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Aula 12 (Prof. Sérgio Mendes) Noções de Direito Administrativo p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas Professores: Daniel Mesquita, Sérgio Mendes, Vinícius Nascimento

Aula 12 (Prof. Sérgio Mendes) - forumdeconcursos.com · 6.1.lienação de Bens e Direitos A ... haverá um procedimento diferenciado para o pagamento, já que os bens públicos são

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Noes de Direito Administrativo p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas

Professores: Daniel Mesquita, Srgio Mendes, Vincius Nascimento

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AULA 12: LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - PARTE III

APRESENTAO DO TEMA SUMRIO

APRESENTAO DO TEMA .......................................................................... 1

1. EXECUO ORAMENTRIA E CUMPRIMENTO DE METAS .............................. 3

1.1. Publicao da LOA e Cumprimento de metas ............................................. 3

1.2. Precatrios na LRF ............................................................................ 3

1.3. Limitao de Empenho e Movimentao Financeira ..................................... 5

2. RECEITA PBLICA ........................................................................... 10

2.1. Gesto Fiscal ................................................................................. 10

2.2. Previso de Receitas ........................................................................ 10

2.3. Reestimativa de Receitas ................................................................... 11

2.4. Renncia de Receitas ....................................................................... 13

3. TRANSPARNCIA E FISCALIZAO ........................................................ 18

3.1. Transparncia ................................................................................ 18

3.2. Fiscalizao ................................................................................... 19

3.3. Tribunais de Contas na LRF ................................................................. 20

3.4. Conselho de Gesto Fiscal .................................................................. 20

4. RELATRIOS .................................................................................. 25

4.1. Relatrio de Gesto Fiscal .................................................................. 25

4.2. Relatrio Resumido de Execuo Oramentria ......................................... 26

5. ESCRITURAO, CONSOLIDAO E PRESTAO DAS CONTAS ...................... 30

5.1. Escriturao das Contas ..................................................................... 30

5.2. Consolidao das Contas .................................................................... 31

5.3. Prestao das Contas ........................................................................ 31

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6. GESTO PATRIMONIAL ..................................................................... 35

6.1. Alienao de Bens e Direitos ............................................................... 35

6.2. Conservao do Patrimnio Pblico ....................................................... 35

6.3. Desapropriao de Imvel Urbano ......................................................... 35

6.4. Empresas Controladas pelo Setor Pblico ................................................ 36

6.5. Conta nica na LRF .......................................................................... 36

7. TRANSFERNCIAS VOLUNTRIAS ......................................................... 40

8. DESTINAO DE RECURSOS PBLICOS PARA O SETOR PRIVADO .................... 43

.................................................................................. 46

QUESTES DE CONCURSOS ANTERIORES - CESPE ............................................. 54

LISTA DE QUESTES COMENTADAS NESTA AULA ............................................. 88

GABARITO .......................................................................................... 102

Ol amigos! Como bom estar aqui! Os temas desta aula so: Execuo Oramentria e Cumprimento de Metas; Receita Pblica; Transparncia e Fiscalizao; Relatrios; Escriturao, Consolidao e Prestao das Contas; Gesto Patrimonial; Transferncias Voluntrias e Destinao de Recursos Pblicos para o Setor Privado. E vamos prosseguir no estudo da Lei de Responsabilidade Fiscal!

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1. EXECUO ORAMENTRIA E CUMPRIMENTO DE METAS 1.1. Publicao da LOA e Cumprimento de metas At trinta dias aps a publicao dos oramentos, nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecer a programao financeira e o cronograma de execuo mensal de desembolso.1

Os recursos legalmente vinculados finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso.2

Pode-se dizer que um recurso vinculado aquele que possui destinao obrigatria a determinada despesa. A LRF dispe que tais recursos no perdem o carter vinculativo ainda que o exerccio financeiro em que ocorreu a entrada da receita tenha chegado ao fim. Logo, se recurso vinculado, permanecer vinculado ainda que em exerccio financeiro diferente daquele em que ocorrer o ingresso. At o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audincia pblica na comisso mista referida na Constituio ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.3 No prazo de noventa dias aps o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentar, em reunio conjunta das comisses temticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliao do cumprimento dos objetivos e metas das polticas monetria, creditcia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operaes e os resultados demonstrados nos balanos.4 1.2. Precatrios na LRF A LRF traz apenas um dispositivo sobre os precatrios: Art. 10. A execuo oramentria e financeira identificar os beneficirios de pagamento de sentenas judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administrao financeira, para fins de observncia da ordem cronolgica determinada no art. 100 da Constituio.

1 Art. 8, caput, da LRF. 2 Art. 8, pargrafo nico, da LRF. 3 Art. 9, 4, da LRF. 4 Art. 9, 5, da LRF.

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O art. 100 da CF/1988 o que trata de precatrios. Os precatrios so pagamentos devidos pelas Fazendas Pblicas Federal, estaduais, Distrital e municipais, em virtude de sentena judicial. Decorrem de situaes em que a Administrao no reconhece uma dvida na esfera administrativa e o credor ingressa com uma ao no Poder Judicirio. Em caso de vitria do credor, haver um procedimento diferenciado para o pagamento, j que os bens pblicos so impenhorveis. Para que seja observada a ordem cronolgica para pagamentos de precatrios, exigida no art. 100 da CF/1988, a LRF determina que os beneficirios dos precatrios sejam identificados na execuo oramentria e financeira, por meio de sistema de contabilidade e administrao financeira.

(CESPE Administrador MPOG - 2015) A vinculao legal entre recurso e objeto restrita ao exerccio de ingresso do recurso, sendo desfeita no exerccio subsequente. Os recursos legalmente vinculados a finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso (art. 8, pargrafo nico, da LRF). Resposta: Errada (FCC Procurador de Contas TCM/GO 2015) Os recursos legalmente vinculados finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Os recursos legalmente vinculados a finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso (art. 8, pargrafo nico, da LRF). Resposta: Certa (FCC Procurador de Contas TCM/GO 2015) O Poder Executivo estabelecer a programao financeira e o cronograma de execuo mensal de desembolso em at 30 dias aps a publicao dos oramentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes oramentrias.

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At trinta dias aps a publicao dos oramentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes oramentria; e observado o disposto na alnea c do inciso I do art. 4, da LRF, o Poder Executivo estabelecer a programao financeira e o cronograma de execuo mensal de desembolso (art. 8, caput, da LRF) Resposta: Certa 1.3. Limitao de Empenho e Movimentao Financeira o previsto de maneira explcita na LRF, a qual dispe que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais, os Poderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos 30 dias subsequentes, limitao de empenho e movimentao financeira, segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias.5 Note que tal verificao bimestral, a fim de que em vrios momentos do ano tenhamos a possibilidade de correes e monitoramento das metas. A limitao de empenho tambm ser promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dvida consolidada, para que obtenha o resultado primrio necessrio reconduo da dvida ao limite.6 Se houver frustrao da receita estimada no oramento, dever ser estabelecida limitao de empenho e movimentao financeira, com o objetivo de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assuno de compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de socorro no mercado financeiro, situao que implica em encargos elevados. Em outras palavras, a limitao de empenho, usualmente usada como sinnimo de contingenciamento, consiste no bloqueio de despesas previstas na LOA. um procedimento empregado pela Administrao para assegurar o equilbrio entre a execuo das despesas e a disponibilidade efetiva de recursos. A realizao das despesas depende diretamente da arrecadao das receitas. Assim, caso no se confirmem as receitas previstas, as despesas programadas podero deixar de ser executadas na mesma proporo. As despesas so bloqueadas a critrio do Governo, que as libera ou no dependendo da sua convenincia. Os contingenciamentos tm sido decretados com frequncia, e como a liberao depende da convenincia da Administrao, estimula a negociao poltica entre o Poder Executivo e os parlamentares que querem ver suas bases eleitorais atendidas na execuo oramentria e financeira.

