73
ATUALIZAÇÃO Jaime Barreiros Neto DIREITO ELEITORAL 40

ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO

coleção

SINOPSESpara concursos

coordenação

Leonardo de Medeiros Garcia

DIREIT

O ELEI

TORA

LJa

ime

Barr

eiro

s N

eto

40

coleç

ão

SINOPSE

Spa

ra co

ncur

sos

TÍTULOS DA COLEÇÃO E PRÓXIMOS LANÇAMENTOS

v.1 – Direito Penal - Parte Geral

v.2 – Direito Penal - Parte Especial - Dos crimes contra a pessoa aos crimes contra a família

v.3 – Direito Penal - Parte Especial - Dos crimes contra a incolumidade pública aos crimes contra a administração pública

v.4 – Leis Especiais Penais - Tomo I

v.5 – Leis Especiais Penais - Tomo II

v.6 – Lei de Execução Penal

v.7 – Processo Penal - Parte Geral

v.8 – Processo Penal - Procedimentos, Nulidades e Recursos

v.9 – Direito Administrativo

v.10 – Direito Civil - Parte Geral

v.11 – Direito Civil - Obrigações e Responsabilidade Civil

v.12 – Direito Civil - Direito das Coisas

v.13 – Direito Civil - Contratos

v.14 – Direito Civil - Famílias e Sucessões

v.15 – Direito Agrário

v.16 – Direito Constitucional - Tomo I

v.17 – Direito Constitucional - Tomo II

v.18 – Processo Civil - Teoria Geral do Processo Civil

v.19 – Processo Civil - Recursos

v.20 – Processo Civil - Processo de Execução e Cautelar

v.21 – Processo Civil - Procedimentos Especiais

v.22 – Leis Trabalhistas Especiais

v.23 – Direito do Trabalho

v.24 – Processo do Trabalho

v.25 – Direito Empresarial

v.26 – Direito Penal Militar

v.27 – Direito Previdenciário

v.28 – Direito Tributário - Volume Único

v.29 – Direito Processual Militar

v.30 – Direito Ambiental

v.31 – Direito Econômico

v.32 – Direitos Transindividuais em Espécie

v.33 – Direito do Consumidor

v.34 – Juizados Especiais

v.35 – Direito Internacional

v.36 – Direito da Criança e do Adolescente

v.37 – Direito Financeiro

v.38 – Ética Profissional

v.39 – Direitos Humanos

v.40 – Direito Eleitoral

v.41 – Medicina Legal

v.42 – Súmulas STF e STJ para Concursos

40

ISBN 978-85-442-0790-1

A Coleção Sinopses para Concursos tem por finalidade a preparação para concursos pú-blicos de modo prático, sistematizado e objetivo.

Foram selecionadas as principais matérias constantes dos editais e chamados professo-res especializados em preparação de concursos a fim de elaborarem, de forma didática, o material necessário para a aprovação em concursos.

Diferentemente de outras sinopses/resumos, preocupamo-nos em apresentar ao leitor o entendimento do STF e do STJ sobre os principais pontos, além de abordar temas trata-dos em manuais e livros mais densos. Assim, ao mesmo tempo em que o leitor encontra-rá um livro sistematizado e objetivo, também terá acesso a temas atuais e entendimen-tos jurisprudenciais.

Dentro da metodologia que entendemos ser a mais apropriada para a preparação nas provas, demos destaques (em outra cor) às palavras-chaves, de modo a facilitar não so-mente a visualização, mas, sobretudo, à compreensão do que é mais importante dentro de cada matéria.

Quadros sinóticos, tabelas comparativas, esquemas e gráficos são uma constante da co-leção, aumentando a compreensão e a memorização do leitor.

Contemplamos também questões das principais organizadoras de concursos do país, como forma de mostrar ao leitor como o assunto foi cobrado em provas.

Atualmente, essa “casadinha” é fundamental: conhecimento sistematizado da matéria e como foi a sua abordagem nos concursos.

Esperamos que goste de mais esta inovação que a Editora Juspodivm apresenta.

Nosso objetivo é sempre o mesmo: otimizar o estudo para que você consiga a aprovação desejada.

Bons estudos!

LEONARDO DE MEDEIROS [email protected]

www.leonardogarcia.com.br

DIREITO ELEITORAL

JAIME BARREIROS NETO

Mestre em Direito Público (UFBA).

Doutorando em Ciências Sociais (UFBA).

Professor da Universidade Federal da Bahia, da Universidade Católica do Salvador, Faculdade Baiana de Direito e da Escola dos Magistrados da Bahia (EMAB).

Analista Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.

Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia. Autor de obras jurídicas.

Jaime Barreiros Neto

DIREITO ELEITORAL

CONFORME• EC 91/2016 • Leis 13.107 e 13.165, de 2015 – Reforma

eleitoral• Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com

Deficiência

INCLUI• Questões de concursos• Quadros de ATENÇÃO com partes importan-

tes destacadas pelo autor• Farta jurisprudência do STF e STJ• Diversas tabelas, esquemas e gráficos• Palavras-chave marcadas em outra cor

40

6a ediçãorevista, ampliada e atualizada

Capa Aberta_Coleção Sinopses v40 - Dir Eleitoral- 6ed.indd 1 10/05/2016 14:40:55

Page 2: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,
Page 3: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

3

NOTA DO AUTOR

Prezados leitores,

Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde, pelo menos, a publicação da Lei 9.504/97. A Lei 13.165, publicada em 29 de setembro de 2015, estabeleceu várias novidades na legislação eleitoral, alterando significativamente o calendário eleitoral, modificando a Lei Geral dos Partidos Políticos, estabelecendo novas regras para o cálculo das sobras no sistema eleitoral proporcional, impondo novidades na prestação de contas eleitorais e nas normas de financiamento de campanhas, com destaque para o estabelecimento de tetos para a arrecadação de recursos e proibição de financiamento público de campanhas, inovando em matéria de propaganda eleitoral e também determinando mudanças na legislação processual eleitoral.

Se não bastassem tantas novidades proporcionadas pela reforma eleitoral de 2015, o novo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15), a Emenda Constitucional91/2016 e o CPC/2015 trouxeram também importantes impactos ao direito eleitoral brasileiro.

Buscando sair na frente nas novidades, mantendo as nossas obras atualizadas, entre-gamos à Editora Juspodivm a 6ª Edição da Sinopse de Direito Eleitoral, contemplando todas as alterações ocorridas na legislação eleitoral até o mês de fevereiro de 2016. Depois dessa data, contudo, importantes modificações no sistema jurídico eleitoral brasileiro surgiram, a exemplo da Resolução TSE 23.478/2016, que disciplinou a aplicação do Novo CPC no processo eleitoral, e das novas súmulas do Tribunal Superior Eleitoral, publicadas em 24 de junho de 2016, além da Emenda Constitucional 91/2016.

Com a imprescindível contribuição dos nossos leitores, sem os quais não seria possível o sucesso da nossa obra, vislumbramos, também, alguns pontos a serem melhorados e corrigidos, a exemplo de algumas passagens de texto com erros de revisão de conteúdo e linguagem, os quais, evidentemente, não podem ocorrer. Buscamos, assim, apresentar uma errata, já disponível e, em parte, incorporada à nova tiragem desta 6ª edição da sinopse, publicada em junho. Críticas e elogios, surgidos durante todo o ano, foram e continuam a ser imprescindíveis para a manutenção do nosso compromisso de oferecer o melhor material de estudos possível para aquele que deseja conhecer o direito eleitoral. Atualizações da errata poderão surgir, caso sejam verificados equívocos não observados quando da sua publicação.

Honrando este nosso compromisso, apresentamos aos nossos leitores este pequeno módulo de atualizações, do qual constam alguns novos entendimentos do TSE acerca da aplicação da legislação eleitoral – algo que se tornará ainda mais frequente neste se-gundo semestre, em virtude da realização, em outubro próximo, das eleições municipais.

Page 4: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

4

Da mesma forma, incluímos, neste módulo de atualização, o texto integral e co-mentários à Resolução 23.478/2016, que dispôs sobre a aplicação do Novo CPC ao processo eleitoral, tema de suma importância para aqueles que estão se preparando para concursos públicos.

Por fim, também acrescentamos neste módulo a íntegra das novas súmulas do Tribunal Superior Eleitoral, recentemente publicadas, bem como o quadro comparativo revisto e atualizado das mudanças legislativas proporcionadas pela Lei 13.165/2015, de fundamental importância para a compreensão do novo direito eleitoral brasileiro.

Agradecemos a todos os nossos leitores pela boa recepção ao nosso trabalho, apro-veitando, também, a oportunidade para pedirmos desculpas pelos eventuais erros de revisão e conteúdo detectados, desejando sucesso a todos nos seus estudos.

Jaime Barreiros Neto

Julho de 2016

Page 5: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

5

ATUALIZAÇÕES – PROPAGANDA POLÍTICA

1. PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA

- Ao postulante a candidatura a cargo eletivo, é permitida a realização, na quin-zena anterior à escolha pelo partido político, de propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome, inclusive mediante a fixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção, com mensagem aos convencionais, vedado o uso de rádio, de televisão e de outdoor (Lei nº 9.504/1997, art. 36, § 1º e Art. 1º, §1º da Resolução TSE nº. 23.457/2015).

- A propaganda intrapartidária deverá ser imediatamente retirada após a respectiva convenção (Art. 1º, §2º da Resolução TSE nº. 23.457/2015).

2. PROPAGANDA ELEITORAL EM GERAL

Resolução TSE nº. 23.457/2015:Art. 14. (...)§ 7º O derrame ou a anuência com o derrame de material de propaganda no local de votação ou nas vias próximas, ainda que realizado na véspera da eleição, configura propaganda irregular, sujeitando-se o infrator à multa prevista no § 1º do art. 37 da Lei nº 9.504/1997, sem prejuízo da apuração do crime previsto no inciso III do § 5º do art. 39 da Lei nº 9.504/1997.Art. 15. Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo ou em papel, não exceda a meio metro quadrado e não contrarie a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º do art. 14 (Lei nº 9.504/1997, art. 37, § 2º).§1º A justaposição de adesivo ou de papel cuja dimensão exceda a meio metro quadrado caracteriza propaganda irregular, em razão do efeito visual único, ainda que a publicidade, individualmente, tenha respeitado o limite previsto no caput.§ 2º A veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares deve ser espon-tânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para essa finalidade (Lei nº 9.504/1997, art. 37, § 8º).§3º É proibido colar propaganda eleitoral em veículos, exceto adesivos micro-perfurados até a extensão total do para-brisa traseiro e, em outras posições, adesivos até a dimensão máxima fixada no § 2º do art. 16, observado o disposto no § 1º deste artigo.§ 4º Na hipótese do § 3º, não é aplicável, em relação ao para-brisa traseiro, o limite máximo estabelecido no caput.

Page 6: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

6

§ 5º A propaganda eleitoral em bens particulares não pode ser feita mediante inscrição ou pintura nas fachadas, muros ou paredes, admitida apenas a fixação de papel ou de adesivo, com dimensão que não ultrapasse o limite previsto no caput.Art. 16. Independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral pela distribuição de fo-lhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a responsabilidade do partido político, da coligação ou do candidato, sendo-lhes facultada, inclusive, a impressão em braille dos mesmos conteúdos, quando assim demandados (Lei nº 9.504/1997, art. 38, e Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Decreto nº 6.949/2009, arts. 9º, 21 e 29).§ 1º Todo material impresso de campanha eleitoral deverá conter o número de inscrição no CNPJ ou o número de inscrição no CPF do responsável pela con-fecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem, respondendo o infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso do poder (Lei nº 9.504/1997, art. 38, § 1º; Código Eleitoral, arts. 222 e 237; e Lei Complementar nº 64/1990, art. 22).§2º Os adesivos de que trata o caput poderão ter a dimensão máxima de cin-quenta centímetros por quarenta centímetros (Lei nº 9.504/1997, art. 38, § 3º)Art. 17. Não será tolerada propaganda, respondendo o infrator pelo emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, pelo abuso de poder (Código Eleitoral, arts. 222, 237 e 243, incisos I a IX; Lei nº 5.700/1971; e Lei Comple-mentar nº 64/1990, art. 22):I – de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social, ou de preconceitos de raça ou de classes;II – que provoque animosidade entre as Forças Armadas ou contra elas, ou delas contra as classes e as instituições civis;III – de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;IV – de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública;V – que implique oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;VI – que perturbe o sossego público, com algazarra ou abuso de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;VII – por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda;VIII – que prejudique a higiene e a estética urbana;IX – que caluniar, difamar ou injuriar qualquer pessoa, bem como atingir órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública;X – que desrespeite os símbolos nacionais.

3. PROPAGANDA ELEITORAL NA IMPRENSA ESCRITA

- Não caracterizará propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candi-dato, a partido político ou a coligação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria

Page 7: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

7

paga, mas os abusos e os excessos, assim como as demais formas de uso indevido do meio de comunicação, serão apurados e punidos nos termos do art. 22 da Lei Comple-mentar nº 64/1990 (art. 30, § 4º da Resolução TSE 23.457/2015)

- É autorizada a reprodução virtual das páginas do jornal impresso na Internet, desde que seja feita no sítio do próprio jornal, independentemente do seu conteúdo, devendo ser respeitado integralmente o formato gráfico e o conteúdo editorial da versão impressa.

Page 8: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

8

ATUALIZAÇÕES – CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016

Resolução nº 23.457, de 15 de dezembro de 2015

Art. 62. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais (Lei nº 9.504/1997, art. 73, incisos I a VIII):

I – ceder ou usar, em benefício de candidato, de partido político ou de coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;

II – usar materiais ou serviços, custeados pelos governos ou casas legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

Já declarou o TSE que “configura abuso de autoridade a utilização, por parla-mentar, para fins de campanha eleitoral, de correspondência postada, ainda que nos limites da cota autorizada por ato de Assembléia Legislativa, mas cujo conteúdo extrapola o exercício das prerrogativas parlamentares” (Ac. TSE nº. 16.067, de 25.04.2000, DJ de 14.08.2000).

III – ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comi-tês de campanha eleitoral de candidato, de partido político ou de coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou o empregado estiver licenciado;

IV – fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, de partido político ou de coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público;

O TSE tem jurisprudência no sentido de que a legislação eleitoral não proíbe a prestação de serviço social custeado ou subvencio nado pelo poder público durante o período eleitoral (três meses que antecedem a eleição), mas sim o seu uso para fins promocionais de candidato, partido ou coligação (Ac. 5.283, de 9.11.04, do TSE, DJ de 17.12.04).É válido destacar o disposto nos §§ 10 e 11 do artigo 73 da Lei n. 9.504/97, os quais, respectivamente, estabelecem que “no ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução

Page 9: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

9

orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa” e que “nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida”. A restrição, portanto, ao uso promocional de distribuição gratui-ta de bens e serviços de caráter social por candidato, partido ou coligação, previsto no inciso IV, dessa forma, se elastece, no ano eleitoral, para impedir qualquer forma de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calamidade pública, estado de emergência ou continuidade de programas sociais autorizados por lei e em execução, evitando-se, assim, o uso da máquina administrativa nas campanhas eleitorais.

V – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na cir-cunscrição do pleito, a partir de 2 de julho de 2016 até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvadas:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou conselhos de contas e dos órgãos da Presidência da República;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do Poder Executivo;

e) a transferência ou a remoção ex officio de militares, de policiais civis e de agentes penitenciários.

VI – a partir de 2 de julho de 2016 até a realização do pleito:

a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para a execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender si-tuações de emergência e de calamidade pública;

Qual o entendimento do TSE sobre este assunto?No julgamento do Ac. 266, de 9.12.04, DJ de 4.3.05, o TSE, em decisão polêmi-ca, decidiu que transferência de recursos do governo estadual a comunidades carentes de diversos municípios não caracteriza violação ao art. 73, VI, a, da Lei 9.504/97, quando os destinatários forem associações, pessoas jurídicas de direito privado, uma vez que, segundo o colendo Tribunal, “a regra restritiva

Page 10: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

10

do art. 73, VI, a, da Lei nº 9.504/97 não pode sofrer alargamento por meio de interpretação extensiva de seu texto”.

b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

Qual o entendimento do TSE sobre este assunto?No julgamento do Agravo Regimental no REspe nº 1421-84, Curitiba/PR, rel. Min. João Otávio de Noronha, em 9.6.2015, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, assentou que a propaganda institucional realizada nos três meses antecedentes ao pleito, por meio de conta de cadastro gratuito, como o Twitter, configura o ilícito previsto no art. 73, VI, b, da Lei n° 9.504/1997. No caso vertente, o governo do Estado do Paraná publicou em sua conta no Twitter feitos da administração candidata à reeleição, em período vedado pela legislação eleitoral, que esta estabelece (art. 73, VI, b, da Lei n° 9.504/1997)É válido, ainda, destacar entendimento do TSE segundo o qual no trimestre anterior ao pleito, é vedada, em obras públicas, a manutenção de placas que possuam expressões ou símbolos identificadores da administração de candidato a cargo eletivo, independentemente do momento do início da veiculação ou da autorização para a mesma. O que importa, para a caracterização da conduta vedada, é a veiculação da publicidade há menos de três meses do pleito (Ac. TSE nº. 9.877, de 01.12.2009).

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, rele-vante e característica das funções de governo.

