Aula 01 - Língua Portuguesa, Revisão Gramatical - Odiomar Rodrigues

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    Mdulo 01

    Apresentao

    Ol pessoal,

    Estamos iniciando o nosso primeiro mdulo de contedo, propriamente dito. No

    anterior, estabelecemos alguns conceitos que embasam o nosso estudo. Neste mdulo,

    vamos rever aspectos bsicos sobre grafia. As bancas de concurso no isolam os

    contedos, elas trabalham a partir do texto e no do conhecimento gramatical, por isso

    impossvel focar o estudo em elementos isolados. Assumiremos, tambm, a mesma

    posio, o texto ser o foco central de nossas discusses e, em torno dele,

    estabeleceremos relaes entre os contedos gramaticais.

    No nosso propsito estudar gramtica pela gramtica, mas revisar os assuntos

    mais recorrentes em provas e ampliar o conhecimento atravs de novos exemplos e

    comentrios. Neste mdulo, daremos prioridade aos comentrios sobre: Ortografia;

    acentuao grfica; crase e pontuao. Todos estes assuntos derivam de questes

    criteriosamente selecionadas. Iniciamos a nossa exposio pela discusso sobre alguns

    pontos tericos necessrios para a compreenso posterior da prtica.

    A paginao segue do mdulo 00 at o final do curso. O sumrio, o ndice

    remissivo e a bibliografia sero atualizados no mdulo 04.

    Contedos Gramaticais

    No mdulo de apresentao (mdulo 00), declaramos que este curso de reviso

    gramatical, portanto damos nfase discusso sobre alguns pontos que so mais

    frequentes nos concursos. Utilizamos diversas questes de concurso a fim de

    exemplificarmos os postulados tericos.

    Um fator que deve ser levado em considerao, na abordagem da gramtica, a

    possibilidade de estabelecermos estruturas bsicas da linguagem que possam converter-

    se em conhecimentos permanentes e incorporados ao uso de cada um. A regra

    gramatical no tem valor quando distanciada do uso.

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    A contribuio de cada um muito importante para que possamos avaliar a

    relao entre teoria e prtica. Entre no frum e apresente as suas contribuies.

    Ortografia oficial

    Algumas bancas no exigiro conhecimentos sobre a nova grafia, mas no

    devemos esquecer que a prova estar redigida de acordo com as novas regras. Isto exige

    certo cuidado, para no tomarmos por erro alguma grafia alterada pelo acordo.

    A grafia na Lngua Portuguesa segue a etimologia, ou seja, depende da origem

    da palavra. A grande dificuldade que nossos estudantes esto apresentando, quanto

    grafia, deriva da falta de conhecimentos bsicos sobre a evoluo das palavras, desde a

    sua origem at a atualidade. Vejamos alguns exemplos simples:

    Por que escrevo pssego com dois ss e no com c? No haveria nenhum

    prejuzo fontico ao escrever com c. Voc sabe o pas de origem do pssego?

    Sabendo que da antiga Prsia, est resolvido o problema, pois a fruta era denominada

    persecum que significa originria da Prsia. Como o s assimila o r, surgem os

    dois ss, o c sonoriza em g e o final nasal um perde a nasalidade e passa para

    o. Revelada a palavra pssego!

    Com certeza voc est dizendo, isto um caminho muito longo, impossvel

    aprender diante de uma prova de concurso. Concordo plenamente, mas asseguro que, se

    ao longo do ensino mdio, voc tivesse adquirido algum conhecimento desta rea, hoje

    no diria que Lngua Portuguesa difcil, que cheia de excees e outras coisas deste

    teor.

    Paj ou pag? Imediatamente, voc opta por paj, mas qual a razo desta

    escolha? Simples, as palavras de origem indgena ou africana so grafadas com j e

    no com g. Agora voc no erra mais: canjica, jequitib, jerimum, jibia, jirau, jil.

    Cuidado! Voc escreve: Bag (RS), embora seja palavra de origem indgena. Esta

    anomalia grfica devemos ao bageense (ou bajeense) Emlio Garrastazu Mdici!

    Outra maneira importante de voc descobrir a grafia de uma palavra procurar

    pela famlia de palavras. Os termos derivados seguem a grafia da palavra originria.

    Cereja > cerejeira; rijo > rijeza; tbua > tabuada; oscilar > oscilante.

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    Este um assunto muito longo, no cabe num curso rpido, vamos revisar muita

    coisa, mas durante a resoluo de questes, vamos aprofundar alguns casos, medida

    em que aparecerem.

    Para encerrar o assunto de grafia, importante relembrar que a leitura a grande

    fonte de conhecimento em termos de vocabulrio. Quando lemos, ampliamos o

    vocabulrio e aprendemos muito sobre grafia.

    a. O fim do trema - O acordo aboliu o trema, permanecendo apenas nos nomes

    prprios registrados e em algumas palavras estrangeiras. Ex: tranquilo,

    lingustica, linguia. Permanece em nomes como Mller.

    b. O alfabeto recebe trs letras: k, w e y. Esta uma alterao que no tem

    grande efeito, pois so letras em desuso.

    c. As consoantes mudas. Neste aspecto o acordo causou problema, pois permite

    dupla grafia, caso a consoante seja pronunciada. Como h divergncia de

    pronncia entre Brasil e Portugal, surgem casos estranhos: fico e apto so

    pronunciados tanto no Brasil como em Portugal da mesma maneira, portanto

    permanecem o c e o p, nestes casos, pois no so mudos. Vejamos

    alguns casos de flutuao: Assumpo/assuno; sumptuoso/suntuoso;

    amgdala/amdala. A primeira forma usada em Portugal e a segunda no

    Brasil.

    d. O sufixo -iano e -iense provocou uma avalanche de protestos, pois exige

    que mesmo nas palavras terminadas por e, esta vogal seja retirada e o

    sufixo permanea com i. J estvamos acostumados com acreano e

    torrense, agora mudam para acriano e torriense.

