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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL - POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR: PEDRO IVO Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 2 - TRÁFICO ILÍCITO E USO INDEVIDO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - LEI N° 11.343/2006 – PARTE 02 Futuros Aprovados, Hoje vamos continuar a tratar sobre a Lei de Drogas. Assim, finalizaremos este importante tema que, com certeza, estará na próxima PROVA para a Polícia Federal. Como vocês devem ter percebido, a lei é de fácil entendimento, mas o conhecimento dos detalhes é o que fará a diferença. Iniciaremos esta aula com a continuação dos crimes. Depois trataremos de alguns institutos penais e, finalizaremos dando atenção especial ao rito processual. Por ser continuação, seguirei a numeração da aula anterior para facilitar o entendimento e a organização das folhas. Dito isto, vamos ao que interessa? Bons estudos! *************************************************************** 1.6 DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 1.6.6 INFORMANTE EVENTUAL Uma grande inovação trazida pela nova Lei foi a criação de uma figura autônoma para o chamado informante colaborador com o tráfico. Mas o que é esse tal da “informante colaborador”? Com certeza, você já leu notícias de operações policiais que fracassaram graças a informações que “vazaram” do interior da corporação. Normalmente isso ocorre pela presença de “informantes” que levam a notícia para os infratores, antes da realização das ações policiais.

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AULA 2 - TRÁFICO ILÍCITO E USO INDEVIDO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - LEI N° 11.343/2006 –

PARTE 02

Futuros Aprovados,

Hoje vamos continuar a tratar sobre a Lei de Drogas. Assim, finalizaremos este importante tema que, com certeza, estará na próxima PROVA para a Polícia Federal.

Como vocês devem ter percebido, a lei é de fácil entendimento, mas o conhecimento dos detalhes é o que fará a diferença.

Iniciaremos esta aula com a continuação dos crimes. Depois trataremos de alguns institutos penais e, finalizaremos dando atenção especial ao rito processual.

Por ser continuação, seguirei a numeração da aula anterior para facilitar o entendimento e a organização das folhas.

Dito isto, vamos ao que interessa?

Bons estudos!

***************************************************************

1.6 DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

1.6.6 INFORMANTE EVENTUAL

Uma grande inovação trazida pela nova Lei foi a criação de uma figura autônoma para o chamado informante colaborador com o tráfico.

Mas o que é esse tal da “informante colaborador”?

Com certeza, você já leu notícias de operações policiais que fracassaram graças a informações que “vazaram” do interior da corporação. Normalmente isso ocorre pela presença de “informantes” que levam a notícia para os infratores, antes da realização das ações policiais.

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Antes da Lei de Drogas, o informante era considerado partícipe no crime e recebia a mesma pena que o autor, ou seja, não havia um preceito legal que tratasse unicamente desta figura.

Diferentemente, com a nova Lei, pode-se tipificar a conduta do autor e do informante, que respondem por tipos penais diferentes. Observe o que dispõe a Lei de Drogas no seu artigo 37:

Art.37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

É importante ressaltar que o informante não integra efetivamente o grupo e não toma parte no tráfico, apenas passa informações aos seus integrantes.

A lei dita que para a caracterização do delito a informação deve ser dirigida a grupo, organização ou associação.

PARA LEMBRAR!!!

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

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Vamos ver o que diferencia uma das outras:

DDEENNOOMMIINNAAÇÇÃÃO O DDEEFFIINNIIÇÇÃÃOO

GGRRUUPPOO

QQUUAALLQQUUEER R GGRRUUPPAAMMEENNTTO O DDEE PPEESSSSOOAASS, , SSEEM M MMAAIIOORR

OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃO O IINNTTEERRNNAA..

OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO

EESSPPÉÉCCIIE E DDE E GGRRUUPPO O CCOOMM EESSTTRRUUTTUURRAAÇÇÃÃO O IINNTTEERRNNA A MMAAIISS

DDEEFFIINNIIDDAA..

AASSSSOOCCIIAAÇÇÃÃOO

UUNNIIÃÃO O DDE E DDUUAAS S OOU U MMAAIISS PPEESSSSOOAASS, , DDE E MMAANNEEIIRRAA

EESSTTÁÁVVEEL L E E PPEERRMMAANNEENNTTEE..

Passemos agora a uma análise mais detalhada do delito:

1 – Objeto Jurídico O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário).

2 – Sujeito Ativo Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.

3 – Sujeito Passivo É a coletividade.

4 – Conduta Típica Consiste em colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 da Lei de Drogas.

5 – Elemento Subjetivo O crime é doloso, exigindo-se a consciência de estar colaborando como informante com grupo, associação ou organização destinada à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 da Lei de Drogas.

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6 – Qualificação Doutrinária Trata-se de crime doloso, comum, de mera conduta, de perigo abstrato e coletivo.

7 – Consumação e Tentativa A consumação ocorre com a colaboração. A tentativa será possível, ocorrendo quando a informação é encaminhada por escrito.

Agora que você já sabe definir a atuação delituosa do informante, vamos analisar uma situação que, inclusive, já foi objeto de exigência e PROVAS:

1.6.7 PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA

Para o correto entendimento deste crime, precisamos recorrer à redação anterior, prevista na antiga Lei de Drogas, a fim de compreendermos a correta extensão da nova norma. Observe o antigo texto legal:

PARA PENSAR

Você já sabe que o legislador tipificou somente a atuação do informante colaborador de grupo, organização ou associação.

Mas e se o informante colaborar com um traficante que “trabalha” sozinho? Ele vai ser punido com base nos preceitos definidos no art. 37 da Lei de Drogas ou, como na lei anterior, será considerado partícipe do delito?

Observe que, conforme os arts. 33 e 34, caso seja considerado partícipe do delito, o indivíduo será punido com uma sanção mais pesada que a prevista para o crime do informante.

Assim, teríamos a seguinte incongruência: Se o informante avisa para grupo, organização ou associação, é punido com uma pena mais leve do que se informa somente para um indivíduo.

Desta forma, com base na analogia in bonam partem, aceita em nosso ordenamento jurídico, entendem os Tribunais e o CESPE que a tipificação prevista no art. 37 da lei nº 11.343/06, apesar de só tratar de grupo, associação ou organização, também se aplica no caso em que o informante avisa só uma pessoa.

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Art. 15. Prescrever ou ministrar culposamente, o médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em de dose evidentemente maior que a necessária ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Agora compare com a nova redação:

Art.38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa

Perceba que o art. 38, diferentemente da redação anterior, não especifica exatamente quem pode cometer o crime, ou seja, não trata especificamente do “médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem”.

Assim, logo quando surgiu a lei nº 11.343/06, o comentário de muitos foi:

“Legal, agora o crime de prescrição ou ministração culposa não é mais um crime próprio!!!”.

Ocorre, entretanto, que o parágrafo único do art. 38 dispõe:

Art. 38. [...]

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

Ora, se a lei prevê que o Juiz deverá comunicar a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional, é claro que o legislador não retirou a obrigatoriedade de que o agente do delito seja da área biomédica, mas apenas não especificou quais seriam estes profissionais.

Desta forma, podemos afirmar que o crime de prescrição ou ministração culposa trata-se de um crime próprio dos profissionais da área biomédica e que só pode ser praticado na modalidade culposa por quem prescreva ou ministre substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem que delas necessite o paciente.

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Também incide neste tipo penal os profissionais acima citados quando prescrevem doses excessivas em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Podemos resumir o delito da seguinte forma:

CONDUTAS QUE CARACTERIZAM O CRIME DE PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGAS (CRIME PRÓPRIO)

• PRESCREVER OU MINISTRAR DROGAS SEM QUE DELAS NECESSITEO PACIENTE;

• PRESCREVER OU MINISTRAR EM DOSES EXCESSIVAS;

• PRESCREVER OU MINISTRAR EM DESACORDO COMDETERMINAÇÃO LEGAL OU REGULAMENTAR.

Obs.: O crime se consuma com a entrega do receituário (prescrever) ou com aintrodução no organismo da droga (ministrar). Como é um crime culposo, nãoadmite tentativa.

1.6.8 CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB INFLUÊNCIA DE DROGA

O legislador inovou em relação à antiga Lei de Drogas ao prever expressa criminalização à conduta do agente que conduz embarcação ou aeronave após o consumo de droga, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. Observe o dispositivo em análise:

PARA PENSAR

E o médico-veterinário? Pode também incidir neste tipo penal?

Entende a jurisprudência que não, pois ele tem autorização para ministrar drogas somente em animais.

E se ele prescrever drogas para um animal e este vier a morrer? Ai é outro caso, que não cai na sua PROVA!!!

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Art.39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

A condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas trata de um crime de perigo concreto, sendo que para perfazer o tipo não basta a condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, é necessário que essa ação exponha a dano potencial a incolumidade de outrem.

“Mas, professor... Como assim?”

Vamos exemplificar:

Imagine que Mévio, após consumir drogas, resolve conduzir sua lancha em uma praia particular sem a presença de qualquer pessoa. Neste caso, estará caracterizado o delito?

A resposta é negativa, pois a condução da lancha em uma praia deserta não expõe a dano potencial a incolumidade de outrem. Assim, não haverá crime.

Vamos agora tratar de outro ponto importante do crime:

Imaginemos que Tício adquire a aula de Legislação Especial no Ponto dos Concursos e pensa o seguinte: “Bom, se o artigo 39 fala só de embarcação ou aeronave, caso um indivíduo consuma drogas e pegue um veículo terrestre, como um automóvel, por exemplo, não estará cometendo nenhum crime”.

A afirmação de Tício está correta? Claro que não!

O art. 39 fala sobre a condução de embarcação ou aeronave, mas não cita o veículo automotor. Isto ocorre porque existe uma lei específica para veículos terrestres, que é o Código de Trânsito Brasileiro. Essa lei trata de aspectos relacionados com as drogas e com o álcool.

Já as embarcações e aeronaves aparecem no art. 39 da lei das Drogas em relação ao uso de drogas, mas e quanto ao álcool, está tudo liberado? Evidente que não. Nesse caso, a pena virá da lei de contravenções penais.

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Portanto, são utilizadas três leis diferentes para normatizar os veículos aéreos, marítimos e terrestres, como mostra o quadro abaixo. Ressalto que o que importa para você são os aspectos relacionados com a LEI DE DROGAS:

MEIO ALCOOL DROGA

VEÍCULO TERRESTRE ART. 306 DO CTB ART. 306 DO CTB

AERONAVE ART. 35 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES

PENAIS ART. 39 DA LEI DE DROGAS

EMBARCAÇÃO ART. 34 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES

PENAIS ART. 39 DA LEI DE DROGAS

Passemos agora a uma análise mais detalhada do delito:

1 – Objeto Jurídico Diferentemente de TODOS os crimes que vimos até agora, neste caso o bem juridicamente protegido não é a saúde pública, mas a incolumidade pública.

2 – Sujeito Ativo Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.

3 – Sujeito Passivo É a coletividade.

4 – Conduta Típica Consiste em conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade pública

5 – Elemento Subjetivo O crime é doloso, não se exigindo finalidade especial.

6 – Qualificação Doutrinária Trata-se de crime doloso, comum, material, de perigo concreto e coletivo.

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7 – Consumação e Tentativa A consumação ocorre com a produção do perigo. A tentativa não é possível.

Finalizando, vale citar que, no caso de transporte coletivo de passageiros, o art. 39 determina que se cumulem as penas de prisão e de multa, tornando-as mais severas, como não poderia deixar de ser:

Art. 39

[...]

