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UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Germán Lugones AULA 5 Calor, Trabalho e Primeira lei da termodinâmica

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UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Germán Lugones

AULA 5Calor, Trabalho e Primeira lei da termodinâmica

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Experimento de Joule (1845): Equivalente mecânico do Calor

o  Num calorímetro (recipiente de paredes adiabáticas) cheio de água, é inserido um conjunto de paletas presas a um eixo.

o  As paletas são colocadas em rotação pela queda de um par de pesos através de um sistema de polias.

o  O atrito das paletas aquece a água. A variação de temperatura é determinada por um termômetro.

o  O trabalho mecânico equivalente é medido pela altura de queda dos pesos.

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Experimento de Joule (1845): Equivalente mecânico do Calor

Joule repetiu a experiência inúmeras vezes, introduzindo variantes no método:

1.  mudou a natureza do fluido aquecido e

do material das paletas,

2.  mudou o processo de aquecimento: em lugar das paletas, empregou o efeito Joule, o aquecimento de um fio (resistência) provocado pela passagem de uma corrente elétrica.

Desta maneira, Joule conseguiu determinar a energia mecânica equivalente a uma caloria com um erro menor a 5 % !!! O valor atualmente aceito é 1cal = 4.186 Joule

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Aparelho de Joule para medir o equivalente mecânico do calor (1845). London Science Museum

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Reservatório térmico o  Um sistema de calor especifico c sofre uma

variação de temperatura: ΔT = ΔQ / (m.c) pela transferência de uma quantidade de calor ΔQ.

o  Logo, podemos tornar ΔT arbitrariamente pequeno aumentando suficientemente a massa do sistema.

o  Como caso limite ideal, o sistema permite uma transferência de calor ΔQ sem que sua temperatura se altere apreciavelmente. Um tal sistema chama-se um reservatório térmico.

A atmosfera e o oceano são bons exemplos de reservatórios térmicos; para muitos fins práticos, podemos tratar como um reservatório qualquer recipiente de tamanho adequado contendo um fluido em equilíbrio térmico.

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Processos Termodinâmicos (1)•  Consideremos um gás confinado em um cilindro com um pistão móvel.

•  Suponhamos que as paredes do cilindro e do pistão sejam feitas de material isolante (paredes adiabáticas) que não permite qualquer transferência de energia sob a forma de calor

(a) O calor Q pode ser adicionado ao gás ou dele retirado regulando-se a temperatura T do reservatório térmico ajustável.

(b) O trabalho W pode ser realizado pelo gás levantando-se ou abaixando-se o pistão.

Processo Termodinâmico: é um procedimento através do qual levamos o sistema do seu estado inicial (caracterizado por Pi, Vi, Ti) ao seu estado final (caracterizado por Pf, Vf, Tf).

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Processos Termodinâmicos (2): diagramas P vs. V

Por esse motivo, os processos termodinâmicos podem ser visualizados no diagrama pressão P versus volume V

Em geral, para identificar o estado inicial e o estado final é suficiente especificar apenas um par de variáveis termodinâmicas, por exemplo, (Pi, Vi) e (Pf, Vf). Exemplo: no caso do gás ideal, a utilização da eq. de estado T= (P.V)/ (n.kB) fornece o valor da Temperatura.

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Processos Termodinâmicos (3): Processos Quase-estáticos

A partir de agora consideraremos (na maioria dos casos) processos quase-estáticos, Um processo chama-se quase-estático quando todas as mudanças ocorrem lentamente, de m o d o q u e o s i s t e m a e s t e j a s e m p r e (aproximadamente) em equilíbrio térmico (ou seja, cada parte do sistema está sempre em equilíbrio com outra parte qualquer).

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Trabalho associado a uma variação de volume (1)

O trabalho infinitesimal realizado pelo gás durante o deslocamento é dV é a variação infinitesimal no volume do gás devida ao movimento do pistão.

dW = Fdy = (pA).dy = p(Ady) = pdV,

Removemos algumas poucas esferas de chumbo do pistão, permitindo que o gás empurre o pistão para cima através de um deslocamento dy (com uma força F para cima). C o m o o d e s l o c a m e n t o é infinitesimalmente pequeno, podemos supor que a força F é constante durante o deslocamento. Então, F tem um módulo igual a pA, onde p é a pressão do gás e A é a área da face do pistão .

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Trabalho associado a uma variação de volume (2)

∫ ∫==f

i

V

V

pdVdWW

Quando tivermos removido esferas o suficiente para que o volume varie de Vi para Vf , o trabalho realizado pelo gás será:

A integração é necessária porque a pressão p pode variar durante a variação de volume.

A partir da equação acima, vemos que o trabalho é dado pela área sob a curva num diagrama P-V

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Trabalho associado a uma variação de volume (3)

Na figura acima fica claro que o trabalho realizado por um gás entre um estado inicial ( i ) e um estado final ( f ) DEPENDE do tipo de processo que é utilizado para ir de i até f. Costuma-se dizer que “o trabalho depende da trajetória no plano P-V”.

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Trabalho associado a uma variação de volume (4)

Nestas Figuras temos: i à f : W > 0 f à i : W < 0

Definição: W > 0 quando o trabalho é realizado pelo gás (expansão) W < 0 quando é realizado sobre o gás (compressão)

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Trabalho associado a uma variação de volume (5)

Trabalho numa trajetoria fechada: W = Wida+ Wvolta

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Trabalho associado a uma variação de volume (6)

•  O diagrama p-V aqui mostra seis trajetórias curvas (conectadas por trajetórias verticais) que podem ser seguidas por um gás.

•  Quais as duas trajetórias curvas que devem ser parte de um ciclo fechado (conectadas às trajetórias verticais) para que o trabalho líquido realizado pelo gás tenha o maior valor positivo possível?

