Tratamentos: PCRC: Plantio convencional com rotação de culturas; PDRC: plantio

direto com rotação de culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão de

culturas; PDSC: plantio direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo

com sucessão de culturas; FN: floresta nativa. (n=27).

11.1.1 Análise multivariada para fauna edáfica

A análise de componente principal (ACP) evidenciou-se que a componente

principal 1 (CP1) explicou 38,1 e a 2 (CP2) 27,9%, totalizando 66% da variabilidade

dos dados. Os plantios diretos tanto com rotação como sucessão de culturas (PDRC e

PDSC) ficaram afastados dos plantios convencionais (PCSC e PCRC) com abundância

diferenciada da fauna edáfica (Figura 16).

Page 25: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

-1.0 1.5

-0.8

1.0

Hym

Ispt

Coleo

Aca

Thy

Dipt

Lepi Larv

Aran

Chilo

Diplo

Grilob

Hemi

Coll

Homo

Ortho

Isso

Derma

Hform

Blatt

Outr

Oligo

Umi

RP10

pH P

K

N

C

CCO

CBM

PCRCPDRC

PCSC

PDSC

CMSCF

CP1 (38,1%)

CP

2 (

27,9

%)

Figura 16. Resultado da relação entre a Componente Principal 1 (CP1) e 2 (CP2) da Análise de

Componentes Principais (ACP) para a abundância dos principais grupos da fauna edáfica

(em itálico) e atributos físico-químicos do solo (em vermelho) nos diferentes sistemas de

manejo do solo, independente da região (Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde, SC). RP10:

Resistência à penetração na camada de 0-10 cm; pH: Potencial hidrogeniônico em água;

C= Carbono total; N= Nitrogênio total; P: Fósforo; K: Potássio; Umi: Umidade do Solo;

CBM: Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) e CCO: Respiração basal (C-CO2). Aca=

Acarina; Coll= Collembola; Aran=Araneae; Coleo= Coleoptera; Hform= Hymenoptera:

formicidae; Dipt= Diptera; Oli= Oligochaeta; Hym= Hymenoptera; Thy= Thysanoptera;

Chilo= Chilopoda; Derm= Dermaptera; Isso= Isopoda; Larv= Larvas; Outr= Outros;

Homo= Homoptera; Blatt= Blattodea; Grilob= Griloblattodea; Ispt= Isoptera; Hemi=

Hemiptera; Diplo= Diplopoda; Lepi= Lepidoptera. Tratamentos: PCRC: Plantio

convencional com rotação de culturas; PDRC: plantio direto com rotação de culturas;

PCSC: plantio convencional com sucessão de culturas; PDSC: plantio direto com sucessão

de culturas; CMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas e FN: floresta nativa. (n= 9

pontos por área x 3 municípios = 27).

Ao longo eixo 2 da CP2 no lado esquerdo superior, os grupos Hemiptera (Hemi),

Lepidoptera (Lepi), Diplopoda (Diplo), Isoptera (Ispt) e Chilopoda (Chilo) e

Oligochaeta (Oligo) ficaram mais associados aos tratamentos de plantio direto com

rotação (PDRC) e cultivo mínimo com sucessão de culturas (PDSC e CMSC), com

maiores valores de resistência a penetração na camada 0-10 (RP10) (Figura 16). A

resistência a maior RP10 ficou mais associada a esses tratamentos devido à utilização de

equipamentos pesados na semeadura da cultura implantada (informação visualizada e

disponibilizada pelo autor) e também pelo fato do produtor no período do inverno ter

nesta área pastejo de animais (bovinos), o que contribuiu para uma maior compactação

do solo. Já A Mata nativa (F) ficou disposta no centro da figura, não ficando associada

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fortemente a nenhum grupo específico, com uma boa freqüência de todos, não

apresentando nenhum grupo dominando nesta área.

