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PORTUGUÊS P/ ICMS-SP - (QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 02 Sintaxe da oração, do período e pontuação. Olá, pessoal! Espero que vocês estejam entendendo bem a matéria. Qualquer dúvida, entre em contato no fórum, ok!! Vamos direto a um resumo e às questões, pois a matéria é extensa e muito importante. Observe a estrutura básica da oração: 1. O candidato realizou a prova. VTD + OD 2. duvidou do gabarito. VTI + OI 3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI 4. tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN 5. viajou. VI 6. estava tranquilo. VL + predicativo Com base nisso, a estrutura básica do predicado verbal é (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e do predicado nominal é nominal (VL + predicativo). Portanto, podemos perceber que não pode haver vírgula entre sujeito, verbo e complementos. Observe as orações anteriores. Elas não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos da oração. Veja agora uma oração com os adjuntos adverbiais mais importantes. O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. sujeito predicado Concordância verbal Concordância nominal Regência verbal Regência nominal Predicado Nominal Predicado Verbal sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo Adj Adv modo Adj Adv causa Português para ICMS - SP (questões comentadas)

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Aula 02

Sintaxe da oração, do período e pontuação. Olá, pessoal!

Espero que vocês estejam entendendo bem a matéria. Qualquer dúvida, entre em contato no fórum, ok!!

Vamos direto a um resumo e às questões, pois a matéria é extensa e muito importante.

Observe a estrutura básica da oração:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

4. tem certeza de sua aprovação.

VTD + OD + CN 5. viajou.

VI 6. estava tranquilo.

VL + predicativo

Com base nisso, a estrutura básica do predicado verbal é (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e do predicado nominal é nominal (VL + predicativo). Portanto, podemos perceber que não pode haver vírgula entre sujeito, verbo e complementos. Observe as orações anteriores. Elas não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos da oração. Veja agora uma oração com os adjuntos adverbiais mais importantes.

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.

sujeito predicado

Concordância verbal

Concordância nominal

Regência verbal

Regência nominal

Predicado Nominal

Predicado Verbal

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo

Adj Adv modo

Adj Adv causa

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Pontuação com adjunto adverbial “solto”

É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais:

O custo de vida é bem alto em Brasília. Em Brasília, o custo de vida é bem alto. O custo de vida, em Brasília, é bem alto. O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. A Brasília prefeitos de várias cidades foram. Prefeitos de várias cidades a Brasília foram.

Naturalmente, você já percebeu o problema.

Sim, eu sei.

Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa.

Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. O time já se dizia campeão, antes da última rodada. O time já se dizia campeão antes da última rodada.

Questão 1: TRE 3ªR 2009 Analista Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:

Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites para as despesas de pessoal, e as regras para a criação de dívidas. Comentário: Perceba que “as instruções” é sujeito de “fazem parte da LRF”; por isso a vírgula deve ser retirada. Veja que a conjunção “e” liga os núcleos do objeto direto composto “limites” e “regras”; por isso a segunda vírgula também deve ser retirada. Gabarito: E

Esta locução adverbial de lugar não é exigida pelo verbo, por isso se considera um termo solto, o qual pode receber vírgula. Compare com a seguinte.

Esta locução adverbial de lugar é exigida pelo verbo, por isso não se considera termo solto, ela pode se mover na oração, mas não recebe vírgula.

Esses advérbios referem-se a toda a oração.

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Questão 2: ISS-SP 2007 Auditor-Fiscal Tributário O termo sublinhado constitui o sujeito da seguinte construção:

(A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das

transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. Comentário: Como se pede o sujeito, devemos nos lembrar que este termo não pode ser preposicionado. Na alternativa (A), o verbo “encontrou” é transitivo direto. O pronome “se” é apassivador e “uma forma definitiva de organização social” é o sujeito paciente. Assim, temos uma voz passiva sintética. Para termos certeza, basta trocarmos pela passiva analítica “uma forma definitiva de organização social não foi encontrada”. Na alternativa (B), a expressão “nessa condição” é preposicionada, logo não pode ser sujeito. Essa expressão é o adjunto adverbial de modo (Vivem como? Nessa condição.). Na alternativa (C), a locução verbal “acabam tornando-se” está flexionada no plural, porque o seu sujeito é o termo “Tais delitos”. Como essa locução termina com o verbo de ligação “tornando-se”, o termo “estímulos” é o predicativo. A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “Ocorre” é intransitivo, e o pronome “isso” é o sujeito. Na alternativa (E), o termo “na interdição” está preposicionado, portanto não é o sujeito. Esse termo é o objeto indireto do verbo transitivo direto e indireto “reconhecer”. Gabarito: D Questão 3: TRE RS 2010 Analista

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na frase “É difícil, hoje em dia, ter noção do empolgante espírito antropocêntrico”, a retirada da vírgula depois de “É difícil”, sem outra alteração, manteria a correção original. Comentário: A expressão “hoje em dia” é um adjunto adverbial de tempo, o qual se encontra intercalado. Pode-se até entendê-lo como de pequena extensão, sendo vírgula facultativa; porém, se retiramos a primeira vírgula, obrigatoriamente devemos retirar a outra. Gabarito: E Questão 4: TRE 3ªR 2009 Analista

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue se a pontuação está correta:

Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF entrar com ação judicial para fazê-la cumprir, conforme sua regulamentação. Comentário: Note que o adjunto adverbial de causa “graças à promulgação da LRF” deve ficar entre vírgulas. O erro é justamente a falta de uma vírgula após “LRF”. A vírgula antes de “conforme” está correta e é facultativa, pois o

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adjunto adverbial de conformidade “conforme sua regulamentação” está no final do período. Gabarito: E Questão 5: TRT 2ªR 2008 Analista Na frase Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros (...), o segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para

o sentido e a correção, por:

(A) tendo em vista a timidez. (B) não obstante a timidez. (C) em razão da timidez. (D) inclusive a timidez. (E) conquanto a timidez. Comentário: Deve-se entender que “apesar de” transmite valor adverbial concessivo. Assim, eliminam-se as alternativas (A), pois “tendo em vista” transmite causa; (C), pois “em razão da” também transmite a ideia de causa. Além disso, exclui-se a alternativa (D), pois “inclusive” é palavra denotativa de inclusão, adição; portanto não cabe no contexto. Sobraram as alternativas (B) e (E), ambas com valor concessivo. Porém, deve-se observar que a conjunção “conquanto” exige verbo, por iniciar obrigatoriamente uma oração; mas, na alternativa (E), há apenas o substantivo “timidez”. Portanto, a correta é a alternativa (B), pois a expressão “não obstante” pode iniciar um adjunto adverbial de concessão (não obstante a timidez), como o previsto neste contexto. Gabarito: B Questão 6: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Fragmento do texto: Com a disparada da dívida pública e a virtual “quebra” do país na década passada, o governo brasileiro, sob monitoramento do FMI, passou a perseguir metas de superávit primário das contas públicas. Tratava-se de garantir um saldo que sinalizasse a capacidade de o país honrar seus compromissos, evitando o “default”. A meta, inicialmente de 3% do PIB, está fixada hoje em 4,25%. Com a disparada da dívida pública e a virtual “quebra” do país na década passada... (início do texto)

O segmento grifado na frase acima poderá ser corretamente substituído, SEM alteração do sentido original, por

(A) Além da disparada... (B))Devido à disparada... (C) Até à disparada... (D) Apesar da disparada... (E) Durante a disparada... Comentário: A expressão “Com a disparada da dívida pública e a virtual ‘quebra’ do país na década passada” é o adjunto adverbial de causa. Assim, devemos atentar ao valor da preposição “Com”. A substituição dessa preposição pode ser feita por expressões como “devido a”, “por causa de”, “tendo em vista”, “graças a”. Assim, a alternativa correta é a (B). Gabarito: B

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Questão 7: TCE-MA 2005 Analista de Controle Externo ... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) ... choveu menos na Amazônia. (B) ... assim como aconteceu no início do século XX. (C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente. (D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas. (E) ... a atual seca se torna mais relativa. Comentário: Esse tipo de questão tem caído muitas vezes nas provas da Fundação Carlos Chagas. Quando se pergunta qual o tipo de complemento, devemos nos lembrar que o verbo pode exigir complementos verbais e também há nomes que exigem os complementos nominais. Basicamente, temos apenas que reconhecê-los. O verbo “têm” é transitivo direto (os portos têm o quê?), está flexionado no plural porque seu sujeito é “os portos da Amazônia”. Então, o termo “um sistema de braços flutuantes” é o objeto direto. Na alternativa (A), o verbo “choveu” é intransitivo, e o termo “na Amazônia” é o adjunto adverbial de lugar (choveu onde?) Na alternativa (B), o verbo “aconteceu” é intransitivo, e o termo “no início do século XX” é o adjunto adverbial de tempo (aconteceu quando?). A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “duplicando” é transitivo direto, e o termo “o impacto” é o objeto direto (duplicando o quê?). Na alternativa (D), o verbo “trata” é transitivo indireto (trata-se de quê?). Assim, a expressão “de variações médias” é o objeto indireto. Na alternativa (E), o verbo “se torna” é de ligação, e o adjetivo “relativa” é o predicativo do sujeito. Gabarito: C Questão 8: ISS-SP 2009 Agente-Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As expressões “não só” e “como” introduzem os complementos verbais exigidos por ser preferível. Comentário: Lembre-se de que complemento verbal é o objeto direto ou objeto indireto. Percebemos que a expressão “não só a liberdade como a vida” é o objeto direto do verbo “perder”, o qual é transitivo direto (perder o quê?). Assim, esse complemento verbal não tem relação com a expressão “ser preferível”. Gabarito: E

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Questão 9: TCE AL 2008 Analista de Sistemas É a liberdade que dá à vida uma direção.

O termo sublinhado na frase acima exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em:

(A) Sem passado e sem história, poderíamos ser livres? (B) Liberdade seria, a meu ver, um sinônimo de decisão. (C) Somos livres a cada vez que, agindo, recomeçamos. (D) Liberdade seria, pois, começar o improvável. (E) A liberdade nos liberta, o passado é argila que nos molda. Comentário: O verbo “dá” é transitivo direto e indireto. O termo “uma direção” é o objeto direto e “à vida” é o objeto indireto. Na alternativa (A), o adjetivo “livres” é o predicativo do sujeito subentendido “nós”. A locução verbal “poderíamos ser” termina com o verbo “ser”, por isso é entendida como verbo de ligação. Na alternativa (B), o substantivo “sinônimo” exige o complemento nominal “de decisão”. Na alternativa (C), a expressão “a cada vez que” é um adjunto adverbial de tempo. A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “começar” é transitivo direto, e o termo “o improvável” é o objeto direto. Na alternativa (E), o termo “A liberdade” é o sujeito, o verbo “liberta” é transitivo direto, e o pronome “nos” é o objeto direto. Gabarito: D

Questão 10: TCE SP – 2009 – Agente Fiscalização (banca FCC) ... que consomem 46% de toda a gasolina do planeta ...

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:

(A) ... o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno ... (B) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos

vem em ótima hora... (C) Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de

refino. (D) ... mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo em palha. (E) ... para gerar produtos de alto valor ambiental. Comentário: O verbo “consomem” é transitivo direto, e o termo “46% de toda a gasolina do planeta” é o objeto direto. Note que o núcleo do objeto direto é o numeral “46%” e a expressão “de toda a gasolina do planeta” caracteriza este numeral, por isso é um adjunto adnominal. A alternativa (A) está errada, pois o verbo “sofre” é transitivo indireto e o termo “com a falta de capacidade de refino moderno” é o objeto indireto. A alternativa (B) está errada, pois o “vem” é intransitivo e o termo “em ótima hora” é o adjunto adverbial de tempo. Uma observação importante: o ideal é que esse verbo recebesse o acento circunflexo marcando o plural, para concordar com o sujeito composto “A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos”.

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A alternativa (C) está errada, pois o verbo “reside” é transitivo indireto e o termo “em investimentos maciços” é o objeto indireto e “em capacidade de refino” é o complemento nominal. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “é” é de ligação, e a locução verbal “vem espalhando” possui o sujeito “que” e a estrutura adverbial de comparação “como fogo em palha”. O pronome “se” é chamado de apassivador, o qual será visto nas próximas aulas. A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “gerar” é transitivo direto e o termo “produtos de alto valor ambiental” é o objeto direto, cujo núcleo é “produtos” e “de alto valor ambiental” é o adjunto adnominal. Gabarito: E

Questão 11: DPE RS 2011 Defensor Público (FCC) Das expressões em negrito, SOMENTE uma exerce a função de complemento.

(A) ...caso de assassinato que o havia atormentado ... (B) ...20 anos após o crime, o julgamento ... (C) Foi assim que o Departamento de Justiça Criminal ... (D) ...esperança de ver os assassinos de... (E) ...comprometimento em prender os homens... Comentário: O trabalho nesta questão é diferenciar o artigo (palavra que antecede um substantivo, caracterizando-o) do pronome “o”, o qual cumpre a função sintática de objeto direto. A alternativa (A) é a correta, pois o pronome relativo “que” está na função de sujeito, “havia atormentado” é locução verbal transitiva direta, e sobrou ao pronome “o” a função de objeto direto. Portanto, este pronome é complemento da locução verbal.

caso de assassinato que o havia atormentado

caso de assassinato o havia atormentado sujeito OD VTD

Nas outras alternativas, “o”, “os” são apenas artigos que antecedem substantivos. Gabarito: A

Questão 12: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Afinal, o verdadeiro tradutor precisa de formação teórico-prática sólida ...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) O tradutor é um dos principais responsáveis pelo intercâmbio cultural entre as nações.

(B) ... pois espelha textos numa língua diferente... (C) ... para tomar a melhor decisão diante de uma expressão nova... (D)) O reconhecimento de seu trabalho levaria a cursos superiores... (E) ... para contabilizar sua importância...

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Comentário: O verbo “precisa” é transitivo indireto (precisa de quê?). Então, a expressão “de formação teórico-prática sólida” é o objeto indireto. O mesmo tipo de complemento é encontrado na alternativa (D), pois o verbo “levaria” é transitivo indireto (levar a quê?), e exige o objeto indireto “a cursos superiores”. Na alternativa (A), o verbo “é” é de ligação e o termo “um dos principais responsáveis” é o predicativo. Na alternativa (B), o verbo “espelha” é transitivo direto (espelha o quê?). Assim, o termo “textos” é o objeto direto. Na alternativa (C), o verbo “tomar” é transitivo direto, e o termo “a melhor decisão” é o objeto direto. Na alternativa (E), o verbo “contabilizar” é transitivo direto (contabilizar o quê?). Assim, “sua importância” é o objeto direto. Gabarito: D

Questão 13: SEC SP 2011 Superior

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. Intransitivo:

Teadoro, Teodora. (Manuel Bandeira, Belo Belo, 1948)

No poema, os verbos beijar e falar são empregados como

(A) intransitivos. (B) transitivos diretos. (C) transitivos indiretos. (D) bitransitivos. (E) verbos de ligação. Comentário: Observe que os verbos “beijar” e “falar” possuem diversas transitividades, mas neste contexto não há o objeto direto ou indireto. Assim, é considerado verbo intransitivo. As expressões “pouco” e “menos ainda” são adjuntos adverbiais de intensidade. Note que o verbo “bitransitivo”, expresso na alternativa (D), é o transitivo direto e indireto. Gabarito: A

Questão 14: TRT 20ªR 2002 Analista O Brasil representa 3% do problema mundial.

A frase do texto em que o verbo apresenta o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima é:

(A) Parecem inexpugnáveis. (B)... eles começaram a vida num patamar inferior. (C) O Brasil aparece com menos de 1% do movimento... (D) ... o Brasil é hoje o país mais rico do mundo... (E) ... os miseráveis nem entram na equação econômica...

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Comentário: O verbo “representa” é transitivo direto e “3% do problema mundial” é objeto direto. Na alternativa A, o verbo “Parecem” é de ligação e “inexpugnáveis” é o predicativo do sujeito. Na alternativa B, o verbo “começaram” é transitivo direto e “a vida” é objeto direto. Por isso é a alternativa correta. Na alternativa C, o verbo “aparece” é intransitivo e “com menos de 1% do movimento” é adjunto adverbial de modo. Na alternativa D, “é” é verbo de ligação e “o país mais rico do mundo” é predicativo. Na alternativa E, o verbo “entram” é transitivo indireto e “na equação econômica” é objeto indireto. Gabarito: B Questão 15: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Formular propósitos? Quem apenas formula propósitos, quem atribui aos propósitos uma força mágica e não encaminha os propósitos para uma ação imediata, não recomeça nada, de fato.

Evitam-se as abusivas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) formula-os - os atribui - encaminha-lhes (B) os formula - os atribui - os encaminha (C) os formula - lhes atribui - os encaminha (D) lhes formula - lhes atribui - encaminha-os (E) formula-os - lhes atribui - lhes encaminha Comentário: Esse tipo de questão vai ser mais detalhado nas próximas aulas, pois conjuga o tema pronome, sintaxe e regência verbal. Agora, basta percebermos que o objeto direto pode ser substituído por “o”, “a”, “os”, “as”, e o objeto indireto normalmente pode ser substituído por “lhe”. O verbo “formula” é transitivo direto (formular o quê?). Assim, o objeto direto “propósitos” pode ser substituído por “os”. Assim, eliminamos a alternativa (D). O verbo “atribui” é transitivo direto e indireto. O termo “uma força mágica” é o objeto direto e “aos propósitos” é o objeto indireto. Assim, este último termo pode ser substituído por “lhes”. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (B). O verbo “encaminha” é transitivo direto e o termo “os propósitos” pode ser substituído por “os”. Assim, eliminamos a alternativa (E), e a correta é a (C). Gabarito: C

Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal

O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois o adjunto adnominal é constituído de vocábulo de valor restritivo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é

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termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo:

A leitura do livro é instigante. A leitura do aluno foi boa.

Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios: 1º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado caracteriza o substantivo.

O termo preposicionado complementa um substantivo, adjetivo ou advérbio.

Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente.

2º critério:

O substantivo caracterizado pode ser concreto ou abstrato.

O substantivo complementado deve ser abstrato.

Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente.

3º critério:

O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.

Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão o adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja:

Adjuntos adnominais: O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu)

Complementos nominais:

O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)

Questão 16: ISS-SP 2007 Auditor-Fiscal Tributário No caso das leis mosaicas, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”.

O pronome sublinhado na frase acima reaparece, conservando a mesma função sintática que nela exerce, nesta outra frase:

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(A) Para se garantir o cumprimento de um princípio, institui-se uma sanção para quem o ignore.

(B) Quanto ao abuso de poder, só rigorosas diligências e isenta apuração o evitam.

(C) Dos desafios da nossa sociedade, talvez o maior seja o de não se permitir a impunidade.