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

1.6.8 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

O art. 40, que vamos analisar agora, traz a previsão de diversas causas que possibilitam o aumento de pena. Observe o texto legal:

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

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IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Este artigo apresenta sete incisos referentes aos casos em que as penas podem ser aumentadas. Vamos analisá-los:

• A NATUREZA, A PROCEDÊNCIA DA SUBSTÂNCIA OU DO PRODUTO APREENDIDO E AS CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO EVIDENCIAREM A TRANSNACIONALIDADE DO DELITO (INCISO I):

Para a incidência desta causa de aumento de pena (tráfico internacional), basta que fique comprovada a finalidade do agente, não sendo necessário que o agente consiga entrar ou sair do país com a droga. Observe interessante julgado:

ATENÇÃO

AS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA A QUE SE REFEREM ESTE ARTIGO SÃO IMPOSTAS APENAS AOS CRIMES QUE MANTÊM RELAÇÃO COM O TRÁFICO E NÃO PODEM SER APLICADAS AOS CRIMES EM QUE A INTENÇÃO DO AGENTE É O CONSUMO, POIS, COMO VOCÊ JÁ SABE, A INTENÇÃO DESTA LEI É PUNIR MAIS SEVERAMENTE O TRAFICANTE E NÃO O USUÁRIO/DEPENDENTE.

Não se exige que haja a efetiva entrada ou saída do objeto material do território nacional, mas que fique demonstrado que ele se destinava à importação ou à exportação proibida, como quando ocorre a sua interceptação em zona de fiscalização alfandegária ou nas áreas de embarque internacional (TRF / Apelação Criminal nº 6570, DJ 03.09.2009)

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• CARACTERIZADO O TRÁFICO ENTRE ESTADOS DA FEDERAÇÃO OU ENTRE ESTES E O DISTRITO FEDERAL (INCISO V):

Além do tráfico internacional, o tráfico interestadual também é causa de aumento de pena.

• O AGENTE PRATICAR O CRIME PREVALECENDO-SE DE FUNÇÃO PÚBLICA OU NO DESEMPENHO DE MISSÃO DE EDUCAÇÃO, PODER FAMILIAR, GUARDA OU VIGILÂNCIA (INCISO II):

Revelando especial atenção ao agente que, traindo a sociedade, se prevalece da função pública ou social para exercer uma prática criminosa, o legislador atribui aumento de pena para duas situações:

A primeira refere-se à função pública, ou seja, atinge policiais, peritos, juizes, escrivães, promotores de justiça etc.

A segunda atinge os que possuem missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância, tais como o pai de uma criança que pratica o tráfico em casa, o responsável de um almoxarifado de hospital que desvia morfina etc.

• A INFRAÇÃO TIVER SIDO COMETIDA NAS DEPENDÊNCIAS OU IMEDIAÇÕES DE ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS, DE ENSINO OU HOSPITALARES, DE SEDES DE ENTIDADES ESTUDANTIS, SOCIAIS, CULTURAIS, RECREATIVAS, ESPORTIVAS, OU BENEFICENTES, DE LOCAIS DE TRABALHO COLETIVO, DE RECINTOS ONDE SE REALIZEM ESPETÁCULOS OU DIVERSÕES DE QUALQUER NATUREZA, DE SERVIÇOS DE TRATAMENTO DE DEPENDENTES DE DROGAS OU DE REINSERÇÃO SOCIAL, DE UNIDADES MILITARES OU POLICIAIS OU EM TRANSPORTES PÚBLICOS (INCISO III):

A enumeração dos locais em que ocorre a causa de aumento de penaé taxativa, ou seja, não é admitida a ampliação por analogia. Segundo o texto legal, caberá o aumento nos casos em que a infração for cometida nas dependências ou imediações de:

1. Estabelecimentos Prisionais;

2. Estabelecimentos de Ensino;

3. Estabelecimentos Hospitalares;

4. Sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes ;

5. Locais de Trabalho Coletivo;

6. Recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza;

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7. Estabelecimento de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social;

8. Unidades militares ou policiais

9. Transportes públicos

• O CRIME TIVER SIDO PRATICADO COM VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA, EMPREGO DE ARMA DE FOGO OU QUALQUER PROCESSO DE INTIMIDAÇÃO DIFUSA OU COLETIVA (INCISO IV):

Em virtude de cada vez mais as atividades ligadas ao narcotráfico se valerem de violência física e de grave ameaça para a consecução de seus ilícitos, esta causa de aumento de pena visa reprimir de forma mais pesada tais atitudes.

Ressalta-se que o dispositivo legal trata da violência física empregada contra a pessoa, não alcançando a violência contra “coisa”

• SUA PRÁTICA ENVOLVER OU VISAR ATINGIR CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU A QUEM TENHA, POR QUALQUER MOTIVO, DIMINUÍDA OU SUPRIMIDA A CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E DETERMINAÇÃO (INCISO II):

O agente que, no crime de tráfico, envolver ou visar crianças, adolescentes e pessoas detentoras de uma situação com capacidade de entendimento e determinação reduzida, também incidirá em causa de aumento de pena.

ATENÇÃO!!!

NA VIGÊNCIA DA LEI ANTERIOR (6.368/76), SE O AGENTE, NO CRIME DE TRÁFICO, ENVOLVESSE OU VISASSE IDOSOS, TAMBÉM INCIDIRIA EM UMA CAUSA DE AUMENTO DE PENA. PORÉM, TAL CAUSA DEIXOU DE EXISTIR COM A LEI NOVA.

DESTA FORMA, CARO ALUNO, PERGUNTO: PODEMOS AFIRMAR QUE O DELITO PRATICADO CONTRA IDOSO NUNCA SERÁ ABRANGIDO POR UMA HIPÓTESE DE AUMENTO DE PENA?

É CLARO QUE NÃO, POIS, POR EXEMPLO, SE O IDOSO TIVER SUA CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E DETERMINAÇÃO REDUZIDA, ESTARÁ INCLUÍDO NESTE CASO.

O QUE PODEMOS AFIRMAR É QUE NEM TODA OCORRÊNCIA ENVOLVENDO IDOSOS INCIDIRÁ EM CAUSA DE AUMENTO DE PENA.

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• O AGENTE FINANCIAR OU CUSTEAR A PRÁTICA DO CRIME.

A ação do agente consistente em financiar ou custear a prática do crime demonstra um particular domínio seu sobre as operações do narcotráfico, além de facilitar a própria atividade, que não sobrevive sem financiamento.

“Mas professor... Agora enrolou tudo... Qual a diferença entre a causa de aumento de pena que estamos analisando e o crime previsto no art. 36 que

já estudamos?”

Excelente pergunta... O art. 36 visa alcançar aquele que fica “por trás das cortinas”, financiando a conduta criminosa de terceiros. Atinge aquele que não atua diretamente no ilícito, mas financia o desempenho da atividade por outros.

Já a causa de aumento de pena atinge aquele que desenvolve a atividade criminosa diretamente e, além disso, acrescenta valores.

1.6.9 DELAÇÃO PREMIADA

Neste ponto trataremos da chamada delação premiada, instituto este importantíssimo dentro do nosso País. Vamos compreender:

O legislador, consciente da necessidade de estimular a delação como uma forma de combater o crime organizado, premia o agente que “denuncia” seus comparsas com uma diminuição de pena.

Esta ação já se encontra nos códigos brasileiros em diversos dispositivos, mas o legislador fez questão de incluí-lo na Lei de Drogas. Observe:

Art.41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. (grifo nosso)

Para que o benefício seja concedido, faz-se necessário o cumprimento de alguns requisitos. São eles:

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1.6.10 CIRCUNSTÂNCIAS PREPONDERANTES

Circunstâncias preponderantes são requisitos usados no nosso sistema penal que auxiliam o Magistrado na mensuração da pena a ser aplicada ao agente infrator.

A individualização da pena é preceito constitucional e, visando atender ao regramento da Carta Magna, preceitua a Lei nº. 11.343/06:

Art.42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Do exposto, percebe-se que bastaria que o legislador fizesse consignar que, na análise das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, o juiz deveria considerar preponderantes a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente, pois nas circunstâncias do art. 59 já há previsões que enquadram as situações aqui expostas.

Entretanto, ele preferiu ser mais específico e deixou claro que a natureza, ou seja, se é droga natural ou sintética, se causa dependência física ou psíquica, bem como a quantidade da substância devem ter especial destaque na fixação das penas cabíveis.

1.6.11 VEDAÇÃO DE BENEFÍCIOS

11 - - CCOOLLAABBOORRAAÇÇÃÃO O VVOOLLUUNNTTÁÁRRIIAA; ; EE

22 - - AAS S IINNFFOORRMMAAÇÇÕÕEES S PPAASSSSAADDAAS S PPEELLO O AAGGEENNTTE E NNEECCEESSSSAARRIIAAMMEENNTTEE DDEEVVEEMM IIMMPPLLIICCAAR R NNA A IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃO O DDOOS S DDEEMMAAIIS S EENNVVOOLLVVIIDDOOS S NNOO CCRRIIMMEE, , BBEEM M CCOOMMO O NNA A RREECCUUPPEERRAAÇÇÃÃO O DDE E AALLGGUUM M PPRROODDUUTTO O DDOO DDEELLIITTOO ((RREECCUUPPEERRAAÇÇÃÃO O TTOOTTAAL L OOU U PPAARRCCIIAALL))..

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

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Sobre o tema “vedação de benefícios, prevê a Lei de Drogas, com amparo constitucional, que:

Art.44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Vamos, a partir de agora, analisar as particularidades referentes a cada vedação prevista no supracitado dispositivo legal:

1. GRAÇA, ANISTIA E INDULTO Os crimes de tráfico ilícito não estão sujeitos a graça, anistia e indulto. Vimos este tema na nossa aula demonstrativa. Vamos relembrar:

A Anistia significa o esquecimento de certas infrações penal. Como se exprime Aurélio Leal: a finalidade da anistia é o esquecimento do fato ou dos fatos criminosos que o poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não punir.

Juridicamente os fatos deixam de existir; Passa-se uma esponja sobre eles. A graça e o indulto excluem a punibilidade, tendo o primeiro instituto caráter individual e o segundo caráter coletivo.

2. LIBERDADE PROVISÓRIA Embora haja intensa discussão quanto a este ponto, o entendimento que deve ser levado para a sua PROVA é o do STF segundo o qual:

DDIICCIIOONNÁÁRRIIOO DDOO CCOONNCCUURRSSEEIIRROOSSUURRSSIISS

É UM INSTITUTO DE DIREITO PENAL COM A FINALIDADE DE PERMITIR QUE O CONDENADO NÃO SE SUJEITE À EXECUÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DE PEQUENA DURAÇÃO, OU SEJA, PERMITE QUE, MESMO CONDENADA, UMA PESSOA NÃO FIQUE NA CADEIA.

SE O JUIZ, POR EXEMPLO, DEFINE O PRAZO DE DOIS ANOS PARA O SURSIS, O CONDENADO FICARÁ DURANTE ESSE PERÍODO EM OBSERVAÇÃO. SE NÃO PRATICAR NOVA INFRAÇÃO PENAL E CUMPRIR AS DETERMINAÇÕES IMPOSTAS PELO JUIZ, ESTE, AO FINAL DO PERÍODO DE PROVA, DETERMINARÁ O FIM DA PENA.