Os grupos Collembola (Coll), Acarina (Aca), Hymenoptera (Hym), Araneae

(Aran), Homoptera (Homo) foram mais abundantes na área de plantio direto com

sucessão de culturas (Figura 16). Já o convencional com rotação de culturas (PCRC)

ficou mais associado com os grupos Dermaptera (Derma), Isopoda (Isso), Larvas (Larv)

e Outros (Outr= Somatório dos grupos menos freqüentes) associado a maiores valores

de C-CO2. Resultados semelhantes ao presente estudo foram encontrados por Baretta et

al. (2006) e Alves et al (2006) ao comparar sistemas de plantio direto e convencionais

num Cambissolo da região de Lages, SC e um Latossolo na região de Campinas, SP,

respectivamente. Os autores também encontraram maior abundância de colêmbolos nos

sistemas mais impactados como nos plantios convencionais quando comparados com

plantios diretos e atribuíram esse comportamento não à diversidade de Collembola e

sim a dominância deste grupo da fauna sobre a comunidade da fauna edáfica. Maior

abundância de Hymenoptera, Acarina e Homoptera no sistema de plantio convencional

não são bons resultados, pois este grupo tem sido reportados como pragas de lavouras

(Baretta et al., 2006).

Conforme relatado por diversos autores, os sistemas mais conservacionista

contribuem para o melhor desenvolvimento da fauna edáfica, além de apresentarem alta

relação com fertilidade do solo, devido ao aumento da atividade biológica (Alves et al.,

2006).

11.2 Atributos físicos do solo

As Figuras 17, 18 e 19 demonstram os resultados de resistência à penetração nas

profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm e 0-20 cm, respectivamente. Como antes das

determinações as áreas de plantio convencional foram revolvidas (uma aração mais duas

gradagens) pode se perceber que, os tratamentos que se encontram mais compactados

nas profundidades 0-10 cm foram os de plantio direto e cultivo mínimo. Isto é

decorrente, principalmente, do não-revolvimento do solo nos sistemas de plantio direto

e da movimentação de máquinas e implementos agrícolas, sobretudo quando realizada

em solos com teores elevados de argila (VIEIRA, 1981; VIEIRA & MUZILLI, 1984;

CORRÊA, 1985). Entretanto, com o passar dos anos os valores podem não ser tão

elevados e os valores de RP podem diminuir, devido, em parte, pelo aumento do

conteúdo de matéria orgânica na camada superficial, favorecendo a melhoria da

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estrutura do solo (FERNANDES et al., 1983; REEVES, 1995). Assim, é necessário

continuar o monitoramento das áreas para se verificar o efeito ao longo do tempo.

Ainda aliado a isso, deve se levar em consideração o fato de que nos

tratamentos: cultivo mínimo com sucessão de culturas (CMSC), plantio direto com

sucessão de culturas (PDSC) animais (bovinos de leite) são soltos (prática comum na

região) para pastejo na época de inverno. Os tratamentos de plantio convencional foram

os que apresentaram menores valores de RP, estando menos compactados,

especialmente na camada 0 a 10 cm (Figura 17).

Nas profundidades de 0-20 cm (Figura 19) e 10-20 cm (Figura 18) se percebe que a

diferença entre os tratamentos nos diferentes sistemas com relação à RP diminuiu. Esse

comportamento observado nestas duas figuras (Figuras 17 e 18) já foi citado

anteriormente, pois o sistema de plantio direto costuma ter as camadas superficiais

compactadas, isso por ser um sistema onde não ocorre revolvimento do solo, somando

ainda a isso, o uso de máquinas pesadas (tratores, semeadeiras e colheitadeiras). Já nos

tratamentos com sistema de plantio convencional ocorre o inverso, onde as primeiras

camadas encontram se normalmente menos compactadas por serem constantemente

revolvidas para o plantio e as camadas mais profundas mais compactadas.

0 20 40 60 80 100 120

PCRC

PDRC

PCSC

PDSC

CMSC

F

Sis

tem

as

de

ma

ne

jo d

o s

olo

Resistência a penetração Kpa (0 - 10 cm)

Figura 17. Resistência a penetração (RP) na profundidade de 0-10 cm nos diferentes

sistemas de manejo do solo, independente da região. Tratamentos: PCRC: Plantio

convencional com rotação de culturas; PDRC: plantio direto com rotação de

culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão de culturas; PDSC: plantio

direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas

e FN: floresta nativa. (n= 9 pontos por área x 3 municípios = 27).

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0 200 400 600 800 1000 1200

PCRC

PDRC

PCSC

PDSC

CMSC

FS

iste

ma

s d

e m

an

ejo

do

so

lo

Resistência a penetração Kpa (10 - 20 cm)

Figura 18. Resistência a penetração (RP) na profundidade de 10-20 cm nos diferentes

sistemas de manejo do solo, independente da região. Tratamentos: PCRC: Plantio

convencional com rotação de culturas; PDRC: plantio direto com rotação de

culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão de culturas; PDSC: plantio

direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas

e FN: floresta nativa. (n= 9 pontos por área x 3 municípios = 27).

