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www.cers.com.br ISOLADA COMEÇANDO DO ZEROLíngua Portuguesa Rodrigo Bezerra 1 A vírgula entre orações (casos): 1) Para separar orações coordenadas assindéticas. * “Entregou a espingarda a sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos...” * “Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se.” A vírgula entre orações (casos): 2) Emprega-se a vírgula para separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as introduzidas pelo conectivo aditivo “e”. * “... as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças...” * “Não freqüentava botequins, nem fazia noitadas.” A vírgula entre orações (casos): Observação: É obrigatório o emprego da vírgula antes do “e” aditivo quanto esta conjunção ligar orações que apresentam sujeitos diferentes. * Sendo um dos mais preparados, se não o mais competente, começou dizendo que cada um dos que ali estavam tinha condições de chegar aonde quisesse, e que as metas pessoais poderiam ser manifestadas dali a pouco. A vírgula entre orações (casos): 3) Para separar orações subordinadas adjetivas explicativas: * “Aquele olhar profundo, que parecia despedir os fogos surdos de uma labareda oculta, incutia nela um desassossego íntimo.” A vírgula entre orações (casos): 4) Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas quando antepostas à oração principal ou intercaladas nela. * “Logo que começou a revolver os papéis, a mão do médico tornou-se mais febril.” * O conselheiro, embora não figurasse em nenhum grande cargo do Estado, ocupava elevado lugar na sociedade. A vírgula entre orações (casos): 5) Para separar as orações reduzidas (de gerúndio, de infinitivo e de particípio) adverbiais e adjetivas quando antepostas à oração principal ou intercaladas nela. * “Hoje, pensando melhor, acho que servi de alívio.” * Acabada a balada, retiraram-se os convidados. A vírgula entre orações (casos): 6) Para separar orações intercaladas. * “Venha, acudiu ele, venha o grande o homem.” * Cão que ladra, diz o dito popular, não morde. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA a) Entre o sujeito e o seu verbo quando juntos, ainda que um preceda ao outro. b) Entre o verbo e o(s) seu(s) complemento(s) quando juntos, ainda que um preceda ao outro. c) Entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) é o seu complemento quando estão juntos. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA d) Entre o nome (substantivo) e o seu adjunto adnominal. e) Entre o nome e a oração subordinada adjetiva restritiva. f) Entre a oração principal e a oração subordinada substantiva, salvo a oração subordinada substantiva apositiva. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA (Exemplos): a) Não é fácil, submeter-se ao equilíbrio entre o direito e o dever, pois, a tendência é de um lado, valorizar o direito, e de outro minimizar o dever que lhe corresponde. b) Primeiro, inventamos a literatura e em seguida o cinema, mas nenhum desses meios, teria alcançado influenciar-nos tanto como a TV. c) O fato de imaginarmos que há uma dimensão além das nossas paredes, é decisivo, para que

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A vírgula entre orações (casos): 1) Para separar orações coordenadas assindéticas. * “Entregou a espingarda a sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos...” * “Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se.” A vírgula entre orações (casos): 2) Emprega-se a vírgula para separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as introduzidas pelo conectivo aditivo “e”. * “... as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças...” * “Não freqüentava botequins, nem fazia noitadas.” A vírgula entre orações (casos): Observação: É obrigatório o emprego da vírgula antes do “e” aditivo quanto esta conjunção ligar orações que apresentam sujeitos diferentes. * Sendo um dos mais preparados, se não o mais competente, começou dizendo que cada um dos que ali estavam tinha condições de chegar aonde quisesse, e que as metas pessoais poderiam ser manifestadas dali a pouco. A vírgula entre orações (casos): 3) Para separar orações subordinadas adjetivas explicativas: * “Aquele olhar profundo, que parecia despedir os fogos surdos de uma labareda oculta, incutia nela um desassossego íntimo.” A vírgula entre orações (casos): 4) Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas quando antepostas à oração principal ou intercaladas nela. * “Logo que começou a revolver os papéis, a mão do médico tornou-se mais febril.”

* O conselheiro, embora não figurasse em nenhum grande cargo do Estado, ocupava elevado lugar na sociedade. A vírgula entre orações (casos): 5) Para separar as orações reduzidas (de gerúndio, de infinitivo e de particípio) adverbiais e adjetivas quando antepostas à oração principal ou intercaladas nela. * “Hoje, pensando melhor, acho que servi de alívio.” * Acabada a balada, retiraram-se os convidados. A vírgula entre orações (casos): 6) Para separar orações intercaladas. * “Venha, acudiu ele, venha o grande o homem.” * Cão que ladra, diz o dito popular, não morde. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA a) Entre o sujeito e o seu verbo quando juntos, ainda que um preceda ao outro. b) Entre o verbo e o(s) seu(s) complemento(s) quando juntos, ainda que um preceda ao outro. c) Entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) é o seu complemento quando estão juntos. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA d) Entre o nome (substantivo) e o seu adjunto adnominal. e) Entre o nome e a oração subordinada adjetiva restritiva. f) Entre a oração principal e a oração subordinada substantiva, salvo a oração subordinada substantiva apositiva. NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA (Exemplos): a) Não é fácil, submeter-se ao equilíbrio entre o direito e o dever, pois, a tendência é de um lado, valorizar o direito, e de outro minimizar o dever que lhe corresponde. b) Primeiro, inventamos a literatura e em seguida o cinema, mas nenhum desses meios, teria alcançado influenciar-nos tanto como a TV. c) O fato de imaginarmos que há uma dimensão além das nossas paredes, é decisivo, para que