VII – realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito;

O novo inciso VII do art. 73 modifica a regra de limitação de despesas com publicidade no ano eleitoral, a qual, doravante, só será aplicada no primeiro semestre do ano eleitoral, ao contrário do que ocorria até as eleições de 2014, quando tal vedação atingia todo o ano da eleição.

VIII – fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir de 5 de abril de 2016 até a posse dos eleitos.

Page 11: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

11

COMENTÁRIO:Considera-se revisão geral da remuneração dos servidores o aumento concedido em razão do poder aquisitivo da moeda e que não tem por objetivo corrigir situações de injustiça ou de necessidade de revalorização profissional de carreiras específica (Res. 21.296, de 12.11.02, do TSE, RJTSE v. 14, t. 1).

§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 1º).

§ 2º A vedação do inciso I não se aplica ao uso, em campanha, pelos candidatos à reeleição aos cargos de prefeito e de vice-prefeito, de suas residências oficiais, com os serviços inerentes à sua utilização normal, para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 2º).

§ 3º As vedações do inciso VI, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes pú-blicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 3º).

§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os agentes responsáveis à multa no valor de R$ 5.320,50 (cinco mil, trezentos e vinte reais e cinquenta centavos) a R$ 106.410,00 (cento e seis mil, quatrocentos e dez reais), sem prejuízo de outras sanções de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 4º, c.c. o art. 78).

§ 5º Nos casos de descumprimento dos incisos do caput e do § 10 do art. 73 da Lei nº 9.504/1997, sem prejuízo do disposto no § 4º deste artigo, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma, sem prejuízo de outras sanções de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 5º, c.c. o art. 78).

§ 6º As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reincidência (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 6º).

§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam ainda atos de improbidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429/1992, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 7º).

Lei 8.429/1992Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

Page 12: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

12

I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;(...)Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:(...)III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos políticos, às coligações e aos candidatos que delas se beneficiarem (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 8º).

§ 9º No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calami-dade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 10).

§ 10. Nos anos eleitorais os programas sociais de que trata o § 9º não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida (Lei nº 9.504/1997, art. 73, § 11).

§ 11. Para a caracterização da reincidência de que trata o § 6º, não é necessário o trânsito em julgado de decisão que tenha reconhecido a prática de conduta vedada, bastando existir ciência da sentença ou do acórdão que tenha reconhecido a ilegalidade da conduta.

Art. 63. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos (Constituição Federal, art. 37, § 1º).

Parágrafo único. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64/1990, a infringência do fixado no caput, ficando o res-ponsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro de sua candidatura ou do diploma (Lei nº 9.504/1997, art. 74).

Page 13: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

13

Art. 64. A partir de 2 de julho de 2016, na realização de inaugurações, é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos (Lei nº 9.504/1997, art. 75).

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma (Lei nº 9.504/1997, art. 75, parágrafo único).

Art. 65. É proibido a qualquer candidato comparecer, a partir de 2 de julho de 2016, a inaugurações de obras públicas (Lei nº 9.504/1997, art. 77, caput).

§ 1º A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma (Lei nº 9.504/1997, art. 77, parágrafo único).

§ 2º A realização de evento assemelhado ou que simule inauguração poderá ser apurada na forma do art. 22 da Lei Complementar nº 64/1990 ou ser verificada na ação de impugnação de mandato eletivo.

Page 14: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

14

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A APLICAÇÃO DO NOVO CPC AO PROCESSO ELEITORAL

Em 15 de junho de 2016, o Tribunal Superior Eleitoral, buscando dirimir as dúvi-das acerca do que seria e do que não seria aplicável do Novo CPC ao processo eleitoral, finalmente publicou a Resolução nº. 23.478/2016.

Logo no seu art. 2º, a resolução do TSE deixa muito clara que, “em razão da espe-cialidade da matéria, as ações, os procedimentos e os recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas específicas previstas na legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral”, tendo, assim, as normas do novo CPC, aplicação apenas su-pletiva e subsidiária, quando houver compatibilidade sistêmica com o processo eleitoral.

De forma expressa, o art. 3º da Resolução TSE nº. 23.478/2016 estabelece que os artigos 9º e 10º do novo CPC, relativos à ampla defesa e ao contraditório, são aplicáveis ao processo eleitoral. Por outro lado, o artigo 5º do instrumento normativo afasta, no processo eleitoral, a figura do Amicus Curiae, prevista no art. 138 do Código de Processo Civil, assim como determina o art. 6º a não aplicabilidade, ao processo eleitoral, das regras relativas à mediação e à arbitragem.

O processo eleitoral continuará a ser gratuito, como estabelece de forma expressa a resolução, em consonância coma Constituição Federal.

No que se refere aos prazos, matéria extremamente polêmica, definiu o TSE que o artigo 219 do CPC, que estabelece a contagem de prazos em dias úteis, não será aplicado ao processo eleitoral. Assim,

os prazos processuais, durante o período definido no calendário eleitoral, conti-nuarão a ser computados na forma do art. 16 da Lei

Complementar nº 64, de 1990, não se suspendendo nos fins de semana ou feriados. Fora do período eleitoral, por sua vez, aplica-se o artigo 224 do CPC, segundo o qual “Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”.

Ainda no que se refere aos prazos, não se aplica ao processo eleitoral o artigo 178 do novo CPC, o qual estabelece que O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

O artigo 9º da Resolução, por sua vez, dispõe que durante o período previsto no calendário eleitoral (Lei Complementar nº 64/90) não se aplica o prazo previsto no art. 234, § 2º, do Novo Código de Processo Civil (três dias), podendo a autoridade judici-ária determinar a imediata busca e apreensão dos autos se, intimado, o advogado não os devolver.

Page 15: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

15

Por fim, no que se refere aos prazos, o art. 10 da Resolução estabelece que a suspen-são dos prazos processuais entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro de que trata o art. 220 do Novo Código de Processo Civil aplica-se no âmbito dos cartórios eleitorais e dos tribunais regionais eleitorais.

Em relação aos atos processuais, o artigo 11 da Resolução traz uma importante re-gra, ao vedar a realização de negócios jurídicos processuais no processo eleitoral. Outra regra importante diz respeito à não aplicabilidade, no período eleitoral, do art. 205, § 3º do CPC, que dispõe que “Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico”.

Outra regra importante trazida pela Resolução nº. 23.478/2006, em seu artigo 15, estabelece que “Durante o período definido no calendário eleitoral, a carga dos autos para obtenção de cópias no curso de prazo comum às partes, prevista no art. 107, § 3º, do Novo Código de Processo Civil, será automaticamente permitida pela serventia pelo prazo de 2 (duas) horas, cabendo à autoridade judiciária decidir sobre eventual pedido de extensão até o limite de 6 (seis) horas”.

No que se refere à ordem dos processos nos tribunais, a Resolução citada dispõe, por sua vez, que não se aplica ao processo eleitoral a regra do art. 941, § 2º do novo CPC, a qual estabelece que “no julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes”.

Ainda no capítulo referente à ordem dos processos nos tribunais, o artigo 18 da Resolução assim estabelece:

Art. 18. Os julgamentos das ações originárias e dos recursos nos Tribunais Eleitorais, inclusive os agravos e embargos de declaração na hipótese do art. 1.024, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, somente poderão ser realizados 24 horas após a publicação da pauta.Parágrafo único: O disposto no caput não se aplica:I- ao julgamento de habeas corpus; recurso em habeas corpus; tutela provisória; liminar em mandado de segurança; e,arguição de impedimento ou suspeição;II- durante o período eleitoral, aos processos atinentes ao respectivo pleito;III- às questões de ordem;IV- à continuidade de julgamento de processos decorrentes da devolução tem-pestiva de pedido de vista;V- aos feitos não apreciados cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte;VI- aos embargos de declaração, quando julgados na sessão subsequente à respectiva oposição ou, se for o caso, àapresentação da manifestação do embargado;VII- aos feitos administrativos, com exceção do pedido de registro de partido político;

Page 16: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

16

VIII- às outras hipóteses previstas em lei ou nas resoluções do Tribunal Supe-rior Eleitoral.

Já o artigo 16 da Resolução, tratando da sustentação oral nos tribunais eleitorais, estabelece que o prazo para sustentação oral dos advogados das partes e do representante do Ministério Público será de 15 (quinze) minutos nos feitos originários (art. 937 do Novo Código de Processo Civil); 10 (dez) minutos, nos recursos eleitorais (art. 272 do Código Eleitoral); e 20 (vinte) minutos no recurso contra expedição de diploma, (art. 272, parágrafo único, do Código Eleitoral).

No que se refere aos recursos eleitorais, por sua vez, a principal regra estabelecida pela Resolução nº. 23.478/2016 está prevista no artigo 20, o qual dispõe que a sistemática dos recursos repetitivos prevista nos arts. 1.036 a 1.042 do Novo Código de Processo Civil não se aplica aos feitos que versem ou possam ter reflexo sobre inelegibilidade, registro de candidatura, diplomação e resultado ou anulação de eleições.

Por fim, há de se destacar que o artigo 24 da Resolução estabelece a sua vigência imediata, a partir da data da sua publicação, ou seja o dia 15 de junho de 2016.

Resolução TSE nº. 23.478/2016Art. 1º A presente resolução dispõe sobre a aplicabilidade, no âmbito da Justiça Eleitoral, do Novo Código de Processo Civil Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, que entrou em vigor no dia 18 de março de 2016.Parágrafo único. As disposições contidas nesta Resolução não impedem que outras sejam estipuladas a partir da verificação de sua necessidade.Art. 2º Em razão da especialidade da matéria, as ações, os procedimentos e os recursos eleitorais permanecem regidos pelas normas específicas previstas na legislação eleitoral e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral.Parágrafo único. A aplicação das regras do Novo Código de Processo Civil tem caráter supletivo e subsidiário em relação aos feitos que tramitam na Justiça Eleitoral, desde que haja compatibilidade sistêmica.Art. 3º Aplicam-se aos processos eleitorais o contido nos arts. 9º e 10 do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).

Novo CPC

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja pre-viamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I – à tutela provisória de urgência;

II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;

III – à decisão prevista no art. 701.

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Page 17: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

17

Art. 4º Os feitos eleitorais são gratuitos, não incidindo custas, preparo ou ho-norários (Lei nº 9.265/96, art. 1º).Art. 5º Não se aplica aos feitos eleitorais o instituto do Amicus Curiae de que trata o art. 138 da Lei nº 13.105, de 2015.Art. 6º Não se aplicam aos feitos eleitorais as regras relativas à conciliação ou mediação previstas nos arts. 165 e seguintes do Novo Código de Processo Civil.Art. 7º O disposto no art. 219 do Novo Código de Processo Civil não se aplica aos feitos eleitorais.

Novo CPC

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos pro-cessuais.

§ 1º Os prazos processuais, durante o período definido no calendário eleitoral, serão computados na forma do art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 1990, não se suspendendo nos fins de semana ou feriados.§ 2º Os prazos processuais, fora do período definido no calendário eleitoral, serão computados na forma do art. 224 do Novo Código de Processo Civil.

Novo CPC

Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.

§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.

§ 3º Sempre que a lei eleitoral não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias, a teor do art. 258 do Código Eleitoral, não se aplicando os prazos previstos no Novo Código de Processo Civil.Art. 8º O prazo de 30 (trinta) dias de que trata o art. 178 do Novo Código de Processo Civil não se aplica na Justiça Eleitoral.

Novo CPC

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

Page 18: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

18

I – interesse público ou social;

II – interesse de incapaz;

III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.

Art. 9º Durante o período previsto no calendário eleitoral (Lei Complementar nº 64/90) não se aplica o prazo previsto no art. 234, § 2º, do Novo Código de Processo Civil (três dias), podendo a autoridade judiciária determinar a ime-diata busca e apreensão dos autos se, intimado, o advogado não os devolver.Art. 10. A suspensão dos prazos processuais entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro de que trata o art. 220 do Novo Código de Processo Civil aplica-se no âmbito dos cartórios eleitorais e dos tribunais regionais eleitorais.Art. 11. Na Justiça Eleitoral não é admitida a autocomposição, não sendo apli-cáveis as regras dos arts. 190 e 191 do Novo Código de Processo Civil.Art. 12. As disposições previstas no artigo 203, § 4º, do Novo Código de Pro-cesso Civil são aplicáveis aos feitos eleitorais.

Novo CPC

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

(...)

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Art. 13. A regra do art. 205, § 3º, do Novo Código de Processo Civil não se aplica aos processos que tramitem durante o período previsto no calendário eleitoral para os quais seja admitida a publicação em cartório, sessão ou a utilização de edital eletrônico (LC nº 64/90, arts. 8º, 9º e 11, § 2º; Lei nº 9.504/97, art. 94, § 5º).

Novo CPC

Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes.

(...)

§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Art. 14. Os pedidos autônomos de tutela provisória serão autuados em classe própria.Parágrafo único. Os pedidos apresentados de forma incidental em relação a feitos em tramitação serão encaminhados à autoridade judiciária competente,

Page 19: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

19

que determinará a sua juntada aos autos principais ou adotará as providências que entender cabíveis.Art. 15. Durante o período definido no calendário eleitoral, a carga dos autos para obtenção de cópias no curso de prazo comum às partes, prevista no art. 107, § 3º, do Novo Código de Processo Civil, será automaticamente permitida pela serventia pelo prazo de 2 (duas) horas, cabendo à autoridade judiciária decidir sobre eventual pedido de extensão até o limite de 6 (seis) horas.

Novo CPC

Art. 107. O advogado tem direito a:

I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos;

II – requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III – retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.

§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio.

§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os au-tos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.

§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.

Art. 16. Nos Tribunais Eleitorais, o prazo para sustentação oral dos advogados das partes e do representante do Ministério Público será de:I- 15 (quinze) minutos nos feitos originários (art. 937 do Novo Código de Processo Civil);II- 10 (dez) minutos, nos recursos eleitorais (art. 272 do Código Eleitoral);III- 20 (vinte) minutos no recurso contra expedição de diploma, (art. 272, parágrafo único, do Código Eleitoral).Art. 17. Não se aplica, nos Tribunais Eleitorais, o quórum previsto no art. 941, § 2º, do Novo Código de Processo Civil (arts. 19, parágrafo único, e 28, § 4º, do Código Eleitoral).

Novo CPC

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamen-to, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.

(...)

§ 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.

Page 20: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

20

Art. 18. Os julgamentos das ações originárias e dos recursos nos Tribunais Eleitorais, inclusive os agravos e embargos de declaração na hipótese do art. 1.024, § 1º, do Novo Código de Processo Civil, somente poderão ser realizados 24 horas após a publicação da pauta.Parágrafo único: O disposto no caput não se aplica:I- ao julgamento de habeas corpus; recurso em habeas corpus; tutela provisória; liminar em mandado de segurança; e, arguição de impedimento ou suspeição;II- durante o período eleitoral, aos processos atinentes ao respectivo pleito;III- às questões de ordem;IV- à continuidade de julgamento de processos decorrentes da devolução tem-pestiva de pedido de vista;V- aos feitos não apreciados cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte;VI- aos embargos de declaração, quando julgados na sessão subsequente à res-pectiva oposição ou, se for o caso, à apresentação da manifestação do embargado;VII- aos feitos administrativos, com exceção do pedido de registro de partido político;VIII- às outras hipóteses previstas em lei ou nas resoluções do Tribunal Supe-rior Eleitoral.

Novo CPC

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.

Art. 19. As decisões interlocutórias ou sem caráter definitivo proferidas nos feitos eleitorais são irrecorríveis de imediato por não estarem sujeitas à preclusão, ficando os eventuais inconformismos para posterior manifestação em recurso contra a decisão definitiva de mérito.§ 1º O Juiz ou Tribunal conhecerá da matéria versada na decisão interlocutória como preliminar à decisão de mérito se as partes assim requererem em suas manifestações.§ 2º O agravo contra decisão que inadmitir o recurso especial interposto contra decisão interlocutória será processado em autos suplementares, prosseguindo o curso da demanda nos autos principais.Art. 20. A sistemática dos recursos repetitivos prevista nos arts. 1.036 a 1.042 do Novo Código de Processo Civil não se aplica aos feitos que versem ou pos-sam ter reflexo sobre inelegibilidade, registro de candidatura, diplomação e resultado ou anulação de eleições.

Page 21: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

21

SÚMULAS DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

Súmula-TSE nº 1 (Cancelada)

Proposta a ação para desconstituir a decisão que rejeitou as contas, anteriormente à impugnação, fica suspensa a inelegibilidade.

Súmula-TSE nº 2

Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação.

Súmula-TSE nº 3

No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o su-primento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário.

Súmula-TSE nº 4

Não havendo preferência entre candidatos que pretendam o registro da mesma va-riação nominal, defere-se o do que primeiro o tenha requerido.

Súmula-TSE nº 5

Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na exigência do art. 1º, II, l, da LC nº 64/90.

Súmula-TSE nº 6

É inelegível, para o cargo de prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no par. 7º do art. 14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito.

Súmula-TSE nº 7 (Cancelada)

É inelegível para o cargo de prefeito a irmã da concubina do atual titular do mandato.

Súmula-TSE nº 8 (Cancelada)

O vice-prefeito é inelegível para o mesmo cargo.

Page 22: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

22

Súmula-TSE nº 9

A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabili-tação ou de prova de reparação dos danos.

Súmula-TSE nº 10

No processo de registro de candidatos, quando a sentença for entregue em cartório antes de três dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta do termo final daquele tríduo.