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

PCRC

PDRC

PCSC

PDSC

CMSC

F

Sis

tem

as

de

ma

ne

jo d

o s

olo

Resistência a penetração Kpa (0 -20 cm) Figura 19. Resistência a penetração (RP) na profundidade de 0-20 cm nos diferentes

sistemas de manejo do solo, independente da região. Tratamentos: PCRC: Plantio

convencional com rotação de culturas; PDRC: plantio direto com rotação de

culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão de culturas; PDSC: plantio

direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas

e FN: floresta nativa. (n= 9 pontos por área x 3 municípios = 27).

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11.3 Umidade

O conhecimento da umidade do solo é de fundamental importância, pois indica

em que condições hídricas encontram-se o mesmo. Devido aos diferentes sistemas de

manejo no solo na região de Chapecó, o tratamento que apresentou melhor resultado foi

o plantio direto com rotação de culturas (CHAPDRC) (Figura 20), pois neste tratamento

houve maior cobertura do solo e isto proporcionou maior retenção de umidade. Estes

valores foram seguidos pelos sistemas plantio convencional com rotação de culturas

(CHAPCRC) e plantio direto com sucessão de culturas (CHAPDSC).

Nos tratamentos cultivo mínimo com sucessão de culturas (CHACMSC) a

umidade ficou abaixo do esperado, devido ao manejo realizado neste tratamento. A

cobertura do solo foi em menor escala devido ao produtor ter feito silagem e também no

período do inverno nesta área havia pastejo de bovinos de leite, isto tem uma correlação

negativa, pois consequentemente reduz a palhada e favorece a perda de solo pela erosão.

No tratamento plantio direto com sucessão de culturas (CHA1PDSC) o manejo no

inverno foi semelhante ao anterior, diminuindo assim a cobertura do solo, tendo uma

relação negativa com a retenção de umidade do solo pela palhada.

No município de Xanxerê (Figura 21) os tratamentos com melhores índices de

umidade também foram os sistemas plantio direto com rotação de culturas

(XAN2PDRC) apresentando 28,36% de umidade. Isto pode estar relacionado a

cobertura de solo, pois este tratamento obteve a maior média total de matéria seca kg/ha

(Figura 24), seguido do tratamento plantio direto com sucessão de culturas

(XAN2PDSC) e plantio direto com rotação de culturas (XAN1PDRC). O tratamento

plantio direto com sucessão de culturas (XAN1PDSC) apresentou menor umidade com

21,76%, isto pode estar relacionado por ter menos cobertura de solo e

consequentemente reter menos umidade, seguido da floresta nativa com 18,66% de

umidade.

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0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

CHAPCRC CHAPDRC CHAPCSC CHAPDSC CHACMSC CHA1PDSC CHAF

Tratamentos

Um

ida

de

Re

lati

va

(%

)

Figura 20. Média da umidade (%) em cada tratamento na região de Chapecó, SC.

Tratamentos: CHAPCRC1: Plantio convencional com rotação de culturas;

CHAPDRC2: Plantio direto com rotação de culturas; CHAPCSC3: Plantio

convencional com sucessão de culturas; CHAPDSC4: Plantio direto com sucessão de

culturas; CHACMSC5: Cultivo mínimo com sucessão de culturas; CHA1PDSC6:

plantio direto com sucessão de culturas; CHAF: Floresta nativa.

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

XAN1PDSC XAN1PDRC XAN2PDSC XAN2PDRC XANF

Tratamentos

Um

ida

de

Re

lati

va

(%

)

Figura 21. Média da umidade (%) em cada tratamento na região de Xanxerê, SC.

Tratamentos: XAN1PDSC: Plantio direto com sucessão de culturas; XAN1PDRC:

Plantio direto com rotação de culturas; XAN2PDSC: Plantio direto com sucessão de

cultura; XAN2PDRC: Plantio direto com rotação de cultura e XANF: Floresta nativa.

