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7/18/2019 Aula 03 e 04.pdf http://slidepdf.com/reader/full/aula-03-e-04pdf 1/17  www.cers.com.br  TRIBUNAIS 2014 Direito Previdenciário Frederico Amado 1 PARTE III CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL-RGPS SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO Salário de contribuição  é a base de cálculo sobre a qual incidirá a contribuição previdenciária do segurado empregado, doméstico, avulso, contribuinte individual e facultativo, assim como da cota patronal do empregador doméstico, normalmente formado por parcelas remuneratórias do labor, ou, no caso do segurado facultativo, o valor por ele declarado, observados os limites mínimos e máximos legais. I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês; IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado. LIMITES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO O limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo , tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. De acordo com o artigo 1º, da Lei Complementar 103/2000, os estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V, do artigo 7 o , da Constituição Federal, para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, podendo abarcar os empregados domésticos. O limite máximo fixado pela Emenda 20/1998 foi de R$ 1.200,00, posteriormente majorado pela Emenda 41/2003 para R$ 2.400,00. 2014 – R$ 4.390,24– Portaria MPS/MF 19/2014 Em regra, o salário de contribuição será composto pelas parcelas remuneratórias decorrentes do labor, inclusive abarcando a gratificação natalina (13º salário), conforme referendado pela Súmula 688 do STF, É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário. Inclusive, após a Lei 8.620/93, é válida a incidência da contribuição previdenciária em separado sobre a gratificação natalina, conforme entendimento pacificado pelo STJ (REsp 1066682, de 09.12.2009). Horas extras: “inf. 514 - DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O ADICIONAL DE HORAS EXTRAS. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de horas extras. A incidência decorre do fato de que o adicional de horas extras integra o conceito de remuneração. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.311.474-PE, DJe 17/9/2012, e AgRg no AREsp 69.958-DF, DJe 20/6/2012. AgRg no REsp 1.222.246-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/12/2012”. O salário-maternidade é considerado como salário de contribuição. O total das diárias de viagem integrará o salário de contribuição, se excedentes a 50% da remuneração mensal. Havia se formado uma controvérsia sobre a legalidade ou não da contribuição

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Frederico Amado

PARTE IIICUSTEIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL-RGPS

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Salário de contribuição   é a base de cálculosobre a qual incidirá a contribuiçãoprevidenciária do segurado empregado,doméstico, avulso, contribuinte individual efacultativo, assim como da cota patronal doempregador doméstico, normalmente formadopor parcelas remuneratórias do labor, ou, nocaso do segurado facultativo, o valor por eledeclarado, observados os limites mínimos emáximos legais.

• I - para o empregado e trabalhadoravulso: a remuneração auferida emuma ou mais empresas, assimentendida a totalidade dos rendimentospagos, devidos ou creditados aqualquer título, durante o mês,destinados a retribuir o trabalho,qualquer que seja a sua forma, inclusiveas gorjetas, os ganhos habituais sob aforma de utilidades e os adiantamentosdecorrentes de reajuste salarial, querpelos serviços efetivamente prestados,quer pelo tempo à disposição doempregador ou tomador de serviçosnos termos da lei ou do contrato ou,ainda, de convenção ou acordo coletivode trabalho ou sentença normativa.

• II - para o empregado doméstico: aremuneração registrada na Carteira deTrabalho e Previdência Social,observadas as normas a seremestabelecidas em regulamento paracomprovação do vínculo empregatício e

do valor da remuneração;• III - para o contribuinte individual: aremuneração auferida em uma ou maisempresas ou pelo exercício de suaatividade por conta própria, durante omês;

• IV - para o segurado facultativo: o valorpor ele declarado.

LIMITES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

O limite mínimo do salário de contribuição

corresponde ao piso salarial, legal ounormativo, da categoria ou, inexistindo este, aosalário mínimo , tomado no seu valor mensal,

diário ou horário, conforme o ajustado e otempo de trabalho efetivo durante o mês.De acordo com o artigo 1º, da Lei

Complementar 103/2000, os estados e oDistrito Federal ficam autorizados a instituir,mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, opiso salarial de que trata o inciso V, do artigo7o, da Constituição Federal, para osempregados que não tenham piso salarialdefinido em lei federal, convenção ou acordocoletivo de trabalho, podendo abarcar osempregados domésticos.

• O limite máximo fixado pela Emenda20/1998 foi de R$ 1.200,00, posteriormente

majorado pela Emenda 41/2003 para R$2.400,00.

• 2014 – R$ 4.390,24– Portaria MPS/MF19/2014

Em regra, o salário de contribuição serácomposto pelas parcelas remuneratóriasdecorrentes do labor, inclusive abarcando agratificação natalina (13º salário), conformereferendado pela Súmula 688 do STF, Élegítima a incidência da contribuiçãoprevidenciária sobre o 13º salário.Inclusive, após a Lei 8.620/93, é válida aincidência da contribuição previdenciária emseparado sobre a gratificação natalina,conforme entendimento pacificado pelo STJ(REsp 1066682, de 09.12.2009).Horas extras: “inf. 514 - DIREITOPREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA DECONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBREO ADICIONAL DE HORAS EXTRAS.Incide contribuição previdenciária sobre osvalores pagos a título de horas extras. A

incidência decorre do fato de que o adicionalde horas extras integra o conceito deremuneração. Precedentes citados: AgRg noREsp 1.311.474-PE, DJe 17/9/2012, e AgRg noAREsp 69.958-DF, DJe 20/6/2012. AgRg noREsp 1.222.246-SC, Rel. Min. HumbertoMartins, julgado em 6/12/2012”.

• O salário-maternidade é considerado comosalário de contribuição.

• O total das diárias de viagem integrará osalário de contribuição, se excedentes a

50% da remuneração mensal.• Havia se formado uma controvérsia sobre alegalidade ou não da contribuição

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previdenciária incidente sobre a quantiapaga a título de terço de férias gozadas, seposicionando o STF e o STJ pela

impossibilidade da cobrança, haja vista nãoserem incorporadas na aposentadoria dotrabalhador.STF, AI 712.880 AgR, de26.05.2009.STJ, Pet 7.296 / PE, de28.10.2009.

De acordo com a Súmula 458, do STJ, “acontribuição previdenciária incide sobre acomissão paga ao corretor de seguros”, por setratar de verba remuneratória do labor,devendo compor o salário de contribuição.

NÃO INTEGRAM O SC (§9º)-

A) Os benefícios da previdência social, excetoo salário maternidade;B) As ajudas de custo e o adicional mensalrecebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº5.929, de 30 de outubro de 1973 (hipóteses detransferência provisória ou permanente);C) A parcela "in natura" recebida de acordocom os programas de alimentação aprovados

pelo Ministério do Trabalho e da PrevidênciaSocial, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 deabril de 1976;

O STJ, NO FINAL DE 2010, MUDOU O SEUPOSICIONAMENTO:

1. O valor concedido pelo empregador a títulode vale-alimentação não se sujeita àcontribuição previdenciária, mesmo nashipóteses em que o referido benefício é pagoem dinheiro. REsp 1185685 , DE 17.12.2010

D) As importâncias recebidas a guisa de avisoprévio indenizado, férias e terço indenizados,licença-prêmio indenizada, incentivo à

demissão e multa de 40% sobre o FGTS, poisostentam natureza indenizatória;

“STJ - AVISO PRÉVIO INDENIZADO.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A Turmareafirmou que não há incidência decontribuição previdenciária sobre a verba pagaao trabalhador a título de aviso prévioindenizado, tendo em vista sua naturezaindenizatória. Ressaltou-se que o salário decontribuição é o valor da remuneração,considerados os rendimentos destinados aretribuir o trabalho (art. 28 da Lei n.8.212/1991), o que não se verifica na verba emquestão, pois, durante o período que

corresponde ao aviso prévio indenizado, oempregado não presta trabalho algum, nemfica à disposição do empregador. REsp1.221.665-PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 8/2/2011”.Terço de férias gozadas – STF e STJ

“O Supremo Tribunal Federal, em sucessivos julgamentos, firmou entendimento no sentidoda não incidência de contribuição social sobreo adicional de um terço (1/3), a que se refere oart. 7º, XVII, da Constituição Federal” (STF, RE587.941 AgR, de 30.09.2008).

