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QUESTÕES DISCURSIVAS – TEMAS FUNDAMENTAIS PARA A SEGUNDA FASE DA MAGISTRATURA TRABALHISTA Aula 4. Aviso prévio proporcional. 45 minutos. 1. A regulamentação do Art. 7º, Inciso XXI, da Constituição da República O aviso prévio é instituto originário das Corporações de Ofício e, no âmbito legal, constou do vetusto Código Comercial de 1850 (art. 81), do Código Civil de 1916 (art. 1.221) e de legislação trabalhista extravagante (Lei nº 62, de 1935), que previa o dever unilateral de o empregado pré-avisar ao empregador, encontrando regência atual na CLT, Arts. 487 a 491. 1 Com o advento da Constituição da República de 05 de outubro de 1988, inseriu-se no rol de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, assegurando-se o mínimo de 30 dias, “nos termos da lei” (Art. 7°, Inciso XXI), no que o Inciso I, do Art. 487, da CLT, não foi recepcionado pela nova ordem constitucional ao prever tempo de aviso de apenas oito dias. Embora apresentado pouco tempo depois da promulgação da nova Carta Política, o projeto de lei do Senado nº 3941/89, somente foi aprovado no âmbito da Câmara dos Deputados recentemente, redundando na sanção da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, com o fito de regulamentar o disposto no Art. 7º, Inciso XXI, da CF/88. A citada norma dispõe em seu art. 1°: “Art. 1 o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das 1 . Alice Monteiro de Barros. Curso de Direito do Trabalho, São Paulo : LTr, 2011, 7. ed., p. 754.

AULA 4. Aviso Prévio Proporcional ()

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QUESTES DISCURSIVAS TEMAS FUNDAMENTAIS PARA A SEGUNDA FASE DA MAGISTRATURA TRABALHISTA

Aula 4. Aviso prvio proporcional. 45 minutos.

1. A regulamentao do Art. 7, Inciso XXI, da Constituio da Repblica

O aviso prvio instituto originrio das Corporaes de Ofcio e, no mbito legal, constou do vetusto Cdigo Comercial de 1850 (art. 81), do Cdigo Civil de 1916 (art. 1.221) e de legislao trabalhista extravagante (Lei n 62, de 1935), que previa o dever unilateral de o empregado pr-avisar ao empregador, encontrando regncia atual na CLT, Arts. 487 a 491.

Com o advento da Constituio da Repblica de 05 de outubro de 1988, inseriu-se no rol de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o aviso prvio proporcional ao tempo de servio, assegurando-se o mnimo de 30 dias, nos termos da lei (Art. 7, Inciso XXI), no que o Inciso I, do Art. 487, da CLT, no foi recepcionado pela nova ordem constitucional ao prever tempo de aviso de apenas oito dias.

Embora apresentado pouco tempo depois da promulgao da nova Carta Poltica, o projeto de lei do Senado n 3941/89, somente foi aprovado no mbito da Cmara dos Deputados recentemente, redundando na sano da Lei n 12.506, de 11 de outubro de 2011, com o fito de regulamentar o disposto no Art. 7, Inciso XXI, da CF/88.

A citada norma dispe em seu art. 1:

Art. 1o O aviso prvio, de que trata o Captulo VI do Ttulo IV da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, ser concedido na proporo de 30 (trinta) dias aos empregados que contem at 1 (um) ano de servio na mesma empresa.

Pargrafo nico. Ao aviso prvio previsto neste artigo sero acrescidos 3 (trs) dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de at 90 (noventa) dias.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

A lei em destaque foi publicada no Dirio Oficial da Unio de 13 de outubro de 2011.

(...)

Proliferam-se as divergncias interpretativas, lanando-se dvidas desde a intertemporalidade da norma (a quais contratos se aplica?) at a quem se dirige (se apenas em benefcio do empregado ou tambm do empregador), inquietaes estas, dentre outras, quanto s quais este breve estudo se ocupar.

2. Direito Intertemporal

Dispe a CF, Art. 7, Inciso XXI:

Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei.

O dispositivo constitucional supra reflete, segundo lio clssica, norma de eficcia limitada (ou reduzida), pois o constituinte originrio estabeleceu o mnimo de trinta dias de aviso prvio com aplicabilidade imediata e remeteu aos termos da lei a regulamentao da proporcionalidade do instituto em relao ao tempo de servio, no que no autoaplicvel

A propsito, confira-se a redao da Orientao Jurisprudencial n 84, da SDI-1, do TST:

84. Aviso prvio. Proporcional. A proporcionalidade do aviso prvio, com base no tempo de servio, depende de legislao regulamentadora, posto que o art. 7, inc. XXI, da CF/88 no autoaplicvel.