5 Art. 9, caput, da LRF. 6 Art. 31, 1, II, da LRF.

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Outra possibilidade a ser pensada em caso de frustrao de receita seria o endividamento pblico. O ente realizaria operaes de crdito para cobrir a defasagem entre as receitas efetivamente arrecadas e a previso na LOA. No entanto, isso no mais recomendado com a LRF, j que medidas desse tipo no contribuiriam para o cumprimento das metas fiscais. Restaria apenas a conteno de despesas por meio da limitao de empenho, at que ocorra a melhora da arrecadao. Analisando a LRF, no h a possibilidade de limitao de empenho por excesso de despesa, a no ser por dvida. O gestor pblico s tem permisso legal para proceder limitao de empenho quando a realizao da receita (e no a execuo da despesa) comprometer as metas fiscais, como o supervit primrio. Outra observao a de que, alm do Poder Executivo, h a extenso da limitao de empenho aos Poderes Legislativo e Judicirio e ao Ministrio Pblico. A LRF apresenta despesas que no podem sofrer a limitao de empenho. No sero objeto de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias.7 No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposio das dotaes cujos empenhos foram limitados dar-se- de forma proporcional s redues efetivadas.8

Limitao de

empenho

No sero objeto de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias. No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposio das dotaes cujos empenhos foram limitados dar-se- de forma proporcional s redues efetivadas.

No caso de estado de defesa e/ou de stio, decretado na forma da Constituio, ou na ocorrncia de calamidade pblica reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da Unio, ou pelas Assembleias Legislativas, na hiptese dos estados e municpios, enquanto perdurar a situao sero dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitao de empenho prevista no art. 9.9

7 Art. 9, 2, da LRF. 8 Art. 9, 1, da LRF. 9 Art. 65 da LRF.

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Cabe ressaltar que, em relao ao 3 do art. 9, foi proposta uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) perante o Supremo Tribunal Federal, o qual suspendeu liminarmente a eficcia deste dispositivo: 3 No caso de os Poderes Legislativo e Judicirio e o Ministrio Pblico no promoverem a limitao no prazo estabelecido no caput, o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias.

(CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) Quando a receita realizada no bimestre sinalizar que no se atingiro as metas fiscais, e o Poder Legislativo no cumprir tempestivamente a obrigao de limitar empenho e movimentao financeira, o Poder Executivo poder, substitutivamente, faz-lo, conforme os critrios fixados pela LDO. Atualmente, devido ADIN, o Poder Executivo no autorizado a limitar os Poderes Legislativo e Judicirio e o Ministrio Pblico caso estes no promovam a limitao no prazo estabelecido no caput do art. 9. H a extenso da limitao de empenho aos Poderes Legislativo, Judicirio e Ministrio Pblico, mas ela deve ser efetuada por ato prprio. Resposta: Errada (CESPE Analista Judicirio Contabilidade TRT/8 2016) Os recursos destinados ao pagamento do servio da dvida pblica podem ser objeto de limitao de empenho. No sero objeto de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias. Resposta: Errada

Atualmente, devido ADIN, o Poder Executivo no autorizado a limitar os Poderes Legislativo e Judicirio e o Ministrio Pblico caso estes no promovam a limitao no prazo estabelecido no caput do art. 9. H a extenso da limitao de empenho aos Poderes Legislativo, Judicirio e Ministrio Pblico, mas ela deve ser efetuada por ato prprio.

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(FCC Procurador de Contas TCM/GO 2015) Sero igualmente objeto de limitao, no limite e na proporo da receita no realizada, as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias. No sero objetos de limitao as despesas que constituam obrigaes constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do servio da dvida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes oramentrias (art. 9, 2, da LRF). Resposta: Errada (FCC Procurador de Contas TCM/GO 2015) Quando verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, ficam os Poderes Legislativos da Unio, dos Estados e dos Municpios autorizados a instituir contribuies de interveno no domnio econmico, nas suas respectivas reas de atuao, por prazo no superior a 6 meses. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos trinta dias subsequentes, limitao de empenho e movimentao financeira, segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias (art. 9, da LRF). No h autorizao para a instituio de contribuies. Resposta: Errada (CEPERJ Especialista RioPrevidncia 2014) A reavaliao da expectativa de arrecadao, assim como o ajuste da limitao de empenho em conformidade com o artigo 9 da Lei de Responsabilidade Fiscal, LRF, dever ser efetuada a cada quadrimestre. A reavaliao da expectativa de arrecadao, assim como o ajuste da limitao de empenho, deve ser bimestral. Resposta: Errada (Consulplan Agente Administrativo MAPA 2014) Se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os poderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos trinta dias subsequentes, limitao de empenho e movimentao

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financeira, segundo os critrios fixados na Lei de Diretrizes Oramentrias. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realizao da receita poder no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministrio Pblico promovero, por ato prprio e nos montantes necessrios, nos trinta dias subsequentes, limitao de empenho e movimentao financeira, segundo os critrios fixados pela lei de diretrizes oramentrias (art. 9, caput, da LRF). Resposta: Certa

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2. RECEITA PBLICA 2.1. Gesto Fiscal

Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, a previso e a efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. No entanto, vedada a realizao de transferncias voluntrias para o ente que no observe tal determinao no que se refere aos impostos.10 Assim, apesar de os requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal contemplarem os tributos, a vedao quanto s transferncias voluntrias se refere apenas aos impostos.

Apesar de os requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal contemplarem os tributos, a vedao quanto s transferncias voluntrias se refere apenas aos impostos.

Ressalto que tal vedao no alcana as transferncias voluntrias destinadas a aes de educao, sade e assistncia social.

2.2. Previso de Receitas A previso (ou planejamento) se configura por meio da estimativa de arrecadao da receita, constante da Lei Oramentria Anual LOA, resultante de metodologia de projeo de receitas oramentrias.

Segundo a LRF:

Art. 12. As previses de receita observaro as normas tcnicas e legais, consideraro os efeitos das alteraes na legislao, da variao do ndice de preos, do crescimento econmico ou de qualquer outro fator relevante e sero acompanhadas de demonstrativo de sua evoluo nos ltimos trs anos, da projeo para os dois seguintes quele a que se referirem, e da metodologia de clculo e premissas utilizadas. Assim, so parmetros para a previso de receitas os efeitos das alteraes na legislao, como a alterao de alquotas, as desoneraes fiscais e a concesso de crditos tributrios. Deve ser considerada, ainda, a variao do ndice de preos, do crescimento econmico ou de qualquer outro fator relevante.

