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Aula 02 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas Professor: Daniel Mesquita .

Aula 02

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    Noes de Direito Administrativo p/ INSS - Tcnico do Seguro Social - Com videoaulas

    Professor: Daniel Mesquita

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    AULA 02: Atos administrativos.

    SUMRIO

    1) INTRODUO AULA 02 2

    2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2

    2.1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 2.2. ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 3 2.3. ATRIBUTOS (OU CARACTERSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 13 2.4. CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 21 2.4.1 EXISTNCIA, VALIDADE, EFICCIA E EXEQIBILIDADE 21 2.4.2 VINCULAO E DISCRICIONARIEDADE 23 2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 32 2.5. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPCIE 35 2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 35 2.5.2 DECRETOS 35 2.5.3 INSTRUES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS E RESOLUES 36 2.5.4 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATRIOS 36 2.5.5 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 39 2.5.5.1. LICENA 39 2.5.3.2. PERMISSO E AUTORIZAO 41 2.5.3.3. APROVAO, VISTO E HOMOLOGAO 42 2.5.6 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 43 2.5.7 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 46

    3) RESUMO DA AULA. 46

    4) QUESTES 50

    5) REFERNCIAS 63

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    1) Introduo aula 02

    Que bom que voc veio para a nossa aula 02!

    Nesta nossa aula 02 do curso de Direito Administrativo para o

    concurso do Tcnico de Seguro Social do INSS, falaremos do seguinte

    assunto: 6 Ato administrativo: validade, eficcia; atributos; extino, desfazimento e sanatria; classificao, espcies e exteriorizao;

    vinculao e discricionariedade.. No se esquea que, ao final, voc ter um resumo da aula e as

    questes tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na

    vspera da prova!

    Num concurso como este, em que a matria muito extensa, no

    h como voc ler uma aula hoje e apreender tudo at o dia da prova.

    Por isso, programe-se para ler os resumos na semana que antecede a

    prova. Lembre-se: o planejamento fundamental.

    Chega de papo, vamos luta!

    2) Atos Administrativos

    2.1. Conceito de ato administrativo.

    Antes de conceituarmos ato administrativo, devemos distinguir os

    conceitos de fato e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo

    fique clara.

    Fato: acontecimento sem qualquer interferncia da vontade

    humana. Ato, por sua vez, manifestao de vontade praticada pelo

    homem.

    6H DWR p PDQLIHVWDomR GD YRQWDGH KXPDQD atos administrativos VmR GHFODUDo}HV KXPDQDV H QmRPHURV IHQ{PHQRVda natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas

    pela administrao pblica ou por particular no exerccio de suas

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    prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurdicos

    determinados, em conformidade com o interesse pblico, sob regime de

    direito pblico e sujeitas a controle.

    Para quem gosta de demonstrar seu apurado conhecimento jurdico

    em provas subjetivas, citando doutrinadores de renome, colacionamos a

    definio de ato administrativo da professora Di Pietro:

    SRGH-se definir o ato administrativo como a declarao do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurdicos

    imediatos, com observncia da lei, sob regime jurdico de direito

    S~EOLFRHVXMHLWDDFRQWUROHSHOR3RGHU-XGLFLiULRS

    O aluno no pode se esquecer de que, alm do Poder Executivo, os

    rgos que compem o Poder Judicirio e o Legislativo tambm editam

    atos administrativos. Tambm no pode se esquecer de que a

    Administrao Pblica pode editar atos regidos pelo direito privado

    quando, por exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos

    por ela no mercado num ambiente de livre concorrncia.

    Por fim, vale destacar a valiosa lio de Bandeira de Mello (2010,

    p. 413-416) acerca do silncio da Administrao quando esta no se

    pronuncia quando deve faz-lo. Para o ilustre administrativista, o

    silncio no ato jurdico, mas um fato jurdico administrativo, pois no

    houve qualquer manifestao.

    2.2. Elementos do ato administrativo; teoria dos motivos determinantes; procedimento administrativo.

    O que vamos estudar agora so os elementos que constituem os

    atos administrativos, sem eles o ato administrativo no completa seu

    ciclo de formao ou so considerados, at mesmo, a depender do

    elemento faltante, inexistente.

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    A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos

    elementos que compem os atos administrativos. Em razo disso, o

    critrio mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso o do

    art. 2 da Lei n 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato

    administrativo so: competncia, forma, objeto, motivo e finalidade.

    Isso no quer dizer que o aluno deve marcar errado se

    apresentada na questo que o sujeito, e no a competncia, um dos

    elementos do ato administrativo.

    Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razo, que a

    competncia um atributo do sujeito que pratica o ato e, alm desse

    atributo, ele deve ter a capacidade para realiz-lo. Desse modo, mais

    adequado falar-se que o sujeito e no a competncia um dos elementos do ato administrativos.

    Sujeito aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e

    competncia para a prtica do ato. A primeira se verifica das normas

    de direito civil (idade, sanidade mental etc.). J a competncia, no

    direito administrativo, decorre da Constituio, das leis e atos

    normativos. Esses diplomas no s definem o plexo de competncias,

    mas impem aos seus titulares o dever de exerc-las em prol do

    interesse pblico.

    *Pensou em sujeito pense em capacidade e competncia!*

    Aqui j entramos em um ponto que pode ser explorado na prova: o

    estudo da competncia para a prtica do ato administrativo. Portanto,

    SINAL DE ALERTA!

    Primeiramente, importante observar as caractersticas da

    competncia exercida pelo sujeito que pratica o ato administrativo.

    Mencionamos aqui as caractersticas da competncia trazidas por

    Alexandrino (2010, p. 437), com fundamento na doutrina brasileira,

    especialmente em Bandeira de Mello:

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    x de exerccio obrigatrio; x irrenuncivel; x intransfervel; x imodificvel pela vontade do agente; x imprescritvel (o no exerccio no extingue a competncia); x improrrogvel (no se transfere ao rgo incompetente que

    praticou o ato, salvo se a lei assim determinar).

    CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de que, apesar

    das caractersticas de irrenunciabilidade e intransferibilidade, a

    competncia pode ser objeto de delegao e avocao.

    A delegao um instrumento de descentralizao administrativa

    (art. 11 do Decreto-lei n 200/67) e no importa em transferncia de

    competncia, tanto que a autoridade delegante pode avocar a

    competncia delegada a qualquer momento (art. 2, pargrafo nico,

    do Decreto n 83.937/79).

    MUITO CUIDADO EXCEO REGRA DA DELEGAO:

    A Lei n 9.784/99, que regula o processo administrativo no mbito

    da Administrao Pblica Federal, probe a delegao da

    competncia:

    (a) de editar atos normativos;

    (b) de decidir recursos administrativos; e

    (c) das matrias de competncia

    exclusiva do rgo ou autoridade.

    IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei n 9.784/99 e do

    Decreto n 83.937/79, extraem-se as seguintes concluses que j

    foram cobradas em inmeras provas de concursos, so elas:

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    x o ato de delegar pressupe a autoridade para subdelegar; x pode haver delegao de competncias a rgos no

    subordinados;

    x a delegao pode ser parcial; x ela deve ser feita por prazo determinado;

    x a autoridade delegante pode permanecer com o poder de exercer a competncia de forma conjunta com a delegatria.

    Por fim, com relao competncia, o aluno deve ter em mente

    que, quando o agente pblico atua fora de sua esfera de competncia,

    ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440).

    Alm do elemento sujeito ou competncia, existe o elemento

    forma.

    Com relao a esse elemento, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que

    ela tem duas acepes:

    a) em sentido estrito: a forma considerada como a exteriorizao

    do ato, ou seja, o modo pelo qual a declarao se apresenta;

    b) HP VHQWLGR DPSOR D IRUPD LQFOXL WRGDV DV formalidades que devem ser observadas durante o processo de formao da

    vontade da Administrao, e at os requisitos concernentes

    SXEOLFLGDGHGRDWR A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, o

    informalismo do ato administrativo.

    Em seguida, ainda com relao aos elementos do ato

    administrativos apresentados na Lei n 4.717/65, destacamos o

    objeto.

    O objeto o contedo material, o que o ato realiza, a resposta

    jVVHJXLQWHVSHUJXQWDV2TXrpRDWR"3DUDTXrVHUYHRDWR"2objeto deve ser lcito, certo e moral.

    Objeto e contedo so utilizados pela maioria dos

    doutrinadores como expresses sinnimas.

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    Alm do sujeito (ou competncia), da forma e do objeto, a

    finalidade outro elemento do ato administrativo.

    Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas

    acepes (que j foram objeto de cobrana em concurso pblico,

    conforme verificaremos abaixo):

    a) em sentido estrito, a finalidade o resultado especfico que o

    agente quer alcanar com a prtica do ato, o efeito que ele

    deseja produzir ao praticar o ato.

    b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse

    pblico, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito, a

    finalidade dele a consecuo do interesse pblico;

    Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da

    prevista no ordenamento, esse ato ser invlido em razo do desvio de

    poder.

    Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder

    pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade

    alheia ao interesse pblico; (b) o agente busca uma finalidade de

    interesse pblico, mas alheia prevista para o ato que utilizou. O

    desvio de poder (vcio na finalidade) e o excesso de poder (vcio na

    competncia) so espcies do gnero abuso de poder (Alexandrino,

    2010, p. 440)

    Assim, temos o importante quadro SINAL DE ALERTA:

    O motivo outro elemento do ato administrativo e pode ser

    definido como a causa imediata do ato administrativo, a situao de

    Desvio de poder vcio na finalidade

    Abuso de poder

    Excesso de poder vcio na competncia

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    fato (ocorrida no mundo emprico) e de direito (previso legal ou o

    princpio) que determina a prtica do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).

    Nesse tema, trs questes so relevantes para concursos pblicos:

    (I) diferenciar conceitualmente motivo, mvel e motivao; (II) o

    fundamento da motivao dos atos administrativos; e (III) a teoria dos

    motivos determinantes.

    A diferenciao conceitual mais exata entre motivo, mvel,

    motivao dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399).

    Ele observa que motivo se distingue de mvel porque este designa

    a representao subjetiva, a inteno do agente ao praticar o ato. O

    motivo decorre da situao ocorrida no mundo dos fatos.

    O mesmo autor ensina tambm que o motivo no se confunde com

    a motivao, pois esta a justificativa formalizada pelo agente para a

    prtica do ato e decorre do princpio da transparncia.

    Assim, temos o seguinte quadro conceitual:

    Motivo

    Causa imediata dos atos

    administrativos ocorrida no

    mundo dos fatos.

    Mvel

    Inteno do

    agente ao

    praticar o ato.

    Motivao

    Justificativa

    formalizada pelo

    agente para a prtica

    do ato.

    IMPORTANTE! O fundamento da motivao dos atos

    administrativos tema que pode auxiliar o aluno no momento de

    julgar itens de alta complexidade. Por isso, de fundamental

    importncia que o aluno absorva esse ponto da matria.

    Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do

    STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se

    motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa

    pblica, afirmou o Ministro que a obrigao de motivar os atos

    GHFRUUHULDHVSHFLDOPHQWHGRIDWRGHRVDJHQWHVHVWDWais lidarem com

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    a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais integral, majoritria ou mesmo parcialmente pertencer ao Estado, isto , a todos os cidados. Esse dever, ademais, estaria ligado

    prpria ideia de Estado Democrtico de Direito, no qual a legitimidade

    de todas as decises administrativas tem como pressuposto a

    possibilidade de que seus destinatrios as compreendam e o de que

    possam, caso queiram, contest-las. No regime poltico que essa forma

    de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar no apenas que a

    Administrao, ao agir, visou ao interesse pblico, mas tambm que

    DJLXOHJDOHLPSDUFLDOPHQWHWH[WRH[WUDtGRGR,QIRUPDWLYR67)Q o julgamento ainda no foi concludo em razo do pedido de vista do Ministro Joaquim Barbosa).

    Por fim, com relao ao elemento motivo do ato administrativo,

    pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois

    passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes.

    A teoria dos motivos determinantes dispe que a validade do

    ato se vincula aos motivos fticos e legais indicados como seu fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua

    ocorrncia deve ser provada e deve ser suficiente para justific-lo. Caso

    contrrio, o ato ser invlido. Esse o entendimento que se extrai do

    ROMS 29774, julgado pela 2 Turma do Superior Tribunal de Justia, e

    do MS 11741, julgado pela 1 Seo da mesma Corte.

    Seja o ato discricionrio ou vinculado, o motivo declarado vincula o

    ato para todos os efeitos jurdicos. A partir da, os rgos de controle

    internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato tambm com

    relao aos motivos que ensejaram a sua prtica, mesmo que

    desnecessria a expressa declarao do motivo. Havendo

    desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato

    pode ser retirado do ordenamento.

    Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ

    declarou nulo o ato da administrao de reduzir unilateralmente o valor

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    pago s escolas que realizam cursos para a obteno da CNH em

    percentual muito superior ao verificado como necessrio pelo estudo

    tcnico da prpria administrao. Esse estudo foi, justamente, o

    utilizado pela administrao como motivao para a reduo do valor do

    contrato com as escolas.

    Por fim, com relao ao conceito de procedimento

    administrativo, mais uma vez invocamos a lio de Di Pietro. A

    professora ensina (2009, 197) que determinados atos so preparatrios

    de um ato principal, mesmo assim, esses atos so considerados atos

    administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um

    ato complexo.

    Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser

    percorrido pela Administrao para a obteno de efeitos regulares de

    um ato administrativo principal.

    Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato

    administrativo segundo a definio legal (Lei n 4.717/65) e a lio da

    maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, Jos dos Santos

    Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.).

    No ignoramos a lio de Bandeira de Mello de que h outros

    elementos do ato administrativo, quais sejam: contedo (para o autor,

    o contedo o prprio ato, se diferenciando do objeto, porque este

    seria sobre o que trata o ato), causa (relao entre o motivo fato e o contedo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei),

    requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato at a sua

    edio), formalizao (modo especfico pelo qual o ato administrativo

    deve ser externado) e pertinncia funo administrativa (s ato

    administrativo aquele que seja afeto s atividades administrativas).

    No abordaremos profundamente a lio desse doutrinador, pois

    ele representa posio isolada no direito administrativo nesse ponto.

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    O que voc deve levar para a prova que os elementos do ato

    administrativo o SUJOBMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e

    finalidade.

    Creio que, at o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte

    por cento) das questes relativas a ato administrativo nos concursos.

    Isso no o bastante para a aprovao num certame. Por isso, vamos

    em frente!

    1. (FCC 2013 DPE/RS- Analista Administrao) Servidor pblico integrante do Poder Executivo estadual editou ato

    administrativo concedendo a entidade privada sem fins lucrativos

    permisso de uso de bem pblico, em carter precrio.

    Subsequentemente, veio a saber que seu superior hierrquico era

    desafeto do dirigente da entidade permissionria e, temendo

    represlias, revogou o ato concessrio, apresentando como fundamento

    GDUHYRJDomRRPRWLYRIDOVRGHTXHD$GPLQLVWUDomRQHFHssitava do imvel para outra finalidade pblica. Considerando a situao ftica

    apresentada, o ato de revogao

    (A) padece de vcio quanto ao motivo, em face da falsidade do

    pressuposto de fato para a edio do ato.

    (B) padece de vcio quanto competncia, eis que somente o

    superior hierrquico poderia revogar o ato vinculado.

    (C) legal, eis que, em se tratando de ato vinculado, passvel a

    revogao a critrio da Administrao.

    (D) legal, eis que atos discricionrios no esto sujeitos a

    controle quanto ao motivo ou finalidade.

    (E) ilegal, eis que os atos discricionrios no so passveis de

    revogao.

    Questo de concurso

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    Vimos que o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos

    jurdicos. Dessa forma, fica fcil saber que a revogao padece de vcio

    quanto ao motivo.

    Gabarito: A

    2. (FCC-2011-TRF-1 REG-Tcnico Judicirio) O motivo do ato

    administrativo

    a) sempre vinculado.

    b) implica a anulao do ato, quando ausente o referido motivo.

    c) sucede prtica do ato administrativo.

    d) corresponde ao efeito jurdico imediato que o ato administrativo

    produz.

    e) no implica a anulao do ato, quando falso o aludido motivo.

    Letra (A). O motivo e o objeto so os requisitos do ato

    administrativo que podem ser tanto vinculados como discricionrios.

    Logo, est INCORRETA.

    Letra (B). O motivo a causa imediata dos atos administrativos

    ocorrida no mundo dos fatos, ele pressuposto que serve de

    fundamento para o ato. Assim, se ausente o motivo, ocorre a anulao

    do ato. Logo, est CORRETA.

    Letra (C). O motivo do ato administrativo antecede prtica do

    ato. Logo, est INCORRETA.

    Letra (D). O motivo a causa imediata do ato administrativo e no

    o efeito imediato. Logo, est INCORETA.

    Letra (E). A indicao de motivo falso invalida o ato administrativo.

    Logo, est INCORRETA.

    Gabarito: B

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    3. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Tcnico do Banco Central)

    Em relao aos atos administrativos, analise as assertivas abaixo.

    I - Os elementos dos atos administrativos so competncia, forma,

    motivo, objeto e finalidade.