Nessa seara e vista da manifesta omisso legislativa que imperava sobre o tema, o Excelso STF foi chamado a manifestar-se, em sede recursal e de mandado de injuno, sobre a pretenso de ex-empregados cujos contratos vigoraram por muitos anos, concluindo-se pela ocorrncia de mora legislativa, tendo a Corte sinalizado, recentemente, que avanaria no regramento da proporcionalidade do aviso prvio ante a inrcia legiferante. Somente nesta quadra circunstancial a Cmara dos Deputados acelerou a apreciao e a aprovao da matria que redundou na lei sob comento.

No vislumbro, assim, possibilidade de retroao da lei a contratos j extintos sob a gide do aviso prvio mnimo de trinta dias, cujas rescises j esto sob o plio do ato jurdico perfeito (CF, Art. 5, Inciso XXXVI) e, por corolrio lgico, no seria razovel impor aos empregadores conduta diversa daquela expressamente prevista na nica norma at ento vigente e dotada de eficcia e efeitos prticos, qual seja, a CLT, Art. 487. Vale dizer: a lei vigente ao tempo em que se efetuaram as rescises contratuais dos pactos extintos precedentemente publicao da nova norma legal previa aviso de apenas 30 dias.

A regra geral de que os contratos submetem-se, quanto ao seu estatuto de regncia, ao ordenamento normativo vigente poca de sua celebrao, merece temperamento na seara laboral por tratar-se de pactuao continuada, com sujeio tpica a alteraes negociais e legislativas que veiculem, principalmente, parcelas irrenunciveis, como o caso do aviso prvio.

Observe-se que no se trata, o aviso prvio, de direito diferido no tempo, mas, ao contrrio, cuida-se de verba cuja gnese coincide com o anncio da ruptura contratual, seja ele trabalhado ou indenizado, de modo que tambm no h elementos interpretativos subsistentes para se sustentar a aplicabilidade da nova regra apenas aos contratos iniciados a partir da sua vigncia.

Os contratos de trabalho, por serem de trato sucessivo e norteados por diversas regras de ordem pblica que veiculam parcelas irrenunciveis pelos trabalhadores, sujeitam-se s mutaes legislativas, estando salvaguardados to-somente de efeitos retroativos sobre direitos quitados segundo a lei vigente. Na hiptese do aviso prvio, este ser modulado pela lei vigente ao tempo da sua concesso, de modo que todo o perodo laboral repercutir na respectiva aferio do tempo devido e no apenas o lapso verificado entre a vigncia da lei e o aviso de dispensa. Em outras palavras, a norma federal sob anlise, por ter aplicao imediata, alcana os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mnima).

A propsito, dispe a CLT, Art. 912, que os dispositivos de carter imperativo tero aplicao imediata s relaes iniciadas, mas no consumadas, antes da vigncia desta Consolidao, regra de transio esta que, por corolrio lgico, tambm deve ser observada quanto s modificaes e acrscimos realizados realizados no texto consolidado.

Nessa linha de raciocnio, os contratos extintos, mesmo quanto aos quais a pretenso ainda no esteja fulminada pela prescrio bienal prevista na CF, Art. 7, Inc. XXIX, no so alcanados pela lei do aviso prvio proporcional, de sorte que esta alcana apenas as novas relaes de emprego e os vnculos empregatcios em curso quando da sua entrada em vigor em 13 de outubro de 2011.

O TST acabou sumulando a matria:

Smula 441 do TST: AVISO PRVIO. PROPORCIONALIDADE. O direito ao aviso prvio proporcional ao tempo de servio somente assegurado nas rescises de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicao da Lei n 12.506, em 13 de outubro de 2011.

E por contratos vigentes quando da publicao da Lei n 12.506/11 entendam-se, tambm, aqueles cujo aviso prvio ainda estava em curso naquela ocasio, eis que o tempo deste, como decorre da exegese da CLT, Arts. 487, 1, parte final, e 489, deve ser includo na durao do contrato de labor para obteno das vantagens legais, inclusive para definir o direito aplicvel, mesmo na hiptese de indenizao. Note-se, neste caso, que raciocnio contrrio permitiria, por exemplo, que os empregadores que antevissem a sano da lei sob exame pudessem dispensar seus empregados com muitos anos de servio apenas para furtarem-se do aviso prvio majorado e dos seus reflexos de direito.