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STJ – HC 161.806/MG – DJ 27.05.2010

1. O art. 2o., II da Lei 8.072/90 que trata da negativa de concessão de fiança aos acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados, não contraria a ordem constitucional, pelo contrário, deriva do próprio texto constitucional (art. 5o., inciso XLIII), que impõe a inafiançabilidade das referidas infrações penais. Precedentes. 2. A vedação de concessão de liberdade provisória, na hipótese de acusados da prática de tráfico ilícito de entorpecentes, encontra amparo no art. 44 da Lei 11.343/06 (nova Lei de Drogas), que é norma especial em relação ao parágrafo único do art. 310 do CPP e à Lei de Crimes Hediondos, com a nova redação dada pela Lei 11.464/07. Referida vedação legal é, portanto, razão idônea e suficiente para o indeferimento da benesse, de sorte que prescinde de maiores digressões a decisão que indefere o pedido de liberdade provisória, nestes casos.

Entenda:

Segundo a atual redação do art. 2º da lei nº 8.072/90, não é mais vedado ao autor de crime hediondo ou equiparado a obtenção da liberdade provisória sem fiança. Apesar disso, a citada norma proíbe concessão de fiança para os delitos relacionados com o tráfico de drogas.

O STF, de maneira coerente decidiu que continua em vigor a proibição de concessão de liberdade provisória para os autores de crimes hediondos e equiparados, haja vista a proibição emanar da própria constituição (art. 5º, XLIII). Segundo o STF, inconstitucional seria a legislação ordinária que viesse a conceder liberdade provisória a delitos em relação aos quais a Constituição Federal veda a fiança (STF, HC nº 93.940/SE, DJ 06.05.2008).

No que tange especificamente ao art. 44, o STJ já se pronunciou da seguinte forma:

STF, HC 102.364/SP, DJ 25.05.2010

A vedação à liberdade provisória para o delito de tráfico de drogas advém da própria Constituição,a qual prevê a sua inafiançabilidade (art. 5º, XLIII).

A Lei nº 11.343/06 veda, em seu art. 44, a concessão de liberdade provisória.

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3. CONVERSÃO DAS PENAS EM RESTRITIVA DE DIREITOS Este também é um tema bem controvertido, todavia, o entendimento atual apresentado pelos Tribunais (informativo 579 do STF e 427 do STJ) é pelo CABIMENTO da conversão. Observe o texto do informativo 579 que elucida bem a questão:

1.6.12 LIVRAMENTO CONDICIONAL

O livramento condicional consiste na antecipação da liberdade ao condenado que cumpre pena privativa de liberdade, desde que cumpridas determinadas condições durante certo tempo.

Serve como estímulo à reintegração na sociedade daquele que aparenta ter experimentado uma suficiente regeneração.

STF, INFORMATIVO 579, 15 a 19 de março de 2010

O STF iniciou julgamento de habeas corpus, afetado ao Pleno pela 1ª Turma, em que condenado à pena de 1 ano e 8 meses de reclusão pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes (Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º) questiona a constitucionalidade da vedação abstrata da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos disposta no art. 44 da citada Lei de Drogas (“Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.”).

Sustenta a impetração que a proibição, no caso de tráfico de entorpecentes, da substituição pretendida ofende as garantias da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI), bem como aquelas constantes dos incisos XXXV e LIV do mesmo preceito constitucional — v. Informativo 560.

O Min. Ayres Britto, relator, concedeu parcialmente a ordem e declarou incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”,constante do citado § 4º do art. 33, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44, ambos dispositivos da Lei 11.343/2006. (STF, HC 97256/RS, rel. Min. Ayres Britto, 18.3.2010).

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Traduz-se na última etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade no sistema progressivo, representando uma transição entre o cárcere e a vida livre.

A lei nº 11.343/06 dispõe sobre o livramento condicional da seguinte forma:

Art.44

[...]

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

O parágrafo único deste art. 44 está quase que em plena consonância com o art. 83 do Código Penal, o qual, versando sobre o mesmo tema, estabelece em seu inciso V que:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

[...]

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

O diferencial é que o Código Penal exige o cumprimento de “MAIS DE 2/3”, enquanto a Lei de Drogas estabelece ser necessário o cumprimento de “2/3”.

1.6.12 ISENÇÃO DE PENA

Caro(a) aluno(a), você já percebeu no decorrer da aula que o principal objetivo dessa lei é, basicamente, punir severamente quem incide no crime de tráfico ilícito e amparar aqueles que estão no uso e dependência das drogas. Neste mesmo sentido, prevê o art. 45:

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Art.45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Do supra-exposto dispositivo legal, podemos resumir:

CAUSAS DE ISENÇÃO DE PENA

1. QUANDO O RÉU, EM RAZÃO DE DEPENDÊNCIA, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.

2. SE O RÉU, POR ESTAR SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA, PROVENIENTE DE CASO FORTUITO, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.

3. QUANDO O RÉU, POR ESTAR SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA PROVENIENTE DE FORÇA MAIOR, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO.

Nas três hipóteses acima, caso seja pericialmente comprovada a inimputabilidade do réu, qualquer que tenha sido o crime cometido regido pela Lei de Drogas, o juiz deverá absolvê-lo e submetê-lo a tratamento médico.

************************************************************

Futuros Policiais Federais,

Aqui encerramos a parte predominantemente penal da Lei nº 11.343/2006.

A partir de agora adentraremos nos aspectos procedimentais da norma legal. Sendo assim, respire fundo, recarregue as energias e vamos em frente!!!

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1.7 PROCEDIMENTO PENAL

1.7.1 INTRODUÇÃO

A partir de agora, trataremos da parte da Lei nº 11.343/06 que determina as etapas e procedimentos relativos aos processos cabíveis aos crimes nela tipificados.

Em seu primeiro artigo referente a este título, o legislador determina claramente que o procedimento relativo aos crimes previstos na Lei de Drogas será regido por normas processuais diferenciadas encontradas em seu próprio texto.

Deixa claro também que, excepcionalmente, nos casos em que a Lei nº 11.343/06 for omissa, a lacuna será suprida pelo preconizado no Código Processual Penal (CPP) e na Lei de Execução Penal (LEP).

Observe o texto legal:

Art.48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal

Para que você possa compreender bem essa parte da lei em estudo, deve ter em mente que, no caso dos procedimentos penais, dois ritos distintos regem os tipos penais previstos:

1. RITO PREVISTO PARA AS INFRAÇÕES PREVISTAS NOS ARTS. 28, CAPUT E § 1°, 33, § 3° E 38 Como são infrações de menor potencial ofensivo, devem ser processadas pelo rito SUMARÍSSIMO dos Juizados Especiais Criminais.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

[...]

§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Art. 33 [...]

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

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Relembrando: O que são crimes de menor potencial ofensivo?

2. RITO PARA OS CRIMES DISPOSTOS NOS ARTS. 33, CAPUT E § § 1° E 2°, 34, 35, 36, 37, 39, PARÁGRAFO ÚNICO, QUE SE REFEREM AOS CRIMES DE TRÁFICO, CULTIVO, AUXÍLIO, MAQUINÁRIOS, ASSOCIAÇÃO, FINANCIAMENTO, COLABORAÇÃO E CONDUÇÃO DE VEÍCULO MARÍTIMO OU AÉREO, NAS FORMAS SIMPLES E QUALIFICADA Será aplicado o procedimento especial previsto na própria lei aqui estudada (art. 50 a 59), com utilização subsidiária do rito comum do Código de Processo Penal. Neste ponto deve haver uma grande atenção!!!

CRIMES DE MENOR

POTENCIAL OFENSIVO

CONHECER PARA ENTENDER

O procedimento no caso das infrações não ligadas ao tráfico, e, portanto, com menor potencial ofensivo, passou a ser o sumaríssimo, ou seja, procedimento preponderantemente informal, consensual e oral, devendo ser processadas pelo rito dos Juizados Especiais Criminais.

O acusado, se estiver presente à audiência, já sairá dali citado e intimado da data da audiência de instrução e julgamento.

Os recursos têm 05 dias para serem interpostos e a apelação com prazo de 10 dias e por escrito, já com as razões, que será julgada por Turma Recursal, composta por três juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição.

Como você pode ver, rápido e simples!

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1.7.2 PRISÃO EM FLAGRANTE

Como você deve estar notando ao analisar esta Lei, fica claro o interesse em separar usuários e dependentes dos traficantes de drogas. “Mas professor, você já repetiu isso mais de 1000 vezes!!!”...Sim, e daqui a pouco vou repetir de novo para que você não esqueça!!!

O legislador se preocupou em afastar, ao máximo, o usuário das Delegacias de Polícia, evitando-se estigmatiza-lo, estando esta concepção totalmente em sintonia com o espírito que permeia toda a Lei, ou seja, separar o usuário do traficante, tratando-os de maneira totalmente diversa.

Dentro desse contexto, vamos ver agora como fica o usuário detido em flagrante.

Pela Lei, não se lavrará auto de prisão em flagrante para usuário apreendido com drogas. No seu lugar, deverá ser elaborado termo circunstanciado, que nada mais é do que um relato do fato tido como de menor potencial ofensivo, constando os elementos para uma compreensão do ocorrido. Observe:

Art.48

[...]

§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

É claro que uma vez sendo mantida a criminalização das condutas de adquirir, guardar, transportar, ter em depósito e trazer consigo drogas, ou ainda, semear, cultivar ou colher plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de droga, não há proibição a que se realize a apreensão ou detenção do agente que estiver em situação de flagrante, estando, entretanto, VVEEDDAADDAA a sua prisão em flagrante, no sentido de “RREECCOOLLHHIIMMEENNTTO O À À PPRRIISSÃÃOO”.

Assim, apreendido o agente e a droga, o condutor deverá apresentá-lo imediatamente ao juízo competente.

Art. 48

[...]

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§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

Quando a autoridade judicial estiver ausente, a autoridade policial, no local em que se encontrar, deverá lavrar termo circunstanciado sobre o comparecimento ao juízo competente e também deverá providenciar as requisições dos exames e perícias necessários.

É importante ressaltar que este parágrafo não atribui novas competências à autoridade policial, muito menos atribui poderes exclusivos das autoridades judiciárias, simplesmente impede a inércia policial.

Terminados os procedimentos acima, o agente deve passar por exame de corpo delito, se assim o desejar ou se alegar ter sofrido alguma violência ou, ainda, se quaisquer das autoridades citadas suspeitarem de violência não alegada. Em seguida, após o exame, o agente será liberado.

Mas e nos demais casos não enquadrados no artigo 28?

Nos outros casos, o artigo 50 da lei define o rito procedimental a ser seguido no caso de flagrante. Observe:

Art.50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

A lei nº 11.343/06, embasada em regra constitucional, leciona que o Juiz competente deverá ser imediatamente comunicado da prisão e o auto (documento com todos os depoimentos e assinaturas) deverá ser remetido ao Magistrado no prazo de 24 horas.

Recebido o auto, deve ser este disponibilizado para vistas ao Ministério Público.

Mas quem é o responsável pela confecção do auto e comunicação ao Juiz?

Observe que o art. 50 utiliza a expressão “autoridade de polícia judiciária”. Vamos compreender:

A polícia exerce dois tipos de funções distintas: a administrativa ou de segurança e a judiciária.

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A primeira tem um caráter preventivo, garantindo a ordem pública e impedindo a prática de fatos que possam por em perigo os bens individuais ou coletivos.