“As Turmas que compõem a Primeira Seção doSTJ consolidaram o entendimento no sentidode afastar a contribuição previdenciária doterço de férias também de empregadosceletistas” (STJ, EDcl no AgRg no AREsp85.096, de 26.06.2012).

E) As importâncias referentes ganhoseventuais e os abonos expressamente

desvinculados do salário; indenização portempo de serviço, anterior a 05 de outubro de1988, do empregado não optante pelo Fundode Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;F) A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria.Contudo, de acordo com o STJ (AgRg no REsp1.079.978, de 20.10.2008), se for pago emdinheiro, integrará o salário de contribuição;

Entrementes, em 2010, ao julgar o RE 478.410(Informativo 578), o STF tomou posição diversa

da do STJ, afirmando que mesmo o vale-transporte pago em dinheiro não integrará osalário de contribuição, por não afetar o caráter

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não salarial da verba, sendo esta a posição aser adotada atualmente.Posição atual do STJ - 3. Em razão do

pronunciamento do Plenário do STF,declarando a inconstitucionalidade daincidência da contribuição previdenciária sobreas verbas referentes a auxílio-transporte,mesmo que pagas em pecúnia, faz-senecessária a revisão da jurisprudência do STJpara alinhar-se à posição do Pretório Excelso.4. Recurso Especial parcialmente conhecido e,em parte, provido” (REsp 1.194.788, de19.08.2010).

G) A ajuda de custo, em parcela única,

recebida exclusivamente em decorrência demudança de local de trabalho do empregado,na forma do art. 470 da CLT;

H) As diárias para viagens, desde que nãoexcedam a 50% (cinqüenta por cento) daremuneração mensal;

I) A importância recebida a título de bolsa decomplementação educacional de estagiário,quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 07de dezembro de 1977;

J) A participação nos lucros ou resultados daempresa, quando paga ou creditada de acordocom lei específica;

Vale ressaltar que o artigo 2º, da Lei10.101/2000, exige que a participação noslucros ou resultados seja objeto de negociaçãoentre a empresa e seus empregados, atravésde comissão ou acordo/convenção coletiva.

K) O abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao ServidorPúblico-PASEP;

L) Os valores correspondentes a transporte,alimentação e habitação fornecidos pelaempresa ao empregado contratado paratrabalhar em localidade distante da de suaresidência, em canteiro de obras ou local que,por força da atividade, exija deslocamento eestada, observadas as normas de proteçãoestabelecidas pelo Ministério do Trabalho;

Dica importante:Em vários casos abaixo, o legislador valeu-seda seguinte premissa: se a parcela paga é

extensível a todos os empregados e dirigentesda empresa, não irá compor o salário decontribuição. Caso limitada a alguns, a

contrario sensu , irá integrar o salário decontribuição, pois será uma remuneraçãodisfarçada.

M) A importância paga ao empregado a títulode complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo àtotalidade dos empregados da empresa;

N) As parcelas destinadas à assistência aotrabalhador da agroindústria canavieira, de quetrata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de

dezembro de 1965;

O) O valor das contribuições efetivamente pagopela pessoa jurídica relativo a programa deprevidência complementar, aberto ou fechado,desde que disponível à totalidade de seusempregados e dirigentes, observados, no quecouber, os arts. 9º e 468 da CLT;

P) O valor relativo à assistência prestada porserviço médico ou odontológico, próprio daempresa ou por ela conveniado, inclusive oreembolso de despesas com medicamentos,óculos, aparelhos ortopédicos, despesasmédico-hospitalares e outras similares, desdeque a cobertura abranja a totalidade dosempregados e dirigentes da empresa;

Q) O valor correspondente a vestuários,equipamentos e outros acessóriosfornecidos ao empregado e utilizados nolocal do trabalho para prestação dosrespectivos serviços;

R) O ressarcimento de despesas pelo uso deveículo do empregado e o reembolso crechepago em conformidade com a legislaçãotrabalhista, observado o limite máximo de seisanos de idade, quando devidamentecomprovadas as despesas realizadas;

Vale ressaltar que, na forma da Súmula310, do STJ, “o auxílio-creche não integra osalário de contribuição”.

S) o valor relativo a plano educacional,ou bolsa de estudo, que vise à educação

básica de empregados e seus dependentes e,desde que vinculada às atividadesdesenvolvidas pela empresa, à educação

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profissional e tecnológica de empregados, nostermos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de1996, e: (Redação dada pela Lei nº 12.513, de

2011) 1. não seja utilizado em substituição de parcelasalarial; e (Incluído pela Lei nº 12.513, de2011) 2. o valor mensal do plano educacional oubolsa de estudo, considerado individualmente,não ultrapasse 5% (cinco por cento) daremuneração do segurado a que se destina ouo valor correspondente a uma vez e meia ovalor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior.

T

T) A importância recebida a título de bolsa deaprendizagem garantida ao adolescente atéquatorze anos de idade, de acordo com odisposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;

U) Os valores recebidos em decorrênciada cessão de direitos autorais;

V) O valor da multa prevista no § 8º doart. 477 da CLT.X) o valor correspondente ao vale-cultura; Lei12.761/2012

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

1) do trabalhador e demais segurados daprevidência social, não incidindo contribuiçãosobre as aposentadorias e pensões do RPGS,na forma do artigo 195, inciso II, da CRFB;2) do empregador, da empresa e da entidadeequiparada na forma da lei, incidente sobre afolha de salários, e demais rendimentos dotrabalho pagos ou creditados, a qualquer título,à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo

sem vínculo empregatício, consoante previsãodo artigo 195, inciso I, “a”, da CRFB.

As contribuições previdenciárias constituemmodalidade de contribuição para o custeio daseguridade social, afetadas ao pagamento dosbenefícios do Regime Geral de PrevidênciaSocial, conforme determina o artigo 167, incisoXI, da CRFB.

Esses recursos ingressarão no fundoprevisto no artigo 250, da CRFB, instituído peloartigo 68, da Lei Complementar 101/2000,

sendo denominado de Fundo do Regime Geralde Previdência Social, vinculado ao Ministérioda Previdência Social e gerido pelo INSS, com

a finalidade de prover recursos para opagamento dos benefícios desse regimeprevidenciário.

É prevalente na doutrina a natureza tributáriadas contribuições previdenciárias, espécie decontribuição para o custeio da seguridadesocial, entendimento ratificado pelo SupremoTribunal Federal em inúmeros julgados

De acordo com artigo 43, §2º, da Lei8.212/91, inserido pela Lei 11.941/2009, artigoque trata das contribuições previdenciárias aserem arrecadadas na Justiça do Trabalho,considera-se ocorrido o fato gerador dascontribuições sociais na data da prestação do

serviço. Assim sendo, se ainda haviaqualquer dúvida acerca do momento daocorrência do fato gerador em concreto dascontribuições previdenciárias patronais e dostrabalhadores em geral, agora é indene dedúvida que a hipótese de incidência tributáriase realiza na data da prestação do serviço, enão do seu pagamento ou de outro marcoqualquer.