A jurisprudncia, alis, se encarrega de dar efeitos semelhantes em hipteses fundadas tambm na incluso do tempo do aviso prvio no contrato de trabalho, como o caso da Smula 371, in fine, do TST, segundo a qual a concesso de auxlio-doena durante o pr-aviso posterga os efeitos da dispensa para depois da expirao do benefcio previdencirio, e a OJ n 83 da SDI-1, do Colendo TST, que aponta como termo inicial da contagem do prazo prescricional o trmino do aviso prvio, inclusive na projeo daquele pago de forma indenizada.

Pelos mesmos fundamentos, alis, pontua-se que a nova durao do aviso prvio continuar integrando o tempo de servio do empregado dispensado, na exata proporo que lhe seja devida.

importante esclarecer que os casos judicializados perante o STF podero at receber deciso favorvel mesmo estando pautados em contratos rescindidos antes da edio da nova lei, mas certamente no o sero de lege lata (da lei criada), mas sim no bojo da controvrsia constitucional j estabelecida ainda sob a circunstncia de o Poder Pblico encontrar-se em reconhecido estado de mora legislativa, de sorte a levar a Suprema Corte a modular os efeitos de eventual deciso favorvel. No seria de se surpreender, porm, quanto a mandados de injuno em curso, que o Supremo Tribunal seguisse precedentes no sentido da perda de objeto pelo advento da regra legal reclamada.

Em suma, aplica-se a lei nova aos vnculos de emprego firmados aps a sua entrada em vigor e aos contratos de trabalho em curso quando da sua publicao, a includos os pactos laborais com aviso prvio em andamento ou indenizados, cuja projeo alcance o dia 13 de outubro de 2011.

3. Trabalhadores beneficiados

Como acentuado, o aviso prvio tem assento constitucional e consta do rol de direitos sociais do art. 7, cujo caput reporta-se aos trabalhadores urbanos e rurais, estendendo-lhes, por conseguinte, a nova regra de proporcionalidade do pr-aviso ao tempo de servio junto ao empregador.

J o pargrafo nico do citado dispositivo da Carta Magna inscreve no rol de direitos dos trabalhadores domsticos o inciso XXI, no que atrai o novel normativo legal.

Saliente-se, ainda, quanto aos trabalhadores domsticos, que a recm aprovada Conveno n 189 da Organizao Internacional do Trabalho (OIT) e sua respectiva Recomendao n 201, preconizam a equivalncia de tratamento legal entre esta classe trabalhadora e os demais empregados, estando esta norma internacional na dependncia de ratificao pelo Governo brasileiro.

Na mesma esteira, a Emenda Constitucional n 72/2013.

Sobre o tema:

TESE CONAMAT 2012: Ementa: Incidncia do aviso prvio proporcional a favor dos trabalhadores domsticos. Desnecessidade de manuseio de analogia ou interpretao conforme a Constituio. Aplicao direta e conjunta dos arts. 5, 1, e 7, caput, XXI e pargrafo nico, da CF. Prestgio aos Princpios da Fora Normativa da Constituio e da Mxima Eficcia dos Direitos Fundamentais. O simples fato do art. 1 da Lei n 12.506/2011 reportar-se CLT em nada impede que suas disposies tambm beneficiem aos trabalhadores domsticos, pois o aviso prvio e sua proporcionalidade so direitos fundamentais originariamente concedidos no bojo da prpria CF, sendo certo que a incidncia direta do vigor normativo da Magna Carta o quanto basta para se concluir que, desde 1988, aplica-se esta classe trabalhadora, no que couber, o captulo celetista atinente ao instituto do aviso prvio. Tese aprovada no CONAMAT 2012 (Autores: Cleber Sales e Ney Maranho). Sobre, vide Artigo publicado Conjur: http://jus.com.br/revista/texto/21816/a-proporcionalidade-do-aviso-previo-lei-n-12-506-2011-e-sua-aplicacao-a-favor-dos-trabalhadores-domesticos

HYPERLINK "http://jus.com.br/revista/texto/21816/a-proporcionalidade-do-aviso-previo-lei-n-12-506-2011-e-sua-aplicacao-a-favor-dos-trabalhadores-domesticos". 4. Polo contratante beneficiado pela Lei n 12.506/11

O caput do artigo 7 da Constituio da Repblica estabelece rol de direitos aos trabalhadores sem carter de taxatividade, expressando a possibilidade de que outros advenham, mas desde que visem melhoria de sua condio social.

Referido normativo veicula clusula que probe o retrocesso em matria social, traduzindo, no processo de sua implementao, verdadeira dimenso negativa pertinente aos direitos sociais, impedindo, por conseguinte, que os nveis de concretizao dessas prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser reduzidos ou suprimidos, exceto nas hipteses em que polticas compensatrias venham a ser adotadas pelas instncias governamentais.

