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Tema: Narração Aula 1 1/17/22 1

Aula - Narração

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Tema: Narrao

Tema: NarraoAula 1March 21, 20141O que narrar?Narrar contar uma histria, que pode ser real ou imaginria, fictcia.

Essa histria deveenvolverpersonagens, que interagem entre si gerando acontecimentos, que ocorrem em um determinado lugar e em uma determinada poca.

Assim, anarraose caracteriza por ser uma modalidade dinmicade redao, na qual predominam os verbos de ao, ao contrrio da descrio, onde predominam verbos de estado (ser, estar...)March 21, 20142O que observar na narrao?Qual fato ou acontecimento ser narrado?Quando ele ocorreu ou ocorrer?Onde tudo acontece?Quais so os personagens?Por queo fato aconteceu?Como ele ocorreu?Quais as suas conseqncias?Onarradorparticipa da histria?March 21, 20143Elementos da narraoNarradorPersonagemEnredoTempoEspao March 21, 20144Narrador e o foco narrativoOnarrador a entidadeque contaa histria e, deacordo comas caractersticas e limitaes que definem como o autor vai contar a histria, pode se colocar sob vrias perspectivas, tambm chamadasFocos Narrativos:

NarradorOnisciente e OnipresenteNarrador PersonagemNarradorObservadorMarch 21, 20145Narrador onisciente e onipresenteONarrador Onisciente e Onipresentesabe de tudosobreas personagens, conhece o que se passa no seu ntimo, todas as suasemoes epensamentos.

Ainda, conhece a totalidade doenredo, os antecedentes das aes, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequncias.

como se ele pudesse estar dentro das mentes de todos os personagens e em todos os lugares ao mesmo tempo.

Nesse caso, a narrao normalmente feita em 3 pessoa, o que no impede que o narradorfaa intromisses narrando em 1 pessoa.March 21, 20146Narrador PersonagemONarrador Personagemconta em 1 pessoa uma histria da qual participa, vivendo sua ao. Por isso, no tem conhecimento dos sentimentos e pensamentos das outras personagens que o cercam e nem pode ver o contexto com total clareza.

Pode narrar uma histria em que oprotagonista, como em "Memrias Pstumas de Brs Cubas" de Machado de Assis, ou ser um personagem coadjuvante como o Dr. Watson narrando as peripcias deSherlock Holmes.

Sua maneira de contar fortemente marcada por caractersticas subjetivas e emocionais, o quefaz comque a narrativa seja parcial, impregnada por seu prprioponto de vista.March 21, 20147Narrador ObservadorONarrador Observadorconhece os fatos, mas no participa deles. No tem conhecimento ntimo das personagens, e nem dasaesvivenciadas. Isso permite que ele se mantenha neutro, distante e imparcial.

Relata apenas o que v ou imagina acontecer, seminvadiro crebro ou o corao das personagens para expor seus sentimentos e pensamentos ao espectador.

Quando onarrador observador, todo o texto escrito necessariamente em 3 pessoa.March 21, 20148EnredoOEnredo,tambm chamado de trama ou intriga, o conjunto de fatos ligados entre si que fundamentam a ao de umtextonarrativo. o encadeamentode aesexecutadas pelas personagens, ordenados em uma sequncia lgica e temporal, a fim de se criar um sentido ou emoo no espectador.

Geralmente, oenredose baseia em um conflito entre os personagens, que responsvel pelo nvel de tenso da narrativa.March 21, 20149PersonagensNo existe narrativa sem personagens.

Personagens no so apenas as pessoas, mas tambm animais e at mesmo objetosinanimados.

At um lpis que rola pela mesaat cairno cho pode ser um personagem.

Pode ser personagem qualquer ser ou objeto esteja num certoambientepraticando (ou sofrendo) uma ao, ainda que de forma involuntria.March 21, 201410Caracterizao da personagem1. Planas (lineares)Constitudas de uma nica ideia ou qualidade; carecem de profundidade. A personalidade delas pobre, repetitiva; so previsveis quanto ao seu comportamento, infensas evoluo. Jamais nos surpreendero durante ou ao final da narrativa. Podem ser subdivididas em:

March 21, 201411...a) TiposSo personagens tpicas, de contornos e caractersticas peculiares e, exatamente por isso, eternizam-se: quem se esqueceria de Sancho Pana, em D. Quixote? Comadres fofoqueiras, homossexuais, padres, nos romances, fazem parte deste rol de personagens.

b) Caricaturas

So personagens que tm distores propositais, a fim de ensejar o cmico, o ridculo, o satrico: Maria do Patrocnio das Neves, a "Titi" do livro A Relquia, de Ea de Queirs.Senhora muito alta, muito seca, caro chupado e esverdinhado, beata, virgem e com averso ao sexo. Dona de uma imensa fortuna, usava isto como motivo para atemorizar o narrador.March 21, 201412...2. Redondas

So complexas, bem acabadas interiormente, repelem todo o intuito de simplificao. So tambm chamadas de multiformes, e nos surpreendero porque evoluem na narrativa. Dinmicas e tridimensionais, podem ser subdivididas em:a) Caracteres

So personagens cuja complexidade se acentua, gerando conflitos insolveis: o caso das personagens clssicas gregas como dipo ReiMarch 21, 201413...b) SmbolosSo personagens que parecem ultrapassar a barreira do mero humano, transcendem. Ostentam profundidade psicolgica e multiplicidadede aes: Diadorim, de Grande Serto: Veredas, Ulisses, da ; epopeia grega A Odisseia, de Homero.Estas personagens, imprevisveis em suas atitudes, rompem com a linearidade e nos provocam impactos com suas aes: Medeia, que mata os filhos,apesar de am-los, para vingar-se do marido que a trocara por outra mulher; dipo, que, aps ter descoberto sua verdadeira origem, conclama a multido e fura os olhos na frente do povo; Prometeu, que furta o fogo sagrado dos deuses e alia-se aos mortais e andrginos, castigado, amarrado ao Cucaso, com uma guia a lhe devorar todos os dias o fgado que cresce sem parar.