(D) O homo sapiens, que tem o dom da racionalidade criativa, nem sempre o aproveita em seu benefício.

(E) Se o indivíduo responsável pela aplicação da justiça transgride um princípio, que ninguém o acoberte.

Comentário: O termo “um desses princípios” é o sujeito, o verbo “é” é de ligação e o pronome “o” é o predicativo. Assim, devemos encontrar nas alternativas o pronome “o” com a função sintática de predicativo. Isso ocorreu na alternativa (C), pois o verbo “seja” é de ligação, o termo “o maior” é o sujeito, e o pronome “o” é o predicativo do sujeito. Na alternativa (A), o vocábulo “o” é o objeto direto do verbo transitivo direto “ignore”. Não se esqueça de que o vocábulo “o”, antes do substantivo “cumprimento”, é um artigo, cumprindo o papel de adjunto adnominal. Na alternativa (B), o vocábulo “o” é o objeto direto do verbo transitivo direto “evitam”. Na alternativa (D), o vocábulo “o” é o objeto direto do verbo transitivo direto “aproveita”. Não se esqueça de que o vocábulo “o”, antes do substantivo “dom”, é um artigo, cumprindo o papel de adjunto adnominal. Na alternativa (E), o vocábulo “o” é o objeto direto do verbo transitivo direto “acoberte”. Não se esqueça de que o vocábulo “o”, antes do substantivo “indivíduo”, é um artigo, cumprindo o papel de adjunto adnominal. Gabarito: C

Questão 17: ISS-SP 2009 Agente-Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em perder não só a liberdade, o elemento destacado tem o mesmo valor e função dos notados na frase "Estava só, mas bastante tranquilo". Comentário: O vocábulo “só”, na expressão “não só a liberdade” é um advérbio, o qual é uma redução do advérbio “somente”. Já o vocábulo “só”, na oração “Estava só, mas bastante tranquilo", é um adjetivo, por ser uma forma reduzida do adjetivo “sozinho”. Assim, os valores são diferentes. Gabarito: E

Questão 18: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.

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No trecho acima, entende-se que Desamarrar e Abrir novos tempos exercem a mesma função sintática de

(A) a iniciativa de principiar (...) (B) tomar a iniciativa (...) (C) ser livre. (D) de principiar novas possibilidades. (E) novas possibilidades. Comentário: O verbo “é” é de ligação. Assim, o termo “Ser livre” é o sujeito e “tomar a iniciativa” é o predicativo. Note que, semanticamente, podemos entender que esse predicativo se estende a “Desamarrar” e “Abrir novos tempos”. Veja a construção num só período:

Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades, desamarrar e abrir novos tempos.

Assim, os termos sublinhados possuem o mesmo valor sintático. São, textualmente, os predicativos do sujeito. Gabarito: B Questão 19: TRT 18ªR 2008 Analista Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em função de uma única forma de utilização (...).

No período acima, são exemplos de uma mesma função sintática:

(A) vida e pessoas. (B) privilégios e utilização. (C) privilégios e pessoas. (D) existem e utilização. (E) a que e única. Comentário: Veja as funções sintáticas:

Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em função de uma única forma de utilização

Veremos primeiro as funções sintáticas da oração sublinhada. O verbo “existem” tem como sujeito o termo “Os outros privilégios da vida”, cujo núcleo é “privilégios” e “Os”, “outros” e “da vida” são os adjuntos adnominais. Note que “da vida” é realmente adjunto adnominal, pois podemos entender que há um valor agente (a vida proporciona privilégios). O vocábulo “só” é uma palavra denotativa de limitação e pode ser entendida como advérbio. O verbo “existem” é intransitivo e o termo “em função de uma única forma de utilização” é um adjunto adverbial de causa, o qual é iniciado pela locução prepositiva “em função de”, o núcleo é o substantivo “forma” e os adjuntos adnominais são “uma”, “única” e “de utilização”. Dentro da outra oração, temos o verbo transitivo indireto “aspiram”, seu sujeito é “as pessoas” e a expressão “a que” é o objeto indireto. Agora, vamos às alternativas: Na alternativa (A), “da vida” é adjunto adnominal de “privilégios”, o qual é o núcleo do sujeito do verbo “existem”. Já “pessoas” é o núcleo do sujeito do verbo “aspiram”. Na alternativa (B), “privilégios” é o núcleo do sujeito do verbo “existem” e “de utilização” é o adjunto adnominal do núcleo “forma”.

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A alternativa (C) é a correta, pois os dois substantivos são núcleos do sujeito dos verbos “existem” e “aspiram”, respectivamente. Na alternativa (D), “existem” é verbo intransitivo, enquanto “de utilização” é o adjunto adnominal do núcleo “forma”. Na alternativa (E), “a que” é o objeto indireto de “aspiram”, e “única” é o adjunto adnominal de “forma”. Gabarito: C

Questão 20: TRT 3ªR 2009 Analista A frase em que ambos os elementos sublinhados constituem exemplos de uma mesma função sintática é:

(A) Os irmãos Vilas-Boas desempenharam um papel fundamental nas primeiras aproximações com grupos indígenas.

(B) Aos irmãos Vilas-Boas coube levar adiante, da melhor maneira possível, a missão que lhes foi confiada.

(C) Respeitar a cultura do outro deveria ser uma obrigação para quem dispõe da superioridade das armas.

(D) “Selvageria” vem entre aspas para deixar claro que esse termo não condiz com a situação analisada no texto.

(E) O chefe indígena não hesitou em recusar os presentes que lhe foram oferecidos.

Comentário: Na alternativa (A), “irmãos” é núcleo do sujeito, enquanto “primeiras” é apenas um adjunto adnominal, pois caracteriza o substantivo “aproximações”, o qual é o núcleo do adjunto adverbial de tempo. Você pode ter ficado na dúvida e pensado que “irmãos” é o adjunto adnominal de “Vilas-Boas”, porém “Irmãos” é um substantivo que, sem preposição, não pode caracterizar, será o núcleo. Já “Vilas-Boas” é o aposto especificativo e isso será visto adiante em nossa aula. Na alternativa (B), “adiante” é adjunto adverbial de lugar (entendendo-se aí uma ideia de continuação, não um lugar concreto.) e “missão” é o objeto direto do verbo transitivo direto “levar”. Na alternativa (C), “do outro” é adjunto adnominal, pois restringe “cultura”, e “uma obrigação” é o predicativo do sujeito. Note a locução verbal de ligação “deveria ser”. Na alternativa (D), “claro” é o predicativo do objeto direto. Ainda não vimos isso, mas toda a oração “que esse termo não condiz com a situação analisada no texto” é o objeto direto do verbo “deixar”. Tanto assim que podemos reescrever a oração assim: deixar isso claro. Como veremos esta estrutura adiante, cabe aqui apenas entender como predicativo. O vocábulo “termo” é sujeito do verbo “condiz”. A alternativa (E) é a correta, pois “O chefe indígena” é o sujeito de “hesitou” e “que” é o pronome relativo na mesma função. Ele retoma “presentes” e por isso a locução verbal “foram oferecidos” fica no plural. Gabarito: E Um resumo sobre o aposto: É um termo que amplia, explica, desenvolve ou resume o conteúdo de outro termo. Classifica-se em:

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1) explicativo Raquel, contadora da firma, está viajando. Um trabalho — tua monografia — foi premiado. Só queria algo: apoio. Obs.: O aposto explicativo pode vir com vírgulas, travessões, parênteses ou dois-pontos.

2) enumerativo ou distributivo Ganhei dois presentes: uma joia especial e um livro raro. Suas reivindicações incluíam muitas coisas: melhor salário, melhores condições de trabalho, assistência médica extensiva a familiares. Obs.: O aposto enumerativo é antecedido por dois-pontos. Isso cai muito em prova.

3) resumitivo ou recapitulativo Glória, poder, dinheiro, tudo passa. Obs.: O sujeito composto “glória, dinheiro, poder” é resumido pelo pronome indefinido tudo. É termo também antecedido de vírgula.

4) especificativo ou apelativo O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. O estado é cortado pelo rio São Francisco. O aposto especificativo, que não pede sinais de pontuação, indica o nome de alguém ou algo dito anteriormente.

Observação: o aposto pode se referir também a uma oração:

Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos.

Obs.: Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração.

Questão 21: TRT 20ªR 2002 Analista A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6.

O emprego dos dois pontos assinala

(A) uma restrição à afirmação do período anterior. (B) a ligação entre palavras que formam uma cadeia na frase. (C) a inclusão de um segmento explicativo. (D) a citação literal do que consta no relatório do IBGE. (E) a brusca interrupção da seqüência de idéias. Comentário: Como visto no aposto explicativo, os dois-pontos assinalam um segmento explicativo. Gabarito: C Questão 22: TRT 3ªR 2009 Analista Fragmento do texto: A consciência de pertencer a determinada comunidade camponesa, ou família tradicional e poderosa, ou confraria, ou cidade, ficou esmagada pelo conceito de cidadania que homogeneíza todos os indivíduos. Novos recortes surgiram –partido político, condição econômica, seita religiosa etc. – mas tão maleáveis e mutáveis que não substituíram todas as funções sociais e psicológicas do velho sentimento grupal.

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− partido político, condição econômica, seita religiosa etc. −

O segmento isolado pelos travessões denota, no texto,

(A) ressalva importante, de sentido explicativo, ao desenvolvimento anterior. (B) transcrição exata de informações obtidas em outros autores. (C) redundância intencional, para valorizar a descaracterização grupal. (D) enumeração esclarecedora de uma expressão anterior. (E) realce de uma ideia central, com a pausa maior inserida no contexto. Comentário: Como vimos, o aposto explicativo pode ser separado por travessões, vírgulas e parênteses. Neste caso, ele possui mais de um núcleo, assim pode ser considerado também um aposto enumerativo, que tem a função de explicar (esclarecer) termo anterior (“recortes”). Por isso, a alternativa (D) é a correta. A alternativa (A) está errada porque “ressalva” significa contraste, oposição. A alternativa (B) está errada, pois não há transcrição exata de informações. A alternativa (C) está errada, pois não há redundância (repetição viciosa de ideias). A alternativa (E) está errada, porque não há intenção de realçar, mas de explicar. Gabarito: D Questão 23: TRT 20ªR 2002 Analista A frase corretamente pontuada é:

(A) A expressão justiça do trabalho – apareceu, pela primeira vez em lei na Constituição de 1934 com a finalidade, de dirimir questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(B) A expressão justiça do trabalho apareceu pela primeira vez em lei na "Constituição de 1934" com a finalidade de dirimir, questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social dispositivo, que se manteve na "Constituição de 1937".

(C))A expressão – justiça do trabalho – apareceu pela primeira vez em lei na Constituição de 1934, com a finalidade de "dirimir questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social", dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(D) A expressão "justiça do trabalho", apareceu pela primeira vez em lei na Constituição de 1934 com a finalidade – de dirimir questões, entre empregadores e empregados regidas pela legislação social, dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(E) A expressão justiça do trabalho apareceu pela primeira vez em lei – na Constituição de 1934 – com a finalidade de dirimir questões entre empregadores e empregados regidas, pela legislação social, dispositivo que se manteve na Constituição, de 1937.

Comentário: Ao comentarmos a alternativa correta, automaticamente se eliminam as outras.

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A expressão – justiça do trabalho – apareceu pela primeira vez em lei na Constituição de 1934, com a finalidade de "dirimir questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social", dispositivo que se manteve na Constituição de 1937. O termo “justiça do trabalho” é um aposto explicativo, por isso está separado por duplo travessão, mas também poderia vir separada por dupla vírgula ou por parênteses. A vírgula que inicia a expressão “com a finalidade” não é obrigatória porque este adjunto adverbial de finalidade vem posposto à estrutura principal, mas seu uso denota clareza. A vírgula que separa “dispositivo” marca que esta palavra é um aposto explicativo que vem seguido de uma oração subordinada adjetiva restritiva “que se manteve...”, por isso esta oração não possui vírgula. Assim, esta é a alternativa correta. Para se eliminar qualquer dúvida, vamos verificar onde poderia haver mais vírgula: A expressão “pela primeira vez” poderia ser separada por vírgula, por ser um adjunto adverbial de tempo de pequena extensão, portanto vírgulas facultativas. As expressões “na Constituição de 1934” e “na Constituição de 1937” também poderiam ficar separadas por dupla vírgula por serem adjuntos adverbiais de lugar. Mas o autor as entendeu como de pequena extensão e optou pela clareza evitando muitas vírgulas. Note, então, que os erros nas alternativas A, B, D e E ocorreram por separarem núcleos de adjuntos adnominais, sujeito, verbo e complemento, etc. Gabarito: C

O termo explicativo não é só o aposto explicativo, veja outras possibilidades!!!

O comentário do autor: orações intercaladas:

Também são estruturas explicativas as orações intercaladas. São inserções feitas pelo autor, com desprendimento sintático, por isso podem ser separadas por vírgula, travessão ou parênteses. Essa estrutura é também chamada de expressão parentética ou comentário do autor e transmite certos valores semânticos:

a) abertura de citação: a expressão abre a palavra para os dizeres de alguém:

Dê-me água, pediu-me o rapaz. Quem é ele? – interrompeu a jovem.

As estruturas acima são apenas variações do discurso direto padrão. Veja:

O rapaz me pediu: – Dê-me água.

A pontuação pode ainda sofrer mais alterações:

Dê-me, o rapaz me pediu, água. Dê-me – o rapaz me pediu – água.

b) advertência: esclarece um ponto que o falante julga necessário:

Em 1945 – isto aconteceu no dia do meu aniversário – conheci um dos meus melhores amigos.

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c) opinião: o falante aproveita a ocasião para opinar:

D. Benta (malvada que era) dizia que a sua doença impedia a brincadeira da garotada.

“Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces.” (Machado de Assis)

d) desejo: o falante aproveita a ocasião para exprimir um desejo, bom ou mau:

José – Deus o conserve assim! – conquistou o primeiro lugar da classe.

“É bem feiozinho, benza-o Deus, o tal teu amigo!” (Aluísio Azevedo)

e) escusa: o falante se desculpa:

“Pouco depois retirou-se: eu fui vê-la descer as escadas, e não sei por que fenômenos de ventriloquismo cerebral (perdoem-me os filósofos essa frase bárbara) murmurei comigo...” (Machado de Assis)

f) permissão: o falante solicita algo:

Meu espírito (permita-me aqui uma comparação de criança), meu espírito era naquela ocasião uma espécie de peteca.” (Machado de Assis)

g) ressalva: o falante faz uma limitação à generalidade de um enunciado:

“Daqui a um crime distava apenas um breve espaço e ela transpôs, ao que parece.” (Alexandre Herculano)

Ele, que eu saiba, nunca veio aqui. “Cobiça de cátedras e borlas que, diga-se de passagem, Jesus Cristo

repreendeu severamente aos fariseus.” (Camilo Castelo Branco)

Os livros, pode-se bem dizer, são o alimento do espírito.

h) esclarecimento, síntese ou conclusão do que foi enunciado:

“– A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a dos outros homens.” (Machado de Assis)

“Não era desgosto: era cansaço e vergonha” (Cochat Osório) “Eu em sua igreja não mando: só assisto e apoio” (S. de Mello Breyner Andressen)

Por estar em final de período, é antecedida de dois-pontos, mas também pode receber vírgula ou travessão:

“Sua metodologia é simples – por meio de conversas frequentes com a família, o voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança morra por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do soro caseiro e a adoção da farinha de multimistura...” (Jornal do Commercio 2010)

Questão 24: TRF 5ªR 2003 Analista Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

(A) De acordo com Marilena Chauí – a autora do texto –, é preciso desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias, não resistem a uma análise mais concreta e mais rigorosa.

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(B) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto: é preciso desconfiar das afirmações que aparentemente óbvias, não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa.

(C) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto; é preciso: desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias não resistem, a uma análise mais concreta, e mais rigorosa.

(D) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto, é preciso desconfiar, das afirmações, que aparentemente óbvias não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa.

(E) De acordo com Marilena Chauí, – a autora do texto – é preciso desconfiar das afirmações, que, aparentemente óbvias não resistem a uma análise mais concreta e, mais rigorosa.

Comentário:Comentando-se a alternativa correta, as outras também serão entendidas. Veja: (A)) De acordo com Marilena Chauí – a autora do texto –, é preciso desconfiar

das afirmações que, aparentemente óbvias, não resistem a uma análise mais

concreta e mais rigorosa.

Toda a estrutura interna à chave (números 1 e 2) compõe o adjunto adverbial de conformidade. Se este adjunto adverbial de grande extensão está antecipado, naturalmente a vírgula antes de “é preciso” é obrigatória. Dentro do adjunto adverbial, notamos um termo que explica quem é “Marilena Chauí”, este termo é o aposto explicativo (nº 2). Sabemos que o aposto explicativo, quando intercalado, pode ficar entre vírgulas, travessões ou parênteses. Neste caso, o autor optou por inserir travessões porque já há vírgula separando o adjunto adverbial (1+2) da estrutura básica da oração “é preciso”. O termo “aparentemente óbvias” é uma inserção do autor (expressão intercalada ou parentética), de cunho subjetivo, o qual também pode ficar entre vírgulas, travessões ou parênteses. O restante dos termos está na estrutura sujeito, verbo e complemento, os quais não recebem pontuação de separação. Gabarito: A Questão 25: TCE-PI 2002 Assessor Jurídico Fragmento do texto: Os valores morais que as religiões cultivaram ao longo dos séculos – como a solidariedade e a simplicidade –, assim como a admiração por seus produtos estéticos, não são incompatíveis com o desconfiar de seus dogmas. Mas desconfiar de dogmas, inclusive os que vêm da ciência, é uma lição que a ciência também dá. – como a solidariedade e a simplicidade – (último parágrafo)

Foram usados travessões para

(A) interromper intencionalmente o pensamento. (B))incluir um segmento explicativo.

1 2

3

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(C) concluir, com uma hesitação, uma idéia secundária. (D) preencher uma lacuna dentro do período. (E) enunciar um fato com entoação exclamativa. Comentário: Note que o trecho “como a solidariedade e a simplicidade” é um comentário do autor que tem por finalidade explicar a expressão “valores morais”. Gabarito: B Questão 26: TCE-PI 2002 Assessor Jurídico Fragmento do texto: Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de catástrofes poderão ocorrer. Primeiro, o grande volume de água que chegará aos rios asiáticos causará inundações em série, muitas delas súbitas como um pequeno tsunami. (Quando um glaciar se derrete, nem sempre a água corre diretamente para o rio mais próximo. Dependendo do relevo à sua volta, a água fica represada em gigantescos lagos. Se as margens desses lagos se rompem, em conseqüência de uma avalanche, por exemplo, as águas se espalham com violência e carregam tudo pelo caminho.) Num prazo mais longo, o desaparecimento dos glaciares e, conseqüentemente, das águas que descem das montanhas vai diminuir drasticamente o volume dos rios asiáticos, provocando secas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A presença de um longo segmento isolado por parênteses no 3º parágrafo tem o sentido, no contexto, de

(A) repetição enfática de uma mesma idéia, exposta anteriormente. (B) comentário explicativo, que esclarece uma afirmativa anterior. (C) informação desnecessária, pois nada acrescenta ao desenvolvimento do

texto. (D) sinalização da presença de elementos diferentes e estranhos ao parágrafo. (E) introdução de afirmativa constante do relatório em que se baseiam as

informações do texto. Comentário: Os parênteses isolam o termo explicativo, isto é, é um comentário do autor que serve para inserir explicações adicionais ao texto. Gabarito: B Um rápido comentário sobre as palavras denotativas:

Palavras denotativas

Há palavras semelhantes aos advérbios, mas que não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras denotativas. Veja algumas importantes.

1. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor etc.

Voltaram todos, menos André. Roubaram tudo, salvo o telefone.

2. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:

Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido.

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A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto. Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de texto. Veja:

Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre.

Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:

O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre.

Naturalmente você observou que o sentido mudou significativamente. Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica para o candidato perceber o erro.

3. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, isto é, como, ou melhor etc.

Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto.

Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho.

Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.

Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos. Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no uso da pontuação.

4. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, ainda, sobretudo etc.

Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão.

I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso, também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das vírgulas e isso torna o texto errado.

Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado)

Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo)

II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo (inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até, inclusive:

Mesmo ela realizou as atividades.

O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo a sozinha:

Ela mesma realizou as atividades.

O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação, equivalendo-se a sim, com certeza:

Ela realizou mesmo as atividades.

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5. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.

Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa.

Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação), por isso deve-se ter muito cuidado com o contexto.

6. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora.

Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! É isso mesmo. Vá embora!

Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão.

Questão 27: TCE SP 2005 Agente de Fiscalização Financeira Fragmento do texto: O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse texto admirável uma série de análises e revelações que permitem desmascarar os habituais embustes das ideologias mais abstratas, dessas que se apegam a supostos princípios de validade universal para melhor encobrirem práticas de proveito particular. Ou seja: além de ser útil aos “príncipes”, essa obra continua sendo valiosa para todo aquele que queira se inteirar da lógica que comanda as ações de quem deseja alcançar o poder e nele se manter. No contexto do último período do texto, o sentido da expressão além de ser útil é equivalente ao da expressão

(A) ainda que fosse útil. (B) a fim de ser útil. (C) uma vez sendo útil. (D) à medida que é útil. (E))ademais de ser útil. Comentário: A expressão “além de” faz parte das palavras denotativas de inclusão. Assim, esta expressão pode ser substituída pelo vocábulo de igual valor semântico “ademais”. A expressão “ainda que” tem valor adverbial concessivo, “a fim de” tem valor adverbial de finalidade, “uma vez sendo” tem valor adverbial de causa e “à medida que” tem valor adverbial de proporção. Todos esse valores serão vistos adiante. O que importa aqui é o valor de adição de “além de” e “ademais”. Gabarito: E Questão 28: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar.

A palavra sublinhada na frase acima está empregada com função e sentido diferentes em:

(A) É comum que o mesmo homem que enuncia novos propósitos logo renuncie a eles.

(B) Não me submeto ao destino, mesmo quando intimidado pelos fatos.

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(C) Mesmo submetido a fortes pressões, ele não hesita em abrir caminhos. (D) Mesmo sabendo que não serão cumpridos, vivemos formulando novos

propósitos. (E) Crê na mão que conduz o destino mesmo quem reconhece que isso leva à

extrema passividade. Comentário: O vocábulo “mesmo” na estrutura da frase tem o sentido de “inclusive”, “até”. Assim, é uma palavra denotativa de inclusão. Veja que as alternativas (B), (C), (D) e (E) podem ser substituídos ora por “inclusive”, ora por “até”, pois preservam o sentido de inclusão. Veja:

(B) Não me submeto ao destino, inclusive quando intimidado pelos fatos. (C) Até submetido a fortes pressões, ele não hesita em abrir caminhos. (D) Até sabendo que não serão cumpridos, vivemos formulando novos

propósitos. (E) Crê na mão que conduz o destino inclusive quem reconhece que isso

leva à extrema passividade.

Já a alternativa (A) é a única em que o vocábulo “mesmo” não tem valor denotativo de inclusão. Ele é apenas um pronome demonstrativo, o qual pode ser substituído pelo pronome de igual valor: “próprio”. Veja:

É comum que o próprio homem que enuncia novos propósitos logo renuncie a eles. Gabarito: A

Vimos a sintaxe básica, agora, vamos à sintaxe do período.

Abordaremos as estruturas coordenadas e subordinadas, para que possamos entender o valor semântico das conjunções e preposições, além de entendermos a pontuação. Vamos a um rápido resumo!!!!

O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. As aulas terminaram mais cedo.

O ponto de exclamação transmite, de certa forma, uma emoção, um sentimento. Socorro! Ajude-me!

O ponto de interrogação finaliza uma frase interrogativa direta: Por que você não veio ontem?

Os dois-pontos, finalizando frase, iniciam uma citação. Veja:

O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.”

As reticências, em final de frase, normalmente são usadas para indicar que a declaração que vinha sendo feita ainda continua.

Um jovem sem esperança, perturbado, sem sonho, com cinco revólveres e muita munição, entra num colégio em Realengo (RJ) e...

Além das reticências, esse sentido de continuidade do enunciado também pode ser expresso por “etc”, quando há enumeração.

Período é todo enunciado com sentido completo e que possua verbo.

A oração deve possuir verbo. Nem sempre terá sentido completo.

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Assim, vejamos:

1. “Socorro!” (apenas frase)

2. “Ajude-me!” (frase, período e oração)

3. “Olá!” (apenas frase)

4. “Você está bem?” (frase, período e oração)

5. “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.” (frase, período e orações)

Período simples = oração absoluta (Ela está feliz.)

Período composto por subordinação e coordenação:

Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar

calmo durante a prova, passará no concurso.

As orações 1, 2, 3 estão coordenadas entre si (justapostas, paralelas, enumeradas) e estas mesmas orações estão subordinadas em relação à oração 4 (principal).

Enumeração de substantivos: Estudo, trabalho e disciplina acompanham o homem moderno.

Enumeração de adjetivos: Achei a pintura clara, intrigante, linda!

Sequência de ações: Joana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal e

voltou para casa.

As conjunções COORDENATIVAS podem ter cinco valores semânticos, de acordo com o esquema a seguir:

Esquema do período composto por coordenação

______________________ e ____________________. (aditiva)

______________________, mas _________________. (adversativa)

______________________ ou ___________________. (alternativa)

______________________, portanto ______________. (conclusiva)

______________________, pois _________________. (explicativa)

oração inicial (ou assindética) oração coordenada sindética

A vírgula antes da conjunção coordenativa adversativa é obrigatória, mas não há rigor no uso antes das conjunções conclusivas ou explicativas.

1 2 3

4

1

2

3

Período composto por coordenação

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1) Aditivas: e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também, senão também, tanto...como, tanto...quanto.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

3) Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer.

4) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, então, assim, em vista disso.

5) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

• Esquema das possíveis construções da enumeração com divisão interna:

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________ e _________.

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________, e _________.

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________ e _________.

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

Vamos às questões?????!!!!

Questão 29: TCE PI 2006 Assessor Jurídico E a ciência, bem entendida, pode não só colaborar com o desenvolvimento humano dos países, mas também ser um ensinamento da dúvida e da tolerância.

Os segmentos grifados mantêm o mesmo sentido em

(A) não pode colaborar - nem ser ensinamento. (B) pode não colaborar - mas ser ensinamento. (C) só não pode colaborar - e ser ensinamento. (D) tanto pode colaborar - quanto ser ensinamento. (E) enquanto colaborar - pode ser ensinamento. Comentário: Veja que advérbio “não” nega apenas o verbo “colaborar”, e não o verbo “pode”. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (C). Além disso, perceba que há uma expressão correlativa de adição (não só colaborar...mas também ser um ensinamento...). Assim, há adição de dois processos verbais (“colaborar” e “ser”). A alternativa que transmite valor de adição é a (D), tendo em vista os conectivos coordenativos de adição “tanto...quanto”.

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Perceba que a alternativa (B) exclui a primeira ação, por isso está errada. A alternativa (E) está errada, porque transmite valor temporal, e não de adição, além de causar incoerência na estrutura textual. Gabarito: D Questão 30: TCE AM 2008 Analista Técnico de Controle Externo Fragmento do texto: O conhecimento dessas idéias teria preservado La Rochefoucauld da censura tão repetida de que ele via a humanidade de modo por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela é. Concordo com que a visão nítida da indiferença de quase todos os homens a nosso respeito é um espetáculo desolador para a nossa vaidade, mas, enfim, é preciso tomar os homens como são: irritar-se com os efeitos de seu amor-próprio é queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do verão, das chuvas de outono e das geadas do inverno. No contexto do segundo parágrafo, o segmento “mas, enfim, é preciso tomar os homens como são” pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por:

(A) porém, afinal de contas, é preciso tomá-los como são. (B) portanto, e por fim, é preciso os tomar como sejam. (C) no entanto, é preciso ainda tomá-los como são. (D) porém, que fazer, é preciso tomar-lhes como são. (E) no entanto, por isso, é preciso tomar-lhes como sejam. Comentário: Note que a oração é iniciada pela conjunção coordenativa adversativa “mas”. A alternativa (A) é a correta, pois a conjunção “porém” também é coordenativa adversativa. O vocábulo “enfim” é, na realidade, uma interjeição, a qual traduz uma ideia subjetiva do autor no meio da oração, por isso poderíamos substituí-la por outras interjeições como “afinal de contas”, “afinal”. Além disso, perceba que o vocábulo “homens” havia se repetido no texto. Nesta alternativa, este substantivo foi corretamente substituído pelo pronome oblíquo átono “os”, o qual é o objeto direto do verbo “tomar”. A alternativa (B) está errada, porque “portanto” é uma conjunção coordenativa conclusiva. Assim, não se preserva o sentido. A alternativa (C) está errada, pois a interjeição “enfim” traduz uma consideração como um resultado daquilo que o autor julga procedente; porém o advérbio “ainda” traduz um valor temporal (até agora, até o presente momento). Assim, o sentido não é preservado. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “tomar” é transitivo direto e não admite o pronome pessoal oblíquo átono “lhes”. É importante observar a expressão “que fazer”, a qual também é uma interjeição, mas não conserva o mesmo sentido de resultado que ocorre no trecho original. A alternativa (E) está errada, porque se misturou a conjunção adversativa “no entanto” com a conclusiva “por isso”. Isso traz incoerência ao texto. Além disso, o pronome “lhes” não pode ser o complemento do verbo “tomar” e o verbo “sejam” não traduz o mesmo valor de certeza que ocorre no verbo “são”.

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Gabarito: A Questão 31: TCE-SP – 2009 – Agente Fiscalização (banca FCC) O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:

(A) ... onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã. (B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube... (C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se

estão esgotando. (D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. (E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é

úmido e rico em etano... Comentário: A ressalva é expressa por conjunções que transmitam contrastes, oposições, como é o caso da conjunção coordenativa adversativa “mas”. Assim, a alternativa (A) é a correta. Gabarito: A Questão 32: DPE RS 2011 Defensor Público Fragmento do texto: É possível até que você use essas definições quando bate aquela dúvida sobre concordância ou regência, não é? No entanto, apesar de correntes, elas não têm fundamento científico, afinal são muito anteriores ao nascimento da ciência da linguagem (mais precisamente, 2 mil anos anteriores!). A expressão No entanto pode ser substituída, alterando o significado da frase, por (A) entretanto. (B) porquanto. (C) todavia. (D) porém. (E) contudo. Comentário: A conjunção “No entanto” tem valor adversativo. A frase continua com o mesmo valor de adversidade com as conjunções “entretanto”, “todavia”, “porém” e “contudo”. A única que destoa é “porquanto”, que tem valor explicativo. Perceba que a banca pede a conjunção que altera o significado. Gabarito: B Questão 33: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjunção ou (linha 5) tem valor enfático (como em “ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”), porque introduz uma ratificação integral do que foi afirmado antes. Comentário: As conjunções coordenativas alternativas podem trazer dois valores a mais: inclusão ou exclusão. Exclusão: Em “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil” há relação de exclusão, pois a ocorrência de uma situação (“ficar a pátria livre”) exclui a

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outra (“morrer pelo Brasil”). Inclusão: O fato de a utilidade lhe ser indiferente não exclui a possibilidade de ser essencial. Pode ser ter as duas características (indiferente e essencial). Por isso, há inclusão. Assim, não houve uma necessidade de ênfase, de ratificação integral ao que fora falado no texto. Gabarito: E Questão 34: BACEN 2005 Analista A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na frase acima, e no contexto do parágrafo que ela integra, o sinal de dois pontos pode, sem prejuízo para o sentido, ser substituído por vírgula, seguida da expressão por conseguinte. Comentário: Nós vimos que a conjunção “por conseguinte” transmite valor coordenado conclusivo. No caso desta questão, há um valor explicativo, motivado pelo uso dos dois-pontos. Assim, pode-se substituir os dois-pontos pelas conjunções de valor explicativo, como “pois”, “porque”, “porquanto” etc. Gabarito: E Questão 35: BACEN 2005 Analista O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade (...).

Entre os dois períodos acima, há uma conexão lógica que se manteria com a substituição do segmento sublinhado por

(A) para todos; assim como há a necessidade de (B) para todos? Não, já que se trata de (C) para todos? Sim, a despeito de consistir em (D) para todos, conquanto seja o caso de (E) para todos, pois consiste em Comentário: Comentamos anteriormente que a estrutura coordenada é constituída de termos independentes. Neste caso, veja que o período “Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade...” está coordenado ao anterior, explicando-o. Há, assim, uma estrutura assindética. O que a banca quer é que você visualize que pode inserir uma conjunção para que a estrutura passe a sindética explicativa. Para tal, a conjunção cabível é “pois”. Única, dentre as alternativas, com valor explicativo. Gabarito: E Questão 36: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjunção mas pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por “entretanto”. Comentário: Veja que a conjunção “mas” trabalha a oposição da palavra negativa (nem) na oração anterior. Porém, ela não inicia oração coordenada adversativa, por isso não pode ser substituída por “entretanto”. Perceba que esta conjunção, na realidade, tem valor de explicação. Confirme isso, substituindo a conjunção “mas” por “pois”, “porque”.

Nem uma nem outra nasceram do acaso, pois são antes produtos de uma disciplina consciente.

Por isso sempre dizemos que não devemos decorar as conjunções, porque é o contexto que vai proporcionar entendermos o sentido. Gabarito: E Questão 37: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O período iniciado por Reveste constitui uma explicação. Comentário: Note que o período iniciado pelo verbo “Reveste” explica a informação anterior (“Também entre os Gregos foi assim”). Sintaticamente, perceba que podemos retirar o ponto final, ajustar as letras maiúsculas e minúsculas e inserir dois-pontos ou vírgula e conjunção explicativa “pois”. Assim, confirmamos este valor explicativo. Veja:

Também entre os Gregos foi assim: reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros...

Também entre os Gregos foi assim, pois reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros... A vírgula antes da conjunção “pois” não é obrigatória. Gabarito: C Questão 38: DPE SP 2011 Superior Fragmento do texto: Em 1952, escreveu o livro Raça e história, a pedido da Unesco, para combater o racismo. De fato, foi um ataque feroz ao etnocentrismo,

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materializado num texto onde se formulavam de modo claro e inteligível teses que excediam a mera discussão acadêmica e se apoiavam em fatos. Comenta o antropólogo brasileiro Viveiros de Castro, do Museu Nacional: “Ele traz para diante dos olhos ocidentais a questão dos índios americanos, algo que nunca antes havia sido feito. O colonialismo não mais podia sair nas ruas como costumava fazer. Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado, deixaram de ser alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais do que qualquer análise.” Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado.

O sinal de dois-pontos da frase acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por

(A) entretanto. (B) a fim de que. (C) não obstante. (D) em razão do que. (E) mesmo porque. Comentário: Perceba agora o valor dos dois-pontos como conclusão. Esporadicamente isso acontece. Note que após a crítica da arrogância ocidental, os índios deixaram de ser vistos como relíquias do passado, alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. A expressão “em razão do que” não é propriamente uma conjunção coordenada conclusiva, mas seu uso sinaliza uma conclusão, tanto que podemos substituir essa expressão por “por isso”, “portanto”. Assim, a alternativa correta é a D. Veja que as outras possuem valores de oposição (entretanto), finalidade (a fim de que, a qual será vista adiante), oposição (não obstante), explicação com ressalva (mesmo porque). Veja que a banca eliminou a possibilidade de o candidato ficar na dúvida quanto à alternativa (E), porém deve ser observado o valor de ressalva “mesmo”. Isso elimina esta alternativa. Gabarito: D Questão 39: TCE MG 2007 Técnico de Controle Externo - Direito Fragmento do texto: Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter Pans” da sociedade: querem permanecer crianças, curiosos, perguntando-se sobre os mistérios do mundo. De minha parte, decidi que, a cada vez que sentir a chama falhar, visitarei uma escola e conversarei com as crianças. No contexto da frase Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter Pans” da sociedade: querem permanecer crianças (...), os dois pontos assumem um sentido equivalente ao de uma expressão como

(A) ainda assim. (B) em que pese. (C) conquanto. (D) ao passo que. (E) porquanto. Comentário: Note que a oração “querem permanecer crianças, curiosos, perguntando-se sobre os mistérios do mundo” é uma explicação sobre a fala

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do físico de que os cientistas são os “Peters Pans” da sociedade. Por isso, podemos substituir os dois-pontos por uma conjunção coordenativa explicativa, como “pois”, “porquanto”, “porque”. Assim, a alternativa (E) é a correta. Muita atenção neste tipo de questão, pois há muitas ocorrências nas provas da FCC!!!! Gabarito: E Questão 40: TCE SP 2003 Analista de Sistemas Penso hoje que a vocação dele era, de fato, o serviço público: sentia-se suficientemente recompensado pela responsabilidade que lhe cabia na tarefa de se fazer justiça na distribuição do produto social.