Este contexto protetivo vincula ao legislador infraconstitucional seja na criao de novos direitos, seja na modulao dos j arrolados na Constituio, pois no seria lgico exigir-se a qualificadora de melhoria da condio social do trabalhador em relao a novos institutos e no faze-lo com respeito regulamentao daqueles j previstos pelo constituinte originrio.

A fixao do aviso prvio proporcional ao tempo de servio deve ser vista sob esta tica teleolgica, resultando claro que a sua finalidade acrescer melhoria condio social dos empregados, sob pena de vulnerar o mandamento constitucional de origem e tambm a norma de sobre-direito prevista no Art. 5 da LINDB (Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro), segundo o qual, na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum.

Inversamente, se a norma tambm se dirigisse ao tempo de aviso prvio devido pelo empregado ao empregador, seria ntida a prejudicialidade scio-jurdica da medida. A finalidade precpua deste instituto possibilitar ao empregado dispensado que encontre novo emprego e, sob o ponto de vista do empregador, que selecione novo trabalhador para a vaga surgida com eventual pedido de demisso.

o mesmo que dizer: a cada novo ano de trabalho o ordenamento jurdico concede ao trabalhador mais 3 dias de vigncia do seu contrato (ou de respectiva indenizao) para que alcance nova colocao no mercado de trabalho. Essa progresso proporcional ao tempo de servio, mas infelizmente as chances de novo emprego so inversamente proporcionais idade do trabalhador, de modo que, regra geral, o empregado que contar com 21 anos de servio junto ao mesmo empregador contar com 90 dias de aviso prvio (trabalhado ou indenizado) e muito provavelmente com mais de 40 anos de idade, fator etrio que o lana em situao de maior dificuldade de uma nova contratao profissional.

Impor ao empregado que vise a resciso injustificada do vnculo o dever de permanecer em estado de pr-aviso por at 90 dias pode ensejar, na prtica, a impossibilidade de vincular-se a novo empregador, que certamente no aguardar por tanto tempo o desenlace do pacto rescindendo. Sob outro prisma, tambm de ordem prtica, notoriamente desinteressante para o empregador a manuteno de um empregado por longo perodo em seus quadros se este j tiver demonstrado o desinteresse na continuidade da relao empregatcia.

A prpria literalidade normativa estabelece que o aviso prvio, de que trata o Captulo VI do Ttulo IV da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, ser concedido na proporo de 30 (trinta) dias aos empregados e no aos empregadores.

A nova lei, assim como a redao do caput do artigo 487 da CLT, deve, pois, ser interpretada com vistas clusula de no retrocesso prevista no caput do Art. 7 da Constituio Federal, a fim de concluir-se que o aviso prvio, na verso proporcional ora regulamentada, direito do empregado, cumprindo-lhe, na hiptese de dar causa injustificada ruptura do contrato, prestar aviso prvio de apenas 30 dias, independentemente do tempo de servio junto ao empregador.

Sobre o tema:

TESE CONAMAT 2012: Ementa: Proporcionalidade do Aviso Prvio. Tutela Exclusiva dos Interesses dos Trabalhadores. No Incidncia a Favor da Classe Patronal. Preservao da Clusula de No Retrocesso Social (CF, Art. 7, caput). A Lei n 12.506/2011, que trata da proporcionalidade do aviso prvio, representa importante fator de melhoria da condio social dos trabalhadores brasileiros, vista de sua umbilical vinculao ao art. 7 da CF/1988, em especial com seu inciso XXI. Desse modo, a ratio da novel legislao, a par mesmo de sua prpria literalidade (art. 1) e vista da dico do prprio texto constitucional, conduz segura concluso de que se trata de instituto reconhecidamente vocacionado a tutelar exclusivamente os interesses da classe obreira, no se aplicando, pois, a favor da classe patronal". Tese aprovada no CONAMAT 2012 (Autores: Cleber Sales TRT/GO e Ney Maranho - TRT/PA). Sobre, vide artigo publicado Conjur: http://jus.com.br/revista/texto/21817/a-proporcionalidade-do-aviso-previo-lei-n-12-506-2011-e-sua-nao-aplicacao-a-favor-da-classe-patronal

HYPERLINK "http://jus.com.br/revista/texto/21817/a-proporcionalidade-do-aviso-previo-lei-n-12-506-2011-e-sua-nao-aplicacao-a-favor-da-classe-patronal".5. Aferio do prazo proporcional do aviso prvio

Infere-se literalmente da Lei n 12.506/11 que para os contratos com durao de at 1 ano so devidos 30 dias de aviso prvio, aumentando-se outros 3 dias para cada novo ano de vigncia do pacto, at o limite de 90 dias, o que corresponderia, a partir de mero clculo aritmtico, a um vnculo de emprego de 21 anos.