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reconheçamos na TV, o poder de abrir tantas janelas. d) Quando menino ignorava o que fosse: “fiscal de rendas”, preocupando-me mais em ajudar meu pai, a carregar uma pesada maleta de couro. EMPREGA-SE O PONTO E VÍRGULA 1) Para separar orações coordenadas de considerável extensão, principalmente quando em qualquer destas proposições já existe pausa mais fraca assinalada por vírgula. * A porta ficava à direita da grande coluna de entrada do templo budista; a sala do mestre localizava-se depois dessa porta. * Nada se comparava ao devaneio sentido naquele momento da sessão de psicoterapia; e contava-me tudo sem restrições. 01.(FCC) Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: (A) Embora sejamos tentados, frequentemente, a qualificar como cruel ou maldoso o comportamento de certos animais, o fato é que, para eles, só há os instintos. (B) Por mais que difiram entre si, as constituições, nenhuma delas deixa-se reger, por princípios que desfavoreçam, ou impeçam algum equilíbrio nas relações sociais. (C) Via de regra o abuso de poder constitui um caso difícil de ser apurado, uma vez que, o próprio agente do delito, costuma exercer forte influência, na investigação dos fatos. (D) É muito comum nas conversas mais informais, os indivíduos se referirem a casos públicos de impunidade, tomando-os como justificativas, de seus delitos pessoais. (E) Não é fácil, submeter-se ao equilíbrio entre o direito e o dever, pois, a tendência é de um lado, valorizar o direito, e de outro minimizar o dever que lhe corresponde. 02.(FCC – TRF 5ª Região) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) De acordo com Marilena Chauí – a autora do texto –, é preciso desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias, não resistem a uma análise mais concreta e mais rigorosa.

(B) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto: é preciso desconfiar das afirmações que aparentemente óbivias, não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa. (C) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto; é preciso: desconfiar das afirmações que, aparentemente óbvias não resistem, a uma análise mais concreta, e mais rigorosa. (D) De acordo com Marilena Chauí, a autora do texto, é preciso desconfiar, das afirmações, que aparentemente óbvias não resistem a uma análise, mais concreta e mais rigorosa. (E) De acordo com Marilena Chauí, – a autora do texto - é preciso desconfiar das afirmações, que, aparentemente óbvias não resistem a uma análise mais concreta e, mais rigorosa. 03. (FCC) Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: (A) Nada – a não ser livros e móveis – deixou meu pai como legado, ao contrário de vários colegas seus, cujo espólio assumia consideráveis proporções. (B) Não obstante, fosse músico e sensível, meu pai era objetivo e firme em suas decisões de bem fiscalizar, o que devessem ao fisco os contribuintes. (C) Quando menino ignorava o que fosse: “fiscal de rendas”, preocupando-me mais em ajudar meu pai, a carregar uma pesada maleta de couro. (D) Não tenho dúvida – o fato de ter cultivado tantos amigos, e granjeado o respeito de todos, é prova suficiente, de que ele teve uma vida digna. (E) Crêem muitos, que o serviço público é algo mesquinho e vicioso, a esses digo que desconhecem o real sentido do que significa: ser um servidor do povo. 04.(FCC – TJ/RJ) Está plenamente correta a pontuação do seguinte período: (A) Confessando não sem ironia, que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero propõe uma receita de casa, em que o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério. (B) Confessando, não sem ironia, que entende de arquitetura o cronista, Rubem Braga, mestre do gênero, propõe uma receita de casa, em que,

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o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério. (C) Confessando não sem ironia que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero, propõe: uma receita de casa em que, o porão área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade, e mistério. (D) Confessando, não sem ironia que, entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga – mestre do gênero – propõe uma receita, de casa, em que o porão (área frequentemente desprezada), ganha ares de profundidade e mistério. (E) Confessando, não sem ironia, que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero, propõe uma receita de casa em que o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério. 05.(FCC – TRT/RS) A única frase NÃO pontuada corretamente é: (A) À beira de um ano novo − e quase à beira do outro século −, a imprensa discutia ainda a mesma questão, crucial, sem dúvida, que ocupara por décadas o espírito dos homens públicos. (B) Encontrando o rapaz no lugar combinado, não o saudei; olhei-o, porém, fixamente, e sorri, é verdade, mas como se fosse para alguém a quem se cumprimenta só por obrigação. (C) A mais alta delas andava rapidamente; a outra, cantando e sorrindo, fazia dos passos um modo de brinquedo, então bastante em moda entre os mais jovens. (D) É minha opinião, que não se deve falar mal de ninguém; e menos ainda daqueles que prestam serviços públicos: estes querendo ou não, estão a nosso serviço cotidianamente. (E) Só muito tempo depois de sua partida (vejam o que é a indecisão imposta pelo medo!), compreendi que era só uma mudança de bairro, e então prometi que a visitaria logo.