Na frase acima, não haverá prejuízo para o sentido, caso se substitua o sinal de dois pontos por uma vírgula, seguida da expressão

(A) a menos que se sentisse (...) (B) uma vez que se sentia (...) (C) muito embora se sentisse (...) (D) a fim de se sentir (...) (E) por mais que se sentisse (...) Comentário: Percebemos que a estrutura oracional “sentia-se suficientemente recompensado pela responsabilidade...” é explicativa. Não há nas alternativas uma conjunção explicitamente coordenativa explicativa. Isso porque a Fundação Carlos Chagas admite também as locuções conjuntivas adverbiais causais (as quais serão vistas adiante em nossa aula) “uma vez que”, “já que”, “na medida em que” também como conectivos explicativos. Para reforçar isso, perceba que, nas alternativas (A), (C) e (E), as locuções conjuntivas “a menos que”, “muito embora” e “por mais que” traduzem um valor subordinativo adverbial concessivo (contrastante), o qual será visto adiante em nossa aula. Na alternativa (D), a locução prepositiva subordinativa adverbial “a fim de” tem valor de finalidade, o qual será visto adiante em nossa aula. Gabarito: B

Período composto por subordinação adverbial

Veja a oração absoluta a seguir:

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo. VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa

sujeito predicado verbal período simples

A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou no concurso”. A estrutura “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial de causa. Esse adjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque não houve exigência do verbo. Por isso, podemos inserir a vírgula

vírgula facultativa

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facultativamente. Esta estrutura não é obrigatória, ela foi inserida para que haja mais clareza e situe melhor o leitor sobre a circunstância que levou o candidato à aprovação. Mas veja que esta expressão é dependente da estrutura básica da oração. Se disséssemos somente:

“Devido ao seu esforço no estudo” Logicamente, ninguém entenderia, concorda? Por isso, dizemos que esta estrutura é dependente da estrutura S V O,

isto é: ela é subordinada à principal:

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.

Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que passaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal.

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

sujeito VTI objeto indireto VTI + objeto indireto

predicado verbal predicado verbal oração principal oração subordinada adverbial causal

período composto

Tanto o adjunto adverbial quanto a oração adverbial podem deslocar-se para o início ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vírgula será empregada nos adjuntos adverbiais de grande extensã. Assim, via de regra, a oração subordinada adverbial, quando posposta à oração principal, será iniciada por vírgula facultativamente. Mas, se for antecipada ou intercalada, receberá vírgula ou vírgulas obrigatoriamente.

Antecipando a estrutura adverbial...

Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

predicado verbal sujeito predicado verbal oração subordinada adverbial causal oração principal

período composto

vírgula facultativa

vírgula obrigatória

vírgula obrigatória

Estrutura básica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)

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Agora, intercalando...

O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso. adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal predicado verbal oração subordinada adverbial causal

oração principal período composto

Elas basicamente se dividem em 9.

1. Causais: com as conjunções: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc:

2. Consecutivas: I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho. II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de sorte que, de modo que, etc:

3. Condicionais: Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que.

4. Concessivas: As conjunções são: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não).

5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como):

6. Conformativas: Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante.

7. Proporcionais: Suas locuções conjuntivas são: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).

8. Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que):

9. Temporais: Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

vírgulas obrigatórias

vírgulas obrigatórias

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Questão 41: DPE RS 2011 Defensor Público Fragmento de texto: Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos, foi possível identificar os homens responsáveis pelo crime. A vírgula depois de Mais de vinte anos depois justifica-se porque é

(A) um adjunto adverbial intercalado. (B) um adjunto adverbial deslocado. (C) uma oração adverbial temporal deslocada. (D) um adjunto adnominal com valor de advérbio e está deslocado. (E) um advérbio em forma de oração e está deslocado. Comentário: Vamos à explicação do emprego das vírgulas neste trecho. A expressão “graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos” é um adjunto adverbial de causa composto, pois há a união dos dois núcleos (“avanços”, “expansão”), por meio da conjunção coordenativa aditiva “e”. Notadamente, temos um adjunto adverbial de grande extensão que se encontra intercalado, e esse é o motivo da dupla vírgula. Assim, se a banca tivesse perguntado o motivo da dupla vírgula, teríamos como resposta a alternativa (A), pois realmente há um adjunto adverbial intercalado. Mas a pergunta não foi essa: primeiro a banca especificou a expressão “Mais de vinte anos depois”, em seguida, perguntou sobre a primeira das vírgulas, cujo emprego coincide por fechar o adjunto adverbial de tempo antecipado e iniciar o adjunto adverbial de causa que se encontra intercalado. Assim, como a banca especificou o adjunto adverbial de tempo, a alternativa correta só pode ser a (B). Se você marcou a alternativa (C), não percebeu que, nesta estrutura adverbial, não há verbo, então não há oração, apenas adjunto adverbial. Gabarito: B

Questão 42: Prefeitura São Paulo 2008 Assist Gestão de Políticas Públicas Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de catástrofes poderão ocorrer.

A conjunção grifada na frase acima imprime ao contexto noção de

(A) condição. (B) conclusão. (C) finalidade. (D) temporalidade. (E) proporcionalidade. Comentário: A conjunção “Caso” tem valor adverbial condicional. Assim, a alternativa (A) é a correta. Gabarito: A

Questão 43: TCE PI 2011 Assessor Jurídico Fragmento do texto: De minha parte modestíssima, ouso dizer: se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar. Talvez também não conte para ninguém, para que não me matem. De inveja.

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A frase se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar tem um efeito de humor irônico, equivalente ao da seguinte formulação:

(A) buscarei não me matar, em caso de absoluta felicidade. (B) mesmo tomado por grande infelicidade, nunca me mataria. (C) sendo absolutamente feliz, não há razão para me matar. (D) conquanto possa me matar, creio numa felicidade absoluta. (E) se não vivesse em plena felicidade pensaria em me matar. Comentário: A oração “se um dia me sentir absolutamente feliz” é subordinada adverbial condicional. O mesmo sentido é preservado na alternativa (A), com a transformação dessa oração condicional em adjunto adverbial condicional “em caso de absoluta felicidade”. Note que o verbo “tentarei” tem o mesmo sentido do verbo “buscarei”. A alternativa (B) está errada, porque a preposição “mesmo” transmite valor adverbial concessivo. A alternativa (C) está errada, porque a oração “sendo absolutamente feliz” é subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio, portanto, o sentido é diferente. A alternativa (D) está errada, porque a conjunção “conquanto” transmite valor adverbial concessivo. A alternativa (E) está errada, porque a oração subordinada adverbial condicional “se não vivesse em plena felicidade” possui o advérbio de negação “não”, que transmite o oposto da oração original. Além disso, a oração principal “pensaria em me matar” também transmite valor oposto. Assim, não se conservou o sentido original. Gabarito: A Questão 44: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico Os fins dos deputados franceses são justos, mas os meios acabam por criminalizar as palavras e a opinião.

A frase acima conservará o sentido e a correção caso se substitua o segmento sublinhado por

(A) conquanto os meios acabem. (B) desde que os meios acabem. (C) tendo em vista que os meios acabam. (D) contanto que os meios acabem. (E) uma vez que os meios acabam. Comentário: A questão queria que o candidato visualizasse a possibilidade de uma oração coordenada adversativa ser transformada em uma oração subordinada adverbial concessiva, desde que sejam feitas algumas adaptações, como ajustes nos verbos e nas conjunções. A alternativa (A) é a correta, pois a conjunção “conquanto” é adverbial concessiva e o verbo “acabem” encontra-se no presente do subjuntivo. As locuções conjuntivas “desde que”, “tendo em vista que” e “uma vez que” são subordinativas adverbiais causais. Já a locução conjuntiva “contanto que” tem valor condicional. Gabarito: A

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Questão 45: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

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Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na história humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da evolução. A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. Mas muitos biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. Quem olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é importante. A evolução rima, padrões se repetem. E não simplesmente por acaso. Isso ocorre por razões bem compreendidas, sobretudo razões darwinianas, pois a biologia, ao contrário da evolução humana ou mesmo da física, já tem a sua grande teoria unificada, aceita por todos os profissionais bem informados no ramo, embora em várias versões e interpretações. Ao escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, mas procuro fazê-lo com cautela.

No segundo parágrafo, a alteração que mantém o sentido e a correção originais é a de

(A) (linha 4) Mas por "Apesar de". (B) (linha 5) Quem por "Muitos biólogos". (C) (linha 11) embora por "não obstante". (D) (linha 12) Ao escrever por "Salvo se escrever". (E) (linhas 13) mas procuro por "ainda que procure". Comentário: A alternativa (A) está errada, porque a conjunção “Mas” só pode ser substituída pelo conectivo adverbial concessivo, quando houver ajustes no verbo. Basta fazermos a substituição e lermos o período novamente, para sabermos que não haverá incoerência. A alternativa (B) está errada, porque, sintaticamente, a substituição do sujeito “Quem” por “Muitos biólogos” forçaria o verbo “olha” para o plural (“olham”). Além disso, note que haveria mudança de sentido com tal substituição. A alternativa (C) é a correta, pois a conjunção subordinativa adverbial concessiva “embora” pode ser substituída pelo conectivo de mesmo valor “não obstante”, não havendo necessidade de outros ajustes. A alternativa (D) está errada, porque a oração “Ao escrever a história evolutiva” é subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo, por isso não admite receber a locução conjuntiva adverbial condicional “Salvo se”. A alternativa (E) está errada, porque a conjunção “mas” trabalha o contraste com o advérbio de negação “não”, e por isso podemos entender que há, na realidade, uma explicação no trecho “mas procuro fazê-lo com cautela procuro fazê-lo com cautela”, tanto assim que podemos substituir “mas” por “pois” ou dois-pontos. Veja:

Ao escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, mas procuro fazê-lo com cautela.

Ao escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, pois procuro fazê-lo com cautela.

Ao escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios: procuro fazê-lo com cautela.

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Dessa forma, não se admite a substituição da conjunção “mas” por “ainda que”. Gabarito: C Questão 46: Prefeitura São Paulo 2007 Auditor-Fiscal Trib Mun (ISS-SP) Fragmento do texto: Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhado em:

(A) (...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. (B) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la

infringido. (C) (...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo

que não pode ser permitido. (D) (...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às

relações entre os homens. (E) (...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os

mesmos princípios éticos acordados. Comentário: Para se ter certeza do valor adverbial de finalidade da oração, , procure achar a preposição “para”, as locuções prepositivas “a fim de”, “com o intuito de” ou as locuções conjuntivas “para que”, “a fim de que”. Assim, facilmente podemos perceber que a alternativa correta é a (D). Gabarito: D Questão 47: TCE AM 2008 Analista Técnico de Controle Externo

Macacos intelectuais A partir de estudos realizados com primatas não-humanos, publicados nos anos 60, a defesa dogmática de que a inteligência seria um dom exclusivo do Homo sapiens tornou-se insustentável. Entender a inteligência de que tanto nos orgulhamos como resultado de milhões de anos de seleção natural obedece à lógica evolutiva, visto que a evolução não cria características especiais para favorecer ou prejudicar nenhuma espécie. Como atestam os dinossauros, a natureza é madrasta impiedosa. De onde emergiu a consciência humana? A resposta é bem simples: da consciência dos animais. Não há justificativa para considerá-la como propriedade exclusiva da espécie humana, respondeu Ernst Mayr, o biólogo mais influente do século passado. Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos. Afinal, não se tem notícia de outros animais que componham sinfonias ou resolvam equações de segundo grau. No contexto da frase Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres

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humanos, a expressão sublinhada deve ser entendida como

(A) consideração de uma hipótese. (B) expressão de uma consequência. (C) formulação de uma condição. (D) afirmação de fato verificado. (E) suposição a ser contraditada. Comentário: Primeiro, devemos entender o que vem a ser uma premissa: é um fato ou princípio que serve de base à conclusão de um raciocínio. Assim, devemos excluir as alternativas que possuam as palavras “hipótese” e “suposição”. Além disso, observe que a estrutura “Aceita essa premissa” é a base para um raciocínio, para uma conclusão. Dessa forma, ela não pode transmitir consequência. Por esses motivos, eliminamos as alternativas (A), (B) e (E). Constate, agora, que a expressão sublinhada é uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio, a qual se encontra antecipada da oração principal. Veja que podemos inserir as preposições de tempo para enfatizar este sentido:

Depois de aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos.

Após ser aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos.

Assim, eliminamos a alternativa (C), que aponta uma condição, e percebemos que a alternativa correta é a (D), pois esta premissa é a base, o fundamento da informação de que o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos.

Ah!!! Concordo com você!!! Também poderíamos interpretar essa oração sublinhada como adverbial causal... (Por ser aceita essa premissa) Gabarito: D Questão 48: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

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Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. Comentando a cerimônia, o cronista espanhol Fernando de Oviedo relata que Montezuma chorou o tempo todo, e, apontando a diferença entre o encargo que é aceito voluntariamente por uma pessoa livre e o que é pesarosamente executado por alguém acorrentado, Oviedo cita o poeta romano Marcus Varro, “O que é entregue à força não é serviço, mas espoliação”.

No contexto do parágrafo acima, é aceitável – por resguardar o sentido original – a substituição de

(A) (linha 7) Comentando por "Mesmo ao comentar". (B) (linhas 8 e 9) o tempo todo por "intermitentemente". (C) (linha 10) voluntariamente por "obstinadamente".

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(D) (linha 10) o por "aquilo". (E) (linha 11) acorrentado por "subjugado". Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a oração “Comentando a cerimônia” tem valor adverbial de tempo, assim não pode ser inserida a preposição de valor adverbial concessivo “Mesmo”. A alternativa (B) está errada, pois “o tempo todo” é o mesmo que “ininterruptamente”, sentido não conservado pelo advérbio “intermitentemente”, que significa “com interrupção”, “não contínuo”. A alternativa (C) está errada, pois “voluntariamente” significa “agir de de maneira espontânea, por sua própria vontade”. Já “obstinadamente” tem sentido diferente, significa agir de maneira pertinaz, relutante, firme, irredutível. A alternativa (D) está errada, pois o pronome demonstrativo “o” retoma o substantivo “encargo” (linha 9), por isso podemos substituir “o” por “aquele”, isto é, “aquele encargo”. A alternativa (E) é a correta, pois “acorrentado” é o mesmo que “preso”. Neste contexto, podemos entender que “alguém acorrentado” é aquele que está subjugado ao poder de outrem. Gabarito: E Questão 49: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Segundo todos os testemunhos, o tesouro real asteca era magnífico e ao ser reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas, em grande parte, de utensílios requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares intrincados, braceletes, cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras preciosas, pérolas, pássaros e flores cuidadosamente cinzelados. Essas peças, segundo o próprio Cortés, “além de seu valor, eram tais e tão maravilhosas, que, consideradas por sua novidade e estranheza, não tinham preço, nem é de acreditar que algum entre todos os Príncipes do Mundo de que se tem notícia pudesse tê-las tais, e de tal qualidade”. O segmento que corresponde a uma circunstância de tempo é

(A) Segundo todos os testemunhos. (B) o tesouro real asteca era magnífico. (C) ao ser reunido diante dos espanhóis. (D) formou três grandes pilhas de ouro. (E) que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o conectivo “Segundo” tem valor adverbial de conformidade. A alternativa (B) está errada, pois não há nenhum elemento que transmita o valor circunstancial de tempo. A alternativa (C) é a correta, pois a oração “ao ser reunido diante dos espanhóis” é subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo, tanto assim que podemos desenvolvê-la. Veja:

“..ao ser reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas...” “..quando foi reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas...”

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As alternativas (D) e (D) não possuem nenhum termo que possa ser entendido como circunstância de tempo. Gabarito: C Questão 50: Prefeitura São Paulo 2007 Auditor-Fiscal Trib Mun (ISS-SP) Fragmento do texto: Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando-se o contexto, deve-se entender que o sentido do elemento sublinhado em (...) a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio é equivalente ao de quando. Comentário: Note que o contexto nos permite substituir “uma vez” por “quando”. Veja:

Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns... Por isso, a impunidade, quando manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns... Assim, conservou-se o valor temporal e a afirmativa está correta. Gabarito: C

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

A Fundação Carlos Chagas tem cobrado insistentemente a relação de causalidade. Por isso, é importante aprofundarmos o que é causa e consequência.

Causa – aquilo que faz com que uma coisa exista (origem, ocorre temporalmente antes). Consequência – efeito, resultado.

Um fato pode ser em relação a outro a causa ou a consequência. Observe os fatos seguintes e a relação existente entre eles.

Desemprego nos centros urbanos Surgimento das favelas

Relação de causalidade

Causa Consequência

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Causa: Não só as conjunções estabelecem a relação de causa, muitas palavras da língua portuguesa também estabelecem essa relação.

Causa Substantivos causa, motivo, razão, explicação, pretexto, base,

fundamento, gênese, origem, o porquê etc. Verbos causar, gerar, acarretar, originar, provocar, motivar,

permitir etc. Locuções prepositivas

por, em virtude de, em razão de, por causa de, em vista de, por motivo de, decorrente de, devido a etc.

Conjunções e locuções conjuntivas

porque, pois, já que, visto que, uma vez que, porquanto, como etc.

Consequência: Para indicar a consequência, a língua portuguesa oferece várias possibilidades.

Consequência Substantivos efeito, produto, decorrência, fruto, reflexo, desfecho,

desenlace, etc. Verbos derivar de, vir de, resultar de, ser resultado de, ter

origem em, decorrer de, provir de, etc. Locuções prepositivas Conjunções e locuções conjuntivas

por isso, por consequência, portanto, por conseguinte, consequentemente, logo, então, por causa disso, em virtude disso, devido a isso, em vista disso, visto isso, à conta disso, como resultado, em conclusão, em suma, em resumo, enfim, tanto...que, tal...que, tamanho...que, de modo que, de jeito que etc.

Questão 51: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico Essa “inteligência” é possível graças a sistemas computadorizados que cruzam informações...

O segmento grifado acima aparece reescrito com outras palavras, porém conservando o sentido original, da seguinte maneira:

(A) embora existam sistemas computadorizados. (B) devido à existência de sistemas computadorizados. (C) conquanto existam sistemas computadorizados. (D) caso seja possível a existência de sistemas computadorizados. (E) de modo que possam existir sistemas computadorizados. Comentário: A estrutura adverbial “graças a sistemas computadorizados” possui valor adverbial de causa; mas note que as conjunções “embora” e “conquanto” transmitem valor adverbial de concessão. Portanto, eliminamos as alternativas (A) e (C). A conjunção “caso” é adverbial condicional, assim eliminamos a alternativa (D). A locução conjuntiva “de modo que” é adverbial consecutiva. Assim, também eliminamos a alternativa (E). Por fim, percebemos que a expressão “devido à existência de sistemas computadorizados” mantém o valor adverbial de causa.

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Gabarito: B

Questão 52: TCE-MA – 2005 – Analista de Controle Externo Aponta-se no texto relação de causa e conseqüência entre os segmentos:

(A) Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, / a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade...

(B) ... a atual redução das chuvas se encaixa / no padrão de ciclos observado na Amazônia no último século.

(C) Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas / se têm alternado, em ciclos de três décadas, ao longo de 120 anos.

(D) ... a região pode estar começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, / assim como aconteceu no início do século XX.