Assim sendo, o aspecto material   dahipótese de incidência das contribuiçõesprevidenciárias é a prestação do serviçoremunerado pelos trabalhadores (exceto paraos segurados facultativos), enquanto o aspectotemporal se realiza na data da prestação daatividade, apuradas mês a mês, concedendo-se um prazo para pagamento.

Vale frisar que, por força do Princípio daSolidariedade e da regra do artigo 12, §4º, daLei 8.212/91, o aposentado pelo Regime Geralde Previdência Social que estiver exercendo ouque voltar a exercer atividade abrangida poreste Regime é segurado obrigatório em relação

a essa atividade, ficando sujeito àscontribuições previdenciárias para fins decusteio da Seguridade Social, mesmo sempoder gozar de nova aposentadoria nesteregime previdenciário (SOBRE AREMUNERAÇÃO, E NÃO SOBRE AAPOSENTADORIA).

CONTRIBUIÇÕES DOS TRABALHADORESEmpregado, trabalhador avulso e empregadodoméstico – ART. 20, LEI 8212/91:  

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTOaté 1.317,07- 8,00%

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de 1.317,08 até 2.195,12 - 9,00%de 2.195,13 até 4.390,24 - 11,00%

Nestes casos (segurado empregado,trabalhador avulso e empregado doméstico), aresponsabilidade tributária pelo recolhimentoda contribuição previdenciária não será dossegurados e sim das empresas, empregadorese equiparados, que deverão perpetrar osdescontos e repassar à Secretaria de ReceitaFederal do Brasil as respectivas quantias,sendo uma hipótese de substituição tributáriaoriginária , na forma do artigo 30, incisos I e V,da Lei 8.212/91.

Com relação ao segurado empregado e

ao trabalhador avulso, haverá presunçãoabsoluta de desconto   das suas contribuiçõesprevidenciárias pelo empregador, empresa ouequiparado, que deverá responderexclusivamente pelo pagamento, caso nãotenha retido os valores ou não os repassado àUnião, na forma do artigo 33, §5º, da Lei8.212/91LEI 8212/91, ARTIGO 33: § 5º O desconto decontribuição e de consignação legalmenteautorizadas sempre se presume feito oportunae regularmente pela empresa a isso obrigada,não lhe sendo lícito alegar omissão para seeximir do recolhimento, ficando diretamenteresponsável pela importância que deixou dereceber ou arrecadou em desacordo com odisposto nesta Lei.Lei 8213/91 - Art. 35. Ao segurado empregadoe ao trabalhador avulso que tenham cumpridotodas as condições para a concessão dobenefício pleiteado mas não possamcomprovar o valor dos seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo, será

concedido o benefício de valor mínimo,devendo esta renda ser recalculada, quando daapresentação de prova dos salários-de-contribuição.

O mesmo não ocorre com osempregados domésticos, que foramdiscriminados pela legislação previdenciária,pois não gozam da mencionada presunçãoabsoluta de recolhimento das suascontribuições previdenciárias, apesar de ser deresponsabilidade dos empregadoresdomésticos. Contudo, paga-se o benefício no

valor mínimo:LEI 8213/91, ARTIGO 36: Para o seguradoempregado doméstico que, tendo satisfeito as

condições exigidas para a concessão dobenefício requerido, não comprovar o efetivorecolhimento das contribuições devidas, será

concedido o benefício de valor mínimo,devendo sua renda ser recalculada quando daapresentação da prova do recolhimento dascontribuições.

No caso dos empregados e avulsos , asempresas deverão fazer os recolhimento até odia 20   ao do mês subsequente ao dacompetência ou, se não for dia útil bancário, noimediatamente anterior, conforme inovação daLei 11.933/2009, ao passo que o empregadordoméstico  terá até o dia 15  do mês seguinte aoda competência para recolher a contribuição

descontada do empregado doméstico, ou o diaútil imediatamente posterior.Nova redação do artigo 30, inciso I, da Lei8.212/91.CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E SEGURADOFACULTATIVOArt. 21. A alíquota de contribuição dossegurados contribuinte individual e facultativoserá de vinte por cento sobre o respectivosalário-de-contribuição;

No caso destes segurados, em regra, aalíquota da contribuição previdenciária foifixada em 20% sobre o salário de contribuição,cabendo ao próprio segurado promoverdiretamente o recolhimento tempestivo dotributo, sob pena de não se filiar ao RGPS, atéo dia 15 ao do mês seguinte ao dacompetência, ou no dia útil imediatamenteposterior.Artigo 21, da Lei 8.212/91.

RECOLHIMENTO SIMPLIFICADO - art 21

§ 2

o

 No caso de opção pela exclusão do direitoao benefício de aposentadoria por tempo decontribuição, a alíquota de contribuiçãoincidente sobre o limite mínimo mensal dosalário de contribuição será de:I - 11% (onze por cento), no caso do seguradocontribuinte individual, ressalvado o dispostono inciso II, que trabalhe por conta própria, semrelação de trabalho com empresa ouequiparado e do segurado facultativo,observado o disposto na alínea b   do inciso IIdeste parágrafo;

II - 5% (cinco por cento): (Incluído pela Lei nº12.470, de 2011) 

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a) no caso do microempreendedor individual,de que trata o art. 18-A da Lei Complementarno 123, de 14 de dezembro de 2006; e (Incluído

pela Lei nº 12.470, de 2011)  (Produção deefeito) b) do segurado facultativo sem renda própriaque se dedique exclusivamente ao trabalhodoméstico no âmbito de sua residência, desdeque pertencente a família de baixa renda.§ 3o  O segurado que tenha contribuído naforma do § 2o deste artigo e pretenda contar otempo de contribuição correspondente para finsde obtenção da aposentadoria por tempo decontribuição ou da contagem recíproca dotempo de contribuição a que se refere o art. 94

da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverácomplementar a contribuição mensal medianterecolhimento, sobre o valor correspondente aolimite mínimo mensal do salário-de-contribuiçãoem vigor na competência a sercomplementada, da diferença entre opercentual pago e o de 20% (vinte por cento),acrescido dos juros moratórios de que trata o §3o  do art. 5o  da Lei no  9.430, de 27 dedezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº12.470, de 2011) (Produção de efeito) § 4o Considera-se de baixa renda, para os finsdo disposto na alínea b do inciso II do § 2o deste artigo, a família inscrita no CadastroÚnico para Programas Sociais do GovernoFederal - CadÚnico cuja renda mensal seja deaté 2 (dois) salários mínimos.

• Por força do artigo 4º, da MedidaProvisória 83/2002, convertida na Lei10.666/03, a partir da competência deabril de 2003 , o contribuinte individualprestador de serviços à pessoa jurídica

deixou de ser o responsável tributáriopelo recolhimento da sua contribuiçãoprevidenciária, que passou a ser deresponsabilidade da pessoa jurídicatomadora do serviço, à razão de 11%sobre o salário de contribuição, e nãomais de 20%, conforme explicitado noartigo 216, §26, do RPS.

• SEGURADO ESPECIAL• ARTIGO 25, LEI 8.212/91: I - 2% da

receita bruta proveniente dacomercialização da sua produção;

• II - 0,1% da receita bruta proveniente dacomercialização da sua produção para

financiamento das prestações poracidente do trabalho.

• ART. 195, §8º, CF: “§ 8º O produtor, o

parceiro, o meeiro e o arrendatáriorurais e o pescador artesanal, bemcomo os respectivos cônjuges, queexerçam suas atividades em regime deeconomia familiar, sem empregadospermanentes, contribuirão para aseguridade social mediante a aplicaçãode uma alíquota sobre o resultado dacomercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei”.

ARTIGO 25, LEI 8212/91:§ 1º O segurado especial de que trata este

artigo, além da contribuição obrigatória referidano caput, poderá contribuir, facultativamente,na forma do art. 21 desta Lei (COMO SEFOSSE CONTRIBUINTE INDIVIDUAL).

