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Aula 8
Poltica Fiscal: dficit e dvida pblica
Crescimento da renda per capita - gera um aumento da demanda de bens e servios pblicos (lazer, educao superior, medicina, etc.)
Mudanas Tecnolgicas Maior demanda por rodovias e infra-estrutura
Mudanas Populacionais Com seu aumento, faz com que o Estado aumente sua despesa com educao, sade, etc.
Efeitos de Guerra A participao do Estado aumenta.
Mudanas da Previdncia Social
O Crescimento da Participao do Setor Pblico na Atividade Econmica
Funes do Governo
zFuno Alocativa;zFuno Distributiva;zFuno Estabilizadora.
Funo Alocativa do governo est associada ao fornecimentode bens e servios no oferecidos adequadamente pelo sistemade mercado (chamados bens pblicos).
Bens Pblicos = Bens de uso coletivo Caracterstica : Impossibilidade de excluir determinados indivduos de seu consumo, uma vez delimitado o volume disposio do pblico. Ex.: defesa nacional e segurana pblica.
Funo Alocativa
O Princpio da Excluso = (Bem Rival ou consumo excludente) quando o consumo realizado por um agente exclui automaticamenteo consumo por outros indivduos (consumo de um cafezinho).Bem No Rival = (No satisfaz ao princpio da excluso) O consumode um bem no diminui a quantidade a ser consumida pelos demaisindivduos (servio meteorolgico).
Bens Meritrios ou Semi-pblicos Satisfazem ao princpio da exclu-so, mas so produzidos pelo Estado. Ex.: Servios de sade, sanea-mento e nutrio.
Funo Alocativa (cont.)
Depende da distribuio de renda que depender da produtividade de cada indivduo no mercado de fatores de produo e tambm da influncia das diferentes dotaes iniciais de patrimnio.
Atuao do Governocomo agenderedistribuidor
Tributao ProgressivaSubsdios para consumidores de baixa rendaGastos pblicos para reas mais pobres
Funo Distributiva
Relacionada com a interveno do Estado na economia, para alterar o comportamento dos nveis de preos e emprego, jque o pleno emprego e a estabilidade de preos no ocorremde maneira automtica na economia.
Funo Estabilizadora
- Neutralidade- Eqidade
Princpio da Neutralidade Quando os tributos no alterarem os preosrelativos, minimizando sua interferncia nas decises econmicas dos agentes de mercado.
Um dos objetivos do sistema tributrio no ter impactos negativossobre a eficincia econmica. Sendo adequados, os impostos podemser utilizados na correo de ineficincias do setor privado.
Princpios de Tributao
- Neutralidade- Eqidade
Princpio da Equidade Distribuio de maneira justa do nus entre osindivduos
Princpio do BenefcioPrincpio da Capacidade de Pagamento
Princpios de Tributao
- Neutralidade- Eqidade
Princpio do Benefcio O indivduo pagaria o tributo para igualaro preo do servio recebido ao benefcio marginal que ele recebe.
Problemas: - Identificao do benefcio que cada um atribui a diferentes quanti-dades do bem ou servio pblico;- As pessoas no teriam motivo para revelarem suas preferncias (poderia aumentar sua contribuio), j que o bem pblico.
Aplicao do Princpio: Taxas (transportes, energia)
Princpios de Tributao
- Neutralidade- Eqidade
Princpio da Capacidade de Pagamento Os agentes devem contribuirde acordo com a sua capacidade de pagamento.Ex. tpico: Imposto de Renda.
Medidas utilizadas: Renda, consumo e patrimnio. Renda: Normalmente so impostos progressivos.Consumo: Abrangncia Global. Logo, so, normalmente, regressivos.Patrimnio: Tem o problema de serem formados por fluxos de rendapassados que j foram anteriormente tributados.
Princpios de Tributao
Impostos Diretos Incidem diretamente sobre a renda das pessoasIndiretos Incidem sobre o preos das mercadorias
Especficos Valor fixo, independente do valor do bem.Ad Valorem Alquota fixa sobre o valor do bem.
Estrutura Tributria:Progressiva Alquota aumenta com o aumento da renda
(I. Renda -> Progressivo, logo, mais justo do ponto de vista fiscal)Regressiva Quanto maior a renda, menor a tributao, em
proporo renda (Ex.: Impostos indiretos (vendas)) Proporcional (Neutra) Todos pagam a mesma alquota.
Princpios de Tributao
Curva de Lafer - Relao entre o total de arrecadao tributria e ataxa (alquota) de impostos.
Alquota de Impostos
Arrecadao
Almax
Valor
RelaoDireta
Relao InversaEx. Sonegao
Efeitos da Poltica Tributria sobre a Atividade Econmica
Dficit Pblico e Dvida Pblica
zO dficit primrio corresponde diferena entre arrecadao e gastos do governo, sem levar em conta as despesas com os juros da dvida interna pblica.z Para financiar este dficit o governo pode:{Emitir moeda (e contribuir para inflao); ou{Endividar-se, emitindo um ttulo de dvida pblica.