    Grafias do porqu

    Vejamos quatro regrinhas bsicas que auxiliam na hora da prova. Este um

    assunto muito solicitado. No vamos desenvolver muitas particularidades, mas vamos

    revisar quatro regras que so bsicas.

    1) Por que (separado e sem acento)

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    a) Pode ser usado com o sentido de por qual razo ou por qual motivo, e trata-

    se da preposio por + o pronome interrogativo que:

    (1) Exemplos: No sei por que no quis ficar at mais tarde.

    (2) Por que ficar at mais tarde?

    b) Pode ser empregado quando se tratar da preposio por + pronome relativo

    que e, neste caso, ser relativo pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas

    quais ou ainda para que:

    (1) Exemplos: A rua por que passei ontem no era parecida com essa!

    (2) Este o assunto por que discutimos muito.

    2) Por qu (separado e com acento)

    a) O uso do por qu equivalente ao por que, porm, acentuado quando vier

    antes de um ponto, seja final, de interrogao ou exclamao:

    (1) Exemplos: Ficar na festa at mais tarde, por qu?

    (2) No sei por qu.

    3) Porque (junto e sem acento)

    a) O termo porque uma conjuno causal ou explicativa e o seu uso tem

    significado aproximado de pois, j que, uma vez que ou ainda indica

    finalidade e tem valor aproximado de para que, a fim de.

    (1) Exemplos: Vou fazer mais um trabalho porque tenho de entregar

    amanh. (conjuno)

    (2) No faa mal a ningum porque podem fazer a voc tambm.

    (finalidade)

    4) Porqu (junto e com acento)

    a) Quando aparece nessa forma o porqu um substantivo e denota o sentido de

    causa, razo, motivo e vem acompanhado de artigo, adjetivo ou numeral:

    (1) Exemplos: Diga-me o porqu de sua contestao.

    (2) Tenho um porqu para ter contestado: meu carto bancrio foi clonado.

    Vamos resumir num quadro para visualizar melhor:

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    Palavra Sentido Uso Por que Interrogao Incio de frase Por qu Interrogao Final da frase, junto ao ponto de interrogao. Porque Conjuno Indica causa ou efeito Porqu Substantivo Acompanhado de artigo, adjetivo ou numeral

    Pronto!!!!! Visualize bem este quadrinho, pois ele contm o que h de mais

    solicitado nas provas. Boa sorte!

    Acentuao grfica

    A acentuao, na Lngua Portuguesa, segue regras fixas. No tem sentido

    revermos regras e excees neste momento. As bancas no so to boazinhas para

    cobrar conhecimentos gerais sobre acentuao. O que elas preferem avaliar o

    conhecimento do candidato sobre alguns casos que so menos evidentes, mas que tm

    um uso intenso. Vejamos alguns casos:

    a) Distinguir a forma singular (tem) da plural (tm) no presente do

    indicativo do verbo ter um atrativo muito forte para as bancas de

    concurso.

    b) Verificar a acentuao do i quando forma slaba sozinho, (juzes) ou

    quando est apoiado na consoante seguinte (juiz).

    c) Outra situao interessante ocorre nas formas verbais, acompanhadas do

    pronome oblquo, como em compr-la, pois nem todos percebem que,

    independente do hfen, a forma verbal uma oxtona em a.

    Algumas observaes sobre a reforma ortogrfica

    A ltima reforma ortogrfica est em vigor, desde janeiro deste ano (2009). No

    nosso objetivo discuti-la, pois isto um assunto acadmico. Para ns cabe examinar

    os pontos mais importantes e que tenham maiores probabilidades de causarem confuso

    na prova do concurso. No vamos tratar do acordo de uma s vez, pois isto tomaria

    muito tempo. Neste mdulo abordaremos alguns aspectos e retornaremos sempre que

    uma questo de prova exigir conhecimento de ortografia.

    Embora algumas divergncias ainda permaneam, manteremos o que est

    consagrado pelo VOLP da Academia Brasileira de Letras, e na obra O que muda com o

    novo acordo ortogrfico do professor Evanildo Bechara. Os casos em que o novo

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    acordo ortogrfico mantm a grafia anterior, no comentaremos, pois basta continuar

    redigindo da mesma forma.

    Vejamos as alteraes:

    Quanto acentuao, houve algumas mudanas bem severas, mas a maioria das

    regras continuou sem alterao. As proparoxtonas continuam acentuadas da mesma

    maneira: mdico e lmpada.

    As oxtonas terminadas em a, e ou o permanecem com a mesma forma de

    acentuao: vatap, caf, palet. Os monosslabos tnicos seguem esta mesma regra: p,

    f, d. Vamos examinar alguns casos em que h mudana:

    O acordo abre possibilidade de dupla grafia quando houver divergncia de pronncia (aberta/fechada): beb/beb; Antnio/Antnio.

    Os ditongos abertos i u e i permanecem acentuados quando em palavras oxtonas: fiis; vu (s); heri (s). Mas cuidado! Nas palavras

    paroxtonas, estes ditongos perderam o acento: estreia, ideia, heroico.

    Os dois oo perdem o acento: voo, enjoo, assim como os dois ee nas formas verbais: veem, leem, creem. e deem.

    O i e o u tnicos, formando slaba sozinhos (quando no seguidos de l, r ou nasal) continuam recebendo acento: pas, sade. A alterao :

    se forem antecedidos por ditongo perdem o acento quando paroxtonas:

    feiura, baiuca, mas se forem oxtonas, mantm o acento: Piau.

    Particularidades sobre acentuao

    1) O i e o u tnicos - Importante percebermos que temos trs regras diferentes:

    a) Quando est isolado (slaba sozinho) e tnico acentuamos: constitudo.

    b) Quando est seguido de outras letras que no s:

    Quando aps eles houver nh: ra-i-nha; mo-i-nho, no acentuamos. Quando aps eles houver letras que no s: a-in-da; Ra-ul; Ca-ir, sa-iu,

    tambm no acentuamos.