Súmula-TSE nº 11

No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.

Súmula-TSE nº 12

São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.

Súmula-TSE nº 13

Não é auto-aplicável o § 9º, art. 14, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão n° 4/94.

Súmula-TSE nº 14 (Cancelada)

A duplicidade de que cuida o parágrafo único do artigo 22 da Lei n° 9.096/95 so-mente fica caracterizada caso a nova filiação houver ocorrido após a remessa das listas previstas no parágrafo único do artigo 58 da referida lei.

Súmula-TSE nº 15

O exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente para, em recurso especial, determinar-se a reforma da decisão mediante a qual o candidato foi considerado analfabeto.

Súmula-TSE nº 16 (Cancelada)

A falta de abertura de conta bancária específica não é fundamento suficiente para a rejeição de contas de campanha eleitoral, desde que, por outros meios, se possa demonstrar sua regularidade.

Page 23: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

23

Súmula-TSE nº 17 (Cancelada)

Não é admissível a presunção de que o candidato, por ser beneficiário de propaganda eleitoral irregular, tenha prévio conhecimento de sua veiculação.

Súmula-TSE nº 18

Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97.

Súmula-TSE nº 19

O prazo de inelegibilidade de três anos, por abuso de poder econômico ou político, é contado a partir da data da eleição em que se verificou (art. 22, XIV, da LC nº 64, de 18.5.90).

Súmula-TSE nº 20

A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Elei-toral, nos termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 19.9.95, pode ser suprida por outros elementos de prova de oportuna filiação.

Súmula-TSE nº 21 (Cancelada)

O prazo para ajuizamento da representação contra doação de campanha acima do limite legal é de 180 dias, contados da data da diplomação.

Súmula-TSE nº 22

Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial recorrível, salvo situações de teratologia ou manifestamente ilegais.

Súmula-TSE nº 23Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.

Súmula-TSE nº 24

Não cabe recurso especial eleitoral para simples reexame do conjunto fático-pro-batório.

Súmula-TSE nº 25

É indispensável o esgotamento das instâncias ordinárias para a interposição de re-curso especial eleitoral.

Page 24: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

24

Súmula-TSE nº 26

É inadmissível o recurso que deixa de impugnar especificamente fundamento da decisão recorrida que é, por si só, suficiente para a manutenção desta.

Súmula-TSE nº 27

É inadmissível recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compreen-são da controvérsia.

Súmula-TSE nº 28

A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na alínea b do inciso I do art. 276 do Código Eleitoral somente estará demonstrada mediante a realização de cotejo analítico e a existência de similitude fática entre os acórdãos paradigma e o aresto recorrido.

Súmula-TSE nº 29

A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não se presta a configurar dissídio jurisprudencial apto a fundamentar recurso especial eleitoral.

Súmula-TSE nº 30

Não se conhece de recurso especial eleitoral por dissídio jurisprudencial, quando a decisão recorrida estiver em conformidade com a jurisprudência do Tribunal Su-perior Eleitoral.

Súmula-TSE nº 31

Não cabe recurso especial eleitoral contra acórdão que decide sobre pedido de me-dida liminar.

Súmula-TSE nº 32

É inadmissível recurso especial eleitoral por violação à legislação municipal ou estadual, ao Regimento Interno dos Tribunais Eleitorais ou às normas partidárias.

Súmula-TSE nº 33

Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade.

Súmula-TSE nº 34

Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar mandado de segurança contra ato de membro de Tribunal Regional Eleitoral.

Page 25: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

25

Súmula-TSE nº 35

Não é cabível reclamação para arguir o descumprimento de resposta a consulta ou de ato normativo do Tribunal Superior Eleitoral.

Súmula-TSE nº 36

Cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais (art. 121, § 4º, incisos III e IV, da Constituição Federal).

Súmula-TSE nº 37

Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar recurso contra expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais.

Súmula-TSE nº 38

Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.

Súmula-TSE nº 39

Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de registro de candidatura.

Súmula-TSE nº 40

O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem à cas-sação de diploma.

Súmula-TSE nº 41

Não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões profe-ridas por outros Órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade.

Súmula-TSE nº 42

A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação das contas.

Súmula-TSE nº 43

As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o can-didato, nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n° 9.504/97, também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade.

Page 26: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

26

Súmula-TSE nº 44

O disposto no art. 26-C da LC nº 64/90 não afasta o poder geral de cautela conferido ao magistrado pelo Código de Processo Civil.

Súmula-TSE nº 45

Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa.

Súmula-TSE nº 46

É ilícita a prova colhida por meio da quebra do sigilo fiscal sem prévia e fundamen-tada autorização judicial, podendo o Ministério Público Eleitoral acessar diretamente apenas a relação dos doadores que excederam os limites legais, para os fins da repre-sentação cabível, em que poderá requerer, judicialmente e de forma individualizada, o acesso aos dados relativos aos rendimentos do doador.

Súmula-TSE nº 47

A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra ex-pedição de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.

Súmula-TSE nº 48

A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular, não é capaz de elidir a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97.

Súmula-TSE nº 49

O prazo de cinco dias, previsto no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação pessoal.

Súmula-TSE nº 50

O pagamento da multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação do cumprimento regular de seu parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento respectivo, afasta a ausência de quitação eleitoral.

Súmula-TSE nº 51O processo de registro de candidatura não é o meio adequado para se afastarem os eventuais vícios apurados no processo de prestação de contas de campanha ou partidárias.

Page 27: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

27

Súmula-TSE nº 52

Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou desacerto da decisão que examinou, em processo específico, a filiação partidária do eleitor.

Súmula-TSE nº 53

O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui legitimidade e inte-resse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.

Súmula-TSE nº 54

A desincompatibilização de servidor público que possui cargo em comissão é de três meses antes do pleito e pressupõe a exoneração do cargo comissionado, e não apenas seu afastamento de fato.

Súmula-TSE nº 55

A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento do registro de candidatura.

Súmula-TSE nº 56

A multa eleitoral constitui dívida ativa de natureza não tributária, submetendo-se ao prazo prescricional de 10 (dez) anos, nos moldes do art. 205 do Código Civil.

Súmula-TSE nº 57

A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97, pela Lei nº 12.034/2009.

Súmula-TSE nº 58

Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candidatura, verificar a prescrição da pretensão punitiva ou executória do candidato e declarar a extinção da pena imposta pela Justiça Comum.

Súmula-TSE nº 59

O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela Justiça Comum não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, porquanto não extin-gue os efeitos secundários da condenação.

Page 28: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

28

Súmula-TSE nº 60

O prazo da causa de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90 deve ser contado a partir da data em que ocorrida a prescrição da pretensão executória e não do momento da sua declaração judicial.

Súmula-TSE nº 61

O prazo concernente à hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90 projeta-se por oito anos após o cumprimento da pena, seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa.

Súmula-TSE nº 62

Os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor.

Súmula-TSE nº 63

A execução fiscal de multa eleitoral só pode atingir os sócios se preenchidos os requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50 do Código Civil, tendo em vista a natureza não tributária da dívida, observados, ainda, o contraditório e a ampla defesa.

Súmula-TSE nº 64Contra acórdão que discute, simultaneamente, condições de elegibilidade e de ine-legibilidade, é cabível o recurso ordinário.

Súmula-TSE nº 65

Considera-se tempestivo o recurso interposto antes da publicação da decisão re-corrida.

Súmula-TSE nº 66

A incidência do § 2º do art. 26-C da LC nº 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do registro ou o cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos essenciais à configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Súmula-TSE nº 67

A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

Súmula-TSE nº 68

A União é parte legítima para requerer a execução de astreintes, fixada por descum-primento de ordem judicial no âmbito da Justiça Eleitoral.

Page 29: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

29

Súmula-TSE nº 69

Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de igual número no oitavo ano seguinte.

Súmula-TSE nº 70

O encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97.

Súmula-TSE nº 71

Na hipótese de negativa de seguimento ao recurso especial e da consequente inter-posição de agravo, a parte deverá apresentar contrarrazões tanto ao agravo quanto ao recurso especial, dentro do mesmo tríduo legal.

Page 30: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

30

QUADRO COMPARATIVO: ANTES E DEPOIS DA LEI Nº. 13.165/15

1. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NA LEI DAS ELEIÇÕES (LEI Nº. 9.504/97)

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 8º A escolha dos candida-tos pelos partidos e a delibera-ção sobre coligações deverão ser feitas no período de 12 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições, lavran-do-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em 24 (vin-te e quatro) horas em qualquer meio de comunicação.

Art. 8º A escolha dos candida-tos pelos partidos e a delibera-ção sobre coligações deverão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro horas em qual-quer meio de comunicação.

A Lei nº. 13.165/15 estabeleceu impor-tantes alterações no calendário eleitoral, determinando, a partir das eleições de 2016, que as convenções partidárias para a escolha de candidatos e formação de coli-gações ocorrerão entre os dias 20 de julho e 05 de agosto do ano eleitoral, e não mais no mês de junho, como ocorria até a elei-ção presidencial de 2014. Assim, o período autorizado para a campanha eleitoral tam-bém foi reduzido, iniciando-se após o dia 16 de agosto, tendo em vista que o prazo final para o registro de candidaturas pas-sou a ser 15 de agosto e não mais 05 de julho, como previsto até então.

Art. 9º Para concorrer às elei-ções, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a fi-liação deferida pelo partido no mesmo prazo.

Art. 9º Para concorrer às elei-ções, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data da eleição.

A partir das eleições municipais de 2016, o prazo para a filiação partidária dos pre-tensos candidatos será alargado, podendo ocorrer até seis meses antes do pleito. O prazo para a determinação do domicílio eleitoral, de um ano antes da eleição, con-tudo, foi preservado.

Page 31: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

31

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 10. Cada partido pode-rá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, Câ-mara Legislativa, Assembléias Legislativas e Câmaras Munici-pais, até cento e cinqüenta por cento do número de lugares a preencher.

§ 1º No caso de coligação para as eleições proporcionais, inde-pendentemente do número de partidos que a integrem, pode-rão ser registrados candidatos até o dobro do número de lu-gares a preencher.

§ 2º Nas unidades da Federa-ção em que o número de luga-res a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder de vinte, cada partido poderá re-gistrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital até o dobro das res-pectivas vagas; havendo coli-gação, estes números poderão ser acrescidos de até mais cin-quenta por cento.

(...)

§ 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máxi-mo de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º deste ar-tigo, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanes-centes até sessenta dias antes do pleito.

Art. 10. Cada partido ou coli-gação poderá registrar candi-datos para a Câmara dos Depu-tados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de luga-res a preencher, salvo:

I – nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não exceder a doze, nas quais cada partido ou coli-gação poderá registrar candi-datos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzen-tos por cento) das respectivas vagas;

II – nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar can-didatos no total de até 200% (duzentos por cento) do núme-ro de lugares a preencher.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

(...)

§ 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número má-ximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos pode-rão preencher as vagas rema-nescentes até trinta dias antes do pleito.

A Lei nº. 13.165/15, alterando a redação do art. 10, caput e §§ 1º, 2º e 5º da Lei das Elei-ções, estabeleceu novos limites ao número de candidatos que partidos e coligações poderão lançar nas eleições parlamentares para câmaras de vereadores, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e Câmara dos Deputados.

Doravante, a regra geral a ser observada, por partidos e coligações, é a do limite de 150% do número de lugares a serem pre-enchidos, podendo este percentual ser de 200% nas eleições para deputados esta-duais, federais e distritais nas unidades da federação que contem com até 12 deputa-dos federais e nos municípios com até cem mil eleitores.

A nova regra, dessa forma, torna mais cla-ros os limites quantitativos de candidatos a serem lançados nas eleições, reduzindo também este número, tendo em vista que as coligações passarão a ter o mesmo limi-te de candidaturas que os partidos políti-cos que concorrerem de forma avulsa.

Art. 11. Os partidos e coliga-ções solicitarão à Justiça Eleito-ral o registro de seus candida-tos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições.

(...)

§ 2º A idade mínima consti-tucionalmente estabelecida como condição de elegibilida-de é verificada tendo por refe-rência a data da posse.

Art. 11. Os partidos e coliga-ções solicitarão à Justiça Elei-toral o registro de seus candi-datos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

(...)

§ 2º A idade mínima consti-tucionalmente estabelecida como condição de elegibili-dade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoi-to anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

Com o novo calendário eleitoral estabele-cido pela Lei nº. 13.165/15, os partidos e coligações deverão requerer o registro dos seus respectivos candidatos até às 19 ho-ras do dia 15 de agosto, e não mais até às 19 horas do dia 05 de julho, como ocorria até as eleições de 2014.

Também a idade mínima de 18 anos exi-gível para candidatos a vereador, passou, com a nova lei, a ser exigível na data-limite do pedido de registro de candidatura, e não mais na data da posse, como ocorria até então. Para os demais cargos, contudo, a idade mínima exigível continuará a ser aferida na data da posse.

Page 32: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

32

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 16. Até quarenta e cinco dias antes da data das elei-ções, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal Superior Eleitoral, para fins de centralização e divulgação de dados, a relação dos candida-tos às eleições majoritárias e proporcionais, da qual constará obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que con-correm.

§ 1º Até a data prevista no caput, todos os pedidos de re-gistro de candidatos, inclusive os impugnados, e os respecti-vos recursos, devem estar jul-gados em todas as instâncias, e publicadas as decisões a eles relativas.

Art. 16. Até vinte dias antes da data das eleições, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal Superior Eleitoral, para fins de centralização e di-vulgação de dados, a relação dos candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, da qual constará obrigatoria-mente a referência ao sexo e ao cargo a que concorrem.

§ 1º Até a data prevista no caput, todos os pedidos de re-gistro de candidatos, inclusive os impugnados e os respecti-vos recursos, devem estar jul-gados pelas instâncias ordiná-rias, e publicadas as decisões a eles relativas.

Com a mudança do calendário eleitoral es-tabelecida pela Lei nº. 13.165/15, o prazo para julgamentos dos processos de pedido de registro de candidatura sofreu altera-ção: deverão estar julgados até vinte dias antes da data das eleições pelas instâncias ordinárias, e não mais em todas as instân-cias, como anteriormente determinado. Tais instâncias, portanto, terão cerca de vinte e cinco dias para proceder a tal julga-mento, uma vez que o pedido de registro deverá ser formulado até o dia 15 de agos-to, para o pleito que ocorrerá no primeiro domingo de outubro seguinte.

Art. 17-A. A cada eleição ca-berá à lei, observadas as pe-culiaridades locais, fixar até o dia 10 de junho de cada ano eleitoral o limite dos gastos de campanha para os cargos em disputa; não sendo editada lei até a data estabelecida, caberá a cada partido político fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça Eleitoral, que dará a essas informações ampla pu-blicidade.

Artigo revogado.

Art. 18. No pedido de registro de seus candidatos, os partidos e coligações comunicarão aos respectivos Tribunais Eleitorais os valores máximos de gastos que farão por cargo eletivo em cada eleição a que concorre-rem, observados os limites es-tabelecidos, nos termos do art. 17-A desta Lei.

§ 1º Tratando-se de coligação, cada partido que a integra fixa-rá o valor máximo de gastos de que trata este artigo.

§ 2º Gastar recursos além dos valores declarados nos termos deste artigo sujeita o respon-sável ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em excesso.

Art. 18. Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral com base nos parâmetros definidos em lei.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

A partir das eleições municipais de 2016, caberá ao TSE definir o teto de gastos per-mitido para partidos políticos, coligações e candidatos em campanha eleitoral, tendo como base as regras estabelecidas pela Lei nº. 13.165/15, em seus artigos 5º e 6º.

Page 33: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

33

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efe-tuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas.

Este novo dispositivo legal, incluído pela Lei nº. 13.165/15, indica critérios objetivos para o aferimento dos gastos promovidos pelos candidatos em campanha, salien-tando que os limites legais deverão ser aferidos levando-se em conta também os gastos efetuados pelos partidos políticos em favor de candidatos, quando esses pu-derem ser individualizados.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarreta-rá o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ul-trapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico.

Este novo dispositivo legal traz objetivi-dade ao valor da multa a ser imputado a candidato que gaste, em campanha, valo-res acima do limite estabelecido pelo TSE, ressaltando que, além da multa, poderá também o candidato responder por abuso de poder econômico.

Art. 19. Até dez dias úteis após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido cons-tituirá comitês financeiros, com a finalidade de arrecadar recur-sos e aplicá-los nas campanhas eleitorais.

§ 1º Os comitês devem ser constituídos para cada uma das eleições para as quais o partido apresente candidato próprio, podendo haver reu-nião, num único comitê, das atribuições relativas às eleições de uma dada circunscrição.

§ 2º Na eleição presidencial é obrigatória a criação de comitê nacional e facultativa a de co-mitês nos Estados e no Distrito Federal.

§ 3º Os comitês financeiros se-rão registrados, até cinco dias após sua constituição, nos ór-gãos da Justiça Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos.

Artigo revogado.

Page 34: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

34

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a administração financeira de sua campanha, usando recursos repassados pelo comitê, inclusive os relati-vos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas ou jurídicas, na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relati-vos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas, na forma es-tabelecida nesta Lei.