(E) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, / quando o comportamento pode ser bem diferente.

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a expressão “Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global” é o adjunto adverbial de causa, por isso a oração “a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade” passa a ter o valor de consequência, efeito. Note que podemos transformar esse adjunto adverbial numa oração adverbial causal. Veja:

Uma vez que há agravantes do desmatamento e do aquecimento global, a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade...

A alternativa (B) está errada, porque há simplesmente a relação do verbo transitivo indireto “encaixa” com o seu objeto indireto “no padrão de ciclos”. A alternativa (C) está errada, porque o primeiro fragmento é o sujeito do verbo “têm”, que se encontra no segundo fragmento. A alternativa (D) está errada, pois a locução conjuntiva “assim como” tem valor adverbial comparativo. A alternativa (E) está errada, pois a conjunção “quando” tem valor adverbial temporal. Gabarito: A

Questão 53: Prefeitura Santos 2006 Fiscal de Tributos Municipais Fragmento do texto: Penso nessa jovem e bela mãe que tem nos braços seu primeiro filho varão. É o quadro eterno, de insuperável, solene e doce beleza, a madona e o bambino. Poderia ver ao lado, de pé, sério, o vulto do pai. Mas esse vulto é pouco nítido, quase apenas uma sombra que vai sumindo. Ele não tem mais importância. Desde seu último gemido de amor entrou em estranha agonia metafísica. Seu próprio ser já não tem mais sentido, ele o passou além. A mãe é necessária, sua agonia é mais lenta e bela, ela dará seu leite, sua própria substância, seu calor e seu beijo; e à medida que for se dando a esse novo varão, ele irá crescendo e se afirmando, até deixá-la para um canto como um trapo inútil. Entre as frases /A mãe é necessária/ e /sua agonia é mais lenta e bela/ pode-se colocar, para explicitar a relação de sentido que elas mantêm entre si, a expressão

(A) nem assim. (B) e por isso. (C) desde que. (D) mesmo porque. (E) ainda quando.

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Comentário: Com esta questão, a banca queria que o candidato percebesse que a estrutura “A mãe é necessária, sua agonia é mais lenta e bela...” é coordenada assindética aditiva, por isso a vírgula é obrigatória. Mas, além disso, percebe-se uma relação de efeito, resultado: a mãe, sendo necessária, acaba por ter uma agonia mais lenta e bela. Esse é o motivo de podermos inserir, após a conjunção aditiva, a expressão “por isso”. Alguns gramáticos entendem esta última expressão como uma locução adverbial de causa (retoma a expressão anterior como causa: por ser a mãe necessária...), outros como uma simples conjunção coordenativa conclusiva. Assim, não importa o nome do conectivo, mas seu valor semântico preserva a causalidade (fato e efeito, respectivamente). Gabarito: B Questão 54: TCE GO 2009 Analista de Controle Externo

A respeito do termo etnia Por etnia entende-se um grupo de pessoas que partilham vários atributos, como espaço geográfico, língua, costumes e valores, e que reivindicam para si o mesmo nome étnico e a mesma ascendência. Mas sempre há nisso grande dose de subjetividade. Daí ser difícil estabelecer fronteiras claras entre as etnias e quantificar os grupos étnicos existentes no planeta. A língua, por exemplo, que parece um critério objetivo, não é suficiente para determinar diversas etnias, se tomada isoladamente, pois muitos grupos étnicos usam o mesmo idioma. O moderno conceito de etnia desenvolveu-se no século XX, em oposição às teorias racistas que evocavam argumentos de ordem biológica para justificar a dominação de um grupo humano sobre outros. A ciência considera incorreto falar em diferentes raças quando se trata de seres humanos. Todos os homens pertencem ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens. Eventuais variações genéticas são mínimas e insuficientes para configurar diferenciações raciais. Os homens agrupam-se socialmente, e as semelhanças e diferenças que estabelecem entre si decorrem de processos históricos, sempre culturais, jamais naturais. Fundamentalmente, um indivíduo pertence a determinada etnia porque acredita nisso, e tal crença é compartilhada pelos demais indivíduos que compõem o mesmo grupo. A existência de vários grupos étnicos no interior das mesmas fronteiras nacionais é uma situação comum, pois as populações humanas não são homogêneas, em razão das migrações no decorrer da história. Mas as diferenças étnicas, em diversos casos, são manipuladas para acirrar conflitos de fundo político ou econômico. O próprio conceito de raça humana, há muito não admitido pela antropologia moderna, serviu (e por vezes ainda serve) de pretexto para justificar as mais cruéis manifestações de preconceito, violência e barbárie.

(Adaptado do Almanaque Abril Cultural 2009, p. 123) Representam uma causa e seu efeito, respectivamente, os seguintes segmentos do texto:

(A) (...) grupo de pessoas que partilham vários atributos / há nisso grande dose de subjetividade. (1º parágrafo)

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(B) Daí ser difícil estabelecer fronteiras claras / a língua (...) parece um critério objetivo. (1º parágrafo)

(C) O moderno conceito de etnia desenvolveu-se no século XX / em oposição às teorias racistas. (2º parágrafo)

(D) (...) um indivíduo pertence a determinada etnia porque acredita nisso / e tal crença é compartilhada pelos demais indivíduos. (3º parágrafo)

(E) (...) migrações no decorrer da história / as populações humanas não são homogêneas. (4º parágrafo)

Comentário: Nesta questão, o candidato tem que voltar ao texto, pois as frases das alternativas não estão completas. Assim, devemos buscar no texto os conectivos, para compreender a relação semântica entre os segmentos. A alternativa (E) é a correta, pois, no 4° parágrafo, a estrutura “as populações humanas não são homogêneas, em razão das migrações no decorrer da história” possui o adjunto adverbial de causa, iniciado pela locução prepositiva “em razão de”. Note que a alternativa (E) alterou a ordenação dos termos, justamente porque o pedido da questão enfatizou que a relação seria de causa e efeito respectivamente. Assim, “em razão das migrações no decorrer da história” é a causa e “as populações humanas não são homogêneas” é o efeito, a consequência. A alternativa (A) está errada, pois, entre os dois segmentos, que se encontram no primeiro parágrafo, não há conectivos de causalidade. Há simplesmente no segundo trecho uma caracterização, um julgamento do autor. A alternativa (B) está errada, pois, entre os dois segmentos, não há relação direta, muito menos uma relação de causalidade. A alternativa (C) está errada, pois a expressão “em oposição às” marca uma oposição, e não uma causalidade. A alternativa (D) está errada, pois, entre os dois segmentos, há uma relação de adição, expressa pela conjunção “e”. Gabarito: E Questão 55: TCE CE 2008 Analista de Controle Externo

O espírito das leis

− O mais difícil, em certos processos, não é julgar os fatos expostos. É julgar os fatos ocultos. Foi o que ouvi, há muito tempo, quando eu ainda pensava em fazer Direito, de um parente juiz. Estranhei a expressão “fatos ocultos”, que me cheirou a esoterismo, mas ele explicou: − A gente costuma estudar um caso, avaliar as razões das partes, pesar os dados levantados, consultar minuciosamente a legislação e a jurisprudência, para, enfim, dar a sentença. Mas há situações em que a intuição e a experiência de um juiz fazem-no sentir que a verdade profunda do caso não foi exposta. Por vezes, ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais. Aí a tarefa fica difícil. Objetivamente, um juiz não pode ignorar o que está nos autos; subjetivamente, no entanto, ele sabe que há mais complexidade na situação a ser julgada do que fazem ver as palavras do processo. Esses são os fatos ocultos; essa é a verdade que sofreu um processo de camuflagem da parte do impetrante, do impetrado ou de ambos.

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− E o que faz você numa situação dessa? − Ele parou de falar por um tempo, dando a impressão de que não iria responder. Mas acabou esclarecendo: − Aplico a lei, naturalmente. É tudo o que devo e posso fazer. No entanto, para isso preciso também sentir o que se entende por espírito da lei, aquilo que nem sempre está nela explicitado com todas as letras, mas constitui, sem qualquer dúvida, o que a justifica e a legitima em sua profundidade. Como vê, às vezes julgo fatos ocultos com o concurso do espírito... Foi uma manifestação de bom humor, não um gracejo; foi uma lição que me ficou, que me parece útil para muitas situações da nossa vida.

(Etelvino Corrêa e Souza, inédito) Há uma relação de causa e efeito entre os seguintes segmentos:

(A) O mais difícil, em certos processos / não é julgar os fatos expostos. (B) ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais / a tarefa fica

difícil. (C) Foi o que ouvi / eu ainda pensava em fazer Direito. (D) às vezes julgo fatos ocultos / com o concurso do espírito. (E) aquilo que nem sempre está nela explicitado com todas as letras / mas

constitui (...) o que a justifica e a legitima. Comentário: Esta é outra questão em que devemos procurar os segmentos no texto, para encontrarmos os conectivos. Assim, grife no texto as expressões, preste atenção na ordenação desses termos e verifique se os conectivos identificam a relação de causa e efeito. A alternativa correta é a (B), pois a estrutura “Por vezes, ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais. Aí a tarefa fica difícil.” nos esclarece que o fato de ouvir os litigantes motiva o crescimento desse sentimento, e isso faz a tarefa ficar difícil. Assim, o conectivo “Aí” nos apresenta e reforça a ideia de consequência, naturalmente a expressão anterior é a causa. A questão omitiu este conectivo apenas para dificultar nossa vida!!!!... A alternativa (A) está errada, pois, entre as expressões “não é julgar os fatos expostos” e “O mais difícil, em certos processos” há apenas uma caracterização. Isso é fácil de perceber, porque há o verbo de ligação “é”. A alternativa (C) está errada, pois na estrutura “Foi o que ouvi, há muito tempo, quando eu ainda pensava em fazer Direito”, há uma relação de tempo, e não de causalidade. A alternativa (D) está errada, pois expressão “com o concurso do espírito” é apenas o adjunto adverbial de modo, pois transmite o modo como julga fatos ocultos. A alternativa (E) está errada, pois a conjunção coordenativa adversativa “mas” transmite o valor de contraste, oposição. Gabarito: B Questão 56: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico O elemento sublinhado tem valor causal em:

(A) Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.

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(B) Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão. (C) Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano Novo. (D) Sem história e sem passado, quem seríamos? (E) Somos livres quando, ao agir, recomeçamos. Comentário: A alternativa (A) está errada, porque a expressão “a autoria da vida” é apenas o objeto direto. Além disso, “devolvem” não está entre os verbos transitivos que trasmitem relação de causalidade. A alternativa (B) está errada, pois a expressão “sinônimo de decisão” é apenas o predicativo do sujeito. A alternativa (C) está errada, pois a oração “cumprir propósitos de Ano Novo” é apenas o objeto direto do verbo “torna”. A oração de função sintática substantiva será vista adiante. Há, neste caso, um predicado verbo-nominal, em que o verbo “torna” é transitivo direto, a oração sublinhada é o objeto direto e o adjetivo “difícil” é o predicativo do objeto direto. A alternativa (D) está errada, pois a expressão “quem seríamos” é apenas a estrutura principal da oração absoluta, comportando o sujeito oculto “nós”, o verbo de ligação “seríamos” e o predicativo do sujeito “quem”. Portanto, sobra a alternativa (E) como correta. Note que o ato de agir é o que motiva o recomeço, por isso a expressão “ao agir” é uma oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo, isto é: por agirmos, recomeçamos; ou porque agimos, recomeçamos; ou já que agimos, recomeçamos. Gabarito: E Questão 57: Fiscal de Rendas SP 2008 Analista Fragmento do texto: A História já nos mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da religião que este professa, do regime político que adota, da etnia a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas “diferentes” – e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie.

Na frase acima, a sequência das ações sai de cena e dar lugar estabelece uma relação

(A) de causalidade entre valores antagônicos. (B) de alternância entre duas situações semelhantes. (C) de justaposição de fatos independentes. (D) entre uma hipótese e um fato que a confirma. (E) de simultaneidade entre duas ocorrências interdependentes. Comentário: Note que a relação de causalidade é o mesmo que relação de causa e consequência (causa e efeito). Note que, agora, o contexto é que nos ajuda a interpretar o sentido. Veja que foi dito que a ética sai para que a barbárie apareça, isto é, com a saída de um o outro ocupou seu lugar. O segundo ocupou porque o primeiro desocupou. Assim, entendemos que realmente a relação é de causa (ocorreu antes: a saída da ética) e consequência (ocorreu depois: a ocupação da barbárie). Veja que, além disso,

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os dois estão sendo trabalhados no texto como elementos opostos, antagônicos. Portanto, a alternativa (A) é a correta. Gabarito: A Questão 58: Fiscal de Rendas SP 2006 Analista Fragmento do texto: As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a coleção dos escritos hipocráticos. No texto, os segmentos As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente e a sua própria natureza estão em relação, respectivamente, de

(A) fato e conclusão. (B) hipótese e conseqüência. (C) fato e hipótese. (D) consequência e causa. (E) condição e conclusão. Comentário: A banca quis que você observasse a estrutura sintática da oração. Veja:

As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza...

O termo “em virtude da sua própria natureza” é adjunto adverbial de causa, por isso “As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente” é a consequência. Assim, respectivamente, há consequência e causa. Gabarito: D

Questão 59: DPE RS 2011 Defensor Público A neurociência é um campo tão promissor que, nos Estados Unidos, nada menos que um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro.

A relação entre as orações do segmento acima é, respectivamente, de

(A) explicação de um fato e a razão para sua realização. (B) constatação de um fato real e sua condição necessária. (C) consequência de uma situação e a explicação decorrente. (D) condição de realização de um fato e a finalidade de uma ação. (E) causa que justifica uma ação e sua consequência. Comentário: Você está lembrado das construções possíveis da oração subordinada adverbial consecutiva? Não? Então volte lá e compare a frase desta questão com a primeira das consecutivas. Veja que a oração principal recebe um intensificador (tal, tanto, tamanho) e em seguida, na outra oração, há a conjunção “que”, a qual inicia a oração subordinada adverbial consecutiva. Lembre-se também de que, quando temos uma oração subordinada adverbial causal, a sua oração principal terá valor de consequência, e, quando há oração subordinada adverbial consecutiva, a sua oração principal terá valor de causa. Veja:

estrutura principal (consequência) adjunto adverbial de causa

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A neurociência é um campo tão promissor que, nos Estados Unidos, nada

menos que um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo

federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro.

Portanto, houve uma causa: a neurociência é muito promissora. Houve uma ação justificada (tentativas de compreender os mecanismos do cérebro) e sua consequência: “que, nos Estados Unidos, nada menos que um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas”. Gabarito: E

Questão 60: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

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Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. Mas os soldados de Cortés exigiram que o tesouro fosse tratado como butim e que cada um deles recebesse uma parte do ouro. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés e tantos outros envolvidos, chegava-se a cem pesos para cada soldado raso, uma soma tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. Cedendo à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que se estamparam as armas reais. Os ourives levaram três dias para realizar a tarefa. Hoje, os visitantes do Museu do Ouro de Santa Fé de Bogotá podem ler, gravados na pedra sobre a porta, os seguintes versos, dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis: “Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer delas vigotes”.

Pode-se entender corretamente como expressão de causa a seguinte passagem, em seu contexto:

(A) (linhas 1 e 2) Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol.

(B) (linha 5) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso. (C) (linhas 6 e 7) no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. (D) (linha 8) Cedendo à vontade de seus homens. (E) (linhas 13 e 14) dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores

espanhóis. Comentário: Vamos direto ao assunto!!!! Na alternativa (D), a oração “Cedendo à vontade de seus homens” é subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio e a oração principal “Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco” é a consequência. Note que a oração reduzida pode ser desenvolvida, e construção seria a seguinte:

oração principal (valor de causa) oração subordinada adverbial consecutiva

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Já que cedera à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que se estamparam as armas reais. Gabarito: D

Período composto por subordinação substantiva

Com base nas frases abaixo, observe os termos em negrito e suas funções sintáticas. Quando o termo recebe um verbo, vira uma oração. Veja:

Era indispensável teu regresso. VL + predicativo (sujeito simples)

período simples (oração absoluta)

Era indispensável que tu regressasses. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva período composto

Era indispensável tu regressares. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo) período composto

Período composto por subordinação adjetiva

1. Detesto mentiras. 2. Detesto gente mentirosa.

1. Detesto que mintam. 2. Detesto gente que mente.

a) O vocábulo “mentiras” é um substantivo. Quando é substituído por verbo, passa a fazer parte de uma oração subordinada substantiva. b) “mentiras” é núcleo do objeto direto do verbo “Detesto”, por isso “que mintam” é oração subordinada substantiva objetiva direta da oração principal “Detesto”. c) O vocábulo “que” é uma conjunção integrante e toda a oração a partir desse vocábulo pode ser substituída pelo vocábulo “isso”, para a confirmação de ser oração substantiva. (Detesto isso.)

a) O vocábulo “mentirosa” é um adjetivo. Quando é substituído por um verbo, passa a fazer parte de uma oração adjetiva. b) “mentirosa” é adjunto adnominal e restringe o núcleo do objeto direto. c) Não há coesão em se substituir a oração “que mente” pelo vocábulo “isso”. Veja: Detesto gente isso. Por isso não é oração substantiva. O segundo passo é substituir o “que” por “o qual” e suas variações, para confirmar se é pronome relativo iniciando oração adjetiva. Veja: Detesto gente a qual mente.

A pontuação e a classificação das orações adjetivas

O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos. sujeito aposto explicativo VTD + objeto direto + adjunto adverbial de tempo

período simples

O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos. oração subordinada

adjetiva explicativa oração principal período composto

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O homem inteligente não joga lixo no chão. Adj Adn + núcleo adjunto adnominal Adj Adv VTD OD Adj Adv lugar

negação

sujeito simples período simples

O homem que é inteligente não joga lixo no chão. oração subordinada

adjetiva restritiva oração principal período composto

Questão 61: TCE MG 2007 Técnico de Controle Externo - Direito Exerce a função de sujeito a oração sublinhada no período:

(A) Era possível sentir a eletricidade no ar. (B) O escritor Milan Kundera escreveu um romance em que presta uma

homenagem à curiosidade das crianças. (C) Na realidade, não consegui dar a palestra. (D) São as questões sem resposta que definem as limitações humanas. (E) Houve a sugestão de que cada um me desse uma pergunta por escrito. Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o verbo “Era” é de ligação, “possível” é o predicativo, então a oração “sentir a eletricidade no ar” é subordinada substantiva subjetiva, também conhecida como sujeito oracional. (isso era possível).

Na alternativa (B), a oração “em que presta uma homenagem à curiosidade das crianças” é subordinada adjetiva restritiva. Note que podemos substituir o pronome relativo “que” por “o qual”:

O escritor Milan Kundera escreveu um romance no qual presta uma homenagem à curiosidade das crianças.