10 Art. 11 da LRF.

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Consoante a LRF, o Poder Executivo de cada ente colocar disposio dos demais Poderes e do Ministrio Pblico, no mnimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas oramentrias, os estudos e as estimativas das receitas para o exerccio subsequente, inclusive da corrente lquida, e as respectivas memrias de clculo.11 Isso ocorre porque todos os Poderes (Legislativo, Judicirio e mais o Ministrio Pblico) elaboram suas propostas oramentrias parciais e encaminham para o Poder Executivo, o qual o responsvel constitucionalmente pelo envio da proposta consolidada ao Legislativo. Para que os demais Poderes possam elaborar suas propostas parciais, devem ter disponveis em tempo hbil os estudos e as estimativas das receitas para o exerccio subsequente. Ainda, as receitas previstas sero desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadao, com a especificao, em separado, quando cabvel, das medidas de combate evaso e sonegao, da quantidade e valores de aes ajuizadas para cobrana da dvida ativa, bem como da evoluo do montante dos crditos tributrios passveis de cobrana administrativa.12 Tais metas bimestrais so utilizadas como parmetros para a limitao de empenho e movimentao financeira prevista no art. 9. 2.3. Reestimativa de Receitas No que se refere s estimativas de receitas, no af de conseguir mais recursos para emendas parlamentares, o Poder Legislativo poderia tentar, sem embasamento tcnico, reestimar os valores de receitas apresentados pelo Poder Executivo. Para prevenir isso, a LRF determina: Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo s ser admitida se comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal.13 Ateno: repare que a LRF restritiva, porm admite reestimativa da receita pelo Poder Legislativo se comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal.

(CESPE Analista Tcnico-Administrativo - SUFRAMA 2014) O municpio que isentar seus moradores do pagamento da taxa de iluminao pblica ser proibido de receber transferncias voluntrias da Unio. 11 Art. 12, 3, da LRF. 12 Art. 13 da LRF. 13 Art. 12, 1, da LRF.

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Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, a previso e a efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. No entanto, vedada a realizao de transferncias voluntrias para o ente que no observe tal determinao no que se refere aos impostos. Assim, apesar de os requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal contemplarem os tributos, a vedao quanto s transferncias voluntrias se refere apenas aos impostos. Os municpios que no institurem a contribuio (no taxa) para o custeio do servio de iluminao pblica no esto proibidos de receber transferncias voluntrias, pois no se trata da instituio de impostos. Resposta: Errada (CESPE Auditor FUB - 2015) As alteraes em ndices oficiais de preos interferem no clculo da previso de receita oramentria. As previses de receita observaro as normas tcnicas e legais, consideraro os efeitos das alteraes na legislao, da variao do ndice de preos, do crescimento econmico ou de qualquer outro fator relevante e sero acompanhadas de demonstrativo de sua evoluo nos ltimos trs anos, da projeo para os dois seguintes quele a que se referirem, e da metodologia de clculo e premissas utilizadas (art. 12, caput, da LRF). Resposta: Certa (FGV Auditor do Tesouro Pref. do Recife/PE 2014) A reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo poder ser admitida se comprovada fraude, erro ou mudana de poltica contbil. A reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo poder ser admitida se comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal (art. 12, 1, da LRF). Resposta: Errada (FGV Auditor do Tesouro Pref. do Recife/PE 2014) O Poder Executivo de cada ente dever colocar disposio do Ministrio Pblico, no mnimo dez dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas oramentrias, os estudos e as estimativas das receitas para o exerccio subsequente, com exceo da corrente lquida. O Poder Executivo de cada ente dever colocar disposio do Ministrio Pblico, no mnimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas oramentrias, os estudos e as estimativas das receitas para o exerccio subsequente, inclusive da corrente lquida (art. 12, 3, da LRF).

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Resposta: Errada

2.4. Renncia de Receitas

Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, previso e efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. Desta forma, os entes possuem tributos de competncia prpria e devem explorar efetivamente seu potencial arrecadatrio. No entanto, em geral, os municpios brasileiros de menor porte so os que tm demonstrado menor interesse em arrecadar os tributos, devido a proximidade do eleitor-contribuinte com o prefeito e os vereadores, o que desmotiva tais polticos a adotarem medidas benficas aos cofres pblicos, porm desgastantes e antipticas politicamente. Visando coibir prticas semelhantes, a LRF traz meios e sanes para que o gestor pblico tenha um melhor gerenciamento no tocante receita pblica, como no que se refere renncia de receitas. A renncia de receitas compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado.14 Note que, ao considerar renncia termos como iseno em carter no geral, reduo discriminada e tratamento diferenciado, a LRF visa evitar que haja preferncias para apenas alguns poucos em prejuzo dos demais. Por exemplo, a iseno em carter geral no se enquadra no conceito de renncia de receitas da LRF. Vamos s definies tomando como base o disposto no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico e no Cdigo Tributrio Nacional:

Anistia: o perdo da multa, que visa excluir o crdito tributrio na parte relativa multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infraes cometidas por este anteriormente vigncia da lei que a concedeu. A anistia no abrange o crdito tributrio j em cobrana, em dbito para com a Fazenda, cuja incidncia tambm j havia ocorrido.

Remisso: o perdo da dvida, que se d em determinadas circunstncias previstas na lei, tais como valor diminuto da dvida, situao difcil que torna impossvel ao sujeito passivo solver o dbito, inconvenincia do processamento da cobrana dado o alto custo no compensvel com a quantia em cobrana, probabilidade de no receber, erro ou ignorncia escusveis do sujeito passivo, equidade etc. No implica em perdoar a conduta ilcita, concretizada na infrao penal, nem em perdoar a sano aplicada ao contribuinte. Contudo, no se considera

14 Art. 14, 1, da LRF.

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renncia de receita o cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.

Subsdio: um incentivo do estado a determinadas situaes de interesse pblico. Por exemplo, para aquisio de casa prpria para a populao de renda mensal inferior a trs salrios mnimos.

Crdito presumido: aquele que representa o montante do imposto cobrado na operao anterior e objetiva neutralizar o efeito de recuperao dos impostos no cumulativos, pelo qual o estado se apropria do valor da iseno nas etapas subsequentes da circulao da mercadoria. o caso dos crditos referentes a mercadorias e servios que venham a ser objeto de operaes e prestaes destinadas ao exterior. Todavia, no considerado renncia de receita o crdito real ou tributrio do ICMS previsto na legislao instituidora do tributo.

Iseno: a espcie mais usual de renncia e define-se como a dispensa legal, pelo estado, do dbito tributrio devido.

Reduo da base de clculo: o incentivo fiscal por meio do qual a lei modifica para menos sua base tributvel por meio da excluso de qualquer de seus elementos constitutivos. Pode ocorrer isoladamente ou associada a uma reduo de alquota, expressa na aplicao de um percentual de reduo.

Ainda, outras situaes podem caracterizar renncia de receitas e no apenas as listadas, j que o conceito compreende tambm outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado. Por exemplo, segundo o art. 146 da CF/1988, cabe lei complementar estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente sobre adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. De acordo com a CF/1988, qualquer subsdio ou iseno, reduo de base de clculo, concesso de crdito presumido, anistia ou remisso, relativos a impostos, taxas ou contribuies, s poder ser concedido mediante lei especfica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matrias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuio.15 Assim, vedada ao Poder Executivo, atravs de ato regulamentar ou de delegao legislativa, a concesso de benefcios fiscais, bem como a edio de lei geral sobre a matria. O tema to importante que a CF/1988 tornou o controle mais abrangente, no mais se restringindo apenas ao lado da despesa oramentria propriamente dita, mas tambm atuando na renncia de receitas. A Carta Magna dispe que a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e

15 Art. 150, 6, da CF/1988.

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renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.16 A LRF determina que a renncia de receitas deve ser precedida de um planejamento pormenorizado, a fim de que se identifiquem as consequncias sobre a perda inicial de arrecadao e as medidas para a compensao dessa perda para o ano que entrar em vigor e nos dois seguintes. Assim, a concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorra renncia de receita dever estar acompanhada de estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes oramentrias e a pelo menos uma das seguintes condies:17

Demonstrao pelo proponente de que a renncia foi considerada na estimativa de receita da lei oramentria e de que no afetar as metas de resultados fiscais previstas no anexo prprio da LDO.

