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    DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS TRF2 ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA

    PROFESSOR: PEDRO IVO

    AULA 07 EXTINO DA PUNIBILIDADE

    Caros alunos,

    Sejam bem vindos nossa ltima aula!!!

    Trataremos de um tema que j conhecido para quem j estudou o Direito Penal: A extino da Punibilidade.

    Muitos editais repetem o tema nas duas disciplinas a fim de evitar futuros recursos, mas no h como estudar tal assunto sem recorrermos ao Cdigo Penal.

    Desta forma, vamos comear!

    Bons estudos!!!

    *****************************************************************

    7.1 EXTINO DA PUNIBILIDADE

    Com a prtica do crime, o direito de punir do Estado, que era abstrato, torna-se concreto, surgindo a punibilidade, que a possibilidade jurdica de o Estado impor a sano.

    O art. 107 do Cdigo Penal prev diversas formas de extino da punibilidade em rol meramente exemplificativo. Observe:

    Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

    I - pela morte do agente;

    II - pela anistia, graa ou indulto;

    III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso;

    IV - pela prescrio, decadncia ou perempo;

    V - pela renncia do direito de queixa ou pelo perdo aceito, nos crimes de ao privada;

    VI - pela retratao do agente, nos casos em que a lei a admite;

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    IX - pelo perdo judicial, nos casos previstos em lei.

    Vamos analisar agora os diversos casos de extino:

    7.1.1 MORTE DO AGENTE

    Prevista no artigo 107, I, do Cdigo Penal, a morte do agente uma das causas de extino da punibilidade e, sendo assim, extingue a punibilidade a qualquer tempo.

    O fundamento para esta afirmao reside no Princpio da Pessoalidade da pena (Personalidade da pena, Responsabilidade penal ou Intranscendncia da pena) que impede a punio por fato alheio. Em outras palavras, somente o autor da infrao penal pode ser apenado.

    Como conseqncia, a morte extingue todos os efeitos penais da condenao, porm, os efeitos civis permanecem. Este princpio uma garantia constitucional previsto no artigo 5, XLV:

    Art. 5: [...]

    XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido.

    A morte deve ser comprovada com a certido de bito. Se a extino for baseada em certido falsa, pode ser reaberto o processo, pois no fez coisa julgada em sentido estrito, e o fato em que se funda juridicamente inexistente, no produzindo qualquer efeito (STF, HC 84.525/MG, DJ 03.12.2004).

    7.1.2 ANISTIA, GRAA E INDULTO

    A anistia, a graa e o indulto so, nos dizeres de Rogrio Sanches, espcies de renncia estatal ao direito de punir do Estado.

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    A anistia advm de ato legislativo federal (artigos 21, inciso XVII e 48, inciso VIII, da CF/88), ou seja, tem status de lei penal, sendo devidamente sancionada pelo executivo.

    Atravs desse ato, o Estado, em razo de clemncia, poltica social e outros fatores esquece um fato criminoso, perdoando a prtica de infraes penais o que acarreta a excluso dos seus efeitos penais (e no civis).

    Para Rogrio Greco, a anistia, em regra, dirige-se a crimes polticos, o que no impede que ela tambm seja concedida a crimes comuns.

    De acordo com a Lei de Execues Penais, concedida a anistia, o juiz declarar extinta a punibilidade de ofcio, a requerimento do MP ou do interessado, por proposta administrativa ou do Conselho Penitencirio.

    Para a doutrina possvel falar-se em anistia:

    Prpria e imprpria: prpria aquela concedida antes da condenao e a imprpria a concedida depois da condenao;

    Restrita e irrestrita: irrestrita aquela que atinge todos os autores do fato criminoso indistintamente, enquanto que a restrita impe condies pessoais para a concesso do beneficio, como a primariedade, por exemplo;

    Condicionada e incondicionada: a depender da imposio de requisitos, como a reparao do dano, por exemplo.

    Comum ou especial: diz-se comum quando atingir delitos comuns. Fala-se em especial quando beneficiar agentes que praticaram crimes polticos.

    Vamos, agora, tratar da graa e do indulto:

    A graa e o indulto so concedidos pelo Presidente Repblica, por meio de decreto presidencial e consubstanciam-se, assim como a graa, em forma de extino da punibilidade. A diferena entre a graa e o indulto reside no fato de que a graa concedida individualmente, enquanto o indulto de maneira coletiva a determinados fatos impostos pelo Chefe do Poder Executivo, da a opo de alguns doutrinadores em denominar a graa de indulto individual.

    A anistia, como visto, pode ser prpria ou imprpria (concedida antes ou depois da condenao criminal), o que a distingue da graa e do indulto, pois estes institutos pressupem condenao.

    O indulto pode ser pleno ou parcial, sendo que o indulto pleno extingue totalmente a pena, enquanto que o indulto parcial impe a diminuio da pena ou a sua comutao. Veja-se, assim, que a comutao da pena a

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    substituio de uma sano por outra menos gravosa, uma espcie de indulto parcial. A este respeito, a Lei de Execues Penais dispe:

    Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cpia do decreto, o Juiz declarar extinta a pena ou ajustar a execuo aos termos do decreto, no caso de comutao.

    7.1.3 RETROATIVIDADE DA LEI ABOLITIO CRIMINIS

    Conforme o art. 2 do Cdigo Penal, ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

    7.1.4 RENNCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU PERDO ACEITO, NOS CRIMES DE AO PRIVADA

    A renncia, ato unilateral, a desistncia do direito de ao por parte do ofendido. Assim, o direito de queixa no pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente (art. 104, do CP).

    A renncia pode ser expressa ou tcita. A renncia expressa deve constar de declarao assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou por procurador com poderes especiais, no obrigatoriamente advogado, nos termos do artigo 50 do CPP.

    No se perfaz a renncia expressa quando firmada por procurador sem poderes especiais para esse fim, formalidade prevista no artigo 50 do CPP. A renncia tcita quando o querelante pratica ato incompatvel com a vontade de exercer o direito de queixa (art.104, pargrafo nico, primeira parte, do CP).