Os tratamentos do município de Ouro Verde (Figura 22) tiveram seu percentual

de umidade mais homogêneos, sendo que o sistema de plantio direto com rotação de

Page 31: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

culturas (OUVPDRC) obteve maior teor de umidade (40,77%), seguido pelos

tratamentos de plantio direto com rotação de culturas e plantio direto com rotação de

culturas (40,38%). Isto pode ser explicado pela cobertura do solo com a palhada

remanescente no OUVPDRC. Já o sistema de cultivo mínimo com sucessão de culturas

(OUVCMSC) obteve menor umidade (38,61%), seguido da floresta nativa (OUVF:

31,28%).

25

27

29

31

33

35

37

39

41

43

OUV1PDRC OUV2PDRC OUVPDSC OUVCMSC OUVF

Tratamentos

Um

ida

de

Re

lati

va

(%

)

Figura 22. Média da umidades (%) de cada tratamento na região de Ouro Verde, SC.

Tratamentos: OUV1PDSC: Plantio direto com rotação de culturas; OUV2PDRC:

plantio direto com rotação de culturas; OUVPDSC: plantio direto com sucessão de

culturas; OUVCMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas e OUVF: floresta

nativa.

11.4 Matéria seca

A produção de matéria seca analisada nos diferentes sistemas de manejo na área

de Chapecó-SC sofreu variações, conforme mostra a Figura 23. Os tratamentos que

apresentaram melhores resultados foram: plantio direto como rotação de culturas

(CHAPDRC) e plantio convencional com sucessão de culturas (CHAPCRC), seguidos

pelo plantio direto com sucessão (CHAPDSC). Os tratamentos de plantio direto

obtiveram bons resultados devido a grande quantidade de palhada na cobertura do solo.

O tratamento de plantio convencional fica é manejado agroecologicamente dentro do

CETREC. Já os tratamentos de cultivo mínimo com sucessão de culturas apresentaram

baixa quantidade de palhada devido ao manejo realizado, sendo que nesta área foi feito

silagem antes da coleta do material remanescente e entrada de gado na área. No

tratamento plantio direto com sucessão de culturas (CHA1PDSC) é manejado no

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sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) e neste tratamento no período do inverno

tinha bovinos de leite pastejando na área, o que causou redução da quantidade de

palhada e na cobertura do solo.

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

3500,00

4000,00

4500,00

CHAF CHAPCRC CHAPDRC CHAPCSC CHAPDSC CHACMSC CHA1PDSC

Tratamentos

Ma

ss

a t

ota

l m

até

ria

se

ca

Kg

/ha

Figura 23. Massa total matéria seca (Kg/ha) nos diferentes sistemas de manejo do solo na

região de Chapecó, SC. Tratamentos: CHAPCRC: Plantio convencional com rotação

de culturas; CHAPDRC: plantio direto com rotação de culturas; CHAPCSC: plantio

convencional com sucessão de culturas; PDSC4: plantio direto com sucessão de

culturas; CHACMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas; CHAPDSC: plantio

direto com sucessão de culturas e CHAFN: Floresta Nativa.

A produção de matéria seca analisada em Xanxerê-SC sofreu variações entre os

tratamentos (Figura 24). O melhor resultado foi encontrado no sistema de plantio direto

com rotação de culturas, devido ao manejo realizado, sendo que nesta área obtinha também

palhada das culturas de inverno, deixando o solo mais protegido contra a erosão, reduzindo

perda de nutriente pelo processo de lixiviação e também havendo uma maior retenção de

umidade no solo. Em contra posição, os dois sistemas de plantio direto com sucessão de

culturas obtiveram menores valores, devido ao manejo, sendo que no inverno era feito o

pastejo de bovinos de corte e deixando as áreas parcialmente sem cobertura.

Page 33: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

XAN1PDSC XAN1PDRC XAN2PDSC XAN2PDRC

Tratamentos

Ma

ss

a t

ota

l ma

téri

a s

ec

a k

g/h

a

Figura 24. Massa total matéria (Kg/ha) nos diferentes sistemas de manejo do solo na região

de Xanxerê, SC. Tratamentos: XAN1PDSC: Plantio direto com sucessão de culturas;

XAN1PDRC: plantio direto com rotação de culturas; XAN2PDSC: plantio direto com

sucessão de cultura; XAN2PDRC: plantio direto com rotação de cultura.

