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OAB 2º FASE Direito do Trabalho Aryanna Manfredini 1 TEORIA GERAL DOS RECURSOS 1. Recursos Cabíveis no Processo do Trabalho As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem os seguintes recursos: RO, RR, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EMBARGOS AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. Além destes, agravo regimental e pedido de revisão. Ao art. 893 da CLT relaciona os recurso cabíveis no Processo do Trabalho. Observe-se: Art. 893, CLT. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I. embargos; II. recurso ordinário; III. recurso de revista; IV. agravo. 2. Efeitos dos Recursos Os recursos no Processo do Trabalho tem efeito meramente devolutivo, ou seja, não possuem efeito suspensivo, não tendo o condão de impedir o início da execução provisória, a qual nos termos do art. 899 da CLT, limita-se a penhora.

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

1. Recursos Cabíveis no Processo do Trabalho

As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem os seguintes recursos: RO, RR,

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, EMBARGOS AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO E AGRAVO DE

INSTRUMENTO.

Além destes, agravo regimental e pedido de revisão.

Ao art. 893 da CLT relaciona os recurso cabíveis no Processo do Trabalho. Observe-se:

Art. 893, CLT. Das decisões são admissíveis os seguintes

recursos:

I. embargos;

II. recurso ordinário;

III. recurso de revista;

IV. agravo.

2. Efeitos dos Recursos

Os recursos no Processo do Trabalho tem efeito meramente devolutivo, ou seja, não possuem

efeito suspensivo, não tendo o condão de impedir o início da execução provisória, a qual nos termos do

art. 899 da CLT, limita-se a penhora.

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A execução provisória se desenvolve do mesmo modo que a execução definitiva, CONTUDO limita-

se aos atos de constrição, isto é, na execução provisória não ocorrem os atos de expropriação (venda dos

bens).

Art. 899, CLT.Os recursos serão interpostos por simples petição

e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções

previstas neste Titulo, permitida a execução provisória até a

penhora.

Existem exceções a tal regra, dentre as quais destaca-se a do 14 da Lei 10.192/2001, segundo o

qual “o recurso interposto de decisão normativa na Justiça do Trabalho terá efeito suspensivo na medida e

na extensão conferidas em despacho do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho”. Neste caso,

portanto, admite-se a execução provisória do julgado.

A jurisprudência tem admitido a propositura de ação cautelar para imprimir efeito suspensivo a

recurso no Processo do Trabalho quando este possui apenas efeito devolutivo, como se pode observar

pela redação do inciso I, da súmula 414, do TST.

Seguem os demais efeitos dos recursos:

Efeito regressivo, iterativo ou diferido: permite retratação ou reconsideração da decisão pela mesma autoridade prolatora da sentença. Cabível no agravo de instrumento, por exemplo.

Efeito suspensivo: suspende os efeitos da decisão até que haja pronunciamento do órgão no recurso. No processo do trabalho os recursos, em regra, não são dotados de efeito suspensivo.

Efeito translativo: em relação às questões de ordem pública, as quais devem ser conhecidas de ofício, não se opera a preclusão, podendo o juiz ou tribunal decidir tais questões ainda que não constem das razões recursais ou das contrarrazões, gerando o denominado efeito translativo do recurso.

Efeito extensivo ou expansivo: é aplicado no caso de litisconsorte unitário, quando a decisão tiver de ser uniforme para todos os litisconsortes. (art. 509 do CPC)

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Efeito devolutivo: os recursos no processo do trabalho são dotados, em regra, de efeito devolutivo, permitindo-se ao credor a extração de carta de sentença para realizar a execução provisória.

Efeito substitutivo: O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso. Conforme o artigo 512 do CPC, o efeito substitutivo nasce quando o tribunal aprecia e julga o mérito da causa, operando-se a substituição da sentença a quo, pelo acórdão do Tribunal, na parte objeto do apelo.

3. Processamento dos Recursos

O recurso é interposto perante o juízo que proferiu a decisão recorrida (a quo), o qual verificará se

estão presentes os pressupostos recursais. Em caso afirmativo, o juízo receberá o recurso e o recorrido

será notificado para apresentar contrarrazões, “em igual prazo ao que tiver tido o recorrente”, nos termos

do art. 900 da CLT.

