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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade e Gestão de Custos Prof. Esp. Anderson Munhoz Madeira [email protected]

Aula Parte 1

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INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE

CUSTOSContabilidade e Gestão de Custos

Prof. Esp. Anderson Munhoz Madeira

[email protected]

Sentimo-nos muitas vezes confundidos com as expressões Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial. São sinônimas? Representam disciplinas distintas? São apenas enfoques diferentes dados à Contabilidade?

Distinções no ramo Contábil

Até a Revolução Industrial, século XVIII, só se tinha conhecimento da Contabilidade Financeira, a qual atendia as empresas comerciais. Desta forma o início da história dos custos se confunde com o início do capitalismo, substituindo ferramentas pelas máquinas, energia humana pela energia motriz e o modo de produção artesanal pelo sistema fabril.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

Na era Mercantilista onde surgiu a Contabilidade Financeira ou Geral, as pessoas viviam basicamente do comércio e não da indústria, a valoração do estoque era simples, não se levava em conta fatores de produção:

Da Contabilidade Financeira à de Custos

EF - C EI CMV Em que:CMV = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoques iniciaisC = ComprasEF = Estoques Finais

Da Contabilidade Financeira à de Custos

Desse modo, tínhamos a Demonstração de Resultados da empresa comercial:

Vendas líquidas XXX(-) Custo das Mercadorias Vendidas (XXX)Estoques iniciais XXX(+) Compras XXX(-) Estoques Finais (XXX)(=) Lucro Bruto XXX(-) Despesas (XXX)Comerciais (Vendas) (XXX)Administrativas (XXX)Financeiras (XXX)

(=) Resultado Antes do Imposto de Renda XXX

Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de “comprar” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

De acordo com Martins (1998, p. 20):

Da Contabilidade Financeira à de Custos

Assim o valor do Estoque dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveria então corresponder ao montante que seria o equivalente ao valor de "Compras" na empresa comercial. Portanto, passaram a compor o custo do produto os valores dos fatores de produção utilizados para sua obtenção, deixando-se de atribuir aqueles outros que na empresa comercial já eram considerados como despesas no período de sua incorrência: despesas administrativas, de vendas e financeiras.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

Por um bom tempo a visão da Contabilidade de Custos era tão somente de resolver o problema que até então existia, de Mensurar os Estoques e consequentemente os Resultados.Não havia foco para utilizá-la como ferramenta gerencial (estratégica).No entanto décadas a frente com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, o conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los (os custos).

Da Contabilidade Financeira à de CustosMartins (1998, p. 23) observa que:

A contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso, nem sempre conseguem atender completamente a suas outras duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. Esses novos campos deram nova vida a essa área.

A Contabilidade de Custos é definida por Leone (1997, p. 19) da seguinte forma:

A Contabilidade de custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação, de desempenho, de planejamento e de controle das operações e de tomada de decisões.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

Crepaldi (2002, p. 13) a define como:

Uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Ela tem a função de gerar informações precisas e rápidas para a administração e para a tomada de decisões.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

A ilustração a seguir dá uma ideia de como se situam a Contabilidade Financeira, a de Custos e a Gerencial — além do sistema de orçamento — no contexto de um Sistema de Informação:

Terminologia Contábil dos Custos

Segundo os autores os custos estão associados a todos os tipos de organizações, comerciais, não-comerciais, indústria, varejo e de serviços. As categorias dos custos em que se incorre e o modo como eles são classificados dependem do tipo de organização em análise.

Terminologia Contábil dos Custos

Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

Exemplos de Gastos: compra de matéria-prima; aquisição de máquinas; energia elétrica consumida entre outros.

Terminologia Contábil dos Custos

Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Exemplos de Desembolso: Pagamento de materiais a um fornecedor; Pagamento de salário aos funcionários; Pagamento de impostos, entre outros. O desembolso pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada

Terminologia Contábil dos Custos

Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).