Em regra, não caberá ao seguradoespecial a responsabilidade pelo recolhimentoda sua contribuição previdenciária, e sim aoadquirente da produção, salvo secomercializada no exterior, diretamente novarejo a pessoa física, a produtor rural pessoafísica ou a outro segurado especial, até o dia20 do mês subsequente ao da competência ouno dia útil imediatamente anterior se nãohouver expediente bancário.

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EMPRESA E EQUIPARADO

Art. 15. Considera-se: (LEI 8212/91)I - empresa - a firma individual ou

sociedade que assume o risco de atividadeeconômica urbana ou rural, com fins lucrativos

ou não, bem como os órgãos e entidades daadministração pública direta, indireta efundacional;

Parágrafo único. Equipara-se aempresa, para os efeitos desta Lei, ocontribuinte individual em relação a seguradoque lhe presta serviço, bem como acooperativa, a associação ou entidade dequalquer natureza ou finalidade, a missãodiplomática e a repartição consular de carreiraestrangeiras

Incluem-se na base de cálculo dacontribuição previdenciária da empresa eequiparada as parcelas remuneratórias dotrabalho, excluindo-se as de cunhoindenizatório, a exemplo das listadas no §9º,do artigo 28, da Lei 8.212/91.

Por sua vez, não se considera comoremuneração direta ou indireta, os valoresdespendidos pelas entidades religiosas einstituições de ensino vocacional com ministrode confissão religiosa, membros de instituto devida consagrada, de congregação ou de ordem

religiosa em face do seu mister religioso oupara sua subsistência desde que fornecidos emcondições que independam da natureza e da

quantidade do trabalho executado . Artigo 22, §13, da Lei 8.212/91.

De seu turno, ao contrário do que

ocorre com o salário de contribuição, que limitao valor das contribuições previdenciárias dossegurados do RGPS, inexiste teto para opagamento das contribuições previdenciáriasdevidas pelas empresas e equiparadas.

Deverá a empresa promover orecolhimento até o dia 20 do mês subsequenteao da competência respectiva, conformeinovação da Lei 11.933/2009, ou no dia útilimediatamente anterior, se não houverexpediente bancário, pois antes o prazo era atéo dia 10 (Lei 11.488/2007) ou o dia 02 (Lei

9.063/95) no regime mais antigo.

CONTRIBUIÇÕES DAS EMPRESAS EEQUIPARADAS

• Art. 22. A contribuição a cargo da empresa,destinada à Seguridade Social, além dodisposto no art. 23, é de:

• I - vinte por cento sobre o total dasremunerações pagas, devidas oucreditadas a qualquer título, durante o mês,aos segurados empregados etrabalhadores avulsos que lhe prestemserviços, destinadas a retribuir o trabalho,qualquer que seja a sua forma, inclusive asgorjetas, os ganhos habituais sob a formade utilidades e os adiantamentosdecorrentes de reajuste salarial, quer pelosserviços efetivamente prestados, quer pelotempo à disposição do empregador outomador de serviços, nos termos da lei oudo contrato ou, ainda, de convenção ouacordo coletivo de trabalho ou sentença

normativaII - para o financiamento do benefício previstonos arts. 57 e 58 da Lei no  8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos emrazão do grau de incidência de incapacidadelaborativa decorrente dos riscos ambientais dotrabalho, sobre o total das remuneraçõespagas ou creditadas, no decorrer do mês, aossegurados empregados e trabalhadoresavulsos (CONTRIBUIÇÃO SAT):

a) 1% (um por cento) para as empresas

em cuja atividade preponderante o risco deacidentes do trabalho seja considerado leve;

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b) 2% (dois por cento) para asempresas em cuja atividade preponderanteesse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresasem cuja atividade preponderante esse riscoseja considerado grave.

LEI 10666/03Art. 10. A alíquota de contribuição de

um, dois ou três por cento, destinada aofinanciamento do benefício de aposentadoriaespecial ou daqueles concedidos em razão dograu de incidência de incapacidade laborativadecorrente dos riscos ambientais do trabalho,poderá ser reduzida, em até cinqüenta porcento, ou aumentada, em até cem por cento,

conforme dispuser o regulamento, em razão dodesempenho da empresa em relação àrespectiva atividade econômica, apurado emconformidade com os resultados obtidos apartir dos índices de freqüência, gravidade ecusto, calculados segundo metodologiaaprovada pelo Conselho Nacional dePrevidência Social.

A matéria vem regulada pelo artigo 202- A, do RPS , com redação alterada pelo Decreto6.957/2009, que criou o FAP – FatorAcidentário de Prevenção, consistente emmultiplicador variável (entre 0,5000 e 2,0000)que procederá à discriminação do desempenhoda empresa, dentro da respectiva atividadeeconômica, a partir da criação de um índicecomposto pelos índices de gravidade, defrequência e de custo dos valores dosbenefícios acidentários.SÚMULA 351 DO STJ

Súmula: 351- A alíquota de contribuiçãopara o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT)

é aferida pelo grau de risco desenvolvido emcada empresa, individualizada pelo seu CNPJ,ou pelo grau de risco da atividadepreponderante quando houver apenas umregistro.

ADICIONAL SAT – CUSTEIO DAAPOSENTADORIA ESPECIAL

A teor do artigo 57, §6º, da Lei8.213/91, as alíquotas da contribuição SATainda poderão ser acrescidas de 6%, 9% ou

12% (adicional SAT), se o seguradoempregado ou trabalhador avulso desenvolvaatividade enquadrada como especial , que leva

a uma aposentadoria diferenciada com apenas25, 20 ou 15 anos de contribuição.

As instituições financeiras   deverão

ainda pagar um adicional de 2,5% , perfazendoum total de 22,5%, em razão do maior lucro eautomação do setor, na forma do artigo 22,§1º, da Lei 8.212/91, discrímen validado peloSTF no julgamento da medida cautelar na açãocível 1.109, de 31.05.2007, com fulcro no artigo195, §9º, da CRFB, que admite aprogressividade das alíquotas dascontribuições para a seguridade social.

III - vinte por cento sobre o total dasremunerações pagas ou creditadas a qualquertítulo, no decorrer do mês, aos segurados

contribuintes individuais que lhe prestemserviços;

No caso das cooperativas de produção,esta deverá recolher uma contribuiçãoadicional de 6%, 9%, ou 12% (adicional SAT)para o custeio da aposentadoria especial de25, 20 ou 15 anos, respectivamente, caso setrate de atividade enquadrada como especialdesenvolvida pelo cooperado (contribuinteindividual) e que gere a citada aposentadoriacom menos anos de contribuição, como prevêo artigo 1º, §2º, da Lei 10.666/2003.

Também neste caso as instituiçõesfinanceiras deverão ainda pagar um adicionalde 2,5%, em razão do maior lucro eautomação, com base no artigo 22, §1º, da Lei8.212/91.

IV - quinze por cento sobre o valor brutoda nota fiscal ou fatura de prestação deserviços, relativamente a serviços que lhe sãoprestados por cooperados por intermédio decooperativas de trabalho.

Esta contribuição poderá ainda sofrer

um acréscimo de 5, 7 ou 9% para o custeio daaposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos,respectivamente, no caso de cooperadoexposto a agentes nocivos à sua saúde cujaatividade se enquadrar como especial, a cargoda empresa tomadora de serviços – LEI10666/03, ARTIGO 1º, §1º. 

Entende-se como cooperativa detrabalho, espécie de cooperativa tambémdenominada cooperativa de mão-de-obra, asociedade formada por operários, artífices, oupessoas da mesma profissão ou ofício ou de

vários ofícios de uma mesma classe, que, naqualidade de associados, prestam serviços aterceiros por seu intermédio.