Assim, não pode ser o sujeito da oração principal.

Na alternativa (C), a oração “dar a palestra” é subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo, pois na oração principal há o sujeito oculto (eu) e o verbo transitivo direto “consegui”. Assim, faltava o objeto direto, que é toda a oração posterior (consegui dar a palestra = consegui isso.) Na alternativa (D), a oração “que definem as limitações humanas” é subordinada adjetiva restritiva. Note que podemos substituir o pronome relativo “que” por “as quais”:

São as questões sem resposta as quais definem as limitações humanas.

Assim, não pode ser o sujeito da oração principal.

Na alternativa (E), a oração “de que cada um me desse uma pergunta por escrito” é subordinada substantiva completiva nominal, pois podemos substituir a oração sublinhada por “disso” (sugestão disso). Note que o substantivo abstrato “sugestão” exigiu o complemento nominal. Gabarito: A

Agora, vamos verificar questões que envolvem especificamente a pontuação, englobando todos os assuntos até aqui vistos.

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Questão 62: TCE-MA – 2005 – Analista de Controle Externo Considere as frases do texto:

I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico. II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas

seguintes, as chuvas aumentaram. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas

seguintes, as chuvas aumentaram. III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que

sobem e descem... ... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que

sobem e descem...

Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. Comentário: No tópico I, a oração “que impacta o Atlântico” é subordinada adjetiva. Como na primeira ocorrência há vírgula, esta oração é explicativa; como na segunda não há vírgula, esta oração é restritiva. Assim, muda-se o sentido com a alteração da pontuação. Com isso, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E). No tópico II, a substituição do ponto final por ponto e vírgula apenas enfatiza que as duas orações são coordenadas aditivas; mas não há alteração de sentido: elas são aditivas com ponto final ou com ponto e vírgula. Assim, já sabemos que a alternativa correta é a (A). Para confirmar isso, perceba que a oração “inventado pelos ingleses” é subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Assim, neste contexto pode ficar separada por duplo travessão ou por parênteses, e isso não faz mudar o sentido. Gabarito: A Questão 63: TCE-AL – 2008 – Analista de Sistemas Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

(A) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como de fato alguém começar algo inteiramente do nada.

(B) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(C) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(D) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(E) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, inteiramente do nada.

Comentário: Neste tipo de questão, ao comentar a correta, podemos perceber o erro das demais. Veja: A alternativa (D) é a correta, pois o advérbio “realmente” e a locução adverbial “de fato” podem ficar separados por dupla vírgula, tendo em vista estarem intercalados. Como são considerados de pequena extensão, essa

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dupla vírgula é facultativa. A oração “cumprir propósito de Ano Novo” é subordinada substantiva subjetiva, a qual não pode ser separada por nenhuma pontuação de sua oração principal “É, realmente, muito difícil”. Note: não pode haver pontuação entre o sujeito e o seu verbo. (Isso é muito difícil) A oração coordenada explicativa “pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada” pode ser iniciada por vírgula. Como há vírgulas internas, pode também ser iniciada por ponto e vírgula. Esta oração pode ser iniciada por dois pontos em substituição à conjunção explicativa; mas os dois pontos, seguidos da conjunção explicativa, deixam a estrutura errada, como ocorreu na alternativa (C). Gabarito: D Questão 64: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Considere as alterações no emprego dos sinais de pontuação nas frases abaixo: I. ... está fixada hoje em 4,25%. ... está fixada, hoje, em 4,25%. II. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido, com três meses de

antecedência. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido com três meses de

antecedência. III. ... com encargos da dívida, que já atingiu R$ 120,2 bilhões... ... com encargos da dívida que já atingiu R$ 120,2 bilhões...

Com as alterações, houve também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I. (B) III. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III. Comentário: Notadamente, percebemos que o advérbio “hoje” pode ficar entre vírgulas facultativamente. Assim, inserindo ou não vírgulas, não há mudança de sentido. Por isso, eliminamos as alternativas (A), (C) e (D). Agora, vamos a uma frase polêmica! Normalmente, o adjunto adverbial no final de uma oração pode ser separado por vírgula ou não, facultativamente; porém devemos tomar cuidado com construções em que haja dois verbos e com isso o adjunto adverbial pode modificar um ou outro termo. Veja que no tópico II o adjunto adverbial “com três meses de antecedência” pode modificar o particípio “estabelecido” (Quando foi estabelecido? Foi estabelecido com três meses de antecedência.). Perceba que neste caso não pode haver vírgula, pois o particípio exige a presença do adjunto adverbial preso “com três meses de antecedência”. Agora, veja o outro sentido: Quando se deve cumprir o objetivo estabelecido? Deve-se cumprir o objetivo com três meses de antecedência. Neste caso, para evitar a ambiguidade, o ideal seria a reescrita com o adjunto adverbial próximo ao verbo: para que se cumprisse, com três meses de antecedência, o objetivo estabelecido. Como isso não foi feito, deve-se inserir a vírgula, para que não tenhamos o entendimento de que esse adjunto adverbial se liga ao particípio, mas a este verbo.

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II. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido, com três meses de

antecedência. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido com três meses de

antecedência. Assim, já sabemos que a alternativa (E) é a correta. Para confirmar isso, basta entendermos que a oração “que já atingiu R$ 120,2 bilhões” é subordinada adjetiva. Se há vírgula, é explicativa; se não há vírgula, é restritiva. Dessa forma, muda-se obrigatoriamente o sentido. Gabarito: E Questão 65: TCE-CE – 2010 – Analista de Controle Externo Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:

(A) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade, mas essa tese, segundo o cronista, é uma falácia: basta ver o que já ocorreu em nossa literatura.

(B) A rotina, afirmam alguns: é inimiga da criatividade; mas essa tese segundo o cronista é uma falácia, basta ver o que já ocorreu em nossa literatura.

(C) A rotina − afirmam alguns − é inimiga da criatividade: mas essa tese, segundo o cronista, é uma falácia, basta ver o que já ocorreu, em nossa literatura.

(D) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade; mas essa tese segundo o cronista, é uma falácia, basta ver, o que já ocorreu em nossa literatura.

(E) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade mas, essa tese, segundo o cronista, é uma falácia: basta ver o que já ocorreu, em nossa literatura.

Comentário: Neste tipo de questão, ao comentar a correta, podemos perceber o erro das demais. Veja: A expressão “afirmam alguns” está intercalada e deve ficar separada por dupla vírgula, duplo travessão ou até mesmo por parênteses; por ser um comentário do autor, o qual indica uma citação, um discurso direto. Por isso dizemos que esta expressão é a voz do narrador, e a voz do personagem é a própria citação da fala de alguém, como ocorreu no trecho “A rotina é inimiga da criatividade”. A conjunção “mas” inicia uma oração coordenada adversativa, a qual deve ser antecipada por vírgula. Como há vírgulas internas às outras orações, pode também ser antecipada por ponto e vírgula. A expressão “segundo o cronista” é um adjunto adverbial de conformidade, e por isso está intercalado por dupla vírgula. A estrutura “basta ver o que já ocorreu em nossa literatura” tem valor explicativo, pois poderia ser iniciada com a conjunção coordenativa explicativa “pois”. Como não há essa conjunção, pode-se entender a oração “basta ver o” como oração coordenada assindética explicativa, por isso pode ficar separada por dois pontos; admitindo-se também ser iniciada por vírgula, ponto e vírgula ou travessão. O pronome demonstrativo “o” (=aquilo) é o objeto direto da

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locução verbal “basta ver”, por isso não podem ser separados por vírgula. A oração “que já ocorreu em nossa literatura” é subordinada adjetiva restritiva, por isso não pode haver vírgula antes do pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome demonstrativo “o”. Ainda nesta oração, a vírgula antes do adjunto adverbial de lugar “em nossa literatura” é facultativa, por estar no final da oração. Gabarito: A

Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas 1 5

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Acerca do bem e do mal Fulano é “do bem”, Sicrano é “do mal”. Não, não são crianças comentando um filme de mocinho e bandido; são frases de adultos, reiteradas a propósito das mais diferentes pessoas, nas mais diversas situações. O julgamento definitivo e em preto e branco que elas implicam parece traduzir o esforço de adotar, em meio ao caldeirão de valores da sociedade moderna, um princípio básico de qualificação moral e ética. Essa oposição rudimentar revela a necessidade que temos de estabelecer algum juízo de valor para a orientação da nossa própria conduta. Tal busca de discernimento é antiga, e em princípio é legítima: está na base de todas as culturas, dá sustentação a religiões e inspira ideologias, provoca os filósofos, os juristas, os políticos. O perigo está em que o movimento de busca cesse e dê lugar à paralisia dos valores estratificados. O exemplo pode vir de cima: quando um chefe de poderosa nação passa a classificar países inteiros como integrantes do “eixo do mal”, está-se proclamando como representante dos que constituiriam o “eixo do bem”. Essa divisão tosca é, de fato, muito conveniente, pois faculta ao mais forte a iniciativa de intervir na vida e no espaço do mais fraco, sob a alegação de que o faz para preservar os chamados “valores fundamentais da humanidade”. Interesses estratégicos e econômicos são, assim, mascarados pela suposta preservação de princípios da civilização. A História já nos mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da religião que este professa, do regime político que adota, da etnia a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas “diferentes” – e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um dilema: por um lado, não podemos dispensar alguma bússola de orientação ética e moral, que aponte para o que parece ser o justo, o correto, o desejável; por outro lado, se o norteamento dos nossos juízos for inflexível como o teimoso ponteiro, comprometemos de vez a dinâmica que é própria da história e dos valores humanos. Não há, na rota da civilização, leis eternas, constituições que não admitam revisões, costumes inalteráveis. A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a terrível fatalidade dos

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dogmas. Lembrando o instigante paradoxo de um filósofo francês, “estamos condenados a ser livres”. Nessa compulsória liberdade, de que fala o filósofo, a escolha entre o que é “do bem” e o que é “do mal” é uma questão sempre viva, que merece ser analisada e enfrentada em suas particulares manifestações históricas. Se assim não for, estará garantido um espaço cada vez maior para a ação dos fundamentalistas de todo tipo.

(Cândido Otoniel de Almeida)

Questão 66: A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a terrível fatalidade dos dogmas.

Mantêm-se o sentido e a correção da frase caso se substitua

(A) quando responsável por posto que responsável. (B) quando responsável por conquanto seja responsável. (C) dispensando-se, porém por se dispensarem-se, ademais. (D) dispensando-se, porém por uma vez dispensado, no entanto. (E) quando responsável por desde que responsável. Comentário: Veja que a conjunção “quando” transmite valor de tempo em relação à oração principal “A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida”. Note que essa oração temporal possui o verbo “é” subentendido (quando é responsável). Vimos também que a locução conjuntiva “desde que” também pode transmitir valor temporal. Por isso, a alternativa (E) é a correta. Nas alternativas (A) e (B), a locução conjuntiva “posto que” e “conquanto” são concessivas. Na alternativa (C), “porém” é conjunção coordenativa adversativa (oposição), enquanto a palavra denotativa de adição “ademais” significa “além do mais”. Assim não pode haver a substituição. Na alternativa (D), perceba que “dispensando-se” inicia oração subordinada adverbial condicional, em relação à oração principal “restará a terrível fatalidade dos dogmas“, por isso pode ser inserido o conectivo “uma vez”. Mas o erro é que o particípio “dispensado” se refere ao substantivo “responsabilidade”, então deveria se flexionar no feminino “uma vez dispensada, no entanto, a responsabilidade...”. Gabarito: E

Questão 67: Alterando-se a pontuação de um segmento do texto, ela permanecerá defensável e coerente, considerado o contexto, em:

(A) Tal busca de discernimento é antiga e, em princípio, é legítima. (B) Interesses estratégicos e econômicos são assim mascarados, pela suposta

preservação, de princípios da civilização. (C) A busca de distinção, entre o que é “do bem”, e o que é “do mal”, traz

consigo, um dilema. (D) Não, não, são crianças comentando um filme de mocinho e bandido, são

frases – de adultos, reiteradas a propósito, das mais diferentes pessoas. (E) A escolha do critério de julgamento, é, sempre, crítica e sofrida quando

responsável.

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Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a locução adverbial “em princípio”, por ser de pequena extensão, pode ficar entre vírgulas ou não. E isso não faz mudar o sentido. A alternativa (B) está errada, pois o termo “pela suposta preservação” é o agente da passiva e o termo “de princípios da civilização” é o complemento nominal. Esses dois termos não podem ser separados por vírgula. A alternativa (C) está errada, pois o adjunto adverbial “entre o que é “do bem”, e o que é “do mal” é composto, isto é, a conjunção “e” adiciona os termos, por isso essa conjunção não pode ser antecipada por vírgula. Naturalmente este adjunto adverbial está intercalado e é de grande extensão, por isso deve ficar entre vírgulas. Outro problema na pontuação é a vírgula antes do objeto direto “um dilema”. Na alternativa (D), a supressão de uma das vírgulas, que se encontram junto aos advérbios de negação “não”, “não”, certamente, faz mudar o sentido. A vírgula antes do verbo “são” é obrigatória, pois sinaliza que se iniciou uma oração coordenada assindética aditiva. A expressão “de adultos” é o adjunto adnominal e restringe o sentido do núcleo “frases”, por isso não pode ser antecipada por travessão. O particípio “reiteradas” está corretamente antecipado de vírgula por iniciar uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Dentro desta oração, a locução adverbial “a propósito” é de pequena extensão. Assim, a dupla vírgula é facultativa; mas, havendo uma, a outra é obrigatória. A alternativa (E) está errada, pois o sujeito “A escolha do critério de julgamento” está separado por vírgula do verbo de ligação “é”. Assim, ela deve ser excluída. As vírgulas que separam o advérbio “sempre” são facultativas. Gabarito: A

O que devo tomar nota como mais importante?

• Quando a questão pede mesmo tipo de complemento, é só se lembrar da estrutura:

PV= VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI PN= VL + predicativo

• Atentar para o complemento nominal: Adjetivo que exige complemento nominal: fiel a ela. Advérbio que exige complemento: perto de você. Substantivo abstrato que exige complemento: construção do prédio.

• Observar que entre sujeito, verbo e complementos não há vírgula. • O adjunto adverbial solto admite a vírgula no final do período. Quando

antecipado ou intercalado e de grande extensão, a vírgula é obrigatória. • O aposto explicativo e os comentários do autor (expressão parentética)

podem ser separados por vírgulas, travessões e parênteses: Xxxxxxx, explicação, xxxxxxx.

Xxxxxxx− explicação − xxxxxxx. Xxxxxxx(explicação) xxxxxxx.

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• o valor das conjunções coordenadas e subordinadas adverbiais e sua pontuação;

• as vírgulas nas orações subordinadas adverbiais; • o aposto explicativo e a oração subordinada adjetiva explicativa podem

ser separados por vírgulas, travessões ou parênteses; • não se pode separar oração subordinada substantiva da principal por

vírgula; • o pronome relativo “que” pode ser substituído por “o qual” e suas

variações.

A quantidade de questões é grande, por isso é muito importante sua dedicação. Estou sempre atento ao fórum. Se tiver com dúvida, utilize essa ferramenta. Lembre-se de que todas as questões comentadas são da banca Fundação Carlos Chagas.

Grande abraço!!! Até a próxima semana!!!

Professor Terror

Lista de questões

Questão 1: TRE 3ªR 2009 Analista Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:

Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites para as despesas de pessoal, e as regras para a criação de dívidas. Questão 2: ISS-SP 2007 Auditor-Fiscal Tributário O termo sublinhado constitui o sujeito da seguinte construção:

(A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. (B) É nessa condição que vivem os animais. (C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das

transgressões. (D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. (E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. Questão 3: TRE RS 2010 Analista

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na frase “É difícil, hoje em dia, ter noção do empolgante espírito antropocêntrico”, a retirada da vírgula depois de “É difícil”, sem outra alteração, manteria a correção original. Questão 4: TRE 3ªR 2009 Analista

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue se a pontuação está correta:

Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF entrar com ação judicial para fazê-la cumprir, conforme sua regulamentação.

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Questão 5: TRT 2ªR 2008 Analista Na frase Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros (...), o segmento sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para

o sentido e a correção, por:

(A) tendo em vista a timidez. (B) não obstante a timidez. (C) em razão da timidez. (D) inclusive a timidez. (E) conquanto a timidez. Questão 6: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Fragmento do texto: Com a disparada da dívida pública e a virtual “quebra” do país na década passada, o governo brasileiro, sob monitoramento do FMI, passou a perseguir metas de superávit primário das contas públicas. Tratava-se de garantir um saldo que sinalizasse a capacidade de o país honrar seus compromissos, evitando o “default”. A meta, inicialmente de 3% do PIB, está fixada hoje em 4,25%. Com a disparada da dívida pública e a virtual “quebra” do país na década passada... (início do texto)

O segmento grifado na frase acima poderá ser corretamente substituído, SEM alteração do sentido original, por

(A) Além da disparada... (B))Devido à disparada... (C) Até à disparada... (D) Apesar da disparada... (E) Durante a disparada...

Questão 7: TCE-MA 2005 Analista de Controle Externo

... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) ... choveu menos na Amazônia. (B) ... assim como aconteceu no início do século XX. (C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente. (D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas. (E) ... a atual seca se torna mais relativa. Questão 8: ISS-SP 2009 Agente-Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As expressões “não só” e “como” introduzem os complementos verbais exigidos por ser preferível.

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Questão 9: TCE AL 2008 Analista de Sistemas É a liberdade que dá à vida uma direção.

O termo sublinhado na frase acima exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em:

(A) Sem passado e sem história, poderíamos ser livres? (B) Liberdade seria, a meu ver, um sinônimo de decisão. (C) Somos livres a cada vez que, agindo, recomeçamos. (D) Liberdade seria, pois, começar o improvável. (E) A liberdade nos liberta, o passado é argila que nos molda. Questão 10: TCE SP – 2009 – Agente Fiscalização (banca FCC) ... que consomem 46% de toda a gasolina do planeta ...

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:

(A) ... o mundo sofre com a falta de capacidade de refino moderno ... (B) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos

vem em ótima hora... (C) Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de

refino. (D) ... mas esta é uma tendência que se vem espalhando como fogo em palha. (E) ... para gerar produtos de alto valor ambiental. Questão 11: DPE RS 2011 Defensor Público (FCC) Das expressões em negrito, SOMENTE uma exerce a função de complemento.

(A) ...caso de assassinato que o havia atormentado ... (B) ...20 anos após o crime, o julgamento ... (C) Foi assim que o Departamento de Justiça Criminal ... (D) ...esperança de ver os assassinos de... (E) ...comprometimento em prender os homens... Questão 12: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Afinal, o verdadeiro tradutor precisa de formação teórico-prática sólida ...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) O tradutor é um dos principais responsáveis pelo intercâmbio cultural entre as nações.