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    2) importante, tambm, perceber o significado da palavra, pois a acentuao pode

    variar conforme o sentido que lhe atribudo. Observe os casos abaixo:

    No ca na tentao de jogar. / A bolsa de valores cai com frequncia. O meu brao est dodo, mas no sou doido em engess-lo

    3) Surge alguma dificuldade quando no temos certeza da pronncia correta de algum

    termo que oferece dificuldade.

    Vejamos alguns termos que so proparoxtonos, mas a linguagem popular usa-os

    como paroxtonos:

    lacre Lvedo Antema Arete

    Crisntemo Hierglifo mprobo nterim

    Vermfugo Znite

    H casos em que a confuso ocorre com as paroxtonas, vejamos:

    Ambrosia Avaro Caracteres Ciclope Decano Efebo

    Filantropo Ibero Impudico Ltex Libido Misantropo

    nix Recorde Rubrica Txtil

    Emprego do sinal indicativo de crase

    As regras sobre crase so muito simples e, dificilmente, um aluno erra questo

    sobre este assunto. Sabedoras disso, as bancas no pedem casos de crase diretamente

    nas alternativas, mas estabelecem relaes com outros assuntos como locues

    adverbiais ( vista, a prazo) e distino entre uso da crase, do verbo haver e do artigo (,

    h, a). Assim, torna-se sem sentido o estudo detalhado de todas as ocorrncias sobre

    crase, pois o que interessa s bancas so algumas particularidades que podemos

    esclarecer durante os exerccios. Por outro lado, no podemos deixar de revisar alguns

    casos que so frequentes em provas.

    Conceito - fuso da preposio a com o artigo a ou com o a vogal a inicial

    dos pronomes demonstrativos a+aquele (quele), a+ aquela (quela), a+aquilo (quilo).

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    Na escrita indicada por meio do acento grave ( ` ). Para que ela ocorra,

    necessrio que haja:

    a) um termo regente que exija a preposio a;

    b) um termo regido que seja modificado pelo artigo a ou por um dos pronomes

    demonstrativos de 3. pessoa como vimos acima.

    Regra geral

    A crase ocorrer sempre que o termo anterior exigir a preposio a e o termo

    posterior admitir o artigo a ou as. Ex: No vero passado fui praia. Para se

    certificar, substitua o termo feminino por um masculino, se a contrao ao for

    necessria, a crase ser necessria. Ex.: praia./ ao campo.

    Emprego obrigatrio - Sempre ocorrer crase:

    1) Nos casos da regra geral, vista acima.

    Dirigiu-se sada. 2) Locues formadas por palavras femininas.

    medida que passa tempo a violncia aumenta. O povo brasileiro vive merc de polticos muitas das vezes corruptos. Gosto muito de sair noite. Pagou as compras vista.

    3) Na indicao do nmero de horas. , quando, ao trocar o nmero de horas pela

    palavra meio-dia, obtivermos a expresso ao meio-dia.

    Retornou s oito horas em ponto. (Retornou ao meio-dia)

    4) Com as expresses: moda de, maneira de mesmo quando essas

    estiverem implcitas.

    Farei para o jantar uma feijoada maneira mineira. Comemos um vatap baiana.

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    Emprego facultativo

    1) Diante de pronomes possessivos femininos.

    Vou a tua casa./ Vou tua casa. 2) Diante de nomes prprios femininos.

    No me referia a Maria./ No me referia Maria. 3) Depois da preposio at.

    Foi at a janela./ Foi at janela.

    Casos em que no ocorre crase.

    1) Diante de palavras masculinas.

    Saiu a cavalo e sofreu uma queda. 2) Diante de verbos.

    Ele est apto a dirigir carros de passeio. 3) Diante de nome de cidade (topnimo) que no admitem artigo.

    Turistas vo frequentemente a Tiradentes. Descubra se o nome da cidade aceita artigo, usando o verbo

    voltar. Se houver contrao de preposio e artigo, existir crase. Fui Espanha / Voltei da Espanha. Fui a Tiradentes / Voltei de Tiradentes. Se o nome da cidade estiver determinado, a crase ser obrigatria. Fui histrica Tiradentes.

    4) No se usa crase com expresses formadas por palavras repetidas ( uma a

    uma, frente a frente, etc.)

    Olhamo-nos cara a cara. 5) Diante da palavra terra, quando esta significar terra firme, tomada em

    oposio a mar ou ar.

    Os pilotos j voltaram a terra. 6) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) quando esta no estiver

    determinada por adjunto adnominal.

    Voltarei a casa esta semana.

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    Voltarei casa paterna esta semana. (paterna = adjunto adnominal)

    Pontuao

    A pontuao motivo de muitas questes em prova, principalmente quanto ao

    uso da vrgula e dois pontos. Para estudar a vrgula fundamental um conhecimento

    muito slido sobre estrutura da frase, pois a vrgula um marcador de desvios do

    padro sinttico. A orao tem como modelo a sequncia S-V-C (sujeito, verbo e

    complementos), sempre nesta ordem. Ao deslocar um elemento, a vrgula deve ser

    usada para marcar a alterao.

    A menina (S) comprou (V) um caderno (Cobj. dir.) na livraria da esquina (Cadv.).

    Na livraria da esquina (C ), a menina (S) comprou (V) um caderno (C). No exemplo acima, ocorre o descolamento de um elemento do final para o incio

    da frase. Neste caso, a vrgula simples (uma s). Ela se torna dupla quando os termos

    forem intercalados, como no caso do aposto e das oraes subordinadas adjetivas

    explicativas. No caso da intercalao, o que vem antes da vrgula tem continuao direta

    com o que segue depois dela. frequente, em provas, a banca omitir a segunda vrgula

    para produzir o erro. Este procedimento dificulta a identificao por parte do

    concurseiro. Cuidado, um pega rato que voc pode identificar com facilidade.

    No caso da vrgula, uma situao especial a distino entre as conjunes e as

    locues retificativas. Usamos a vrgula simples antes de mas, porm portanto e

    duplas para isolar s vezes, ou seja.

