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Aula 3 - Sujeitos Processuais - Continuação

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Roteiro de aulaAula 3Direito Processual Penal II5º semestreProfa. Sílvia ([email protected])

OBS: Proibido divulgação e reprodução. Exclusivo para alunos os do 5º semestre que cursam a disciplina de Processo Penal II.

SUJEITOS PROCESSUAIS (continuação)

OFENDIDO:É o sujeito passivo da infração penal.Além de importante fonte de prova tem aptidão para a prática de vários atos processuais.Como fonte de prova pode ser submetido a exame de corpo delito, acareação, bem como ser ouvido durante a fase de IP ou processo.O CPP confere ao ofendido a atribuição para a prática de diversos atos processuais, tais como:requerimento para instauração de IP, requerimento de diligências, faculdade de oferecer queixa crime, queixa subsidiária, habilitar-se como assistente, etc...Obs: art. 201, §2 do CPP.

QUERELANTE:É o sujeito ativo da ação penal privada, cabendo tal papel ao ofendido ou ao seu representante legal, e no caso de morte ou ausência judicialmente declarada do ofendido ao CADI. (art. 30 e 31 do CPP)

ACUSADO: (art.259 a 267 do CPP) É a pessoa que figura no pólo passivo da relação processual penal, a quem é imputada a prática da infração penal e em face de quem se busca que seja realizada a pretensão punitiva do Estado. Excluem-se desta condição os menores de 18 anos, os que gozem de imunidades diplomáticas e imunidades parlamentares. Pessoa Jurídica: STJ – pode ser réu no processo penal – dupla imputação Portador de doença mental à época do fato: pode -Qualificação do acusado: art. 41 CPP – requisito da denúncia. Sua falta gera inépcia da den ou até mesmo a nulidade art. 564, IV CPP. OBS:Art. 259 CPP -Art. 260 CPP: condução coercitiva do acusado:Em que pese o teor desse dispositivo, prevalece o entendimento de que na medida em que é assegurado ao acusado renunciar ao direito de autodefesa bem como tem o privilégio de não produzir provas contra si mesmo, não seria possível a condução coercitiva do acusado conforme determina o art. 260 CPP. Todavia, no ato de reconhecimento pessoal subsiste a possibilidade da condução coercitiva eis que não demanda nenhum comportamento ativo do acusado. Nesse sentido, STJ, 6 T, Resp 346.677/RJ, julg em 10.09.02.

DIREITOS DO ACUSADO:-Direito ao silêncio e não auto-incriminação: art. 186 CPP -Outras garantias: Art. 5, XLIX, LIII, LIV, LV, LVII, LVIII., LX, LXI, LXIII, LXVI, LVI, LXXVIII, LXXV, art. 93, X, todos da CF/88 e 185,§2 e 186 §un, 192,193, 261 § un, do CPP.

Pode receber variadas denominações dependendo do momento processual e do critério posto em exame:-Agente: (geral)-Investigado (no inquérito policial, quando ainda não houve indiciamento)-Indiciado (no inquérito policial, com o indiciamento feito pelo delegado de polícia)-Acusado (com o oferecimento da denúncia)-Réu (após o recebimento da denúncia)

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-Sentenciado (com a prolação da sentença)-Condenado (após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória)-Reeducando (durante a execução da pena)-Egresso (após o cumprimento da pena)-Criminoso e delinqüente (objeto de estudo da criminologia)

DEFENSOR:O ART. 5 LV da CF abrange o direito à autodefesa e de defesa técnica.Para a promoção da defesa técnica necessário a presença do profissional habilitado, inscrito nos quadros da OAB.O advogado, de acordo com o art. 133 da CF é indispensável para a admistração da justiça, e nenhum acusado ainda que ausente ou foragido será processado sem defensor( 261 do CPP).

Defensor – Espécies:

O defensor pode ser de várias espécies: defensor constituído pelo réu, defensor público, defensor dativo, defensor ad hoc.

a.Defensor constituído pelo réu –Advogado constituído pelo acusado.Se dá, em regra, por procuração. Sum 115 STJ .Mas pode ocorrer a constituição por ocasião do interrogatório, no próprio termo de audiência (apud acta, ou seja, nos autos), de acordo com o art. 266 do CPP.Procuração com poderes especiais para certos atos: art. 44, 59, 98, 146 do CPP

b.Defensor dativo:é aquele nomeado pelo juiz ao acusado que nao tem advogado, ou para o acusado pobre (nos locais onde ainda não há defensoria pública instalada) ou ainda para o acusado que deixou de nomear um.Art. 263 CPP: Se o réu não constitui advogado, o juiz nomeia, sob pena de nulidade absoluta art. 564, III, c do CPP.

c.Defensor público:Art. 134 c.c 5, LXXIV da CF.São os integrantes da Defensoria pública da União, do DF e dos Estados, que prestam assistência jurídica integral aos necessitados.OBS: LC 80/94:Organiza a defensoria pública da União e do DF.

d.Defensor ad hoc (ou substituto):265, § 2 CPP.É aquele nomeado pelo juiz apenas para um determinado ato processual, quando o defensor a ele não comparecer sem motivo justificado, embora tenha sido notificado para o ato.

- Defesa técnica, plena e efetiva:Não basta a mera presença física do advogado, a defesa tem que ser plena e efetiva.Por isso o art. 261, § un do CPP dispõe que quando a defesa técnica for realizada por defensor público ou dativo, deverá sempre ser fundamentada.O art. 497, V do CPP dispõe ainda que o juiz presidente do Tribunal do Júri deverá nomear defensor ao réu quando considerá-lo indefeso, podendo neste caso dissolver o conselho de sentença e designar outro dia para interrogatório.Súm 523 STF.