    Deve tratar-se de atos inequvocos, conscientes e livres, que traduzam uma verdadeira reconciliao, ou o positivo propsito de no exercer o direito de queixa. So exemplos de renncia tcita o reatamento de amizade com o ofensor, a visita amigvel, a aceitao de convite para uma festa etc.

    O perdo do ofendido, diferentemente da renncia, tem como condio a aceitao do querelado. O perdo ser processual ou extraprocessual.

    O perdo processual se d mediante declarao expressa nos autos. J o extraprocessual, se divide em tcito e expresso, sendo tcito quando o querelante pratica ato incompatvel com a inteno de prosseguir na ao,

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    admitindo qualquer meio de prova, e expresso quando declarado pelo querelante o perdo, devendo o querelado aceitar, sendo que essa aceitao conste de declarao assinada por este, seu representante legal ou procurador com poderes especiais, nos termos do art. 59, do Cdigo de Processo Penal.

    7.1.5 RETRATAO DO AGENTE

    A retratao do agente um ato jurdico unilateral, no dependendo de aceitao do suposto ofendido, devendo ser reduzida a termo pelo juiz. Poder ser feita pelo prprio suposto ofensor ou por procurador com poderes especiais.

    Luiz Rgis Prado ensina que para a retratao irrelevante a espontaneidade da declarao, bem como os motivos que a fundaram, mas imprescindvel sua voluntariedade.

    A retratao do agente s possvel, como mencionado, nos casos em que a lei a admite. A ttulo de exemplo podemos citar:

    Art. 143 do CP (calnia e difamao);

    Art. 342, 2, do CP (falso testemunho e falsa percia);

    7.1.6 PERDO JUDICIAL

    Sob determinadas circunstncias, deixar o juiz de aplicar a pena ao ru que comprovadamente o autor do delito. Cabe o perdo apenas nas situaes previstas expressamente na lei penal (vedada a analogia in bonam partem).

    Nos termos da smula 18 do STJ, a sentena concessiva do perdo judicial declaratria da extino da punibilidade, no subsistindo qualquer efeito condenatrio.

    7.1.7 DECADNCIA, PEREMPO E PRESCRIO

    Podemos definir os institutos da seguinte forma:

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    Decadncia a perda do direito de ao, por no hav-lo exercido o ofendido durante o prazo legal.

    Perempo a perda, causada pela inrcia processual do querelado, do direito de continuar a movimentar a ao penal exclusivamente privada

    Prescrio a perda do direito de punir do Estado, pelo decurso de certo tempo.

    Vamos, a partir de agora, conhecer um pouco mais sobre os aspectos relacionados prescrio:

    No Cdigo Penal, encontramos dois grandes grupos de prescrio:

    1 A PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA Subdividida em:

    PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA;

    PRESCRIO INTERCORRENTE; E

    PRESCRIO RETROATIVA.

    2 A PRESCRIO DA PRETENSO EXECUTRIA.

    Mas qual a principal diferena entre os dois grandes grupos?

    A linha divisria entre os dois o TRNSITO EM JULGADO DA CONDENAO, ou seja, na prescrio da pretenso punitiva, no h trnsito em julgado para acusao e defesa ou para uma das partes. Diferentemente, na prescrio da pretenso executria, a sentena penal condenatria j transitou em julgado para as duas partes.

    Esquematizando:

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    Vamos, a partir de agora, tratar bem objetivamente de cada forma de prescrio:

    7.1.8 PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA

    Na prescrio da pretenso punitiva propriamente dita, no h trnsito em julgado para acusao nem para defesa. A prescrio da ao penal calculada com base no mximo da pena privativa de liberdade ABSTRATAMENTE COMINADA ao crime.

    PRESCRIO DA

    PRETENSO

    PUNITIVA

    PRESCRIO DA

    PRETENSO

    EXECUTRIA

    PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA

    PRESCRIO INTERCORRENTE

    PRESCRIO RETROATIVA

    No h trnsito em

    julgado da condenao

    para nenhuma das

    partes.

    H trnsito em julgado

    para a acusao, mas

    no para a defesa.

    H trnsito em julgado

    para ambas as partes

    CONHECER PARA ENTENDER A PENA EM ABSTRATO COMINADA A QUE O LEGISLADOR DETERMINOU NA ELABORAO DA INFRAO PENAL, OU SEJA, A PENA MATERIAL PREVISTA NO CDIGO PENAL. J A PENA EM CONCRETO, AQUELA APLICADA PELO MAGISTRADO AO CASO CONCRETO, APS A ANLISE DO MRITO DO CASO.

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    A prescrio da pretenso punitiva propriamente dita est disciplinada no art. 109, caput, do CP, nos seguintes termos:

    Art. 109. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010):

    O termo inicial de contagem do prazo prescricional encontra-se disposto no art. 111 do CP:

    Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:

    I - do dia em que o crime se consumou;

    II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

    III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;

    SE A PENA COMINADA : A PRESCRIO OCORRER EM:

    Maior que 12 anos 20 anos

    Maior que 08 e at 12 anos 16 anos

    Maior que 04 e at 08 anos 12 anos

    Maior que 02 e at 04 anos 08 anos

    De 01 at 02 anos 04 anos

    Menor que 01 ano 03 anos

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    IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

    7.1.9 PRESCRIO INTERCORRENTE, SUPERVENIENTE OU SUBSE-QUENTE

    A prescrio intercorrente encontra previso no pargrafo 1 do art. 110 do Cdigo Penal:

    Art. 110

    [...]

    1o A prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data anterior da denncia ou queixa. (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    a modalidade de prescrio da pretenso punitiva que se verifica entre a publicao da sentena recorrvel e o trnsito em julgado para ACUSAO. Da o nome superveniente, ou seja, posterior sentena.

    calculada com base na pena concreta, nos termos da smula 146 do STF, que dispe:

    A prescrio da ao penal regula-se pela pena concretizada na sentena, quando no h recurso da acusao.