    Ele estudou pouco, mas foi aprovado. O menino estuda pela manh e, s vezes, pela tarde tambm.

    No to frequente quanto vrgula e dois pontos, surgem questes sobre

    travesso ou parntese. Estes casos so muito simples e abordaremos na prtica.

    Vejamos uma pequena reviso sobre pontuao.

    O ponto final

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    Ponto-final (.) - usado no final de frases declarativas, de oraes ou de perodos.

    Marca pausas longas.

    Joana viajou ontem cedo para Curitiba. Levou consigo material para estudar.

    Vrgula

    Usada para marcar pausas de breve durao entre os termos de orao e entre

    oraes de um mesmo perodo. Nos casos mais comuns usamos a vrgula para separar:

    a) vocativo

    Paulo, como ests? b) aposto

    Jos, o mais novo aluno, saiu mais cedo da sala de aula. c) adjuntos adverbiais quando deslocados para o incio da frase, ou intercalado.

    No incio do ano, iremos viajar para o nordeste. A chuva, impiedosamente, cai sobre a cidade h duas semanas.

    d) termos de enumerao

    Comprei bananas, mas, peras e abacaxis. e) nomes de lugar nas datas e endereos -

    Canoas, 24 de maio de 1996. Rua Quinze de janeiro, 000.

    f) oraes intercaladas e alguns casos de oraes coordenadas.

    No quero viajar, mas vou mesmo assim. Deus, que pai de todos, s quer nossa felicidade.

    g) palavras ou expresses explicativas ou conclusivas -

    Assim, estando tudo combinado, assinamos o contrato. Milton concordou comigo, ou seja, fez tudo que eu pedi.

    OBS.: usa-se tambm a vrgula para marcar a elipse, ou seja, a omisso de um termo da orao. Ex.: Em So Paulo mora meu pai; em Santos, minha me.

    CUIDADO

    No se deve usar a vrgula entre:

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    a) o sujeito e o predicado

    b) o verbo e seus complementos

    c) o nome e o seu complemento

    d) a orao principal e a orao subordinada substantiva

    Ponto-e-vrgula

    usado para marcar pausa maior que a da vrgula e menor que a do ponto-final.

    Aparece mais para separar:

    a) oraes de perodos compostos muito longos

    Se o homem peca nos maus passos, paguem os ps; se peca nas ms obras, paguem as mos; se peca nas ms palavras, pague a lngua...

    b) itens que constituem uma lei, um decreto, uma portaria, um relatrio, um

    regulamento, uma instruo normativa

    "O vocabulrio conter: o formulrio ortogrfico;

    o vocabulrio comum;

    o registro de abreviaturas."

    Dois-pontos

    uma pausa maior que a da vrgula e serve para:

    a) Introduzir a fala do interlocutor (neste caso, usa-se tambm o travesso).

    Pedro disse: No deixarei de ler um bom romance para ir balada.

    b) Introduzir uma citao.

    Como diria meu pai :"Seja honesto e tudo sair sempre bem.". c) Introduzir uma enumerao.

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    Para a viagem no podemos esquecer de levar: mapas, roteiros, tnis, bermuda e

    repelente.

    Reticncias

    As reticncias indicam interrupo da fala. Empregam-se para:

    a) Indicar que o sentido vai alm do que j foi expresso.

    Se voc no estudar muito ... b) Indicar uma dvida ou hesitao.

    Ou o deputado compra mais meias ou ....torna-se honesto. c) Indicar que h alguma supresso no texto. Nesse caso aparecem entre

    parnteses.

    Ex.: "Maria Rita voltou sala. Seu padrinho a esperava perto da porta. Sua me

    hesitou em entreg-la de imediato (...) e quando todos se despediram, ela foi a nica que

    conteve o choro."

    Travesso

    O travesso, assim como a vrgula, pode ser simples ou duplo. Ser simples

    quando o elemento isolado no estiver intercalado e duplo no caso contrrio.

    a) O travesso de uso exclusivo quando indica a mudana de interlocutor,

    como no caso dos dilogos. Ex:

    Perguntei aos alunos:

    - Vocs estudam para qual concurso?

    Eles responderam:

    - Estudamos para o concurso do MPU.

    b) Usamos o travesso para isolar uma explicao dentro da frase. A expresso

    Geopark - uma regio de turismo cientfico e ecolgico que propicia o

    autocrescimento sustentado da populao explica o que seja um geopark.

    c) Tambm usamos o travesso para isolar uma palavra ou expresso que se quer

    realar dentro da frase. Neste caso pode ser substitudo por dupla vrgula. Ex:

    Estudar para concurso exige tempo muito tempo dos candidatos.

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    d) Pode-se, tambm, usar o travesso no lugar da vrgula dupla para isolar oraes

    intercaladas. Ex: O vice-governador que tambm est envolvido no escndalo

    disse que renunciaria.

    O uso de vrgula ou travesso, nestes casos, um assunto muito frequente em

    questes de concurso. Olho vivo!!!!!!

    Ponto-de-interrogao

    usado nas frases interrogativas, indicando uma mudana na entonao.

    Voc votar em poltico de ficha suja ?

    Ponto-de-exclamao

    empregado nas frases exclamativas.

    U! Voc no sabia da ltima novidade? Todos para o cho! um assalto!

    Observando estas regras, a pontuao no oferece dificuldade, mas as bancas

    costumam buscar algumas questinculas para complicar a vida do concurseiro.

    Vamos parte prtica do curso! Agora o momento de descobrir, como contedos to

    simples podem enredar o candidato.

    Particularidades sobre pontuao

    4) O uso da vrgula em frases com deslocamentos ou inseres.

    Vamos examinar melhor este fenmeno. J comentamos que a frase na Lngua

    Portuguesa segue o padro SVC (Sujeito>verbo>complementos). Fugir a ele exige

    marcar o texto para que a unidade da frase seja preservada.

