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Ponto 1 Veracidade como premissa: A sinceridade em relação ao que é apresentado em nossas afirmações. No jornalismo, a veracidade representa a condição inicial que sustenta a pretensão jornalística de narrar fatos. Isto é, que há disposição e sinceridade dos profissionais em relação ao compromisso de relatos fatos reais. Além disso, emprega recursos para afastar o engano e o erro.

Aula 3 22 05 14 Quatorze pontos sobre Verdade, fato e jornalismo.pdf

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  • Ponto 1Veracidade como premissa:

    A sinceridade em relao ao que apresentado em nossas afirmaes.

    No jornalismo, a veracidade representa a condio inicial que sustenta a pretenso jornalstica de narrar fatos.

    Isto , que h disposio e sinceridade dos profissionais em relao ao compromisso de relatos fatos reais.

    Alm disso, emprega recursos para afastar o engano e o erro.

  • Ponto 2Verdade:

    caractersticas de alguns discursos que se reportam realidade. Adequao entre as coisas e o nosso

    entendimento sobre elas.

    Atender a condio de verdade uma exigncia para que o jornalismo possa informar s pessoas que no presenciaram os fatos o que aconteceu.

    As pessoas esperam notcias verdadeiras, por isso evitam-se os erros, a manipulao, a displicncia, que podem comprometer a produo de relatos verdadeiros.

  • Ponto 3

    Realismo ingnuo:H vrias formas de se compreender a vinculao entre

    notcia e verdade.

    A alternativa mais arraigada e disseminada parece ser a do realismo ingnuo.

    A ideia que sustenta essa teoria a de que o conhecimento seria especular, no sentido de que a notcia deveria ser ou seria o espelho dos fatos.

  • Ponto 3

    Realismo ingnuo:

    O conhecimento seria especular, no sentido de que a notcia deveria ser ou seria o espelho dos fatos.

    Os fatos seria estveis, absolutos e disponveis a qualquer conscincia.

    Esse discurso revela uma ingenuidade, a ideia de que o fato um dado definitivo, independente da subjetividade que o conhece, e prvio em relao ao ato de conhecer.

  • Ponto 4

    O interesse:O envolvimento entre quem conhece e o conhecido,

    seu objeto.

    A relao cognitiva dos homens entre si e com a realidade acontece sempre de tal forma que os plos da relao se encontram sempre previamente envolvidos.

    Conhecer familiarizar, controlar, assimilar. impossvel conhecer o absolutamente estranho (a coisa em si).

  • Ponto 4O interesse:

    O interesse como um vcio epistemolgico, isto , algo que impede ou limita o conhecimento. Para se conhecer, seria preciso elimin-lo ou super-lo.

    Haveria sempre algo por trs de afirmaes de fato sobre a realidade, como a vontade de dominao (conceito banal de interesse).

    Em uma concepo no banal de interesse, interesse a recproca pertena entre homem e mundo, entre conscincia e fatos.

  • Ponto 4

    O interesse:

    Trata-se de um pertencimento recproco que no permite a sobrevivncia de descarte algum entre este homem e as coisas que ele aborda ou os fatos que ele pretende conhecer.

  • Ponto 5O fato como problema:

    Consequncias para a definio do fato a partir da noo de interesse.

    Se a condio para o conhecimento objetivo, verdadeiro, o distanciamento entre quem conhece e o objeto conhecido, o fato (estvel, absoluto), a afirmao do interesse (a noo de co-pertencimento entre o fato e quem o conhece) parece justamente impossibilitar a possibilidade da verdade.

    Todo conhecimento tem embutido uma srie de elementos no tematizados, isto , que nos atravessam e agem em ns para a sua produo (desejos, imaginrio, linguagem, etc).

  • Ponto 5

    O fato como problema:

    Toda fala dotada de sentido, todo enunciado a respeito do mundo, toda interpretao da realidade possvel apenas enquanto o mundo, a realidade mesma, disponvel e interpretada na lngua histrica dos homens.

    A linguagem se apresenta como o elemento prvio e insupervel de toda interpretao do mundo e da realidade.

    condio de possibilidade de todo pensar e conhecer.

  • Ponto 5

    O fato como problema:

    Faz crticas teorias do jornalismo que no tm sido muito feliz no desdobramento consistente dessas

    premissas.

  • Ponto 6

    Ponderao:Crtica as noes de verdade e de fato no exclui a

    possibilidade de verdade e de fato objetivo

    Se captulo anterior o autor crtica o conceito de fato absoluto e estvel, neste ele busca retomar uma linha de raciocnio na qual os fatos, apesar de seu copertencimento ao sujeito cognoscente, pode reger os parmetros de sua prpria interpretao.

    Ele problematizou a noo de fato e de verdade do realismo ingnuo, mas no se perfila postura relativista que dissolve o conceito de verdade.

  • Ponto 7

    O conceito de fato:As notcias so textos que falam de fatos.

    Um fato um complexo que inclui eventos envolvendo coisas, pessoas e textos.

    As suas marcas so a atividade, a relao e a temporalidade;

  • Ponto 7

    O conceito de fato:

    Atividade: o fato resultado de uma ao, aquilo que deixa para trs como resultado de sua obra. Por isso essa noo de particpio passado que o define: fato algo acabado, o que se consuma, numa ao em movimento.