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Artigo 209, da Instrução Normativa RFB971/2009.Esta disposição que afasta a regra geral dos

20% sobre o total das remunerações pagas oucreditadas.Artigo 201, §19, do RPS.EMPREGADOR DOMÉSTICO

ARTIGO 15, II, LEI 8.212/91:empregador doméstico - a pessoa ou famíliaque admite a seu serviço, sem finalidadelucrativa, empregado doméstico.

Art. 24. A contribuição do empregadordoméstico é de 12% (doze por cento) dosalário-de-contribuição do empregadodoméstico a seu serviço.

Deverá ser recolhida até o dia 15 do mêssubsequente ao da competência, ou, se não fordia útil, no primeiro imediatamente posterior, juntamente com a contribuição descontada dosalário do empregado, valendo ressaltar que secuida da única contribuição patronal queincidirá sobre o salário de contribuição, tendo,destarte, um teto.

Será possível o recolhimento trimestraldas contribuições previdenciárias peloempregador doméstico, caso o salário decontribuição seja de um salário mínimo.

O empregador doméstico poderárecolher a contribuição do seguradoempregado a seu serviço e a parcela a seucargo relativas à competência novembroaté o dia 20 de dezembro, juntamente coma contribuição referente à gratificaçãonatalina - décimo terceiro salário -utilizando-se de um único documento dearrecadação. Artigo 216, §16, do RPS.

INOVAÇÃO DA LEI 12.470/2011ARTIGO 24, LEI 8212/91Parágrafo único. Presentes os elementos darelação de emprego doméstico, o empregadordoméstico não poderá contratarmicroempreendedor individual de que trata oart. 18-A da Lei Complementar no  123, de 14de dezembro de 2006, sob pena de ficar sujeitoa todas as obrigações dela decorrentes,inclusive trabalhistas, tributárias eprevidenciárias.” (NR)

CONTRIBUIÇÕES SUBSTITUTIVAS DA COTAPATRONAL

TIMES DE FUTEBOL PROFISSIONAL:Art. 22-

§ 6º A contribuição empresarial daassociação desportiva que mantém equipe defutebol profissional destinada à SeguridadeSocial, em substituição à prevista nos incisos Ie II deste artigo, corresponde a cinco por centoda receita bruta, decorrente dos espetáculosdesportivos de que participem em todo território

nacional em qualquer modalidade desportiva,inclusive jogos internacionais, e de qualquerforma de patrocínio, licenciamento de uso demarcas e símbolos, publicidade, propaganda ede transmissão de espetáculos desportivos.

Frise-se que esta contribuição nãosubstituirá a incidente sobre as remuneraçõesdos contribuintes individuais prestadores deserviços à associação desportiva, mas apenasno que concerne aos empregados e avulsos.

Por sua vez, caberá a entidadepromotora do espetáculo a responsabilidade

tributária de efetuar os descontos e repassar àUnião os recursos até 02 dias úteis após arealização do evento esportivo.

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No caso de a associação desportivareceber recursos a título de patrocínio,licenciamento de uso de marcas e símbolos,

publicidade, propaganda e transmissão deespetáculos, caberá à empresa pagadora aresponsabilidade de reter e recolher opercentual de 5% da receita bruta decorrentedo evento, inadmitida qualquer dedução, até odia 20 do mês subsequente ao dacompetência.

• De acordo com o atual regramento, estacontribuição substitutiva beneficiará asassociações desportivas que mantenhamequipe de futebol profissional e atividade

econômica organizada para a produção ecirculação de bens e serviços e que seorganize regularmente, segundo um dostipos disciplinados nos artigos 1.039 a1.092, do Código Civil.

• Antes, por força da Medida Provisória358/2007, que alterou a redação do §11, doartigo 22, da Lei 8.212/91, era preciso quese tratasse de sociedade empresarial paragozar desta contribuição substitutiva, maseste dispositivo foi excluído da Lei deconversão (11.505/2007).

PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA (art. 25,Lei 8.212/91): 2,0% sobre a receita brutaproveniente da comercialização da suaprodução, sofrendo um acréscimo de 0,1%para financiamento das prestações poracidente do trabalho (SAT), o que perfaz umtotal de 2,1%.

Em 03.02.2010, no julgamento do RE363.852, noticiado pelo Informativo 573, oPlenário do STF pronunciou a sua

inconstitucionalidade incidental, em razão dese caracterizar como nova fonte de custeio, oque demandaria a edição de lei complementar,dentre outros fundamentos.“CONTRIBUIÇÃO SOCIAL -COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS -PRODUTORES RURAIS PESSOASNATURAIS - SUB-ROGAÇÃO - LEI Nº8.212/91 - ARTIGO 195, INCISO I, DA CARTAFEDERAL - PERÍODO ANTERIOR À EMENDACONSTITUCIONAL Nº 20/98 - UNICIDADE DEINCIDÊNCIA - EXCEÇÕES - COFINS E

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PRECEDENTE -INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR.Ante o texto constitucional, não subsiste a

obrigação tributária sub-rogada do adquirente,presente a venda de bovinos por produtoresrurais, pessoas naturais, prevista nos artigos

12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, incisoIV, da Lei nº 8.212/91, com as redaçõesdecorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97.Aplicação de leis no tempo – considerações”.

PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA:

Artigo 25, da Lei 8.870/94A alíquota da contribuição será 2,5%

sobre a receita bruta proveniente dacomercialização da sua produção, sofrendo umacréscimo de 0,1% para financiamento das

prestações por acidente do trabalho (SAT), oque perfaz um total de 2,6%.

ARRECADAÇÃO DAS CONT.PREVIDENCIÁRIAS

Desde o advento da Lei 11.457/2007, atributação, a fiscalização, a arrecadação, acobrança e o recolhimento de todas ascontribuições para a seguridade social

passaram a ser da competência da Secretariada Receita Federal do Brasil, órgão da União,integrante da estrutura do Ministério daFazenda, nova denominação dada à antigaSecretaria da Receita Federal, após a extinçãoda Secretaria de Receita Previdenciária, queintegrava o Ministério da Previdência Social, naforma do artigo 39, da Lei 8.212/91, na antigaredação dada pela Lei 11.098/2005.LEI 8212/91 - Art. 33. À Secretaria da ReceitaFederal do Brasil compete planejar, executar,acompanhar e avaliar as atividades relativas à

tributação, à fiscalização, à arrecadação, àcobrança e ao recolhimento das contribuições

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sociais previstas no parágrafo único do art. 11desta Lei, das contribuições incidentes a títulode substituição e das devidas a outras

entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº11.941, de 2009). § 1o  É prerrogativa da Secretaria da Receita

Federal do Brasil, por intermédio dosAuditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil,o exame da contabilidade das empresas,ficando obrigados a prestar todos osesclarecimentos e informações solicitados osegurado e os terceiros responsáveis pelorecolhimento das contribuições previdenciáriase das contribuições devidas a outras entidadese fundos.