    A prescrio intercorrente comea a fluir com a publicao da sentena condenatria recorrvel, embora condicionada ao trnsito em julgado para a acusao.

    A prescrio superveniente pode ocorrer por dois motivos:

    1. Demora em comunicar (intimar) o ru da sentena; e

    2. Demora no julgamento do recurso de defesa.

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    O termo inicial da prescrio intercorrente ou superveniente a publicao da sentena condenatria.

    7.1.10 PRESCRIO RETROATIVA

    Recentemente, a Lei n 12.234, de 2010 alterou os aspectos pertinentes prescrio retroativa. Vamos analisar:

    Quando a prescrio observada aps o trnsito em julgado para a acusao, ou depois de improvido seu recurso, refazendo-se a contagem com base na pena imposta, em concreto, diz-se que h prescrio retroativa, intercorrente ou superveniente, cujo termo inicial podia ter data anterior do recebimento da denncia ou da queixa (CP, art. 110, 1o e 2o, com a redao anterior nova lei).

    Nesses termos, a prescrio retroativa s pode ser reconhecida aps sentena condenatria, diferente da prescrio abstrata, que leva em conta, como se viu, a pena mxima prevista na lei.

    Ser necessrio, ento, rever todo o percurso temporal, desde o recebimento da denncia, segundo a nova lei, at a sentena penal condenatria recorrvel.

    No exemplo do furto simples, cuja pena mxima em abstrato 04 (quatro) anos, suponha-se que foi aplicada a pena mnima, ou seja, 01 (um) ano. Tendo transitado para a acusao, essa pena no poder ser aumentada, correspondendo a um prazo prescricional hoje fixado em 03 anos.

    Segundo a regra anterior, se entre a data do fato e o recebimento da denncia houvesse o transcurso, nesse exemplo, de 04 anos, deveria ser declarada a extino da punibilidade. Note-se que, levando em conta a pena em abstrato, no h prescrio. Contudo, com a imposio da pena, deveria ser revista tal situao, aplicando-se a prescrio retroativa.

    Com a alterao na redao do 1o, do art. 110 do CP, a prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data anterior da denncia ou queixa.

    A anlise da prescrio retroativa, ento, dar-se- to somente a partir do recebimento da denncia, dizer, a partir da fase judicial da persecuo criminal.

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    No exemplo dado, o fato de ter transcorrido prazo superior a 03 (trs) anos entre a prtica do crime e o recebimento da denncia no mais ocasionar o reconhecimento da prescrio com base na pena em concreto imposta.

    De outro lado, se j decorreram 3 (trs) anos entre o recebimento da denncia e a prolao de sentena condenatria, dever haver o reconhecimento da prescrio retroativa, ainda vigente no ordenamento ptrio (mas, repita-se, somente aplicvel durante a fase processual penal).

    O objetivo principal do autor do projeto de lei que culminou na Lei 12.234/2010, Deputado Antnio Carlos Biscaia, era acabar com a prescrio retroativa que, segundo ele, s existe no Brasil. No teve aprovada sua proposta original, mas foi esse um importante passo nessa direo.

    Em resumo temos o seguinte:

    1 ENTRE O COMETIMENTO DO CRIME E O RECEBIMENTO DA DENNCIA: APLICA-SE A PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA, COM BASE NA PENA MXIMA EM ABSTRATO PREVISTA PARA O DELITO. NO OCORRENDO A PRESCRIO SEGUNDO ESSE CRITRIO, TAL PERODO NUNCA MAIS SER OBJETO DE ANLISE, QUALQUER QUE SEJA A PENA NO FUTURO IMPOSTA.

    2 - ENTRE O RECEBIMENTO DA DENNCIA E A SENTENA CONDENATRIA: INICIALMENTE SER AVERIGUADA A PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA NOS MESMOS MOLDES SUPRA INDICADOS. APS A CONDENAO, SER APURADA A INCIDNCIA OU NO DA PRESCRIO RETROATIVA, TENDO EM CONTA A PENA EM CONCRETO FIXADA, SEMPRE DA DENNCIA EM DIANTE.

    Exemplo prtico:

    1 DATA DO CRIME: 02/01/2000. Pena: de 1 a 4 anos. Prescrio (pena em abstrato): 8 anos.

    2 RECEBIMENTO DA DENNCIA: 02/01/2006.

    3 SENTENA CONDENATRIA: 02/01/2008. Pena fixada: 2 anos. Prescrio (pena em concreto): 4 anos.

    Anlise segundo a regra antiga do CP:

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    a) no houve prescrio com base na pena em abstrato, pois entre os marcos temporais da interrupo (crime x denncia, denncia x sentena) no decorreu o prazo de 8 anos.

    b) houve prescrio retroativa, j que o novo prazo, com base na pena aplicada, passou a ser de 04 anos, e entre 02/01/2000 e 02/01/2006 decorreu prazo superior a esse. Nesse caso, dever-se-ia reconhecer a prescrio, e sequer seria necessria a verificao relativa ao prazo seguinte, entre a denncia e a sentena.

    Anlise segundo a regra atual:

    a) no houve prescrio com base na pena em abstrato, pois entre os marcos temporais da interrupo (crime x denncia, denncia x sentena) no decorreu o prazo de 08 anos.

    b) no houve prescrio retroativa, j que o novo prazo, com base na pena aplicada, passou a ser de 04 anos, e entre 02/01/2006 e 02/01/2008 decorreu prazo inferior a esse. No mais se apura qualquer prescrio retroativa anterior denncia. Nesse caso, a pena deve ser cumprida.

    Como se percebe, a modificao buscou impedir a ocorrncia da prescrio em face da demora na fase policial. Em determinados crimes, a investigao demasiadamente complexa, o que, combinada com um prazo prescricional curto, culminava por gerar impunidade a uma infinidade de casos concretos.

    Eis as razes do autor da proposta:

    O projeto de lei em tela prope a revogao do disposto no artigo 110, 2, do Cdigo Penal, dispositivo legal que consagrou o instituto da "prescrio retroativa".