A segunda tem caráter repressivo, e tem como função recolher elementos que elucidem uma infração penal logo após ela acontecer, para que possa ser instaurada a competente ação penal contra os autores de fato.

Como a Carta Magna determina que somente a Polícia Federal e a Polícia Civil exercem a função de polícia judiciária da União e do Estado, a Lei de Drogas apenas explicitou a idéia já contida na Constituição, impedindo, assim, a Polícia Militar de, por exemplo, lavrar um auto de prisão em flagrante.

Ainda sobre o flagrante, para a lavratura do auto de prisão e estabelecimento do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga.

A lei determina ainda que, caso não haja no momento da lavratura um “especialista” no assunto, o laudo poderá ser realizado por “pessoa idônea”.

Art. 50

[...]

§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

1.7.3 PROTEÇÃO A TESTEMUNHAS

Todos nós sabemos que é de suma importância a participação de testemunhas no combate ao tráfico ilícito de drogas. No entanto, sabemos também que esses crimes normalmente são praticados por grupos que se impõem perante a sociedade através da força e da intimidação e que a simples omissão de endereço ou mudança de hábitos não são medidas capazes de garantir segurança a uma testemunha.

Desta forma, a lei, no artigo 49, tenta ampliar as garantias aplicáveis àqueles que se prestem a testemunhar. Veja:

Art.49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de

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colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999

A Lei de Drogas estabelece que se empreguem os instrumentos protetivos previstos na Lei 9.807/99, aplicando-se à testemunha de qualquer delito, especificando as medidas para proteção à vítima e à testemunha, bem como aos seus familiares e dependentes.

1.7.3 PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL

O inquérito policial tem o escopo de fornecer ao legitimado ativo (Ministério Público, caso a ação seja pública; ou o particular, caso a ação seja privada) elementos idôneos para que a parte possa oferecer a denúncia ou a queixa.

A nova legislação antitóxico, seguindo a tradição das leis 6.376/76 e 10.409/02, apresenta prazos diferentes dos existentes no art. 10 do Código de Processo Penal para a conclusão dos inquéritos policiais.

Par que isto fique claro, observe o artigo 10 do CPP e logo em seguida o Art. 51 da Lei nº. 11.343/2006:

Art. 10 - O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia

CONHECER PARA ENTENDER - LEI 9.807/99

A lei 9.807/99 estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, institui o “Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas” e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal. Veja o Art. 1º da referida lei:

Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei.

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em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trina) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Assim, de forma coerente com o princípio da razoabilidade, a lei nº 11.343/06 prevê o prazo de 30 dias (três vezes superior ao CPP) para o fim do inquérito, estando o indiciado preso, e o prazo de 90 dias (também três vezes o do CPP) para o término do instrumento investigatório, estando o investigado solto.

É importante ressaltar que tais prazos comportam prorrogação. Para ocorrer a prorrogação, pelo juiz, do prazo para conclusão do inquérito policial, deve haver o requerimento da autoridade policial judiciária e, além disso, deve ser ouvido o Ministério Público.

Assim podemos resumir:

O art.52 define procedimentos a serem realizados após o término do prazo previsto no artigo anterior.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a

PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL:

1. INDICIADO PRESO 30 DIAS + 30 DIAS.

2. INDICIADO SOLTO 90 DIAS + 90 DIAS.

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quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

A autoridade de polícia judiciária deve, ao remeter os autos do inquérito ao Juiz, preencher todos os itens que constam nos incisos do artigo supracitado, já que são necessários para um perfeito entendimento do juiz. Dito isto, podemos resumir:

NNOOS S AAUUTTO O DDO O IINNQQUUÉÉRRIITTO O A A AAUUTTOORRIIDDAADDE E DDEEVVEE::

1. JUSTIFICAR AS RAZÕES QUE A LEVARAM A CLASSIFICAR O DELITO NO

TIPO APONTADO.

2. RELATAR SUMARIAMENTE AS CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO.

3. INDICAR A QUANTIDADE E A NATUREZA DA SUBSTÂNCIA APREENDIDA.

4. INDICAR O LOCAL E AS CONDIÇÕES DA AÇÃO CRIMINOSA.

5. INDICAR AS CIRCUNSTÂNCIAS DA PRISÃO.

6. INFORMAR SOBRE A CONDUTA DO INDICIADO.

7. INFORMAR A QUALIFICAÇÃO DO INDICIADO.

8. INFORMAR SOBRE OS ANTECEDENTES DO INDICIADO.

Caso, após o inquérito, ainda fique alguma dúvida sobre a ação ilícita, poderá ocorrer o requerimento de diligências complementares para se esclarecer fatos, sem alterar a remessa dos autos.

O resultado dessas diligências deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Observe:

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Art. 52

[...]

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

AS DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES NÃO IMPEDEM A REMESSA DOS AUTOS.

1.7.3 PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS ESPECIAIS

A fim de tornar mais eficiente o processo de investigação dos crimes previstos na lei nº 11.343/06, foram definidos alguns procedimentos investigatórios especiais. Estes podem ser implementados, desde que com autorização judicial e ouvido o MP.

O art. 53 traz nos seus incisos os tipos de procedimentos cabíveis que veremos a seguir.

Art.53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

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Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Analisando:

• A INFILTRAÇÃO DE AGENTES POLICIAIS, que consiste em uma técnica de investigação através da qual um ou mais agentes da polícia são infiltrados em grupos, organizações criminosas ou mesmo perante pessoas isoladamente consideradas.

• A ENTREGA VIGIADA OU REPASSE CONTROLADO, que consiste em autorizar que os policiais deixem de agir ou de autuar em flagrante o suspeito e apreender as drogas, com a finalidade de identificar e responsabilizar as demais pessoas envolvidas na respectiva operação de tráfico e distribuição.

Temos aí o caso de FLAGRANTE PRORROGADO OU RETARDADO. A autorização para esse caso só é dada quando são conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

1.7.4 INSTRUÇÃO CRIMINAL

A instrução criminal é o rito processual propriamente dito, e vamos analisá-la da forma mais simples possível para um perfeito entendimento e fixação.

Por ser uma matéria muito extensa, e com itens sem importância, vamos nos deter aos pontos realmente relevantes e importantes para a sua PROVA. Iniciaremos com a análise do artigo 54:

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

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Nesse artigo, o legislador expõe de forma clara as principais formas de o Ministério Público receber as informações sobre crimes vinculados ao narcotráfico:

1 – INQUÉRITO POLICIAL FORMA MAIS TRADICIONAL;

2 - INQUÉRITOS PROVENIENTES DE COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO;

3 – PEÇAS DE INFORMAÇÕES PRODUZIDAS DE FORMA LÍCITA.

Após o recebimento dos autos, diferentemente do previsto no CPP, o

Ministério Público terá o prazo de 10 dias (independentemente de o indiciado encontrar-se solto ou preso) para adotar uma das seguintes providências:

1 – SOLICITAR O ARQUIVAMENTO É REQUERIDO, POR EXEMPLO, QUANDO NÃO HÁ JUSTA CAUSA PARA A RESPECTIVA AÇÃO PENAL, PELA INEXISTÊNCIA DE TIPICIDADE, PELA NÃO IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIA OU QUANDO OCORRER ALGUMA CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

2 – SOLICITAR NOVAS DILIGÊNCIAS SÃO REQUISITADAS QUANDO NÃO HÁ ELEMENTOS SUFICIENTES PARA A APRESENTAÇÃO DA DENÚNCIA.

3- DETERMINAR A INSTAURAÇÃO DA AÇÃO PENAL PÚBLICA (DENÚNCIA) OCORRE QUANDO O ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO SE CONVENCE DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA OU PARTICIPAÇÃO.

PODEMOS ESQUEMATIZAR:

INQUÉRITO POLICIAL

CPI

PEÇAS LÍCITAS

ARQUIVAMENTO

NNOOVVAASS DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS

DENÚNCIA

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1.7.5 DEFESA PRÉVIA

Visando diminuir o número de processos existentes e assim garantir a celeridade do sistema judiciário, o legislador, seguindo procedimento adotado em diversos países, garante através do art. 55 da lei nº 11.343/06 uma filtragem das ações penais propostas. Observe a norma:

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

[...]

§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

Essa defesa preliminar tem por finalidade possibilitar ao Juiz a rejeição da denúncia apresentada. Assim, para determinados casos, não precisará o magistrado dar início ao processo.

Nesta fase, devem ser arroladas testemunhas (até 05) e requeridas provas. É importante saber que a omissão em arrolar testemunhas ou requerer provas dá ensejo à preclusão de tal direito, entretanto, a autoridade judiciária, caso considere necessário, poderá permitir a produção das provas.

§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

Mas e se o indivíduo não apresentar a defesa? Aplica-se o parágrafo 3º da Lei de Drogas:

§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

E se for apresentada?

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§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

As decisões cabíveis são:

1.7.6 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA

Quando for recebida a denúncia, o Juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento (AIJ), que é a fase mais importante de todo o processo.

Também determinará a citação dos acusados, seguindo os princípios do devido processo legal e do contraditório, e determinará a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

A Lei determina em seu art. 56, §1°, que, no caso de o agente ser funcionário público, o juiz poderá decretar o afastamento de suas atividades para os delitos relacionados com tráfico de drogas. Veja:

Art.56[...]

§1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts.33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

Receber a Denúncia

Determinar Novas

Diligências

Rejeitar a Denúncia

0055 DDIIAASS

Vou apresentar

minha defesa!

O que vou fazer com

essa defesa?

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Trata-se de uma medida cautelar já tradicional no processo penal brasileiro, decorrente da preservação do princípio da moralidade, que pode ser praticada de ofício pelo juiz ou, também, por provocação do Ministério Público.

OBSERVAÇÃO Não se aceita Recurso, nem Habeas Corpus e nem Mandado de Segurança contra a imposição do afastamento, só em caso de presença de ilegalidade.

1.7.6 OBRIGATORIEDADE DO RECOLHIMENTO Á PRISÃO PARA APELAR?

Observe o texto legal:

Art.59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

De acordo com o artigo em questão, ao ocorrer um crime de tráfico ilícito, a única hipótese da prisão cautelar não acontecer é quando a sentença condenatória de 1ª instância reconhecer que o réu é primário e tem bons antecedentes. ENTRETANTO, esta regra, segundo a jurisprudência, não tem mais aplicabilidade.

Segundo o STF, a regra que proíbe a possibilidade de apelar de sua condenação sem recolher-se à prisão é incompatível com a Constituição Federal atual. O argumento levou a corte, inclusive, a afastar a vigência do artigo 595 do Código de Processo Penal.

1.7.7 CONSOLIDAÇÃO DAS REGRAS PROCEDIMENTAIS

Caro(a) aluno(a), neste tópico consolidaremos o que já vimos e apresentaremos os últimos aspectos procedimentais.

São diversas regras e, a fim de tornar mais fácil seu entendimento, vou apresentá-las da seguinte forma: Inicialmente trarei a reprodução dos artigos, incisos e parágrafos que, pela importância, não podem deixar de ser lidos.

Posteriormente, apresentarei um esquema com o rito procedimental completo. Você verá que iniciaremos com o já visto artigo 55. Isto é para que possamos manter a linha de raciocínio.