    II - Os atos administrativos discricionrios no so passveis de

    revogao pela prpria Administrao Pblica, mas esto sujeitos a

    controle judicial, inclusive no que tange ao mrito administrativo.

    III - O direito da Administrao Pblica de anular os atos

    administrativos de que decorram efeitos favorveis para seus

    destinatrios, em mbito federal, decai em cinco anos, contados da

    data em que foram praticados, salvo comprovada m-f.

    (So) correta(s) APENAS a(s) assertiva(s)

    a) I.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II .

    e) III.

    Os elementos dos atos administrativos so: competncia,

    finalidade, forma, motivo e objeto. Os atos administrativos

    discricionrios so passveis de revogao pela prpria Administrao

    Pblica. A revogao a retirada, do mundo jurdico, de um ato vlido,

    mas que, segundo critrio discricionrio da Administrao, tornou-se

    inoportuno ou inconveniente. Caso a Administrao no anule o eivado

    de ilegalidade, ocorre a convalidao por decurso de prazo de 5 anos

    (decadencial), salvo se comprovada m-f do beneficirio.

    *DEDULWR/HWUDF

    2.3. Atributos (ou caractersticas) do ato administrativo.

    O primeiro ponto que costuma cair em concurso relativo aos

    atributos a sua diferenciao com relao aos elementos. Enquanto

    .

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    estes so necessrios para a prpria formao e validade do ato,

    aqueles so as caractersticas comuns aos atos administrativos.

    De modo geral, a doutrina identifica os seguintes atributos dos atos

    administrativos:

    x presuno de legitimidade (e veracidade) presuno juris tantum (= presuno jurdica que pode ser ilidida caso exista prova em

    contrrio) de que os atos esto adequados ao direito e verdicos quanto

    aos fatos. Conseqncias disso: auto-executoriedade e inverso do

    nus da prova (Alexandrino, 2010, p. 458);

    x imperatividade os atos administrativos se impem a terceiros, independentemente de sua concordncia, criando obrigaes ou

    impondo restries. Decorre do poder extroverso do Estado prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera

    jurdica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo,

    possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros

    (Bandeira de Mello, 2010, p. 419);

    x Autoexecutoriedade Se subdivide em: o exigibilidade esse atributo definido por Bandeira de Mello

    (2010, p. 419) FRPR D TXDOLGDGH HP YLUWXGH GD TXDO REstado, no exerccio da funo administrativa, pode exigir de

    terceiros o cumprimento, a observncia, das obrigaes que

    LPS{V ,VVR TXHU GL]HU TXH DOJXQV DWRV DGPLQLVWUDWLYRVimpem ao particular uma obrigao de fazer ou de dar, mas

    no chegam ao ponto de autorizar a Administrao a

    promover uma coao material para que o particular execute o

    ato.

    o executoriedade o atributo que possibilita ao Poder Pblico implementar materialmente o ato administrativo,

    podendo, inclusive, se valer do uso da fora sem a

    necessidade de autorizao judicial prvia. A administrao

    pode se valer desse atributo quando SINAL DE ALERTA!:

    .

    .

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    a) a lei autoriza (p. ex: apreenso de produtos alimentcios

    comercializados sem a aprovao da ANVISA); ou

    b) em situaes de urgncia, em que o ato condio

    indispensvel para a garantia do interesse pblico (p. ex:

    retirada dos moradores de um prdio com risco de

    desabamento).

    Esse atributo no chega a autorizar a execuo pela Administrao

    de multas devidas pelo cidado (a nica hiptese em que isso possvel

    na situao prevista no art. 80, III, da Lei n 8.666/93, em que a

    Administrao pode subtrair da garantia prestada pelo contratado o

    valor da multa aplicada pela falha na execuo).

    Em resumo, temos o seguinte quadro com as caractersticas

    principais de cada um dos atributos:

    Presuno de

    legitimidade

    Autoexecutoriedade Imperatividade

    Presuno

    juris tantum

    de que os atos

    correspondem

    aos fatos e ao

    direito

    aplicvel.

    Exigibilidade

    O Estado pode

    exigir de

    terceiros o

    cumprimento

    de obrigaes,

    mas no chega

    ao ponto de

    promover

    coao

    material

    Executoriedade

    O Estado pode

    implementar

    materialmente o

    ato, sem a

    necessidade de

    autorizao

    judicial, com

    autorizao legal

    ou em urgncia.

    Os atos

    administrativos

    se impem a

    terceiros.

    Desse modo, apresentamos a sigla para voc no se

    esquecer dos atributos ou caractersticas dos atos administrativos.

    PAI

    .

    .

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    4. (FCC 2013 TRT-1 Tcnico Judicirio) A respeito de atributo dos atos administrativos, INCORRETO afirmar:

    a) Imperatividade o atributo pelo qual os atos administrativos se

    impem a terceiros, independentemente de sua concordncia.

    b) Presuno de legitimidade diz respeito conformidade do ato

    com a lei, presumindo-se, at prova em contrrio, que o ato foi

    emitido com observncia da lei.

    c) O atributo da executoriedade permite Administrao o

    emprego de meios de coero para fazer cumprir o ato

    administrativo.

    d) A tipicidade o atributo pelo qual o ato administrativo deve

    corresponder a figuras previamente definidas pela lei como aptas a

    produzir determinados resultados.

    e) A presuno de veracidade o atributo pelo qual o ato

    administrativo no pode ser objeto de anulao pelo Poder

    Judicirio, salvo aqueles considerados discricionrios.

    Vamos incorreta? Com tudo que vimos, bem fcil perceber

    TXHDVDVVHUWLYDV D EF GHVWmRSHUIHLWDV$ OHWUD HSRUpPveda o Poder Judicirio de alunar o ato! De forma alguma! O Poder

    Judicirio pode sim anular o ato administrativo, desde que o mesmo

    seja ilegal (serve para atos vinculados ou discricionrios).

    Gabarito: E

    5. (FCC 2013 - TRT-15 Analista Judicirio- rea Administrativa) Os atos administrativos gozam de atributos especficos, dos quais

    no dispem os atos praticados sob a gide do regime jurdico de

    direito privado. Dentre eles, a

    Questes de concurso

    .

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    (A) presuno de validade, que se consubstancia na considerao

    de que os atos administrativos, enquanto existentes, so vlidos e

    gozam de autoexecutoriedade.

    (B) exigibilidade, que garante a execuo material dos atos

    administrativos, independentemente de interveno judicial.

    (C) imperatividade, que atribui aos atos administrativos a

    capacidade de imposio a terceiros, com ou sem sua

    concordncia.

    (D) presuno de exigibilidade, que possibilita a coao material

    dos atos administrativos mediante autorizao superior.

    (E) presuno de validade entre as partes, somente podendo haver

    descumprimento mediante desconstituio do ato no mbito

    judicial.

    Essa bem tranquila n? bem fcil perceber que o nico item

    TXH QmR p DSOLFDGR DR GLUHLWR SULYDGR p R GD LPSHUDWLYLGDGH 2UDimposio a terceiros, com ou sem sua concordncia, atributo bem

    especfico do ato administrativo!

    Gabarito: C

    6. (FCC - 2013 - TRT - 18 Regio (GO) - Analista Judicirio -

    rea Judiciria) Pode-se conceituar os atos administrativos como

    manifestaes de vontade do Estado, as quais so dotadas de alguns

    atributos. Dentre eles, destaca-se a presuno de legitimidade e

    veracidade, que

    a) significa a presuno absoluta de conformidade com a lei,

    dependendo de deciso judicial para eventual desfazimento.

    b) consiste na presuno de que o ato praticado est conforme a lei e

    de que os fatos atestados pela Administrao so verdadeiros,

    admitindo, no entanto, prova em contrrio.

    .

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    c) significa uma derivao do princpio da legalidade, na medida em

    que os atos praticados pela Administrao possuem fora de lei,

    podendo instituir direitos e obrigaes aos administrados.

    d) consiste na necessidade de que sejam confirmados pelo poder

    judicirio quando veicularem a produo de efeitos limitadores de

    direitos dos administrados.

    e) significa que os atos administrativos se impem a terceiros, mesmo

    que esses no concordem, podendo a Administrao adotar medidas

    coercitivas diretas e concretas para fazer valer sua deciso.

    Pessoal, primeiramente, vamos lembrar que a presuno de

    veracidade dos atos administrativos juris tantum, ou seja, admite

    presuno em contrrio. No derivao do princpio da legalidade e

    tambm no se confunde com autoexecutoriedade. Significa que, uma

    YH] TXH HQWUDP QR PXQGR MXUtGLFR Vy VmR UHWLUDGRV FDVR VHMDdemostrado que que existe vcio por parte do requerente, que leva seu

    pleito ao Judicirio.