Art. 900, CLT. Interposto o recurso, será notificado o recorrido

para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o

recorrente.

Após a apresentação das contrarrazões, caso o juízo a quo mantenha sua decisão acerca do

recebimento do recurso, encaminhará o recurso ao Tribunal competente para julgá-lo.

No Tribunal, o recurso será distribuído ao relator por sorteio como determina o art. 548 do CPC,

que verificará mais uma vez a presença dos pressupostos de admissibilidade do recurso. Caso todos

estejam presentes o recurso será conhecido, dando o relator seguimento ao recurso.

Como bem esclarece Mauro Schiav1 “a questão do revisor é disciplinada nos Regimentos Internos

dos TRTs, não sendo obrigatória a sua existência.

Assim, não havendo revisor, os autos serão dirigidos à Turma com a designação da sessão de

julgamento que analisará o mérito, dando ou não provimento ao recurso. Ressalto que por se tratar de

matéria de ordem pública, a Turma também pode apontar a ausência de algum dos pressupostos de

admissibilidade. Posteriormente, o relator redigirá o voto, ou se for vencido, o autor do primeiro voto

vencedor, nos termos do art. 556 do CPC.

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SCHIAV, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 3. Ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 730.

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4. Decisões Interlocutórias

As decisões interlocutórias, no Processo do Trabalho, são irrecorríveis de imediato, pois o artigo

893, §1º da CLT afirma que as questões incidentes solucionadas por meio de uma decisão interlocutória

poderão ser impugnadas somente em recurso de uma decisão definitiva.

Art. 893, § 1º, CLT. Os incidentes do processo são resolvidos

pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do

merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da

decisão definitiva.

Entretanto, há exceções a esta regra, ou seja, casos específicos em que as decisões

interlocutória serão passível de recurso de imediato.

a) Súmula 214 do TST

Súmula 214, TST.Na Justiça do Trabalho, nos termos do art.

893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam

recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:

a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou

Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;

b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo

Tribunal;

c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a

remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que

se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799,

§ 2º, da CLT.

b) Pedido de Revisão

No processo civil, a menção ao valor da causa é um dos requisitos da petição inicial, exigido pelo

artigo 282, V do CPC. No entanto, o artigo 840, §1º da CLT exige que a exordial contenha apenas:

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a) endereçamento ao órgão judiciário a que é dirigida;

b) a qualificação das partes;

c) fatos e fundamentos inerentes a ação;

d) pedido e

e) data e assinatura do autor, ou de seu representante legal.

Assim, o valor da causa não é requisito da petição inicial no Processo do Trabalho, salvo no

procedimento sumaríssimo em que o reclamante deve apresentar pedidos líquidos (art. 852-B, I, CLT).

Nos demais procedimentos, nos termos do artigo 2º da Lei 5584/70, caso o reclamante não aponte

o valor da causa na petição inicial, o juiz o fixará em audiência após a primeira tentativa conciliatória,

leitura da petição inicial se não dispensada e apresentação da defesa, antes da instrução processual.

Art. 2º, Lei 5584/70. Nos dissídios individuais, proposta a conciliação,

e não havendo acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de

passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a

determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido.

Caso uma das partes não concorde com o valor fixado poderá, no prazo de 48 horas, interpor

pedido de revisão da decisão ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, nos termos do artigo 2º,§ 1º

da Lei 5584/70.

Art. 2º,§ 1º. Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer

das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir

revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao

Presidente do Tribunal Regional.

Observe que o pedido de revisão é um recurso interposto em face de uma decisão interlocutória e,

portanto, representa uma exceção ao princípio irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.

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Nos termos do artigo 2º, § 2°, da Lei 5584/70, o pedido de revisão deverá ser instruído pelos

seguintes documentos:

♦ cópia da petição inicial;

♦ cópia autenticada da ata de audiência e

♦ Outro documento que seja relevante para o convencimento do Juízo ad quem.

Formado o instrumento, o Presidente do TRT terá o prazo de 48 horas para julgá-lo, contados a

partir do seu recebimento, sendo que esta decisão é irrecorrível.2

Art. 2º, §2º. O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo

deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência,

em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em

48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo

Presidente do Tribunal Regional.

c) Súmula 414, II, do TST

Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na

sentença não comporta impugnação pela via do mandado de

segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação

cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a

recurso.