    A prtica tem demonstrado, de forma inequvoca, que o instituto da prescrio retroativa, consigne-se, uma iniciativa brasileira que no encontra paralelo em nenhum outro lugar do mundo, tem se revelado um competentssimo instrumento de impunidade, em especial naqueles crimes perpetrados por mentes preparadas, e que, justamente por isso, provocam grandes prejuzos seja economia do particular, seja ao errio, ainda dificultando sobremaneira a respectiva apurao.

    sabido que essa casta de crimes (p. ex. o estelionato e o peculato) reclama uma difcil apurao, em regra exigindo que as autoridades se debrucem sobre uma infinidade de documentos, reclamando, ainda, complexos exames periciais, o que acaba redundando, quase sempre, em extino da

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    punibilidade, merc da prescrio retroativa, que geralmente atinge justamente o perodo de investigao extraprocessual.

    Pior, os grandes ataques ao patrimnio pblico, como temos visto ultimamente, dificilmente so apurados na gesto do mandatrio envolvido, mas quase sempre acabam descortinados por seus sucessores. Assim, nesse tipo de crime especfico, quando apurada a ocorrncia de desfalque do errio, at quatro anos j se passaram, quando, ento, tem incio uma intrincada investigao tendente a identificar os protagonistas do ilcito penal, o que pode consumir mais alguns anos, conforme a experincia tem demonstrado.

    Outrossim, o instituto em questo potencial causa geradora de corrupo, podendo incitar autoridades a retardar as investigaes, providncias, ou decises, a fim de viabilizar a causa extintiva da punibilidade.

    Por ltimo, a pena diminuta de vrios crimes, aliado ao grande nmero de feitos que se acumulam no Poder Judicirio - considerando-se, inclusive, a possibilidade de recursos at os Tribunais Superiores, bem como o entendimento de que as suas decises confirmatrias da condenao no interrompem o curso do prazo prescricional, tornando tais crimes, na prtica, no sujeitos a qualquer punio, o que seguramente ofende o esprito da lei penal.

    Desse modo, o dispositivo de lei mencionado tem beneficirio determinado: o grande fraudador ou o criminoso de alto poder aquisitivo, capaz de manipular autoridades e normas processuais, por meio de infindveis recursos.

    Ademais, o instituto da prescrio retroativa, alm de estar protagonizando uma odiosa impunidade, cada vez mais tem fomentado homens mal intencionados a enveredarem pelo ataque ao patrimnio pblico, cnscios de que se eventualmente a trama for descoberta a justia tardar e, portanto, no ter qualquer efeito prtico.

    7.1.11 PRESCRIO DA PRETENSO EXECUTRIA

    a perda, em razo da inrcia do Estado, do direito de executar uma sano penal definitivamente aplicada pelo judicirio. Encontra previso no art. 110, do CP:

    Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o condenado reincidente.

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    calculada com base na pena concreta, fixada na sentena ou no acrdo, pois j existe trnsito em julgado da condenao para a acusao e para a defesa. o que consta na smula 604 do STF, que dispe:

    Tem seu termo inicial definido no art. 112 do Cdigo Penal:

    Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a correr:

    I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o livramento condicional;

    II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo da interrupo deva computar-se na pena.

    Enquanto na prescrio da pretenso punitiva, o agente nada sofre em relao ao efeito da pena, na prescrio da pretenso executria, resta-lhe o lanamento no rol dos culpados, custas, reincidncia etc. Na verdade, o indivduo FOI CONDENADO, s no vai ficar PRESO.

    Isso quer dizer que se operar a prescrio da pretenso punitiva e o agente praticar um novo delito, a conduta anterior no ser considerada a ttulo de reincidncia, por exemplo. Todavia, na prescrio da pretenso executria, a sentena condenatria gera ttulo executivo e a reincidncia ser considerada.

    7.1.12 FORMAS ESPECIAIS DE PRESCRIO

    1 PRESCRIO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

    Nos termos do pargrafo nico do art. 109 do CP, aplicam-se s penas restritivas de direitos os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Veja:

    A PRESCRIO PELA PENA EM CONCRETO SOMENTE DA PRETENSO EXECUTRIA DA PENA PRIVATIVA DE

    LIBERDADE.

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    DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS TRF2 ANALISTA JUDICIRIO - JUDICIRIA

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    Art. 109 [...]

    Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

    2 PRESCRIO NO CONCURSO DE CRIMES

    Conforme dispe o art. 119 do CP, no caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

    Observe o texto legal:

    Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

    3 PRESCRIO DA PENA DE MULTA

    A pena de multa prevista no Cdigo Penal e aplicada de acordo com a capacidade econmica do agente. A prescrio desta penalizao encontra previso no art. 114 do Cdigo Penal, e ocorrer:

    1. Em 02 (dois) anos, quando a multa for a nica cominada ou aplicada;

    2. No mesmo prazo estabelecido para prescrio da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

    CONHECER PARA ENTENDER

    O concurso de crimes consiste na ocorrncia de mais de um delito, mediante a prtica de uma ou mais aes. H dois sistemas acolhidos pela legislao brasileira, que determinam regras para resolver o concurso de crimes: o primeiro o do concurso material ou real, que prescreve que sejam somadas as penas cominadas aos diversos crimes. O segundo o do concurso formal ou ideal, que determina a aplicao da pena correspondente a um s dos crimes, se idnticos, ou ao mais grave deles, se distintos, aumentada, porm, de um quantum determinado por lei.

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    4 PRESCRIO NO CASO DE EVASO DO CONDENADO OU DE REVOGAO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

    Conforme o art. 113 do Cdigo Penal:

    Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrio regulada pelo tempo que resta da pena.

    Vamos compreender o supracitado dispositivo:

    O livramento condicional consiste na antecipao da liberdade ao condenado que cumpre pena privativa de liberdade, desde que cumpridas determinadas condies durante certo tempo.

    Serve como estmulo reintegrao na sociedade daquele que aparenta ter experimentado uma suficiente regenerao. Traduz-se na ltima etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade no sistema progressivo, representando uma transio entre o crcere e a vida livre.