    *DEDULWRE

    7. (FCC - 2013 - TRT - 9 REGIO (PR) - Analista Judicirio -

    Medicina) Os atos administrativos possuem atributos especficos, dos

    quais decorrem consequncias, sendo correto afirmar que

    a) da autoexecutoriedade decorre a possibilidade do ato ser posto

    diretamente em execuo pela Administrao, mediante autorizao do

    Poder Judicirio.

    b) da autoexecutoriedade, quando expressamente prevista em lei,

    decorre a possibilidade da Administrao pblica aplicar medidas

    coercitivas independentemente de autorizao judicial.

    c) da presuno de legitimidade e de veracidade do ato

    administrativo, decorre que fica afastada a possibilidade de controle do

    ato pelo Poder Judicirio enquanto for mantida essa qualificao.

    .

    .

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    d) da imperatividade do ato administrativo decorre que fica

    afastada a possibilidade de controle do ato pelo Poder Judicirio.

    e) da presuno de legitimidade decorre a imperatividade do ato

    administrativo, que autoriza a adoo de medidas coercitivas pela

    Administrao pblica independentemente de autorizao judicial.

    Pessoal, uma das facetas da autoexecutoriedade a possibilidade

    que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execuo

    pela prpria administrao, independentemente de ordem judicial,

    afinal, imagine a demora e prejuzo que seriam esperar uma ordem

    judicial para fechar um estabelecimento que vende alimentos fora do

    prazo de validade, por exemplo.

    Gabarito: B

    8. (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judicirio Enfermagem) Os atos administrativos so dotados de atributos peculiares. Dentre

    eles, destaca-se a autoexecutoriedade, que se traduz

    a) no atributo pelo qual os atos administrativos se impem a

    todos.

    b) no dever da administrao de praticar os atos previamente

    previstos em lei para cada situao concreta.

    c) no poder da administrao pblica de decidir pela validade ou

    no de determinado ato.

    d) no poder da administrao atestar, unilateralmente, se

    determinado ato administrativo foi executado conforme a lei.

    e) na possibilidade da prpria administrao pblica colocar

    determinado ato administrativo em execuo, independentemente de

    prvia manifestao do Poder Judicirio.

    .

    .

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    Depois de estudar fica fcil, no fica, pessoal? Est na cara que a

    resposta a OHWUDHSRLVWUD]DGHILQLomRGDGDDFHUFDGRDWULEXWRGDDXWRH[HFXWRULHGDGH

    Gabarito: E

    9. (FCC-2011-TRE-RN-Tcnico Judicirio) Nos atos

    administrativos:

    a) a imperatividade um atributo que existe em todos os atos

    administrativos.

    b) a invalidao o desfazimento de um ato administrativo, e nem

    sempre ocorre por razes de ilegalidade.

    c) o motivo e a finalidade so requisitos sempre vinculados dos

    atos administrativos.

    d) a Administrao pode autoexecutar suas decises, empregando

    meios diretos de coero, utilizando-se inclusive da fora.

    e) a invalidao dos atos administrativos opera efeitos ex nunc.

    Do que estudamos at aqui, podemos concluir que a alternativa

    correta a OHWUDG Gabarito: D

    10. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Tcnico do Banco Central)

    Fernando, assessor jurdico de um rgo pblico federal, foi

    questionado a respeito da possibilidade de a Administrao Pblica

    interditar atividades ilegais e inutilizar gneros imprprios para o

    consumo, independente de ordem judicial. Essa prerrogativa decorre do

    atributo dos atos administrativos identificado por

    a) autoexecutoriedade.

    b) presuno de legitimidade.

    c) presuno de efetividade.

    d) supremacia do interesse pblico.

    e) discricionariedade.

    .

    .

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    Como vimos, a autoexecutoriedade o atributo que possibilita

    ao Poder Pblico implementar materialmente o ato administrativo,

    podendo, inclusive, se valer do uso da fora sem a necessidade de

    autorizao judicial prvia.

    *DEDULWR/HWUDD

    2.4. Classificao dos atos administrativos

    2.4.1 Existncia, validade, eficcia e exeqibilidade

    A distino tratada neste ponto pode parecer, a primeira vista, um

    tanto quanto terica e no muito importante. No se engane,

    concursando, o seu concorrente est estudando este tpico e ele j foi

    cobrado em outras provas! Por isso, avante!

    O ato administrativo perfeito e passa a existir quando completa

    todas as suas fases de elaborao. Ele vlido quando expedido em

    conformidade com as exigncias do ordenamento. eficaz quando est

    pronto para produzir efeitos.

    Os efeitos podem ser tpicos (previstos na norma) ou atpicos.

    Estes so divididos em preliminares ou prodrmicos (efeitos do ato a

    partir de sua edio at a produo dos efeitos tpicos) e reflexos (os

    que atingem relaes jurdicas de terceiros).

    Carvalho Filho (2005, p. 103) distingue a eficcia da

    exequibilidade. Esta ocorreria no momento em que a Administrao

    pode dar operatividade ao ato, ou seja, execut-lo por completo. O ato

    pode ser eficaz e inexeqvel quando j transcorridas todas as fases

    para sua edio, mas, em virtude de determinao constante do prprio

    ato, ele s pode ser executado a partir de determinado momento.

    Dessas definies, pode-se concluir que o ato :

    .

    .

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    a) perfeito quando completou o seu ciclo de formao e est apto

    a produzir efeitos;

    b) imperfeito quando no completa o seu ciclo de formao;

    c) invlido quando est em desacordo com as leis ou os princpios

    jurdicos;

    d) ineficaz quando no est apto a produzir efeitos;

    e) inexequvel quando a Administrao ainda no pode executar o

    seu comando.

    Os atos so editados para serem perfeitos, vlidos e eficazes.

    Contudo, pode-se identificar a ocorrncia de atos (a) perfeitos, invlidos

    e eficazes; (b) perfeitos, vlidos e ineficazes; (c) perfeitos, invlidos e

    ineficazes.

    A hiptese (a) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de

    formao (perfeito) e se impe ao administrado em razo de seus

    atributos de presuno de legitimidade e de imperatividade (eficaz).

    Contudo, posteriormente, se verifica que ele foi editado contra

    determinada norma jurdica (invlido).

    A hiptese (b) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de

    formao (perfeito), est de acordo com o ordenamento (vlido), mas o

    administrador, ao edit-lo, imps uma condio suspensiva ou um

    termo para que o ato comece a produzir efeitos aps a ocorrncia de

    evento futuro (ineficaz), o chamado ato pendente (Alexandrino,

    2010, p. 433).

    A hiptese (c) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de

    formao (perfeito), encontra-se em desconformidade com o

    ordenamento (invlido) e foi editado com uma condio suspensiva ou

    um termo (ineficaz).

    E quando o ato j completou seu ciclo de formao, vlido e j

    produziu todos os efeitos para os quais ele foi criado? Nesse caso,

    classifica-se esse ato como consumado.

    .

    .

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    2.4.2 Vinculao e Discricionariedade

    Passando essa matria para voc, eu me lembro o quanto era dura

    a minha rotina de concursando. Fazia curso pela manha, trabalhava 7

    horas por dia no STJ e ficava na biblioteca da UnB at as 23:30. O

    concursando um verdadeiro guerreiro! Ele no pode se perder no

    caminho traado para o sucesso, deve manter o foco para no dar

    chance para a concorrncia.

    No estudo desse ponto (vinculao e discricionariedade) voc deve

    WHU HP PHQWH D VHJXLQWH H[SUHVVmR JUDX GH OLEHUGDGH SRLV DYLQFXODomRRXDGLVFULFLRQDULHGDGHGHSHQGHMXVWDPHQWHGHVVHJUDXGHOLEHUGDGH FRQIHULGR SRU OHL SDUD DYDOLDU VH R DWR p YLQFXODGR RX discricionrio.

    Se no h margem alguma de liberdade, pois a lei determinou

    que o nico comportamento possvel e obrigatrio a ser adotado para a

    hiptese era aquele, o ato praticado vinculado. Nesse caso, a

    atuao do administrador encontra-se tipificada na lei, no h avaliao

    acerca de convenincia e oportunidade (=mrito), ele est amarrado s

    imposies legais.

    E quando a lei deixa alguma margem de liberdade para o

    administrador avaliar a situao, o que ocorre? Nesse caso, quando o

    administrador se depara com alguma margem de liberdade para

    decidir acerca da realizao de determinado ato, ele est diante de um

    ato discricionrio. Nessas hipteses, ele se valer dos critrios de

    convenincia e oportunidade para tomar decises.

    Assim temos:

    A lei no d margem de liberdade ato vinculado

    A lei confere alguma margem de liberdade ato

    discricionrio.