II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida

antes da sentença, cabe a impetração do mandado de

segurança, em face da inexistência de recurso próprio.

III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz

perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a

concessão da tutela antecipada (ou liminar).

6. PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Os pressupostos de admissibilidade são exigências legais, que devem ser cumpridas, a fim de que

seja analisado o mérito do recurso.

2 TEIXEIRA FILHO, Manoel. Curso de Direito Processual do Trabalho. v. 2. São Paulo: Ltr, 2009. p. 1745.

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Todos os pressupostos devem ser preenchidos, sob pena de não conhecimento do recurso. Os

pressupostos são subdivididos em: intrínsecos e extrínsecos.

► Pressupostos de AdmissibilidadeIntrínsecos

Os pressupostos de admissibilidade intrínsecos, também denominados subjetivos,são osligados às

partes, sendo eles:

Legitimidade da parte (o recurso poder ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado٭

ou pelo Ministério Público)

Capacidade da parte (a parte deve demonstrar capacidade processual para interposição do٭

recurso)

Interesse da parte (o processo deve ser útil para a parte que o interpõe)٭

► Pressupostos de AdmissibilidadeExtrínsecos

Os pressupostos de admissibilidade extrínsecos estão relacionados com o recurso, isto é, com o

cumprimento das exigências previstas em lei para admitir a interposição de determinado recurso. São

pressupostos de admissibilidade extrínsecos:

,Recorribilidade ٭

,Adequação ٭

,Tempestividade ٭

,Depósito Recursal ٭

Custas e ٭

.Regularidade de Representação ٭

a) TEMPESTIVIDADE (Prazos Recursais)

O conhecimento do recurso é dependente da interposição dentro do prazo legal. No processo do

trabalho, o prazo é unificado, por força do artigo 6º da Lei 5584/70. Assim, para interpor recurso, bem

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como, para apresentar contrarrazões, o prazo é de 8 dias. Salvo os embargos de declaração, que

representam exceção à regra, pois o seu prazo para interposição é de 5 dias.

Art 6º, Lei 5584/70. Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e

contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893).

Art. 900, CLT. Interposto o recurso, será notificado o recorrido

para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver o

recorrente.

Ainda com relação aos prazos processuais destaca-se:

as pessoas jurídicas de direito público, ou seja, os órgãos da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tem prazo em dobro para a recorrer (art. 1º, III, DL 779/69) e em quádruplo para contestar (art. 1º, II, DL 779/69). Também para a oposição de embargos de declaração o prazo é em dobro (OJ 192, SDI – 1, TST).

Art. 1º, Dec. Lei 779/69. Nos processos perante a Justiça do

Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações

de direito público federais, estaduais ou municipais que não

explorem atividade econômica:

I - a presunção relativa de validade dos recibos de quitação ou

pedidos de demissão de seus empregados ainda que não

homologados nem submetidos à assistência mencionada nos

parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 477 da Consolidação das Leis do

Trabalho;

II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, "in fine", da

Consolidação das Leis do Trabalho;

III - o prazo em dobro para recurso;

IV - a dispensa de depósito para interposição de recurso;

V - o recurso ordinário "ex officio" das decisões que lhe sejam

total ou parcialmente contrárias;

VI - o pagamento de custas a final salva quanto à União Federal,

que não as pagará.

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Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para

contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a

Fazenda Pública ou o Ministério Público.

OJ 192, SDI – 1, TST. É em dobro o prazo para a interposição

de embargos declaratórios por pessoa jurídica de direito público.

O artigo 775, § único da CLT, dispõe que os prazos vencidos em sábados, domingos ou feriados, terminará no primeiro dia útil seguinte. Já a súmula 385 do TST estabelece que incumbe à parte comprovar quando da interposição do recurso a existência de feriado local ou de dia útil em que não haja expediente forense que tenha levado a prorrogação do prazo. Observe-se.

Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se

com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do

vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto,

ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou

tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente

comprovada.

Parágrafo único.Os prazos que se vencerem em sábado,

domingo ou feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.