    Podemos contrariar este padro de dois modos:

    a) deslocando elementos;

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    b) inserindo elementos entre os componentes da frase. Em geral, o componente

    inserido um elemento explicativo (locues, aposto ou oraes explicativas).

    Vamos ilustrar com algumas frases:

    O menino vai ao colgio, pela manh. (usamos vrgula somente para separar um complemento do outro (advrbios: lugar e tempo), pois a ordem SVC

    est mantida.

    Pela manh, o menino vai ao colgio. (deslocamos a expresso pela manh, por isso a marcamos com vrgula, ao colgio permaneceu no

    lugar, ficou sem vrgula.

    Pel, o eterno camisa dez, continua atuante no esporte. (intercalamos um aposto)

    O homem, que um ser racional, imita a brutalidade dos animais. (intercalamos uma orao subordinada adjetiva explicativa). Importante

    perceber que usamos duas vrgulas, pois a frase necessita ser marcada com a

    interrupo para que a sua continuidade possa ficar clara.

    Todas as gramticas alertam para no usar vrgula entre o sujeito e o predicado.

    Podemos dispensar esta regra negativa, se observarmos bem a sequncia SVC, entre

    estes elementos s se justifica vrgula se for para isolar o que foi intercalado. Uma

    ateno especial estrutura da frase (SVC) permitir acertar a maioria das questes

    sobre vrgula. Muita ateno, esta particularidade frequente em questes de concurso.

    Resoluo de questes

    No mdulo de apresentao (mdulo 00), elaboramos questes de reviso

    desvinculadas de texto. A partir deste mdulo, algumas questes de reviso sero

    criadas sobre os mesmos textos de provas e com o mesmo grau de dificuldade.

    Prova: PCES/2009

    Esta prova inicia com questes elaboradas sobre um texto em quadrinho. Neste

    caso no h dificuldade, pois tudo est proposto, levando em considerao os elementos

    verbais e no os iconogrficos.

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    Texto II

    Considerando o quadrinho acima, julgue o prximo item.

    Questo n 9.

    De acordo com a norma culta da Lngua Portuguesa emprega-se o acento

    indicativo de crase em bife cavalo pra indicar que o personagem que utiliza essa

    expresso no compreendeu o sentido.

    Prova: ANATEL/2009

    Julgue os itens seguintes a respeito da organizao das ideias no texto abaixo.

    Texto III

    O real no constitudo por coisas. Nossa experincia direta e imediata da 1

    realidade leva-nos a imaginar que o real feito de coisas (sejam elas naturais ou 2

    humanas), isto , de objetos fsicos, psquicos, culturais oferecidos nossa percepo e 3

    s nossas vivncias. Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha real 4

    porque uma coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de 5

    que a chamemos montanha indica que ele , pelo menos, uma coisa-para-ns, isto , 6

    que possui um sentido em nossa experincia. 7

    No se trata de supor que h, de um lado, a coisa fsica ou material e, de outro, a 8

    coisa como ideia e significao. No h, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-9

    para-ns, mas o entrelaamento do fsico-material e da significao. A unidade de um 10

    ser de seu sentido, o que faz com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um 11

    campo significativo. 12

    (Marilena Chau. O que ideologia. P. 16, com adaptao)

    No! Por qu?

    Voc no pediu bife cavalo?

    Estou esperando a estrebaria

    Abrir.

    E ento o almoo est pronto?

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    Questo n 10.

    Como, no primeiro pargrafo, os parnteses demarcam a insero de uma

    informao, a sua substituio por duplo travesso preservaria a coerncia e a correo

    do texto.

    Questo n 11.

    O sinal de crase em oferecidos nossa percepo e s nossas vivncias (linhas 3

    e 4) indica que oferecidos tem complemento regido pela preposio a.

    Prova: PMT/2009

    Para responder s questes de 12 a 15 leia o texto abaixo

    Texto IV

    Os ganhos de eficincia da indstria brasileira tm uma caracterstica nova: seus 1

    benefcios esto sendo partilhados entre as empresas e os trabalhadores, cujos aumentos 2

    salariais, portanto, no pressionam os preos. 3

    A produtividade industrial, que se mede dividindo o volume da produo pelo 4

    nmero de trabalhadores, vem crescendo h bastante tempo, mas, at recentemente, o 5

    crescimento era fruto da reduo do nvel de emprego. Desde 2004, porm, crescem 6

    simultaneamente a produo e o nmero de empregados e, mesmo assim, a 7

    produtividade cresce. E, no ano passado, cresceu a um ritmo mais intenso do que nos 8

    anos anteriores, com ganhos salariais para os trabalhadores. Dados recentes indicam 9

    que essa tendncia deve se manter. (O Estado de So Paulo, Editorial, 12/4/2008.) 10

    Questo n 12.

    Na linha 1, a forma verbal tm est no plural porque concorda com Os

    ganhos.

    Questo n 13.

    O emprego de sinal de dois-pontos, na linha 1, introduz uma enumerao de

    itens.

    Questo n 14.

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    A orao que se mede dividindo o volume da produo pelo nmero de

    trabalhadores (linhas 4 e 5) est entre vrgulas porque tem natureza restritiva.

    Questo n 15.

    Predomina no trecho o tipo de texto narrativo.

    Com referncia s idias do texto abaixo e s palavras e expresses nele

    empregadas, julgue as questes de 16 e 17.

    Texto V

    No ano passado, a produo industrial cresceu 6%, enquanto o emprego

    aumentou 2,2% e o total de horas pagas pela indstria aumentou 1,8%. Isso quer dizer

    que a produtividade cresceu sem necessidade de demisses de trabalhadores, como

    ocorreu entre 1990 e 2003.