A produção de matéria seca em Ouro Verde, SC também foi influenciada pelos

tratamentos (Figura 25). Os melhores resultados foram encontrados nos dois

tratamentos de plantio direto, especialmente no com rotação de culturas, devido á maior

concentração de palhada remanescente. Em contra partida os tratamentos com menos

palhada remanescente foram os sistemas de plantio direto com sucessão de culturas e o

cultivo mínimo com sucessão de culturas.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

OUV1PDRC OUV2PDRC OUVPDSC OUVCMSC

Tratamentos

Ma

ss

a t

ota

l d

e m

até

ria

se

ca

Kg

/ha

Figura 25. Média massa total matéria (Kg/ha) nos diferentes sistemas de manejo do solo na

região de Ouro Verde SC. Tratamentos: OUV1PDRC: Plantio direto com rotação de

culturas; OUV2PDRC: plantio direto com rotação de culturas; OUVPDSC: plantio

direto com sucessão de cultura; OUVCMSC: cultivo mínimo com sucessão de culturas.

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11.5 Diversidade de minhocas

Observou-se que a relação entre a ocorrência das espécies de minhocas

capturadas pelo método de TSBF na profundidade de 0-20 cm e as variáveis ambientais

(físico-quimicas do solo) é mais forte do que a esperada ao acaso. Essa hipótese foi

confirmada através do teste de significância para os dois primeiros eixos da análise de

redundância (RDA) (Eixo 1, F= 30,86; P≤0,002); e Eixo 2, F= 6,8; P≤0,002), através da

significância das permutações de Monte Carlo (p<0,0020) (Ter Braak e Smilauer,

1998). Assim, os testes de Monte-Carlo revelaram relações significativas entre as

espécies e os atributos físico-quimicos utilizados na análise, independente da região

(Chapecó ou Xanxerê) amostrada.

-1.5 1.0

-1.0

1.0

A.gracA.JUV

D.grac

D.JUV

L.sp.1L.sp.1J

L.sp.2

Glosso

G.sp.1

G.sp.1J.G.sp.2

P.JUVU.sp.

JUV

sp.NI

Umi

RP20

pH

MO

P

K

Mg

S

CBM

Figura 26. Resultado da Análise de Redundância (RDA) para a abundância de espécies de

minhocas (em itálico) e atributos físico-químicos do solo (em vermelho) nos diferentes

sistemas de manejo do solo, independente da região (Chapecó e Xanxerê SC). RP20:

Resistência à penetração na camada de 0-20 cm; pH: Potencial hidrogeniônico em água;

MO: Matéria Orgânica; S: Enxofre; P: Fósforo; Mg: Magnésio; K: Potássio; Umi: Umidade

do Solo; CBM: Carbono da Biomassa Microbiana (CBM). JUV= juvenil; A.grac=

Amynthas gracilis; A.JUV= Amynthas sp. juvenil; D.grac= Dichogaster gracilis;

D.JUV=Dichogaster sp. juvenil; L.sp.1= Lumbricidae sp.1; L.sp.1 JUV: Lumbricidae sp.1

juvenil; L.sp.2= Lumbricidae sp.2; Glosso= Glossoscolecidae; G.sp.1= Glossoscolex

sp.1;G.sp.1J= Glossoscolex sp.1 juvenil; G.sp.2= Glossoscolex sp.2; P.JUV= Pontoscolex

corethrurus Juvenil; P.JUV= Pontoscolex sp. juvenil; U.sp= Urobenus sp.; sp.NI= espécie

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não identificada.Tratamentos: PCRC: plantio convencional com rotação de culturas;

PDRC: plantio direto com rotação de culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão

de culturas; PDSC: plantio direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo com

sucessão de culturas e FN: floresta nativa. (n= 6 pontos por área x 2 municípios = 12).

Não considerando as variáveis ambientais, os eixos 1 e 2 da RDA explicam

79,4% e 4,22% da variabilidade dos dados, respectivamente. Já as variáveis ambientais

significativas ao nível de significância de 5% (RP20: Resistência à penetração na

camada de 0-20 cm; pH: Potencial hidrogeniônico em água; MO: Matéria Orgânica; S:

Enxofre; P: Fósforo; Mg: Magnésio; K: Potássio; Umi: Umidade do Solo; CBM:

Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) explicaram o restante da variabilidade dos

dados.