Exemplos de Investimento: Aquisição de matéria-prima; aquisição de máquinas; aquisição de ações de outras empresas etc.Todos os sacrifícios tidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos ativos da empresa são especificadamente chamados de investimentos. Como exemplo tem-se a matéria-prima que é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante e, a máquina é um gasto que se transforma em investimento permanente.

Terminologia Contábil dos Custos

Custo: gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços (gasto relativo a consumo na produção).

Exemplo de Custos: Matéria-prima consumida; Mão-de-obra direta e indireta aplicada à área produtiva; aluguel e depreciação aplicados na área produtiva. Custo é um gasto, reconhecido como custo quando é relacionado ao consumo na produção de bens e serviços, para a elaboração de produtos ou realização de um serviço. Assim, a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que se tornou investimento, e durante um tempo ficou em estoque; no momento de sua utilização da elaboração de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte do bem elaborado, que será um novo investimento, ficando ativado (estoque) até sua venda.

Terminologia Contábil dos Custos

Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e financiamento).

Exemplo de Despesas: Comissões de vendedores; Impostos sobre vendas; Salários administrativos, etc. É a parcela do gasto que ocorre separada das atividades de produção dos bens e serviços, isto é, são os gastos incorridos durantes as operações de comercialização sendo representada pelo consumo de bens e serviços na obtenção de receitas.As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro) e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas.

Terminologia Contábil dos Custos

Perda: bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária.

É um gasto que tem como característica a anormalidade e involuntariedade que ocorre sem intenção de obtenção de receita. Podemos citar como exemplo, perdas com incêndio, obsoletismo de estoques, gasto com mão-de-obra durante o período de greve etc. Perdas de valores irrelevantes são consideradas como custo ou despesa. Assim como as despesas, as perdas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido (lucro).

Terminologia Contábil dos Custos

Custo de produção do período: é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica.

Custo da produção acabada: é a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Podendo incidir custos de produção de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completadas no presente período.

Custo dos produtos vendidos: é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos. Podendo também incidir custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversos períodos diferentes.

Princípios Contábeis

Princípio da realização da receita: determina o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) apenas quando da realização da receita a qual ocorre no momento da transferência do bem ou serviço para terceiros.

Princípio da Competência ou da Confrontação entre Despesas e Receitas: após o reconhecimento da receita, deduzem-se dela todos os valores representativos das despesas para sua consecução.

Princípio do Custo Histórico como base de valor: os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico. Em países com inflação não é eficiente, pois o valor do bem pode não ter nada a ver com o seu valor de reposição do estoque, nem com o valor histórico inflacionado ou deflacionado e muito menos ainda com o seu valor de venda.

Princípios ContábeisConservadorismo ou prudência: obriga a adoção de um espírito de precaução

por parte do contador. Mas, não se pode adotar esse espírito de forma indiscriminada para não haver subavaliação e intencional da riqueza da entidade devendo prevalecer o bom-senso de forma a serem observadas as aplicações do Conservadorismo. As consequências principais dessa regra contábil serão a avaliação dos estoques e o tratamento a certos custos de produção.

Materialidade ou relevância: desobrigam de um tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais.

Consistência ou uniformidade: devido à existência de diversas alternativas para o registro contábil e, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Devendo essa alternativa ser utilizada sempre, não podendo a entidade mudar de critério em cada período. Se necessário a mudança de procedimento, deve a empresa apresentar o fato e o valor da diferença com relação ao que seria obtido se não houvesse a quebra de consistência.

Princípios Esquema Básico de Contabilização de Custos:

1.Passo→ Separação entre custos e despesas;

2.Passo→ Apropriação dos custos diretos aos produtos;

3.Passo→ Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns;

4.Passo→ Rateio dos custos indiretos comuns e dos da Administração Geral da produção aos diversos departamentos, quer de produção quer de serviços;

5.Passo→ Escolha da seqüência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos;

6.Passo→ Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de produção aos produtos segundo critérios fixados.