Estar acompanhada de medidas de compensao, no perodo mencionado, por meio do aumento de receita, proveniente da elevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao ou criao de tributo ou contribuio. Nesse caso, o benefcio s entrar em vigor quando implementadas as medidas citadas.

Vale destacar que a LRF taxativa, logo, medidas como diminuio de despesas ou aumento de fiscalizao contra a sonegao no so medidas de compensao. O disposto acima sobre renncia de receitas no se aplica s alteraes das alquotas dos impostos de importao de produtos estrangeiros (II), de exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), de produtos industrializados (IPI), de operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF) e ao cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.18 16 Art. 70, caput, da CF/1988. 17 Art. 14, caput e 2, da LRF. 18 Art. 14, 3, da LRF.

As limitaes da LRF sobre a renncia de receitas no se aplicam s alteraes das alquotas II, IE, IPI, IOF e ao cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.

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Relembro que o projeto de lei oramentria anual, elaborado de forma compatvel com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira,

tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado.19

(CESPE Consultor de Oramentos Cmara dos Deputados 2014) So formas de renncia fiscal: anistia, remisso, subsdio, crdito presumido e concesso de iseno em carter no geral. A renncia de receitas compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado. Resposta: Certa (FCC Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI 2015) A LRF dedicou ateno especial renncia de receitas e estabeleceu regras rgidas para sua realizao. Nesse sentido, durante a execuo do oramento do Governo do Estado do Piau ocorreram os seguintes fatos: 1 anistia; 2 remisso; 3 concesso de iseno em carter geral; 4 subsdio; 5 cancelamento de dbito cujo montante era inferior ao do respectivo custo de cobrana. Configuram renncia de receita os eventos de nmero 1, 2 e 4. Evento 3: a renncia compreende a concesso de iseno em carter no geral. Evento 5: No considerado renncia de receita o cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana (art. 14, 3, II, da LRF). Resposta: Certa (FCC Auditor de Controle Externo rea Jurdica -TCM/GO 2015) A renncia de receita a que se refere a Lei Complementar n 101/2000 Lei de Responsabilidade Fiscal, compreende a remisso, o subsdio, a

19 Art. 5, II, da LRF.

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concesso de iseno em carter geral ou no, a alterao de alquota ou a modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies. A renncia compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado (art. 14, 1, da LRF). Resposta: Errada

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3. TRANSPARNCIA E FISCALIZAO

3.1. Transparncia So instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos.20 A Lei Complementar n 131/2009 acrescentou dispositivos Lei de Responsabilidade Fiscal. A transparncia ser assegurada tambm mediante (art. 48, pargrafo nico e art. 48-A):21 I) Incentivo participao popular e realizao de audincias pblicas, durante os processos de elaborao e discusso dos planos, lei de diretrizes oramentrias e oramentos. II) Liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico. Os entes da Federao disponibilizaro a qualquer pessoa fsica ou jurdica o acesso a informaes, quanto despesa, referentes a todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execuo da despesa, no momento de sua realizao, com a disponibilizao mnima dos dados referentes ao nmero do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatrio realizado; e quanto receita, referente ao lanamento e ao recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinrios. III) Adoo de sistema integrado de Administrao Financeira e controle, que atenda a padro mnimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da Unio. O no atendimento, at o encerramento dos prazos previstos na LRF, das determinaes contidas nos itens II e III acima sujeita o ente sano de no poder receber transferncias voluntrias.22 O maior objetivo das regras de transparncia na LRF viabilizar o controle social, ou seja, a participao da sociedade no acompanhamento e na

20 Art. 48, caput, da LRF. 21 Art. 48, pargrafo nico c/c art. 48-A, ambos da LRF. 22 Art. 73-C da LRF.

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verificao da execuo das polticas pblicas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados, visando assegurar que os recursos pblicos sejam bem empregados em benefcio da coletividade. A prestao de contas da Unio conter demonstrativos do Tesouro Nacional e das agncias financeiras oficiais de fomento, includo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, especificando os emprstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos oramentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agncias financeiras, avaliao circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exerccio.23 As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficaro disponveis, durante todo o exerccio, no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel pela sua elaborao, para consulta e apreciao pelos cidados e instituies da sociedade.24 No que tange aos Chefes do Poder Executivo Municipal, o 3 do art. 31 da CF/1988 exige que as contas fiquem, durante 60 dias, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qual poder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF ampliou o prazo constitucional de 60 dias para todo o exerccio tambm para as contas municipais. 3.2. Fiscalizao A LRF tambm trata da fiscalizao da gesto fiscal. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxlio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministrio Pblico, fiscalizaro o cumprimento das normas da LRF, com nfase no que se refere a:25

Atingimento das metas estabelecidas na LDO. Limites e condies para realizao de operaes de crdito e inscrio

em restos a pagar; Medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal. Providncias tomadas para reconduo dos montantes das dvidas

consolidada e mobiliria aos respectivos limites. Destinao de recursos obtidos com a alienao de ativos. Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais,

quando houver. Compete privativamente ao Presidente da Repblica prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior.

23 Art. 49, pargrafo nico, da LRF. 24 Art. 49, caput, da LRF. 25 Art. 59, caput, da LRF.

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3.3. Tribunais de Contas na LRF Os Tribunais de Contas alertaro os Poderes ou rgos quando constatarem:26

A possibilidade da realizao da receita no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais.

Que o montante da despesa total com pessoal e das dvidas consolidada e mobiliria, das operaes de crdito e da concesso de garantia se encontram acima de 90% dos respectivos limites (limites de alerta).

Que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei.

Fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indcios de irregularidades na gesto oramentria.

Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os clculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e rgo. 27 Ao Tribunal de Contas da Unio compete acompanhar o cumprimento das determinaes seguintes referentes ao Banco Central do Brasil e ao Tesouro Nacional:

O Banco Central s poder comprar diretamente ttulos emitidos pela Unio para refinanciar a dvida mobiliria federal que estiver vencendo na sua carteira. Ainda, tal operao dever ser realizada taxa mdia e condies alcanadas no dia, em leilo pblico.

vedado ao Tesouro Nacional adquirir ttulos da dvida pblica federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com clusula de reverso, salvo para reduzir a dvida mobiliria.

Qualquer cidado, partido poltico, associao ou sindicato parte legtima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao rgo competente do Ministrio Pblico o descumprimento das prescries estabelecidas nesta Lei Complementar.28 3.4. Conselho de Gesto Fiscal O acompanhamento e a avaliao, de forma permanente, da poltica e da operacionalidade da gesto fiscal sero realizados por conselho de gesto fiscal CGF. O CGF instituir formas de premiao e reconhecimento pblico aos titulares de Poder que alcanarem resultados meritrios em suas polticas de

26 Art. 59, 1, da LRF. 27 Art. 59, 2, da LRF. 28 Art. 73-A da LRF.

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desenvolvimento social, conjugados com a prtica de uma gesto fiscal pautada pelas normas da LRF.29 O Conselho ser constitudo por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministrio Pblico e de entidades tcnicas representativas da sociedade, visando a:30

Harmonizao e coordenao entre os entes da Federao. Disseminao de prticas que resultem em maior eficincia na alocao e

execuo do gasto pblico, na arrecadao de receitas, no controle do endividamento e na transparncia da gesto fiscal.

Adoo de normas de consolidao das contas pblicas, padronizao das prestaes de contas e dos relatrios e demonstrativos de gesto fiscal de que trata a LRF, normas e padres mais simples para os pequenos municpios, bem como outros, necessrios ao controle social.