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Assim, entendendo o gráfico, você estará compreendendo o texto legal e, consequentemente, não errará na sua PROVA. Dito isto, vamos em frente.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

Agora vamos esquematizar e realmente consolidar os supracitados dispositivos:

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IINNQQUUÉÉRRIITTOO PPOOLLIICCIIAALL 3300 DDIIAAS S IINNVVEESSTTIIGGAADDOO PPRREESSOO

9900 DDIIAAS S IINNVVEESSTTIIGGAADDOO SSOOLLTTOO

PPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE DDEE PPRROORRRROOGGAAÇÇÃÃOO

AARRQQUUIIVVAAMMEENNTTOO

DDEEVVOOLLUUÇÇÃÃO O PPAARRAA DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS

DDEENNÚÚNNCCIIAA

DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS SSUUPPLLEEMMEENNTTAARREESS

NNOOTTIIFFIICCAAÇÇÃÃO O DDOO DDEENNUUNNCCIIAADDO O PPAARRAA

DDEEFFEESSA A PPRREELLIIMMIINNAARR

DDEEFFEESSA A PPRREELLIIMMIINNAARR PPRRAAZZOO: : 110 0 DDIIAASS

AAPPRREESSEENNTTAARR DDEEFFEESSAA,, AARRGGÜÜI IRR EEXXCCEEÇÇÕÕEESS, , SSUUSSCCIITTAARR

NNUULLIIDDAADDEES S,, RREEQQUUEERREERR PPRROODDUUÇÇÃ ÃOO D DEE PPRROOVVAASS

CCOONNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃO O DDEE AADDVVOOGGAAD DOO O OUU NNOOMMEEAAÇÇÃÃOO DDEE U UMM DDEEFFEENNSSOOR R DDAATTIIVVOO DDEECCIISSÃÃO O DDE E RREEJJEEIIÇÇÃÃO O DDAA

DDEENNÚÚNNCCIIAA

DDEECCIISSÃÃO O DDE E RREECCEEBBIIMMEENNT TOO DDAA DDEENNÚÚNNCCIIAA

CCAAS SOO IIMMPPRREESSCCIINNDDÍÍVVEEL L EEM M 1100 DDIIAAS S SSEERRÁÁ::

11--AAPPRREESSEENNTTAADDO O OO PPRREESSOO 22--RREEAALLIIZZAADDAAS S DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS

33--EEXXAAMMEES S EE PPEERRÍÍCCIIAASS AAFFAASSTTAAMMEENNT TOO CCAAUUTTEELLAARR SSEE

FFUUNNCCIIOONNÁÁRRI IOO PPÚÚBBLLIICCOO

RREEQQUUIISSIIÇÇÃÃO O DDEE LLAAUUDDOOS S PPEERRIICCIIAAIISS

DDEESSIIGGNNAAÇÇÃ ÃOO D DEE AAUUDDIIÊÊNNCCIIAA((AAIIJJ) ) EE CCIITTAAÇÇÃÃOO

RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃO O DDAA AAIIJJ

AAIIJ J 3 300 DDIIAAS S RREEGGRRAA

AAIIJ J 9 900 DDIIAAS S E EMM CCAAS SOO D DEE EEXXAAMMEE DDEE DDEEPPEENNDDÊÊNNCCIIAA

11 - - IINNTTEERRRROOGGAATTÓÓRRIIOO

22 - - IINNQQUUIIRRIIÇÇÃÃO O DDAASS TTEESSTTEEMMUUNNHHAAS S DDEE

AACCUUSSAAÇÇÃÃO O EE DDEEFFEESSAA

33 - - DDEEBBAATTEES S OORRAAIISS

44 – – SSEENNTTEENNÇÇAA

((IIMMEEDDIIAATTA A OOU U EEM M 110 0 DDIIAASS))

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1.8 APREENSÃO E DESTINAÇÃO DOS BENS

1.8.1 APREENSÃO DO PRODUTO OU PROVEITO DOS CRIMES

O artigo 60 e seus §§ tratam das medidas cautelares patrimoniais, fazendo uma extensão aos dispositivos do Código Processual Penal, que são o seqüestro (arts 125 a 132 do CPP), a especialização de hipoteca legal(arts. 134 a 136 do CPP) e o arresto (art. 137 do CPP).

Art.60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no

3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

Neste artigo, o que importa para a sua PROVA é que fica determinado que a autoridade judiciária poderá decretar a apreensão ou o seqüestro dos produtos ou bens que constituam proveito dos crimes tipificados na Lei de Drogas. A ordem poderá ser dada de ofício, a requerimento do Ministério Público ou diante de representação da autoridade policial.

1.8.2 UTILIZAÇÃO DO PRODUTO OU PROVEITO DO CRIME

O artigo 61 traz disposições pertinentes à destinação dos bens apreendidos ou seqüestrados que constituam produto ou proveito dos crimes previstos pela Lei.

Art.61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

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Os bens apreendidos poderão ser cedidos a qualquer órgão ou entidade que atue na prevenção do uso indevido de drogas, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas. Como você pode ver, trata-se de medida que pode contribuir na estruturação material de entidades de apoio.

Podemos ver no diagrama como deve funcionar o procedimento:

Vale citar que antes da Lei de Drogas as disposições específicas sobre os produtos do crime seguiam as normas gerais do CPP, quanto à apreensão e ao seqüestro, e do Código Penal quanto ao perdimento, ou seja, não havia previsão de sua utilização por órgãos ou entidades na pendência da ação penal.

Nesta linha, a originalidade do art.61 está em ampliar as hipóteses previstas para alcançar também a utilização dos produtos e proveitos auferidos com o crime. Com isso, atendeu plenamente à disposição constitucional que determina o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas.

Não havendo prejuízo para a produção da

prova.

Comprovado interesse público ou social.

JUIZ

Ministério Público

SENAD

Utilização pelos órgãos ou pelas

entidades que atuam contra as drogas

Finalidade Vinculada (uso dos bens

exclusivamente no interesse das atividades)

Ouvido

Cientificada

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Antes da nova Lei, na maioria dos casos, os bens acabavam deteriorando-se. Agora, os bens obtidos com a prática dos crimes podem servir a alguma finalidade de interesse público ou social.

Ainda neste assunto, dispõe a lei:

Art.62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

Este artigo versa sobre questões relativas ao destino inicial dos veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados na prática dos crimes definidos na lei.

Segundo o texto legal, após a regular apreensão, o bem deverá ficar sob a custódia da autoridade de polícia judiciária. Excepcionam-se desta regra as armas apreendidas, pois estas serão recolhidas na forma determinada pelo Estatuto do Desarmamento.

§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

Este parágrafo trata da possibilidade de os bens apresentados no caput do artigo 62 serem utilizados pela polícia judiciária, sendo que a autorização para o uso é de competência do juiz da causa, cuja decisão só será proferida após manifestação do Ministério Público.

§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.

§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em

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moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.

Os dois parágrafos acima se complementam e determinam que a autoridade policial encarregada do inquérito faça comunicação imediata ao Juiz quando a apreensão recair sobre dinheiro ou cheque.

Após o conhecimento do fato pela autoridade judiciária, o Ministério Público será comunicado e poderá requerer:

1- CONVERSÃO DO NUMERÁRIO APREENDIDO EM MOEDA NACIONAL.

2- A COMPENSAÇÃO DOS CHEQUES EMITIDOS APÓS A INSTRUÇÃO DO INQUÉRITO, COM CÓPIAS AUTÊNTICAS DOS RESPECTIVOS TÍTULOS.

3- O DEPÓSITO DAS CORRESPONDENTES QUANTIAS EM CONTA JUDICIAL, JUNTANDO-SE AOS AUTOS O RECIBO.

Os valores apurados serão depositados em conta judicial, podendo ocorrer movimentação por ordem do juiz competente.

§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

[...]

§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3o deste artigo.

Os §§ 4º a 9º dizem respeito ao procedimento a ser adotado em relação à alienação de bens apreendidos.

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Para a sua PROVA basta o conhecimento de que é permitida a alienação cautelar de bens apreendidos, durante o tramitar da ação e mediante leilão, caso a providência se mostre necessária em razão do risco de deterioração.

Os valores obtidos com esse tipo de alienação deverão ser depositados em conta judicial.

1.8.3 DESTINAÇÃO FINAL DOS BENS APREENDIDOS

Sobre o tema dispõe o art. 63:

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.

O legislador deixa claro que cabe à autoridade judiciária decidir sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido seqüestrado ou declarado indisponível, quando proferir a SENTENÇA DE MÉRITO, o que pode levar ao entendimento de que nas sentenças em que houver a extinção do processo sem o julgamento do mérito não haverá decisão em tal sentido.

Entretanto, em processo penal, sentenças de mérito ocorrem em todas as situações nas quais houver absolvição (Art. 386 do CPP) ou condenação (Art. 387 do CPP), ficando fora desta previsão apenas a sentença que reconheça causa extintiva de punibilidade, como no caso de morte do agente.

1.9 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

O legislador demonstrou, ao colocar um Título separado para esse assunto, a importância da cooperação internacional para a solução do problema social que constitui o uso e o tráfico de drogas.

A cooperação se baseia no espírito das Convenções das Nações Unidas e visa à colaboração em todas as áreas, tanto as relativas à prevenção do uso

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indevido, à atenção e à reinserção social de usuários e dependentes, quanto aquelas ligadas à repressão do tráfico e da produção de drogas.

A COOPERAÇÃO PREVÊ:

• A TROCA DE EXPERIÊNCIAS;

• FORMULAÇÃO DE PROGRAMAS CONJUNTOS;

• INTERCÂMBIO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL; E

• INFORMAÇÕES JUDICIAIS SOBRE PRODUTORES E FABRICANTES.

Para finalizar, embora sem muita importância prática, cabe ressaltar inovação inserida pela Lei 12.219/2010 que prevê:

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

Apesar de não encontrar relação prática com a carreira de Policial Federal, como é uma novidade e as bancas adoram inovações, acho que pelo menos o conhecimento é importante.

Caro(a) Aluno(a),

Chegamos ao final da Lei de Drogas. O importante agora é fixar os conceitos e ter em mente que este assunto é praticamente questão certa na tão esperada PROVA.

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

“As pessoas bem sucedidas, nada mais são do que gente que desenvolveu o poder deacreditar em si mesmas e naquilo que realizam.”

David Schwartz

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

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Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

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III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1o, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fixar.

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§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o

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espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010).

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EXERCÍCIOS

1. (CESPE / Escrivão - PC-E / 2011) Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá submetê-lo, alternativamente, a admoestação verbal ou a pagamento de multa.

Errado. Se o cidadão injustificadamente deixar de cumprir as obrigações impostas em juízo, a autoridade judiciária competente poderá aplicar sucessivamente e não alternativamente as penas de admoestação verbal e multa.

Art. 28 [...]

§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

2. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.

Errada. Como vimos, o fato continua sendo considerado crime. Este é o entendimento do STF e do CESPE.

3. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) Considere a seguinte situação hipotética.

O comerciante Ronaldo mantém em estoque e frequentemente vende para menores em situação de risco (meninos de rua) produto industrial conhecido como cola de sapateiro. Flagrado pela polícia ao vender uma lata do produto para um adolescente, o comerciante foi apresentado à autoridade policial competente.

Nessa situação hipotética, caberá ao delegado de polícia a autuação em flagrante de Ronaldo, por conduta definida como tráfico de substância entorpecente.

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Errado. Essa questão ficará mais clara ao estudarmos o ECA. Todavia, em que pesem argumentos em sentido contrário, a cola de sapateiro não é considerada droga para efeitos da Lei 11.343/06, pois se assim fosse não poderia ser comercializada nem para maiores 18 anos.