Escolha do defensor pelo réu: uma vez verificada a ausência de defesa técnica o juiz concederá prazo para que o réu nomeie outro defensor, sob pena de que na inércia do réu o juiz nomeará um dativo.Não impedindo que o réu nomeie um advogado de sua preferência posteriormente (art. 263).

-Curador ao réu maior de 18 e menor de 21 anos (art. 262 CPP): regra prejudicada tendo em vista o advento do CC/02 que equiparou a maioridade civil à penal.

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-Recusa do patrocínio ao defensor dativo:só por motivo relevante art. 264. ARt. 34, XII do EOAB

-Abandono do processo pelo defensor:Art. 265 CPP c.c art. 5, §3 da Lei 8906/94: o advogado que renunciar ao mandado continuará durante os 10 dias seguintes à notificação da renúncia a representar o mandante.

-Não comparecimento do defensor ao ato para o qual tenha sido regularmente intimado:Art. 265,§§1 e 2 e art. 456 CPP: o ato poderá ser adiado ou então poderá ser nomeado defensor para o ato (defensor ad hoc).

-Impedimento do defensor:Art. 252 c.c art. 267 do CPP: Não funcionarão como defensores os parentes do juiz (cônjuge ou parente consaguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive).

ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO - ART 268 a 273 CPP

Na ação penal pública, a vítima, querendo atuará como assistente de acusação. Sendo incapaz, seu representante legal poderá atuar, ou sendo ela morta ou ausente, seus parentes enumerados no art. 31 do CPP(CADI). Art. 270 CPP: corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do MP.

Fundamentos da assistência: Maioria da jurisprudência: O assistente de acusação não tem como único interesse , a busca de indenização, . Visa também à justiça, portanto, pode sim recorrer para aumentar a pena do réu (STJ HC 99859 de 19.10.09)

-Habilitação ou admissão do assistente: Requerimento ao juiz que analisará as seguintes condições: se há Legitimidade e assistência por advogado. Necessário oitiva do MP. (art. 272 CPP)Presentes os requisitos não pode o magistrado indeferir a habilitação. Art. 273CPP – irrecorribilidade da decisão que admite ou não a assistência. Todavia a jurisprudência é no sentido de cabe MS.

-Momento de admissão do assitente - art. 269 CPP:A admissão do assistente é cabível em qualquer momento, enquanto não passar em julgado a sentença final. Descabível, portanto, na fase de execução.O assistente recebe o processo no estado em que se encontra. OBS: Art. 430 CPP: No procedimento do Tribunal do Júri o assistente de acusação só será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.

-Faculdades inerentes ao assistente de acusação:- art. 271 CPP – rol taxativo(STJ):Poderá propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar os articulados,participar do debate oral, arrazoar os recursos interpostos pelo MP ou por ele próprio nas hipóteses do art. 584, §1 e 598, ou seja, poderá interpor a apelação supletiva (598) e ainda apelar da impronúncia (584 §1 c.c art. 416) e recorrer em sentido estrito da extinção da punibilidade (584 §1 c.c art. 581, VIII, CPP). Nessas hipóteses recursais poderá ainda o assistente interpor RE, nos termos da súmula 210 do STF, devendo-se estender o mesmo entendimento ao Resp.-Outras faculdades:Pode o assistente requerer o desaforamento: art. 427 CPPPode o assistente de acusação requerer a decretação de prisão preventiva ou de outras medidas cautelares diversas da prisão: 311 e 282 §4 do CPP

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OBS: Súmulas 208, 210 e 448 STF

FUNCIONÁRIOS DO PODER JUDICIÁRIO - ART. 274 CPPSão servidores públicos pagos pelo Estado a serviço do Poder Judiciário.Estende-se aos funcionários da justiça as prescrições sobre suspeição aplicáveis aos juízes, no que for cabível.

AUXILIARES DO JUÍZO: PERITOS E INTÉRPRETES (ART. 275 A 281 CPP)

Colaboram com o juiz no esclarecimento de circunstâncias que dependam de conhecimento especializado.São, portanto, auxiliares do juízo os peritos (expert) e intérpretes (conhecedores de língua estrangeira), os quais podem ser oficiais ou nomeados (ad hoc) pelo juiz.Os oficiais são os aprovados em concurso público, os nomeados ou ad hoc ocorre no caso de em algumas localidades não haver quadro de peritos e intérpretes, cabendo ao juiz a nomeação sem intervenção das partes (276 CPP), sendo o nomeado obrigado a aceitar o encargo.OBS: Art. 159 e § 1 CPPSão peritos criminais: art. 5 da Lei 12030/09: peritos criminais, peritos médico legistas, odontolegistas.

Não podem ser peritos: art. 279 CPPNão comparecimento do perito sem justa causa: juiz pode determinar sua condução (art. 278)Obrigações do perito: Art. 277 e § único CPP –O perito deverá, sob pena de multa, aceitar o encargo,salvo escusa atendível; acudir ao chamado da autoridade; comparecer em dia e local designado para exame; realizar a perícia e entregar o laudo nos prazos estabelecidos.

De acordo com o art. 280 do CPP é extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto acerca da suspeição dos juízes (art. 254 CPP).

OBS: Os intérpretes são equiparados aos peritos para todos os efeitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:As causas de suspeição dos juízes (254 CPP) aplicam-se ao MP(258 CPP), peritos, intérpretes (280 e 281 CPP) e serventuários da justiça (274 CPP).As causas de impedimento dos juízes (252 CPP) aplicam-se ao MP (258 CPP).