(B) ... pois espelha textos numa língua diferente... (C) ... para tomar a melhor decisão diante de uma expressão nova... (D)) O reconhecimento de seu trabalho levaria a cursos superiores... (E) ... para contabilizar sua importância... Questão 13: SEC SP 2011 Superior

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda

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E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo: Teadoro, Teodora.

(Manuel Bandeira, Belo Belo, 1948)

No poema, os verbos beijar e falar são empregados como

(A) intransitivos. (B) transitivos diretos. (C) transitivos indiretos. (D) bitransitivos. (E) verbos de ligação.

Questão 14: TRT 20ªR 2002 Analista O Brasil representa 3% do problema mundial.

A frase do texto em que o verbo apresenta o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima é:

(A) Parecem inexpugnáveis. (B)... eles começaram a vida num patamar inferior. (C) O Brasil aparece com menos de 1% do movimento... (D) ... o Brasil é hoje o país mais rico do mundo... (E) ... os miseráveis nem entram na equação econômica...

Questão 15: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Formular propósitos? Quem apenas formula propósitos, quem atribui aos propósitos uma força mágica e não encaminha os propósitos para uma ação imediata, não recomeça nada, de fato.

Evitam-se as abusivas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) formula-os - os atribui - encaminha-lhes (B) os formula - os atribui - os encaminha (C) os formula - lhes atribui - os encaminha (D) lhes formula - lhes atribui - encaminha-os (E) formula-os - lhes atribui - lhes encaminha

Questão 16: ISS-SP 2007 Auditor-Fiscal Tributário No caso das leis mosaicas, um desses princípios é o da interdição: “Não matarás”.

O pronome sublinhado na frase acima reaparece, conservando a mesma função sintática que nela exerce, nesta outra frase:

(A) Para se garantir o cumprimento de um princípio, institui-se uma sanção para quem o ignore.

(B) Quanto ao abuso de poder, só rigorosas diligências e isenta apuração o evitam.

(C) Dos desafios da nossa sociedade, talvez o maior seja o de não se permitir a impunidade.

(D) O homo sapiens, que tem o dom da racionalidade criativa, nem sempre o aproveita em seu benefício.

(E) Se o indivíduo responsável pela aplicação da justiça transgride um princípio, que ninguém o acoberte.

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Questão 17: ISS-SP 2009 Agente-Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em perder não só a liberdade, o elemento destacado tem o mesmo valor e função dos notados na frase "Estava só, mas bastante tranquilo". Questão 18: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos.

No trecho acima, entende-se que Desamarrar e Abrir novos tempos exercem a mesma função sintática de

(A) a iniciativa de principiar (...) (B) tomar a iniciativa (...) (C) ser livre. (D) de principiar novas possibilidades. (E) novas possibilidades. Questão 19: TRT 18ªR 2008 Analista Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em função de uma única forma de utilização (...).

No período acima, são exemplos de uma mesma função sintática:

(A) vida e pessoas. (B) privilégios e utilização. (C) privilégios e pessoas. (D) existem e utilização. (E) a que e única.

Questão 20: TRT 3ªR 2009 Analista A frase em que ambos os elementos sublinhados constituem exemplos de uma mesma função sintática é:

(A) Os irmãos Vilas-Boas desempenharam um papel fundamental nas primeiras aproximações com grupos indígenas.

(B) Aos irmãos Vilas-Boas coube levar adiante, da melhor maneira possível, a missão que lhes foi confiada.

(C) Respeitar a cultura do outro deveria ser uma obrigação para quem dispõe da superioridade das armas.

(D) “Selvageria” vem entre aspas para deixar claro que esse termo não condiz com a situação analisada no texto.

(E) O chefe indígena não hesitou em recusar os presentes que lhe foram oferecidos.

Questão 21: TRT 20ªR 2002 Analista A mortalidade infantil caiu 38%: de 48 por mil nascimentos para 29,6.

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O emprego dos dois pontos assinala

(A) uma restrição à afirmação do período anterior. (B) a ligação entre palavras que formam uma cadeia na frase. (C) a inclusão de um segmento explicativo. (D) a citação literal do que consta no relatório do IBGE. (E) a brusca interrupção da seqüência de idéias. Questão 22: TRT 3ªR 2009 Analista Fragmento do texto: A consciência de pertencer a determinada comunidade camponesa, ou família tradicional e poderosa, ou confraria, ou cidade, ficou esmagada pelo conceito de cidadania que homogeneíza todos os indivíduos. Novos recortes surgiram –partido político, condição econômica, seita religiosa etc. – mas tão maleáveis e mutáveis que não substituíram todas as funções sociais e psicológicas do velho sentimento grupal. − partido político, condição econômica, seita religiosa etc. −

O segmento isolado pelos travessões denota, no texto,

(A) ressalva importante, de sentido explicativo, ao desenvolvimento anterior. (B) transcrição exata de informações obtidas em outros autores. (C) redundância intencional, para valorizar a descaracterização grupal. (D) enumeração esclarecedora de uma expressão anterior. (E) realce de uma ideia central, com a pausa maior inserida no contexto. Questão 23: TRT 20ªR 2002 Analista A frase corretamente pontuada é:

(A) A expressão justiça do trabalho – apareceu, pela primeira vez em lei na Constituição de 1934 com a finalidade, de dirimir questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(B) A expressão justiça do trabalho apareceu pela primeira vez em lei na "Constituição de 1934" com a finalidade de dirimir, questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social dispositivo, que se manteve na "Constituição de 1937".

(C))A expressão – justiça do trabalho – apareceu pela primeira vez em lei na Constituição de 1934, com a finalidade de "dirimir questões entre empregadores e empregados regidas pela legislação social", dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(D) A expressão "justiça do trabalho", apareceu pela primeira vez em lei na Constituição de 1934 com a finalidade – de dirimir questões, entre empregadores e empregados regidas pela legislação social, dispositivo que se manteve na Constituição de 1937.

(E) A expressão justiça do trabalho apareceu pela primeira vez em lei – na Constituição de 1934 – com a finalidade de dirimir questões entre empregadores e empregados regidas, pela legislação social, dispositivo que se manteve na Constituição, de 1937.

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Questão 24: TRF 5ªR 2003 Analista Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

(A) De acordo com Marilena Chauí – a autora do texto –, é preciso desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias, não resistem a uma análise mais concreta e mais rigorosa.

(B) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto: é preciso desconfiar das afirmações que aparentemente óbvias, não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa.

(C) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto; é preciso: desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias não resistem, a uma análise mais concreta, e mais rigorosa.

(D) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto, é preciso desconfiar, das afirmações, que aparentemente óbvias não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa.

(E) De acordo com Marilena Chauí, – a autora do texto – é preciso desconfiar das afirmações, que, aparentemente óbvias não resistem a uma análise mais concreta e, mais rigorosa.

Questão 25: TCE-PI 2002 Assessor Jurídico Fragmento do texto: Os valores morais que as religiões cultivaram ao longo dos séculos – como a solidariedade e a simplicidade –, assim como a admiração por seus produtos estéticos, não são incompatíveis com o desconfiar de seus dogmas. Mas desconfiar de dogmas, inclusive os que vêm da ciência, é uma lição que a ciência também dá. – como a solidariedade e a simplicidade – (último parágrafo)

Foram usados travessões para

(A) interromper intencionalmente o pensamento. (B))incluir um segmento explicativo. (C) concluir, com uma hesitação, uma idéia secundária. (D) preencher uma lacuna dentro do período. (E) enunciar um fato com entoação exclamativa. Questão 26: TCE-PI 2002 Assessor Jurídico Fragmento do texto: Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de catástrofes poderão ocorrer. Primeiro, o grande volume de água que chegará aos rios asiáticos causará inundações em série, muitas delas súbitas como um pequeno tsunami. (Quando um glaciar se derrete, nem sempre a água corre diretamente para o rio mais próximo. Dependendo do relevo à sua volta, a água fica represada em gigantescos lagos. Se as margens desses lagos se rompem, em conseqüência de uma avalanche, por exemplo, as águas se espalham com violência e carregam tudo pelo caminho.) Num prazo mais longo, o desaparecimento dos glaciares e, conseqüentemente, das águas que descem das montanhas vai diminuir drasticamente o volume dos rios asiáticos, provocando secas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A presença de um longo segmento isolado por parênteses no 3º parágrafo tem o sentido, no contexto, de

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(A) repetição enfática de uma mesma idéia, exposta anteriormente. (B) comentário explicativo, que esclarece uma afirmativa anterior. (C) informação desnecessária, pois nada acrescenta ao desenvolvimento do

texto. (D) sinalização da presença de elementos diferentes e estranhos ao parágrafo. (E) introdução de afirmativa constante do relatório em que se baseiam as

informações do texto. Questão 27: TCE SP 2005 Agente de Fiscalização Financeira Fragmento do texto: O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse texto admirável uma série de análises e revelações que permitem desmascarar os habituais embustes das ideologias mais abstratas, dessas que se apegam a supostos princípios de validade universal para melhor encobrirem práticas de proveito particular. Ou seja: além de ser útil aos “príncipes”, essa obra continua sendo valiosa para todo aquele que queira se inteirar da lógica que comanda as ações de quem deseja alcançar o poder e nele se manter. No contexto do último período do texto, o sentido da expressão além de ser útil é equivalente ao da expressão

(A) ainda que fosse útil. (B) a fim de ser útil. (C) uma vez sendo útil. (D) à medida que é útil. (E))ademais de ser útil. Questão 28: TCE AL 2008 Analista de Sistemas Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar.

A palavra sublinhada na frase acima está empregada com função e sentido diferentes em:

(A) É comum que o mesmo homem que enuncia novos propósitos logo renuncie a eles.

(B) Não me submeto ao destino, mesmo quando intimidado pelos fatos. (C) Mesmo submetido a fortes pressões, ele não hesita em abrir caminhos. (D) Mesmo sabendo que não serão cumpridos, vivemos formulando novos

propósitos. (E) Crê na mão que conduz o destino mesmo quem reconhece que isso leva à

extrema passividade.

Questão 29: TCE PI 2006 Assessor Jurídico E a ciência, bem entendida, pode não só colaborar com o desenvolvimento humano dos países, mas também ser um ensinamento da dúvida e da tolerância.

Os segmentos grifados mantêm o mesmo sentido em

(A) não pode colaborar - nem ser ensinamento. (B) pode não colaborar - mas ser ensinamento. (C) só não pode colaborar - e ser ensinamento. (D) tanto pode colaborar - quanto ser ensinamento. (E) enquanto colaborar - pode ser ensinamento.

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Questão 30: TCE AM 2008 Analista Técnico de Controle Externo Fragmento do texto: O conhecimento dessas idéias teria preservado La Rochefoucauld da censura tão repetida de que ele via a humanidade de modo por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela é. Concordo com que a visão nítida da indiferença de quase todos os homens a nosso respeito é um espetáculo desolador para a nossa vaidade, mas, enfim, é preciso tomar os homens como são: irritar-se com os efeitos de seu amor-próprio é queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do verão, das chuvas de outono e das geadas do inverno. No contexto do segundo parágrafo, o segmento “mas, enfim, é preciso tomar os homens como são” pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a correção, por:

(A) porém, afinal de contas, é preciso tomá-los como são. (B) portanto, e por fim, é preciso os tomar como sejam. (C) no entanto, é preciso ainda tomá-los como são. (D) porém, que fazer, é preciso tomar-lhes como são. (E) no entanto, por isso, é preciso tomar-lhes como sejam. Questão 31: TCE-SP – 2009 – Agente Fiscalização (banca FCC) O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:

(A) ... onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã. (B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube... (C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se

estão esgotando. (D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. (E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é

úmido e rico em etano... Questão 32: DPE RS 2011 Defensor Público Fragmento do texto: É possível até que você use essas definições quando bate aquela dúvida sobre concordância ou regência, não é? No entanto, apesar de correntes, elas não têm fundamento científico, afinal são muito anteriores ao nascimento da ciência da linguagem (mais precisamente, 2 mil anos anteriores!). A expressão No entanto pode ser substituída, alterando o significado da frase, por (A) entretanto. (B) porquanto. (C) todavia. (D) porém. (E) contudo. Questão 33: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

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A conjunção ou (linha 5) tem valor enfático (como em “ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”), porque introduz uma ratificação integral do que foi afirmado antes.

Questão 34: BACEN 2005 Analista A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na frase acima, e no contexto do parágrafo que ela integra, o sinal de dois pontos pode, sem prejuízo para o sentido, ser substituído por vírgula, seguida da expressão por conseguinte.

Questão 35: BACEN 2005 Analista O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade (...).

Entre os dois períodos acima, há uma conexão lógica que se manteria com a substituição do segmento sublinhado por

(A) para todos; assim como há a necessidade de (B) para todos? Não, já que se trata de (C) para todos? Sim, a despeito de consistir em (D) para todos, conquanto seja o caso de (E) para todos, pois consiste em

Questão 36: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Nem uma nem outra nasceram do acaso, mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse adestramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjunção mas pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por “entretanto”.

Questão 37: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O período iniciado por Reveste constitui uma explicação.

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Questão 38: DPE SP 2011 Superior Fragmento do texto: Em 1952, escreveu o livro Raça e história, a pedido da Unesco, para combater o racismo. De fato, foi um ataque feroz ao etnocentrismo, materializado num texto onde se formulavam de modo claro e inteligível teses que excediam a mera discussão acadêmica e se apoiavam em fatos. Comenta o antropólogo brasileiro Viveiros de Castro, do Museu Nacional: “Ele traz para diante dos olhos ocidentais a questão dos índios americanos, algo que nunca antes havia sido feito. O colonialismo não mais podia sair nas ruas como costumava fazer. Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado, deixaram de ser alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais do que qualquer análise.” Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado.

O sinal de dois-pontos da frase acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por

(A) entretanto. (B) a fim de que. (C) não obstante. (D) em razão do que. (E) mesmo porque. Questão 39: TCE MG 2007 Técnico de Controle Externo - Direito Fragmento do texto: Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter Pans” da sociedade: querem permanecer crianças, curiosos, perguntando-se sobre os mistérios do mundo. De minha parte, decidi que, a cada vez que sentir a chama falhar, visitarei uma escola e conversarei com as crianças. No contexto da frase Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter Pans” da sociedade: querem permanecer crianças (...), os dois pontos assumem um sentido equivalente ao de uma expressão como

(A) ainda assim. (B) em que pese. (C) conquanto. (D) ao passo que. (E) porquanto. Questão 40: TCE SP 2003 Analista de Sistemas Penso hoje que a vocação dele era, de fato, o serviço público: sentia-se suficientemente recompensado pela responsabilidade que lhe cabia na tarefa de se fazer justiça na distribuição do produto social.

Na frase acima, não haverá prejuízo para o sentido, caso se substitua o sinal de dois pontos por uma vírgula, seguida da expressão

(A) a menos que se sentisse (...) (B) uma vez que se sentia (...) (C) muito embora se sentisse (...) (D) a fim de se sentir (...) (E) por mais que se sentisse (...) Questão 41: DPE RS 2011 Defensor Público Fragmento de texto: Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos, foi possível identificar os homens responsáveis pelo crime.

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A vírgula depois de Mais de vinte anos depois justifica-se porque é

(A) um adjunto adverbial intercalado. (B) um adjunto adverbial deslocado. (C) uma oração adverbial temporal deslocada. (D) um adjunto adnominal com valor de advérbio e está deslocado. (E) um advérbio em forma de oração e está deslocado.

Questão 42: Prefeitura São Paulo 2008 Assist Gestão de Políticas Públicas Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de catástrofes poderão ocorrer.

A conjunção grifada na frase acima imprime ao contexto noção de

(A) condição. (B) conclusão. (C) finalidade. (D) temporalidade. (E) proporcionalidade.

Questão 43: TCE PI 2011 Assessor Jurídico Fragmento do texto: De minha parte modestíssima, ouso dizer: se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar. Talvez também não conte para ninguém, para que não me matem. De inveja. A frase se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar tem um efeito de humor irônico, equivalente ao da seguinte formulação:

(A) buscarei não me matar, em caso de absoluta felicidade. (B) mesmo tomado por grande infelicidade, nunca me mataria. (C) sendo absolutamente feliz, não há razão para me matar. (D) conquanto possa me matar, creio numa felicidade absoluta. (E) se não vivesse em plena felicidade pensaria em me matar.

Questão 44: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico Os fins dos deputados franceses são justos, mas os meios acabam por criminalizar as palavras e a opinião.

A frase acima conservará o sentido e a correção caso se substitua o segmento sublinhado por

(A) conquanto os meios acabem. (B) desde que os meios acabem. (C) tendo em vista que os meios acabam. (D) contanto que os meios acabem. (E) uma vez que os meios acabam.

Questão 45: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

Sob nomes que não vêm ao caso para nós, essas são questões atualíssimas na história humana, e surgem mais fortes e polêmicas na escala temporal mais longa da evolução. A história evolutiva pode ser representada como uma espécie depois da outra. Mas muitos biólogos hão de concordar comigo que se trata de uma ideia tacanha. Quem olha a evolução dessa perspectiva deixa passar a maior parte do que é importante. A evolução rima, padrões se repetem. E não simplesmente por acaso. Isso ocorre por razões bem compreendidas, sobretudo razões

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darwinianas, pois a biologia, ao contrário da evolução humana ou mesmo da física, já tem a sua grande teoria unificada, aceita por todos os profissionais bem informados no ramo, embora em várias versões e interpretações. Ao escrever a história evolutiva, não me esquivo a buscar padrões e princípios, mas procuro fazê-lo com cautela.

No segundo parágrafo, a alteração que mantém o sentido e a correção originais é a de

(A) (linha 4) Mas por "Apesar de". (B) (linha 5) Quem por "Muitos biólogos". (C) (linha 11) embora por "não obstante". (D) (linha 12) Ao escrever por "Salvo se escrever". (E) (linhas 13) mas procuro por "ainda que procure".

Questão 46: Prefeitura São Paulo 2007 Auditor-Fiscal Trib Mun (ISS-SP) Fragmento do texto: Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido. Expressa uma finalidade a oração subordinada adverbial sublinhado em:

(A) (...) a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. (B) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por tê-la

infringido. (C) (...) o ponto de partida para a boa conduta é o reconhecimento daquilo

que não pode ser permitido. (D) (...) as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às

relações entre os homens. (E) (...) o ideal da civilização é permitir que todos os indivíduos vivam sob os

mesmos princípios éticos acordados.

