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Tipos de Biorreatores: reais, não convencionais e com células imobilizadas. Prof. Dr. Marcelo Fossa da Paz mfpaz9@gmail

Aula 06 e 7 - Tipos de Biorreatores Convencionais e Com Células Imobilizadas

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Aula 06 e 7 - Tipos de Biorreatores Convencionais e Com Células Imobilizadas

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  • Tipos de Biorreatores: reais, no convencionais e com clulas imobilizadas.

    Prof. Dr. Marcelo Fossa da Paz

    mfpaz9@gmail

  • STR Coluna de bolhas

    Air-lift

    Plug-flow

    Clulas imobilizadas leito fixo

    Membranas planas

    Fibra oca (Hollow-fiber)

    Clulas imobilizadas leito fluidizado

    Tipos de Biorreatores

  • STR: consiste em um tanque cilndrico com agitao mecnica.

    O agitador montado num eixo central do fermentador,

    possuindo, ao longo de sua altura, uma srie de turbinas, as

    quais podem ser de diferentes tipos.

    Reatores agitados pneumaticamente (b e c): se caracterizam

    basicamente pela ausncia do agitador mecnico, sendo a

    agitao do lquido efetuada apenas pelo borbulhamento de um

    gs (normalmente ar) no reator.

    Menores tenses de cisalhamento cultivo de clulas animais e

    vegetais.

    (b) Bubble column: coluna de bolhas tem movimento aleatrio do

    lquido dentro do reator.

    (c) Air-lift: movimentao cclica do lquido atravs de

    dispositivos e arranjos internos construdos com esse propsito.

  • Fluxo pistonado (plug-flow): o inculo e meio de cultura

    so misturados na entrada do sistema, sem haver

    mistura longitudinal. Ocorre variao na concentrao

    dos nutrientes e das clulas ao longo do comprimento

    do reator.

    Clulas / enzimas imobilizadas: o biocatalisador se encontra

    imobilizado em um suporte inerte como, por exemplo, alginato,

    gar, K-carragena, pectina, vidro, slica, etc.

    A finalidade de utilizar clulas / enzimas imobilizadas a

    manuteno de elevadas concentraes celulares elevadas

    produtividades.

    Dependendo da movimentao das partculas, os

    reatores se dividem em:

    Leito fixo (e): a movimentao praticamente inexistente;

    Leito fluidizado (f): h movimentao intensa das partculas,

    sendo que a fluidizao do leito pode ser feita por injeo de ar,

    gs inerte ou pela recirculao do lquido do reator.

  • Clulas confinadas entre membranas: os biorreatores de

    lminas de membranas planas e de fibra oca

    caracterizam-se por manterem as clulas confinadas

    entre membranas semipermeveis (entrapped

    biocatalyst), as quais permitem o fluxo de lquido mas

    no de clulas. Ocorre a passagem dos nutrientes e

    produtos atravs da membrana (reator de perfuso).

    Estes tipos de reatores prevem a separao

    entre fluxos de nutrientes e produtos metablicos, o que

    permite uma primeira operao de separao do produto

    desejado, contribuindo para o processo de purificao do

    produto (downstream processes).

  • Capacidade dos biorreatores - industrial

    bastante varivel, conforme o processo em questo. Podem ser

    distintos em trs grupos:

    Pequena escala: centenas de litros at 1 a 2 m3 de capacidade. Utilizados

    no cultivo de microrganismos patognicos e crescimento de clulas animais

    ou vegetais, objetivando a produo de produtos ligados a rea da sade.

    Escala intermediria: dezenas de m3 a 100-200 m3 de capacidade. Utilizados

    na produo de enzimas, antibiticos e vitaminas.

    Grande escala: milhares de m3 de capacidade. Utilizados em fermentao

    alcolica ou tratamento de resduos.

    Lembre-se que:

    1 m3 1000 L.

  • Formas de Conduo de um Processo Fermentativo

    Quando se pensa em um processo fermentativo, imagina-se:

    1 - Preparar certo meio de cultura (adequado a nutrio e desenvolvimento

    dos microrganismos, bem como ao acmulo do produto desejado);

    2 - Colocar este meio de cultura no fermentador e esterilizar;

    3 - Preparar o inculo, escalonar e adicionar ao fermentador (inocular);

    4 - Aguardar o tempo necessrio para que o processo ocorra, controlando pH,

    oxignio e espuma;

    5 - Descarregar o fermentador;

    6 - Executar as operaes unitrias necessrias para a obteno do produto.