EXERCÍCIO PROPOSTOAssinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V): ( ) A Contabilidade de Custos é mais ampla do que a Contabilidade Gerencial.

( ) O conhecimento do custo é vital para se saber, dado o preço, se um produto é lucrativo ou não, e quanto.

( ) A Controladoria e a Tecnologia de Informação vêm criando sistemas de informaçãoque permitem um melhore mais ágil gerenciamento de custos.

( ) O papel da Contabilidade de Custos, no que tange a decisões, é fazer a alimentaçãodo sistema sobre valores relevantes apenas no curto prazo.

( ) O papel da Contabilidade de Custos, no que tange a decisões, é fazer a alimentação do sistema sobre valores relevantes tanto no curto quanto no longo prazo.

EXERCÍCIO PROPOSTOClassifique os eventos descritos a seguir emInvestimento(1), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P):( ) Compra de matéria-prima( ) Consumo de energia elétrica( ) Utilização de mão-de-obra( ) Consumo de combustível( ) Gastos com pessoal do faturamento (salário)( ) Aquisição de máquinas( ) Depreciação das máquinas( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salário)( ) Pagamento de honorários da administração

Classifique os eventos descritos a seguir emInvestimento(1), Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P):( ) Depreciação do prédio da empresa( ) Utilização de matéria-prima(transformação)( ) Aquisição de embalagens( ) Deterioração do estoque de matéria-primapor enchente( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve( ) Geração de sucata no processo produtivo( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos( ) Imposto de circulação de mercadorias eserviços (ICMS)( ) Comissões proporcionais às vendas( ) Reconhecimentode duplicata comonão recebível

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3. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

3.1 EM RELAÇÃO À APROPRIAÇÃO AO BEM PRODUZIDO OU AO SERVIÇO PRESTADO

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CUSTOS DIRETOS

Os principais CUSTOS DIRETOS, compõem-se de materiais e mão-de-obra

MATERIAIS: matérias-primas, materiais de embalagem, componentes e outros materiais necessários à produção, ao acabamento e à apresentação final do produto.

Exemplo: numa editora ou gráfica: os materiais diretos são, o papel e as tintas. Num hospital o medicamento e o material médico são apropriados diretamente a um serviço ou procedimento médico.

MÃO-DE-OBRA DIRETA: trata-se do trabalho aplicado diretamente na confecção de um produto ou na prestação de um serviço. Sabendo-se quanto tempo cada funcionário trabalhou na elaboração do produto ou na prestação do serviço e o preço da mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.

Exemplo: Quantidade de horas aplicadas na elaboração de um produto ou consumidas para prestar um serviço: 30 horas. Salário por hora: $ 42,00

CUSTO COM MÃO-DE-OBRA DIRETA: $ 1.260,00

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3. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

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CUSTOS INDIRETOS

Quando não é possível identificar onde ou quanto foi consumido um gasto para elaboração de um bem ou prestação de serviços, temos a figura do CUSTO INDIRETO. Para apropriá-lo a um bem produzido ou serviço prestado é necessário algum critério de rateio.

MATERIAIS INDIRETOS: materiais empregados nas atividades auxiliares de produção.

Exemplo: graxas, lubrificantes, lixas, parafusos de pequeno valor.

MÃO-DE-OBRA INDIRETA: representa o trabalho executado em que não é possível relacioná-lo diretamente ou quantificar o valor consumido para a produção de um bem ou prestação de um serviço.

Exemplo: Salário do Supervisor de uma indústria. Salário da enfermeira-chefe de uma ala de hospital (atendimento de vários pacientes). Salário de um gerente de Auditoria.