4. (TJ-RO - JUIZ / 2011) No crime de tráfico ilícito de substância entorpecente, previsto no artigo 33, caput da Lei nº. 11.343/2006, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Certo. Lei 11.343, art. 33, § 4o: Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

5. (CESPE / Analista Processual – MPU / 2010) Em relação ao crime de tráfico de drogas, considera-se, tráfico privilegiado o praticado por agente primário, com bons antecedentes criminais, que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa, sendo-lhe aplicada a redução de pena de um sexto a dois terços, independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima fique aquém do mínimo legal.

Certo. Segundo o art. 33, § 4o, da lei n.° 11.343/2006, nos crimes de tráfico ilícito de drogas, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

A questão tenta confundir o candidato ao citar “independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima fique aquém do mínimo legal”. Todavia, segundo o STJ no REsp 1133945 / MG 15/04/2010, a quantidade e a natureza da droga não irão impedir a aplicação da diminuição de pena decorrente do crime de tráfico privilegiado, muito menos o fato de o tráfico ser nacional ou internacional.

6. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2007) Um indivíduo que seja preso em flagrante pelo delito de tráfico ilícito de substância entorpecente

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poderá ser beneficiado com a liberdade provisória, mediante o pagamento de fiança.

Errado. De acordo com o art. 44 da lei nº 11.343/06, os crimes de tráfico ilícito são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto e anistia.

7. (CESPE / TRF / 2007) No que concerne ao crime de tráfico de entorpecentes, NÂO constitui causa de aumento de pena, prevista expressamente na Lei no 11.343/2006, praticar o delito visando pessoa maior de 60 anos de idade.

Certo. Na vigência da lei anterior (6.368/76), se o agente, no crime de tráfico, envolvesse ou visasse idosos, também incidiria em uma causa de aumento de pena. Porém, tal circunstância qualificadora deixou de existir com a lei nº 11.343/06.

8. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-TO / 2008) Considere que determinado cidadão guardasse, em sua residência, cerca de 21 kg de cocaína, em depósito, para fins de mercancia e que, durante uma busca realizada por ordem judicial em sua casa, a droga tenha sido encontrada e os fatos tenham sido imediatamente apresentados à autoridade policial competente. Nessa situação, esse cidadão não pode ser preso em flagrante, pois, no momento da abordagem, ele não praticava nenhum ato típico da traficância.

Errado. Segundo o art. 33 da lei nº 11.343/06, constitui uma conduta típica de tráfico importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

9. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer.

Certo. Segundo o art. 48 da lei nº 11.343/06, é vedada a prisão em flagrante de usuário de drogas. Assim, apreendido o agente e a droga, o condutor

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deverá apresentá-lo imediatamente ao juízo competente, ou na falta deste, à autoridade policial, no local em que se encontrar, e deverá lavrar termo circunstanciado sobre o comparecimento ao juízo competente.

10. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No crime de tráfico de drogas, para a lavratura do auto de prisão em flagrante, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, o qual será necessariamente firmado por perito oficial.

Errado. Segundo o art.50 §1o, da lei de Drogas, caso não haja no momento da lavratura um especialista no assunto, o laudo poderá ser realizado por “pessoa idônea”.

11. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) O IP relativo a indiciado preso por tráfico de drogas deve ser concluído no prazo de 30 dias, não havendo possibilidade de prorrogação do prazo. A autoridade policial pode, todavia, realizar diligências complementares e remetê-las posteriormente ao juízo competente.

Errado. O parágrafo único do art. 51 da lei nº 11.343/06 determina que os prazos para entrega do IP podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Já quanto às diligências, o parágrafo único do art. 52 da lei nº 11.343/06 deixa claro que as diligências complementares não impedem a remessa dos autos.

12. (CESPE / MPE-SE / 2010) A legislação em vigor admite a fixação de regime inicial diverso do fechado aos condenados pela prática de crime de tráfico de drogas, desde que as circunstâncias judiciais e o quantum da pena assim autorizem, conforme entendimento consolidado no STJ.

Errado. Apesar de ser admitida a progressão do regime, prevalece o entendimento do cumprimento inicial em regime fechado.

13. (CESPE / MPE-SE / 2010) Para o STJ, os preceitos legais em vigor impedem a conversão da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente.

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Errado. Hodiernamente, o STJ tem se posicionado pelo cabimento da substituição da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente (HC 118.098-RS, DJe 9/12/2008, HC 128.256-SP, DJe 26/10/2009 e HC 120.353-SP, DJe 9/2/2010).

14. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) Findo o prazo para conclusão do inquérito na apuração de crime de tráfico ilícito, a autoridade policial remete os autos ao juízo competente, relatando sumariamente as circunstâncias do fato, sendo-lhe vedado justificar as razões que a levaram à classificação do delito.

Errado. Nos termos do art. 52 da lei nº 11.343/06, um dos itens que precisam constar nos autos do inquérito é exatamente a justificativa das razões que levaram a autoridade policial a classificar o delito no tipo apontado.

15. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) É legalmente vedada a não-atuação policial aos portadores de drogas, a seus precursores químicos ou a outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro.

Errado. Retira-se do art.53, II, da lei nº 11.343/06 que é permitido, mediante autorização judicial e ouvido o MP, a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção que se encontrem no território brasileiro.

16. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência.

Errado. Conforme o parágrafo 2º do art. 28 da lei nº 11.343/06, para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

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17. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Como a Lei Antidrogas não prevê a aplicação de medida educativa o agente apenado por portar drogas para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, devem ser aplicadas as regras pertinentes do CP.

Errado. A questão está incorreta, pois a lei nº 11.343/06 prevê nos incisos do art. 28 as penalidades a serem aplicadas. São elas advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

18. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-AC / 2007) A nova Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) estabelece um rol de penas possíveis para a pessoa que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para uso pessoal, drogas ilícitas. Para determinar se a droga se destinava ao consumo pessoal, o juiz observará apenas a natureza e a quantidade da droga.

Errado. Nos termos do parágrafo 2º do art. 28 da lei nº 11.343/06, para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

19. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A respeito do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, o inquérito policial deve ser concluído no prazo de 30 dias, caso o indiciado esteja preso, e no de 60 dias, caso este esteja solto.

Errado. Nos termos do art. 51 da lei nº 11.343/06 o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Os prazos podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

20. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A Lei n.º 11.343/2006 possibilita o livramento condicional ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente após o cumprimento de três quintos da pena de condenação, em caso de réu primário, e dois terços, em caso de réu reincidente, ainda que específico.

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Errado. Conforme o parágrafo único do art. 44, o livramento condicional pode ser concedido após o cumprimento de dois terços da pena, vedada a sua concessão ao reincidente específico.

21. (CESPE / OAB-CE / 2007) A conduta daquele que, para consumo pessoal, cultiva plantas destinadas à preparação de substância capaz de causar dependência física ou psíquica permanece sem tipificação.

Errado. O parágrafo 1º, do art. 28, da Lei de Drogas, estabelece a responsabilidade penal do agente que, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

22. (CESPE / OAB-CE / 2007) É possível, além das penas de advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa, a imposição de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas.

Errado. Conforme a nova disposição do art. 28 da Lei de Drogas, não há pena privativa de liberdade para o crime de posse de drogas para consumo pessoal.

23. (CESPE / OAB-CE / 2007) O porte de drogas tornou-se infração de menor potencial ofensivo, estando sujeito ao procedimento da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

Certo. No que tange ao delito de porte de drogas, previsto no art. 28 da lei nº 11.343/06, o legislador excluiu do preceito secundário da norma as penas privativas de liberdade, estabelecendo penas educativas e restritivas de direitos. Trata-se de crime de menor potencial ofensivo.

24. (CESPE / OAB-CE / 2007) Poderá ser imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante, devendo o autuado ser encaminhado ao juízo competente para que este se manifeste sobre a manutenção da prisão, após a lavratura do termo circunstanciado.

Errado. Não existe possibilidade de prisão em flagrante. O Art. 28 da lei de drogas é de suma importância, pois prevê um novo tratamento à conduta de porte de drogas para consumo pessoal. O intuito da Lei foi o de evitar, a

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qualquer custo, a aplicação de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas.

25. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei repressiva pune o consumo de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

Errado. O art. 28 da lei nº 11.343/06 define que quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: Advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

As condutas “usar” ou “consumir” constituem fato atípico. Existe atipicidade, porque o crime não é “usar” ou “consumir” a droga, mas sim adquiri-la, guardá-la, mantê-la em depósito, transportá-la ou trazê-la consigo para consumo pessoal. Assim, podemos afirmar que não se pune o consumo em si da droga.

26. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei prevê a modalidade de crime culposo para os profissionais que prescrevem ou ministram, aleatória e (ou) indevidamente, as referidas substâncias a pacientes.

Certo. A questão refere-se ao delito do art. 38, da nova lei de drogas (lei n.º 11.343/2006), consistente na conduta de prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

27. (CESPE / Defensor Público - DPE-AL / 2009) As medidas alternativas impostas em razão de uma transação penal e aquelas previstas no art. 28 da Lei n.º 11.343/2006 (usuário de droga) não geram os efeitos penais gerais próprios de uma sanção penal.

Certo. As medidas alternativas do art. 28 da lei 11.343/2006 (usuário de droga) quando impostas por sentença penal geram reincidência.

28. (CESPE / Defensor Público - DPE-ES / 2009) Na hipótese de posse de drogas para consumo pessoal, não se impõe prisão em flagrante.

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Nessa situação, o autor do fato deve ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta desse, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e das perícias necessários.

Certo. Tratando-se da conduta prevista no art. 28 da lei nº 11.343/06, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

29. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) Considere que Joaquim, penalmente imputável, foi abordado em uma barreira policial e, após vistoria em seu veículo, foi encontrada pequena quantidade de maconha. Indagado a respeito, Joaquim alegou que a droga se destinava a consumo pessoal. Nessa situação, uma vez demonstrada a alegação de Joaquim, o policial responsável pela diligência deverá apreender a substância e liberar o usuário mediante admoestação verbal.

Errado. Segundo o § 2o do art. 28 da lei nº 11.343/06, tratando-se de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

30. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) A legislação em vigor acerca do tráfico ilícito de entorpecente possibilita ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente, desde que seja réu primário, com bons antecedentes e que não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa, a redução de um sexto a dois terços de sua pena, bem como a conversão desta em penas restritivas de direitos, desde que cumpridos os mesmos requisitos exigidos para a redução da pena.

Certo. Segundo o art. 33, § 4o da lei nº 11.343/06, no delito de tráfico ilícito de entorpecente, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

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No que diz respeito a conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, o STF, no HC 97.256/RS, posicionou-se no sentido de conceder parcialmente a ordem e declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44 do mesmo diploma legal. (Informativo nº 597 do STF).

31. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Ainda que o fato tenha sido cometido antes da vigência da Lei n.º 11.343/2006 e que o condenado preencha os requisitos dispostos no art. 44 do CP, não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito em crime de tráfico de entorpecentes, já que o STF, ao julgar inconstitucional o art. 2.º, § 1.º, da Lei n.º 8.072/1990 - Lei dos Crimes Hediondos -, passou a admitir somente a progressão de regimes aos condenados por crimes hediondos, mas não a conversão em pena restritiva de direito.