    Sendo assim, imagine que Tcio foi condenado a uma pena de 4 anos de recluso e, aps 3 anos, obteve a concesso do livramento condicional. O que isto quer dizer?

    Quer dizer que Tcio deixar de cumprir a pena privativa de liberdade e estar livre, mas sujeito ao cumprimento de determinadas condies (que no so importantes para a prova).

    Imagine agora que Tcio no cumpriu as regras determinadas pelo Cdigo Penal e pelo Magistrado e, aps 06 meses de liberdade, teve revogado o livramento condicional. Eis que surge o importante questionamento: Como ser regulada a contagem do prazo prescricional?

    Resposta: Nos termos do art. 113, pelo tempo que resta da pena, ou seja, 01 ano. Assim, pela tabela que j analisamos na pgina 16, o prazo de um ano de pena corresponde a um prazo prescricional de 04 anos.

    Mas professor, se ele j havia cumprido 03 anos e permaneceu 06 meses em liberdade, no restariam apenas 06 meses e, consequentemente, teramos um prazo prescricional de 02 anos?

    A resposta negativa, pois, se revogado o livramento condicional, o tempo que o indivduo ficou em liberdade NO CONTADO para efeito de prescrio.

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    Cabe, por fim, ressaltar que as regras aqui apresentadas tambm so cabveis no caso de fuga (evaso) do preso.

    5 PRESCRIO DA PENA MAIS LEVE

    De acordo com o art. 118 do Cdigo Penal, as penas mais leves prescrevem com as mais graves. Assim, por exemplo, a pena de suspenso da habilitao para dirigir veculo automotor imposta cumulativamente com a privativa de liberdade prescreve no prazo desta.

    7.1.13 CAUSAS DE INTERRUPO E SUSPENSO DA PRESCRIO

    A prescrio admite a interrupo nos termos do art. 117 do CP e a suspenso, conforme previso do art. 116. Vamos compreender estes dois institutos:

    A interrupo do prazo se verifica quando, depois de iniciado seu curso, em decorrncia de um fato previsto em lei, tal prazo se reinicia, ou seja, todo o prazo decorrido at ento desconsiderado.

    Em se tratando de suspenso, o prazo pra de correr, fica paralisado, mas, com o fim da suspenso, retoma seu curso e deve ser considerado em seu cmputo o prazo anteriormente decorrido.

    Para finalizar, observe abaixo as causas de interrupo e suspenso:

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    INTERRUPO SUSPENSO

    Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se:

    I - pelo recebimento da denncia ou da queixa;

    II - pela pronncia;

    III - pela deciso confirmatria da pronncia;

    IV - pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis;

    V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena;

    VI - pela reincidncia.

    Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentena final, a prescrio no corre:

    I - enquanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reconhecimento da existncia do crime;

    II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

    Pargrafo nico - Depois de passada em julgado a sentena condenatria, a prescrio no corre durante o tempo em que o condenado est preso por outro motivo.

    ***********************************************************************************

    Futuros (as) Aprovados (as),

    Neste momento, chegamos ao final do nosso curso e queria que soubessem que para mim uma grande felicidade saber que, mesmo com uma pequena parcela, pude contribuir nesta busca rdua pela aprovao.

    Sei exatamente o que estar a poucos dias de uma PROVA. uma confuso total de sentimentos, pensamentos e dvidas, mas que se Deus quiser se transformaro, em breve, em uma grande felicidade.

    Agora seguir em frente com fora, foco e f, pois sem dvida a unio destas trs palavras far com que cada um alcance o seu objetivo.

    MUITO SUCESSO!!!

    Abraos e bons estudos,

    Pedro Ivo

    [email protected]

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    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    CDIGO PENAL

    Extino da punibilidade

    Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

    I - pela morte do agente;

    II - pela anistia, graa ou indulto;

    III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso;

    IV - pela prescrio, decadncia ou perempo;

    V - pela renncia do direito de queixa ou pelo perdo aceito, nos crimes de ao privada;

    VI - pela retratao do agente, nos casos em que a lei a admite;

    IX - pelo perdo judicial, nos casos previstos em lei.

    Prescrio antes de transitar em julgado a sentena

    Art. 109. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    I - em vinte anos, se o mximo da pena superior a doze;

    II - em dezesseis anos, se o mximo da pena superior a oito anos e no excede a doze;

    III - em doze anos, se o mximo da pena superior a quatro anos e no excede a oito;

    IV - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois anos e no excede a quatro;

    V - em quatro anos, se o mximo da pena igual a um ano ou, sendo superior, no excede a dois;

    VI - em 3 (trs) anos, se o mximo da pena inferior a 1 (um) ano. (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    Prescrio das penas restritivas de direito

    Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

    Prescrio depois de transitar em julgado sentena final condenatria

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    Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o condenado reincidente.

    1o A prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data anterior da denncia ou queixa. (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    Termo inicial da prescrio antes de transitar em julgado a sentena final

    Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, comea a correr:

    I - do dia em que o crime se consumou;

    II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

    III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;

    IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

    Termo inicial da prescrio aps a sentena condenatria irrecorrvel

    Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a correr:

    I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o livramento condicional;

    II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo da interrupo deva computar-se na pena.

    Prescrio no caso de evaso do condenado ou de revogao do livramento condicional

    Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrio regulada pelo tempo que resta da pena.

    Prescrio da multa

    Art. 114 - A prescrio da pena de multa ocorrer:

    I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a nica cominada ou aplicada;

    II - no mesmo prazo estabelecido para prescrio da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

    Art. 115 - So reduzidos de metade os prazos de prescrio quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentena, maior de 70 (setenta) anos.

    Causas impeditivas da prescrio

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    Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentena final, a prescrio no corre:

    I - enquanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reconhecimento da existncia do crime;

    II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

    Pargrafo nico - Depois de passada em julgado a sentena condenatria, a prescrio no corre durante o tempo em que o condenado est preso por outro motivo.