Súmula 385, TST.Cabe à parte comprovar, quando da

interposição do recurso, a existência de feriado local ou de dia

útil em que não haja expediente forense, que justifique a

prorrogação do prazo recursal.

A súmula 434 do TST afirma que o recurso interposto antes da publicação da decisão não será conhecido.

Súmula 434, TST. RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA

PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO.

EXTEMPORANEIDADE (conversão da Orientação

Jurisprudencial nº 357 da SBDI-1 e inserção do item II à

redação) - Res. 177/2012, DEJT divulgado em 13, 14 e

15.02.2012

I) É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o

acórdão impugnado.(ex-OJ nº 357 da SBDI-1 – inserida em

14.03.2008)

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II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de

embargos de declaração pela parte adversa não acarreta

qualquer prejuízo àquele que apresentou seu recurso

tempestivamente.

A súmula 387 do TST, por sua vez, regula a contagem dos prazos quando o recurso for interposto via fax.

Súmula 387, TST. I – A Lei nº 9.800/1999 é aplicável somente a

recursos interpostos após o início de sua vigência.

II - A contagem do qüinqüídio para apresentação dos originais

de recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a

fluir do dia subseqüente ao término do prazo recursal, nos

termos do art. 2º da Lei 9.800/1999, e NÃO do dia seguinte à

interposição do recurso, se esta se deu antes do termo final

do prazo.

III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa

de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência

de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do

CPC quanto ao "dies a quo", podendo coincidir com

sábado, domingo ou feriado.

IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante do art.

1º da Lei n.º 9.800, de 26.05.1999, somente alcança as

hipóteses em que o documento é dirigido diretamente ao órgão

jurisdicional, não se aplicando à transmissão ocorrida entre

particulares. (incluído em maio de 2011)

Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que:

a) Os originais devem ser juntados no prazo de cinco dias contados do dia subsequente ao término do prazo recursal e não do dia subsequente ao envio do fax. Assim, mesmo que o recurso seja enviado ao órgão do poder judiciário via fax no terceiro dia do prazo recursal, o quinquídio para apresentação dos originais conta-se do dia subsequente ao oitavo dia do prazo; b) O primeiro dos cinco dias para a juntada dos originais pode coincidir com sábado, domingo ou feriado. c) O item IV da súmula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca que a lei 9800/99 permite a prática dos atos processuais por fax, mediante o envio do documento diretamente ao órgão jurisdicional. Não admite que o documento seja transmitido entre particulares para somente depois, em ato contínuo, ser encaminhado ao órgão jurisdicional. Assim, os comprovantes de depósito recursal e de custas processuais encaminhados da matriz para a filial via fax e somente depois, ato contínuo, encaminhados ao órgão jurisdicional não são reputados autênticos, segundo o entendimento do TST.

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Por fim, nos termos da OJ 310 da SDI–1 do TST, o artigo 191 do CPC, segundo qual litisconsortes com procuradores diferentes tem prazo em dobro, é inaplicável ao Processo do Trabalho devido a sua incompatibilidade com o Princípio da Celeridade. Assim, litisconsorte com procuradores diferentes NÃO tem prazo em dobro no processo trabalhista. Observe-se:

OJ 310, SDI – 1, TST. A regra contida no artigo 191 do CPC é

inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua

incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao

processo trabalhista.

Art. 191, CPC. Quando os litisconsortes tiverem diferentes

procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para

contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

b) DEPÓSITO RECURSAL

O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, portanto, só é realizado pelo reclamado

e se este for empregador (art. 899, 4º, CLT). Ressalte-se que empregado não realiza depósito recursal.

A IN 27/2005 do TST estabelece no parágrafo único de seu artigo 2° que o depósito recursal

também é exigido para as novas ações de competência da Justiça do Trabalho nos moldes da CLT, logo o

tomador dos serviços também deverá efetuar o depósito para a interposição de recurso quando houver

condenação em pecúnia e não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de isenções previstas em lei.

Art. 2º, IN/TST 27/2005. A sistemática recursal a ser observada

é a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, inclusive no

tocante à nomenclatura, à alçada, aos prazos e às

competências.

Parágrafo único. O depósito recursal a que se refere o art. 899

da CLT é sempre exigível como requisito extrínseco do recurso,

quando houver condenação em pecúnia.