    Juzo de mrito = convenincia + oportunidade

    .

    .

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    Podemos exemplificar que h discricionariedade em um ato

    administrativo quando:

    a) a lei prev dois ou mais atos possveis para se chegar ao

    resultado previsto;

    b) a lei prev apenas o resultado, mas no a forma de se chegar

    at ele;

    c) apresenta conceitos indeterminados que devem ser avaliados

    no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato

    de forma a melhor adequar a situao a esses conceitos (p.

    ex: boa-f, moralidade pblica etc.).

    O poder discricionrio existe porque a atividade administrativa

    dinmica, ou seja, o legislador no pode prever todas as situaes

    presentes e futuras de possvel ocorrncia para a Administrao. Caso o

    administrador se depare com uma situao para qual a lei confira

    margem de deciso, deve escolher a alternativa que mais se adque ao

    interesse pblico.

    O Poder Judicirio, salvo em situaes excepcionais, no pode se

    inserir no mrito administrativo para declarar invlido um ato

    administrativo discricionrio. vedado ao juiz substituir a

    discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta

    separao dos poderes. Por essa razo que os tribunais vm

    entendendo que no podem alterar o gabarito de questes de concurso

    ou conferir a um candidato uma pontuao superior em uma prova de

    ttulos se no h previso expressa no edital (STJ: RMS 23878 e RMS

    32464).

    O ato discricionrio no se confunde com ato arbitrrio. Discrio

    liberdade de ao dentro dos limites legais e arbtrio ao contrria ou

    que transborda os limites da lei. O primeiro legal, o segundo ilegal e

    invlido.

    $WRGLVFULFLRQiULR$WRDUELWUiULR

    .

    .

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    Tambm no se pode confundir o ato discricionrio com uma

    situao de ausncia absoluta de regulamentao. O ordenamento

    jurdico, a partir da Constituio, molda os atos administrativos por

    meio de princpios e regras gerais, como o princpio da moralidade, da

    supremacia do interesse pblico, a regra do teto constitucional do

    servidor pblico etc. Assim, no h ato administrativo praticado

    com liberdade absoluta ou com margem total e irrestrita de

    liberdade. O ato discricionrio no dispensa a lei, nem se exerce sem

    ela (Bandeira de Mello, 2010, p. 432).

    Mais um ponto de divergncia doutrinria no estudo do ato

    administrativo a avaliao de quais dos elementos do ato so

    discricionrios e quais so vinculados.

    Di Pietro (2009, p. 214-216) entende que pode haver

    discricionariedade na finalidade em sentido amplo (interesse pblico),

    porquanto a lei se refere a ela usando expresses vagas. Tambm pode

    haver discricionariedade no motivo, quando a lei no o definir ou o

    definir utilizando expresses vagas, e no objeto (ou contedo), quando

    houver vrios objetos possveis para atingir o mesmo fim.

    Carvalho Filho (2005, p. 88-91), por sua vez, entende que o objeto

    e o motivo podem ser vinculados ou discricionrios.

    Bandeira de Mello (2010, p. 433) afirma, por outro lado, que a lei

    pode deixar margem de liberdade de apreciao nos seguintes

    elementos: momento, forma, motivo, finalidade e contedo.

    Elementos discricionrios do ato

    Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello

    objeto Objeto contedo

    motivo Motivo motivo

    finalidade em sentido

    amplo

    finalidade

    momento

    .

    .

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    forma

    Essa divergncia doutrinria se justifica na pluralidade de

    tratamento que a lei d sobre a matria. Se a lei prev dois

    procedimentos para a elaborao de determinado ato, a forma ser

    discricionria, se para um mesmo ato a lei destacar duas finalidades,

    este elemento ser discricionrio. Assim, a anlise da vinculao ou

    discricionariedade do elemento do ato administrativo depende da

    normatizao do caso concreto.

    Nos concursos pblicos, se for cobrado quais elementos do ato so

    discricionrios e quais so vinculados, o examinador deve indicar ao

    concursando qual doutrina est sendo seguida, se no indicar, considere

    a posio majoritria: motivo e objeto.

    11. (FCC - 2013 - TRT - 9 REGIO (PR) - Tcnico Judicirio -

    Enfermagem) A respeito dos atos administrativos, correto afirmar que

    a) o mrito do ato administrativo corresponde ao juzo de

    convenincia e oportunidade presente nos atos discricionrios.

    b) os atos vinculados comportam juzo de convenincia e

    oportunidade pela Administrao, que pode revog-los a qualquer

    tempo.

    c) os atos discricionrios no so passveis de revogao pela

    Administrao, salvo por vcio de legalidade.

    d) a discricionariedade corresponde ao juzo de convenincia e

    oportunidade presente nos atos vinculados.

    e) os atos vinculados so passveis de anulao pela

    Administrao, de acordo com juzo de convenincia e oportunidade.

    Questes de concurso

    .

    .

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    Caros alunos, j estudamos o necessrio para que voc resolva

    com segurana essa questo. Voc acertou? Vejamos:

    Letra (A). Trata-se do conceito de mrito administrativo. Logo,

    est CORRETA.

    Letra (B). Trata-se dos atos discricionrios e no vinculados.

    Logo, est INCORRETA.

    Letra (C). Os atos discricionrios so passveis sim de revogao

    pela Administrao. No caso de vcio de legalidade, situao de

    anulao. Logo, est INCORRETA.

    Letra (D). A discricionariedade est presente nos atos

    discricionrios e no vinculados. Logo, est INCORRETA.

    Letra (E). A anulao por motivos de ilegalidade, a revogao

    que por motivos de convenincia e oportunidade. Logo, est

    INCORRETA.

    Gabarito: letUD$

    12. (FCC 2013 MP-MA- Analista Ministerial) Considere as seguintes assertivas concernentes discricionariedade e vinculao na

    atuao administrativa:

    I. O ato vinculado analisado apenas sob o aspecto da legalidade.

    II. Existe ato administrativo inteiramente discricionrio.

    III. O ato discricionrio analisado apenas sob o aspecto do

    denominado mrito administrativo.

    IV. Um aspecto no qual concerne a discricionariedade o momento

    da prtica do ato, pois se a lei nada estabelecer, a Administrao

    escolher o momento mais adequado para atingir a consecuo de

    determinado fim.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    (A) I e II.

    (B) I, II e III.

    (C) I e IV.

    .

    .

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    (D) II, III e IV.

    (E) III e IV.

    I- 6HLTXHRDSHQDVGHL[DRFDQGLGDWRHPG~YLGD0DVpLVVRmesmo! Aqui no h qualquer margem de liberdade para o

    administrador.. Como dito durante a aula, ele est amarrado

    s imposies legais. Item Correto.

    II- Lembra que estudamos a diferena entre ato discricionrio e

    ato arbitrrio? Gravem a informao de que no h ato

    administrativo praticado com liberdade absoluta ou

    com margem total e irrestrita de liberdade.

    III- $TXL VLP WHPRV TXH WRPDU FXLGDGR FRP R DSHQDV 2 DWRdiscricionrio no analisado apenas sob o aspecto do

    denominado mrito administrativo. Lembra quHYLPRVTXHa lei prev dois ou mais atos possveis para se chegar ao

    UHVXOWDGR SUHYLVWR H TXH D OHL SUHYr DSHQDV R UHVXOWDGRPDVQmRDIRUPDGHVHFKHJDUDWpHOH"3RLVHQWmRRDVSHFWRlegal tambm fundamental na anlise!

    IV- Perfeito o item. Isso mesmo!

    Gabarito: C

    13. (FCC 2013 0 TRT-15 Analista Judicirio- rea Administrativa) No que diz respeito ao controle que o Poder Judicirio

    exerce sobre os atos administrativos, correto afirmar que os atos

    administrativos discricionrios

    (A) no se distinguem dos denominados atos administrativos

    vinculados, isso em razo do alargamento do princpio da

    legalidade ocorrido a partir da Constituio Federal de 1988.

    (B) tm todos os elementos definidos em lei, cabendo ao judicirio

    examinar, em todos os aspectos, a conformidade do ato com a lei.

    .

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    (C) possibilita o controle judicial, mas ter que respeitar o espao

    de escolha e deciso administrativa, nos limites em que

    assegurado Administrao pela lei.

    (D) no h restringem o controle exercido pelo Poder Judicirio, a

    partir da Constituio Federal de 1988, em razo do princpio da

    inafastabilidade da jurisdio.

    (E) no pode ser controlado pelo Poder Judicirio, estando sujeito,

    no entanto, revogao, que consiste na retirada do ato que se d

    por razes de oportunidade e convenincia.