    Causas interruptivas da prescrio

    Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se:

    I - pelo recebimento da denncia ou da queixa;

    II - pela pronncia;

    III - pela deciso confirmatria da pronncia;

    IV - pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis;

    V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena;

    VI - pela reincidncia.

    1 - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupo da prescrio produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupo relativa a qualquer deles.

    2 - Interrompida a prescrio, salvo a hiptese do inciso V deste artigo, todo o prazo comea a correr, novamente, do dia da interrupo.

    Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.

    Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

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    EXERCCIOS

    1. (FCC / Defensor - DPE-MT / 2009) A extino da punibilidade pela perempo

    a) pode ocorrer na ao penal privada exclusiva e na subsidiria da pblica.

    b) pode ocorrer antes da instaurao da ao penal.

    c) s pode ocorrer na ao penal privada exclusiva.

    d) s pode ocorrer na ao penal privada subsidiria da pblica.

    e) aplica-se ao penal pblica.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: O STJ j decidiu que a perempo no se aplica na ao penal subsidiria da pblica, pois nesse caso o Ministrio Pblico dar andamento ao na hiptese de omisso ou desdia do querelante.

    2. (OAB/2007) No que diz respeito ao indulto, assinale a opo correta.

    a) O indulto somente pode ser concedido por lei elaborada pelo Congresso Nacional.

    b) Trata-se de atribuio do presidente da Repblica, exercida por meio de expedio de decreto.

    c) No se admite indulto parcial.

    d) Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, este benefcio no pode ser reconhecido, de ofcio, pelo juzo das execues penais competente.

    e) N.R.A

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: A graa e o indulto so da competncia do Presidente da Repblica. A diferena entre os dois institutos que a graa concedida individualmente a uma pessoa especfica, sendo que o indulto concedido de maneira coletiva a fatos determinados pelo Chefe do Poder Executivo. (...) O

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    indulto coletivo, ou simplesmente indulto, , normalmente, concedido anualmente pelo Presidente da Repblica por meio de decreto.

    3. (FCC / Procurador - TCE-SP / 2011) O perdo do ofendido

    a) no admissvel fora do processo.

    b) no aproveita aos demais querelados, se concedido.

    c) admissvel mesmo depois de passar em julgado a sentena condenatria.

    d) no produz efeito, se o querelado o recusa.

    e) prejudica o direito dos outros, se concedido apenas por um dos ofendidos.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Leciona o art. 106 do Cdigo Penal:

    O perdo, no processo ou fora dele (letra A), expresso ou tcito:

    I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita (letra B);

    II - se concedido por um dos ofendidos, no prejudica (letra E) o direito dos outros;

    III - se o querelado o recusa, no produz efeito (letra D).

    1 - Perdo tcito o que resulta da prtica de ato incompatvel com a vontade de prosseguir na ao.

    2 - No admissvel (letra C) o perdo depois que passa em julgado a sentena condenatria.

    4. (Analista - TRE-SC / 2011) Sobre as causas de extino da punibilidade, assinale a alternativa INCORRETA:

    a) Estar extinta a punibilidade se entre a data do fato e a data do recebimento da denncia verificar-se lapso prescricional de acordo com a pena em concreto.

    b) O acrdo condenatrio que reforma sentena absolutria causa interruptiva da prescrio.

    c) Para os maiores de setenta anos, na data da condenao, o lapso prescricional ser contado pela metade.

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    d) Nos casos de concurso material ou continuidade delitiva, os lapsos prescricionais sero contados individualmente de acordo com cada delito.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Incorreta Conforme j exposto, o fundamento legal desta assertiva reside no art. 110, 1, do CP.

    Alternativa B Correta Em consonncia com o art. 117, IV, do CP, "o curso da prescrio interrompe-se pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis".

    Alternativa C Correta Tal assertiva encontra respaldo no art. 115 do CP: "so reduzidos de metade os prazos de prescrio quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos ou, na data da sentena, maior de 70 anos."

    Alternativa D Correta Pauta-se no artigo 119 do CP: "no caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente".

    5. (FCC / Procurador / 2011) O rol do art. 107 do Cdigo Penal (extino de punibilidade) exemplificativo. H outras causas previstas na Parte Especial e leis penais especiais, entre elas:

    a) o ressarcimento do dano no peculato culposo; o pagamento do tributo antes do recebimento da denncia nos crimes de sonegao fiscal e a retratao no crime de falso testemunho.

    b) a retratao no crime de falso testemunho; o aborto quando no h outro meio de salvar a vida da gestante e o furto contra cnjuge, na constncia do casamento.

    c) o furto e o roubo imprprio contra cnjuge na constncia do casamento; o ressarcimento do dano no peculato culposo e o pagamento do tributo antes do recebimento da denncia no crime de sonegao fiscal.

    d) o ressarcimento integral do prejuzo no caso de estelionato; a retratao no crime de falso testemunho e a retratao do querelado na calnia ou difamao.

    e) em todos os casos de crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa contra a pessoa em que haja reparao do dano.

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    GABARITO: A

    COMENTRIOS: O mais importante nesta questo que voc se lembre de que o art. 107 se trata de um rol eximplificativo. No caso, para responder a questo, basta o conhecimento do crime de Peculato.

    6. (OAB/2009) Em relao aos institutos da graa, do indulto e da anistia, assinale a opo correta.

    a) Compete, privativamente, ao presidente da Repblica conceder graa e indulto; j a anistia atribuio do Congresso Nacional, com a sano do presidente da Repblica.

    b) A anistia foi instituda por lei penal de efeito retroativo, que retira as consequncias da ao criminosa j praticada, eliminando os efeitos penais e extrapenais da condenao.

    c) Com a outorga da graa, benefcio individual concedido mediante a provocao da parte interessada, eliminam-se os efeitos penais principais e secundrios da condenao.

    d) Aps a concesso do indulto, benefcio de carter coletivo outorgado espontaneamente pela autoridade competente, eliminam-se apenas os efeitos extrapenais da condenao.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Define o art. 84 da Constituio Federal que compete privativamente ao Presidente da Repblica:

    XII - conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necessrio, dos rgos institudos em lei;

    Pargrafo nico. O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas delegaes.