Os recursos que exigem o depósito recursal são: recurso ordinário, recurso de revista,

embargos ao TST, recurso extraordinário e recurso ordinário em ação Rescisória.

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IMPORTANTE MEMORIZAR!

O RECLAMADO DEPOSITARÁ O VALOR DA CONDENAÇÃO AINDA NÃO

DEPOSITADO, ATÉ O LIMITE DO TETO ESTABELECIDO PELO TST.

Os tetos estabelecidos pelo TST a partir de 1° de agosto de 2011 são de R$ 6290,00 para o RO e

R$ 12.580,00 para RR, ETST, REXT e recurso ordinário em ação rescisória.

A 12.275/2010, inseriu o § 7° no artigo 899 da CLT, passando a exigir depósito recursal para

interposição do agravo de instrumento, no importe de 50% do valor do depósito de recurso ao qual se

pretende destrancar. Ressalte-se, entretanto, que quando todo o valor da condenação já estiver

depositado nada mais poderá ser exigido a título de depósito recursal. Assim para apurar o valor a ser

depositado devemos utilizar o seguinte raciocínio.

IMPORTANTE MEMORIZAR!

O RECLAMADO DEPOSITARÁ O VALOR DA CONDENAÇÃO AINDA NÃO

DEPOSITADO ATÉ O LIMITE DE 50% DO VALOR DO DEPÓSITO DO RECURSO

TRANCADO.

Observe os exemplos:

Exemplo 1:

Ao proferir a sentença o juiz atribuiu à condenação o valor provisório de R$ 16290,00. O reclamado

interpôs RO, depositando R$ 6290,00 (o valor da condenação ainda não depositado até o limite do teto

estabelecido pelo TST para o RO). O juiz do trabalho entendeu que o recurso era intempestivo,

denegando seguimento ao mesmo, o qual ficou trancado. Para destrancá-lo o reclamado interpôs agravo

de instrumento. Qual o valor a ser depositado?

Depositaremos o valor da condenação ainda não depositado (R$ 10.000,00) até o limite de 50% do

valor do depósito do recurso trancado (R$ 3145,00). Depositaremos o valor menor, R$ 3145,00.

Observe, entretanto, o segundo exemplo:

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Exemplo 2:

Ao proferir a sentença o juiz atribuiu à condenação o valor provisório de R$ 7290,00. O reclamado

interpôs RO, depositando R$ 6290,00 (o valor da condenação ainda não depositado até o limite do teto

estabelecido pelo TST para o RO). O juiz do trabalho entendeu que o recurso era intempestivo,

denegando seguimento ao mesmo, o qual ficou trancado. Para destrancá-lo o reclamado interpôs agravo

de instrumento. Qual o valor a ser depositado?

Depositaremos o valor da condenação ainda não depositado (R$ 1000,00) até o limite de 50% do

valor do depósito do recurso trancado (R$ 3145,00). Depositaremos o valor menor, R$ 1000,00.

Seguem hipóteses em que o depósito recursal é inexigível:

O depósito recursal só será exigível quando houver condenação em pecúnia (súmula 161, TST).

A Lei Complementar 132/2009 inseriu o inciso VII ao art. 3° da Lei 1060/50, passando a estabelecer que o beneficiário da justiça gratuita também é isento de depósito recursal. Assim, se o reclamado comprovar que não pode arcar com as despesas do processo será beneficiário da justiça gratuita e, portanto, isento de depósito para interposição de qualquer recurso.

A massa falida é isenta do depósito, bem como do recolhimento das custas processuais. Tal vantagem, entretanto, não se aplica às empresas em liquidação extrajudicial. Nesse sentido é a súmula 86 do TST.

Nos termos do art. Art. 1º, IV, do Dec. Lei 779/69, a União os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem atividade econômica estão dispensadas da realização de depósito recursal.