Na RDA, as espécies A.JUV, A.grac e JUV, por exemplo, obtiveram seu ótimo

quanto maior o valor da umidade do solo (Umi), Carbono da Biomassa Microbiana

(CBM), fósforo (P) e pH (Figura 26). Já as espécies P.JUV, sp. NI, U.sp.; G.sp.1 foram

mais frequentes quanto maiores os valores de Matéria Orgânica do Solo (MO), e assim

por diante. Sendo as espécies associadas ao teor de MO na sua grande maioria espécies

nativa do gênero Glossoscolex e Urobenus.

Análise de Componentes Principais (ACP) para diversidade de minhocas

A ACP realizada para a diversidade de espécies de minhocas evidenciou-se que

a componente principal 1 (CP1) explicou 29,7 e a 2 (CP2) 18,7, totalizando 48,4% da

variabilidade dos dados. O plantio direto tanto com rotação como sucessão de culturas

(PDRC e PDSC) ficou afastado do cultivo mínimo (CMSC) e mata nativa (F), com

abundância diferenciada de espécies de minhocas (Figura 27).

Ao considerarmos todas as áreas estudas, foram encontradas 9 espécies de

minhocas (Figura 27). Destas, uma espécie é considerada peregrina (Pontoscolex

corethrurus), duas espécies são exóticas (Amynthas gracilis e Dichogaster gracilis) ,

três espécies são nativas (Glossoscolex sp.1, Glossoscolex sp.2, Urobenus sp.) e três de

origem incerta (Lumbricidae sp.1, Lumbricidae sp.2 e sp.NI). Deve ser ressaltado que

foram identificadas pelo menos duas novas espécies (Glossoscolex sp.1, Glossoscolex

sp.2) e as espécies de origem incerta ainda necessitam melhor estudo. Esse é um

resultado considerado muito promissor uma vez que não há registros de espécies de

minhocas para a região oeste do estado de Santa Catarina.

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Ao longo eixo 2 da CP2 no lado esquerdo (Figura 27), as espécies L.sp.1J;

L.sp.1; A.JUV; A.grac. e JUV ficaram fortemente associadas as áreas de plantio direto e

convencionais tanto em sucessão quanto em rotação de culturas, devido a esses sistemas

apresentarem maiores teores de umidade do solo, CBM, P e S. No lado direito U.sp.;

P.JUV.; sp.NI.; Glosso e G.sp.1 ficaram mais associadas a floresta nativa.

-0.8 0.8

-0.8

0.8

A.grac

A.JUV

D.grac

D.JUV

L.sp.1L.sp.1J

L.sp.2

Glosso

G.sp.1

G.sp.1J.

G.sp.2

P.JUV

U.sp.

JUV

sp.NI

Umi

RP20

pH

P

S

CBM

PCRC

PCSC

PDRC

PDSC

CMSC

NF

CP 1 (29,7%)

CP

1 (1

8,7%

)

Figura 27. Resultado da relação entre a Componente Principal 1 (CP1) e 2 (CP2) da Análise de

Componentes Principais (ACP) para a abundância da fauna edáfica e atributos físico-

quimicos do solo (em vermelho) nos diferentes sistemas de manejo do solo, independente

da região (Chapecó, Xanxerê e Ouro Verde, SC). RP20: Resistência à penetração na

camada de 0-20 cm; pH: Potencial hidrogeniônico em água; S: Enxofre; P: Fósforo; Umi:

Umidade do Solo; CBM: Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) JUV= juvenil; A.grac=

Amynthas gracilis; A.JUV= Amynthas sp. juvenil; D.grac= Dichogaster gracilis;

D.JUV=Dichogaster sp. juvenil; L.sp.1= Lumbricidae sp.1; L.sp.1 JUV: Lumbricidae sp.1

juvenil; L.sp.2= Lumbricidae sp.2; Glosso= Glossoscolecidae; G.sp.1= Glossoscolex

sp.1;G.sp.1J= Glossoscolex sp.1 juvenil; G.sp.2= Glossoscolex sp.2; P.JUV= Pontoscolex

corethrurus Juvenil; P.JUV= Pontoscolex sp. juvenil; U.sp= Urobenus sp.; sp.NI= espécie

não identificada. Tratamentos: PCRC: Plantio convencional com rotação de culturas;

PDRC: plantio direto com rotação de culturas; PCSC: plantio convencional com sucessão

de culturas; PDSC: plantio direto com sucessão de culturas; CMSC: cultivo mínimo com

sucessão de culturas e FN: floresta nativa. (n= 9 pontos por área x 3 municípios = 27).