Errado. No que diz respeito a conversão de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, o STF, no HC 97.256/RS, posicionou-se no sentido de conceder parcialmente a ordem e declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44 do mesmo diploma legal. (Informativo nº 597 do STF).

32. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Dispõe a Lei n.º 11.343/2006, quanto ao crime de tráfico ilícito de entorpecente, que "as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.". Considerando que a lei anterior não possuía redação similar, o Juízo das Execuções Criminais poderá facultar ao condenado por crime de tráfico de entorpecentes, sob a égide da Lei n.º 6.368/1976, que preencha tais condições, a opção entre o regramento antigo e o atual, tendo em vista que a pena de multa sofreu significativo aumento, não havendo como afirmar, nesse aspecto, qual das leis é mais severa.

Certo. A norma insculpida no art. 33, § 4º da Lei n.º 11.343/06 inovou no ordenamento jurídico pátrio ao prever uma causa de diminuição de pena explicitamente vinculada ao novo apenamento previsto no caput do art. 33.

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Não há que se admitir sua aplicação em combinação ao conteúdo do preceito secundário do tipo referente ao tráfico na antiga lei (Art. 12 da Lei n.º 6.368/76) gerando daí uma terceira norma não elaborada e jamais prevista pelo legislador.

Em homenagem ao princípio da extra-atividade (retroatividade ou ultra-atividade) da lei penal mais benéfica deve-se, caso a caso , verificar qual a situação mais vantajosa ao condenado: se a aplicação das penas insertas na antiga lei - em que a pena mínima é mais baixa - ou a aplicação da nova lei na qual há a possibilidade de incidência da causa de diminuição, recaindo sobre quantum mais elevado. Contudo, jamais a combinação dos textos que levaria a uma regra inédita.

33. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A competência para processar e julgar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes é, em regra, da justiça estadual, exceto se caracterizado ilícito transnacional, quando a competência será da justiça federal. Nesse contexto, a probabilidade de a droga ser de origem estrangeira é suficiente para deslocar a competência da justiça estadual para a justiça federal.

Errado. Segundo pacífica jurisprudência, a competência para processar e julgar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes é, em regra, da Justiça Estadual. Tratando-se, no entanto, de crime internacional, isto é, à distância, que possui base em mais de um país, passa a ser da competência da Justiça Federal.

Sendo apenas a provável origem estrangeira da droga, não se tem o crime necessariamente como transnacional, reclamando, para tanto, prova contundente da internacionalidade da conduta, de sorte a atrair a competência da Justiça Federal.

34. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) É nula a sentença penal condenatória por crime de tráfico ilícito de entorpecentes cuja pena-base tenha sido exacerbada com base na quantidade da droga apreendida, entendendo-se, assim, haver maior censurabilidade da conduta (culpabilidade), tendo em vista que tal critério é expressamente previsto na legislação respectiva como definidor na conduta do agente, isto é, se uso ou tráfico.

Errado. Segundo pacífico entendimento jurisprudencial, a quantidade de drogas justifica a fixação da pena acima do mínimo legal (STJ, HC 140.221-MS, DJ 22/9/2009).

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35. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A inobservância do rito procedimental estabelecido pela Lei n.º 11.343/2006 quanto à intimação e conseqüente apresentação de defesa preliminar constitui causa de nulidade relativa, sendo, pois, necessário que se comprove o prejuízo, restando preclusa a alegação, se não for feita no momento oportuno.

Errado. Segundo o entendimento jurisprudencial, a ausência de defesa preliminar no procedimento estabelecido na lei 11343/06 gera nulidade absoluta e não relativa.

36. (CESPE / Promotor - MPE-ES / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência.

Errado. O § 2o do art. 28 da lei nº 11.343/06 define que para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

37. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade de polícia judiciária deve fazer, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do MP, em 24 horas.

Certo. Conforme o art. 50 da lei nº 11.343/06, ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

38. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é prescindível o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga.

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Errado. Nos termos do § 1º do art. 50 da lei nº 11.343/06, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

39. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, o inquérito policial será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 45 dias, se estiver solto.

Errado. Retira-se do art. 51 da lei nº 11.343/06 que o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

40. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a ausência do relatório circunstanciado torna nulo o inquérito policial.

Errado. O art. 52 da lei nº 11.343/06 define que, findos os prazos do inquérito, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo, relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. Tal relatório não precisa ser circunstanciado, ou seja, detalhado. Já decidiu o STJ que a ausência de relatório configura mera irregularidade, pois se trata de procedimento de caráter informativo, sem contraditório e ampla defesa.

41. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade policial, após relatar o inquérito, deverá remeter os autos à justiça, que os encaminhará ao MP. Depois disso, a autoridade policial não poderá, de ofício, continuar a investigação, colhendo outras provas.

Errado. Retira-se do art. 52, parágrafo único da lei nº 11.343/06 que a remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares.

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42. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) O atual procedimento adotado nos crimes de tráfico de drogas estabelece a necessidade de notificação do acusado, antes do recebimento da denúncia, para que o mesmo apresente indispensável defesa prévia, bem como estabelece a realização do interrogatório ao final da instrução e veda, de forma expressa, a absolvição sumária.

Errado. Muito embora a Lei 11.343/06 não faça previsão expressa sobre a rejeição da denúncia após a resposta escrita, permite e aplicação subsidiária do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (artigo 48, caput), o que determina a aplicação da absolvição sumária prevista no artigo 397 do Código de Processo Penal, no qual constam a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (inciso I); a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade (inciso II); que o fato narrado evidentemente não constitui crime (inciso III); ou extinta a punibilidade do agente (inciso IV).

43. (CESPE / Defensor Público - DPU / 2010) No que concerne ao processo e ao procedimento dos crimes de tráfico de entorpecentes, é correto afirmar que circunstâncias inerentes à conduta criminosa não podem, sob pena de bis in idem, justificar o aumento da reprimenda.

Certo. Circunstâncias inerentes à conduta criminosa, como por exemplo a propagação do mal e busca de lucro fácil, são próprias da conduta delituosa, não podendo, sob pena de bis in idem, atuar para justificar aumento da reprimenda. (STF, HC 85.507/PE, DJ 24.02.2006).

44. (MPE-SP - Promotor / 2010) No regime da Lei nº 11343/06, é possível a concessão de sursis aos réus condenados pela prática do delito do art. 33, “caput” (tráfico de drogas).

Errado. Os crimes dos arts. 33, caput e parágrafo primeiro, e 34 a 37 são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória

45. (MPE-SP - Promotor / 2010) No regime da Lei nº 11.343/06, na fixação das penas, o juiz levará em conta, com preponderância sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, a quantidade da

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droga e sua natureza, bem assim a personalidade e a conduta do agente.

Certo. A questão exige o conhecimento do art. 42 da Lei nº 11.343/06. Segundo o citado dispositivo, o juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

46. (MPE-SP - Promotor / 2010) Constitui causa de aumento de pena, relativamente ao delito de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06), o fato de a infração ser cometida nas imediações de condomínios residenciais.

Errado. O art. 40, III da Lei 11.343/06 não menciona condomínios residenciais. Veja:

Art. 40 - As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos.

47. (MPE-SP - Promotor / 2010) O crime de associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11343/06) tem como descrição típica, à semelhança do crime do art. 288 do Código Penal (quadrilha ou bando), associarem-se mais de três pessoas para o fim de praticar qualquer dos crimes dos artigos 33, caput, e § 1º e 34 da Lei nº 11.343/06.

Errado. O crime de associação para o tráfico exige duas ou mais pessoas (no mínimo duas). Já o delito de quadrilha ou bando exige a associação de mais de três pessoas (no mínimo quatro).

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48. (MPE-SP - Promotor / 2010) Semear ou cultivar, para consumo pessoal e ainda que em pequena quantidade, plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de droga capaz de causar dependência física ou psíquica caracteriza modalidade do delito de tráfico de droga.

Errado. Às mesmas medidas previstas no art. 28 submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Não é considerado tráfico, mas sim consumo pessoal.

49. (MPE-RS - Secretário de Diligências / 2010) Johnny foi preso em flagrante delito e processado por ter em depósito e guardar, com o fim de entregar a consumo a terceiros, ainda que gratuitamente, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, 2 kg de pasta de cocaína, 10 litros de acetona e 47 pedras de "crack". No curso do processo, verificou-se que em razão de dependência toxicológica, ele era, ao tempo da ação, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Assim, no momento da sentença, provada a autoria e a materialidade, Johnny ficará isento de pena, podendo ser encaminhado, pelo juiz, para tratamento médico adequado.

Certo. A questão encontra fundamento no art. 45, Lei 11.343/2006.

50. (CESPE / OAB / 2009) Considere que Júlio, usuário de droga, tenha oferecido pela primeira vez, durante uma festa, a seu amigo Roberto, sem intuito de lucro, pequena quantidade de maconha para consumirem juntos. Nessa situação hipotética, Júlio praticou conduta atípica, dada a descriminalização do uso de substância entorpecente.

Errado. Aproveitarei esta questão para tratar de um ponto que é muito pouco exigido em prova, mas que complementará seus estudos. Vimos que vender drogas visando o lucro é crime. Mas e se um indivíduo oferece droga, ao outro, eventualmente e sem objetivo de lucro? Neste caso temos o chamado crime de uso compartilhado que, para ocorrer, deve acumular os seguintes requisitos:

OFERECIMENTO + EVENTUALIDADE + SEM OBJETIVO DE LUCRO + A PESSOA DO SEU RELACIONAMENTO + PARA JUNTOS CONSUMIREM.

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Os quatro requisitos juntos têm que estar presentes. Faltando um dos quatro requisitos será configurado o crime de tráfico art. 33 "caput".

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS

1. (CESPE / Escrivão - PC-E / 2011) Caso, em juízo, o usuário de drogas se recuse, injustificadamente, a cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas pelo juiz, este poderá submetê-lo, alternativamente, a admoestação verbal ou a pagamento de multa.

2. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infração sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.

3. (CESPE / Delegado - PC-ES / 2011) Considere a seguinte situação hipotética.

O comerciante Ronaldo mantém em estoque e frequentemente vende para menores em situação de risco (meninos de rua) produto industrial conhecido como cola de sapateiro. Flagrado pela polícia ao vender uma lata do produto para um adolescente, o comerciante foi apresentado à autoridade policial competente.

Nessa situação hipotética, caberá ao delegado de polícia a autuação em flagrante de Ronaldo, por conduta definida como tráfico de substância entorpecente.

4. (TJ-RO - JUIZ / 2011) No crime de tráfico ilícito de substância entorpecente, previsto no artigo 33, caput da Lei nº. 11.343/2006, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

5. (CESPE / Analista Processual – MPU / 2010) Em relação ao crime de tráfico de drogas, considera-se, tráfico privilegiado o praticado por agente primário, com bons antecedentes criminais, que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização criminosa, sendo-lhe aplicada a redução de pena de um sexto a dois terços, independentemente de o tráfico ser nacional ou internacional e da quantidade ou espécie de droga apreendida, ainda que a pena mínima fique aquém do mínimo legal.

6. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2007) Um indivíduo que seja preso em flagrante pelo delito de tráfico ilícito de substância entorpecente

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poderá ser beneficiado com a liberdade provisória, mediante o pagamento de fiança.

7. (CESPE / TRF / 2007) No que concerne ao crime de tráfico de entorpecentes, NÂO constitui causa de aumento de pena, prevista expressamente na Lei no 11.343/2006, praticar o delito visando pessoa maior de 60 anos de idade.

8. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-TO / 2008) Considere que determinado cidadão guardasse, em sua residência, cerca de 21 kg de cocaína, em depósito, para fins de mercancia e que, durante uma busca realizada por ordem judicial em sua casa, a droga tenha sido encontrada e os fatos tenham sido imediatamente apresentados à autoridade policial competente. Nessa situação, esse cidadão não pode ser preso em flagrante, pois, no momento da abordagem, ele não praticava nenhum ato típico da traficância.

9. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No caso de porte de substância entorpecente para uso próprio, não se impõe prisão em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer.

10. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) No crime de tráfico de drogas, para a lavratura do auto de prisão em flagrante, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, o qual será necessariamente firmado por perito oficial.

11. (CESPE / DELEGADO POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) O IP relativo a indiciado preso por tráfico de drogas deve ser concluído no prazo de 30 dias, não havendo possibilidade de prorrogação do prazo. A autoridade policial pode, todavia, realizar diligências complementares e remetê-las posteriormente ao juízo competente.

12. (CESPE / MPE-SE / 2010) A legislação em vigor admite a fixação de regime inicial diverso do fechado aos condenados pela prática de crime de tráfico de drogas, desde que as circunstâncias judiciais e o quantum da pena assim autorizem, conforme entendimento consolidado no STJ.

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13. (CESPE / MPE-SE / 2010) Para o STJ, os preceitos legais em vigor impedem a conversão da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente.

14. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) Findo o prazo para conclusão do inquérito na apuração de crime de tráfico ilícito, a autoridade policial remete os autos ao juízo competente, relatando sumariamente as circunstâncias do fato, sendo-lhe vedado justificar as razões que a levaram à classificação do delito.

15. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2009) É legalmente vedada a não-atuação policial aos portadores de drogas, a seus precursores químicos ou a outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro.

16. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência.

17. (CESPE / Promotor – MPE-RR / 2010) Como a Lei Antidrogas não prevê a aplicação de medida educativa o agente apenado por portar drogas para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, devem ser aplicadas as regras pertinentes do CP.

18. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-AC / 2007) A nova Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) estabelece um rol de penas possíveis para a pessoa que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para uso pessoal, drogas ilícitas. Para determinar se a droga se destinava ao consumo pessoal, o juiz observará apenas a natureza e a quantidade da droga.

19. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A respeito do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, o inquérito policial deve ser concluído no prazo de 30 dias, caso o indiciado esteja preso, e no de 60 dias, caso este esteja solto.

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20. (CESPE / JUIZ DE DIREITO-TO / 2007) A Lei n.º 11.343/2006 possibilita o livramento condicional ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente após o cumprimento de três quintos da pena de condenação, em caso de réu primário, e dois terços, em caso de réu reincidente, ainda que específico.

21. (CESPE / OAB-CE / 2007) A conduta daquele que, para consumo pessoal, cultiva plantas destinadas à preparação de substância capaz de causar dependência física ou psíquica permanece sem tipificação.

22. (CESPE / OAB-CE / 2007) É possível, além das penas de advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa, a imposição de pena privativa de liberdade ao usuário de drogas.

23. (CESPE / OAB-CE / 2007) O porte de drogas tornou-se infração de menor potencial ofensivo, estando sujeito ao procedimento da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

24. (CESPE / OAB-CE / 2007) Poderá ser imposta ao usuário de drogas prisão em flagrante, devendo o autuado ser encaminhado ao juízo competente para que este se manifeste sobre a manutenção da prisão, após a lavratura do termo circunstanciado.

25. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei repressiva pune o consumo de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

26. (CESPE / PERITO MÉDICO LEGISTA – POLÍCIA CIVIL-AC / 2006) A lei prevê a modalidade de crime culposo para os profissionais que prescrevem ou ministram, aleatória e (ou) indevidamente, as referidas substâncias a pacientes.

27. (CESPE / Defensor Público - DPE-AL / 2009) As medidas alternativas impostas em razão de uma transação penal e aquelas previstas no art. 28 da Lei n.º 11.343/2006 (usuário de droga) não geram os efeitos penais gerais próprios de uma sanção penal.

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28. (CESPE / Defensor Público - DPE-ES / 2009) Na hipótese de posse de drogas para consumo pessoal, não se impõe prisão em flagrante. Nessa situação, o autor do fato deve ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta desse, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e das perícias necessários.

29. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) Considere que Joaquim, penalmente imputável, foi abordado em uma barreira policial e, após vistoria em seu veículo, foi encontrada pequena quantidade de maconha. Indagado a respeito, Joaquim alegou que a droga se destinava a consumo pessoal. Nessa situação, uma vez demonstrada a alegação de Joaquim, o policial responsável pela diligência deverá apreender a substância e liberar o usuário mediante admoestação verbal.

30. (CESPE / Policial Rodoviário Federal - PRF - Curso de formação / 2008) A legislação em vigor acerca do tráfico ilícito de entorpecente possibilita ao condenado por tráfico ilícito de entorpecente, desde que seja réu primário, com bons antecedentes e que não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa, a redução de um sexto a dois terços de sua pena, bem como a conversão desta em penas restritivas de direitos, desde que cumpridos os mesmos requisitos exigidos para a redução da pena.

31. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Ainda que o fato tenha sido cometido antes da vigência da Lei n.º 11.343/2006 e que o condenado preencha os requisitos dispostos no art. 44 do CP, não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito em crime de tráfico de entorpecentes, já que o STF, ao julgar inconstitucional o art. 2.º, § 1.º, da Lei n.º 8.072/1990 - Lei dos Crimes Hediondos -, passou a admitir somente a progressão de regimes aos condenados por crimes hediondos, mas não a conversão em pena restritiva de direito.

32. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) Dispõe a Lei n.º 11.343/2006, quanto ao crime de tráfico ilícito de entorpecente, que "as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.". Considerando que a lei anterior não possuía redação similar, o Juízo das Execuções

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Criminais poderá facultar ao condenado por crime de tráfico de entorpecentes, sob a égide da Lei n.º 6.368/1976, que preencha tais condições, a opção entre o regramento antigo e o atual, tendo em vista que a pena de multa sofreu significativo aumento, não havendo como afirmar, nesse aspecto, qual das leis é mais severa.

33. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A competência para processar e julgar crimes de tráfico ilícito de entorpecentes é, em regra, da justiça estadual, exceto se caracterizado ilícito transnacional, quando a competência será da justiça federal. Nesse contexto, a probabilidade de a droga ser de origem estrangeira é suficiente para deslocar a competência da justiça estadual para a justiça federal.

34. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) É nula a sentença penal condenatória por crime de tráfico ilícito de entorpecentes cuja pena-base tenha sido exacerbada com base na quantidade da droga apreendida, entendendo-se, assim, haver maior censurabilidade da conduta (culpabilidade), tendo em vista que tal critério é expressamente previsto na legislação respectiva como definidor na conduta do agente, isto é, se uso ou tráfico.

35. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2008) A inobservância do rito procedimental estabelecido pela Lei n.º 11.343/2006 quanto à intimação e conseqüente apresentação de defesa preliminar constitui causa de nulidade relativa, sendo, pois, necessário que se comprove o prejuízo, restando preclusa a alegação, se não for feita no momento oportuno.

36. (CESPE / Promotor - MPE-ES / 2010) Segundo a Lei Antidrogas, para determinar se a droga apreendida sob a posse de um indivíduo destina-se a consumo pessoal, o juiz deve-se ater à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, desconsiderando as circunstâncias sociais e pessoais e também a conduta e os antecedentes do agente, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência.

37. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade de polícia judiciária deve fazer, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do MP, em 24 horas.

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38. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é prescindível o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga.

39. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, o inquérito policial será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 45 dias, se estiver solto.

40. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a ausência do relatório circunstanciado torna nulo o inquérito policial.

41. (CESPE / Agente de Investigação - PC-PB / 2009) Considerando que uma pessoa tenha sido presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, a autoridade policial, após relatar o inquérito, deverá remeter os autos à justiça, que os encaminhará ao MP. Depois disso, a autoridade policial não poderá, de ofício, continuar a investigação, colhendo outras provas.

42. (CESPE / Promotor - MPE-RO / 2010) O atual procedimento adotado nos crimes de tráfico de drogas estabelece a necessidade de notificação do acusado, antes do recebimento da denúncia, para que o mesmo apresente indispensável defesa prévia, bem como estabelece a realização do interrogatório ao final da instrução e veda, de forma expressa, a absolvição sumária.

43. (CESPE / Defensor Público - DPU / 2010) No que concerne ao processo e ao procedimento dos crimes de tráfico de entorpecentes, é correto afirmar que circunstâncias inerentes à conduta criminosa não podem, sob pena de bis in idem, justificar o aumento da reprimenda.

44. (MPE-SP - Promotor / 2010) No regime da Lei nº 11343/06, é possível a concessão de sursis aos réus condenados pela prática do delito do art. 33, “caput” (tráfico de drogas).

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45. (MPE-SP - Promotor / 2010) No regime da Lei nº 11.343/06, na fixação das penas, o juiz levará em conta, com preponderância sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, a quantidade da droga e sua natureza, bem assim a personalidade e a conduta do agente.

46. (MPE-SP - Promotor / 2010) Constitui causa de aumento de pena, relativamente ao delito de tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06), o fato de a infração ser cometida nas imediações de condomínios residenciais.

47. (MPE-SP - Promotor / 2010) O crime de associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11343/06) tem como descrição típica, à semelhança do crime do art. 288 do Código Penal (quadrilha ou bando), associarem-se mais de três pessoas para o fim de praticar qualquer dos crimes dos artigos 33, caput, e § 1º e 34 da Lei nº 11.343/06.

48. (MPE-SP - Promotor / 2010) Semear ou cultivar, para consumo pessoal e ainda que em pequena quantidade, plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de droga capaz de causar dependência física ou psíquica caracteriza modalidade do delito de tráfico de droga.

49. (MPE-RS - Secretário de Diligências / 2010) Johnny foi preso em flagrante delito e processado por ter em depósito e guardar, com o fim de entregar a consumo a terceiros, ainda que gratuitamente, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, 2 kg de pasta de cocaína, 10 litros de acetona e 47 pedras de "crack". No curso do processo, verificou-se que em razão de dependência toxicológica, ele era, ao tempo da ação, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Assim, no momento da sentença, provada a autoria e a materialidade, Johnny ficará isento de pena, podendo ser encaminhado, pelo juiz, para tratamento médico adequado.

50. (CESPE / OAB / 2009) Considere que Júlio, usuário de droga, tenha oferecido pela primeira vez, durante uma festa, a seu amigo Roberto, sem intuito de lucro, pequena quantidade de maconha para consumirem juntos. Nessa situação hipotética, Júlio praticou conduta atípica, dada a descriminalização do uso de substância entorpecente.

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GABARITO

1-E 2-E 3-E 4-C 5-C

6-E 7-C 8-E 9-C 10-E

11-E 12-E 13-E 14-E 15-E

16-E 17-E 18-E 19-E 20-E

21-E 22-E 23-C 24-E 25-E

26-C 27-C 28-C 29-E 30-C

31-E 32-C 33-E 34-E 35-E

36-E 37-C 38-E 39-E 40-E

41-E 42-E 43-C 44-E 45-C

46-E 47-E 48-E 49-C 50-E