EM SÍNTESE:

Parte Recorrente Condenação em pecúnia

Depósito Fundamento

Reclamante - Não Art. 899, § 4

Reclamado Não Não Súmula 161, TST

Reclamado beneficiário da Justiça Gratuita

Sim Não Art. 3°, VII, Lei 1060/50 (alterado LC 132/2009)

Reclamado Sim Sim Art. 899, CLT

Reclamado Massa falida

Sim Não Súmula 86, TST

Reclamado Empresa em

Sim Sim Súmula 86, TST

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liquidação extrajudicial

Fazenda Sim Não Art. 1°, IV, DL 779/69

O prazo para efetuar o depósito recursal corresponde ao mesmo prazo do recurso, ou seja, 8 dias.

A súmula 245 do TST assevera que eventual interposição antecipada do recurso não prejudica a

dilação legal, ou seja, a interposição do recurso, no terceiro dia do prazo, por exemplo, não impede a

realização e comprovação do depósito até o oitavo dia do prazo.

Essa matéria foi objeto do V Exame de Ordem Unificado (2011.2). Observe-se:

(V exame da ordem - FGV – 2011.2 – questão 4)

Inconformada com uma sentença desfavorável aos seus interesses, a empresa dela recorre. Contudo,

entendeu o magistrado que o recurso era intempestivo, e a ele negou seguimento. Ciente disso, a

reclamada interpôs recurso de agravo de instrumento no 5º (quinto) dia e efetuou o depósito adicional

previsto no artigo 899 da CLT no 8º (oitavo) dia do prazo recursal. Novamente o juiz negou seguimento ao

agravo de instrumento, argumentando que ele estava deserto. Diante dessa situação hipotética, responda,

de forma fundamentada, às seguintes indagações:

a) Há alguma medida que possa ser tomada pela recorrente contra a última decisão do juiz? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,50) b) O que significa deserção? No caso em exame, o agravo de instrumento estava deserto? Justifique. (Valor: 0,75)

Requerimentos avaliados Notas possíveis

Nota

a) Sim. Cabimento de embargos de declaração OU mandado de segurança OU reclamação correcional (0,30). Indicação do art. 897-A, CLT OU da Lei 12.016/09 OU do art. 709, II, CLT ou regimento interno de cada tribunal, compatível com a 1ª parte da resposta (0,20). Obs: Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou jurisprudencial.

0 / 0,3 / 0,5 0

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b) Deserção significa ausência de preparo (0,30). O agravo está deserto porque o preparo deveria ser feito no ato de interposição do recurso (0,30). Indicação do artigo 899, §7º, da CLT (0,15). Obs: Não há pontuação para a mera indicação da base legal ou jurisprudencial.

0 / 0,3 / 0,45 / 0,6 / 0,75 0,3l

Quando o trabalhador estiver sujeito ao regime do FGTS o depósito será realizado por meio da

guia GFIP, sendo o valor destinado à sua conta vinculada no FGTS. Caso, entretanto, o trabalhador não

esteja vinculado a tal regime, o depósito será realizado na sede do juízo, ficando a disposição deste.

Nesse sentido é a recente súmula 426, aprovada pelo Pleno do TST em maio de 2011. Observe-se:

SÚMULA Nº 426, TST. DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA

GUIA GFIP. OBRIGATORIEDADE.

Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado mediante

a utilização da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à

Previdência Social – GFIP, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 899 da

CLT, admitido o depósito judicial, realizado na sede do juízo e à

disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não submetida

ao regime do FGTS.

Em síntese:

Modalidade de Relação de Trabalho

Regime do FGTS

Forma de depósito

O valor é destinado

relação de emprego Sim Guia GFIP Conta vinculada ao FGTS (art. 899, § 4º, CLT)

Relação de trabalho diversa da relação de emprego

Não Sede do juízo Ficará a disposição do juízo (súmula 426, TST)

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Na sentença, o juiz arbitrará valor provisório à condenação e é a partir deste que será calculado o

depósito recursal, bem como, o valor das custas processuais. Caso a somatória do valor dos depósitos

realizados resulte no valor integral da condenação, nada mais poderá ser exigido a tal título (súmula 128, I,

TST).

Quando houver condenação solidária o depósito realizado por umas reclamadas será aproveitado

pelas demais, desde de que a que realizou o depósito não esteja pedindo a sua exclusão da lide (súmula

128, III, TST)

Súmula 128, TST . DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as

Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res.

129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I- É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente,

em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção.

Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido

para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res.