Como a norma vincula o acrscimo de 3 dias ao lapso temporal de 1 ano, indaga-se como proceder nas hipteses de rescises contratuais no coincidentes com nmeros inteiros de anos (2 anos, 3 anos, etc), verificando-se que o pacto vigeu por 1 ou 2 anos e algum(ns) ms(es).

No parece razovel, a princpio, inclusive por se tratar de instituto de caracterstica formal e materialmente proporcional, desprezar peremptoriamente todo e qualquer tipo de frao para fins de apurao do prazo do aviso, sob pena de novamente dar margem a dispensas obstativas do direito a mais 3 dias de aviso.

Embora sustentvel o argumento segundo o qual o legislador adotou o critrio anual para a aferio da proporcionalidade do aviso prvio com vistas estabilidade do contrato, de modo que ao empregado no fosse dado adquirir 1 ou 2 dias a mais de aviso, mas apenas 3 dias e somente aps completado mais um ano (inteiro) de servio, cumpre advertir que todas as normas, em certo sentido, so incompletas, at por serem, por definio, gerais e abstratas, necessitando, por isso mesmo, do trabalho do intrprete para serem aplicadas aos casos da vida social.

A propsito, o ordenamento posto oferece o emprego da analogia para suprir eventuais lacunas no ordenamento legal, invocando-se, na espcie, o disposto no caput do Art. 478 da CLT, o qual dispe que ser considerada para contagem anual tambm frao igual ou superior a seis meses, trilha, alis, seguida no contexto da Smula 291, do TST.

Poder-se-ia, tambm, invocar a regra do 13 salrio, devido razo de 1/12 avos por cada ms trabalhado no ano calendrio, equivalendo a um ms a frao superior a 14 dias, isto , igual ou superior a 15 dias. E, ainda, dado o fato de o ano contar com 12 meses, nmero divisvel por 3, defender-se-ia que seria devido 1 dia a cada quadrimestre laborado pelo empregado, ou seja, se o pacto for extinto antes de completado nmero inteiro de anos, observar-se-ia a quantidade de meses igual ou superior a 4 a fim de conceder mais 1 ou 2 dias de aviso prvio.

No se pode perder de vista, contudo, que a lei vincula a parcela em questo quantidade de anos de servio, de modo que no dado ao intrprete, ao menos sob o ngulo da necessria razoabilidade, criar um critrio novo de proporcionalidade baseado em meras coincidncias numricas, como o caso de se adotar o quadrimestre ou a frao de meses como fator de adio de mais um dia ao aviso prvio em contratos com mais de um ano de durao.

preciso, ento, que se busque para a aferio do tempo de pr-aviso regra consentnea com o lapso anual de contagem, do que so referncias analgicas mais expressivas a CLT, Art. 478, caput, c/c a Smula 291, do Colendo TST, a fim de se considerar apenas o nmero inteiro de anos de servio ou a frao igual ou superior a seis meses, sem se admitir outros arredondamentos.

A Nota Tcnica 184/2012 do Ministrio do Trabalho pontou que at 1 ano, so devidos 30 dias; at dois anos, 33 dias; e assim sucessivamente.

6. Projeo do pr-aviso para definio do nmero proporcional de dias

Outra casustica que poder advir do aviso prvio proporcional a pretensa incluso / projeo dele prprio no contrato de trabalho para finalidade de definir a dimenso temporal do direito, isto , a projeo do pr-aviso para clculo dele prprio.

Nesse particular, contudo, a projeo preconizada na CLT, Art. 487, 1, refere-se integrao do prprio perodo do aviso prvio trabalhado ou mesmo indenizado no contrato de trabalho segundo o lapso temporal identificvel quando da sua concesso, vale dizer, o nmero de dias do aviso prvio ser definido por ocasio do seu anncio pelo empregador (ressalvada a hiptese de direito intertemporal j tratada oportunamente) e no mediante a sua projeo sobre o pacto, sob pena de se fazer gerar duas consequncias sobre o mesmo fato, em manifesto bis in idem.

Registre-se que mesmo quando considerada a projeo do aviso prvio para atrair a aplicao da lei nova, no ter o respectivo tempo o condo de repercutir sobre si prprio, de maneira que o seu quantum ser determinado de acordo com o lapso temporal j transcorrido at a data da sua concesso.

7. Jornada especial no curso do aviso

A teor do disposto na CLT, Art. 488, caput, o horrio normal de trabalho do empregado durante o aviso prvio, se a resciso houver sido promovida pelo empregador, ser reduzido de duas horas dirias, sem prejuzo do salrio integral, facultando-se ao trabalhador optar pela no reduo da jornada a fim de no laborar por sete dias corridos (pargrafo nico).