    Esse resultado consequncia do aumento dos investimentos das indstrias em

    mquinas e equipamentos para modernizar e expandir a produo. As empresas

    ficaram mais eficientes e esto repartindo os ganhos com o trabalhador, e isso muito

    bom, porque o aumento da renda alimenta a expanso da demanda domstica, diz o

    assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Jlio Srgio Gomes

    de Almeida. Segundo ele, a maturao dos investimentos feitos pelas indstrias permite

    a expanso da capacidade de produo em ritmo suficiente para atender ao crescimento

    da demanda, sem que haja presses inflacionrias. Outro aspecto positivo que Almeida

    destaca no atual processo de ganho de eficincia da indstria o fato de se conseguir, ao

    mesmo tempo, o aumento da capacidade produtiva e a elevao do padro de vida dos

    trabalhadores. Idem, ibidem

    Questo n 16.

    O emprego da vrgula logo aps passado (linha 1) justifica-se por isolar o

    adjunto adverbial de tempo anteposto orao principal.

    Questo n 17.

    O emprego da vrgula logo aps Industrial (linha 8) deve-se necessidade de

    se isolar o vocativo subsequente.

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    Gabarito

    9 10 11 12 13 14 15 16 17 E C C C E E E C E

    Comentrios das questes

    O comentrio das questes a oportunidade de ampliarmos os conhecimentos

    tericos abordados no incio do mdulo.

    Registre aqui o seu desempenho. Verifique o tempo que voc levou para

    responder s 25 questes, logo aps conte o nmero de acertos. Para classificar o seu

    desempenho, verifique os parmetros da tabela abaixo.

    Minutos Acertos Desempenho 9 ( ) Menos de 2 9 ( ) 2 a 3 9 ( ) 3 a 4 9 ( ) Acima de 4

    9 ( ) Mais de 80% 9 ( ) Entre 60 e 80 % 9 ( ) Menos de 60 %

    9 ( ) Excelente 9 ( ) timo 9 ( ) Bom 9 ( ) Regular 9 ( ) Insuficiente

    No se preocupe com o resultado desta primeira avaliao. Ela uma sondagem,

    nesta aula inicial, proporo que voc aprofunda os seus estudos, voc vai melhorando

    o desempenho e adquirindo confiana e rapidez nas respostas. uma caminhada longa,

    mas necessria para o sucesso.

    Questo n 9. Crase Comentrio: Esta questo aborda crase. A banca usa um caso bastante particular. Na presente questo no estamos diante de uma designao de que o bife seja a moda cavalo, mas sim que o cozinheiro traga o bife a cavalo, por isso diz que a guarda a estribaria abrir. No se usa crase diante de nome masculino. H uma particularidade em relao crase que merece uma explicao. Em alguns casos ela usada com o objetivo de evitar ambiguidade. Como nas construes:

    9 Receber a bala (recebe o objeto bala) 9 Receber bala (receber com tiro) 9 Cheirar a cachaa (sentir o cheiro da cachaa) 9 Cheiras cachaa (ter o cheiro de cachaa)

    Fundamentos tericos: Rever o uso da crase no incio deste mdulo.

    Questo n 10. Pontuao Comentrio: Nesta questo o foco o uso de parnteses e travesso. Sobre vrgula, dois pontos, ponto de interrogao e exclamao os autores so de opinio semelhante. Quanto ao uso de parnteses e travesso, muitos nem fazem referncia. Para os autores que

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    disciplinam o uso destes dois elementos, os parnteses tm emprego nos casos de introduo de informao nova e sem coeso com a frase. O travesso tem o uso mais comum como marcador de dilogo, mas pode ser, tambm, empregado para isolar uma informao dentro da frase, ou seja, a mesma funo do parnteses. Nesta questo, a expresso (sejam elas naturais ou humanas) est entre parnteses por acrescentar a informao de que o sentido de coisas pode ser tanto naturais como humanas. Neste caso, o travesso pode ser empregado sem problema. Embora em muitos casos possamos empregar um pelo outro, no podemos descuidar no caso do dilogo, quando o uso do travesso exclusivo.

    Questo n 11. Crase Comentrio: Esta uma questo sobre crase, devido regncia do termo oferecidos. O fundamento que oferecer exige preposio, mas na frase temos uma particularidade que a presena de possessivo: Oferecidos nossa percepo e s nossas vivncias. . A crase ocorre pela fuso da preposio a mais o artigo a, porm os pronomes possessivos no tm uso obrigatrio de artigo. Devido a esta liberdade a crase facultativa neste caso. Por que consideramos correta a questo? Simples, no se questiona a correo do uso da crase, mas a regncia do verbo oferecer. Por outro lado, mesmo que solicitasse a avaliao do uso como certo ou errado, teramos que considerar certo, pois um caso facultativo. Fundamentos tericos: A crase pode ser exigida tanto pela regncia verbal como nominal. No mdulo 03, quando estudarmos regncia, retornaremos a este assunto.

    Questo n 12. Acentuao: tem / tm Comentrio: Esta uma dificuldade que costuma aparecer com frequncia em provas de concursos: a distino entre tem (singular) e tm (plural). O importante no saber de cor a regra que sem acento singular e com acento plural. O que o concurseiro deve prestar ateno com quem o verbo concorda, no caso com a expresso Os ganhos que plural e, portanto, a forma correta mesmo tm. Vamos aproveitar a distino entre tem/tm para recordarmos outro ponto que gera algumas dvidas. Sabemos que as palavras oxtonas terminadas com em ou ens so acentuadas, incluindo as formas verbais, portanto: algum, ningum, tambm e as formas verbais (singular) contm, intervm, obtm. Estas formas, quando assumem o plural, trocam o acento agudo pelo circunflexo: (plural) contm, intervm, obtm. Algum ficou com dvida, por que a forma ele tem sem acento e ele contm com acento? Fcil de resolver, dissemos que as palavras oxtonas terminadas por em tm acento, ora tem no oxtona, mas monosslabo!

    Questo n 13. Pontuao Comentrio: O uso dos dois pontos na linha um est correto, mas a razo no a apresentada na questo, portanto ela errada. Os dois pontos, neste caso, esto sendo usados para acrescentar uma explicao e no para indicar uma enumerao. Vamos rever a frase:

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    (...) tm uma caracterstica nova: seus benefcios esto sendo partilhados entre as empresas (...), a partilha dos benefcios a caracterstica nova.