§ 2o  A empresa, o segurado da PrevidênciaSocial, o serventuário da Justiça, o síndico ouseu representante, o comissário e o liquidantede empresa em liquidação judicial ouextrajudicial são obrigados a exibir todos osdocumentos e livros relacionados com ascontribuições previstas nesta Lei. §3o  Ocorrendo recusa ou sonegação dequalquer documento ou informação, ou suaapresentação deficiente, a Secretaria daReceita Federal do Brasil pode, sem prejuízoda penalidade cabível, lançar de ofício aimportância devida

§ 4o  Na falta de prova regular e formalizadapelo sujeito passivo, o montante dos saláriospagos pela execução de obra de construçãocivil pode ser obtido mediante cálculo da mãode obra empregada, proporcional à áreaconstruída, de acordo com critériosestabelecidos pela Secretaria da ReceitaFederal do Brasil, cabendo ao proprietário,dono da obra, condômino da unidadeimobiliária ou empresa corresponsável o ônus

da prova em contrário.§ 5º O desconto de contribuição e deconsignação legalmente autorizadas sempre sepresume feito oportuna e regularmente pelaempresa a isso obrigada, não lhe sendo lícitoalegar omissão para se eximir do recolhimento,ficando diretamente responsável pelaimportância que deixou de receber ouarrecadou em desacordo com o disposto nestaLei.§ 6º Se, no exame da escrituração contábil ede qualquer outro documento da empresa, a

fiscalização constatar que a contabilidade nãoregistra o movimento real de remuneração dossegurados a seu serviço, do faturamento e do

lucro, serão apuradas, por aferição indireta, ascontribuições efetivamente devidas, cabendo àempresa o ônus da prova em contrário.

Ademais, com a promulgação daEmenda 20/98 e posteriormente da Emenda45/2004, que incluiu o inciso VIII, no artigo 114,da CRFB, a Justiça do Trabalho passou a tercompetência para executar, de ofício, ascontribuições previdenciárias patronais e dostrabalhadores, inclusive os respectivosacréscimos legais, decorrentes das sentençasque proferir.Art. 114. Compete à Justiça do Trabalhoprocessar e julgar:VIII a execução, de ofício, das contribuições

sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seusacréscimos legais, decorrentes das sentençasque proferir; (Incluído pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004) 

De acordo com o STF, a mencionadacompetência da Justiça do Trabalho restringe-se às decisões condenatórias de verbastrabalhistas, não devendo haver arrecadaçãodas contribuições previdenciárias caso asentença seja meramente declaratória dovínculo de emprego:1. O Supremo Tribunal Federal fixouentendimento no sentido de que a competênciada Justiça do Trabalho restringe-se àexecução, de ofício, das contribuiçõesprevidenciárias decorrentes de sentençascondenatórias e não alcança, assim, aquelarelativa ao vínculo empregatício reconhecidona sentença, mas sem condenação ou acordosobre o pagamento das verbas trabalhistas quepossam servir como base de cálculo. [RE n.569.056, Plenário, Relator o Ministro Menezes

Direito, DJ de 12.12.08].Art. 43. Nas ações trabalhistas de que resultaro pagamento de direitos sujeitos à incidênciade contribuição previdenciária, o juiz, sob penade responsabilidade, determinará o imediatorecolhimento das importâncias devidas àSeguridade Social.

§ 1o  Nas sentenças judiciais ou nos acordoshomologados em que não figurarem,discriminadamente, as parcelas legais relativasàs contribuições sociais, estas incidirão sobre ovalor total apurado em liquidação de sentença

ou sobre o valor do acordohomologado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de2009). 

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§ 2o  Considera-se ocorrido o fato gerador dascontribuições sociais na data da prestação doserviço. § 3o  As contribuições sociais

serão apuradas mês a mês, com referência aoperíodo da prestação de serviços, mediante aaplicação de alíquotas, limites máximos dosalário-de-contribuição e acréscimos legaismoratórios vigentes relativamente a cada umadas competências abrangidas, devendo orecolhimento ser efetuado no mesmo prazo emque devam ser pagos os créditos encontradosem liquidação de sentença ou em acordohomologado, sendo que nesse último caso orecolhimento será feito em tantas parcelasquantas as previstas no acordo, nas mesmas

datas em que sejam exigíveis eproporcionalmente a cada uma delas.§ 4o  No caso de reconhecimento judicial daprestação de serviços em condições quepermitam a aposentadoria especial após 15(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anosde contribuição, serão devidos os acréscimosde contribuição de que trata o § 6o do art. 57da Lei no 8.213, de 24 de julho de1991. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). 

§ 5o  Na hipótese de acordo celebradoapós ter sido proferida decisão de mérito, acontribuição será calculada com base no valordo acordo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de2009). 

De acordo com entendimento do TST, este §5ºabarca, inclusive, os acordos homologadosapós o trânsito em julgado de sentençacondenatória trabalhista, pois a conciliação éobjetivo a ser buscado pelo Poder Judiciário(CPC, art. 125, IV, e 448; CLT, art. 846),cabendo, no processo trabalhista, a qualquer

momento (PROCESSO Nº TST-AIRR-9741-66.2007.5.03.0016, 3ª Turma, de 28/04/2010).No entanto, o acordo deverá respeitar a

proporcionalidade entre as parcelasremuneratórias e as indenizatórias fixadas nadecisão condenatória, nos termos daOrientação Jurisprudencial 376 do TST,publicada em 19/04/2010:“OJ 376. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS OTRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇACONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O

VALOR HOMOLOGADO. É devida acontribuição previdenciária sobre o valor doacordo celebrado e homologado após o trânsito

em julgado de decisão judicial, respeitada aproporcionalidade de valores entre as parcelasde natureza salarial e indenizatória deferidas

na decisão condenatória e as parcelas objetodo acordo”.§ 6o  Aplica-se o disposto neste artigo aosvalores devidos ou pagos nas Comissões deConciliação Prévia de que trata a Lei no 9.958,de 12 de janeiro de 2000.

No caso de condenação de empresa aopagamento de verbas trabalhistas devidas aoprestador de serviços sem vínculo de emprego(contribuinte individual), a condenação deveráser de 20% referente à cota da empresa e de11% da parte do segurado.

Nesse sentido, a OrientaçãoJurisprudencial 398, da Seção de DissídiosIndividuais 1 do TST:

“OJ-SDI1-398. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMO-LOGADO EM JUÍZO SEMRECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EM-PREGO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.RECOLHIMENTO DA ALÍ-QUOTA DE 20% ACARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO DOPRESTADOR DE SERVIÇOS. (DEJTdivulgado em 02, 03 e 04.08.2010)Nos acordos homologados em juízo em quenão haja o reconhecimento de vínculoempregatício, é devido o recolhimento dacontribuição previdenciária, mediante aalíquota de 20% a cargo do tomador deserviços e de 11% por parte do prestador deserviços, na qualidade de contribuinteindividual, sobre o valor total do acordo,respeitado o teto de contribuição. Inteligênciado § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22,

todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991”.Inclusive, não será necessária aCertidão de Dívida Ativa para a habilitação docrédito previdenciário reconhecido pela Justiçado Trabalho em juízo falimentar:

“INFORMATIVO 530 STJ- DIREITOPROCESSUAL CIVIL. HABILITAÇÃO DECRÉDITO PREVIDENCIÁRIO EM PROCESSODE FALÊNCIA.É desnecessária a apresentação de Certidãode Dívida Ativa (CDA) para habilitação, em

processo de falência, de crédito previdenciárioresultante de decisão judicial trabalhista. Comefeito, a constituição do crédito tributário pela

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via administrativa do lançamento, da qualresulta a CDA, título executivo extrajudicialconforme o art. 585, VII, do CPC, não se

confunde com o crédito materializado no títuloexecutivo judicial no qual foi reconhecida umaobrigação tributária, nascida com o fatogerador, cuja ocorrência se dá "na data daprestação do serviço“ ...(art. 43, § 2º, da Lei n. 8.212/1991).Efetivamente, a sentença da justiça laboral quecondena o empregador a uma obrigação decaráter trabalhista e, por consequência,reconhece a existência do fato gerador daobrigação tributária insere-se na categoriageral de sentença proferida no processo civil

que reconhece a existência de obrigação defazer, não fazer, entregar coisa ou pagarquantia (art. 475-N, CPC). Desse modo, asentença consubstancia, ela própria, títuloexecutivo judicial no qual subjaz o crédito paraa Fazenda Pública. REsp 1.170.750-SP, Rel.Min. Luis Felipe Salomão, julgado em27/08/2013”.