A nova redação do artigo 20 da Lei das Elei-ções exclui a possibilidade de candidato a cargo eletivo receber recursos de campa-nha provenientes de comitê financeiro de campanha, devendo tais recursos serem provenientes diretamente do partido polí-tico ao qual é filiado, de recursos próprios ou de doações, proibida, doravante, a doa-ção de pessoas jurídicas a candidatos a car-gos eletivos.

Art. 22. (...)§ 1º Os bancos são obrigados a acatar, em até 3 (três) dias, o pedido de abertura de conta de qualquer comitê financei-ro ou candidato escolhido em convenção, sendo-lhes vedado condicioná-la à depósito míni-mo e à cobrança de taxas e/ou outras despesas de manuten-ção.

(...)

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de can-didatura para Prefeito e Verea-dor em Municípios onde não haja agência bancária, bem como aos casos de candidatura para Vereador em Municípios com menos de vinte mil elei-tores.

Art. 22. (...)§1º Os bancos são obrigados a:

I – acatar, em até três dias, o pe-dido de abertura de conta de qualquer candidato escolhido em convenção, sendo-lhes ve-dado condicioná-la a depósito mínimo e à cobrança de taxas ou de outras despesas de ma-nutenção;

(...)

III – encerrar a conta bancá-ria no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo existente para a conta bancária do órgão de direção indicado pelo partido, na for-ma prevista no art. 31, e infor-mar o fato à Justiça Eleitoral.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de candida-tura para Prefeito e Vereador em Municípios onde não haja agência bancária ou posto de atendimento bancário.

O novo § 1º, I do art. 22 da Lei das Eleições exclui a obrigação dos bancos de acatar pedido de abertura de contas de comitê financeiro de campanha, estabelecendo também, no seu inciso II, que é obriga-ção do banco encerrar a conta bancária no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo existente para a con-ta bancária do órgão de direção indicado pelo partido.

Além disso, o novo § 2º restringe a au-sência de obrigação de abertura de conta bancária para movimentação dos recursos de campanha apenas para as situações em que, comprovadamente, não houver agência bancária ou posto de atendimen-to bancário no município.

Art. 22-A. Candidatos e Co-mitês Financeiros estão obri-gados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ.

(...)

§ 2º Cumprido o disposto no § 1º deste artigo e no § 1º do art. 22, ficam os candidatos e co-mitês financeiros autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas necessárias à cam-panha eleitoral.

Art. 22-A. Os candidatos es-tão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ.

(...)

§ 2º Cumprido o disposto no § 1º deste artigo e no § 1º do art. 22, ficam os candidatos autori-zados a promover a arrecada-ção de recursos financeiros e a realizar as despesas necessá-rias à campanha eleitoral.

Mais uma vez, a nova lei exclui os comitês financeiros do processo de administração financeira das contas de campanha eleito-rais.

Page 35: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

35

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.23.(...)§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas:I – no caso de pessoa física, a dez por cento dos rendimentos brutos auferidos no ano ante-rior à eleição;II – no caso em que o candidato utilize recursos próprios, ao va-lor máximo de gastos estabele-cido pelo seu partido, na forma desta Lei.(...)§ 7º O limite previsto no inciso I do § 1º não se aplica a doações estimáveis em dinheiro relati-vas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Art.23.(...)§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos auferi-dos pelo doador no ano ante-rior à eleição.I – (revogado);II – (revogado).§ 1º-A O candidato poderá usar recursos próprios em sua cam-panha até o limite de gastos estabelecido nesta Lei para o cargo ao qual concorre.(...)§ 7º O limite previsto no § 1º não se aplica a doações esti-máveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do do-ador, desde que o valor estima-do não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

O presente artigo sofreu vetos presiden-ciais quanto à possibilidade de doação de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais, motivado pelo julgamento da ADI nº. 4650, ocorrido uma semana antes da publicação da Lei nº. 13.165/15.O novo § 1º-A do art. 23 da Lei das Eleições, por sua vez, passou a estabelecer que os candidatos poderão utilizar recursos pró-prios em suas campanhas até o limite esta-belecido legalmente para o cargo ao qual concorrem.Além disso, em tal limite, segundo o § 7º do artigo 23, não se aplicam as doações es-timáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de proprieda-de do doador, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Art.24.(...)Parágrafo único. Não se in-cluem nas vedações de que tra-ta este artigo as cooperativas cujos cooperados não sejam concessionários ou permissio-nários de serviços públicos, desde que não estejam sendo beneficiadas com recursos pú-blicos, observado o disposto no art. 81.

Art.24.(...)XII – (VETADO).§ 1º Não se incluem nas veda-ções de que trata este artigo as cooperativas cujos cooperados não sejam concessionários ou permissionários de serviços públicos, desde que não este-jam sendo beneficiadas com recursos públicos, observado o disposto no art. 81.§ 2º (VETADO).§ 3º (VETADO).§ 4º O partido ou candidato que receber recursos prove-nientes de fontes vedadas ou de origem não identificada de-verá proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sen-do possível a identificação da fonte, transferi-los para a conta única do Tesouro Nacional.

O presente artigo sofreu vetos presiden-ciais quanto à possibilidade de doação de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais, motivado pelo julgamento da ADI nº. 4650, ocorrido uma semana antes da publicação da Lei nº. 13.165/15.Além disso, o novo § 4º obriga que parti-dos e candidatos que venham a receber recursos provenientes de fontes vedadas ou de origem não identificada procedam à devolução dos valores recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte, os transferiam para a conta única do Tesouro Nacional.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 24-A. (VETADO) O presente artigo, vetado pela presidente da república, previa que seria vedado ao candidato receber doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, pro-cedente de pessoa jurídica, não se consi-derando doações, para os fins do artigo, as transferências ou repasses de recursos de partidos ou comitês para os candidatos.

Page 36: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

36

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 24-B. (VETADO) Este artigo, vetado pela presidente da re-pública, disciplinava a doação empresarial a partidos políticos em campanha.

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 24-C. O limite de doação previsto no § 1º do art. 23 será apurado anualmente pelo Tri-bunal Superior Eleitoral e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 1º O Tribunal Superior Eleito-ral deverá consolidar as infor-mações sobre as doações re-gistradas até 31 de dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando:

I – as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até 30 de abril do ano subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995;

II – as prestações de contas dos candidatos às eleições ordi-nárias ou suplementares que tenham ocorrido no exercício financeiro a ser apurado.

§ 2º O Tribunal Superior Elei-toral, após a consolidação das informações sobre os valores doados e apurados, encami-nhá-las-á à Secretaria da Re-ceita Federal do Brasil até 30 de maio do ano seguinte ao da apuração.

§ 3º A Secretaria da Receita Fe-deral do Brasil fará o cruzamen-to dos valores doados com os rendimentos da pessoa física e, apurando indício de exces-so, comunicará o fato, até 30 de julho do ano seguinte ao da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que poderá, até o final do exercício financeiro, apre-sentar representação com vis-tas à aplicação da penalidade prevista no art. 23 e de outras sanções que julgar cabíveis.

O presente artigo disciplina o procedimen-to de aferição dos limites de doação a cam-panhas eleitorais permitido por lei, com o objetivo de municiar a Justiça Eleitoral, em parceria com a Receita Federal, no comba-te às doações fraudulentas nas campanhas eleitorais.

Page 37: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

37

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 28.(...)§ 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições ma-joritárias serão feitas por inter-médio do comitê financeiro, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancá-rias referentes à movimentação dos recursos financeiros usa-dos na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos nú-meros, valores e emitentes. § 2º As prestações de contas dos candidatos às eleições pro-porcionais serão feitas pelo co-mitê financeiro ou pelo próprio candidato.(...)§ 4º Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante a campa-nha eleitoral, a divulgar, pela rede mundial de computado-res (internet), nos dias 8 de agosto e 8 de setembro, relató-rio discriminando os recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento da cam-panha eleitoral e os gastos que realizarem, em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim, exigindo-se a indicação dos nomes dos doadores e os respectivos valores doados so-mente na prestação de contas final de que tratam os incisos III e IV do art. 29 desta Lei.(...)§ 6º

(...)II – doações estimáveis em di-nheiro entre candidatos, par-tidos ou comitês financeiros, decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de ma-teriais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registra-do na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.

Art. 28.(...)

§ 1º As prestações de contas dos candidatos às eleições ma-joritárias serão feitas pelo pró-prio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campa-nha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.

§ 2º As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.

(...)

§ 4º Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante as cam-panhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (in-ternet):

I – os recursos em dinheiro re-cebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 (setenta e duas) horas de seu recebimento;

II – no dia 15 de setembro, re-latório discriminando as trans-ferências do Fundo Partidário, os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebi-dos, bem como os gastos rea-lizados.

(...)

§ 6º

(...)

II – doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto de sedes quan-to de materiais de propagan-da eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pa-gamento da despesa.

O novo § 1º do art. 28 da Lei das Eleições imputa aos candidatos às eleições majori-tárias a responsabilidade por suas presta-ções de contas de campanha.

Da mesma forma, o novo § 2º elimina a fi-gura do comitê financeiro de campanhas das eleições proporcionais.

O § 4º, por sua vez, traz importante altera-ção legislativa no que se refere à prestação das contas de campanha. Doravante, os partidos políticos, as coligações e os can-didatos serão obrigados, durante as cam-panhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim, na in-ternet, os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha elei-toral, em até 72 (setenta e duas) horas de seu recebimento, sendo obrigados, ainda, a apresentar, no dia 15 de setembro, rela-tório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os recursos em dinhei-ro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados.

Já os novos §§ 8º e seguintes do art. 28 da Lei das Eleições passaram a disciplinar o sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil re-ais), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou por índice que o substituir. Tal sistema deverá ser obrigatório nas eleições de mu-nicípios com até cinquenta mil eleitores.

Por fim, estabelece o novo § 12 do art. 28 da Lei das Eleições que “os valores transfe-ridos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos partidos, como transferência aos candida-tos, sem individualização dos doadores”, fato que corrobora para o aumento da ocorrência de doações ocultas de campa-nha, contrariando a transparência necessá-ria ao processo eleitoral.

Page 38: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

38

Redação antiga Nova redação Comentários

§ 7º As informações sobre os re-cursos recebidos a que se refe-re o § 4º deverão ser divulgadas com a indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e dos respectivos valores doa-dos.

§ 8º Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campa-nhas eleitorais serão compro-vados mediante a apresenta-ção de fatura ou duplicata emi-tida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim.

§ 9º A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de presta-ção de contas para candidatos que apresentarem movimenta-ção financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada elei-ção, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC da Fundação Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatísti-ca – IBGE ou por índice que o substituir.

§ 10. O sistema simplificado referido no § 9º deverá conter, pelo menos:

I – identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respectivos valores recebidos;

II – identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de material e dos prestadores dos serviços realizados;

III – registro das eventuais so-bras ou dívidas de campanha.

Tendo em vista este retrocesso legislativo, o STF, em 12 de novembro de 2015, conce-deu, em decisão unânime, liminar na ADI nº 5394 para suspender a eficácia do § 12 do art. 28 da Lei nº. 9.504/97, incluído pela Lei nº. 13.165/15, especificamente no que se refere à expressão “sem individualização dos doadores”, que impediria a identifica-ção, nas prestações de contas, do vínculo entre doadores e candidatos. No seu voto condutor, o relator, Min. Teori Zavascki afirmou que a doação oculta viola a trans-parência do processo eleitoral, no que foi seguido pelo Min. Dias Toffoli, que citou precedente do TSE nas eleições 2014, cris-talizado na Resolução nº. 23.406, que de-terminou a identificação do doador origi-nário nas prestações de contas, bem como destacou a Lei de Acesso à Informação como um dos fundamentos para a neces-sária transparência das doações eleitorais.

Page 39: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

39

Redação antiga Nova redação Comentários

§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil eleito-res, a prestação de contas será feita sempre pelo sistema sim-plificado a que se referem os §§ 9º e 10.

§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriun-dos de doações serão registra-dos na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos partidos, como transferência aos candidatos, sem individualização dos doa-dores.

Art. 29.(...)

I – verificar se os valores decla-rados pelo candidato à eleição majoritária como tendo sido recebidos por intermédio do comitê conferem com seus próprios registros financeiros e contábeis;

II – resumir as informações contidas nas prestações de contas, de forma a apresentar demonstrativo consolidado das campanhas dos candida-tos;

(...)

IV – havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas dos candidatos que o disputem, referente aos dois turnos, até o trigésimo dia pos-terior a sua realização.

§ 1º Os candidatos às eleições proporcionais que optarem pela prestação de contas di-retamente à Justiça Eleitoral observarão o mesmo prazo do inciso III do caput.

Art. 29.(...)

I -(revogado);

II – resumir as informações contidas na prestação de con-tas, de forma a apresentar de-monstrativo consolidado das campanhas;

(...)

IV – havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas, referente aos 2 (dois) turnos, até o vigésimo dia pos-terior à sua realização.

§ 1º (Revogado).

O novo inciso IV do art. 29 da Lei das Elei-ções diminui o prazo para o encaminha-mento da prestação de contas dos candi-datos às eleições majoritárias que tenham disputado o segundo turno eleitoral, do trigésimo para o vigésimo dia posterior à realização do pleito.

Page 40: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

40

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 30.(...)

§ 1º A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até 8 (oito) dias antes da diploma-ção.

(...)

§ 4º Havendo indício de irre-gularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral po-derá requisitar diretamente do candidato ou do comitê finan-ceiro as informações adicionais necessárias, bem como deter-minar diligências para a com-plementação dos dados ou o saneamento das falhas.

§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candi-datos e comitês financeiros ca-berá recurso ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publi-cação no Diário Oficial.

Art. 30.(...)

§ 1º A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até três dias antes da diplomação.

(...)

§ 4º Havendo indício de irre-gularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral po-derá requisitar do candidato as informações adicionais neces-sárias, bem como determinar diligências para a complemen-tação dos dados ou o sanea-mento das falhas.

§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candi-datos caberá recurso ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário Oficial.

A nova redação do art. 30 da Lei das Elei-ções ampliou o prazo da Justiça Eleitoral para proferir decisão no julgamento de contas dos candidatos eleitos, a qual deve-rá, doravante, ser publicada em sessão até três dias antes da diplomação, e não mais oito dias antes. Além disso, o novo artigo 30 destacou, mais uma vez, a exclusão dos comitês financeiros de campanha do pro-cesso de arrecadação de recursos eleitorais e prestação de contas.

Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição.

(...)

§ 4º Na propaganda dos can-didatos a cargo majoritário, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador, de modo claro e legível, em tama-nho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular.

Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.

(...)

§ 4º Na propaganda dos candi-datos a cargo majoritário deve-rão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a su-plentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular.

Como reflexo das alterações promovidas no calendário eleitoral relativas às conven-ções partidárias e ao requerimento de re-gistro de candidaturas, a propaganda elei-toral, que começava, até as eleições gerais de 2014, em 06 de julho, começará, dora-vante, no dia 16 de agosto do ano eleitoral. Além disso, de acordo com o novo § 4º do art. 36 da Lei das Eleições, “na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deve-rão constar, também, os nomes dos can-didatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular”. Antes, o limite mínimo estabele-cido era de 10% do nome do titular.

Page 41: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

41

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 36-A. Não serão conside-radas propaganda antecipada e poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet:

(...)

III – a realização de prévias par-tidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária e pelas redes sociais;

(...)

V – a manifestação e o posicio-namento pessoal sobre ques-tões políticas nas redes sociais.

Parágrafo único. É vedada a transmissão ao vivo por emis-soras de rádio e de televisão das prévias partidárias.

Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipa-da, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatu-ra, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de co-municação social, inclusive via internet:

(...)

III – a realização de prévias par-tidárias e a respectiva distribui-ção de material informativo, a divulgação dos nomes dos fi-liados que participarão da dis-puta e a realização de debates entre os pré-candidatos;

(...)

V – a divulgação de posiciona-mento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais;

VI – a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunica-ção ou do próprio partido, em qualquer localidade, para di-vulgar ideias, objetivos e pro-postas partidárias.

§ 1º É vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão das prévias parti-dárias, sem prejuízo da cober-tura dos meios de comunica-ção social.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos I a VI do caput, são permitidos o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatu-ra, das ações políticas desen-volvidas e das que se pretende desenvolver.

§ 3º O disposto no § 2º não se aplica aos profissionais de co-municação social no exercício da profissão.

O novo artigo 36-A, com redação da Lei nº. 13.165/15, torna ainda mais liberais os atos preparatórios às campanhas eleitorais, praticamente vinculando a caracterização da propaganda eleitoral extemporânea ao pedido explícito de voto. Curiosamente, as novas regras não deverão se aplicar total-mente aos profissionais de comunicação social no exercício da profissão, como for-ma de combate ao abuso de poder através do uso dos meios de comunicação. Pesso-as, contudo, que se utilizem dos meios de comunicação social de forma não profis-sional não estão abrangidas por tais restri-ções.

Page 42: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

42

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 37. Nos bens cujo uso de-penda de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso co-mum, inclusive postes de ilu-minação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passare-las, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urba-nos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natu-reza, inclusive pichação, inscri-ção a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas, cavaletes e assemelhados.

(...)

§ 2º Em bens particulares, inde-pende de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, car-tazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legisla-ção eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previs-tas no § 1º.

Art. 37. Nos bens cujo uso de-penda de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sina-lização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e asseme-lhados.

(...)

§ 2º Em bens particulares, inde-pende de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral, des-de que seja feita em adesivo ou papel, não exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado) e não contrarie a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às pe-nalidades previstas no § 1º.