Questão 47: TCE AM 2008 Analista Técnico de Controle Externo Macacos intelectuais

A partir de estudos realizados com primatas não-humanos, publicados nos anos 60, a defesa dogmática de que a inteligência seria um dom exclusivo do Homo sapiens tornou-se insustentável. Entender a inteligência de que tanto nos orgulhamos como resultado de milhões de anos de seleção natural obedece à lógica evolutiva, visto que a evolução não cria características especiais para favorecer ou prejudicar nenhuma espécie. Como atestam os dinossauros, a natureza é madrasta impiedosa. De onde emergiu a consciência humana? A resposta é bem simples: da consciência dos animais. Não há justificativa para considerá-la como propriedade exclusiva da espécie humana, respondeu Ernst Mayr, o biólogo mais influente do século passado. Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos. Afinal, não se tem notícia de outros animais que componham sinfonias ou resolvam equações de segundo grau.

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No contexto da frase Aceita essa premissa, na última década, o foco da primatologia se deslocou para o estudo das características únicas dos seres humanos, a expressão sublinhada deve ser entendida como

(A) consideração de uma hipótese. (B) expressão de uma consequência. (C) formulação de uma condição. (D) afirmação de fato verificado. (E) suposição a ser contraditada. Questão 48: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

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Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. Comentando a cerimônia, o cronista espanhol Fernando de Oviedo relata que Montezuma chorou o tempo todo, e, apontando a diferença entre o encargo que é aceito voluntariamente por uma pessoa livre e o que é pesarosamente executado por alguém acorrentado, Oviedo cita o poeta romano Marcus Varro, “O que é entregue à força não é serviço, mas espoliação”.

No contexto do parágrafo acima, é aceitável – por resguardar o sentido original – a substituição de

(A) (linha 7) Comentando por "Mesmo ao comentar". (B) (linhas 8 e 9) o tempo todo por "intermitentemente". (C) (linha 10) voluntariamente por "obstinadamente". (D) (linha 10) o por "aquilo". (E) (linha 11) acorrentado por "subjugado". Questão 49: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Segundo todos os testemunhos, o tesouro real asteca era magnífico e ao ser reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas, em grande parte, de utensílios requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares intrincados, braceletes, cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras preciosas, pérolas, pássaros e flores cuidadosamente cinzelados. Essas peças, segundo o próprio Cortés, “além de seu valor, eram tais e tão maravilhosas, que, consideradas por sua novidade e estranheza, não tinham preço, nem é de acreditar que algum entre todos os Príncipes do Mundo de que se tem notícia pudesse tê-las tais, e de tal qualidade”. O segmento que corresponde a uma circunstância de tempo é

(A) Segundo todos os testemunhos. (B) o tesouro real asteca era magnífico. (C) ao ser reunido diante dos espanhóis. (D) formou três grandes pilhas de ouro. (E) que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais.

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Questão 50: Prefeitura São Paulo 2007 Auditor-Fiscal Trib Mun (ISS-SP) Fragmento do texto: Para garantia do cumprimento dos princípios, instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la infringido.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando-se o contexto, deve-se entender que o sentido do elemento sublinhado em (...) a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relação de equilíbrio é equivalente ao de quando.

Questão 51: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico Essa “inteligência” é possível graças a sistemas computadorizados que cruzam informações...

O segmento grifado acima aparece reescrito com outras palavras, porém conservando o sentido original, da seguinte maneira:

(A) embora existam sistemas computadorizados. (B) devido à existência de sistemas computadorizados. (C) conquanto existam sistemas computadorizados. (D) caso seja possível a existência de sistemas computadorizados. (E) de modo que possam existir sistemas computadorizados.

Questão 52: TCE-MA – 2005 – Analista de Controle Externo Aponta-se no texto relação de causa e conseqüência entre os segmentos:

(A) Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, / a seca na Amazônia ganha alguns contornos de novidade...

(B) ... a atual redução das chuvas se encaixa / no padrão de ciclos observado na Amazônia no último século.

(C) Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas / se têm alternado, em ciclos de três décadas, ao longo de 120 anos.

(D) ... a região pode estar começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, / assim como aconteceu no início do século XX.

(E) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, / quando o comportamento pode ser bem diferente.

Questão 53: Prefeitura Santos 2006 Fiscal de Tributos Municipais Fragmento do texto: Penso nessa jovem e bela mãe que tem nos braços seu primeiro filho varão. É o quadro eterno, de insuperável, solene e doce beleza, a madona e o bambino. Poderia ver ao lado, de pé, sério, o vulto do pai. Mas esse vulto é pouco nítido, quase apenas uma sombra que vai sumindo. Ele não tem mais importância. Desde seu último gemido de amor entrou em estranha agonia metafísica. Seu próprio ser já não tem mais sentido, ele o passou além. A mãe é necessária, sua agonia é mais lenta e bela, ela dará seu leite, sua própria substância, seu calor e seu beijo; e à medida que for se dando a esse novo varão, ele irá crescendo e se afirmando, até deixá-la para um canto como um trapo inútil.

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Entre as frases /A mãe é necessária/ e /sua agonia é mais lenta e bela/ pode-se colocar, para explicitar a relação de sentido que elas mantêm entre si, a expressão

(A) nem assim. (B) e por isso. (C) desde que. (D) mesmo porque. (E) ainda quando.

Questão 54: TCE GO 2009 Analista de Controle Externo A respeito do termo etnia

Por etnia entende-se um grupo de pessoas que partilham vários atributos, como espaço geográfico, língua, costumes e valores, e que reivindicam para si o mesmo nome étnico e a mesma ascendência. Mas sempre há nisso grande dose de subjetividade. Daí ser difícil estabelecer fronteiras claras entre as etnias e quantificar os grupos étnicos existentes no planeta. A língua, por exemplo, que parece um critério objetivo, não é suficiente para determinar diversas etnias, se tomada isoladamente, pois muitos grupos étnicos usam o mesmo idioma. O moderno conceito de etnia desenvolveu-se no século XX, em oposição às teorias racistas que evocavam argumentos de ordem biológica para justificar a dominação de um grupo humano sobre outros. A ciência considera incorreto falar em diferentes raças quando se trata de seres humanos. Todos os homens pertencem ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens. Eventuais variações genéticas são mínimas e insuficientes para configurar diferenciações raciais. Os homens agrupam-se socialmente, e as semelhanças e diferenças que estabelecem entre si decorrem de processos históricos, sempre culturais, jamais naturais. Fundamentalmente, um indivíduo pertence a determinada etnia porque acredita nisso, e tal crença é compartilhada pelos demais indivíduos que compõem o mesmo grupo. A existência de vários grupos étnicos no interior das mesmas fronteiras nacionais é uma situação comum, pois as populações humanas não são homogêneas, em razão das migrações no decorrer da história. Mas as diferenças étnicas, em diversos casos, são manipuladas para acirrar conflitos de fundo político ou econômico. O próprio conceito de raça humana, há muito não admitido pela antropologia moderna, serviu (e por vezes ainda serve) de pretexto para justificar as mais cruéis manifestações de preconceito, violência e barbárie. (Adaptado do Almanaque Abril Cultural 2009, p. 123) Representam uma causa e seu efeito, respectivamente, os seguintes segmentos do texto:

(A) (...) grupo de pessoas que partilham vários atributos / há nisso grande dose de subjetividade. (1º parágrafo)

(B) Daí ser difícil estabelecer fronteiras claras / a língua (...) parece um critério objetivo. (1º parágrafo)

(C) O moderno conceito de etnia desenvolveu-se no século XX / em oposição às teorias racistas. (2º parágrafo)

(D) (...) um indivíduo pertence a determinada etnia porque acredita nisso / e tal crença é compartilhada pelos demais indivíduos. (3º parágrafo)

(E) (...) migrações no decorrer da história / as populações humanas não são homogêneas. (4º parágrafo)

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Questão 55: TCE CE 2008 Analista de Controle Externo

O espírito das leis

− O mais difícil, em certos processos, não é julgar os fatos expostos. É julgar os fatos ocultos. Foi o que ouvi, há muito tempo, quando eu ainda pensava em fazer Direito, de um parente juiz. Estranhei a expressão “fatos ocultos”, que me cheirou a esoterismo, mas ele explicou: − A gente costuma estudar um caso, avaliar as razões das partes, pesar os dados levantados, consultar minuciosamente a legislação e a jurisprudência, para, enfim, dar a sentença. Mas há situações em que a intuição e a experiência de um juiz fazem-no sentir que a verdade profunda do caso não foi exposta. Por vezes, ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais. Aí a tarefa fica difícil. Objetivamente, um juiz não pode ignorar o que está nos autos; subjetivamente, no entanto, ele sabe que há mais complexidade na situação a ser julgada do que fazem ver as palavras do processo. Esses são os fatos ocultos; essa é a verdade que sofreu um processo de camuflagem da parte do impetrante, do impetrado ou de ambos. − E o que faz você numa situação dessa? − Ele parou de falar por um tempo, dando a impressão de que não iria responder. Mas acabou esclarecendo: − Aplico a lei, naturalmente. É tudo o que devo e posso fazer. No entanto, para isso preciso também sentir o que se entende por espírito da lei, aquilo que nem sempre está nela explicitado com todas as letras, mas constitui, sem qualquer dúvida, o que a justifica e a legitima em sua profundidade. Como vê, às vezes julgo fatos ocultos com o concurso do espírito... Foi uma manifestação de bom humor, não um gracejo; foi uma lição que me ficou, que me parece útil para muitas situações da nossa vida.

(Etelvino Corrêa e Souza, inédito) Há uma relação de causa e efeito entre os seguintes segmentos:

(A) O mais difícil, em certos processos / não é julgar os fatos expostos. (B) ao ouvir os litigantes, esse sentimento cresce ainda mais / a tarefa fica

difícil. (C) Foi o que ouvi / eu ainda pensava em fazer Direito. (D) às vezes julgo fatos ocultos / com o concurso do espírito. (E) aquilo que nem sempre está nela explicitado com todas as letras / mas

constitui (...) o que a justifica e a legitima. Questão 56: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico O elemento sublinhado tem valor causal em:

(A) Os propósitos nos devolvem a autoria da vida. (B) Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão. (C) Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano Novo. (D) Sem história e sem passado, quem seríamos? (E) Somos livres quando, ao agir, recomeçamos.

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Questão 57: Fiscal de Rendas SP 2008 Analista Fragmento do texto: A História já nos mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da religião que este professa, do regime político que adota, da etnia a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas “diferentes” – e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie.

Na frase acima, a sequência das ações sai de cena e dar lugar estabelece uma relação

(A) de causalidade entre valores antagônicos. (B) de alternância entre duas situações semelhantes. (C) de justaposição de fatos independentes. (D) entre uma hipótese e um fato que a confirma. (E) de simultaneidade entre duas ocorrências interdependentes. Questão 58: Fiscal de Rendas SP 2006 Analista Fragmento do texto: As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a coleção dos escritos hipocráticos. No texto, os segmentos As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente e a sua própria natureza estão em relação, respectivamente, de

(A) fato e conclusão. (B) hipótese e conseqüência. (C) fato e hipótese. (D) consequência e causa. (E) condição e conclusão.

Questão 59: DPE RS 2011 Defensor Público A neurociência é um campo tão promissor que, nos Estados Unidos, nada menos que um quinto do financiamento em pesquisas médicas do governo federal vai para as tentativas de compreender os mecanismos do cérebro.

A relação entre as orações do segmento acima é, respectivamente, de

(A) explicação de um fato e a razão para sua realização. (B) constatação de um fato real e sua condição necessária. (C) consequência de uma situação e a explicação decorrente. (D) condição de realização de um fato e a finalidade de uma ação. (E) causa que justifica uma ação e sua consequência.

Questão 60: Prefeitura São Paulo 2009 Agente Fiscal de Rendas Fragmento do texto: 1 5

Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. Mas os soldados de Cortés exigiram que o tesouro fosse tratado como butim e que cada um deles recebesse uma parte do ouro. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés e tantos outros envolvidos, chegava-se a cem pesos para cada soldado raso, uma soma

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tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. Cedendo à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que se estamparam as armas reais. Os ourives levaram três dias para realizar a tarefa. Hoje, os visitantes do Museu do Ouro de Santa Fé de Bogotá podem ler, gravados na pedra sobre a porta, os seguintes versos, dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis: “Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer delas vigotes”.

Pode-se entender corretamente como expressão de causa a seguinte passagem, em seu contexto:

(A) (linhas 1 e 2) Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol.

(B) (linha 5) chegava-se a cem pesos para cada soldado raso. (C) (linhas 6 e 7) no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. (D) (linha 8) Cedendo à vontade de seus homens. (E) (linhas 13 e 14) dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores

espanhóis. Questão 61: TCE MG 2007 Técnico de Controle Externo - Direito Exerce a função de sujeito a oração sublinhada no período:

(A) Era possível sentir a eletricidade no ar. (B) O escritor Milan Kundera escreveu um romance em que presta uma

homenagem à curiosidade das crianças. (C) Na realidade, não consegui dar a palestra. (D) São as questões sem resposta que definem as limitações humanas. (E) Houve a sugestão de que cada um me desse uma pergunta por escrito. Questão 62: TCE-MA – 2005 – Analista de Controle Externo Considere as frases do texto:

I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico. II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas

seguintes, as chuvas aumentaram. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas

seguintes, as chuvas aumentaram. III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que

sobem e descem... ... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que

sobem e descem...

Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I. (B) II.

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(C) III. (D) I e II. (E) II e III.

Questão 63: TCE-AL – 2008 – Analista de Sistemas Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

(A) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como de fato alguém começar algo inteiramente do nada.

(B) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(C) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(D) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(E) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, inteiramente do nada.

Questão 64: TCE SP 2005 Fiscalização Financeira Considere as alterações no emprego dos sinais de pontuação nas frases abaixo: I. ... está fixada hoje em 4,25%. ... está fixada, hoje, em 4,25%. II. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido, com três meses de

antecedência. ... para que se cumprisse o objetivo estabelecido com três meses de

antecedência. III. ... com encargos da dívida, que já atingiu R$ 120,2 bilhões... ... com encargos da dívida que já atingiu R$ 120,2 bilhões...

Com as alterações, houve também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I. (B) III. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III.

Questão 65: TCE-CE – 2010 – Analista de Controle Externo Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:

(A) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade, mas essa tese, segundo o cronista, é uma falácia: basta ver o que já ocorreu em nossa literatura.

(B) A rotina, afirmam alguns: é inimiga da criatividade; mas essa tese segundo o cronista é uma falácia, basta ver o que já ocorreu em nossa literatura.

(C) A rotina − afirmam alguns − é inimiga da criatividade: mas essa tese, segundo o cronista, é uma falácia, basta ver o que já ocorreu, em nossa literatura.

(D) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade; mas essa tese segundo o cronista, é uma falácia, basta ver, o que já ocorreu em nossa literatura.

(E) A rotina, afirmam alguns, é inimiga da criatividade mas, essa tese, segundo o cronista, é uma falácia: basta ver o que já ocorreu, em nossa literatura.

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Acerca do bem e do mal Fulano é “do bem”, Sicrano é “do mal”. Não, não são crianças comentando um filme de mocinho e bandido; são frases de adultos, reiteradas a propósito das mais diferentes pessoas, nas mais diversas situações. O julgamento definitivo e em preto e branco que elas implicam parece traduzir o esforço de adotar, em meio ao caldeirão de valores da sociedade moderna, um princípio básico de qualificação moral e ética. Essa oposição rudimentar revela a necessidade que temos de estabelecer algum juízo de valor para a orientação da nossa própria conduta. Tal busca de discernimento é antiga, e em princípio é legítima: está na base de todas as culturas, dá sustentação a religiões e inspira ideologias, provoca os filósofos, os juristas, os políticos. O perigo está em que o movimento de busca cesse e dê lugar à paralisia dos valores estratificados. O exemplo pode vir de cima: quando um chefe de poderosa nação passa a classificar países inteiros como integrantes do “eixo do mal”, está-se proclamando como representante dos que constituiriam o “eixo do bem”. Essa divisão tosca é, de fato, muito conveniente, pois faculta ao mais forte a iniciativa de intervir na vida e no espaço do mais fraco, sob a alegação de que o faz para preservar os chamados “valores fundamentais da humanidade”. Interesses estratégicos e econômicos são, assim, mascarados pela suposta preservação de princípios da civilização. A História já nos mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da religião que este professa, do regime político que adota, da etnia a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas “diferentes” – e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar lugar à barbárie. A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um dilema: por um lado, não podemos dispensar alguma bússola de orientação ética e moral, que aponte para o que parece ser o justo, o correto, o desejável; por outro lado, se o norteamento dos nossos juízos for inflexível como o teimoso ponteiro, comprometemos de vez a dinâmica que é própria da história e dos valores humanos. Não há, na rota da civilização, leis eternas, constituições que não admitam revisões, costumes inalteráveis. A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a terrível fatalidade dos dogmas. Lembrando o instigante paradoxo de um filósofo francês, “estamos condenados a ser livres”. Nessa compulsória liberdade, de que fala o filósofo, a escolha entre o que é “do bem” e o que é “do mal” é uma questão sempre viva, que merece ser analisada e enfrentada em suas particulares manifestações históricas. Se assim não for, estará garantido um espaço cada vez maior para a ação dos fundamentalistas de todo tipo.

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(Cândido Otoniel de Almeida)

Questão 66: A escolha do critério de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a terrível fatalidade dos dogmas.

Mantêm-se o sentido e a correção da frase caso se substitua

(A) quando responsável por posto que responsável. (B) quando responsável por conquanto seja responsável. (C) dispensando-se, porém por se dispensarem-se, ademais. (D) dispensando-se, porém por uma vez dispensado, no entanto. (E) quando responsável por desde que responsável. Questão 67: Alterando-se a pontuação de um segmento do texto, ela permanecerá defensável e coerente, considerado o contexto, em:

(A) Tal busca de discernimento é antiga e, em princípio, é legítima. (B) Interesses estratégicos e econômicos são assim mascarados, pela suposta

preservação, de princípios da civilização. (C) A busca de distinção, entre o que é “do bem”, e o que é “do mal”, traz

consigo, um dilema. (D) Não, não, são crianças comentando um filme de mocinho e bandido, são

frases – de adultos, reiteradas a propósito, das mais diferentes pessoas. (E) A escolha do critério de julgamento, é, sempre, crítica e sofrida quando

responsável.

GABARITO

1. E 2. D 3. E 4. E 5. B 6. B 7. C 8. E 9. D 10. E

11. A 12. D 13. A 14. B 15. C 16. C 17. E 18. B 19. C 20. E

21. C 22. D 23. C 24. A 25. B 26. B 27. E 28. A 29. D 30. A

31. A 32. B 33. E 34. E 35. E 36. E 37. C 38. D 39. E 40. B

41. B 42. A 43. A 44. A 45. C 46. D 47. D 48. E 49. C 50. C

51. B 52. A 53. B 54. E 55. B 56. E 57. A 58. D 59. E 60. D

61. A 62. A 63. D 64. E 65. A 66. E 67. A