Caso a sentença trabalhista tenhadiscriminado o recolhimento de contribuiçõesprevidenciárias indevidas ou além do valorcorreto, a Justiça Laboral não detémcompetência para julgar a ação de repetição doindébito tributário, e sim a Justiça Federal:1. O art. 114 da Constituição Federal, alteradocom a Emenda Constitucional 45/04, quepromoveu a reforma do Poder Judiciário eampliou a competência da Justiça do Trabalho,atribui à referida Justiça Especializada acompetência para processar e julgar, entreoutras questões, as -ações oriundas- e -outrascontrovérsias decorrentes da relação detrabalho-. 2. No entanto, consoante o disposto

no art. 109, I, da Constituição Federal, verifica-se que esta Justiça Especializada não temcompetência para atuar como instância julgadora sobre a contribuição previdenciária,não podendo processar, muito menos julgar,ação de repetição do indébito movida contra aautarquia previdenciária, cuja competência jurisdicional é da Justiça Federal”. (TST,Processo: RR - 558-97.2010.5.18.0000 Data deJulgamento: 10/08/2010, Relatora JuízaConvocada: Maria Doralice Novaes, 7ª Turma,Data de Publicação: DEJT 13/08/2010”.

Frise-se que a arrecadação trabalhistadas contribuições previdenciárias, por si só,não vinculará o INSS a reconhecer o tempo de

contribuição respectivo, pois algumas vezestrata-se de acordo fruto de lide simuladahomologado em Juízo, com o propósito de

gerar a concessão de benefíciosprevidenciários irregulares.STJ - A jurisprudência desta Corte é pacíficano sentido de que a sentença trabalhista podeser considerada como início de prova material,mostrando-se hábil para a determinação dotempo de serviço previsto no artigo 55, § 3º, daLei nº 8.213/1991, desde que fundada emelementos que evidenciem o exercício daatividade laborativa na função e períodosalegados na ação previdenciária, ainda que oINSS não tenha integrado a respectiva lide. 2.

In casu, a decisão da Justiça do Trabalho nãoserve como prova apta a autorizar oreconhecimento do alegado tempo de serviço,pois inexistentes quaisquer documentos aevidenciar o exercício da atividade laborativa(AgRg no REsp 1.053.909, de 19.08.2008).”3. A jurisprudência do STJ é firme no sentidode que a sentença trabalhista pode serconsiderada como início de prova material,sendo apta a comprovar o tempo de serviçoprescrito no artigo 55, § 3º da Lei 8.213/91,desde que fundamentada em elementos quedemonstrem o exercício da atividade laborativanos períodos alegados, como no caso” (STJ, 2ªTurma, AgRg no REsp 1307703, de03/05/2012).Logo, a Súmula 31 da TNU, ao dispor que “aanotação na CTPS decorrente de sentençatrabalhista homologatória constitui início deprova material para fins previdenciários”,deverá ser interpretada de acordo com alegislação previdenciária, pois deverá estarlastreada em início de prova material.

A retenção feita pelo contratante de serviços decessão de mão de obraArt. 31. A empresa contratante de

serviços executados mediante cessão de mãode obra, inclusive em regime de trabalhotemporário, deverá reter 11% (onze por cento)do valor bruto da nota fiscal ou fatura deprestação de serviços e recolher, em nome daempresa cedente da mão de obra, aimportância retida até o dia 20 (vinte) do mêssubsequente ao da emissão da respectiva notafiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente

anterior se não houver expediente bancárionaquele dia, observado o disposto no § 5o  doart. 33 desta Lei

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• Não se trata diretamente depagamento das contribuiçõesprevidenciárias patronais, e sim da

técnica legal da antecipaçãocompensável, pois posteriormente aquantia retida será utilizada para opagamento das contribuiçõesprevidenciárias devidas pela prestadorade serviços de mão de obra.

Posteriormente, será feito umconfronto entre o valor retido e o devidopela empresa prestadora de serviços demão de obra a guisa de contribuiçãoprevidenciária patronal, operando-seuma compensação, que poderá gerar o

direito à restituição do queeventualmente sobre ou o pagamentodo remanescente pela pessoa jurídica.No dia 1º de agosto de 2011, a

Suprema Corte corroborou a validade do artigo31, da Lei 8.212/91, no julgamento do recursoextraordinário 603.191, consoante noticiado noInformativo 634:“Contribuição previdenciária de prestadoras deserviçoÉ constitucional a retenção de 11% sobre ovalor bruto da nota fiscal ou fatura de prestaçãode serviços por parte das empresas tomadorasde serviço, a título de contribuiçãoprevidenciária. Ao reafirmar esseentendimento, o Plenário, por maioria,desproveu recurso extraordinário em quepretendida a declaração incidental deinconstitucionalidade do art. 31 da Lei8.212/91.SÚMULA 425 STJ

Súmula: 425- A retenção dacontribuição para a seguridade social pelo

tomador do serviço não se aplica às empresasoptantes pelo Simples.Hipóteses de responsabilização solidária

Vale salientar que o artigo 13, da Lei8.620/93, previa a solidariedade do titular defirma individual e dos sócios das empresascom cotas de responsabilidade limitada pelosdébitos à seguridade social da pessoa jurídica,tendo sido revogado pela Lei 11.941/2009.

Aliás, antes da derrogação, o STJ jávinha afastando a referida solidariedade, sob o

argumento de ser tema afeto à leicomplementar, por força do artigo 146, III, “b”,da CRFB, bem como da exigência de culpa

para a responsabilização dos sócios desociedade limitada, a teor do artigo 1.016, doCódigo Civil. (AGRESP 200700948767, de

20.09.2007).Em 03.11.2010, ao julgar o RE 562.276,o STF pronunciou a inconstitucionalidade doreferido dispositivo, conforme narrado porpassagem do Informativo607: “Responsabilidade de sócios cotistas pordébitos contraídos junto à Seguridade Social -1É inconstitucional o art. 13 da Lei 8.620/93, naparte em que estabeleceu que os sócios dasempresas por cotas de responsabilidadelimitada respondem solidariamente, com seus

bens pessoais, pelos débitos junto àSeguridade Social. Essa a conclusão doPlenário ao manter acórdão que declararainconstitucional o referido dispositivo porofensa ao art. 146, III, b, da CF.

Construção civil – Artigo 30, VIVI - o proprietário, o incorporador

definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de1964, o dono da obra ou condômino daunidade imobiliária, qualquer que seja a formade contratação da construção, reforma ouacréscimo, são solidários com o construtor, eestes com a subempreiteira, pelo cumprimentodas obrigações para com a Seguridade Social,ressalvado o seu direito regressivo contra oexecutor ou contratante da obra e admitida aretenção de importância a este devida paragarantia do cumprimento dessas obrigações,não se aplicando, em qualquer hipótese, obenefício de ordemVII - exclui-se da responsabilidade solidáriaperante a Seguridade Social o adquirente deprédio ou unidade imobiliária que realizar a

operação com empresa de comercialização ouincorporador de imóveis, ficando estessolidariamente responsáveis com o construtor;VIII - nenhuma contribuição à SeguridadeSocial é devida se a construção residencialunifamiliar, destinada ao uso próprio, de tipoeconômico, for executada sem mão-de-obraassalariada, observadas as exigências doregulamento;

Empresas do mesmo grupo econômico – Art. 30, IX

IX - as empresas que integram grupo

econômico de qualquer natureza respondementre si, solidariamente, pelas obrigaçõesdecorrentes desta Lei.