    7. (Juiz - TRT / 2010) Quanto extino da punibilidade, correto afirmar:

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    a) A extino da punibilidade de um dos crimes conexos inviabiliza, quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

    b) Depois de passar em julgado a sentena final, corre prescrio durante o tempo em que o condenado est preso por outro motivo.

    c) Os prazos prescricionais previstos para as penas privativas de liberdade so diferentes daqueles fixados para as penas restritivas de direitos.

    d) A lei que deixa de considerar determinado fato como criminoso retroage para extinguir a punibilidade.

    e) No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena mais grave.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS:

    Alternativa A Incorreta Art. 108 - A extino da punibilidade de crime que pressuposto, elemento constitutivo ou circunstncia agravante de outro no se estende a este. Nos crimes conexos, a extino da punibilidade de um deles no impede, quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

    Alternativa B Incorreta Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o condenado reincidente.

    Alternativa C Incorreta ART 109, Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

    Alternativa D Correta Art. 107, Extingue-se a punibilidade: III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso;

    Alternativa E Incorreta Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

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    8. (Titular - TJ-MG / 2009) Analise a situao hipottica seguinte e assinale a alternativa CORRETA.

    A furtou um telefone celular e o vendeu para B. Foram denunciados nos mesmos autos, por crimes de furto e receptao dolosa, respectivamente. No curso da ao penal verificou-se que o acusado A era menor de 21 anos ao tempo da ao, extinguindo-se em seu favor a punibilidade do delito de furto. O co-ru B possua 26 (vinte e seis) anos ao tempo do delito.

    A extino da punibilidade que beneficiou A favorece B, denunciado pela suposta da prtica de receptao?

    a) Sim, por se tratar de crimes praticados em co-autoria.

    b) No, porque a extino da punibilidade de crime que pressuposto de outro no se estende a este.

    c) No, por se tratar de receptao dolosa.

    d) Sim, porque extinta a punibilidade do furto desaparece o delito de receptao, pressuposto do furto.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Define o Cdigo Penal da seguinte forma:

    Art. 108 - A extino da punibilidade de crime que pressuposto, elemento constitutivo ou circunstncia agravante de outro no se estende a este. Nos crimes conexos, a extino da punibilidade de um deles no impede, quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

    9. (FCC / Analista Judicirio / 2011) De acordo com o Cdigo Penal NO causa de extino da punibilidade a

    a) reparao do dano posterior sentena irrecorrvel no crime de peculato culposo.

    b) morte do agente.

    c) anistia.

    d) prescrio.

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    e) retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso.

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Questo que exige o conhecimento do art. 107 do Cdigo Penal.

    10. (TJ-SP / 2011) Assinale a alternativa que no indica causa de extino da punibilidade.

    a) Perdo aceito nos crimes de ao privada.

    b) Retroatividade da lei que no mais considera o fato como criminoso.

    c) Casamento do agente com a vtima, no crime de estupro.

    d) Retratao do agente, nos casos em que a lei a admite.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: Mais uma questo que exige o conhecimento do art. 107 do Cdigo Penal.

    11. (Agente - SEJUS-ES / 2009) A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa, o carter da generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.

    GABARITO: CERTO

    COMENTRIOS: Anistia a excluso, por lei ordinria com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidncia do Direito Penal.

    A graa tem por objetivo crimes comuns, com sentena condenatria transitada em julgado, visando o benefcio de pessoa determinada por meio da extino ou comutao de lei imposta.

    tambm denominada, inclusive pela Lei de Execuo Penal, de indulto individual.

    12. (Auditor - TCE-RO / 2010) No tocante s causas de extino da punibilidade, correto afirmar que

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    a) a concesso de anistia atribuio exclusiva do Presidente da Repblica.

    b) o dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo da decadncia.

    c) so previstas exclusivamente na parte geral do Cdigo Penal.

    d) a concesso do indulto restabelece a condio de primrio do beneficiado.

    e) cabvel o perdo judicial em qualquer crime.

    GABARITO: B

    COMENTRIOS: Analisando as alternativas:

    Alternativa A Incorreta A concesso de anistia competncia do Congresso Nacional, com a sano do Presidente da Repblica, conforme o art. 48, VIII da CF/88;

    Alternativa B Correta Trata-se de prazo material.

    Alternativa C Incorreta O artigo 107 no esgota o rol das causas de extino de punibilidade, que esto presentes em outros artigos do cdigo tanto na parte geral como na especial.

    Alternativa D Incorreta Ao contrrio da anistia, o indulto no restabelece a primariedade do beneficiado, pois essa somente extingue a punibilidade (art. 107, II);

    Alternativa E Incorreta O perdo judicial s cabvel nos casos previstos em lei (IX).

    13. (Tcnico - TJ-MG / 2010) Analisando as causas de extino da punibilidade, NO se inclui entre elas

    a) a doena grave do agente.

    b) a graa.

    c) a perempo.

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    d) a renncia ao direito de queixa.

    e) N.R.A

    GABARITO: A

    COMENTRIOS: Questo que exige o conhecimento do art. 107 do CP.

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    LISTA DOS EXERCCIOS APRESENTADOS

    1. (FCC / Defensor - DPE-MT / 2009) A extino da punibilidade pela perempo

    a) pode ocorrer na ao penal privada exclusiva e na subsidiria da pblica.

    b) pode ocorrer antes da instaurao da ao penal.

    c) s pode ocorrer na ao penal privada exclusiva.

    d) s pode ocorrer na ao penal privada subsidiria da pblica.

    e) aplica-se ao penal pblica.