OUTROS CUSTOS INDIRETOS: aluguel, depreciação, seguros, gastos com limpeza, gastos com energia elétrica e água, etc

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EXEMPLO CÁLCULO CUSTO TOTAL

Gastos Produto A Produto B Produto C TotalMatéria-prima 32.000,00 34.960,00 26.400,00 93.360,00Salários e Enc. Sociais 50.400,00 57.600,00 36.000,00 144.000,00Outros Custos 12.000,00 14.400,00 10.560,00 36.960,00

94.400,00 106.960,00 72.960,00 274.320,00

Custos Diretos

Gastos Valor Critério de rateioAluguel 14.400,00 área ocupadaTelefone 3.780,00 número de funcionáriosOutros Custos Indiretos 12.000,00 custos diretos

30.180,00

CUSTOS INDIRETOS

descrição Produto A Produto B Produto C Totalárea ocupada em m2 2.400 3.240 1.560 7.200número de funcionários 96 114 42 252

Dados estatísticos e de produção

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RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS

AluguelProduto A = 14.400,00 x 2.400 m2 = 4.800,00

7.200 m2

Produto B = 14.400,00 x 3.240 m2 = 6.480,007.200 m2

Produto C = 14.400,00 x 1.560 m2 = 3.120,007.200 m2

total........................................................ 14.400,00

TelefoneProduto A = 3.780,00 x 96 func = 1.440,00

252 func

Produto B = 3.780,00 x 114 func = 1.710,00252 func

Produto C = 3.780,00 x 42 func = 630,00252 func

total........................................................ 3.780,00

Outros Custos IndiretosProduto A = 12.000,00 x 94.400,00 4.129,48

274.320,00

Produto B = 12.000,00 x 106.960,00 4.678,92274.320,00

Produto C = 12.000,00 x 72.960,00 3.191,60274.320,00

total........................................................ 12.000,00

33GASTOS PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C TOTAL

CUSTOS DIRETOSMatéria-prima 32.000,00 34.960,00 26.400,00 93.360,00Salários e Enc. Sociais 50.400,00 57.600,00 36.000,00 144.000,00Outros Custos 12.000,00 14.400,00 10.560,00 36.960,00Sub total 94.400,00 106.960,00 72.960,00 274.320,00

CUSTOS INDIRETOSAluguel 4.800,00 6.480,00 3.120,00 14.400,00Telefone 1.440,00 1.710,00 630,00 3.780,00Outros Custos Indiretos 4.129,48 4.678,92 3.191,60 12.000,00Sub total 10.369,48 12.868,92 6.941,60 30.180,00

TOTAL 104.769,48 119.828,92 79.901,60 304.500,00

CÁLCULO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS

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3.2 EM RELAÇÃO ÀS VARIAÇÕES NO VOLUME DE ATIVIDADES PRODUZIDAS

O CUSTO FIXO REPRESENTA A CAPACIDADE INSTALADA QUE A EMPRESA POSSUI PARA PRODUZIR E VENDER BENS E SERVIÇOS. INDEPENDEM DO VOLUME DE PRODUÇÃO OU VENDA

NO GRÁFICO, PODE-SE OBSERVAR QUE O GASTO COM ALUGUEL (exemplo) NO VALOR DE $ 250,00, PERMANECE CONSTANTE, OU SEJA INDEPENDENTE DAS QUANTIDADES DE PRODUTO PRODUZIDAS E/OU VENDIDAS.

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À medida em que a empresa aumenta sua produção e venda, observa-se que o CUSTO FIXO TOTAL diluí-se por esta produção, ou seja, a empresa está aproveitando muito bem a sua capacidade instalada.

CUSTO FIXO TOTAL $ 250,00 por mês

PRODUÇÃO: 200 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 1,25

PRODUÇÃO: 300 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 0,83

PRODUÇÃO: 500 unidades = CUSTO FIXO UNITÁRIO: $ 0,50

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O CUSTO VARIÁVEL, AO CONTRÁRIO DO CUSTO FIXO, ALTERA-SE EM FUNÇÃO DO VOLUME DE PRODUÇÃO DA EMPRESA.

NO GRÁFICO, PODE-SE OBSERVAR QUE O GASTO COM MATÉRIA-PRIMA (exemplo) AUMENTA EM FUNÇÃO DO VOLUME DE PRODUÇÃO.

CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00 p/Kg

PRODUÇÃO: 200 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 200,00

PRODUÇÃO: 400 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 400,00

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QUANDO ANALISAMOS O CUSTO VARIÁVEL UNITARIAMENTE, PERCEBEMOS QUE UM QUILO DE MATÉRIA PRIMA SERÁ SEMPRE $ 1,00 (neste exemplo).

CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 200,00

PRODUÇÃO: 200 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00

CUSTO VARIÁVEL TOTAL = $ 400,00

PRODUÇÃO: 400 UNIDADES = CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO = $ 1,00

38 CUSTOS SEMIVARIÁVEIS OU SEMIFIXOS

ALGUNS TIPOS DE GASTOS TÊM COMPONENTES DE NATUREZA FIXA E PARTE VARIÁVEL.

COMO EXEMPLO TEMOS AS CONTAS MENSAIS DAS CHAMADAS “TARIFAS PÚBLICAS”, COMO ÁGUA, TELEFONE, ENERGIA ELÉTRICA, ONDE É COBRADO UMA PARCELA FIXA, QUE É A TAXA MÍNIMA E OUTRA PARCELA VARIÁVEL, QUE É O CONSUMO DO SERVIÇO PÚBLICO.

NA MAIORIA DAS VEZES, EM VIRTUDE DA DIFICULDADE DESTE CONTROLE, OPTA-SE POR CLASSIFICAR UM CUSTO SEMIVARIÁVEL APENAS COMO FIXO OU COMO VARIÁVEL.

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Classifique os seguintes Custos em Fixos ou Variáveis:

a) Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo ___

b) Salários do pessoal da segurança de uma indústria petroquímica___

c) Filmes radiológicos consumidos num hospital ___

d) Depreciação do prédio de uma fábrica de armas ___

e) Pólvora utilizada numa fábrica de fogos de artifícios ___

f) Peças para manutenção dos veículos numa locadora ___

g) Cacau, açúcar e leite utilizado numa fábrica de sorvete ___

h) Madeira utilizada numa fábrica de caixotes ___

i) Aluguel do prédio de uma clínica dentária ___

j) Asfalto consumido por uma pavimentadora de vias públicas ___

k) Comissões médicas num hospital ___

40Com base nas informações seguintes, calcule o custo unitário de produção:

quantidade produzida 10.000 unidades

Custos variáveis por unidades $ 54,00

Custos fixos do período $ 150.000,00

CUSTO UNITÁRIO = _________

Volume deAtendimento

Custo FixoTotal

Custo Fixo porPaciente

Custo Variávelpor paciente

Custo totalpor paciente

960 200.000, 210,1.200 200.000, 210,2.400 200.000, 210,

Complete o demonstrativo abaixo indicando o custo por paciente:

Por enquanto, o esquema básico é:

a) separação entre Custos e Despesas;

b) apropriação dos Custos Diretos diretamente aos produtos ou serviços;

c) rateio dos Custos Indiretos.

Os custos incorridos num período só irão integralmente para o Resultado desse mesmo período caso toda a produção elaborada seja vendida, não havendo, portanto, estoques finais. Já as despesas — de Administração, de Vendas, Financeiras etc. — sempre são debitadas ao Resultado do período em que são incorridas: assim é que funciona o Custeio por Absorção.

ESQUEMA BÁSICO:

ESQUEMA BÁSICO:CustosCustos

IndiretosIndiretos DiretosDiretos

RateioRateio

Produto AProduto A

Produto BProduto B

Produto CProduto C

DespesasDespesas

EstoqueEstoque

Custo dos Produtos Vendidos

Custo dos Produtos Vendidos

RESULTADORESULTADO

VendasVendas

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE

CUSTOS2ª Parte

Contabilidade e Gestão de Custos

Prof. Esp. Anderson Munhoz Madeira

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Material Direto

Material Direto

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Material Direto

O material direto, ou, simplesmente, MD, é formado

pelas matérias-primas, embalagens, componentes adquiridos prontos e outros

materiais utilizados no processo de fabricação.