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Na forma do artigo 2º, §2º, da CLT,“sempre que uma ou mais empresas, tendo,embora, cada uma delas, personalidade

 jurídica própria, estiverem sob a direção,controle ou administração de outra,constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão,para os efeitos da relação de emprego,solidariamente responsáveis a empresaprincipal e cada uma das subordinadas”

Gestores dos entes da AdministraçãoPública Indireta – Art. 42

Art. 42. Os administradores deautarquias e fundações públicas, criadas emantidas pelo Poder Público, de empresas

públicas e de sociedades de economia mistasujeitas ao controle da União, dos Estados, doDistrito Federal ou dos Municípios, que seencontrarem em mora, por mais de 30 (trinta)dias, no recolhimento das contribuiçõesprevistas nesta Lei, tornam-se solidariamenteresponsáveis pelo respectivo pagamento,ficando ainda sujeitos às proibições do art. 1º eàs sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto-lei nº368, de 19 de dezembro de 1968.

RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO DASCONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Art. 89. As contribuições sociaisprevistas nas alíneas a , b e c do parágrafoúnico do art. 11 desta Lei (CONTRIBUIÇÕESPREVIDENCIÁS DOS TRABALHADORES EPATRONAIS), as contribuições instituídas atítulo de substituição e as contribuições devidasa terceiros somente poderão ser restituídas oucompensadas nas hipóteses de pagamento ourecolhimento indevido ou maior que o devido,

nos termos e condições estabelecidos pelaSecretaria da Receita Federal do Brasil.§ 4o  O valor a ser restituído ou

compensado será acrescido de juros obtidospela aplicação da taxa referencial do SistemaEspecial de Liquidação e de Custódia – SELICpara títulos federais, acumulada mensalmente,a partir do mês subsequente ao do pagamentoindevido ou a maior que o devido até o mêsanterior ao da compensação ou restituição e de1% (um por cento) relativamente ao mês emque estiver sendo efetuada;

§ 8o

  Verificada a existência de débitoem nome do sujeito passivo, o valor da

restituição será utilizado para extingui-lo, totalou parcialmente, mediante compensação.

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO

Art. 47. É exigida Certidão Negativa deDébito-CND, fornecida pelo órgão competente,nos seguintes casos:

I - da empresa:a) na contratação com o Poder Público

e no recebimento de benefícios ou incentivofiscal ou creditício concedido por ele;

b) na alienação ou oneração, a qualquertítulo, de bem imóvel ou direito a ele relativo;

c) na alienação ou oneração, a qualquer

título, de bem móvel de valor superior a Cr$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos milcruzeiros) (R$ 45.320,71 - 2014) incorporadoao ativo permanente da empresa;

d) no registro ou arquivamento, noórgão próprio, de ato relativo a baixa ouredução de capital de firma individual, reduçãode capital social, cisão total ou parcial,transformação ou extinção de entidade ousociedade comercial ou civil e transferência decontrole de cotas de sociedades deresponsabilidade limitada;

II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, deobra de construção civil, quando de suaaverbação no registro de imóveis, salvo nocaso do inciso VIII do art. 30 (RESIDÊNCIAUNIFAMILIAR).OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DASEMPRESAS

LEI 8.212/91: Art. 32. A empresa é tambémobrigada a:

I - preparar folhas-de-pagamento dasremunerações pagas ou creditadas a todos ossegurados a seu serviço, de acordo com ospadrões e normas estabelecidos pelo órgãocompetente da Seguridade Social;

II - lançar mensalmente em títulospróprios de sua contabilidade, de formadiscriminada, os fatos geradores de todas ascontribuições, o montante das quantiasdescontadas, as contribuições da empresa e ostotais recolhidos;

III – prestar à Secretaria da ReceitaFederal do Brasil todas as informaçõescadastrais, financeiras e contábeis de seu

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interesse, na forma por ela estabelecida, bemcomo os esclarecimentos necessários àfiscalização;

IV – declarar à Secretaria da ReceitaFederal do Brasil e ao Conselho Curador doFundo de Garantia do Tempo de Serviço –FGTS, na forma, prazo e condiçõesestabelecidos por esses órgãos, dadosrelacionados a fatos geradores, base decálculo e valores devidos da contribuiçãoprevidenciária e outras informações deinteresse do INSS ou do Conselho Curador doFGTS (GFIP).V- VETADO

VI – comunicar, mensalmente, aosempregados, por intermédio de documento aser definido em regulamento, os valoresrecolhidos sobre o total de sua remuneração aoINSS. (Incluído pela Lei nº 12.692, de 2012) §2º- A declaração de que trata o inciso IV docaput deste artigo constitui instrumento hábil esuficiente para a exigência do crédito tributário,e suas informações comporão a base de dadospara fins de cálculo e concessão dosbenefícios previdenciáriosOutras obrigações acessórias:Art. 68. O Titular do Cartório de Registro Civilde Pessoas Naturais fica obrigado acomunicar, ao INSS, até o dia 10 de cada mês,o registro dos óbitos ocorridos no mêsimediatamente anterior, devendo da relaçãoconstar a filiação, a data e o local denascimento da pessoa falecida.

Art. 50. Para fins de fiscalização do INSS, oMunicípio, por intermédio do órgãocompetente, fornecerá relação de alvarás paraconstrução civil e documentos de "habite-se"

concedidos.Art. 32-B. Os órgãos da administração direta,as autarquias, as fundações e as empresaspúblicas da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, cujas Normas Geraisde Direito Financeiro para elaboração econtrole dos orçamentos estão definidas pelaLei nº 4.320, de 17 de março de 1964, e pelaLei Complementar nº 101, de 4 de maio de2000, ficam obrigados, na forma estabelecidapela Secretaria da Receita Federal do Brasil doMinistério da Fazenda, a apresentar: (Incluído

pela Lei nº 12.810, de 2013) 

I - a contabilidade entregue ao Tribunal deControle Externo; e (Incluído pela Lei nº12.810, de 2013)

II - a folha de pagamento. (Incluído pela Lei nº12.810, de 2013)Parágrafo único. As informações de que trata ocaput deverão ser apresentadas até o dia 30de abril do ano seguinte ao encerramento doexercício

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

A decadência e a prescrição sãotambém causas de extinção do créditotributário previstas no artigo 156, do CTN,

decorrentes da inércia do Poder Público emconstituí-lo mediante o procedimento delançamento (decadência) e de cobrá-lo após asua constituição definitiva (prescrição), ambasoperando-se em cinco anos.

Durante muitos anos a decadência e aprescrição das contribuições para a seguridadesocial sofreram regulamentação específica nosartigos 45 e 46, da Lei 8.212/91, que previam olapso temporal de dez anos   para a ocorrência

de ambos.Sucede que a tese da

inconstitucionalidade formal dessesdispositivos foi muito bem construída ao longodos anos e encontrou acolhida dos principaistributaristas do Brasil, pois obrigação, crédito,lançamento, prescrição e decadênciatributários são temas afetos à leicomplementar, e não ordinária, na forma doquanto consignado expressamente no artigo146, III, “b”, da CRFB.

Nesse sentido, o STF pronunciou ainconstitucionalidade formal dos artigos 45 e

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46, da Lei 8.212/91, no julgamento do RE560.626, de 12.06.2008.

Contudo, provavelmente com receio do

impacto financeiro em razão da restituição dascontribuições securitárias já pagas, mas jáfulminadas pela decadência ou prescrição, aSuprema Corte se valeu do instituto damodulação da eficácia da declaração deinconstitucionalidade, previsto no artigo 27, daLei 9.868/99, validando as arrecadações feitasaté o dia 11.06.2008 e não impugnadasadministrativa ou judicialmente até essa data(dia do julgamento).

“Súmula vinculante 08 - São inconstitucionais o

parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº8.212/1991, que tratam de prescrição edecadência de crédito tributário”.