O novo caput do art. 37 da Lei das Eleições aparentemente restringe a propaganda política nos bens públicos, proibindo a ex-posição, e não apenas a fixação de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados. Contudo, os §§ 6º e 7º do mesmo artigo continuam a permitir a colo-cação de mesas para distribuição de mate-rial de campanha e a utilização de bandei-ras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom anda-mento do trânsito de pessoas e veículos.

O novo § 2º, por sua vez, estabelece que o tamanho máximo das propagandas elei-torais veiculadas em bens particulares será de 0,5 m2, e não mais de 4 m2, como ante-riormente previsto.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.39.(...)

§ 9º-A. Considera-se carro de som, além do previsto no § 12, qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda tracionado por animais, que transite divul-gando jingles ou mensagens de candidatos.

O presente dispositivo amplia o conceito de carro de som, a fim de incluir veículos tracionados por animais ou não motoriza-dos.

Page 43: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

43

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 45. A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário:

(...)

§ 1º A partir do resultado da convenção, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção.

Art. 45. Encerrado o prazo para a realização das convenções no ano das eleições, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário:

(...)

§ 1º A partir de 30 de junho do ano da eleição, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa apresentado ou co-mentado por pré-candidato, sob pena, no caso de sua es-colha na convenção partidária, de imposição da multa prevista no § 2º e de cancelamento do registro da candidatura do be-neficiário.

As restrições aos meios de comunicação previstas no art. 45 da Lei das Eleições, doravante, passarão a ser observadas, em regra, a partir do dia 05 de agosto, quan-do se encerra o prazo para a realização das convenções. Além disso, de acordo com o novo § 1º, sob pena de imposição de multa e cancelamento de registro do candidato beneficiado, às emissoras de rádio e TV será vedado, a partir do dia 30 de julho do ano eleitoral, transmitir programa apresen-tado ou comentado por pré-candidato.

Art 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão, por emissora de rádio ou televisão, de de-bates sobre as eleições majo-ritária ou proporcional, sendo assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação na Câmara dos Deputados, e facultada a dos demais, observado o seguinte:

(...)

§ 5º Para os debates que se re-alizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas aprovadas as regras que obti-verem a concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candidatos aptos no caso de eleição majoritária, e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de eleição proporcional.

Art. 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de de-bates sobre as eleições majo-ritária ou proporcional, sendo assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação superior a nove Deputados, e facultada a dos demais, observado o seguinte:

(...)

§ 5º Para os debates que se re-alizarem no primeiro turno das eleições, serão consideradas aprovadas as regras, inclusive as que definam o número de participantes, que obtiverem a concordância de pelo menos 2/3 (dois terços) dos candida-tos aptos, no caso de eleição majoritária, e de pelo menos 2/3 (dois terços) dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de eleição pro-porcional.

O novo caput do art. 46 da Lei das Eleições restringe a obrigação das emissoras de rá-dio e TV de convidar candidatos para os debates eleitorais àqueles postulantes re-presentantes de partidos que contem com bancada igual ou superior a nove deputa-dos federais. Debates com a participação de partidos políticos com número menor de deputados federais inferior a nove so-mente será possível com a concordância de, pelo menos, dois terços dos candidatos aptos, no caso de eleição majoritária, e de pelo menos dois terços dos partidos ou coligações com candidatos aptos, no caso de eleição proporcional, segundo o novo § 5º, regra que dificulta ainda mais a par-ticipação dos representantes dos partidos menores.

Page 44: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

44

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 47. As emissoras de rádio e de televisão e os canais de tele-visão por assinatura menciona-dos no art. 57 reservarão, nos quarenta e cinco dias anterio-res à antevéspera das eleições, horário destinado à divulga-ção, em rede, da propaganda eleitoral gratuita, na forma es-tabelecida neste artigo.

§ 1º A propaganda será feita:

I – na eleição para Presidente da República, às terças e quin-tas-feiras e aos sábados:

a) das sete horas às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas às doze horas e vin-te e cinco minutos, no rádio;

b) das treze horas às treze ho-ras e vinte e cinco minutos e das vinte horas e trinta minu-tos às vinte horas e cinqüenta e cinco minutos, na televisão;

II – nas eleições para Deputado Federal, às terças e quintas-fei-ras e aos sábados:

a) das sete horas e vinte e cinco minutos às sete horas e cinqüenta minutos e das doze horas e vinte e cinco minutos às doze horas e cinqüenta mi-nutos, no rádio;

b) das treze horas e vinte e cinco minutos às treze horas e cinqüenta minutos e das vinte horas e cinqüenta e cinco mi-nutos às vinte e uma horas e vinte minutos, na televisão;

III – nas eleições para Gover-nador de Estado e do Distrito Federal, às segundas, quartas e sextas-feiras:

a) das sete horas às sete horas e vinte minutos e das doze horas às doze horas e vinte minutos, no rádio, nos anos em que a re-novação do Senado Federal se der por 1/3 (um terço);

Art. 47. As emissoras de rádio e de televisão e os canais de tele-visão por assinatura menciona-dos no art. 57 reservarão, nos trinta e cinco dias anteriores à antevéspera das eleições, horá-rio destinado à divulgação, em rede, da propaganda eleitoral gratuita, na forma estabelecida neste artigo.

§1º (...)

I – (...)

a) das sete horas às sete horas e doze minutos e trinta segun-dos e das doze horas às doze horas e doze minutos e trinta segundos, no rádio;

b) das treze horas às treze ho-ras e doze minutos e trinta segundos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e quarenta e dois minutos e trin-ta segundos, na televisão;

II – (...)

a) das sete horas e doze minu-tos e trinta segundos às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e doze minu-tos e trinta segundos às doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio;

b) das treze horas e doze minu-tos e trinta segundos às treze horas e vinte e cinco minutos e das vinte horas e quarenta e dois minutos e trinta segundos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na televisão;

III – nas eleições para Senador, às segundas, quartas e sextas--feiras:

a) das sete horas às sete horas e cinco minutos e das doze horas às doze horas e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a re-novação do Senado Federal se der por um terço;

O novo art. 47 da Lei nº. 9.504/97 diminui os tempos de duração e exibição do horá-rio eleitoral gratuito no rádio e na TV, reti-rando, inclusive, a participação dos candi-datos a vereador dos blocos de exibição do horário eleitoral, restringido as suas propa-gandas no rádio e TV às inserções durante a programação. Além disso, a distribuição do tempo de propaganda no horário elei-toral foi alterada, reduzindo a participação dos pequenos partidos.

Page 45: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

45

Redação antiga Nova redação Comentários

b) das treze horas às treze ho-ras e vinte minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e cinquenta minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por 1/3 (um terço);

c) das sete horas às sete horas e dezoito minutos e das doze horas às doze horas e dezoito minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Sena-do Federal se der por 2/3 (dois terços);

d) das treze horas às treze horas e dezoito minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e quarenta e oito minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Sena-do Federal se der por 2/3 (dois terços);

IV – nas eleições para Deputa-do Estadual e Deputado Dis-trital, às segundas, quartas e sextas-feiras:

a) das sete horas e vinte mi-nutos às sete horas e quaren-ta minutos e das doze horas e vinte minutos às doze horas e quarenta minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por 1/3 (um terço);

b) das treze horas e vinte mi-nutos às treze horas e quaren-ta minutos e das vinte horas e cinquenta minutos às vinte e uma horas e dez minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por 1/3 (um terço);

c) das sete horas e dezoito mi-nutos às sete horas e trinta e cinco minutos e das doze horas e dezoito minutos às doze ho-ras e trinta e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a reno-vação do Senado Federal se der por 2/3 (dois terços);

b) das treze horas às treze ho-ras e cinco minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e trinta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um terço;

c) das sete horas às sete horas e sete minutos e das doze horas às doze horas e sete minutos, no rádio, nos anos em que a re-novação do Senado Federal se der por dois terços;

d) das treze horas às treze ho-ras e sete minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e trinta e sete minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois terços;

IV – (...)

a) das sete horas e cinco minu-tos às sete horas e quinze mi-nutos e das doze horas e cinco minutos às doze horas e quinze minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Fe-deral se der por um terço;

b) das treze horas e cinco minu-tos às treze horas e quinze mi-nutos e das vinte horas e trinta e cinco minutos às vinte horas e quarenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um terço;

c) das sete horas e sete minutos às sete horas e dezesseis minu-tos e das doze horas e sete mi-nutos às doze horas e dezesseis minutos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Fe-deral se der por dois terços;

d) das treze horas e sete minu-tos às treze horas e dezesseis minutos e das vinte horas e trinta e sete minutos às vinte horas e quarenta e seis minu-tos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois terços;

Page 46: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

46

Redação antiga Nova redação Comentários

d) das treze horas e dezoito mi-nutos às treze horas e trinta e cinco minutos e das vinte horas e quarenta e oito minutos às vinte e uma horas e cinco mi-nutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Sena-do Federal se der por 2/3 (dois terços);

V – na eleição para Senador, às segundas, quartas e sextas-fei-ras:

a) das sete horas e quarenta minutos às sete horas e cin-quenta minutos e das doze ho-ras e quarenta minutos às doze horas e cinquenta minutos, no rádio, nos anos em que a reno-vação do Senado Federal se der por 1/3 (um terço);

b) das treze horas e quarenta minutos às treze horas e cin-quenta minutos e das vinte e uma horas e dez minutos às vinte e uma horas e vinte minu-tos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Fe-deral se der por 1/3 (um terço);

c) das sete horas e trinta e cin-co minutos às sete horas e cin-quenta minutos e das doze ho-ras e trinta e cinco minutos às doze horas e cinquenta minu-tos, no rádio, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por 2/3 (dois terços);

d) das treze horas e trinta e cinco minutos às treze horas e cinquenta minutos e das vinte e uma horas e cinco minutos às vinte e uma horas e vinte minu-tos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Fe-deral se der por 2/3 (dois terços

VI – nas eleições para Prefeito e Vice-Prefeito, às segundas, quartas e sextas-feiras:

V – na eleição para Governador de Estado e do Distrito Federal, às segundas, quartas e sextas--feiras:

a) das sete horas e quinze mi-nutos às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e quinze minutos às doze ho-ras e vinte e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a reno-vação do Senado Federal se der por um terço;

b) das treze horas e quinze mi-nutos às treze horas e vinte e cinco minutos e das vinte horas e quarenta e cinco minutos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por um terço;

c) das sete horas e dezesseis minutos às sete horas e vinte e cinco minutos e das doze horas e dezesseis minutos às doze horas e vinte e cinco minutos, no rádio, nos anos em que a re-novação do Senado Federal se der por dois terços;

d) das treze horas e dezesseis minutos às treze horas e vinte e cinco minutos e das vinte ho-ras e quarenta e seis minutos às vinte horas e cinquenta e cinco minutos, na televisão, nos anos em que a renovação do Senado Federal se der por dois terços;

VI – nas eleições para Prefeito, de segunda a sábado:

a) das sete horas às sete horas e dez minutos e das doze horas às doze horas e dez minutos, no rádio;

b) das treze horas às treze ho-ras e dez minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte horas e quarenta minutos, na televisão;

Page 47: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

47

Redação antiga Nova redação Comentários

a) das sete horas às sete horas e trinta minutos e das doze horas às doze horas e trinta minutos, no rádio;

b) das treze horas às treze ho-ras e trinta minutos e das vinte horas e trinta minutos às vinte e uma horas, na televisão;

VII – nas eleições para Vereador, às terças e quintas-feiras e aos sábados, nos mesmos horários previstos no inciso anterior.

(...)

§ 2º Os horários reservados à propaganda de cada eleição, nos termos do parágrafo an-terior, serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato e repre-sentação na Câmara dos Depu-tados, observados os seguintes critérios :

I – 2/3 (dois terços) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resul-tado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram;

II – do restante, 1/3 (um terço) distribuído igualitariamente e 2/3 (dois terços) proporcio-nalmente ao número de re-presentantes eleitos no pleito imediatamente anterior para a Câmara dos Deputados, consi-derado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram.

(...)

VII – ainda nas eleições para Prefeito, e também nas de Ve-reador, mediante inserções de trinta e sessenta segundos, no rádio e na televisão, totalizan-do setenta minutos diários, de segunda-feira a domingo, distribuídas ao longo da pro-gramação veiculada entre as cinco e as vinte e quatro horas, na proporção de 60% (sessenta por cento) para Prefeito e 40% (quarenta por cento) para Ve-reador.

§ 1º-A Somente serão exibidas as inserções de televisão a que se refere o inciso VII do § 1º nos Municípios em que houver es-tação geradora de serviços de radiodifusão de sons e ima-gens.

§2º (...)

I – 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmen-te ao número de representan-tes na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de co-ligação para eleições majo-ritárias, o resultado da soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de co-ligações para eleições propor-cionais, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a in-tegrem;

II – 10% (dez por cento) distri-buídos igualitariamente.

(...)

§ 9º As emissoras de rádio sob responsabilidade do Senado Federal e da Câmara dos Depu-tados instaladas em localida-des fora do Distrito Federal são dispensadas da veiculação da propaganda eleitoral gratuita dos pleitos referidos nos inci-sos II a VI do § 1º.”

Page 48: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

48

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 48. (...)§ 1º A Justiça Eleitoral regu-lamentará o disposto neste artigo, de forma que o núme-ro máximo de Municípios a serem atendidos seja igual ao de emissoras geradoras dispo-níveis.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às emissoras de rádio, nas mesmas condições.

Os §§ 1º e 2º foram revogados pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 51. Durante os períodos previstos nos arts. 47 e 49, as emissoras de rádio e televisão e os canais por assinatura men-cionados no art. 57 reservarão, ainda, trinta minutos diários para a propaganda eleitoral gratuita, a serem usados em in-serções de até sessenta segun-dos, a critério do respectivo partido ou coligação, assinadas obrigatoriamente pelo partido ou coligação, e distribuídas, ao longo da programação vei-culada entre as oito e as vinte e quatro horas, nos termos do § 2º do art. 47, obedecido o se-guinte:

(...)

II – destinação exclusiva do tempo para a campanha dos candidatos a Prefeito e Vice--Prefeito, no caso de eleições municipais;

III – a distribuição levará em conta os blocos de audiência entre as oito e as doze horas, as doze e as dezoito horas, as de-zoito e as vinte e uma horas, as vinte e uma e as vinte e quatro horas;

Art. 51. Durante os períodos previstos nos arts. 47 e 49, as emissoras de rádio e televisão e os canais por assinatura men-cionados no art. 57 reservarão, ainda, setenta minutos diários para a propaganda eleitoral gratuita, a serem usados em in-serções de trinta e sessenta se-gundos, a critério do respectivo partido ou coligação, assinadas obrigatoriamente pelo partido ou coligação, e distribuídas, ao longo da programação veicula-da entre as cinco e as vinte qua-tro horas, nos termos do § 2º do art. 47, obedecido o seguinte:

(...)

II – (revogado);

III – a distribuição levará em conta os blocos de audiência entre as cinco e as onze horas, as onze e as dezoito horas, e as dezoito e as vinte e quatro horas;

O novo artigo 51, como compensação à diminuição da apresentação dos blocos de horário eleitoral gratuito, aumentou de 30 para 70 minutos diários as inserções de candidatos, incluindo, nestas inserções, os candidatos a vereador.

Art. 52. A partir do dia 8 de ju-lho do ano da eleição, a Justiça Eleitoral convocará os partidos e a representação das emisso-ras de televisão para elabora-rem plano de mídia, nos termos do artigo anterior, para o uso da parcela do horário eleitoral gratuito a que tenham direito, garantida a todos participação nos horários de maior e menor audiência.

Art. 52. A partir do dia 15 de agosto do ano da eleição, a Justiça Eleitoral convocará os partidos e a representação das emissoras de televisão para ela-borarem plano de mídia, nos termos do art. 51, para o uso da parcela do horário eleitoral gratuito a que tenham direito, garantida a todos participação nos horários de maior e menor audiência.

A presente mudança foi motivada pelas alterações no calendário eleitoral, que re-duziram o período de exibição da propa-ganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

Page 49: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

49

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 54. Dos programas de rá-dio e televisão destinados à propaganda eleitoral gratuita de cada partido ou coligação poderá participar, em apoio aos candidatos desta ou daquele, qualquer cidadão não filiado a outra agremiação partidária ou a partido integrante de outra coligação, sendo vedada a par-ticipação de qualquer pessoa mediante remuneração.

Parágrafo único. No segundo turno das eleições não será permitida, nos programas de que trata este artigo, a parti-cipação de filiados a partidos que tenham formalizado o apoio a outros candidatos.

Art. 54. Nos programas e inser-ções de rádio e televisão desti-nados à propaganda eleitoral gratuita de cada partido ou coligação só poderão aparecer, em gravações internas e exter-nas, observado o disposto no § 2º, candidatos, caracteres com propostas, fotos, jingles, clipes com música ou vinhetas, inclu-sive de passagem, com indica-ção do número do candidato ou do partido, bem como seus apoiadores, inclusive os can-didatos de que trata o § 1º do art. 53-A, que poderão dispor de até 25% (vinte e cinco por cento) do tempo de cada pro-grama ou inserção, sendo ve-dadas montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais.

§ 1º No segundo turno das eleições não será permitida, nos programas de que trata este artigo, a participação de filiados a partidos que tenham formalizado o apoio a outros candidatos.