    Relao: s pode ser pensado espacialmente como uma dimenso fechada onde coisas, pessoas e textos se conectam. Um recorto voluntrio no contnuo de interaes da realidade.

  • Ponto 7O conceito de fato:

    Temporalidade: consequncia e causa. O fato tem precedentes que conduzem ao fato que ele .

    Texto e fato. Texto, uma tessitura discursiva configurada nas tramas da linguagem. Fato, uma tessitura de interrelaes entre entidades interagentes (objetos, pessoas e textos).

    O texto pode ser um fato ou parte de um fato, quando alm de uma figurao expressiva a produo de sentidos desenvolve uma configurao pragmtica (uma funo prtica na interrelao com objetos e pessoas);

  • Ponto 7

    O conceito de fato:

    A notcia um texto. Mas, pode tornar-se fato como o fato de que trata.

  • Ponto 8Fato e conhecimento: A notcia se refere a fatos e deve poder ser julgada a partir de sua capacidade de dar a

    conhecer o fato.

    Frmula simples que exprime a convico comum de que a verdade pode residir no discurso e que a verdade se situa numa forma de adequao entre a notcia e o fato que se noticia.

    Verdade da notcias deve-se entender duas coisas:- compreenso verdadeira daquilo a notcia, do seu

    texto, de sua manifestao expressiva;- compreenso da verdade que noticiada sobre os

    fatos;

    Depois, o autor retoma a crtica a esta compreenso.

  • Ponto 9

    Contraponto: os limites do perspectivismo.

    No essencial, o perspectivismo nos conduz ao relativismo. Aceitas suas premissas, no h como negar a perda de toda dimenso crtica.

    No h a possibilidade de identificar a verdade como verdade nem a mentira como mentira.

  • Ponto 10

    Para um conceito perspectivista de verdade: verdade e falsidade como exigncia pragmtica da interao

    comunicativa.

    Em princpio, as pessoas devem ser capazes de dizer a verdade sobre as coisas e os seus discursos devem poder ser aceitos como tal.

    No h a possibilidade de identificar a verdade como verdade nem a mentira como mentira.

  • Ponto 11A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.

    bem verdade que o perspectivismo nos ensinou que o nosso conhecimento intervm sobre as coisas de algum modo alterando-a, mas alterar aqui significa organizar, faz-las existir como polo de uma relao cujo outro correlato somos ns.

    bem verdade que a interveno humana (nunca do indivduo singular, porm) sobre o continuum da percepo, segmentando, classificando e pertinentizando no uma interveno de pouca monta, pois as coisas passam a ser constituir para uma comunidade de sentido apenas depois dessa interveno.

  • Ponto 11A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.

    Mesmo sem considerar um fato estvel, absoluto, deve-se admitir que o mundo mediado pela comunidade de sentido possui uma inrcia toda sua.

    O que quer dizer que ele conserva uma espcie de autonomia, de independncia do nosso conhecimento.

    H assim um sentido naturalizado das coisas e fatos, mas no deve ser entendido como o faz o realismo ingnuo fatos existindo indiferentes experincia humana mas no sentido de que a experincia humana configuradora do conhecimento e do fato no significa que em cada ato perceptivo o indivduo se pe como construtor da realidade.

  • Ponto 11

    A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.

    Os atos perceptivos singulares refazem percursos j institudos por uma comunidade de sentido, experimentando as suas classificaes, pertinentizaes, etc..

    possvel fazer com que um fato diga muitas coisas, a depender das relaes estabelecidas na comunidade de sentido; mas impossvel faz-lo dizer o que efetivamente no diz.

  • Ponto 12A interpretao do fato: explorar possibilidades e limites

    no mbito da comunidade de sentidos.

    O fato interpretado segundo uma estratgia complicada de interaes que necessariamente h de envolver tambm as testemunhas-intrpretes e a sua competncia sobre o conhecimento do patrimnio pblico de sentidos no mbito da comunidade de sentido.

    Interpretar significa reagir diante do fato entendido como mundo; a interpretao no produzida pela estrutura da mente humana, mas pela realidade construda pelo processo de significao (semiose).

  • Ponto 13Um retorno ideia de verdade: adequao realidade em

    sua naturalidade instituda.

    O que seria a notcia verdadeira?

    Aquela sobre a qual deve ser possvel um acordo universal realizado por uma comunidade ilimitada de comunicao.

    Entretanto, h a questo dos procedimentos voluntrios para que se possa corrigir, melhorar ou contestar os enunciados que reivindicam a verdade sobre os fatos: a crtica.

  • Ponto 13

    Um retorno ideia de verdade: adequao realidade em sua naturalidade instituda.

    preciso ultrapassar o processo de apreenso espontnea do fato na direo de uma interpretao reflexiva, capaz de descrever e de explicar por quais razes formais um fato determinado produz determinada resposta. Ou, por que o fato o que se diz que .

  • Ponto 14Um leque de possibilidades tericas para se pensar o

    jornalismo

    O panorama apresentado pelo autor oferece as bases para se pensar duas grandes vertentes tericas sobre o jornalismo:

    O paradigma da mediao, em que o conceito de verdade central para o modelo;

    O paradigma construcionista, em que a crtica a ideia de verdade e objetividade reformula a concepo sobre o jornalismo. Instaura uma ruptura com padres clssicos do jornalismo.

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