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ExemploExemplo(01:

Um(gás(ideal(é(submetido(a(dois(processos(nos(quais(Pf = 1,00 ×105Pa,(

Vf = 2,00m3 ,(Pi = 0,20 ×10

5 Pa,(e(Vi = 10,0m3.(Para(o(processo((1),(a(

temperatura(permanece(constante.(Para(o(processo(2,(a(pressão(permanece(

constante(e,(então,(o(volume(permanence(constante.(Qual(é(a(razão(entre(o(

trabalho(W1 (realizado(sobre(o(gás(no(primeiro(processo(e(o(trabalho(W2 (

realizado(no(segundo(processo?

W = − P(V )dV∫ ⇒W1

W2=− P1(V )dV∫− P2 (V )dV∫

Processo(1:(P = nRT VProcesso(2:(P = P

⎧⎨⎪

⎩⎪⇒

W1

W2=

nRTV

dVVi

Vf∫Pi dVVi

Vf∫=nRT dV

VVi

Vf∫Pi dV

Vi

Vf∫

dxx

= ln x⇒∫W1

W2=nRT lnVf − lnVi( )

Pi Vf −Vi( ) =PiVi ln

Vf

Vi

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

Pi Vf −Vi( ) =Vi

Vf −Viln

Vf

Vi

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

W1

W2=

10,02,0 −10,0

ln 2,010,0

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒W1

W2= 2,01

W1&

W2&

Exemplo(01:

Um(gás(ideal(é(submetido(a(dois(processos(nos(quais(Pf = 1,00 ×105Pa,(

Vf = 2,00m3 ,(Pi = 0,20 ×10

5 Pa,(e(Vi = 10,0m3.(Para(o(processo((1),(a(

temperatura(permanece(constante.(Para(o(processo(2,(a(pressão(permanece(

constante(e,(então,(o(volume(permanence(constante.(Qual(é(a(razão(entre(o(

trabalho(W1 (realizado(sobre(o(gás(no(primeiro(processo(e(o(trabalho(W2 (

realizado(no(segundo(processo?

W = − P(V )dV∫ ⇒W1

W2=− P1(V )dV∫− P2 (V )dV∫

Processo(1:(P = nRT VProcesso(2:(P = P

⎧⎨⎪

⎩⎪⇒

W1

W2=

nRTV

dVVi

Vf∫Pi dVVi

Vf∫=nRT dV

VVi

Vf∫Pi dV

Vi

Vf∫

dxx

= ln x⇒∫W1

W2=nRT lnVf − lnVi( )

Pi Vf −Vi( ) =PiVi ln

Vf

Vi

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

Pi Vf −Vi( ) =Vi

Vf −Viln

Vf

Vi

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

W1

W2=

10,02,0 −10,0

ln 2,010,0

⎛⎝⎜

⎞⎠⎟

⇒W1

W2= 2,01

W1&

W2&

Exemplo

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Primeira lei da Termodinâmica (1) o  Quando um sistema muda de um estado inicial para um estado final

dados, tanto o trabalho W quanto o calor Q dependem da natureza do processo.

o  Experimentalmente, contudo, encontramos algo surpreendente. A grandeza (Q – W) é a mesma para todos os processos. Ela depende apenas dos estados inicial e final e não depende de forma alguma de como o sistema foi levado de um para o outro.

o  Todas as outras combinações de Q e W, (e.g. incluindo apenas Q, apenas W, ou Q + W ou Q - 2W, etc., etc.) são dependentes da trajetória; apenas Q - W não depende.

o  A grandeza Q - W deve representar uma variação em alguma propriedade intrínseca do sistema. Chamamos esta propriedade de energia interna U e escrevemos:

ΔU = Ui – Uf = Q - W Primeira lei da Termodinâmica

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Casos especiais da 1° lei

Vamos analisar os seguintes casos especiais: o  processos adiabáticos (Q=0)

o  Processos isobáricos (a pressão se mantém constante)

o  Processos isocóricos (o volume se mantém constante)

o  Processos cíclicos (o estado final é igual ao estado inicial)

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Casos especiais da 1° lei: Processos Adiabáticos

o  Nesses processos, não há troca de energia em forma de calor entre o sistema e a vizinhança, ou seja, Q=0.

o  O sistema possui paredes adiabáticas ou o processo ocorre muito rapidamente, tal que não haja tempo para a troca de calor (que tende a ser relativamente lenta).

o  A primeira lei da termodinâmica fica ΔU = − W.

o  Exemplos: expansão de gases quentes em um motor de combustão interna, a liquefação de gases em um sistema de refrigeração e o golpe de compressão em um motor a diesel.

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Casos especiais da 1° lei: Processos Isobáricos

o  São processos que ocorrem a pressão constante. No diagrama P×V, são representados linhas horizontais.

o  O trabalho pode é dado por:

o  Logo, a 1° lei fica (ΔU = Q – W):

W =

Z Vf

Vi

PdV = P (Vi � Vf )

�U = Q� P (Vi � Vf )

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Casos especiais da 1° lei: Processos Isocóricos

o  São processos em que o volume permanece constante. No diagrama P×V, são representados linhas verticais.

o  Consequentemente, o trabalho realizado é nulo.

o  A primeira lei da termodinâmica fica:

ΔU = Q

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Casos especiais da 1° lei: Processos Cíclicos

o  Em um processo cíclico o estado inicial coincide com o estado final; e.g.

Pi = Pf , Vi = Vf , Ti = Tf , Ui = Uf o  Temos trajetórias fechadas nos diagramas

P×V, P×T, etc...

o  A variação da energia interna é nula, logo, a 1° lei fica:

�U = 0 ) Q�W = 0