    A descrio acima tpica de um processo de fermentao

    descontnuo simples, ou descontnuo tradicional, tambm chamado de

    processo em batelada.

    Entretanto, so vrias as maneiras de se conduzir um processo

    fermentativo industrial, o qual visa a maior obteno de produto com menor

    custo.

  • De um modo geral, um biorreator pode ser operado das

    seguintes formas:

    Descontnuo

    com um inculo por tanque

    com recirculao de clulas

    Semicontnuo

    sem recirculao de clulas

    com recirculao de clulas

    Descontnuo alimentado (fed batch)

    sem recirculao de clulas

    com recirculao de clulas

    Contnuo

    executado em um biorreator

    executado em vrios biorreatores

    sem recirculao de clulas

    com recirculao de clulas

  • Descontnuo

    Seu modo de operao pode ser descrito assim: no incio o meio de cultura

    esterilizado dentro do biorreator inoculado com o microrganismo e incubado, de

    modo a permitir que a fermentao ocorre sob condies timas. No decorrer do

    processo nada adicionado ao biorreator a no ser oxignio - ar (processo aerbio),

    antiespumante e soluo para o controle do pH. Terminada a fermentao, descarrega-

    se a dorna e o caldo fermentado segue para os tratamentos finais (downstream

    processes).

    Com um inculo por tanque

    Com recirculao de clulas: centrifugao, sedimentao ou separao por membranas.

    Primeiro Segundo Terceiro

  • Processo de sedimentao (decantao)

    Produo de aguardente

  • Caractersticas do Processo Descontnuo

    1 Volume no biorreator permanece constante: se no houver adio de

    solues para o controle do processo, nem perda de lquido por evaporao,

    o volume no decorrer da fermentao permanece constante;

    2 Baixos rendimentos ou produtividade: quando o substrato adicionado de

    uma s vez no incio da fermentao exerce efeitos de inibio, represso, ou

    desvia o metabolismo celular a outros produtos que no interessam;

    3 Tempos mortos: tempos em que o biorreator no est sendo usado para o

    processo fermentativo propriamente dito, tais como tempo de carga e

    descarga de dorna e perodo correspondente a lavagem e esterilizao do

    fermentador;

    4 Riscos de contaminao menores, em comparao ao processo contnuo;

    5 Flexibilidade de operao: pode-se utilizar os fermentadores para a

    obteno de diferentes produtos;

    6 Mais utilizado na indstria de alimentos: usado na produo de iogurte,

    chucrute, picles, cerveja, vinho, etc.

  • Classificao do Processo Descontnuo

    Em escala industrial, muitos processos so adaptados com vistas a

    otimizar a produo. O processo descontnuo, por sua vez, tambm pode ser

    adaptado de modo a atender ao objetivo de diferentes indstrias.

    Os processos descontnuos podem ser classificador em trs grandes

    grupos, de acordo com o modo de inoculao:

    1) Culturas puras - inoculao de uma dorna com um microrganismo que foi

    propagado a partir de uma cultura pura;

    2) Recirculao do microrganismo reaproveita-se como inculo o

    microrganismo da batelada anterior.

    a) Sedimentao do microrganismo destilarias de lcool;

    b) Separao das clulas por centrifugao.

    3) Por meio de cortes - opera-se da seguinte maneira: inocula-se uma cuba

    (chamada de A), quando a fermentao atinge um determinado estgio,

    passa-se parte do contedo para uma dorna vazia (chamada B) e, em

    seguida, enchem-se as duas com meio de cultivo. Essa operao

    chamada de cortes. Diz-se que a dorna A foi cortada para a dorna B.

  • Descontnuo alimentado: processo onde um ou mais nutrientes so adicionados durante o cultivo

    metabolismo deslocado.

    aquele no qual inicialmente se introduz o inculo, o qual deve

    ocupar de 10 a 20% do volume til. Aps alimenta com o meio de

    cultura, sem a retirada do caldo fermentado. Depois do preenchimento

    do volume til do biorreator se inicia a retirada do caldo fermentado

    para a obteno do produto.