Dficit Pblico e Dvida Pblica (cont.)
z Sendo assim, nos perodos seguintes o governo dever pagar juros e ir amortizando a dvida criada. Logo, teremos:{ O dficit nominal, que corresponde soma do dficit primrio
com os gastos com juros nominais (juros reais mais correo monetria) e com a amortizao da dvida pblica;
{ O dficit operacional, que corresponde soma do dficit primrio com o pagamento dos juros reais (taxa cobrada sobre um emprstimo ou financiamento sem considerar a correo monetria) e a amortizao da dvida pblica (apresenta-se com valor inferior ao nominal, pois dele j est excluda a parte correspondente inflao).
SupervitArrecadao > Gastos Pblicos
DficitArrecadao < Gastos Pblicos
Dficit Pblico
Dficit Nominal ou Total (NFSP no Financeiro) Conceito Nominal
Dficit Primrio ou Fiscal
Dficit Operacional (NFSP no Financeiro) Conceito Operacional
Conceitos de Dficit Pblico
Dficit Primrio = G T
Dficit Operacional = (G T) + juros reais da dvida
Dficit Nominal = (G T) + juros reais + correo monetria e cambialda dvida
Dficit Nominal = (G T) + juros nominais da dvida pblica
Gastos Pblicos Correntes = G Receita Fiscal Corrente = T
Conceitos de Dficit Pblico
Carga Tributria(% do PIB)
20,00
22,00
24,00
26,00
28,00
30,00
32,00
34,00
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Dficit PblicoBrasil
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
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Primrio Nominal Operacional
Dficit Pblico Brasil - ps Real
-6
-4
-2
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2
4
6
8
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12
1995 1996 1997 1998 1999 2000Po
r
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m
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P
I
B
Primrio Nominal Operacional
Perfil da Dvida Mobiliria do Governo Federal por tipo de valor pago pelo ttulo pblico
6,015,0 10,0
57,952,0
52,4
30,4 22,0 27,2
0,3 6,0 6,55,2 5,0 3,7
0%
20%
40%
60%
80%
100%
jan/99 dez/00 jul/01
outros
correo monetria
variao cambial
juros pr-f ixado
juros ps-fixado
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
550,00
dez/1994 dez/1995 dez/1996 dez/1997 dez/1998 dez/1999 dez/2000 jun/2001
Dvida Interna Lquida do Setor PblicoR$ bilhes de 2001
Composio da Dvida Lquida Total do Brasiljunho de 2001
61,08%
30,50%
3,98% 4,43%
Governo Federal Governos Estaduais Governos Municipais Empresas Estatais
Macroeconomia PolticaFinanas e Escolha Pblicas
Uma discusso introdutria
Presidencialismo
zAmrica LatinazBrasil{Multipartidarismo{Fragmentao de poder{Questo da Governabilidade
Coalizo de Governo
zEspectro ideolgico e interesse comumzBusca pelo poder
Poder do Presidente e seus Instrumentos
zVetoszMedidas ProvisriaszAtendimento de demandas dos aliados
(por meio das emendas oramentrias)zCargos nos ministrios e nas estataiszOutras formas menos ortodoxas
Ilustrao: tamanho de governo no Brasil
zTexto para discusso no site do departamento de economia do Mackenzie.
Objetivos do Estudo
zO objetivo deste trabalho apresentar uma medida de tamanho de governo para o Brasil considerando as empresas estatais do governo federal entre 1980 e 2005 a partir dos dados publicados pelo Departamento de Acompanhamento das Empresas Estatais (DEST). z Esperamos com esse trabalho destacar o papel
das estatais na medida de governo do Brasil que realizou a industrializao substituidora de importaes.
Motivao
z A experincia histrica de alguns pases em desenvolvimento, notadamente os pases latino-americanos, foi da adoo de um modelo de crescimento baseado na Industrializao Substituidorade Importaes (ISI), do ps-guerra at o final dos anos oitenta.
z A concepo terica (CEPAL, por exemplo) e a prxis poltica tinha no Estado o agente capitaneador do processo de industrializao.
z Na Amrica Latina, em particular no Brasil, o Estado no somente atuou dentro do escopo suportado pelas teorias cepalinas, como foi alm, tornando-se diretamente empresrio, por meio das empresas estatais.
Justificativa
z Pelo que se pode observar, a histria dos pases latino-americanos no permite que se discuta o tamanho de governo sem se considerar as empresas estatais nesse processo.
z Nas contas nacionais elas no so computadas como governo.
z No entanto, no Oramento Geral da Unio so computados seus oramentos de investimento, e no clculo da NFSP so incorporados seus resultados (NEFIL).
Breve Histrico das Privatizaes
zContexto: Crise Fiscal do Estado e Reformas.{Primeira fase: dcada de 1980 saneamento
da carteira do BNDES (reprivatizao de empresas socorridas);{Segunda fase: dcada de 1990 incio com o
Governo Collor (Usiminas em 1991), e acentuao nos governos Itamar e Fernando Henrique (1 mandato).