Na nova hiptese do aviso proporcional tal prerrogativa operria no sofre nenhuma alterao prejudicial.

A Lei n 12.506/11 reporta-se ao regramento do Captulo VI da CLT, que cuida do aviso prvio, atraindo, por conseguinte, o normativo consolidado acima referido, com as adequaes proporcionais que o tema requer.

Assim, o trabalhador continua tendo sua disposio a reduo da durao diria do seu trabalho em 2 horas por todo o perodo do pr-aviso, seja ele de 30, 60, 70, ou mesmo de 90 dias.

Caso o empregado prefira ausentar-se do trabalho por alguns dias, como lhe faculta o pargrafo nico do Art. 478, da CLT, no h dvida de que ter direito a 7 faltas nos contratos de at 1 ano de durao, ou seja, o aviso prvio mnimo (30 dias) assegura ao obreiro a prerrogativa de ausentar-se por 7 dias.

Fixa-se, a partir da, uma regra de trs simples (proporo), de modo que cada novo ano de labor (ou frao igual ou superior a seis meses), multiplicado pelo fator 0,7 (sete dcimos), corresponder ao nmero de dias excedentes de faltas a que far jus o empregado, arredondando-se o resultado para mais ou para menos de acordo com critrio equnime de aproximao. Confira-se algumas hipteses: (...).

(...)

A reduo do horrio ou o no comparecimento ao trabalho tem por escopo permitir ao trabalhador que busque efetivamente nova colocao laboral, de sorte que tal finalidade restaria frustrada caso o empregado no dispusesse dessa faculdade. Note-se, alis, que no dado ao empregador sequer optar por exigir trabalho do empregado sob o pretexto de pagamento de horas extras, tamanha a importncia do tempo livre para buscar novo emprego. Exegese da Smula 230, do Colendo TST.

Quanto ao trabalhador rural, importante observar que a Lei n 5.889/73, por seu Art. 15, estabelece que durante o prazo do aviso prvio, se a resciso tiver sido promovida pelo empregador, o empregado rural ter direito a um dia por semana, sem prejuzo do salrio integral, para procurar outro trabalho, da porque parte da doutrina sustenta a inaplicabilidade da regra do Art. 488 da CLT.

Destaca-se, alis, recente precedente do Colendo TST:

RECURSO DE REVISTA RITO SUMARSSIMO AVISO PRVIO TRABALHADOR RURAL. A exigncia legal do cumprimento de jornada reduzida no perodo do aviso prvio de ordem pblica. Assim, a Lei n 5.889/73, que regula o trabalho rural, prev em seu artigo 15 a aplicao deste instituto ao rurcola. Com efeito, a deciso recorrida no viola o princpio da legalidade, pois o Tribunal Regional aplicou explicitamente o artigo 15 da citada norma ao caso. Recurso no conhecido (Processo: RR 97400-92.2009.5.15.0054. Data de Julgamento: 11/10/2011. Relator Juiz Convocado: Sebastio Geraldo de Oliveira, 8 Turma, Data de Publicao: DEJT 14/10/2011).

No obstante, como o Art. 1 da Lei n 5.889/73 estabelece que as relaes de trabalho rural, naquilo que com ela no colidirem, sero regidas pelas normas da Consolidao das Leis do Trabalho, os reflexos da nova proporcionalidade do aviso prvio devem repercutir tambm em proveito desta classe trabalhadora.

Nessa ordem de raciocnio, a cada nova semana de aviso prvio proporcional (assim considerado o perodo de 7 dias) o trabalhador rural poder faltar mais um dia no curso do pr-aviso.

Registre-se, porm, que a Nota Tcnica 184/2012 do Ministrio do Trabalho pontou que nada se altera quanto ao Art. 488 da CLT.

8. Reflexos pecunirios do aviso prvio proporcional

Como assentado em linhas volvidas, o aviso prvio projeta-se na durao do contrato de trabalho, especialmente para fins pecunirios (Smula 371, primeira parte, do TST), de modo que parcelas como os depsitos para o FGTS + 40%, 13 salrio, e frias + 1/3, so calculadas levando em considerao o perodo efetivamente trabalhado no pr-aviso ou mesmo o respectivo tempo indenizado.

A nova sistemtica proporcional do aviso prvio no altera esta resultante jurdica.