    2. (OAB/2007) No que diz respeito ao indulto, assinale a opo correta.

    a) O indulto somente pode ser concedido por lei elaborada pelo Congresso Nacional.

    b) Trata-se de atribuio do presidente da Repblica, exercida por meio de expedio de decreto.

    c) No se admite indulto parcial.

    d) Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, este benefcio no pode ser reconhecido, de ofcio, pelo juzo das execues penais competente.

    e) N.R.A

    3. (FCC / Procurador - TCE-SP / 2011) O perdo do ofendido

    a) no admissvel fora do processo.

    b) no aproveita aos demais querelados, se concedido.

    c) admissvel mesmo depois de passar em julgado a sentena condenatria.

    d) no produz efeito, se o querelado o recusa.

    e) prejudica o direito dos outros, se concedido apenas por um dos ofendidos.

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    4. (Analista - TRE-SC / 2011) Sobre as causas de extino da punibilidade, assinale a alternativa INCORRETA:

    a) Estar extinta a punibilidade se entre a data do fato e a data do recebimento da denncia verificar-se lapso prescricional de acordo com a pena em concreto.

    b) O acrdo condenatrio que reforma sentena absolutria causa interruptiva da prescrio.

    c) Para os maiores de setenta anos, na data da condenao, o lapso prescricional ser contado pela metade.

    d) Nos casos de concurso material ou continuidade delitiva, os lapsos prescricionais sero contados individualmente de acordo com cada delito.

    e) N.R.A

    5. (FCC / Procurador / 2011) O rol do art. 107 do Cdigo Penal (extino de punibilidade) exemplificativo. H outras causas previstas na Parte Especial e leis penais especiais, entre elas:

    a) o ressarcimento do dano no peculato culposo; o pagamento do tributo antes do recebimento da denncia nos crimes de sonegao fiscal e a retratao no crime de falso testemunho.

    b) a retratao no crime de falso testemunho; o aborto quando no h outro meio de salvar a vida da gestante e o furto contra cnjuge, na constncia do casamento.

    c) o furto e o roubo imprprio contra cnjuge na constncia do casamento; o ressarcimento do dano no peculato culposo e o pagamento do tributo antes do recebimento da denncia no crime de sonegao fiscal.

    d) o ressarcimento integral do prejuzo no caso de estelionato; a retratao no crime de falso testemunho e a retratao do querelado na calnia ou difamao.

    e) em todos os casos de crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa contra a pessoa em que haja reparao do dano.

    6. (OAB/2009) Em relao aos institutos da graa, do indulto e da anistia, assinale a opo correta.

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    a) Compete, privativamente, ao presidente da Repblica conceder graa e indulto; j a anistia atribuio do Congresso Nacional, com a sano do presidente da Repblica.

    b) A anistia foi instituda por lei penal de efeito retroativo, que retira as consequncias da ao criminosa j praticada, eliminando os efeitos penais e extrapenais da condenao.

    c) Com a outorga da graa, benefcio individual concedido mediante a provocao da parte interessada, eliminam-se os efeitos penais principais e secundrios da condenao.

    d) Aps a concesso do indulto, benefcio de carter coletivo outorgado espontaneamente pela autoridade competente, eliminam-se apenas os efeitos extrapenais da condenao.

    e) N.R.A

    7. (Juiz - TRT / 2010) Quanto extino da punibilidade, correto afirmar:

    a) A extino da punibilidade de um dos crimes conexos inviabiliza, quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

    b) Depois de passar em julgado a sentena final, corre prescrio durante o tempo em que o condenado est preso por outro motivo.

    c) Os prazos prescricionais previstos para as penas privativas de liberdade so diferentes daqueles fixados para as penas restritivas de direitos.

    d) A lei que deixa de considerar determinado fato como criminoso retroage para extinguir a punibilidade.

    e) No caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade incidir sobre a pena mais grave.

    8. (Titular - TJ-MG / 2009) Analise a situao hipottica seguinte e assinale a alternativa CORRETA.

    A furtou um telefone celular e o vendeu para B. Foram denunciados nos mesmos autos, por crimes de furto e receptao dolosa, respectivamente. No curso da ao penal verificou-se que o acusado A era menor de 21 anos ao tempo da ao,

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    extinguindo-se em seu favor a punibilidade do delito de furto. O co-ru B possua 26 (vinte e seis) anos ao tempo do delito.

    A extino da punibilidade que beneficiou A favorece B, denunciado pela suposta da prtica de receptao?

    a) Sim, por se tratar de crimes praticados em co-autoria.

    b) No, porque a extino da punibilidade de crime que pressuposto de outro no se estende a este.

    c) No, por se tratar de receptao dolosa.

    d) Sim, porque extinta a punibilidade do furto desaparece o delito de receptao, pressuposto do furto.

    e) N.R.A

    9. (FCC / Analista Judicirio / 2011) De acordo com o Cdigo Penal NO causa de extino da punibilidade a

    a) reparao do dano posterior sentena irrecorrvel no crime de peculato culposo.

    b) morte do agente.

    c) anistia.

    d) prescrio.

    e) retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso.

    10. (TJ-SP / 2011) Assinale a alternativa que no indica causa de extino da punibilidade.

    a) Perdo aceito nos crimes de ao privada.

    b) Retroatividade da lei que no mais considera o fato como criminoso.

    c) Casamento do agente com a vtima, no crime de estupro.

    d) Retratao do agente, nos casos em que a lei a admite.

    e) N.R.A

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    11. (Agente - SEJUS-ES / 2009) A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa, o carter da generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.

    12. (Auditor - TCE-RO / 2010) No tocante s causas de extino da punibilidade, correto afirmar que

    a) a concesso de anistia atribuio exclusiva do Presidente da Repblica.

    b) o dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo da decadncia.

    c) so previstas exclusivamente na parte geral do Cdigo Penal.

    d) a concesso do indulto restabelece a condio de primrio do beneficiado.

    e) cabvel o perdo judicial em qualquer crime.

    13. (Tcnico - TJ-MG / 2010) Analisando as causas de extino da punibilidade, NO se inclui entre elas

    a) a doena grave do agente.

    b) a graa.

    c) a perempo.

    d) a renncia ao direito de queixa.

    e) N.R.A