Divulgao de anlises, estudos e diagnsticos. A edio de normas gerais para consolidao das contas pblicas caber ao rgo central de contabilidade da Unio, enquanto no implantado o Conselho de Gesto Fiscal.31 Ainda, a LRF determinou que lei ordinria deve dispor sobre a composio e a forma de funcionamento do conselho.32

(CESPE Analista Judicirio Administrativa TRT/8 2016) Para viabilizar a transparncia da gesto fiscal, a LRF estabelece que os entes da Federao disponibilizem o acesso a informaes referentes a todos os pagamentos realizados s pessoas jurdicas fornecedoras de bens e servios, excludos os valores destinados remunerao de pessoas fsicas, para que a privacidade delas no seja violada. Os entes da Federao disponibilizaro a qualquer pessoa fsica ou jurdica o acesso a informaes, quanto despesa, referentes a todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execuo da despesa, no momento de sua realizao, com a disponibilizao mnima dos dados referentes ao nmero do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatrio realizado; e quanto receita, referente ao

29 Art. 67, 1, da LRF. 30 Art. 67, caput, da LRF. 31 Art. 50, 2, da LRF. 32 Art. 67, 2, da LRF.

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lanamento e ao recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinrios. Resposta: Errada

(FCC Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI 2015) A transparncia das contas pblicas ganhou fora com o advento da LRF. Tanto isso fato que essa lei foi alterada justamente para o aprimoramento das regras de transparncia. Uma dessas modificaes foi a exigncia de disponibilizao a qualquer pessoa fsica ou jurdica de dados quanto despesa pblica, que deve ocorrer em at 30 dias de sua realizao. Os entes da Federao disponibilizaro a qualquer pessoa fsica ou jurdica o acesso a informaes referentes a: quanto despesa, todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execuo da despesa, no momento de sua realizao, com a disponibilizao mnima dos dados referentes ao nmero do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatrio realizado (art. 48-A, I, da LRF). Resposta: Errada (FCC Consultor Legislativo Tributrio, Financeiro e Cidadania Assembleia Legislativa/PE 2014) A LRF garante maior transparncia nas finanas pblicas, posto que prev um maior controle em relao aos gastos das esferas estadual e federal apenas, ficando os governantes responsabilizados pela divulgao de tempos em tempos do emprego do dinheiro arrecadado, durante todo o seu mandato. A LRF se aplica a todos os entes. Alm disso, a transparncia ser assegurada mediante, entre outros, liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico (art. 48, pargrafo nico, II, da LRF). Resposta: Errada (Consulplan Agente Administrativo MAPA 2014) As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficaro disponveis, durante todo o exerccio, no respectivo Poder Legislativo, para consulta e apreciao exclusiva dos cidados. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficaro disponveis, durante todo o exerccio, no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel pela sua elaborao, para consulta e apreciao pelos cidados e instituies da sociedade (art. 49, caput, da LRF). Resposta: Errada

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(FCC Tcnico Judicirio Administrativa TRT/12- 2013) A Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, tem como uma de suas principais caractersticas a preocupao com a divulgao de informaes pelo setor pblico. Nos termos dessa lei, instrumento de transparncia na gesto fiscal o plano de carreira, cargos e salrios. Segundo o art. 48 da LRF, so instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos. No esto includos o plano de carreira, cargos e salrios. Resposta: Errada (FGV Administrador - Assembleia Legislativa/MA 2013) A LRF estimula a transparncia, exigindo a divulgao, inclusive pela Internet dos relatrios de acompanhamento da gesto fiscal que permitem identificar receitas e despesas. Segundo o art. 48 da LRF, so instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos. Resposta: Certa (FGV Administrador - Assembleia Legislativa/MA 2013) O acompanhamento e a avaliao, de forma permanente, da poltica e da operacionalidade da gesto fiscal, sero realizados pelo Conselho de Gesto Fiscal, constitudo por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministrio Pblico e de entidades tcnicas representativas da sociedade. O acompanhamento e a avaliao, de forma permanente, da poltica e da operacionalidade da gesto fiscal sero realizados por conselho de gesto fiscal. O Conselho ser constitudo por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministrio Pblico e de entidades tcnicas representativas da sociedade. Resposta: Certa

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(FGV Administrador - Assembleia Legislativa/MA 2013) A LRF estimula o controle das contas pblicas, exigindo qualidade das informaes e aes mais efetivas e contnuas dos Tribunais de Contas. A LRF trouxe diversas atribuies aos tribunais de contas, como a competncia de alertar os Poderes ou rgos quando constatarem a possibilidade da realizao da receita no comportar o cumprimento das metas de resultado primrio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais e quando constatarem fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indcios de irregularidades na gesto oramentria, entre outros. Resposta: Certa

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4. RELATRIOS 4.1. Relatrio de Gesto Fiscal O Relatrio de Gesto Fiscal RGF ser emitido, a cada quadrimestre, pelos titulares dos Poderes e rgos, assinado pelo Chefe do Poder Executivo; Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Legislativo; Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administrao ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Judicirio; Chefe do Ministrio Pblico, da Unio e dos Estados. O relatrio tambm ser assinado pelas autoridades responsveis pela Administrao Financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato prprio de cada Poder ou rgo.33 facultado aos municpios com populao inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar semestralmente o Relatrio de Gesto Fiscal.34 O Relatrio de Gesto Fiscal conter comparativo com os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes:35

despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; dvidas consolidada e mobiliria; concesso de garantias; e operaes de

crdito, inclusive por antecipao de receita (tais demonstrativos estaro apenas no RGF do Poder Executivo).

Se ultrapassado qualquer dos limites, o RGF conter tambm a indicao das medidas corretivas adotadas ou a adotar.36 Apenas no ltimo quadrimestre, o RGF conter demonstrativos:37

do montante das disponibilidades de caixa em 31/12; da inscrio em restos a pagar, das despesas liquidadas; empenhadas

e no liquidadas; empenhadas e no liquidadas, inscritas at o limite do saldo da disponibilidade de caixa; no inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados; e

do cumprimento do disposto no inciso II e na alnea b do inciso IV do art. 38, que trata das operaes de crdito por antecipao de receita.

O RGF ser publicado at 30 dias aps o encerramento do perodo a que corresponder, com amplo acesso ao pblico, inclusive por meio eletrnico. O descumprimento do prazo impedir, at que a situao seja regularizada, que

33 Art. 54 da LRF. 34 Art. 63, II, b, da LRF. 35 Art. 55, I, da LRF. 36 Art. 55, II, da LRF. 37 Art. 55, III, da LRF.

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o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.38 4.2. Relatrio Resumido de Execuo Oramentria De acordo a CF/1988, o Poder Executivo publicar, at 30 dias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria RREO.39 A finalidade dessa periodicidade permitir que a sociedade conhea, acompanhe e analise o desempenho da execuo oramentria de cada ente ainda durante o exerccio financeiro. O RREO ser elaborado e publicado pelo Poder Executivo de cada ente: da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. Os arts. 52 e 53 da LRF regulamentam o tema. O RREO abranger todos os Poderes e o Ministrio Pblico e ser composto pelo balano oramentrio e por demonstrativos de execuo de receitas e despesas:40

Balano oramentrio, que especificar, por categoria econmica, as receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previso atualizada; as despesas por grupo de natureza, discriminando a dotao para o exerccio, a despesa liquidada e o saldo.

Demonstrativos da execuo das receitas, por categoria econmica e fonte, especificando a previso inicial, a previso atualizada para o exerccio, a receita realizada no bimestre, a realizada no exerccio e a previso a realizar; e das despesas, por categoria econmica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotao inicial, dotao para o exerccio, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exerccio.