A área de cultivo mínimo assim como a mata nativa se afastou das demais áreas

de plantio direto e convencional com mais minhocas das espécies G.sp. 1J; G.sp.2;

L.sp.2; D.JUV e D. grac, sendo mais compactada, ou seja, com maiores valores de

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resistência a penetração na camada de 0-20 cm (RP20) (Figura 27). Os maiores valores

de RP20 foi comentado anteriormente devido à utilização de equipamentos pesados na

semeadura da cultura implantada e também pelo fato do produtor no período do inverno

ter nesta área pastejo de animais (bovinos), o que contribuiu para uma maior

compactação do solo. Ao contrário os demais sistemas estudados, especialmente o

plantio direto não houve problemas com a compactação do solo na camada de 0-20 cm,

sendo um sistema mais conservacionista e contribui para o melhor desenvolvimento da

diversidade de minhocas, além de apresentarem alta relação com fertilidade do solo,

devido ao aumento da atividade biológica e da fauna edáfica (Alves et al., 2006; Baretta

et al., 2006).

11.6 Outros resultados obtidos

Baretta, D. ; Fachini, I. A.; Girardi, D.; Locatelli, M.; Anselmi, R.; Atributos químicos

físicos e biológicos como indicadores de sustentabilidade em sistemas de manejo do

solo na região Oeste Catarinense. 2011. Apresentação de Trabalhos/Seminário.

Fachini, I.A. ; BARETTA, D. ; Girardi, D ; Anselmi, R. ; OLIVEIRA, M. Indicadores

físico-químicos e biológicos em sistema de preparo e cultivo do solo no Oeste

Catarinense. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2011, Uberlândia,

MG. Apresentação de Trabalhos/Banner.

Fachini, I.A. ; BARETTA, D. ; Locatelli, M ; Rosa, M.G ; MACCARI, A.P. . Fauna do

solo e suas relações com atributos físico-químicos. In: XXXIII Congresso Brasileiro de

Ciência do Solo, 2011, Uberlândia, MG. Apresentação de Trabalhos/Banner.

11.6.1 Artigos publicados pela equipe relacionados ao projeto:

BARTZ, M. ; BROWN, George Gardner ; Rosa, M.G ; Locatelli, M ; BARETTA, D. .

Minhocas Urobenus sp.:das matas para as áreas para áreas de plantio direto. Revista

Plantio Direto , v. 124, p. 6-7, 2011.

11.6.2 Trabalhos apresentados em congresso (Resumos expandidos e simples)

Fachini, I.A. ; BARETTA, D. ; Girardi, D ; Anselmi, R. ; OLIVEIRA, M. Indicadores

físico-químicos e biológicos em sistema de preparo e cultivo do solo no Oeste

Catarinense. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2011, Uberlândia,

MG. Resumos expandidos. Viçosa, MG : SBCS, 2011. v. 33. p. 1-4.

Fachini, I.A. ; BARETTA, D. ; Locatelli, M ; Rosa, M.G ; MACCARI, A.P. . Fauna do

solo e suas relações com atributos físico-químicos. In: XXXIII Congresso Brasileiro de

Ciência do Solo, 2011, Uberlândia, MG. Resumos expandidos. Viçosa, MG : SBCS,

2011. v. 33. p. 1-4.

Page 38: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

FACHINI, I. A. ; Baretta, D. ; BARETTA C. R. D. M. ; Bartz. M.L.C. ; MACCARI, A.

P. ; ANSELMI R. ; Girardi D. ; Pasetti, M. . Efeito do preparo e do cultivo sobre os

atributos microbiológicos do solo no Oeste Catarinense. In: II Simpósio Internacional

de Plantio Direto e Meio Ambiente, 2011, Uberlândia, MG. Resumos. Uberlândia, MG :

FEBRAPDP, 2011. v. 1. p. 1-1.

Fachini, I.A. ; BARTZ, M. ; Maluche-Baretta, C.R.D. ; Girardi, D ; Anselmi, R. ;

Pasetti, M. ; BARETTA, D. . Indicadores físico-químicos e biológicos em sistemas de

preparo e cultivo do solo. In: II Simpósio Internacional de Plantio Direto e Meio

Ambiente e 11 Encontro de Plantio Direto no Cerrado, 2011, Uberlândia. Resumos.