    Essa bem tranquila! Primeiro, claro que os atos discricionrios

    se diferem dos atos vinculados! Depois, j vimos que possvel o

    controle judicial, desde que, claro, no adentre no mrito

    administrativo. Portanto, letra C.

    Gabarito: C

    14. (FCC 2013 - TRT-15 Analista Judicirio- rea Administrativa) A discricionariedade pode ser qualificada como atributo

    dos atos administrativos em geral. Quando se fala que determinado ato

    tem essa caracterstica significa que

    (A) o resultado de opo do administrador, dentre algumas

    alternativas, que a legislao lhe confere, proferida no mbito do

    exerccio de seu juzo de oportunidade e convenincia.

    (B) foi proferido como manifestao do juzo de oportunidade e

    convenincia, inovando a ordem jurdica e possibilitando a

    autoexecutoriedade de seu contedo.

    (C) foi proferido em estrito cumprimento de disposio legal,

    exteriorizando direito subjetivo do interessado.

    (D) manifestao de vontade legtima do administrador, prevista

    ou no em lei, cuja edio configura direito subjetivo do interessado.

    .

    .

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    (E) foi editado levando em conta fatores externos e internos do

    processo, sendo assim considerado ainda que fosse a nica deciso

    passvel de ser tomada, nos termos da lei

    Essa questo pode gerar bastante dvida! Mesmo assim optei por

    coloc-la. Afinal, vocs precisam conhecer a que far a prova de voc,

    Qp"&UHLRTXHPXLWRVPDUFDULDPDOHWUD$FRPRDOHWUDFRUUHWD1mRp2 WHUPR RSomR VXJHUH TXH D HVFROKD p intrnseca pessoa do administrador e no . A escolha deve ser pautada na questo da

    convenincia e oportunidade visando sempre o interesse pblico, e no

    RSUySULRLQWHUHVVH$VVLPOHWUD(DFRUUHWD Gabarito: E

    15. (CESGRANRIO - 2012 - Innova - Advogado Jnior) Como

    do conhecimento convencional, a revogao de um ato administrativo

    decorre de uma apreciao pautada por critrios de convenincia e

    oportunidade.

    A esse respeito, tem-se que

    a) tanto os atos administrativos discricionrios, como os vinculados, so

    passveis de revogao.

    b) a revogao de um ato administrativo deve ser precedida de

    processo administrativo disciplinar e pressupe prvia indenizao aos

    destinatrios.

    c) a revogao de um ato administrativo submete-se a prazo

    prescricional de cinco anos, findos os quais se considera o ato perfeito e

    acabado.

    d) somente prpria Administrao Pblica reconhece- se competncia

    para revogar os atos administrativos por ela editados.

    e) o ato de revogao tem natureza meramente declaratria e, como

    tal, produz efeitos ex tunc.

    .

    .

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    Apenas os atos administrativos discricionrios podem ser

    revogados, os atos vinculados so anulados. A revogao atinge o

    mrito administrativo (discricionrios). Desta forma, somente prpria

    Administrao Pblica reconhece- se competncia para revogar os atos

    administrativos por ela editados. Para revogao de um ato no h que

    se falar em processo administrativo disciplinar. O prazo de 5 anos

    decadencial para que se revogue um ato. A revogao produz efeitos

    ex-nunc.

    Gabarito/HWUDG

    16. (CESGRANRIO - 2011 - BNDES - Profissional Bsico) A

    prerrogativa de direito pblico que confere ao administrador pblico a

    possibilidade de escolher a conduta a ser praticada de acordo com

    critrios de convenincia e oportunidade denomina-se

    a) discricionariedade administrativa

    b) vinculao administrativa

    c) polcia administrativa

    d) intervencionismo administrativo

    e) consensualidade administrativa

    Vimos que quando o administrador se depara com alguma

    margem de liberdade para decidir acerca da realizao de determinado

    ato, ele est diante de um ato discricionrio. Nessas hipteses, ele se

    valer dos critrios de convenincia e oportunidade para tomar

    decises. Isto a discricionariedade administrativa.

    *DEDULWR/HWUDD

    .

    .

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    2.4.3 Outras classificaes dos atos administrativos.

    Quanto s prerrogativas os atos administrativos se dividem em:

    atos de imprio (emitidos com os atributos gerais dos atos

    administrativos) e atos de gesto (emitido com as caractersticas

    comuns dos atos dos particulares, p. ex.: quando a Administrao aluga

    um imvel ou vende um bem de uma empresa pblica).

    Quanto formao da vontade os atos se distinguem em: simples,

    complexos e compostos.

    simples o ato editado por um s rgo (seja esse rgo

    composto de uma ou de vrias autoridades, como ocorre, por exemplo,

    em um julgamento colegiado). E qual seria a distino entre o ato

    complexo e o composto?

    complexo o ato editado por dois ou mais rgos distintos.

    Esses dois rgos realizam um ato nico e s aps a passagem pelo

    segundo rgo o ato perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de

    servidor pblico realizada pelo rgo do qual o servidor faz parte e pelo Tribunal de Contas; nomeao de desembargador por meio de lista

    trplice o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o Presidente da Repblica escolhe um nome). Basta lembrar da regra do

    2 x 1.

    J o ato composto aquele em que um rgo promove dois

    atos secundrios para a realizao de um ato principal (ex: parecer

    tcnico e opinativo o servidor faz o parecer ato secundrio e a autoridade superior aprova ato principal). Basta lembrar da regra do 1 x 2.

    Esses so os conceitos de atos complexos e compostos mais

    aceitos, especialmente aps a edio da Smula Vinculante n 3 do

    STF, que caracterizou o ato de aposentadoria como um ato complexo.

    Contudo, Di Pietro possui entendimento diverso. Ela entende que a

    .

    .

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    nomeao de uma autoridade pelo Presidente, aps a sabatina do

    Senado, um ato composto.

    Quanto aos destinatrios, os atos so gerais ou individuais (ex:

    decreto de desapropriao de uma determinada rea). Os atos gerais se

    subdividem em concretos (ex: edital de um concurso pblico) e

    abstratos (ex: regulamento).

    17. (FCC - 2012 - TRF - 2 REGIO - Analista Judicirio - rea

    Administrativa) Sob o tema da classificao dos atos administrativos,

    apesar de serem todos resultantes da manifestao unilateral da

    vontade da Administrao Pblica, o denominado "ato administrativo

    composto" difere dos demais, por ser

    a) o que necessita, para a sua formao, da manifestao de

    vontade de dois ou mais diferentes rgos ou autoridades para gerar

    efeitos.

    b) aquele cujo contedo resulta da manifestao de um s rgo,

    mas a sua edio ou a produo de seus efeitos depende de outro ato

    que o aprove.

    c) o ato que decorre da manifestao de vontade de apenas um

    rgo, unipessoal ou colegiado, no dependendo de manifestao de

    outro rgo para produzir efeitos.

    d) o que tem a sua origem na manifestao de vontade de pelo

    menos dois rgos, porm, para produzir os seus efeitos, deve ter a

    aprovao por rgo hierarquicamente superior.

    e) originrio da manifestao de vontade de pelo menos duas

    autoridades superiores da Administrao Pblica, mas seus efeitos ficam

    condicionados aprovao por decreto de execuo ou regulamentar.

    Questes de concurso

    .

    .

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    Letra (A). Trata-se do ato administrativo complexo e no

    composto. Logo, est INCORRETA.

    Letra (B). Os atos compostos envolvem apenas um rgo, mas

    outro ato deve aprovar o ato anterior. Logo, est CORRETA.

    Letra (C). Trata-se do ato administrativo simples e no composto.

    Logo, est INCORRETA.

    Letra (D). No se trata de ato composto, que envolve apenas um

    rgo, nem de ato complexo, que envolve pelo menos dois rgos,

    porm as duas manifestaes de vontade tm a mesma condio de

    igualdade. Logo, est INCORRETA.

    Letra (E). No se trata do conceito de ato composto nem de ato

    complexo. Logo, est INCORRETA.

    Gabarito: B

    18. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Tcnico do Banco Central - Area

    1) Fernando, assessor jurdico de um rgo pblico federal, foi questionado a

    respeito da possibilidade de a Administrao Pblica interditar atividades

    ilegais e inutilizar gneros imprprios para o consumo, independente de ordem

    judicial. Essa prerrogativa decorre do atributo dos atos administrativos

    identificado por

    a) autoexecutoriedade.

    b) presuno de legitimidade.

    c) presuno de efetividade.

    d) presuno de efetividade.

    e) discricionariedade.

    6HPSUHTXHKRXYHUDH[SUHVVmRLQGHSHQGHQWHGHRUGHPMXGLFLDOmuito provavelmente ser relacionado com o atributo da

    autoexecutoriedade da Administrao. A Administrao Pblica pratica

    seus atos sem a necessidade prvia de autorizao judicial, ou seja,

    HOHVVHDXWRH[HFXWDP

    .