March 21, 201414Tipos de personagemAs personagens podem ser classificadas em, principais ou secundrios deacordo como relevo ou importncia que possuem no desenrolar da trama:

March 21, 201415Personagem PrincipalAsPersonagens Principaisso aquelas que desempenham o papel central, sendo fundamentais para odesenvolvimentoda trama. Podem ser classificados em Protagonistas e Antagonistas.

De formasimplificada, podemos dizer que oprotagonista aquele que deseja algo, enquanto aoantagonistacabe impedir, dificultar, ou destruir esse objeto de desejo.

Oantagonistanem sempre uma pessoa, podendo ser um objeto, um animal, ou mesmo uma situao financeira, cultural, social (pobreza, instruo, trabalho), um problema fsico ou ainda uma peculiaridade psicolgica, que dificulta o acesso quilo que oprotagonistadeseja.March 21, 201416Personagens secundriosAsPersonagens Secundrias podem ser classificadas em Coadjuvantes e Figurantes.

AsPersonagens Coadjuvantesso aquelas que assumem um papel de menor importncia, mas no deixam de ser importantes para o desenrolar da trama, j que do suporte histria tecendo pequenasaesem torno daspersonagens principais.

J asPersonagens Figurantestem como nico objetivo ilustrar um ambiente ou o espaosocial do qual so representantes durante o desenrolar de uma ao da trama.March 21, 201417TempoA evoluo temporal pode se dar de duas formas:

Tempo cronolgico:determinado pelasucessocronolgica dos fatos

Tempo psicolgico: o tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em deacordo como seu estado de esprito.

Ao contar a histria, onarradorpode usar a ordem linear dos fatos ou alterar a ordem temporal, recuando a acontecimentos passados ou antecipando acontecimentos futuros, condensando, resumindo ou omitindo parte dos acontecimentos e at interrompendo a histria para dar lugar a descries ou divagaes.March 21, 201418EspaoO espao a caracterizao do ambiente ou cenrio no qual a histria acontece:

Espao Fsico: oespao real, que serve de cenrio ao, onde as personagens se movem. Espao Social: constitudo peloambiente social, representado pelas personagens figurantes. Espao Psicolgico:espao interior da personagem, constitudo por suas vivncias, seus pensamentos e sentimentos.March 21, 201419Estrutura da narraoA estrutura mais utilizada em textos narrativos a seguinte:

Situao inicial- os personagens e espao so apresentados.Estabelecimento de um conflito- um acontecimento modifica a situao apresentada edesencadeiauma nova situao a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos Clmax- ponto de maiortensona narrativa.Eplogo- soluo do conflito, o que nem sempre significa umfinal feliz.March 21, 201420Observando as caractersticasA histria comea com o estabelecimento de uma situaoinicial, apresentando os personagens:

"Era uma vez, umalinda princesachamada Branca de Neve, cuja beleza desabrochava dia-a-dia, causando inveja em sua madrasta, a rainha."March 21, 201421...Em certo momento, um conflito se estabelece. Algo acontece e quebra a estabilidade do incio da histria, demandando uma soluo:

"A malvada rainha, disfarando-se como uma pobre velhinha vendedora de mas, lhe oferece umafruta envenenada. Ao morder a ma, ajovemcai ao cho, desfalecida, como se estivesse morta. O feitio da ma envenenada s poderia ser quebrado pelo primeiro beijode amor."March 21, 201422ClmaxEnto, ocorre o Clmax, que o instante decisivo e de maiorintensidadeemocional danarrao:

"Um dia, o prncipe finalmente encontra Branca de Neve e lhe d um beijo. De repente, os olhos dajovemse abrem, como se ela acabasse de despertar de um sono profundo."March 21, 201423EplogoDepois do Clmax, acontece o desfecho da trama, solucionando de vez oconflito.

"Branca de Neve e o prncipe, montados em seu belo cavalo, partem rumo ao castelo do prncipe, onde viveram felizespara sempre."March 21, 201424Escrevendo a NarraoNo incio dotexto, tente caracterizar as personagens com traos marcantes e essenciais, tanto fsica como psicologicamente, de forma a possibilitar ao espectadorcriar uma imagemmais definida. Isso os tornar mais interessantes, prendendo mais a ateno do leitor.

Procure desde j definir nos personagens e na situao elementos que sero importantes para a soluo dos conflitos no final danarrao.March 21, 201425...Estabelecida a situaoinicial, crie uma situao inusitada que desencadeie uma circunstncia de conflito.

Apartirdessa situao, crie uma sriede aesque mantenham o clima de suspense em relao aos acontecimentos que viro, aumentando a tenso.

Caracterize alguns espaos e objetos determinantes noenredo, de forma a cativar e envolver o leitor.March 21, 201426...No clmax, misture deforma criativaalguns dos elementos apresentados na situao inicial e nodesenvolvimento comoutros elementos inesperados para criar o instante decisivo da narrao. Esse retorno aos elementos iniciais assegura a coeso do texto, e a associao de elementos novos garante que o texto no se torne previsvel.

O desfecho deve ser original,inesperado, surpreendente. Caso contrrio, a narrativa pode se transformar num simples relato.

Finalize de forma a tentar suprir as expectativas dos leitores. Capriche, pois muitas vezes o final responsvel pelaavaliaode toda a narrao.March 21, 201427