Uberlândia, MG : FEBRAPDP, 2011. v. 1. p. 1-1.

FACHINI, I. A.; Bartz. M.L.C. ; Baretta, D. ; Locatelli M. ; ROSA, M. G. ; MACCARI,

A. P. . Fauna Edáfica e suas relações com os atributos físico-químicos do solo. In: 11º

Encontro de Plantio direto no Cerrado & 2º Simpósio Internacional de Plantio Direto e

Meio Ambiente, 2011, Uberlândia - MG. 11º Encontro de Plantio direto no Cerrado &

2º Simpósio Internacional de Plantio Direto e Meio Ambiente, 2011.

Os trabalhos publicados na integra em jornais, seminários, congressos e os

certificados encontram-se anexados ao relatório.

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos, notou-se que a freqüência relativa da fauna

edáfica, diversidade de espécies de minhocas, teor de umidade, compactação do solo e

quantidade de palhada na superfície do solo foi diferenciada entre os sistemas de

manejo estudados.

Nos sistemas com plantio direto com rotação de culturas (PDRC) obteve-se maior

índice de umidade relativa e também de palhada sendo um fator importante no combate da

erosão e na retenção de umidade.

As ordens mais freqüentes encontradas nos diferentes sistemas de manejo do

solo, independente do tratamento, foram Collembola, Hymenoptera, Isopoda,

Coleoptera, Díptera, Larvas, Acarina e Outros (Somatórios de grupos menos

freqüentes);

Os resultados do presente relatório reforçam os resultados obtidos pelo mesmo

grupo na região Oeste de Santa Catarina, especialmente quando considerarmos todos os

atributos edáficos, sendo que o Plantio Direto com rotação de culturas (PDRC) ficou

mais afastado dos outros sistemas de manejo com melhores condições físico-químicas e

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biológicas do solo, em comparação ao Plantio Convencional (PCSC), Cultivo Mínimo

(CMSC) e Plantio Direto com sucessão de culturas (PDSC).

Alguns grupos da fauna edáfica se apresentam com potencial para serem usados

como indicadores da qualidade do solo, pois se mostraram sensíveis ao preparo e cultivo do

solo, podendo ajudar no monitoramento visando um manejo ecológico com maior

biodiversidade.

Quando considerarmos todos os atributos edáficos estudados, o sistema de

plantio direto com rotação de culturas (PDRC) ficou mais afastado dos outros sistemas

de manejo com melhores condições físico-químicas e biológicas do solo, em

comparação aos sistemas de plantio convencional com sucessão de culturas (PCSC),

cultivo mínimo com sucessão de culturas (CMSC) e plantio direto com sucessão de

culturas (PDSC). Os atributos considerados melhores indicadores químicos foram

Potássio, pH, Matéria Orgânica, Fósforo, H+Al e os biológicos o grupo Collembola,

diversidade de espécies de minhocas e CBM, respectivamente.

Recomenda-se continuar esse estudo na região Oeste de Santa Catarina por mais

um ano, visando conclusões mais precisas e na seleção dos melhores indicadores de

sustentabilidade dos sistemas de preparo e cultivo do solo, especialmente de diversidade

de minhocas, pois encontrada uma espécie de minhoca em áreas de plantio direto que só

havia sido relatada em florestas nativas, podendo ser um indicio de que o sistema PD

preserva espécies nativas de minhocas e mantem a mesma biodiversidade das florestas

nativas (ver Artigo anexado ao relatório), visando esses dados servirem de suporte para

a criação de políticas públicas para valorização dos produtores que mantêm a

biodiversidade do solo.

13. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Fundação Agrisus pela bolsa (Ivandro A. Fachini) e

apoio financeiro, e ao Dr. Ondino Bataglia pelas sugestões no projeto. Agradecem ao

CETREC/EPAGRI pela disponibilidade da área experimental e pela ajuda. Os autores

agradecem ao Departamento de Zootecnia, ao funcionário Gilberto François e ao

CEO/UDESC pelo apoio. Também a Dra. Marie L. Bartz pea identificação das espécies

de minhocas encontradas.

Page 40: ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS COMO ... os indicadores que mais contribuem para separar os sistemas de preparo e cultivo do solo. Para este estudo, além do município

14. REFERÊNCIAS

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