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Três problemas básicos de MD

a) avaliação : qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços diferentes, como contabilizar sucatas; etc.

b) controle : como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso, como organizar o "kardex" de controle, como inspecionar para verificar o efetivo consumo;

c) programação : quanto comprar, como comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição, definição de estoques mínimos de segurança, etc.

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Avaliação de MD Sistema de inventário periódico : quando

a empresa não mantém um controle contínuo dos estoques.

Consumo de material direto = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final

Sistema de inventário permanente : existe o controle contínuo da movimentação do estoque

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Critérios de avaliação UEPS : último a entrar, primeiro a sair ou, em inglês,

LIFO, last in, first out. (legislação fiscal brasileira não permite)

PEPS : primeiro a entrar, primeiro a sair ou, em inglês, FIFO, first in, first out.

Custo Médio Ponderado : pode ser móvel ou fixo. O custo a ser contabilizado representa uma média dos custos de aquisição.

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Comparação entre critérios

Método Estoque Lucro Imposto de Renda

UEPS Menos estoque Menos lucro Menos Imp de Renda

Custo MédioEquilíbrio entre UEPS e PEPS

Equilíbrio entre UEPS e PEPS

Equilíbrio entre UEPS e PEPS

PEPS Mais estoque Mais lucro Mais Imp de Renda

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Exercício Durante o início das suas atividades, a Comercial

de Bugingangas Ltda. adquiriu 3 ventiladores por $40,00 cada. Uma semana depois comprou mais duas unidades por $88,00 no total. Na terceira semana comprou mais uma unidade por $54,00. No mês seguinte, efetuou uma única venda de 4 unidades por $62,00 cada. Qual o custo da venda e o lucro obtido, considerando os três diferentes critérios de contabilização de custos.

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Classificação ABC

Itens A : elevado valor relativo e que, portanto, merecem um controle mais rigoroso que os demais.

Itens B : valores não são tão representativos como os estoques dos itens A, mas representam, também, uma elevada aplicação de recursos.

Itens C : representam estoques que são bastante números em termos de itens, porém pouco representativos em termos de valor.

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Exercício

Classifique os ítens de acordo com o critério ABC :

Item Valor ($) %

Linhas de costura 80 0%Cera polidora 600 0%Óleo lubrificante 450 0%Cabos 80.000,00 30%Plástico de embalagem 3.500,00 1%Filmes de polietileno 360 0%Filtros 560 0%Peças de reposição 8.200,00 3%Fitas adesivas para embalagem 800 0%Couro 16.000,00 6%Rolamentos industriais 1.400,00 1%Parafusos 1.300,00 0%Caixas de papelão 2.600,00 1%Chapas 150.000,00 56%

Total 265.850,00 100%

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Mão-de-Obra Direta

Mão-de-Obra Direta

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Conceito de MOD

Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, "desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio" (Martins, 1998:143).

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Considerações Importantes

No cálculo da MOD é importante considerar

restrições e imposições da legislação encargos sociais “No Brasil o trabalhador custa caro mas ganha pouco”.

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Cálculos da MOD

Número de horas à disposição por ano

Número de dias por ano 365

(-) Repousos semanais remunerados -48(-) Férias -30(-) Feriados (em média) -12(=) Número máximo de dias à disposição 275(x) Jornada diária 7,3333(=) Número máximo de horas à disposição 2.016,67