121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 -

inserida em 27.11.1998)

II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito

para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º

da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se

a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 -

inserida em 08.11.2000)

III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o

depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais,

quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão

da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

O valor do recolhimento deve ser exato, ou superior ao devido, eis que qualquer diferença a

menor, mesmo relativa a centavos, ensejará a deserção do recurso (OJ 140, SDI-I, TST).

d) CUSTAS Na fase de conhecimento as custas estão regulamentadas no artigo 789 da CLT, enquanto na fase

de execução, estão previstas no art. 789-A da CLT.

Quanto às custas na fase de conhecimento tem-se:

a) as custas serão recolhidas pela parte vencida;

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b) serão recolhidas no importe de 2% sobre o valor da condenação ou do acordo e, em regra, na falta, sobre o valor da causa, respeitado o limite mínimo de R$ 10,64.

c) serão recolhidas no prazo do recurso caso a parte vencida recorra ou após o trânsito em julgado, caso não haja recurso (art. 789, § 1º, CLT).

O recolhimento das custas é efetuado por meio de GUIA GRU.

O reclamante beneficiário da justiça gratuita, mesmo que vencido, está dispensado do recolhimento

das custas para interpor recurso. A massa falida também é isenta deste recolhimento (súmula 86, TST).

Se as partes transigirem, as custas serão rateadas em partes iguais entre os litigantes, salvo se

dispuserem de forma diversa (art. 789, § 3º, CLT). E, diante da extinção do processo sem resolução de

mérito, o reclamante recolherá as custas processuais, no importe de 2% do valor da causa (art. 789, II,

CLT).

Art. 789, CLT. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos

do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da

Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas

perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista,

as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à

base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64

(dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas:

I. quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo

valor;

II. quando houver extinção do processo, sem julgamento do

mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o

valor da causa;

III. no caso de procedência do pedido formulado em ação

declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa;

IV. quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar.

V. acima de 10 (dez) vezes o valor-de-referência regional, 2%

(dois por cento).

§ 1º.As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em

julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas

e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.

§ 2º. Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o

valor e fixará o montante das custas processuais.

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§ 3º. Sempre que houver acordo, se de outra forma não for

convencionado, o pagamento das custas caberá em partes

iguais aos litigantes.

§ 4º. Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão

solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o

valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.

Observação: na fase de EXECUÇÃO as custas processuais SEMPRE serão recolhidas pelo executado e

seu valor será determinado pela tabela do artigo 789–A da CLT.

Art. 789-A, CLT. No processo de execução são devidas custas,

sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de

conformidade com a seguinte tabela:

I - autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5%

(cinco por cento) sobre o respectivo valor, até o máximo de R$

1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais e trinta e oito

centavos);

II - atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada:

a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos);

b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos);

III - agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e

vinte e seis centavos);

IV - agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte

e seis centavos);

V - embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à

arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis

centavos);

VI - recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta

e cinco centavos);

VII - impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinqüenta

e cinco reais e trinta e cinco centavos);

VIII - despesa de armazenagem em depósito judicial - por dia:

0,1% (um décimo por cento) do valor da avaliação;

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IX - cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo -

sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por cento) até o

limite de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e quarenta e

seis centavos).

Conclui-se que o recolhimento das custas é condicionante para a interposição de recurso pela

parte vencida. Caso ocorra inversão do ônus da sucumbência, a parte recorrente deve recolher custas

para interpor recurso contra a decisão que inverteu a sucumbência? A resposta encontra-se na súmula 25

do TST e da OJ 186 da SDI – 1, TST:

Súmula 25, TST. A parte vencedora na primeira instância, se

vencida na segunda, está obrigada, independentemente de

intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária das

quais ficará isenta a parte então vencida.

OJ 186 SDI – 1, TST. No caso de inversão do ônus da

sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização

do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas,

descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer.

Deverá ao final, se sucumbente, ressarcir a quantia.

d) REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO

O “jus postulandi” vigora na Justiça do Trabalho, de modo que empregado e empregador podem

demandar na Justiça do Trabalho sem advogado no âmbito da vara do trabalho e TRT, não sendo

aplicável aos recursos para o TST, ação rescisória, ação cautelar e mandado de segurança (súmula 425,

TST). Entretanto, caso a parte se faça representar por advogado, é indispensável a apresentação do

instrumento de mandato.