Despesas, por funo e subfuno. Os valores referentes ao refinanciamento da dvida mobiliria constaro destacadamente nas receitas de operaes de crdito e nas despesas com amortizao da dvida.41 Da mesma forma que no RGF, o descumprimento do prazo do RREO impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.42

38 Art. 55, 2 e 3, da LRF. 39 Art. 165, 3, da CF/1988. 40 Art. 52 da LRF. 41 Art. 52, 1, da LRF. 42 Art. 52, 2, da LRF.

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Acompanharo o RREO demonstrativos relativos a:43 Apurao da receita corrente lquida e sua evoluo, assim como a

previso de seu desempenho at o final do exerccio. Receitas e despesas previdencirias. Resultados nominal e primrio. Despesas com juros. Restos a Pagar, detalhando, por Poder e rgo, os valores inscritos, os

pagamentos realizados e o montante a pagar. facultado aos municpios com populao inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar semestralmente os demonstrativos do RREO44 (citados acima). No entanto, o RREO deve ser divulgado bimestralmente em todos os entes, j que este perodo o previsto na CF/1988, conforme estudamos no incio deste tpico. J o RREO referente ao ltimo bimestre do exerccio ser acompanhado tambm de demonstrativos do atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988 e disposies da LRF no 3 do art. 32); das projees atuariais dos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos; e da variao patrimonial, evidenciando a alienao de ativos e a aplicao dos recursos dela decorrentes.45 Quando for o caso, sero apresentadas justificativas da limitao de empenho e da frustrao de receitas, especificando as medidas de combate sonegao e evaso fiscal, adotadas e a adotar, e as aes de fiscalizao e cobrana.46

RGF RREO

RGF: ser emitido, a cada quadrimestre, pelos titulares dos Poderes e rgos. RREO: publicado, at 30 dias aps o encerramento de cada bimestre, pelo Poder Executivo.

(CESPE Analista Judicirio Administrativa TRE/PI 2016) O oramento publicado deve conter, em suas receitas, as metas trimestrais de arrecadao, com a especificao das medidas de combate sonegao. 43 Art. 53, caput, da LRF. 44 Art. 63, II, c, da LRF. 45 Art. 53, 1, da LRF. 46 Art. 53, 2, da LRF.

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Quando for o caso, sero apresentadas no RREO justificativas da limitao de empenho e da frustrao de receitas, especificando as medidas de combate sonegao e evaso fiscal, adotadas e a adotar, e as aes de fiscalizao e cobrana. Resposta: Errada (CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) O relatrio de gesto fiscal, que dever ser publicado em at trinta dias aps o encerramento do perodo a que corresponder, com amplo acesso ao pblico, inclusive por meio eletrnico, engloba o relatrio resumido de execuo oramentria. O RGF ser publicado at 30 dias aps o encerramento do perodo a que corresponder, com amplo acesso ao pblico, inclusive por meio eletrnico. Entretanto, no engloba o RREO. Resposta: Errada (FCC Auditor de Controle Externo rea Controle Externo -TCM/GO 2015) correto afirmar que o Relatrio de Gesto Fiscal ser emitido ao final de cada bimestre e dever estar acompanhado pelo demonstrativo dos resultados nominal e primrio. O RGF ser emitido ao final de cada quadrimestre e dever estar acompanhado pelo demonstrativo dos resultados nominal e primrio. Resposta: Errada (FCC Auditor de Controle Externo rea Controle Externo -TCM/GO 2015) correto afirmar que o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria ser emitido ao final de cada quadrimestre e dever estar acompanhado, no ltimo quadrimestre, do demonstrativo da inscrio em restos a pagar, das despesas. O RREO abranger todos os Poderes e o Ministrio Pblico e ser publicado at trinta dias aps o encerramento de cada bimestre. O RGF do ltimo quadrimestre que ser acompanhado do demonstrativo das inscries em restos a pagar. Resposta: Errada (ESAF Analista de Planejamento e Oramento MPOG - 2015) A respeito do Relatrio Resumido da Execuo Oramentria de que trata o art. 52 da Lei Complementar n. 101/2001, as de despesas executadas devem ser demonstradas no Balano Oramento por funo e subfuno.

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O RREO ser composto, entre outros, de demonstrativos da execuo das despesas, por funo e subfuno. Resposta: Certa (ESAF Analista de Planejamento e Oramento MPOG - 2015) A respeito do Relatrio Resumido da Execuo Oramentria de que trata o art. 52 da Lei Complementar n. 101/2001, quando houver limitao de empenho no exerccio, devem ser apresentadas justificativas para tal fato. Quando for o caso, sero apresentadas justificativas da limitao de empenho e da frustrao de receitas, especificando as medidas de combate sonegao e evaso fiscal, adotadas e a adotar, e as aes de fiscalizao e cobrana. Resposta: Certa (ESAF Analista de Planejamento e Oramento MPOG - 2015) O Relatrio de Gesto Fiscal de que trata a Lei Complementar n. 101/2000 deve conter o comparativo com os limites definidos naquela Lei. Um limite no exigido pela Lei o da despesa total com pessoal. O Relatrio de Gesto Fiscal conter comparativo com os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes: _ despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; _ dvidas consolidada e mobiliria; concesso de garantias; e operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita. Resposta: Errada (ESAF Analista de Planejamento e Oramento MPOG - 2015) O Relatrio de Gesto Fiscal de que trata a Lei Complementar n. 101/2000 deve conter o comparativo com os limites definidos naquela Lei. Um limite no exigido pela Lei o da Concesso de garantia. O Relatrio de Gesto Fiscal conter comparativo com os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes: _ despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; _ dvidas consolidada e mobiliria; concesso de garantias; e operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita. Resposta: Errada

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5. ESCRITURAO, CONSOLIDAO E PRESTAO DAS CONTAS

5.1. Escriturao das Contas De acordo a LRF, alm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas pblicas observar as seguintes:47

A disponibilidade de caixa constar de registro prprio, de modo que os recursos vinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.

A despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime de competncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.

As demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e as operaes de cada rgo, fundo ou entidade da Administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente.

As receitas e despesas previdencirias sero apresentadas em demonstrativos financeiros e oramentrios especficos.

As operaes de crdito, as inscries em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assuno de compromissos junto a terceiros, devero ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variao da dvida pblica no perodo, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor.

A demonstrao das variaes patrimoniais dar destaque origem e ao destino dos recursos provenientes da alienao de ativos.

Ainda temos as seguintes observaes:48 Demonstraes conjuntas: no caso das demonstraes conjuntas, excluir-se-o as operaes intragovernamentais (dentro do mesmo governo). Normas gerais: a edio de normas gerais para consolidao das contas pblicas caber ao rgo central de contabilidade da Unio, enquanto no implantado o conselho de gesto fiscal. Sistemas de custos: a Administrao Pblica manter sistema de custos que permita a avaliao e o acompanhamento da gesto oramentria, financeira e patrimonial.