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Cálculos da MOD - Subtotais

a) Salários d) Adicional constitucional de férias

Número máximo de horas à disposição 2.016,67 Percentual constitucional 33,33%Valor da hora trabalhada 100 Total de férias 22.000,00Total de salários 201.666,67 Total de adicional de férias 7.333,33

b) Repousos semanais remunerados e) 13o Salário

Número de repousos em dias 48 13o em dias 30Jornada diária 7,3333 Jornada diária 7,3333Número de repousos em horas 352 13o em horas 220Valor da hora trabalhada 100 Valor da hora trabalhada 100Total de repousos semanais remunerados 35.200,00 Total de férias 22.000,00

c) Férias f) Feriados

Férias em dias 30 Feriados em dias 12Jornada diária 7,3333 Jornada diária 7,3333Férias em horas 220 13o em horas 88Valor da hora trabalhada 100 Valor da hora trabalhada 100Total de férias 22.000,00 Total de feriados 8.800,00

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Cálculos da MOD - Contribuições

Contribuições percentuais

Previdência Social 20,00%Fundo de Garantia 8,00%Seguro - acidentes de trabalho 3,00%Salário - educação 2,50%SESI ou SESC 1,50%SENAI ou SENAC 1,00%INCRA 0,20%SEBRAE 0,60%

Total 36,80%

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Cálculos da MOD - Resumo

Subtotal $

a) Salários 201.666,67b) Repousos semanais remunerados 35.200,00c) Férias 22.000,00d) Adicional constitucional de férias 7.333,33e) 13o Salário 22.000,00f) Feriados 8.800,00Subtotal 297.000,00Acréscimo legal outras contribuições 36,80%Total com contribuições 406.296,00Número de horas trabalhadas por ano 2.016,67Total Geral por hora 201,47

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Exercício

Na área industrial da fábrica de Jujubas Peper Mint Ltda. os custos com mão-de-obra alcançam $6,20 por hora. Considerando 40 horas/semana, INSS igual a 22% sobre o salário, FGTS igual a 8%, e 14 dias não trabalhados por ano em decorrência de feriados e folgas abonadas, estime o custo total por hora.

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Custos Indiretos de Fabricação

Custos Indiretos de Fabricação

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Definição de CIFSão os gastos identificados com a função de produção ou elaboração do

serviço a ser comercializado e que, como o próprio nome já revela, não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço

específico. Exemplo : algumas despesas de depreciação, salários de supervisores de diferentes linhas de produção, etc.

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Grande problema dos CIFs

Rateio : extremamente problemático.

Custeio Direto : não rateia nada

RKW ou ABC estratégico : rateia tudo

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Exercício

Determine o custo total dos produtos A, B e C apresentados a seguir:

Produto A Produto B Produto C Indiretos TotalMatéria-Prima 75.000 135.000 140.000 350.000Mão-de-Obra 22.000 47.000 21.000 30.000 120.000Energia Elétrica 18.000 20.000 7.000 40.000 85.000Depreciação 60.000 60.000Seguros 10.000 10.000Materiais Diversos 15.000 15.000Manutenção 70.000 70.000Total 115.000 202.000 168.000 225.000 710.000

Diretos

Extraído de Martins (1998: 60).Extraído de Martins (1998: 60).

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Solução do ExercícioUsando custos diretos como base de rateio

Total$ % $ %

Produto A 115.000 23,7% 53.351 23,7% 168.351Produto B 202.000 41,6% 93.711 41,6% 295.711Produto C 168.000 34,6% 77.938 34,6% 245.938Total 485.000 100,0% 225.000 100,0% 710.000

Diretos Indiretos

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Solução do ExercícioUsando mão de obra direta como base de rateio

$ % $ %Produto A 22.000 24,4% 55.000 24,4%Produto B 47.000 52,2% 117.500 52,2%Produto C 21.000 23,3% 52.500 23,3%Total 90.000 100,0% 225.000 100,0%

Total$ % $ %

Produto A 115.000 23,7% 55.000 24,4% 170.000Produto B 202.000 41,6% 117.500 52,2% 319.500Produto C 168.000 34,6% 52.500 23,3% 220.500Total 485.000 100,0% 225.000 100,0% 710.000

Diretos Indiretos

Mão de Obra Direta Indiretos