§ 2º Será permitida a veiculação de entrevistas com o candidato e de cenas externas nas quais ele, pessoalmente, exponha:

I – realizações de governo ou da administração pública;

II – falhas administrativas e de-ficiências verificadas em obras e serviços públicos em geral;

III – atos parlamentares e deba-tes legislativos.”

O novo caput do art. 54 disciplinou, de forma mais restritiva, a participação de pessoas não filiadas a partidos políticos nas propagandas eleitorais veiculadas no rádio e na TV, determinando também, a vedação ao uso de montagens, trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais. O uso de imagens exter-nas, da mesma forma, passou a ser discipli-nado de forma mais clara, objetivando-se um controle maior sobre tal prática, muito utilizada em campanhas eleitorais.

Art. 57-A. É permitida a propa-ganda eleitoral na internet, nos termos desta Lei, após o dia 5 de julho do ano da eleição.

Art. 57-A. É permitida a propa-ganda eleitoral na internet, nos termos desta Lei, após o dia 15 de agosto do ano da eleição.

O novo art. 57-A reitera a mudança no ca-lendário da propaganda eleitoral, já anun-ciada em outros dispositivos.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.58. (...)§ 1º (...)

IV – a qualquer tempo, quando se tratar de conteúdo que este-ja sendo divulgado na internet, ou em 72 (setenta e duas) ho-ras, após a sua retirada.

Este novo dispositivo veio a preencher uma importante lacuna, ao dispor sobre o prazo para o direito de resposta por ofen-sas praticadas na internet, durante as elei-ções.

Page 50: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

50

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 59-A. No processo de vo-tação eletrônica, a urna impri-mirá o registro de cada voto, que será depositado, de forma automática e sem contato ma-nual do eleitor, em local previa-mente lacrado.

Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a cor-respondência entre o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna eletrônica.

O presente artigo, que institui a implemen-tação do voto impresso como instrumento de averiguação da segurança da urna ele-trônica, havia sido vetado.

Em suas razões do veto, a presidente Dil-ma Rousseff destacou os altos custos que seriam gerados pela nova regra, que obri-garia à troca das urnas, como motivo maior do veto.

Em 18 de novembro de 2015, contudo, em sessão do Congresso Nacional, o veto foi derrubado e a impressão do voto será obri-gatória a partir das eleições gerais de 2018.

Art.73. (...)VII – realizar, em ano de eleição, antes do prazo fixado no inciso anterior, despesas com publici-dade dos órgãos públicos fede-rais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que an-tecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição.

Art.73. (...)VII – realizar, no primeiro se-mestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito;

O novo inciso VII do art. 73 modifica a regra de limitação de despesas com publicidade no ano eleitoral, a qual, doravante, só será aplicada no primeiro semestre do ano elei-toral.

Page 51: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

51

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 81. As doações e contri-buições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais po-derão ser feitas a partir do re-gistro dos comitês financeiros dos partidos ou coligações.

§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a dois por cento do faturamento bruto do ano an-terior à eleição

§ 2º A doação de quantia acima do limite fixado neste artigo sujeita a pessoa jurídica ao pa-gamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em excesso

§ 3º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, a pessoa jurídica que ultrapassar o limite fixado no § 1º estará sujeita à proibição de participar de lici-tações públicas e de celebrar contratos com o Poder Público pelo período de cinco anos, por determinação da Justiça Eleitoral, em processo no qual seja assegurada ampla defesa

§ 4º As representações propos-tas objetivando a aplicação das sanções previstas nos §§ 2º e 3º observarão o rito previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, e o prazo de recurso contra as decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publi-cação do julgamento no Diário Oficial.

O artigo 81, e seus parágrafos, foram revogados pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 93. O Tribunal Superior Eleitoral poderá requisitar, das emissoras de rádio e televisão, no período compreendido en-tre 31 de julho e o dia do pleito, até dez minutos diários, contí-nuos ou não, que poderão ser somados e usados em dias es-paçados, para a divulgação de seus comunicados, boletins e instruções ao eleitorado.

Art. 93. O Tribunal Superior Eleitoral poderá, nos anos elei-torais, requisitar das emissoras de rádio e televisão, no período de um mês antes do início da propaganda eleitoral a que se refere o art. 36 e nos três dias anteriores à data do pleito, até dez minutos diários, contí-nuos ou não, que poderão ser somados e usados em dias es-paçados, para a divulgação de comunicados, boletins e instru-ções ao eleitorado.

O novo art. 93 reduz o período no qual o TSE poderá requisitar das emissoras de rá-dio e TV até dez minutos diários, contínuos ou não, que poderão ser somados e usa-dos em dias espaçados, para a divulgação de comunicados, boletins e instruções ao eleitorado, tendo em vista o aumento do tempo de inserções de propaganda eleito-ral no rádio e TV, também criada pela Lei nº. 13.165/15.

Page 52: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

52

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 93-A. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no período com-preendido entre 1º de março e 30 de junho dos anos eleitorais, em tempo igual ao disposto no art. 93 desta Lei, poderá pro-mover propaganda institucio-nal, em rádio e televisão, des-tinada a incentivar a igualdade de gênero e a participação fe-minina na política.

Art. 93-A. O Tribunal Supe-rior Eleitoral, no período com-preendido entre 1º de abril e 30 de julho dos anos eleitorais, promoverá, em até cinco minu-tos diários, contínuos ou não, requisitados às emissoras de rádio e televisão, propaganda institucional, em rádio e tele-visão, destinada a incentivar a participação feminina na po-lítica, bem como a esclarecer os cidadãos sobre as regras e o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro.

A nova lei impõe a obrigação ao TSE, bas-tante salutar, de esclarecer o eleitorado acerca do funcionamento do sistema elei-toral, além de reforçar a necessidade de in-centivo à participação feminina na política.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 94. (...)

§ 5º Nos Tribunais Eleitorais, os advogados dos candidatos ou dos partidos e coligações serão intimados para os feitos que não versem sobre a cassa-ção do registro ou do diploma de que trata esta Lei por meio da publicação de edital eletrô-nico publicado na página do respectivo Tribunal na internet, iniciando-se a contagem do prazo no dia seguinte ao da di-vulgação.

O novo dispositivo coaduna-se com o prin-cípio da celeridade, próprio do direito elei-toral.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 96 (...)

§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do des-cumprimento de disposições desta Lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se benefi-ciado da conduta, salvo quan-do comprovada a sua partici-pação.

O presente dispositivo mitiga o princípio da solidariedade entre partidos e candida-tos por infrações às regras de propaganda eleitoral.

Page 53: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

53

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 96-B. Serão reunidas para julgamento comum as ações eleitorais propostas por partes diversas sobre o mesmo fato, sendo competente para apreci-á-las o juiz ou relator que tiver recebido a primeira.

§ 1º O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou par-tido político não impede ação do Ministério Público no mes-mo sentido.

§ 2º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão ainda não transitou em julgado, será ela apensada ao processo ante-rior na instância em que ele se encontrar, figurando a par-te como litisconsorte no feito principal.

§ 3º Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em ou-tra cuja decisão já tenha tran-sitado em julgado, não será ela conhecida pelo juiz, ressalvada a apresentação de outras ou novas provas.”

O novo art. 96-B estabelece importantes regras processuais eleitorais, estabelecen-do a prevenção do juiz ou relator para a distribuição de quaisquer ações eleitorais propostas por partes diversas relativas a um mesmo fato. Além disso, o §1º do referi-do artigo destaca que o Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação eleito-ral independentemente do seu ajuizamen-to por candidato ou partido político. Por fim, vale destacar o § 3º do art. 98-B, que impede o conhecimento de ação nova que verse sobre o mesmo fato apreciado em outra ação, transitada em julgado, mesmo que a ação seja de natureza diversa, tendo em vista a ausência de qualquer exceção desta espécie, no novo texto normativo, fato que pode gerar grandes polêmicas.

Art. 100. A contratação de pes-soal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contra-tantes.

Art. 100. A contratação de pes-soal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contra-tantes, aplicando-se à pessoa física contratada o disposto na alínea h do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Parágrafo único. Não se aplica aos partidos políticos, para fins da contratação de que trata o caput, o disposto no parágrafo único do art. 15 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Como novidade, a nova redação do art. 100 da Lei das Eleições estabelece que as pessoas físicas contratadas para presta-ção de serviços em campanhas eleitorais deverão ser inscritas como contribuintes individuais junto ao Regime Geral de Pre-vidência Social.

Art. 100-A. (...)§ 4º. Na prestação de contas a que estão sujeitos na forma desta Lei, os candidatos são obrigados a discriminar nomi-nalmente as pessoas contrata-das, com indicação de seus res-pectivos números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

O § 4º do art. 100-A foi revoga-do pela Lei nº. 13.165/15.

Page 54: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

54

2. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NA LEI GERAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI Nº. 9.096/95)

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.7º (...)§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido polí-tico que tenha caráter nacio-nal, considerando-se como tal aquele que comprove o apoia-mento de eleitores correspon-dente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na últi-ma eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computa-dos os votos em branco e os nulos, distribuídos por um ter-ço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Art.7º (...)§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido polí-tico que tenha caráter nacio-nal, considerando-se como tal aquele que comprove, no perí-odo de dois anos, o apoiamen-to de eleitores não filiados a partido político, corresponden-te a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuí-dos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Com a publicação da Lei nº. 13.165/15, o § 1º do art. 7º da Lei Geral dos Partidos Políticos teve sua redação alterada com a finalidade de dificultar a criação de novos partidos políticos. Doravante, a colheita de assinatura de eleitores para o apoiamento mínimo necessário para o registro do par-tido no TSE deverá ocorrer durante o pe-ríodo de dois anos, exigência que não era prevista até então. O processo de criação de um novo partido, assim, será mais mo-roso do que aquele que era observado até a publicação da nova lei, quando não era exigido tal prazo.

Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.

Artigo revogado pela Lei nº. 13.165/15.

Com a publicação da Lei nº. 13.165/15, o referido prazo passou a ser de seis meses antes das eleições.

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.Parágrafo único. Consideram--se justa causa para a desfilia-ção partidária somente as se-guintes hipóteses:I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;II – grave discriminação política pessoal; eIII – mudança de partido efetu-ada durante o período de trin-ta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

O novo art. 22-A, incluído pela Lei nº. 13.165/15, disciplinou, finalmente, a fide-lidade partidária no plano legal, uma vez que, até então, infraconstitucionalmente, a matéria era disciplinada, tão somente, pela Resolução TSE nº. 22.610/07. Como novi-dade maior, o inciso III do art. 22-A trouxe a possibilidade de uma janela para a troca de partido por mandatários, durante o pe-ríodo de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. As demais hipóteses, previstas nos incisos I e II, já eram previstas como situações autorizado-ras da troca de partido, sem perda do man-dato político, pela Resolução do TSE. Por outro lado, a hipótese também prevista na resolução de troca de partido para fundar partido novo por parte do mandatário, sem perda do mandato, não foi reproduzi-da pela Lei nº. 13.165/15.Por fim, vale destacar que o STF, julgando a ADI 5018/DF, decidiu que as normas de fi-delidade partidária não se aplicam a man-datos majoritários, aplicando-se, portanto, apenas aos cargos de vereador, deputado estadual, deputado distrital e deputado federal.

Page 55: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

55

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.32. (...)§ 3º No ano em que ocorrem eleições, o partido deve enviar balancetes mensais à Justiça Eleitoral, durante os quatro meses anteriores e os dois me-ses posteriores ao pleito.

Art.32. (...)§ 3º (Revogado).

§ 4º Os órgãos partidários mu-nicipais que não hajam movi-mentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimá-veis em dinheiro ficam deso-brigados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado no caput, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

§ 5º A desaprovação da presta-ção de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

A Lei nº. 13.165/15, ao revogar o § 3º do art. 32 da Lei nº. 9.096/95, acabou com a obrigatoriedade de o partido político, em ano eleitoral, enviar balancetes mensais à Justiça Eleitoral, durante os quatro meses anteriores e os dois meses posteriores ao pleito. Importante também destacar que o novo § 5º ressaltou que a desaprovação da prestação de contas do partido não enseja sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral.

Page 56: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

56

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 34. A Justiça Eleitoral exer-ce a fiscalização sobre a escri-turação contábil e a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleito-ral, devendo atestar se elas re-fletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e recursos aplica-dos nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das se-guintes normas: I – obrigatoriedade de consti-tuição de comitês e designação de dirigentes partidários espe-cíficos, para movimentar recur-sos financeiros nas campanhas eleitorais; II – caracterização da respon-sabilidade dos dirigentes do partido e comitês, inclusive do tesoureiro, que responde-rão, civil e criminalmente, por quaisquer irregularidades; III – escrituração contábil, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplica-dos; IV – obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a do-cumentação comprobatória de suas prestações de contas, por prazo não inferior a cinco anos; V – obrigatoriedade de pres-tação de contas, pelo partido político, seus comitês e can-didatos, no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à te-souraria do partido dos saldos financeiros eventualmente apurados. § 1º A fiscalização de que trata o caput tem por escopo iden-tificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos documentos contá-beis e fiscais apresentados pe-los partidos políticos, comitês e candidatos, sendo vedada a análise das atividades político--partidárias ou qualquer inter-ferência em sua autonomia.

Art. 34. A Justiça Eleitoral exer-ce a fiscalização sobre a pres-tação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a real movimentação financei-ra, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas elei-torais, exigindo a observação das seguintes normas:

I – obrigatoriedade de desig-nação de dirigentes partidários específicos para movimentar recursos financeiros nas cam-panhas eleitorais;

II – (revogado);

III – relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplica-dos;

IV – obrigatoriedade de ser conservada pelo partido, por prazo não inferior a cinco anos, a documentação comprobató-ria de suas prestações de con-tas;

V – obrigatoriedade de presta-ção de contas pelo partido po-lítico e por seus candidatos no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do parti-do dos saldos financeiros even-tualmente apurados.

§ 1º A fiscalização de que trata o caput tem por escopo iden-tificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos documentos fiscais apresentados pelos partidos políticos e candidatos, sendo vedada a análise das atividades político-partidárias ou qual-quer interferência em sua au-tonomia.

O novo caput do art. 34 retirou, da Justiça Eleitoral, o papel de fiscal da escrituração contábil do partido político, preservando, contudo, a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral. Os novos incisos I e V, bem como o novo § 1º, por outro lado, reproduziu previsão expressa em vários dispositivos inovadores trazidos pela Lei nº. 13.165/15, extinguindo a figura do co-mitê partidário nas campanhas eleitorais. Já o inciso II, que previa a responsabiliza-ção pessoal dos dirigentes do partido, no âmbito cível e criminal, por quaisquer ir-regularidades nas contas dos partidos foi revogado.

Page 57: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

57

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 37. A falta de prestação de contas ou sua desaprova-ção total ou parcial implica a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.

(...)

§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusiva-mente à esfera partidária res-ponsável pela irregularidade

§ 3º A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por de-saprovação total ou parcial da prestação de contas de partido, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repas-sado, da importância apontada como irregular, não podendo ser aplicada a sanção de sus-pensão, caso a prestação de contas não seja julgada, pelo juízo ou tribunal competen-te, após 5 (cinco) anos de sua apresentação.

Art. 37. A desaprovação das contas do partido implicará ex-clusivamente a sanção de de-volução da importância apon-tada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).

(...)

§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusiva-mente à esfera partidária res-ponsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornan-do devedores ou inadimplen-tes os respectivos responsáveis partidários.

§ 3º A sanção a que se refere o caput deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de um a doze me-ses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário, desde que a prestação de contas seja julga-da, pelo juízo ou tribunal com-petente, em até cinco anos de sua apresentação.

(...)

§ 9º O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da sanção a que se refere o caput será suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as eleições.

§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados me-diante apresentação de fatura ou duplicata emitida por agên-cia de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os iti-nerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer ou-tro documento para esse fim.

De acordo com o novo caput do art. 37, a desaprovação das contas partidárias não acarreta mais a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário, com a responsabili-zação dos responsáveis, mas, tão somen-te, a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sem que haja suspensão de órgãos de direção partidária ou declaração de dívida ou ina-dimplência dos respectivos responsáveis partidários (conforme o novo § 2º).

Eventuais descontos nos futuros repasses do Fundo partidário, como consequência da sanção prevista no novo caput do art. 37, deverão ocorrer, segundo o novo § 3º, de forma proporcional e razoável, pelo período de um a doze meses, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo ju-ízo ou tribunal competente, em até cinco anos de sua apresentação. Tal desconto, contudo, se ocorrer, deverá ser suspenso durante o segundo semestre do ano em que se realizarem as eleições.

Page 58: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

58

Redação antiga Nova redação Comentários

§ 11. Os órgãos partidários po-derão apresentar documentos hábeis para esclarecer questio-namentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas.

§ 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não acarretarão a de-saprovação das contas.

§ 13. A responsabilização pes-soal civil e criminal dos diri-gentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insaná-vel resultante de conduta dolo-sa que importe enriquecimen-to ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

§ 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação.” (NR)

Dispositivo incluído pela Lei nº 13.165/15.

Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspen-são de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

Se antes da Lei nº. 13.165/15 a falta de prestação de contas implicava a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário e sujei-tava os responsáveis às penas da lei, agora tal procedimento implicará, tão somente, a suspensão de novas cotas do Fundo Parti-dário enquanto perdurar a inadimplência, mantendo-se a sujeição dos responsáveis às penas da lei.