    .

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    *DEDULWR/HWUDD

    2.5. Atos administrativos em espcie

    Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino (2010, p. 464-477)

    agrupam os atos administrativos em cinco espcies:

    2.5.1 Atos administrativos normativos

    So os atos que contm um comando geral editado pela

    Administrao, buscando promover a melhor execuo da lei. Diz-se

    que so leis em sentido material, uma vez que possuem comando geral

    e abstrato, mas no so leis em sentido formal porque no so editados

    pela vontade do povo por meio dos rgos legislativos e no podem

    inovar no ordenamento jurdico.

    Os principais atos administrativos normativos so:

    2.5.2 Decretos

    So atos de competncia exclusiva dos chefes do Executivo cuja

    funo precpua regulamentar a lei, buscando uma maior efetividade

    na sua execuo, sem contrari-la ou tratar de matrias que ela no

    trata (decreto regulamentar ou de execuo). Excepcionalmente os

    decretos se caracterizam como ato legislativo primrio (decreto

    autnomo).

    O decreto pode ser normativo e geral ou especifico e individual.

    At a edio da EC 32/2001, os decretos poderiam ser apenas de

    natureza regulamentadora ou de execuo. Essa emenda autorizou a

    criao de decretos autnomos, ou seja, aqueles que dispem sobre

    matria ainda no regulada especificamente em lei e, por isso,

    classificados como primrios.

    O decreto autnomo, no Brasil, s pode ser editado para a

    organizao e funcionamento da administrao, desde que no implique

    em aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos, e

    .

    .

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    para a extino de funes ou cargos pblicos quando vagos (art. 84,

    VI, da CF).

    A medida provisria no considerada um ato administrativo

    normativo, porque norma decorrente do poder legiferante primrio ou

    direto (art. 59, V, da CF).

    O decreto regulamentar ou de execuo o que visa a explicar a

    lei e facilitar sua execuo, aclarando seus mandamentos e orientando

    sua aplicao, ou seja, buscam a aplicao efetiva do comando legal

    aos particulares.

    2.5.3 Instrues normativas, regimentos, regulamentos e resolues

    Instrues normativas so expedidas pelos Ministros de Estado

    ou por Presidentes de autarquias e fundaes para a execuo das leis,

    decretos e regulamentos (art. 87, pargrafo nico, II, da CF).

    Regimentos so atos administrativos que regem o funcionamento

    interno de rgos. So normas gerais de organizao interna imponveis

    aos que trabalham no rgo e no aos cidados em geral, por isso os

    regimentos so tambm denominados atos regulamentares internos e

    no precisam ser publicados em dirio oficial, apenas em boletim

    interno.

    Os regulamentos, atos regulamentares externos, normatizam

    situaes gerais e estabelecem relaes jurdicas entre a Administrao

    e os administrados.

    Resolues, por outro lado, so atos normativos expedidos pelos

    rgos administrativos de cpula dos Ministrios, Tribunais,

    Procuradorias, etc. para regular pontos especficos do funcionamento

    interno do rgo.

    2.5.4 Atos administrativos ordinatrios

    So os que disciplinam o funcionamento interno da Administrao e

    a conduta funcional dos servidores. Esses atos s interessam aos

    .

    .

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    agentes da Administrao. Emanam do poder hierrquico e, por isso,

    podem ser expedidos por qualquer chefe aos seus subordinados, mas

    no podem inovar quanto legislao existente, salvo para dispor

    acerca de aspectos procedimentais de rotina de trabalho.

    So exemplos de atos ordinatrios, conforme definio de

    AlexandrinRS instrues (orientaes aos subalternos relativas ao desempenho de uma dada funo), as circulares internas

    (atos que visam a uniformizar o tratamento conferido a determinada

    matria), as portarias (como uma portaria de delegao de

    compHWrQFLDVRXXPDSRUWDULDGHUHPRomRGHXPVHUYLGRU Destacam-se, tambm, as ordens de servio (determinaes

    dirigidas aos contratados pela Administrao para a execuo de obras

    ou servios), os ofcios (comunicaes entre autoridades) e os

    memorandos (comunicaes entre superiores e subalternos).

    19. (FCC 2013 MPC/MT Analista de Contas-Especialidade Direito) No direito brasileiro, os regulamentos so atos essencialmente

    (A) enunciativos, dotados de generalidade, abstrao e

    imutabilidade.

    (B) negociais, de efeitos concretos e uso especfico no campo do

    exerccio do poder de polcia.

    (C) legislativos, de competncia exclusiva do chefe do Poder

    Executivo.

    (D) autnomos e de mesmo nvel hierrquico que as leis, dispondo

    sobre organizao administrativa, criao ou extino de rgos

    pblicos.

    Questes de concurso

    .

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    (E) normativos, que especificam ou complementam a lei para sua

    fiel execuo, sem contudo inovar no mundo jurdico.

    Como vimos, os regulamentos so exemplos de atos

    administrativos normativos. Portanto, letra ( Gabarito: E

    20. (FCC-2011-TRF-1 REGIO-Tcnico Judicirio) Dentre

    outros, exemplo de ato administrativo ordinatrio,

    a) a circular.

    b) o regulamento.

    c) a resoluo.

    d) a admisso.

    e) o decreto.

    Letra (A). As circulares internas (atos que visam a uniformizar o

    tratamento conferido a determinada matria) so exemplos de ato

    administrativo ordinatrio. Logo, est CORRETA.

    Letra (B). O regulamento exemplo de ato administrativo

    normativo. Logo, est INCORRETA.

    Letra (C). A resoluo tambm exemplo de ato administrativo

    normativo. Logo, est INCORRETA.

    Letra (D). A admisso exemplo de ato administrativo negocial.

    Logo, est INCORRETA.

    Letra (E). O decreto exemplo de ato administrativo normativo.

    Logo, est INCORRETA.

    Gabarito: A

    .

    .

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    2.5.5 Atos administrativos negociais

    So manifestaes que representam uma anuncia conferida pelo

    poder pblico ao particular.

    Recebem essa designao, porque, embora se caracterizem como

    atos unilaterais, trazem um contedo que manifesta um interesse

    recproco da Administrao e do administrado, mas no chegam a

    adentrar na esfera contratual. Produzem efeitos concretos apenas para

    o poder pblico e o particular envolvido.

    Alm disso, os atos negociais geram direitos e obrigaes para as

    partes. Dentre as obrigaes do particular que recebe o consentimento

    da Administrao est a de cumprir as condies de fruio do objeto

    conferido pelo ato.

    2.5.5.1. Licena

    ato unilateral pelo qual a Administrao, verificando que o

    interessado atendeu a todas as exigncias legais, faculta-lhe o

    desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490).

    Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licena como:

    /LFHQoD p ato vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de polcia administrativa, nas situaes em que o ordenamento

    jurdico exige a obteno de anuncia prvia da administrao pblica

    como condio para o exerccio, pelo particular, de um direito subjetivo

    GHHOHVHMDWLWXODU um direito subjetivo do interessado. Preenchidos os requisitos, a

    licena deve ser concedida. Por isso, um ato administrativo vinculado.

    Tambm considerado ato de carter definitivo, pois a licena s

    pode ser cancelada por ilegalidade na expedio do alvar, por

    descumprimento da lei no exerccio da atividade ou por razes de

    interesse pblico superveniente mediante indenizao.

    Questo de concurso

    .

    .

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    21. (FCC - 2013 - TRT - 9 REGIO (PR) - Analista Judicirio -

    Execuo de Mandados) Maria Helena requereu que lhe fosse concedida

    licena para construir em seu terreno. Observou a legislao municipal,

    contratou a execuo do competente projeto e apresentou

    Administrao pblica para aprovao. O pedido, no entanto, foi

    indeferido, sob o fundamento de que na mesma rua j existia uma obra

    em curso, o que poderia ocasionar transtornos aos demais

    administrados. Maria Helena, inconformada, ajuizou medida judicial

    para obteno da licena, no que foi atendida. A deciso judicial,

    a) regular manifestao do poder de controle do ato

    administrativo, desde que comprovado o preenchimento dos requisitos

    de edio do ato vinculado.

    b) excede os limites do controle judicial do ato administrativo, na

    medida em que interfere em juzo discricionrio da Administrao

    Pblica.

    c) excede os limites do controle judicial do ato administrativo, na

    medida em que a atuao do Judicirio deve ficar adstrita a anlise de

    legalidade, no podendo substituir o ato administrativo como no caso

    proposto.

    d) regular manifestao do poder de controle do ato

    administrativo, com exceo da concesso da licena, atividade

    privativa da administrao, que no poderia ser suprida pelo Judicirio,

    ainda que diante de recusa da autoridade.

    e) regular manifestao do poder de controle do ato

    administrativo, tendo em vista que contemporaneamente vem sendo

    admitido o controle dos aspectos discricionrios do ato administrativo.