    Questo n 14. Crase Comentrio: Novamente, o uso est correto, mas a razo errada. A vrgula isola as oraes subordinadas adjetivas explicativas, no as restritivas. O uso da vrgula assunto preferido pelas bancas de concurso. Quando consultamos uma gramtica, o uso da vrgula aparece regido por uma srie de regras, mas o que fundamenta o uso so diretrizes gerais da prpria linguagem. Vamos examinar melhor este fenmeno. J comentamos que a frase na Lngua Portuguesa segue o padro SVC (Sujeito>verbo>complementos). Fugir a ele exige marcar o texto para que a unidade da frase seja preservada. Podemos contrariar este padro de dois modos: a) deslocando elementos; b) inserindo elementos entre os componentes da frase. Em geral, o componente inserido um elemento explicativo (locues, aposto ou oraes explicativas). Vamos ilustrar com algumas frases:

    9 O menino vai ao colgio, pela manh. (usamos vrgula somente para separar um complemento do outro (advrbios: lugar e tempo), pois a ordem SVC est mantida.

    9 Pela manh, o menino vai ao colgio. (deslocamos a expresso pela manh, por isso a marcamos com vrgula, ao colgio permaneceu no lugar, ficou sem vrgula.

    9 Pel, o eterno camisa dez, continua atuante no esporte. (intercalamos um aposto)

    9 O homem, que um ser racional, muitas vezes imita a brutalidade dos animais. (intercalamos uma orao subordinada adjetiva explicativa).

    Fundamentos tericos: Cuidado com os termos uso e razo.

    Questo n 15. Crase Comentrio: Esta uma questo de tipologia textual, assunto do mdulo zero. Fcil perceber que o texto no narrativo, o mais importante descobrir que tipo de texto . No narrativo porque no tem o principal elemento que a ao. Restaria ser descritivo ou dissertativo. Podemos afastar a idia de descrio pelo fato de no nos apresentar nenhum objeto ou pessoa, atravs de atributos fsicos ou psicolgicos. O texto dissertativo, pois apresenta uma argumentao sobre o desenvolvimento da indstria brasileira, evidenciando o aceleramento do crescimento e o aumento da renda do trabalhador. Quando o texto dissertativo, podemos classific-lo como dissertativo-expositivo ou dissertativo-argumentativo. No primeiro caso h apenas uma enumerao de dados, razes ou informaes, no segundo caso o autor defende uma tese sobre o assunto, portanto argumenta o seu ponto de vista. A tese do autor do texto que a economia brasileira tem caracterstica nova e cresce num ritmo intenso, desde 2004, e continua com esta tendncia. Fundamentos tericos: Caso haja dvida, retome o mdulo 00.

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    Questo n 16. Pontuao Comentrio: Como j vimos antes, o local do advrbio no final da frase (SVC), quando ele deslocado para o incio, deve ser isolado por vrgula: No ano passado, a produo industrial cresceu (...) A observao que deve ser feita neste caso que os gramticos so unnimes em afirmar que quando o advrbio deslocado apenas uma palavra, no h necessidade de usar vrgula. um caso facultativo, portanto se surgir em alguma prova um advrbio nico no incio da frase e sem vrgula, no podemos considerar erro. Esta advertncia importante nas questes em que a ordem genrica, do tipo Assinale a alternativa que no contm erro que pode levar o concurseiro a engano, pensando tratar-se de erro a ausncia da vrgula. As armadilhas so muitas!!!!!!!!!!!!!

    Questo n 17. Crase Comentrio: Chegamos a mais uma pegadinha. Necessitamos de muita ateno para no cairmos nestas armadilhas. A banca conta com a possibilidade de voc ler a questo e, na pressa, no retomar a leitura do texto. O enunciado da questo est plenamente correto e quem decora regras sabe que a vrgula isola o vocativo. Se o candidato confiar somente na memria, marcar como certa esta alternativa e, consequentemente, ter perdido o precioso pontinho. O que vem depois do termo Industrial, no vocativo, mas aposto. Tanto o vocativo, como o aposto, so isolados por vrgula, mas a questo est errada porque a classificao sinttica do nome Jlio Srgio Gomes de Almeida aposto e no vocativo. Fundamentos tericos: fundamental distinguir o aposto do vocativo.

    Reviso

    Agora vamos passar para as questes de reviso. Como combinamos acima,

    vamos retomar os textos e elaborar questes que possam revisar os contedos

    desenvolvidos neste mdulo.

    a) [ ] No quadrinho dois (p. 50), por qu est grafado separado e com acento por ser

    interrogativo e estar no final da frase. Transformando a frase para Por que no

    fez o almoo?, o que perde o acento circunflexo.

    b) [ ] Ao responder: Estou esperando a estrebaria abrir, a personagem revela ter

    entendido o vocbulo cavalo no sentido denotativo.

    Retome o texto III (p.51) para responder as questes c e d.

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    c) [ ] O uso da vrgula aps a expresso Assim (linha 4 ) tem a mesma razo que No

    entanto (linha 5 ) e pelo menos (linha 6 ).

    d) [ ] A palavra constitudo (linha 1 ) acentuada pela mesma razo de psquicos

    (linha 3 ) e vivncias (linha 4).

    Retome o texto V (p. 53) para responder as questes p a

    e) [ ] A palavra assessor (linha 7 ) cognata de: acessrio; acesso e aceso.