Pelas mesmas razes axiolgicas que surgem do Art. 478, 1, parte final, e da Smula 371, do C. TST, os reflexos do aviso prvio incidiro sobre as parcelas de direito na exata proporo dos dias devidos a tal ttulo, isto , projeta-se a quantidade de dias sobre o contrato de trabalho, alargando o lapso temporal sobre o qual sero apuradas as parcelas a ttulo de FGTS + 40% (Smula 305/TST), 13 salrio, frias + 1/3, reajustes salariais verificados no curso do aviso (CLT, Art. 487, 6) e, inclusive, indenizao adicional do Art. 9 da Lei n 6.708/79 / 7.238/84 (Smula 182/TST), observadas as peculiaridades jurdico-contbeis de cada um destes direitos.

No tocante aos prazos para pagamento das verbas rescisrias, o aviso prvio proporcional no altera o regime vigente, de modo que na hiptese de seu cumprimento o acerto dever ocorrer, inclusive quanto homologao, at o primeiro dia til subsequente, e sendo o pr-aviso indenizado o pagamento dever ser realizado no prazo mximo de dez dias, sob pena de multa, a teor da CLT, Art. 477, 6, Alneas a e b, respectivamente, e 8.

Cumpre notar, por fim, que o aviso prvio cumprido em casa equivale a dispensa direta, atraindo o dever patronal de pagar o acerto rescisrio em 10 dias a contar do anncio da despedida, consoante entendimento sedimentado na OJ n 14 da SDI-1, do Colendo TST.

. Alice Monteiro de Barros. Curso de Direito do Trabalho, So Paulo : LTr, 2011, 7. ed., p. 754.

. A propsito, o esclio de Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, para quem este grupo de normas de eficcia limitada ou reduzida somente produzem os seus efeitos essenciais aps um desenvolvimento normativo posterior, a cargo dos poderes constitudos. A sua vocao de ordenao depende, para ser satisfeita nos seus efeitos bsicos, da interpolao do legislador infraconstitucional. So normas, pois, incompletas, apresentando baixa densidade normativa. Curso de Direito Constitucional, So Paulo : Saraiva, 2011, 6. ed., pp. 80/81.

. Alice Monteiro de Barros. Op. cit., p. 755.

. Dissdio coletivo. Recursos extraordinrios providos, para excluir as clusulas 2 (piso correspondente ao salrio-mnimo acrescido de percentual) e 24 (estabilidade temporria), por contrariarem, respectivamente, o inciso IV (parte final) e I do art. 7 da Constituio, este ltimo juntamente com o art. 10 do ADCT, bem como a clusula 29 (aviso prvio de sessenta dias), por ser considerada invasiva da reserva legal especfica, instituda no art. 7, XXI, da Constituio. (RE 197.911, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 24-9-1996, Primeira Turma, DJ de 7-11-1997).

Mandado de injuno. Art. 7, XXI da Constituio. Aviso prvio proporcional ao tempo de servio. Situao de mora do legislador ordinrio na atividade de regulamentar o aviso prvio, como previsto no art. 7, XXI da Constituio. Falta de perspectiva de qualquer benefcio ao peticionrio, visto que dispensado em perfeita sintonia com o direito positivo da poca circunstncia impeditiva de desdobramentos, no caso concreto, em favor do impetrante. Mandado de injuno parcialmente deferido, com o reconhecimento da mora do Congresso Nacional. (MI 369, Rel. p/ o ac. Min. Francisco Rezek, julgamento em 19-8-1992, Plenrio, DJ de 26-2-1993.)

. "Cdigo de Defesa do Consumidor: contrato firmado entre instituio financeira e seus clientes referente caderneta de poupana: no obstante as normas veiculadas pelo Cdigo de Defesa do Consumidor alcancem as instituies financeiras (cf. ADI 2.591, 7-6-2006, Pleno, Eros Grau), no possvel a sua aplicao retroativa, sob pena de violao do art. 5, XXXVI, da CF. Precedente (RE 205.999, 16-11-1999, Moreira, RTJ 173/263)." (RE 395.384-ED, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 26-4-2007, Primeira Turma, DJ de 22-6-2007.)

. Art. 6 A Lei em vigor ter efeito imediato e geral, respeitados o ato jurdico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 1 Reputa-se ato jurdico perfeito o j consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro).

. Smula 276 do TST.

. "As normas constitucionais federais que, por terem aplicao imediata, alcanam os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mnima), e se expressamente o declararem podem alcanar at fatos consumados no passado (retroatividades mdia e mxima). No assim, porm, as normas constitucionais estaduais que esto sujeitas vedao do art. 5, XXXVI, da Carta Magna Federal, inclusive a concernente retroatividade mnima que ocorre com a aplicao imediata delas." (AI 258.337-AgR, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 6-6-2000, Primeira Turma, DJ de 4-8-2000.)