    Uma variao a recuperao das clulas (centrifugao,

    sedimentao ou separao por membranas), retornado ao biorreator,

    gerando economia no preparo do inculo no custo e tempo.

  • Classificao do Processo Descontnuo Alimentado

    Devido diversidade de aplicaes do processo descontnuo

    alimentado, algumas variaes podem decorrer com a finalidade de ajust-lo

    produo de diversos produtos obtidos por fermentao.

    1) Descontnuo alimentado repetitivo: uma frao constante de volume de

    cultura removida a intervalos de tempo fixos. De tempos em tempos retira-se

    um volume fixo de caldo fermentado, sendo recolocado mosto para completar o

    volume de fermentao. Enchimentos e esvaziamentos repetidos de volumes

    especficos resultam em uma operao cclica de variao de volume dentro do

    fermentador. Assim, pode-se denominar de processo descontnuo alimentado

    cclico.

    Tem como objetivo aproveitar como inculo o microrganismo que est

    crescendo com alta velocidade de crescimento e de trabalhar com clulas que

    esto na fase produtiva por mais tempo, levando ao aumento de produtividade

    do sistema.

    2) Descontnuo alimentado estendido: a concentrao de substrato limitante

    mantida constante no meio de fermentao pelo suprimento contnuo do

    nutriente.

    Tem como objetivo estender o perodo de fermentao, mantendo nveis

    de concentrao de substrato no biorreator adequados para que as clulas com

    a atividade fermentativa direcionada para a formao do produto desejado.

  • Semicontnuo: aps o trmino da fermentao, parte do caldo fermentado retirado e adicionado o mesmo volume de meio de cultura. Operao por choques de carga de substrato.

    Diferencia-se do processo descontnuo alimentado por ter uma recarga no fermentador de modo instantneo.

  • Contnuo Sistema aberto no qual estabelece um fluxo contnuo de lquido atravs do biorreator. O meio a ser introduzido deve ser esterilizado, assim como se deve manter as condies de assepsia nas operaes de alimentao e retirada do caldo fermentado.

    Com um tanque

    Com tanques em srie: a alimentao de um dado biorreator da srie o efluente do biorreator anterior a este.

  • Processo Contnuo com biorreatores em srie

    A distribuio de meio de cultura

    nos diferentes biorreatores pode

    levar a diferentes condies de

    fermentao entre os biorreatores.

    O reciclo de clulas pode ser

    realizado tanto em um nico

    biorreator quanto nos biorreatores

    em srie, em qualquer deles.

  • Fluxograma do processo de produo de lcool em modo

    de operao contnuo com mltiplos estgios e com

    recirculao de clulas

  • A Usina Aucareira So

    Manoel uma tradicional

    unidade industrial produtora

    de cana, acar, etanol e

    levedura seca. Esmaga

    atualmente 3,3 milhes de ton

    de cana para produzir 225 mil

    ton de acar, 142 milhes de

    L de etanol e 2.000 ton de

    levedura por ano.

    Levedura seca inativa:

    Levedura seca obtida da

    fermentao de caldo de

    cana de acar, destinada

    compor raes para

    alimentao animal (aves,

    peixes, sunos, camares,

    raes extrusadas para ces

    e gatos) com elevado

    contedo protico.

  • A manuteno de volume constante de lquido no biorreator de

    primordial importncia, a fim de o sistema atinja a condio de estado

    estacionrio ou regime permanente (steady state), condio na qual as

    variveis de estado (concentrao de clulas, de substrato limitante e de

    produto) permanecem constante ao longo do tempo de operao do sistema.

    A manuteno de volume constante requer:

    Sistema de retirada de lquido por transbordamento (ladro);

    Bombas de alta vazo instaladas na sada, acionadas intermitentemente.

    Biorreator

    Vazo de Alimentao Vazo de Retirada

    IMPOSSVEL DE SE OBTER NA PRTICA!!!

  • Outro fator que afeta a manuteno de volume constante de lquido no

    biorreator a formao de espuma. A formao de espuma pode ser

    controlada com a adio de antiespumante (antifoam), ou atravs de sistemas

    mecnicos de quebra de espuma.

    Antiespumantes so agentes teso-ativos, que atuam na interface ar-

    lquido, modificando ou impedindo a formao de bolhas.

    Antiespumantes leos vegetais neutros, lanolina bruta, lcoois superiores,

    polilcoois e silicone lquido.