Page 59: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

59

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.39. (...)§ 3º As doações em recursos financeiros devem ser, obriga-toriamente, efetuadas por che-que cruzado em nome do par-tido político ou por depósito bancário diretamente na conta do partido político.

Art.39. (...)§ 3º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do par-tido político por meio de:

I – cheques cruzados e nomi-nais ou transferência eletrônica de depósitos;

II – depósitos em espécie devi-damente identificados;

III – mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de cartão de crédito ou de débito e que atenda aos seguintes re-quisitos:

a) identificação do doador;

b) emissão obrigatória de reci-bo eleitoral para cada doação realizada.

A nova redação do § 3º do art. 39 da Lei Ge-ral dos Partidos Políticos, ao instituir o seu novo inciso III, possibilitou que as doações de recursos financeiros a partidos políticos possam vir a ser realizadas mediante me-canismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de crédito ou de débito, o que não era possí-vel, até então. Para que tal forma de doa-ção seja possível, contudo, será necessário que tal mecanismo permita a identificação do doador e emita, obrigatoriamente, re-cibo eleitoral para cada doação realizada.

Art.41-A. (...)I – 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os parti-dos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Supe-rior Eleitoral; e

Art.41-A. (...)I – 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os parti-dos que atendam aos requisi-tos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidá-rio; e

O novo inciso I do art. 41-A da Lei nº. 9.096/95, a exemplo de outros que tive-ram suas redações alteradas pela Lei nº. 13.165/15, passou a possibilitar restrições ao recebimento de recursos do Fundo Partidário a partidos políticos que não ve-nham a atender requisitos constitucionais de acesso ao Fundo Partidário. Atualmen-te, o requisito necessário, conforme previ-são do art. 17 da CF/1988, é o registro do partido no TSE.

Page 60: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

60

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.44. (...)I – na manutenção das sedes e serviços do partido, permiti-do o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado nes-te último caso o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do total recebido;

(...)

V – na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação políti-ca das mulheres conforme per-centual que será fixado pelo órgão nacional de direção par-tidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total.

(...)

§ 5º O partido que não cum-prir o disposto no inciso V do caput deste artigo deverá, no ano subsequente, acrescer o percentual de 2,5% (dois intei-ros e cinco décimos por cento) do Fundo Partidário para essa destinação, ficando impedido de utilizá-lo para finalidade di-versa.

Art.44. (...)I – na manutenção das sedes e serviços do partido, permiti-do o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes li-mites:

a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;

b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

(...)

V – na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e manti-dos pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentu-al que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total;

VI – no pagamento de mensa-lidades, anuidades e congêne-res devidos a organismos par-tidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação po-lítica, aos quais seja o partido político regularmente filiado;

VII – no pagamento de despe-sas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.

(...)

O novo inciso I do art. 44 da Lei Geral dos Partidos Políticos cria, por meio da nova alínea “b”, um limite mais amplo, de 60% dos recursos oriundos do Fundo Partidá-rio, para uso dos órgãos estaduais e mu-nicipais dos partidos políticos para fins de pagamento de pessoal.

O novo inciso V, por sua vez, prevê a pos-sibilidade dos partidos políticos criarem secretarias da mulher, com a finalidade de gerir programas de promoção e difusão da participação política feminina, mister que poderá ser cumprindo, também, por instituto ou fundação de pesquisa man-tidos pelo partido para a doutrinação e educação política. O percentual mínimo de utilização de 5% dos recursos do Fundo Partidário para o incentivo à participação feminina na política, já previsto na legisla-ção anterior, foi preservado.

De se destacar, também, o novo § 5º-A, in-cluído pela Lei nº. 13.165/15, o qual prevê que os partidos políticos que não aplica-rem o percentual de 5% do Fundo Partidá-rio em ações de incentivo à participação feminina na política, conforme o inciso V, deverão transferir o respectivo saldo para conta específica, sendo vedada sua aplica-ção para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequen-te, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do va-lor previsto, a ser aplicado na mesma fina-lidade.

Por fim, o novo § 7º prevê que o partido político, por meio da sua secretaria da mulher, ou, inexistindo esta, através da fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, poderá acumular os re-cursos a que se refere o inciso V do caput em diferentes exercícios financeiros, man-tidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido.

Page 61: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

61

Redação antiga Nova redação Comentários

§ 5º O partido político que não cumprir o disposto no inciso V do caput deverá transferir o sal-do para conta específica, sendo vedada sua aplicação para fina-lidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor previsto no inciso V do caput, a ser aplica-do na mesma finalidade.

§ 5º-A. A critério das agremia-ções partidárias, os recursos a que se refere o inciso V pode-rão ser acumulados em dife-rentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias específicas, para utilização fu-tura em campanhas eleitorais de candidatas do partido.

(...)

§ 7º A critério da secretaria da mulher ou, inexistindo a secre-taria, a critério da fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, os recursos a que se refere o inciso V do caput poderão ser acumula-dos em diferentes exercícios fi-nanceiros, mantidos em contas bancárias específicas, para uti-lização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido, não se aplicando, nes-te caso, o disposto no § 5º.” (NR)

Art.45. (...)IV – promover e difundir a par-ticipação política feminina, dedicando às mulheres o tem-po que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).

Art.45. (...)IV – promover e difundir a par-ticipação política feminina, dedicando às mulheres o tem-po que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento) do programa e das inserções a que se refere o art. 49.

O novo inciso IV do art. 45 da Lei Geral dos Partidos Políticos traz, como novidade, a previsão expressa de que o tempo mínimo de 10% da propaganda partidária para di-fusão da participação política feminina de-verá ser observado também nas inserções a que se refere o art. 49 desta mesma lei, não se limitando, portanto, ao programa em bloco.

Page 62: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

62

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 49. O partido que atenda ao disposto no art. 13 tem as-segurado:

I – a realização de um progra-ma, em cadeia nacional e de um programa, em cadeia esta-dual em cada semestre, com a duração de vinte minutos cada;

II – a utilização do tempo total de quarenta minutos, por se-mestre, para inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tem-po nas emissoras estaduais.

Art. 49. Os partidos com pelo menos um representante em qualquer das Casas do Con-gresso Nacional têm assegu-rados os seguintes direitos relacionados à propaganda partidária:

I – a realização de um progra-ma a cada semestre, em cadeia nacional, com duração de:

a) cinco minutos cada, para os partidos que tenham eleito até quatro Deputados Federais;

b) dez minutos cada, para os partidos que tenham eleito cinco ou mais Deputados Fe-derais;

II – a utilização, por semestre, para inserções de trinta segun-dos ou um minuto, nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais, do tempo total de:

a) dez minutos, para os par-tidos que tenham eleito até nove Deputados Federais;

b) vinte minutos, para os parti-dos que tenham eleito dez ou mais deputados federais.

Parágrafo único. A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais referidas no inciso II do caput deste artigo poderão veicular conteúdo regionalizado, co-municando-se previamente o Tribunal Superior Eleitoral.

O antigo artigo 49 havia sido declarado in-constitucional, em virtude do julgamento das ADIs 1.351-3 e 1.354-8, que afastaram a aplicabilidade da cláusula de desempe-nho dos partidos, prevista no art. 13 da Lei Geral dos Partidos Políticos. Desta forma, a divisão do tempo de propaganda parti-dária entre os partidos com registro no TSE carecia de uma disciplina legal, que agora foi promovida, com a publicação da Lei nº. 13.165/15, que deu nova redação ao art. 49 da Lei nº. 9.096/95. Além disso, o novo parágrafo único do art. 49, incluído pela Lei nº. 13.165/15, estabeleceu a possibilidade de realização de inserções de conteúdo regionalizado durante o período da pro-paganda partidária, a critério dos órgãos nacionais dos partidos políticos.

Page 63: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

63

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 56. No período entre a data da publicação desta Lei e o início da próxima legislatura, será observado o seguinte. I – fica assegurado o direito ao funcionamento parlamentar na Câmara dos Deputados ao partido que tenha elegido e mantenha filiados, no mínimo, três representantes de diferen-tes Estados;II – a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados disporá sobre o funcionamento da representa-ção partidária conferida, nesse período, ao partido que possua representação eleita ou filiada em número inferior ao dispos-to no inciso anterior;III – ao partido que preencher as condições do inciso I é as-segurada a realização anual de um programa, em cadeia nacional, com a duração de dez minutos;IV – ao partido com represen-tante na Câmara dos Deputa-dos desde o início da Sessão Legislativa de 1995, fica asse-gurada a realização de um pro-grama em cadeia nacional em cada semestre, com a duração de cinco minutos, não cumula-tivos com o tempo previsto no inciso III;V – vinte e nove por cento do Fundo Partidário será desta-cado para distribuição a todos os partidos com estatutos re-gistrados no Tribunal Superior Eleitoral, na proporção da re-presentação parlamentar filia-da no início da Sessão Legisla-tiva de 1995.

Artigo revogado pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 57. No período entre o início da próxima Legislatura e a proclamação dos resultados da segunda eleição geral sub-sequente para a Câmara dos Deputados, será observado o seguinteI – direito a funcionamento par-lamentar ao partido com regis-tro definitivo de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral até a data da publicação desta Lei que, a partir de sua funda-ção tenha concorrido ou venha a concorrer às eleições gerais para a Câmara dos Deputados, elegendo representante em duas eleições consecutivas

Artigo revogado pela Lei nº. 13.165/15.

Page 64: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

64

Redação antiga Nova redação Comentários

a) na Câmara dos Deputados, toda vez que eleger represen-tante em, no mínimo, cinco Estados e obtiver um por cen-to dos votos apurados no País, não computados os brancos e os nulos;

b) nas Assembleias Legislati-vas e nas Câmaras de Verea-dores, toda vez que, atendida a exigência do inciso anterior, eleger representante para a respectiva Casa e obtiver um total de um por cento dos vo-tos apurados na Circunscrição, não computados os brancos e os nulos.

II – vinte e nove por cento do Fundo Partidário será destaca-do para distribuição, aos Parti-dos que cumpram o disposto no art. 13 ou no inciso anterior, na proporção dos votos ob-tidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados;

III – é assegurada, aos Partidos a que se refere o inciso I, obser-vadas, no que couber, as dispo-sições do Título IV:

a) a realização de um progra-ma, em cadeia nacional, com duração de dez minutos por semestre;

b) a utilização do tempo total de vinte minutos por semestre em inserções de trinta segun-dos ou um minuto, nas redes nacionais e de igual tempo nas emissoras dos Estados onde hajam atendido ao disposto no inciso I, b.

3. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NO CÓDIGO ELEITORAL (LEI Nº. 4737/65)

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.7º (...)

§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao eleitor no exterior que requeira novo pas-saporte para identificação e re-torno ao Brasil.”

Este novo parágrafo do art. 7º do Código Eleitoral, incluído pela Lei nº. 13.165/15, criou uma exceção à sanção de impedi-mento de obtenção de passaporte ou car-teira de identidade prevista para aqueles que, de forma injustificada, deixarem de votar. Doravante, tal penalidade não será aplicada ao eleitor brasileiro que, estando no exterior, requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil.

Page 65: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

65

Redação antiga Nova redação Comentários

Art.14. (...)§ 3º Da homologação da res-pectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não poderão servir como juí-zes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge, perante consanguíneo legíti-mo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na cir-cunscrição.

Art.14. (...)§ 3º Da homologação da res-pectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo elei-toral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônju-ge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo regis-trado na circunscrição.

O novo § 3º do art. 14 do Código Eleitoral amplia o lapso temporal de impedimento de atuação, na magistratura eleitoral, de cônjuge ou parente até o segundo grau de candidato. Doravante, o impedimento per-sistirá até a diplomação, e não mais, como outrora, até a apuração final da eleição. Além disso, a nova redação, atualizando a lei eleitoral aos ditames constitucionais, extirpou a diferença entre parentes con-sanguíneos legítimos e ilegítimos, não mais prevista na legislação civil.

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.195/15.

Art. 28. (...)

§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.

§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o suplente da mesma classe.”

Os novos §§ 4º e 5º do art. 28 do Código Eleitoral, incluídos pela reforma de setem-bro de 2015, estabeleceram que, doravan-te, decisões de TREs que importem cassa-ção de registro de candidatos, anulação geral das eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a pre-sença dos sete membros da corte. Quando isso não for possível, no caso, por exemplo, de impedimento de algum juiz, o suplente deverá ser convocado. Tal regra, que, cer-tamente, criará dificuldades a alguns tribu-nais, principalmente porque se tornou co-mum, nos TREs, julgamentos sem a presen-ça de todos os membros das cortes, já era prevista, no parágrafo único do art. 19 do Código, para o Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 93. O prazo da entrada em cartório ou na Secretaria do Tribunal, conforme o caso, de requerimento de registro de candidato a cargo eletivo ter-minará, improrrogavelmente, às dezoito horas do nonagési-mo dia anterior à data marcada para a eleição.

§ 1º Até o septuagésimo dia anterior à data marcada para a eleição, todos os requeri-mentos devem estar julgados, inclusive os que tiverem sido impugnados.

§ 2º As convenções partidárias para a escolha dos candidatos serão realizadas, no máximo, até dez dias antes do término do prazo do pedido de registro no cartório eleitoral ou na Se-cretaria do Tribunal.

Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria do Tribunal, conforme o caso, de requerimento de registro de candidato a cargo eletivo ter-minará, improrrogavelmente, às dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se reali-zarem as eleições.

§ 1º Até vinte dias antes da data das eleições, todos os requeri-mentos, inclusive os que tive-rem sido impugnados, devem estar julgados pelas instâncias ordinárias, e publicadas as de-cisões a eles relativas.

§ 2º As convenções partidárias para a escolha dos candidatos serão realizadas, no máximo, até 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

O art. 93 do Código Eleitoral encontrava-se tacitamente revogado desde a publicação da Lei das Eleições, em 1997. Curiosamen-te, a Lei 13.165/15 resgatou o referido dis-positivo, adequando-o aos novos prazos legais de realização das convenções par-tidárias e solicitação de registro de candi-daturas.

Além disso, o novo § 1º do presente artigo reproduziu regra também incluída na Lei nº. 9.504/97 pela reforma de setembro de 2015, determinando que todos os requeri-mentos de candidaturas, inclusive os que tiverem sido impugnados, devem estar julgados pelas instâncias ordinárias, e pu-blicadas as decisões a eles relativas até 20 dias antes da data das eleições.

Page 66: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

66

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 108. Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um Partido ou coligação quantos o respectivo quociente par-tidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.

Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação que tenham obtido votos em nú-mero igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o res-pectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.

Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de acordo com as regras do art. 109.

As novas redações dos artigos 108 e 109 do Código Eleitoral, determinadas pela Lei nº. 13.165/15, objetivando reduzir o impacto de um fenômeno cada vez mais observado nas eleições proporcionais, a eleição de candidatos pouco votados, em virtude da presença dos chamados “puxa-dores de voto” em seus partidos ou coliga-ções, reformulou o método de distribuição das cadeiras no sistema eleitoral propor-cional, aplicável às eleições de vereadores, deputados estaduais, deputados distritais e deputados federais.

Conforme o novo caput do art. 108, em um primeiro momento, somente serão declarados eleitos, após a distribuição das cadeiras em disputa entre os partidos e coligações, decorrente dos cálculos dos quocientes partidários, os candidatos que obtiverem, no mínimo, votação equivalen-te a 10% do quociente eleitoral. A partir daí, os lugares não preenchidos em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de acordo com as regras do art. 109, que também teve a sua redação reformulada pela Lei nº. 13.165/15.

Page 67: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

67

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 109. Os lugares não pre-enchidos com a aplicação dos quocientes partidários serão distribuídos mediante obser-vância das seguintes regras:

I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de Par-tidos pelo número de lugares por ele obtido, mais um, caben-do ao Partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher;

II – repetir-se-á a operação para a distribuição de cada um dos lugares.

§ 1º – O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida pelos seus candidatos.

§ 2º – Só poderão concorrer à distribuição dos lugares os Par-tidos e coligações que tiverem obtido quociente eleitoral.

Art. 109. Os lugares não pre-enchidos com a aplicação dos quocientes partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refe-re o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras:

I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo nú-mero de lugares definido para o partido pelo cálculo do quo-ciente partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exi-gência de votação nominal mínima;

II – repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preen-cher;

III – quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as maiores médias.

§ 1º O preenchimento dos lu-gares com que cada partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus can-didatos.

§ 2º Somente poderão concor-rer à distribuição dos lugares os partidos ou as coligações que tiverem obtido quociente eleitoral.

O novo artigo 109 criou novas regras para o cálculo das sobras decorrentes dos lu-gares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários. Doravante, há de se observar, conforme o novo arti-go 108, já comentado, o preenchimento das cadeiras em disputa, em um primeiro momento, apenas por aqueles candidatos que tiverem obtido, no mínimo, um quan-titativo de votos equivalente a 10% do quociente eleitoral. Assim, candidatos que, na legislação anterior, já seriam declara-dos eleitos imediatamente após o cálculo dos quocientes partidários, não têm mais asseguradas as suas vitórias, uma vez que, no primeiro momento da distribuição das cadeiras, somente serão declarados eleitos os candidatos que tiverem atingido o refe-rido percentual.

Como consequência desta nova regra, o número de cadeiras não preenchidas a partir do quociente partidário será maior, aumentando, por conseguinte, o quanti-tativo de cadeiras a serem distribuídas no cálculo das sobras, normatizado pelo pre-sente artigo 109.