Consoante à representação processual, destaca-se o artigo 37 do CPC, que autoriza a juntada

tardia de procuração, a fim de evitar prescrição ou decadência do direito do autor ou, ainda, para praticar

um ato reputado urgente.

A disposição deste artigo é aplicada, subsidiariamente, na esfera laboral. Contudo, o seu emprego

restringe-se à 1ª instância da Justiça do Trabalho, uma vez que a súmula 383, I do TST não admite a

juntada de procuração na fase recursal, pois o Tribunal Superior do Trabalho não considera a interposição

de recurso um ato urgente.

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Súmula 383, TST.I - É inadmissível, em instância recursal, o

oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 37 do

CPC, ainda que mediante protesto por posterior juntada, já que

a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente.

II - Inadmissível na fase recursal a regularização da

representação processual, na forma do art. 13 do CPC, cuja

aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau.

Art. 37, CPC. Sem instrumento de mandato, o advogado não

será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da

parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição,

bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados

urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará,

independentemente de caução, a exibir o instrumento de

mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15

(quinze), por despacho do juiz.

Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão

havidos por inexistentes, respondendo o advogado por

despesas e perdas e danos.

Art. 13, CPC. Verificando a incapacidade processual ou a

irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo

o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.

Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a

providência couber:

I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;

II - ao réu, reputar-se-á revel;

III - ao terceiro, será excluído do processo.

Vale ressaltar que a Lei 12.473 de 2011 inseriu o § 3o ao art. 791 da CLT, com a seguinte

redação:

Art. 791, § 3°, CLT. A constituição de procurador com poderes

para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples

registro em ata de audiência, a requerimento verbal do

advogado interessado, com anuência da parte representada.

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Em maio de 2011 o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho aprovou a súmula 427 do TST.

Observe-se:

Súmula 427, TST. INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE

ADVOGADOS. PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO

DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO.

NULIDADE (editada em decorrência do julgamento do processo

TST-IUJERR 5400-31.2004.5.09.0017) - Res. 174/2011, DEJT

divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações

sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado

advogado, a comunicação em nome de outro profissional

constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência

de prejuízo.

A súmula 395 do TST que trata do instrumento de mandato.

Súmula 395, TST. I - Válido é o instrumento de mandato com

prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a

prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.

II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo

para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se

anexado ao processo dentro do aludido prazo.

III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda

que não haja, no mandato, poderes expressos para

substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002).

IV - Configura-se a irregularidade de representação se o

substabelecimento é anterior à outorga passada ao

substabelecente.

A OJ 52, SDI – 1 do TST afirma que os entes federativos (União, Estados, Municípios e Distrito

Federal, sua autarquias e fundações públicas), quando representados em juízo por seus procuradores,

são dispensados de apresentar procuração nos autos. “Em geral, os procuradores que representam as

pessoas jurídicas de direito público junto aos órgãos do Poder Judiciário são funcionários nomeados

especialmente para desempenhar tal função. O mandato, portanto, decorre de um ato do ente público

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(União, Estados, etc.), devidamente publicado na imprensa oficial. É evidente que a exigência de

procuração torna-se despicienda.” 3

OJ 52, SDI – 1, TST. A União, Estados, Municípios e Distrito

Federal, sua autarquias e fundações públicas, quando

representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus

procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de

mandato.

e) RECURSO SEM ASSINATURA

O recurso sem assinatura é considerado inexistente. Entretanto, se assinado em apenas na folha de rosto

ou na de razões será considerado válido (OJ 120, SDI-1, TST).

OJ 120, SDI-1, TST. RECURSO. ASSINATURA DA PETIÇÃO

OU DAS RAZÕES RECURSAIS. VALIDADE. (nova redação, DJ

20.04.2005)

O recurso sem assinatura será tido por inexistente. Será

considerado válido o apelo assinado, ao menos, na petição de

apresentação ou nas razões recursais.

3 PINTO. Raymundo Antonio Carneiro. Orientações Jurisprudenciais do TST: comentadas. São Paulo: Ltr, 2009. p. 71.