6. (PMT 2008) O emprego da vírgula logo após “passado” (L.1) justifica-se por

isolar o adjunto adverbial de tempo anteposto à oração principal.

ACENTUAÇÃO E ORTOGRAFIA Classificação dos vocábulos quanto à sílaba tônica: Oxítonos (ou agudos) � são os vocábulos cuja sílaba tônica recai na última, como em: café, timidez, papel etc. Paroxítonos � são os vocábulos cuja sílaba tônica recai na penúltima, como em: amizade, beleza, austero, cível, exegese, rubrica, látex etc. Proparoxítonos � são os vocábulos cuja sílaba tônica recai na antepenúltima, como em: lâmpada, ágape, álibi, pântano, ômega, êxodo etc Regras para a acentuação gráfica: Monossílabos A(S) � chá, Brás, pá, gás, más, trás, fás, zás, má. E(S) � lê, crê, rês, fé, pés, dê, mês, três, rés, lés. O(S) � dó, nó, vó, pó, pôs, cós, vós, nós. Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 1ª regra ���� Em português, acentuam-se – com acento agudo – os vocábulos oxítonos que terminam em “a, e, o” abertos, e – com acento circunflexo – os vocábulos que terminam em “e, o” fechados, seguidos ou não de “s”. Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 1ª regra (exemplos): A(S) � maracujá, cajá, vatapá, maracá, babá, Amapá E(S) � rapé, chulé, recém, café, jacaré, dendê, cortês O(S) � cocoricó, trisavô, caritó, cipó, complô, propôs Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 2ª regra ���� Em português, acentuam-se – com acento agudo – o “e” da terminação “em” ou

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“ens” dos vocábulos oxítonos compostos de mais de uma sílaba. Ex.: AMÉM – TAMBÉM – PARABÉNS – VINTÉM Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS Observação: Perceba que os monossílabos e os vocábulos paroxítonos terminados em “em” e “ens” não são acentuados. * cem * vem * tem * trem Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra ���� Em português, acentuam-se – com acento agudo – os vocábulos oxítonos terminados nos ditongos abertos “éi, ói, éu". Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra (exemplos): a) ÉI � anéis, coronéis, papéis, réis, fiéis,

bacharéis.

a) ÓI � sóis, anzóis, herói, caubói, rói, dói, dodói.

a) ÉU � céu, réu, véu, chapéu, escarcéu,

fogaréu. Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra (observações): a) Perceba que os oxítonos terminados em “z, r, l, i, u” não são acentuados. * capaz * bisturi * feliz * cuscuz * amar * suor * caju * caracol Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra (observações): b) Com base na regra de acentuação dos oxítonos, acentuam-se as formas verbais oxítonas terminadas em “a, e, o”.

* repor + o � repô-lo * julgarão + os � julgá-los-ão * amaria + a � amá-la-ia Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra (observações): c) Com o advento do Novo Acordo Ortográfico de 1990, não mais se acentuam os ditongos “ei, oi” dos vocábulos paroxítonos. Para ficar bem esclarecido: esses ditongos não serão acentuados quando estiverem na penúltima sílaba. Regras para a acentuação gráfica: OXÍTONOS 3ª regra (observações): * ideia * colmeia * paranoico * jiboia * dicroico * alcateia * heroico * diarreia * boia * estreia * europeia * claraboia * Geleia * colmeia * assembleia Regras para a acentuação gráfica: PAROXÍTONOS 1ª regra ���� Em português, acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em “ã, ãs, ão, ãos". * ímã * órfãs * órgão * órfãos * Dólmã * ímãs * gimnopógão Regras para a acentuação gráfica: PAROXÍTONOS 2ª regra ���� Em português, acentua-se – com acento agudo quando aberta e com acento circunflexo quando fechada – a sílaba tônica dos vocábulos paroxítonos terminados em “i, is, us”. * beribéri * bônus * ônus * lápis * táxi * biquíni * júri * íris Regras para a acentuação gráfica: PAROXÍTONOS

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3ª regra ���� Em português, acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em “l, n, r, x, ps”. Usa-se o acento agudo para o “a, e, o” abertos e o acento circunflexo para o “e, o” fechados. * túnel * alúmen * córtex * bíceps * aljôfar * âmbar * cânon * fênix * Vômer * afável * açúcar * hífen Regras para a acentuação gráfica: PAROXÍTONOS 3ª regra (cuidado!!) ITEM ITENS HIFEN HIFENS