. No mesmo sentido: Arts. 15 e 16 da IN SRT/MTE n 15, de 14 de julho de 2010.

. Smula 471, primeira parte, do TST e OJs n 82 e 83 da SDI-1, do TST.

. Uma vez editada a lei em relao qual restou apontada omisso, tem-se a perda de objeto do mandado de injuno. (...) O mandado de injuno no o meio prprio a lograr-se o controle concentrado de constitucionalidade de certa norma. (MI 575-AgR, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 29-10-1998, Plenrio, DJ de 26-2-1999.) No mesmo sentido: MI 742-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-3-2008, Plenrio, DJE de 30-5-2008.

. Lapidar, sob todos os aspectos, o magistrio de J. J. GOMES CANOTILHO, cuja lio, a propsito do tema, estimula as seguintes reflexes (Direito Constitucional e Teoria da Constituio, 1998, Almedina, p. 320/321, item n. 3), conforme Informativo Semanal do STF n 582: O princpio da democracia econmica e social aponta para a proibio de retrocesso social. A idia aqui expressa tambm tem sido designada como proibio de contra-revoluo social ou da evoluo reaccionria. Com isto quer dizer-se que os direitos sociais e econmicos (ex.: direito dos trabalhadores, direito assistncia, direito educao), uma vez obtido um determinado grau de realizao, passam a constituir, simultaneamente, uma garantia institucional e um direito subjectivo. A proibio de retrocesso social nada pode fazer contra as recesses e crises econmicas (reversibilidade fctica), mas o principio em anlise limita a reversibilidade dos direitos adquiridos (ex.: segurana social, subsdio de desemprego, prestaes de sade), em clara violao do princpio da proteco da confiana e da segurana dos cidados no mbito econmico, social e cultural, e do ncleo essencial da existncia mnima inerente ao respeito pela dignidade da pessoa humana. O reconhecimento desta proteo de direitos prestacionais de propriedade, subjetivamente adquiridos, constitui um limite jurdico do legislador e, ao mesmo tempo, uma obrigao de prossecuo de uma poltica congruente com os direitos concretos e as expectativas subjectivamente aliceradas. A violao no ncleo essencial efectivado justificar a sano de inconstitucionalidade relativamente aniquiladoras da chamada justia social. Assim, por ex., ser inconstitucional uma lei que extinga o direito a subsdio de desemprego ou pretenda alargar desproporcionadamente o tempo de servio necessrio para a aquisio do direito reforma (...). De qualquer modo, mesmo que se afirme sem reservas a liberdade de conformao do legislador nas leis sociais, as eventuais modificaes destas leis devem observar os princpios do Estado de direito vinculativos da actividade legislativa e o ncleo essencial dos direitos sociais. O princpio da proibio de retrocesso social pode formular-se assim: o ncleo essencial dos direitos j realizado e efectivado atravs de medidas legislativas (lei da segurana social, lei do subsdio de desemprego, lei do servio de sade) deve considerar-se constitucionalmente garantido sendo inconstitucionais quaisquer medidas estaduais que, sem a criao de outros esquemas alternativos ou compensatrios, se traduzam na prtica numa anulao, revogao ou aniquilao pura a simples desse ncleo essencial. A liberdade de conformao do legislador e inerente auto-reversibilidade tm como limite o ncleo essencial j realizado.

. Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco. Op. cit., p. 80.

. Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito. (Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro).

. Art. 478 - A indenizao devida pela resciso de contrato por prazo indeterminado ser de 1 (um) ms de remunerao por ano de servio efetivo, ou por ano e frao igual ou superior a 6 (seis) meses.

. Smula N 291 do TST. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSO. INDENIZAO. (nova redao em decorrncia do julgamento do processo TST-IUJERR 10700-45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. A supresso total ou parcial, pelo empregador, de servio suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito indenizao correspondente ao valor de 1 (um) ms das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de prestao de servio acima da jornada normal. O clculo observar a mdia das horas suplementares nos ltimos 12 (doze) meses anteriores mudana, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supresso.

. TRT 18 REGIO (GO). SMULA N 20 / MULTA DO ART. 477, 8, DA CLT. PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISRIAS DENTRO DO PRAZO LEGAL. ATRASO NA HOMOLOGAO. INCIDNCIA. Na dispensa sem justa causa, o atraso na homologao do acerto rescisrio, por culpa do empregador, atrai a incidncia da multa prevista no 8 do art. 477 da CLT, ainda que o pagamento das verbas rescisrias tenha ocorrido dentro do prazo legal. (RA n 77/2011, DJE - 26.08.2011, 29.08.2011 e 30.08.2011)