A primeira distribuição das cadeiras rema-nescentes, a partir de agora, privilegiará os candidatos não eleitos pelo quociente partidário que tenham obtido votação igual ou maior que 10% do quociente eleitoral. Apenas quando não houver mais candidatos em tal situação, caso ainda reste alguma vaga não preenchida, é que a regra antiga de distribuição das sobras será aplicada, podendo a cadeira remanes-cente ser distribuída a candidatos que não obtiveram a votação de 10% do quociente eleitoral.

Page 68: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

68

Redação antiga Nova redação Comentários

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art.112. (...)Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representa-ção partidária, não há exigên-cia de votação nominal mínima prevista pelo art. 108.

O parágrafo único do art. 112, incluído pela Lei nº. 13.165/15, tendo em vista as novas regras referentes à distribuição das cadeiras em disputa nas eleições propor-cionais, estabeleceu que os suplentes das representações partidárias não precisarão obter a votação mínima equivalente a 10% do quociente eleitoral para serem declara-dos como tais, regra, de certa forma, óbvia, trazida pela nova legislação.

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 224. (...)§ 3º A decisão da Justiça Eleito-ral que importe o indeferimen-to do registro, a cassação do di-ploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realiza-ção de novas eleições, inde-pendentemente do número de votos anulados.

§ 4º A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da Justiça Eleitoral e será:

I – indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final do mandato;

II – direta, nos demais casos.

Os novos §§ 3º e 4º do art. 224 do Código Eleitoral, incluídos pela minirreforma elei-toral de setembro de 2015, põem fim a uma antiga celeuma existente no âmbito da Justiça Eleitoral: a realização, ou não, de novas eleições, em pleitos majoritários, após o trânsito em julgado de decisão que importe o indeferimento do registro, a cas-sação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito. Doravante, indepen-dentemente do número de votos anula-dos, caso o vencedor do pleito tenha sua vitória anulada pela Justiça, nova eleição deverá ser realizada.

Não obstante a importância dos novos dis-positivos, já é possível se vislumbrar uma inconstitucionalidade do § 4º, no que se refere aos seus incisos I e II. Tal observação é possível tendo em vista que a Constitui-ção de 1988 é clara ao dispor que, em se tratando das eleições presidenciais, caso haja vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente da República nos dois úl-timos anos de mandato, eleição indireta deverá ocorrer, para a escolha dos novos mandatários, que completarão os manda-tos inconclusos. É de se destacar que, pelo princípio da simetria, esta regra vem sendo aplicada aos mandatos executivos estadu-ais, além de ser prevista, também, em mui-tas leis orgânicas municipais.

Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território nacional é igualmente assegurado o di-reito de voto nas eleições para Presidente e Vice-Presidente da República, em urnas especial-mente instaladas nas capitais dos Estados e na forma regu-lamentada pelo Tribunal Supe-rior Eleitoral.

Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território nacional é assegurado o direito de votar para Presidente da República, Governador, Senador, Deputa-do Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital em urnas especialmente instaladas nas capitais e nos Municípios com mais de cem mil eleitores.

§ 1º O exercício do direito pre-visto neste artigo sujeita-se à observância das regras seguin-tes:

A regra do artigo 233-A do Código Eleitoral, criada pela Lei nº. 12.034/09, foi ampliada, permitindo, doravante, o voto em trânsito de eleitores não apenas para as eleições presidenciais, mas também nos pleitos de circunscrição estadual e/ou distrital (gove-nadores, deputados e senadores).

Além disso, o eleitor poderá, com as novas regras, a partir de 2018, votar em trânsito se estiver em qualquer município do esta-do (no caso das eleições com circunscrição estadual) ou do país (no caso das eleições presidenciais) que tenham mais de cem mil eleitores, fato que amplia a possibilida-de de utilização do instituto.

Page 69: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

69

Redação antiga Nova redação Comentários

I – para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se pe-rante a Justiça Eleitoral no pe-ríodo de até quarenta e cinco dias da data marcada para a eleição, indicando o local em que pretende votar;II – aos eleitores que se encon-trarem fora da unidade da Fe-deração de seu domicílio elei-toral somente é assegurado o direito à habilitação para votar em trânsito nas eleições para Presidente da República;III – os eleitores que se encon-trarem em trânsito dentro da unidade da Federação de seu domicílio eleitoral poderão vo-tar nas eleições para Presiden-te da República, Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputa-do Distrital.§ 2º Os membros das Forças Armadas, os integrantes dos órgãos de segurança públi-ca a que se refere o art. 144 da Constituição Federal, bem como os integrantes das guar-das municipais mencionados no § 8º do mesmo art. 144, po-derão votar em trânsito se esti-verem em serviço por ocasião das eleições.§ 3º As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem subordinados os eleitores mencionados no § 2º enviarão obrigatoriamente à Justiça Eleitoral, em até quarenta e cinco dias da data das eleições, a listagem dos que estarão em serviço no dia da eleição com indicação das seções eleitorais de origem e destino.§ 4º Os eleitores mencionados no § 2º, uma vez habilitados na forma do § 3º, serão cadastra-dos e votarão nas seções elei-torais indicadas nas listagens mencionadas no § 3º indepen-dentemente do número de eleitores do Município.

Para votar em trânsito, o eleitor deverá ha-bilitar-se perante a Justiça Eleitoral no pe-ríodo de até quarenta e cinco dias da data marcada para a eleição, indicando o local em que pretende votar.

Regra polêmica, contudo, é a estabelecida pelo novo § 2º, o qual garante o exercício do voto em trânsito dos membros das For-ças Armadas, órgãos de segurança pública e integrantes de guardas municipais que estiverem em serviço, por ocasião das elei-ções. O problema da nova regra, aparente-mente louvável, reside na redação dos §§ 3º e 4º, também incluídos pela reforma, que não restringem tal direito àqueles que estiverem em serviço fora dos seus esta-dos de origem. Pergunta-se: um integran-te das Forças Armadas que esteja fora do seu estado de origem, a serviço, na data do pleito, poderá votar em governador, depu-tados e senadores? Como será a logística desta votação, no que se refere, principal-mente, à preparação das urnas? Teremos até as eleições de 2018 para responder a esses questionamentos.

Page 70: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

70

Redação antiga Nova redação Comentários

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após a respectiva escolha pela con-venção.

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.

O artigo 240 do Código Eleitoral encon-trava-se tacitamente revogado pela Lei nº. 9.504/97, a qual passou a dispor sobre a matéria. A nova redação do dispositivo, trazida pela Lei nº. 13.165/15, reproduziu regra também incluída na Lei das Eleições, relativa ao novo calendário eleitoral, es-tabelecendo que a propaganda eleitoral terá início após o dia 15 de agosto do ano das eleições, ou seja, a partir do dia 16 de agosto.

Dispositivos incluídos pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 257. (...)§ 1º (...)

§ 2º O recurso ordinário inter-posto contra decisão profe-rida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de regis-tro, afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será recebido pelo Tribunal compe-tente com efeito suspensivo.

§ 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre quaisquer ou-tros processos, ressalvados os de habeas corpus e de manda-do de segurança.

O novo §2º do art. 257 do Código Eleito-ral, incluído pela reforma de setembro de 2015, inverteu a regra dos efeitos recursais no âmbito eleitoral, em matéria relativa à cassação de registro de candidatura, afas-tamento de titular de mandato ou perda do mandato eletivo. Doravante, o recurso ordinário interposto contra decisão pro-ferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de registro, afastamento do titular ou per-da de mandato eletivo será recebido pelo Tribunal competente com efeito suspensi-vo, e não apenas o efeito devolutivo, como ocorria até então. Desta forma, buscar-se--á evitar uma realidade muito observada na prática eleitoral, o troca-troca intenso de exercício da titularidade de mandatos, especialmente os executivos, no curso de processos eleitorais que tenham o condão de afastar o mandatário do seu posto, re-alidade, muitas vezes, prejudicial ao inte-resse público, por gerar descontinuidades administrativas.

Dispositivo incluído pela Lei nº. 13.165/15.

Art. 368-A. A prova testemu-nhal singular, quando exclusi-va, não será aceita nos proces-sos que possam levar à perda do mandato.

Este novo dispositivo, incluído pela refor-ma eleitoral de setembro de 2015, tem como objetivo evitar a aplicação de san-ções de perdas de mandato pautadas em provas frágeis, que possam vir a atingir a normalidade e a legitimidade da vontade popular. Assim, não será mais possível a condenação do réu acusado em proces-so que possa levar à perda de mandato quando a prova se resumir a uma única testemunha. Observe-se que a lei fala em “testemunha singular exclusiva”, fato que, portanto, não afasta o uso da prova tes-temunhal acompanhada de outra prova, mesmo que esta outra prova seja outra prova testemunhal.

Page 71: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

71

4. NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS PREVISTAS NO CORPO DA LEI 13.165/15

Texto da lei Comentários

Art. 5º O limite de gastos nas campanhas eleitorais dos candidatos às eleições para Presidente da República, Governador e Prefeito será definido com base nos gastos declarados, na respectiva circunscrição, na eleição para os mesmos cargos imediatamente anterior à promulgação desta Lei, observado o seguinte:

I – para o primeiro turno das eleições, o limite será de:

a) 70% (setenta por cento) do maior gasto declarado para o cargo, na circunscrição eleitoral em que houve apenas um turno;

b) 50% (cinquenta por cento) do maior gasto declarado para o cargo, na circunscrição eleitoral em que houve dois turnos;

II – para o segundo turno das eleições, onde houver, o limite de gastos será de 30% (trinta por cento) do valor previsto no inciso I.

Parágrafo único. Nos Municípios de até dez mil eleitores, o limite de gastos será de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para Prefeito e de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para Vereador, ou o estabelecido no caput se for maior.

Até a publicação da Lei nº. 13.165, em 29 de setembro de 2015, prevalecia a regra segundo a qual o limite de gastos de campanha deveria ser estipulado por lei federal, em cada eleição específica. Na ausência da lei geral, cada partido político e coligação tinha a obrigação de informar à Justiça Eleitoral, qual seria o seu teto de gastos de campanha, teto este, inclusive, que, de forma justificada, ainda poderia ser alterado durante o processo eleitoral. Na prática, esta regra, altamente liberal, permitiu, nos últimos anos, a multiplicação de campanhas milionárias, não só no âmbito das eleições gerais, mas também nas eleições municipais de todo o país.

Com a promulgação da reforma eleitoral de setembro de 2015, passaram a ser previstos tetos de gastos de campanhas, já válidos para as eleições municipais de 2016, tanto nas eleições majoritárias como nas eleições proporcionais.

Assim, de acordo com o art. 5º da referida lei, nas eleições executivas (Presidente da República, Governador e Prefeito), o limite de gastos será definido tendo como base de cálculo os gastos declarados, na respectiva circunscrição, na última eleição para os mesmos cargos (eleições municipais de 2012 e eleições gerais de 2014). A alíquota, por sua vez, será, no primeiro turno eleitoral, de 70% (setenta por cento) do maior gasto declarado para o cargo, na circunscrição eleitoral em que houve apenas um turno, na última eleição antes da publicação da lei; e de 50% (cinquenta por cento) do maior gasto declarado para o cargo, na circunscrição eleitoral em que houve dois turnos.

Para o segundo turno, onde houver, de agora em diante, o limite de gastos será de 30% (trinta por cento) dos gastos permitidos para o primeiro turno na respectiva circunscrição eleitoral.

Nos Municípios de até dez mil eleitores, o limite de gastos será de, no máximo, R$ 100.000,00 (cem mil reais) para Prefeito e de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para Vereador.

Art. 6º O limite de gastos nas campanhas eleitorais dos candidatos às eleições para Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador será de 70% (setenta por cento) do maior gasto contratado na circunscrição para o respectivo cargo na eleição imediatamente anterior à publicação desta Lei.

Nas eleições legislativas, conforme o art. 6º da Lei nº. 13.165/15, também será firmado um teto de gastos de campanhas, a partir das eleições municipais de 2016. Este teto será de 70% (setenta por cento) do maior gasto contratado na circunscrição para o respectivo cargo na eleição imediatamente anterior à publicação da referida lei (eleições de 2012, para os cargos de vereador, e eleições de 2014, para os cargos de Senador, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Deputado Federal).

Page 72: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

72

Texto da lei Comentários

Art. 7º Na definição dos limites mencionados nos arts. 5º e 6º, serão considerados os gastos realizados pelos candidatos e por partidos e comitês financeiros nas campanhas de cada um deles.

Tendo em vista que, até as eleições de 2014, ainda estavam previstos os comitês financeiros de campanha, a base de cálculo dos limites de gastos mencionados nos artigos 5º e 6º terão como parâmetro a acumulação dos gastos realizados pelos candidatos e por partidos e comitês financeiros nas campanhas de cada um deles.

Art. 8º Caberá à Justiça Eleitoral, a partir das regras definidas nos arts. 5º e 6º:

I – dar publicidade aos limites de gastos para cada cargo eletivo até 20 de julho do ano da eleição;

II – na primeira eleição subsequente à publicação desta Lei, atualizar monetariamente, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou por índice que o substituir, os valores sobre os quais incidirão os percentuais de limites de gastos previstos nos arts. 5º e 6º;

III – atualizar monetariamente, pelo INPC do IBGE ou por índice que o substituir, os limites de gastos nas eleições subsequentes.

A base de cálculo para a divulgação do teto de gastos de cada campanha eleitoral será fundada, como já observado, nas últimas eleições ocorridas antes da publicação da Lei nº. 13.165/15. Assim, necessário será que, para cada eleição, doravante, tais valores sejam corrigidos conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou por índice que o substituir. Até o dia 20 de julho do ano da eleição, caberá à Justiça Eleitoral dar publicidade aos limites de gastos para cada cargo eletivo.

Art. 9º Nas três eleições que se seguirem à publicação desta Lei, os partidos reservarão, em contas bancárias específicas para este fim, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.

O artigo 9º da Lei 13.165/15, seguindo tendência da reforma eleitoral de 2015, prevê a reserva, pelos partidos políticos, de percentuais mínimos do montante do Fundo Partidário para aplicação nas campanhas de suas candidatas. Estes percentuais, nas eleições de 2016, 2018 e 2020 serão de, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.

Art. 10. Nas duas eleições que se seguirem à publicação desta Lei, o tempo mínimo referido no inciso IV do art. 45 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 será de 20% (vinte por cento) do programa e das inserções.

Este dispositivo prevê que o tempo da propaganda partidária destinado à promoção e difusão da participação feminina na política será, de no mínimo, 20% do programa e das inserções, e não de apenas 10%, como previsto no referido dispositivo, “nas duas eleições que se seguirem à publicação desta lei”. Verifica-se, neste dispositivo, uma grave atecnia, uma vez que não há propaganda partidária em período eleitoral, mas apenas propaganda eleitoral, disciplinada pela Lei das Eleições. O legislador confunde a propaganda partidária com a propaganda eleitoral, cometendo um erro crasso. Provavelmente, o TSE deverá interpretar esta norma de forma a determinar que, até 2018, o tempo mínimo de dedicação dos programas e inserções partidários à promoção da participação feminina na política deverá ser de 20%, buscando atender à finalidade aparente da lei.

Page 73: ATUALIZAÇÃO - d24kgseos9bn1o.cloudfront.net · 3 NOTA DO AUTOR Prezados leitores, Recentemente, o direito eleitoral brasileiro sofreu a mais profunda reforma legis-lativa desde,

ATUALIZAÇÃO • Direito Eleitoral – Vol. 40 • Jaime Barreiros Neto

73

Texto da lei Comentários

Art. 11. Nas duas eleições que se seguirem à última das mencionadas no art. 10, o tempo mínimo referido no inciso IV do art. 45 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 será de 15% (quinze por cento) do programa e das inserções.

O comentário realizado ao artigo anterior é válido para este dispositivo, com todas as críticas apontadas. De se destacar, apenas, que entre 2019 e 2022, como se depreende desta norma, o tempo mínimo de dedicação dos programas e inserções partidários à promoção da participação feminina na política deverá ser de 15%, buscando atender à finalidade aparente da lei.

Art. 12. Até a primeira eleição geral subsequente à aprovação desta Lei, será implantado o processo de votação eletrônica com impressão do registro do voto a que se refere o art. 59-A da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.

Este artigo havia sido vetado pela presidente Dilma Rousseff, juntamente com o novo art. 59-A da Lei das Eleições, instituidor da impressão do voto a partir das eleições gerais de 2018. Com a queda do veto, em sessão conjunta do Congresso Nacional realizada em 18 de novembro de 2015, o presente artigo foi promulgado e a nova regra sobre a impressão do voto será aplicável nas próximas eleições gerais, em 2018.

Art. 13. O disposto no § 1º do art. 7º da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, no tocante ao prazo de dois anos para comprovação do apoiamento de eleitores, não se aplica aos pedidos protocolizados até a data de publicação desta Lei.

Esta regra de transição, estabelecida pelo art. 13 da Lei nº. 13.165/15, deixa de exigir que o prazo mínimo de dois anos para o recolhimento das assinaturas necessárias ao apoiamento mínimo de eleitores para a criação de novos partidos políticos seja aplicado aos processos de criação de partidos já iniciados na data da promulgação dessa lei (29 de setembro de 2015), valendo, nesta hipótese, a legislação anterior.