47 Art. 50, caput, da LRF. 48 Art. 50, 1 a 3, da LRF.

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5.2. Consolidao das Contas O Poder Executivo da Unio promover, at o dia 30 de junho, a consolidao, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federao relativas ao exerccio anterior, e a sua divulgao, inclusive por meio eletrnico de acesso pblico. Para isso, os estados e os municpios encaminharo suas contas ao Poder Executivo da Unio nos seguintes prazos: os municpios, com cpia para o Poder Executivo do respectivo Estado, at 30 de abril; e os Estados, at 31 de maio.49

Consolidao das Contas

Envio dos Municpios: 30/04

Envio dos Estados: 31/05 Consolidao da Unio: 30/06

Da mesma forma que no RGF e no RREO, o descumprimento dos prazos acima impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria. 50 Relembro que para fins da aplicao das sanes de suspenso de transferncias voluntrias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a aes de educao, sade e assistncia social. 5.3. Prestao das Contas Os principais dispositivos da LRF que tratam sobre o assunto esto com eficcia liminarmente suspensa devido a uma Ao Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal. O primeiro dispositivo com eficcia suspensa o caput do art. 56, o qual dispe que as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluiro, alm das suas prprias, as dos Presidentes dos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio e do Chefe do Ministrio Pblico, as quais recebero parecer prvio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

O STF entendeu que qualquer prestao de contas por rgo no vinculado ao Executivo somente poderia ser objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal de Contas e que a incluso das contas referentes s atividades financeiras dos Poderes Legislativo, Judicirio e do Ministrio 49 Art. 51, caput e 1, da LRF. 50 Art. 51, 2, da LRF.

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Pblico, dentre aquelas prestadas anualmente pelo Chefe do Governo, tornaria incua a distino efetivada pelos incisos I e II do art. 71 da CF/1998 (entre apreciar e julgar as contas), j que todas as contas seriam passveis de controle tcnico, a cargo do Tribunal de Contas, e poltico, de competncia do Legislativo. O segundo dispositivo suspenso todo o art. 57 da LRF: Art. 57. Os Tribunais de Contas emitiro parecer prvio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro no estiver estabelecido nas constituies estaduais ou nas leis orgnicas municipais. 1 No caso de Municpios que no sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo ser de cento e oitenta dias. 2 Os Tribunais de Contas no entraro em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou rgo referido no art. 20, pendentes de parecer prvio.

O STF considerou que a referncia, nele contida, a contas de poder estaria a evidenciar a abrangncia, no termo contas constante do caput desse artigo, daquelas referentes atividade financeira dos administradores e demais responsveis por dinheiros e valores pblicos, que somente poderiam ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente, nos termos do art. 71, inciso II, da CF/1988. Aduziu que essa interpretao seria reforada pelo fato de essa regra cuidar do procedimento de apreciao das contas especificadas no aludido art. 56, onde tambm se teria pretendido a submisso das contas resultantes da atividade financeira dos rgos componentes de outros poderes manifestao opinativa do Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas da Unio entende que a medida cautelar concedida pelo Supremo Tribunal Federal em que foi suspensa a eficcia do caput do art. 56 e do art. 57 da LRF no alterou a estrutura do relatrio sobre as contas do Governo da Repblica, haja vista que continua contemplando a gesto e o desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio e do Ministrio Pblico da Unio. No entanto, o parecer prvio exclusivo para o Chefe do Poder Executivo, cujas contas sero julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional. Nada obsta, contudo, que o Tribunal de Contas da Unio aprecie, em processo especfico, o cumprimento, por parte dos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, das disposies da Lei de Responsabilidade Fiscal. Permanecem valendo as demais determinaes da LRF sobre as prestaes de contas:

As contas do Poder Judicirio sero apresentadas no mbito da Unio, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; dos Estados, pelos

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Presidentes dos Tribunais de Justia, consolidando as dos demais tribunais.51

A prestao de contas evidenciar o desempenho da arrecadao em relao previso, destacando as providncias adotadas no mbito da fiscalizao das receitas e combate sonegao, as aes de recuperao de crditos nas instncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributrias e de contribuies.52

Ser dada ampla divulgao dos resultados da apreciao das contas, julgadas ou tomadas.53

Para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas prprias contas, a Comisso Mista de Oramento prevista na CF/1988, ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais, emitir parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas.54

(CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) Segundo o princpio da universalidade, os recursos vinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria sero consolidados e escriturados de forma coletiva. A disponibilidade de caixa constar de registro prprio, de modo que os recursos vinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados de forma individualizada (art. 50, I, da LRF). Resposta: Errada (CESPE Analista Judicirio Administrativa TRT/8 2016) Uma das formas de controle estabelecida pela LRF a obrigatoriedade, aos estados e municpios, de envio de suas contas ao executivo federal, em data limite, sob pena de no receberem os valores oriundos de transferncias voluntrias. Os estados e os municpios encaminharo suas contas ao Poder Executivo da Unio nos seguintes prazos: os municpios, com cpia para o Poder Executivo do respectivo Estado, at 30 de abril; e os Estados, at 31 de maio. O descumprimento de tais prazos impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.

51 Art. 56, 1, da LRF. 52 Art. 58 da LRF. 53 Art. 56, 3, da LRF. 54 Art. 56, 2, da LRF.

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Resposta: Certa (FCC Auditor de Controle Externo rea Controle Externo -TCM/GO 2015) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal LRF as demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e operaes de cada rgo, fundo ou entidade da Administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente. Em relao s demonstraes conjuntas, devero ser excludas as operaes de crdito. As demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e operaes de cada rgo, fundo ou entidade da administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente, excludas no caso das demonstraes conjuntas, as operaes intragovernamentais (art.50, III e 1, da LRF). Resposta: Errada (CETRO Auditor IF/PR - 2014) A Lei de Responsabilidade Fiscal determina prazos que o Especialista em Administrao, Oramento e Finanas Pblicas dever, zelosamente, cuidar no calendrio de suas atividades de consolidao das contas relativas ao exerccio anterior. Os prazos corretos para que os entes pblicos promovam a consolidao e divulgao das referidas contas so: Unio: at 30 de julho; Estados: at 31 de maio; Municpios: at 30 de abril. Consolidao das Contas: Consolidao da Unio: 30/06 Envio dos Estados: 31/05 Envio dos Municpios: 30/04 Resposta: Errada

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6. GESTO PATRIMONIAL

6.1. Alienao de Bens e Direitos A LRF tambm traz restries para a aplicao de receitas provenientes de converso em espcie de bens e direitos, pois veda o uso de recursos de alienao de bens e direitos em despesas correntes, exceto se aplicada aos regimes de previdncia, mediante autorizao legal, conforme transcrito a seguir:

Art. 44. vedada a aplicao da receita de capital derivada da alienao de bens e direitos que integram o patrimnio pblico para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos.

6.2. Conservao do Patrimnio Pblico A LRF ainda contempla restries para a conservao do patrimnio pblico. Inmeras vezes observamos rodovias carssimas tornadas intransitveis pela falta de manuteno, edifcios semidestrudos pela ausncia de recursos para sua preservao, equipamentos mdicos ou cientficos inutilizados por inexistir peas de reposio. justamente isso que se pretende evitar. A LRF estabelece que a lei oramentria e as de crditos adicionais s incluiro novos projetos aps adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservao do patrimnio pblico, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes oramentrias.55 O Poder Executivo de cada ente encaminhar ao Legislativo, at a data do envio do projeto de lei de diretrizes oramentrias, relatrio com as informaes necessrias ao cumprimento do disposto acima sobre a conservao do patrimnio pblico, ao qual ser dada ampla divulgao.56 6.3. Desapropriao de Imvel Urbano nulo de pleno direito ato de desapropriao de imvel urbano expedido sem a prvia e justa indenizao em dinheiro ( 3 do art. 182 da CF/1988), ou prvio depsito judicial do valor da indenizao.57 Tal dispositivo visa garantir

55 Art. 45, caput, da LRF. 56 Art. 45, pargrafo nico, da LRF. 57 Art. 46 da LRF.

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que existam recursos para a desapropriao antes da expedio do ato, ainda que para depsito judicial em eventual contencioso. 6.4. Empresas Controladas pelo Setor Pblico A empresa controlada que firmar contrato de gesto em que se estabeleam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, dispor de autonomia gerencial, oramentria e financeira, sem prejuzo do disposto no oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (inciso II do 5 do art. 165 da CF/1988).58 Relembro que uma empresa controlada uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertena, direta ou indiretamente, a ente da Federao. A empresa controlada incluir em seus balanos trimestrais nota explicativa em que informar:59

Fornecimento de bens e servios ao controlador, com respectivos preos e condies, comparando-os com os praticados no mercado.