Evoluo do nmero de empresas
252 254 255 258
202186
174160 155
145 138 136127
93 96103 105 106
131 131 137 135
0
50
100
150
200
250
300
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005
Posio Atual
z Em abril de 2006, o governo federal possua empresas estatais em diversos setores: {Setor de Energia Eltrica (18 empresas);{Setor de Petrleo, Derivados e Gs Natural (48
empresas);{Setor de Transportes (15 empresas);{Setor Financeiro (23 empresas);{Demais setores de atividade - centrais de
abastecimento, Casa da Moeda, hospitais, material blico, materiais e equipamentos nucleares, empresas de pesquisa, sistemas de informao etc. - (31 empresas):
Varivel CusteioGoverno CentralzOs dados foram calculados a partir dos
informativos por grupo de despesas fornecidos pelo Tesouro Nacional. z Das despesas correntes foram subtrados os
pagamentos de juros e encargos da dvida pblica e as transferncias a Estados, Distrito Federal e Municpios. zO valor resultante foi ento calculado em
proporo do PIB.
Custeio do Governo Central
0,00%
2,00%
4,00%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
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Figueiredo Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
%
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Varivel CusteioEmpresas Estataisz As informaes referentes ao setor estatal foram obtidas
por meio dos Relatrios Anuais das Empresas Estatais Federais elaborados pelo Departamento de Coordenao e Controle de Empresas Estatais (DEST).
z Os dados, cuja observao mais antiga de 1980, foram calculados a partir das informaes de fluxo de caixa (usos e fontes) das empresas que fazem parte do Programa de Dispndios Globais (PDG) do DEST -empresas cujos oramentos no esto diretamente incorporados ao do ministrio responsvel.
z Foram destacadas para fins deste artigo as empresas do Setor Produtivo Estatal (SPE)
Varivel CusteioEmpresas Estataisz Para construir o custeio das estatais utilizou-se
o item Dispndios Correntes excluindo-se os gastos com Tributos e Encargos Parafiscais e com Juros e Outros encargos financeiros. z Esses valores so fornecidos agregados por
segmento estatal, neste caso, pelo Setor Produtivo Estatal (SPE). zOs valores de despesas de custeio das estatais
foram calculados em proporo do PIB do respectivo ano.
Custeio das Estatais (SPE)
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%1
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Figueiredo Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
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Comportamento conjunto das variveis de custeio
Custeio do governo central
,18,16,14,12,10,08,06,04
C
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a
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,3
,2
,1
0,0
Corr (X,Y) = -0,861
Tamanho de Governo
z Se a medida de tamanho de governo adequada para o caso brasileiro incorporar o setor estatal, teramos uma varivel do tipo despesa governo federal que compreenderia a soma das despesas de custeio do governo central em termos do PIB e as despesas de custeio das estatais produtivas federais em termos do PIB.
Tamanho de Governo (governo federal) para o Brasil
0,00%
5,00%
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25,00%
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Figueiredo Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
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Tamanho de Governo (governo federal) Brasil (destacando composio)
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Figueiredo Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
Custeio das Estatais Custeio do Governo Federal
Fragmentao de Poder
z Dado que Volkerink e de Haan (2001) e Perottie Kontopoulos (2002) mostraram a importncia da fragmentao da coalizo de governo na determinao do tamanho de governo.z No conseguimos testar uma relao de
causalidade numa srie to curta no tempo,porm tentamos mostrar a correlao entre o tamanho do governo em termos do PIB e fragmentao da coalizo de governo.
Quantidade de ministros gastadores
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1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
Quantidade de partidos ocupando ministrios
0
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2
3
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5
6
7
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1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Sarney Collor Itamar FHC 1 FHC 2 Lula
Associao entre as medidas de fragmentao
Corr (X,Y) = 0,5614
Qtde. de partidos
8765432
M
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G
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t
a
d
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r
e
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28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
Associao entre comportamento do custeio do governo central e o nmero de partidos nos ministrios
Corr (X,Y) = 0,834
Qtde. de partidos no ministrio
876543210
C
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s
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e
i
o
d
o
g
o
v
e
r
n
o
c
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l
,18
,16
,14
,12
,10
,08
,06
,04
Consideraes Finais
z O resultado final da medida proposta indicou que o tamanho de governo no Brasil mantm-se praticamente o mesmo, independente das mudanas de governo e privatizaes: em torno de 20% do PIB.
z Esse nmero resultado de um crescimento das despesas de custeio da administrao federal e queda das despesas de custeio das estatais produtivas (privatizadas ao longo desse perodo).
z Outra constatao interessante desse estudo de que o nmero de partidos participantes da coalizo de governo tem elevada correlao com as despesas de custeio da administrao federal (positiva).
z Alm disso, h correlao positiva e significativa entre a quantidade de ministros gastadores e o nmero de partidos participantes da coalizo.