    Gabaritos

    a b c d e C C E E E

    Comentrios

    a) - O uso do porqu motivo de muitas questes em concursos. No h motivo para

    preocupao, pois bastante fcil resolver questes que envolvem esta

    expresso. A alternativa correta, pois a grafia, na interrogao, separada e

    sem acento no interior da frase ou com acento por ser tnico e final de frase.

    b) - Esta questo trabalha com o sentido das palavras, avaliando se o candidato

    distingue a denotao da conotao. A primeira o sentido prprio do termo,

    enquanto que a segunda indica um sentido figurado, um emprego atribudo ao

    termo. No caso a personagem (o garom) no percebeu que a cavalo no tem

    como referente o animal, mas sim um modo de fazer o bife, para ele referia-se ao

    animal, portanto no sentido denotativo. Ocorre a incompreenso entre as duas

    personagens porque elas usam a expresso em sentidos diferentes.

    c) - No incio deste mdulo vimos a diferena entre o uso simples da vrgula e o uso

    duplo. No caso do uso simples, ela isola um elemento deslocado, em geral, no

    incio da frase, como acontece com Assim (linha 4), porm ela dupla quando

    intercala um elemento no meio da frase, como acontece com expresses

    retificativas, como no caso de no entanto e pelo menos. importante distinguir

    este uso da vrgula, pois constitui erro o emprego de vrgula simples quando

    deve ser dupla. A questo errada.

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    d) - Esta uma questo muito simples, mas permite revisar algumas regras bsicas de

    acentuao. Importante percebermos que temos trs regras diferentes.) A palavra

    constitudo possui acentuao pelo fato do i estar isolado e ser tnico.

    Psquicos uma palavra proparoxtona. Vivncias uma paroxtona terminada

    em ditongo crescente (ia). So regras diferentes o que significa que a afirmativa

    errada.

    e) - Nesta questo, so colocadas diversas palavras para verificar se so cognatas ou

    no. Palavras cognatas so as que derivam de um mesmo radical, mantendo uma

    relao de sentido com a original. As palavras assessor, acessrio, acesso e

    aceso, embora tenham semelhanas em termos de grafia, so palavras de

    origem diferentes, portanto a questo errada. Vamos examinar cada uma das

    palavras.

    9 Assessor (lat. assessore), a pessoas que presta auxlio, colaborador, ajudante. Ex: Joo assessor parlamentar.

    9 Acessrio (lat. acessoriu), objeto secundrio a outro que principal. Pode adquirir sentido de objeto sem importncia, ou dispensvel. Outras vezes,

    assume o sentido de complementar. Ex: A calota acessria ao carro.

    9 Acesso (lat. acessu), entrada, estgio inicial, promoo (no caso de carreira). Em informtica significa, tambm, conferncia de dados at chegar

    ao registro solicitado. Ex: Entrem pelo acesso principal. O HD parou de

    funcionar e no tivemos mais acesso aos endereos dos clientes.

    9 Aceso (particpio irregular do verbo acender), traz o sentido de ligado, incendiado. O verbo acender tem particpio duplo, aceso como irregular e

    acendido como regular. Ex: O farol do carro est aceso. Tenho acendido as

    luzes do carro, mesmo durante o dia, quando em viagem.

    Como se v so palavras totalmente diferentes entre si, portanto no cognatas, o

    que torna a questo errada. Antes de encerrar, uma observao: Estes verbos com

    particpio duplo so denominados de abundantes. O particpio regular usado com os

    auxiliares ter ou haver enquanto que o irregular recomendado usar com os auxiliares

    ser ou estar.

    .

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    Desafio I

    No custa uma pequena brincadeira, afinal estudar Lngua Portuguesa uma

    grande diverso! Concordam?

    Na historinha abaixo encontre os erros e depois comente no frum.

    Ao chegar idade, a me mandou o menino para a catequeze. Na verdade, seria

    difcil catequizar aquele pi. Depois de quase ser expulso, conseguiu concluir s aulas.

    No domingo, a me, toda encantada, foi ao cabelereiro para se enfeitar antes de ir a

    missa. A festa foi planejada com carinho e paga vista, pois a condio econmica no

    exigia ser prazo.

    A serimnia transcorreu normal, mas a festa, no foi bem como a famlia quiz. O

    garoto trouxe os comparssas e entornou o caldo. Menino impulsivo, quase quebrou o

    pulo num salto na hora de sentar na mesa. O tumulto era eminente.

    Para finalizar e analizar a situao o pai entrou na histria. Deu uma de caubi:

    expulsou a gangue e fotografou o caus da sala. Hoje a foto est no portarretratos da sala

    que o prprio auto-retrato da anarquia! Parece que a crisma no conseguiu converter

    aquele capetinha.

    Perguntas e respostas II

    Por enquanto ningum enviou perguntas. A seo continua disposio.

    Concluso

    Chegamos ao final de nosso mdulo 01. Tratamos alguns temas tericos e

    revisamos diversas questes. Durante a reviso, alm de fazermos a correo,

    ampliamos com alguns conhecimentos gramaticais que mantm relao com as

    questes. Em alguns momentos o nosso comentrio pode parecer longo, mas

    acreditamos que passar contedos dentro de exerccios uma forma de tornar mais

    prtico os conhecimentos que, isolados na gramtica, tornam-se enfadonhos.

    Este o nosso primeiro mdulo, os demais esto por vir e aguardam a

    colaborao de cada um. O nosso interesse produzir um curso que atenda s

    necessidades de todos e contribua, efetivamente, para a aprovao final. O mdulo zero

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    e este 01 foram elaborados antes do incio do curso, os demais tm a oportunidade de

    serem ajustados aos interesses dos alunos, pois aguardo as sugestes e questionamentos

    para orientar o trabalho.

    Gostaria que cada um, ao final deste mdulo, enviasse um e-mail comentando o

    seguinte:

    a) O contedo est tratado de forma adequada? (Nem muito profundo, nem

    muito simplificado)

    b) Pequena exposio terica no incio do texto e logo aps prtica de questes

    com comentrios mais longos, incluindo novos contedos est atendendo s

    suas expectativas?

    c) Que sugesto voc daria?

    A opinio de cada um muito importante para o sucesso de nosso trabalho. No

    se esquea de comentar no frum, enviar e-mail e externar sua satisfao.

    At o prximo mdulo.

    Odiombar Rodrigues [email protected]