Recursos recebidos do controlador, a qualquer ttulo, especificando valor, fonte e destinao.

Venda de bens, prestao de servios ou concesso de emprstimos e financiamentos com preos, taxas, prazos ou condies diferentes dos vigentes no mercado.

6.5. Conta nica na LRF A Conta nica destinada a acolher, em conformidade com o disposto no art. 164 da CF/1988, as disponibilidades financeiras da Unio que se encontram disposio das Unidades Gestoras on-line, nos limites financeiros previamente definidos. O referido artigo determina que as disponibilidades de caixa da Unio sero depositadas no banco central; as dos estados, do Distrito Federal, dos municpios e dos rgos ou entidades do Poder Pblico e das empresas por ele controladas, em instituies financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.60 A LRF determina que as disponibilidades de caixa dos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos, ainda que vinculadas a fundos especficos a que se referem os arts. 249 e 250 da CF/1988, ficaro depositadas em conta separada das demais

58 Art. 47, caput, da LRF. 59 Art. 47, pargrafo nico, da LRF. 60 Art. 43, caput, da LRF.

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disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condies de mercado, com observncia dos limites e condies de proteo e prudncia financeira.61 vedada a aplicao de tais disponibilidades em:62

Ttulos da dvida pblica estadual e municipal, bem como em aes e outros papis relativos s empresas controladas pelo respectivo ente da Federao.

Emprstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Pblico, inclusive a suas empresas controladas.

(CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) permitido ao estado-membro usar ttulos da dvida pblica de vencimento no curto prazo para o pagamento de desapropriao de imvel urbano. nulo de pleno direito ato de desapropriao de imvel urbano expedido sem a prvia e justa indenizao em dinheiro ( 3 do art. 182 da CF/1988), ou prvio depsito judicial do valor da indenizao (art. 46 da LRF). Resposta: Errada (CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) Quando o contrato de gesto prev que se estabeleam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, a empresa estatal federal passa a dispor de autonomia gerencial, oramentria e financeira, deixando de integrar o oramento de investimento da Unio. De acordo com o art. 47 da LRF, a empresa controlada que firmar contrato de gesto em que se estabeleam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, dispor de autonomia gerencial, oramentria e financeira, sem prejuzo do disposto no oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (inciso II do 5 do art. 165 da CF/1988). Resposta: Errada (CESPE Auditor - Conselheiro Substituto TCE/PR 2016) Ainda que o depsito das disponibilidades de caixa dos regimes de previdncia dos servidores pblicos se faa em conta separada das demais

61 Art. 43, 1, da LRF. 62 Art. 43, 2, da LRF.

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disponibilidades do ente federado, esses recursos no podero ser destinados concesso de emprstimos aos segurados. A LRF determina que as disponibilidades de caixa dos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos, ainda que vinculadas a fundos especficos a que se referem os arts. 249 e 250 da CF/1988, ficaro depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condies de mercado, com observncia dos limites e condies de proteo e prudncia financeira. vedada a aplicao de tais disponibilidades em: _ Ttulos da dvida pblica estadual e municipal, bem como em aes e outros papis relativos s empresas controladas pelo respectivo ente da Federao. _ Emprstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Pblico, inclusive a suas empresas controladas. Resposta: Certa (FCC Analista Judicirio Contadoria - TRF/3 2014) O TRF da 3a Regio alienou bem imvel integrante do seu patrimnio. A receita derivada dessa operao pode ser aplicada na aquisio de papel sulfite. vedada a aplicao da receita de capital derivada da alienao de bens e direitos que integram o patrimnio pblico para o financiamento de despesa corrente (como o caso da aquisio de papel), salvo se destinada por lei aos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos (art. 44 da LRF). Resposta: Errada (Consulplan Agente Administrativo MAPA 2014) A empresa controlada pelo setor pblico que firmar contrato de gesto em que se estabeleam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, dispor de autonomia gerencial, oramentria e financeira. A empresa controlada que firmar contrato de gesto em que se estabeleam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, dispor de autonomia gerencial, oramentria e financeira, sem prejuzo do disposto no oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (art. 47, caput, da LRF). Resposta: Certa (FEPESE Analista do Ministrio Pblico MP/SC 2014) vedada a aplicao da receita do capital derivada da alienao de bens e direitos que integram o patrimnio pblico para financiamento de despesas correntes, salvo se destinada por lei aos regimes de previdncia social, geral e prpria dos servidores pblicos.

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vedada a aplicao da receita de capital derivada da alienao de bens e direitos que integram o patrimnio pblico para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos (art. 44 da LRF). Resposta: Certa

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7. TRANSFERNCIAS VOLUNTRIAS

Entende-se por transferncia voluntria a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federao, a ttulo de cooperao, auxlio ou assistncia financeira, que no decorra de determinao constitucional, legal ou os destinados ao Sistema nico de Sade.63

Entende-se por

transferncia voluntria:

a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federao, a ttulo de cooperao, auxlio ou assistncia financeira, que no decorra de determinao constitucional, legal ou os destinados ao Sistema nico de Sade.

So exigncias para a realizao de transferncia voluntria, alm das estabelecidas na LDO:64 a) Existncia de dotao especfica; b) Observncia do disposto no inciso X do art. 167 da CF/1988, o qual veda a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. c) Comprovao, por parte do beneficirio, de:

que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, emprstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto prestao de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

cumprimento dos limites constitucionais relativos educao e sade; observncia dos limites das dvidas consolidada e mobiliria, de

operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, de inscrio em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;

previso oramentria de contrapartida.

vedada a utilizao de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.65 Para fins da aplicao das sanes de suspenso de transferncias voluntrias constantes da LRF, excetuam-se aquelas relativas a aes de educao, sade e assistncia social.66

63 Art. 25, caput, da LRF. 64 Art. 25, 1, da LRF. 65 Art. 25, 2, da LRF. 66 Art. 25, 3, da LRF.

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vedada a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.67 Assim, temos mais uma restrio, pois tal dispositivo veda a entrega voluntria de recursos a outro ente da Federao para o pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista.

(CESPE Auditor Fiscal de Controle Externo Direito - TCE/SC 2016) Para que o estado-membro receba da Unio transferncias voluntrias destinadas ao pagamento de despesas com pessoal inativo, condio inarredvel a prvia autorizao por lei especfica autorizativa no mbito federal, aprovada por maioria absoluta. vedada a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios (art. 167, X, da CF/1988). Resposta: Errada

(CESPE Auditor Federal de Controle Externo TCU - 2015) Os estados e municpios somente podero receber transferncias voluntrias da Unio se, em seus oramentos, inclurem dotao destinada contrapartida de tais transferncias, sem prejuzo de outras condies estabelecidas em lei. So exigncias para a realizao de transferncia voluntria, alm das estabelecidas na LDO (art. 25, 1, da LRF): (...) c) Comprovao, por parte do beneficirio, de: (...) _ previso oramentria de contrapartida. Resposta: Certa (FCC Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI 2015) O Estado do Piau entregou recursos de capital a outro ente da Federao a ttulo de cooperao. Esse fato denominado transferncia voluntria, pois

67 Art. 167, X, da CF/1988.

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