    Letra (A). Segundo Hely Lopes Meirelles, licena o ato administrativo

    vinculado e definitivo pelo qual o Poder Pblico, verificando que o interessado

    .

    .

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    atendeu a todas as exigncias legais, faculta-lhe o desempenho de atividades

    ou a realizao de fatos materiais antes vedados ao particular, como, por

    exemplo, o exerccio de uma profisso, a construo de um edifcio em terreno

    prprio. Portanto, se a Administrao no atendeu o pedido do

    administrado, quando este preenchia todos os requisitos, cabe sim,

    neste caso, a interveno do Judicirio. Logo, est CORRETA.

    Letra (B). A licena ato vinculado e no discricionrio. Logo, est

    INCORRETA.

    Letra (C). Se a Administrao no atendeu o pedido do administrado,

    quando este preenchia todos os requisitos, cabe sim, neste caso, a

    interveno do Judicirio, pois trata-se de um caso de desconformidade

    com a lei. Logo, est INCORRETA.

    Letra (D). Se a Administrao no atendeu o pedido do administrado,

    quando este preenchia todos os requisitos, cabe sim, neste caso, a

    interveno do Judicirio, at mesmo para suprir a concesso da

    licena. Logo, est INCORRETA.

    Letra (E). No se trata de controle dos aspectos discricionrios do ato

    administrativo (no vem sendo admitido), j que a licena ato

    administrativo vinculado. Logo, est INCORRETA.

    Gabarito: A

    2.5.3.2. Permisso e Autorizao

    Permisso o ato administrativo unilateral pelo qual a

    Administrao faculta ao particular a execuo de servios de interesse

    coletivo ou o uso especial de um bem pblico (Carvalho Filho, 2005, p.

    114), a ttulo gratuito ou remunerado, nas condies estabelecidas pelo

    poder pblico.

    Alm de ser negocial, discricionrio e precrio.

    Autorizao ato administrativo unilateral, discricionrio e

    precrio pelo qual a Administrao faculta ao particular o exerccio de

    atividade material ou a utilizao de bem pblico no interesse dele.

    .

    .

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    2.5.3.3. Aprovao, visto e homologao

    Aprovao o ato por meio do qual a Administrao verifica a

    legalidade e o mrito de outro ato praticado dentro do mesmo rgo, de

    entidades vinculadas ou de particulares, e consente na sua realizao

    ou manuteno. Pode ser vinculada ou discricionria.

    Visto o ato administrativo por meio do qual se controla outro ato

    da prpria administrao ou do administrado. A diferena substancial

    entre a aprovao e o visto que neste se afere apenas a sua

    regularidade formal e no o mrito do ato.

    O visto condio de eficcia do ato que o exige. ato vinculado,

    porquanto se existentes os requisitos formais ele deve ser promovido.

    Por fim, a homologao o ato tambm de controle pelo qual a

    autoridade superior examina a legalidade e o mrito de ato praticado

    pela Administrao, por entidade vinculada ou por particular, para dar-

    lhe eficcia. Assim como o visto, ato de apenas de controle, no

    permitindo alteraes no ato controlado.

    22. (FCC-2011-TRE-PE-Analista Judicirio) $ DSURYDomR pexemplo de ato administrativo

    a) ordinatrio.

    b) normativo.

    c) negocial.

    d) enunciativo.

    e) geral.

    Acabamos de ver que a aprovao o ato por meio do qual a

    Administrao verifica a legalidade e o mrito de outro ato praticado

    dentro do mesmo rgo, de entidades vinculadas ou de particulares, e

    Questes de concurso

    .

    .

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    consente na sua realizao ou manuteno. Esse instituto est dentro

    dos atos negociais. AlternDWLYDFRUUHWDOHWUDF Gabarito: C

    23. (CESGRANRIO - 2012 - Innova - Advogado Jnior) Qual ato

    de consentimento de polcia se caracteriza por sua vinculao, de forma

    que, uma vez atendidos os requisitos previstos em lei, o interessado

    passa a ter direito subjetivo sua obteno?

    a) Concesso

    b) Licena

    c) Permisso

    d) Autorizao

    e) Adjudicao

    Como vimos, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licena

    FRPR/LFHQoDpato vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder de polcia administrativa, nas situaes em que o

    ordenamento jurdico exige a obteno de anuncia prvia da

    administrao pblica como condio para o exerccio, pelo particular,

    GHXPGLUHLWRVXEMHWLYRGHHOHVHMD WLWXODU um direito subjetivo do interessado. Preenchidos os requisitos, a licena deve ser concedida.

    Por isso, um ato administrativo vinculado.

    *DEDULWR/HWUDE

    2.5.6 Atos administrativos enunciativos

    So atos que emitem opinio, enunciam, certificam ou atestam

    uma situao existente. Nesses atos, no h constituio de direitos

    .

    .

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    nem mesmo manifestao de vontade administrativa, por isso diz-se

    que so atos em sentido formal.

    Dentre os atos enunciativos, destacam-se as certides, os

    pareceres administrativos e os pareceres normativos.

    As certides expressam o contedo de atos ou fatos constantes

    de processos ou documentos em poder da Administrao e devem ser

    fornecidas independentemente do pagamento de taxas, conforme

    preceitua o art. 5, XXXIV, b, da CF.

    Os pareceres administrativos so manifestaes de rgos

    tcnicos sobre determinado tema que no vinculam a Administrao.

    So atos administrativos mesmo quando ainda no aprovados pela

    chefia e podem ser de emisso obrigatria se a lei assim dispuser.

    Por fim, os pareceres normativos so pareceres administrativos

    que, ao serem aprovados pela autoridade competente, se convertem

    em norma interna de carter geral do rgo que o aprovou.

    24. (FCC 2013 MP-MA Analista ministerial) Considere as seguintes assertivas:

    I. Atos administrativos normativos so aqueles que contm

    um comando geral do Executivo visando ao cumprimento de

    uma lei. Exemplo: regimento.

    II. Atos administrativos ordinatrios so os que visam a

    disciplinar o funcionamento da Administrao e a conduta

    funcional de seus agentes. So exemplos os avisos.

    III. Atos administrativos enunciativos so aqueles em que a

    Administrao se limita a certificar ou a atestar um fato, ou

    emitir uma opinio sobre determinado assunto, constantes de

    registros, processos e arquivos pblicos.

    Questo de concurso

    .

    .

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    Sobre atos administrativos est correto o que se afirma em

    (A) I e II, apenas.

    (B) I e III, apenas.

    (C) II, apenas.

    (D) II e III, apenas.

    (E) I, II e III.

    Deixamos essa questo para o final, justamente porque se trata de uma reviso dos conceitos que vimos at agora! Ento, agora s revisar! Gabarito: E

    25. (FCC-2011-TRF1 REG-Tcnico Judicirio) NO

    constitui exemplo, dentre outros, de ato administrativo

    enunciativo:

    a) o atestado.

    b) o parecer.

    c) a certido.

    d) a homologao.

    e) a apostila.

    Para que voc no erre esse tipo de questo memorize essa

    DICA: Atos enunciativos = CAPA:

    C- Certido: expressam o contedo de atos ou fatos constantes de

    processos ou documentos em poder da Administrao

    A- Atestado: Comprovao de que tem conhecimento de determinado

    fato do seu rgo competente.

    P- Parecer: Meio pelo qual a opinio tcnica ou jurdica apresentada a

    Administrao por seus rgos consultivos.

    A- Apostila: Ao apostilar um ttulo a Administrao reconhece a

    existncia de um direito criado por norma legal. Meu caro, no

    confunda, nessa situao a Administrao no cria nenhum direito.

    5HVSRVWDOHWUDG

    .

    .

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    2.5.7 Atos administrativos punitivos

    Como o prprio nome diz, so atos que contm uma sano

    imposta pela Administrao queles agentes pblicos ou particulares que infringirem disposies legais ou regulamentares.

    A punio deve ser aplicada ao final do processo administrativo

    instaurado para se apurar a infrao, assegurando-se ao investigado a

    ampla defesa e o contraditrio. A punio sem a observncia do direito

    de defesa nula (RESP 1164146, ERESP 803487 e, tambm do STJ:

    RMS 18223).

    Dentre os atos administrativos punitivos de atuao externa

    merecem destaque a multa (imposio pecuniria pelo

    descumprimento de um dever ou pela prtica de um ato que gerou

    dano Administrao ou coletividade), a interdio administrativa

    (a Administrao veda ao particular o exerccio de atividade que esteja