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 CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL  ANA LISTA PROCESSUAL - MPU PROFESSOR: PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 1  A ULA 01 Caros alunos, Hoje iniciaremos o estudo de um dos ramos jurídicos mais fascinantes: O Direito Penal. Esta disciplina, cada vez mais presente em concursos públicos, será ainda mais fácil do que o processo penal, pois é constantemente abordada em nosso dia a dia. Sendo assim, atenção total e vamos em frente!!! Bons estudos!!!

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    AULA 01

    Caros alunos,

    Hoje iniciaremos o estudo de um dos ramos jurdicos mais fascinantes: O Direito Penal.

    Esta disciplina, cada vez mais presente em concursos pblicos, ser ainda mais fcil do que o processo penal, pois constantemente abordada em nosso dia a dia.

    Sendo assim, ateno total e vamos em frente!!!

    Bons estudos!!!

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    1. (Consultor Legislativo Senado Federal / 2002) No enunciado "no h crime sem lei anterior que o defina, no h pena sem prvia cominao legal", esto contidos tanto o princpio da legalidade quanto o princpio da anterioridade da lei penal.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: O artigo 1 do Cdigo Penal estampa os princpios da legalidade (reserva legal) e anterioridade ao preceituar:

    Art. 1 - No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal.

    Vamos conhecer melhor estes princpios:

    PRINCPIO DA RESERVA LEGAL Uma das caractersticas de vital importncia do direito penal brasileiro o chamado princpio da reserva legal, o qual encontra previso no s no supracitado artigo, mas tambm na Constituio Federal. Observe:

    Art. 5 (CF)

    [...]

    XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal;

    O princpio da reserva legal no sinnimo do princpio da legalidade, mas espcie.

    A doutrina no raro confunde ou no distingue suficientemente o princpio da legalidade e o da reserva de lei. O primeiro significa a submisso e o respeito lei, ou a atuao dentro da esfera estabelecida pelo legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentao de determinadas matrias h de se fazer, necessariamente, por lei formal.

    Segundo o Professor DAMSIO E. DE JESUS:

    "(...) O princpio da ou de reserva legal tem significado poltico, no sentido de ser uma garantia constitucional dos direitos do homem. Constitui a garantia fundamental da liberdade civil, que no consiste em fazer tudo o que se quer, mas somente aquilo que a lei permite. lei e somente a ela compete fixar as limitaes que destacam a atividade criminosa da atividade legtima. Esta a condio de segurana e liberdade individual. (...)

    Assim, no h crime sem que, antes de sua prtica, haja uma lei descrevendo-o como fato punvel. lcita, pois, qualquer conduta que no se encontre definida em lei penal incriminadora.

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    PRINCPIO DA ANTERIORIDADE Este princpio tem base no j citado art. 5, XXXIX, da Carta Magna e no artigo 1 do CP. Estabelece a necessidade de que o CRIME e a PENA estejam PREVIAMENTE definidos em LEI.

    Mas e durante o chamado vacatio legis, perodo entre a publicao da lei e a sua entrada em vigor, j pode um indivduo ser punido?

    A resposta negativa! Lembre-se sempre de que:

    2. (Polcia Civil / 2006) compatvel com o Estado de direito e o princpio da legalidade:

    A) Proibir edio de normas penais em branco.

    B) Criar crimes, fundamentar ou agravar penas atravs da aplicao de analogia.

    C) Criar crimes e penas com base nos costumes.

    D) Fazer retroagir a lei penal para agravar as penas de crimes hediondos.

    E) Proibir incriminaes vagas e indeterminadas.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Vamos analisar cada alternativa:

    A LEI PENAL PRODUZ EFEITOS A PARTIR DE SUA ENTRADA EM VIGOR. NO PODE

    RETROAGIR, SALVO SE BENEFICIAR O RU.

    PUBLICAO ENTRADA EM VIGOR

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    Alternativa A Incorreta Trata das normas penais em branco, que se adequam perfeitamente ao nosso ordenamento jurdico.

    E voc lembra o que so normas penais em branco? Vamos revisar:

    As normas penais (em sentido genrico) podem ser completas e incompletas.

    Completas so as que definem o delito de maneira precisa e determinada, no necessitando de nenhum complemento.

    Diferentemente, as leis penais incompletas, tambm denominadas "cegas", "abertas" ou normas penais em branco, so disposies com contedo indeterminado. Essas normas necessitam de um ato normativo, de origem legislativa ou administrativa, em geral de natureza extrapenal, para integr-las.

    Vamos exemplificar:

    Nos termos do art. 168-A do CP, que define a apropriao indbita previdenciria, constitui delito o fato de "deixar de repassar previdncia social as contribuies recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal.

    Mas qual o prazo?

    A norma penal no o menciona e para busc-lo devemos recorrer Lei de Custeio da Previdncia Social.

    Sendo assim, como temos que recorrer a uma norma B para complementar um dispositivo A, podemos afirmar que estamos tratando de uma NORMA PENAL EM BRANCO.

    Alternativa B Incorreta Trata da chamada analogia in malam partem, a qual no admitida em nosso ordenamento jurdico. A analogia jurdica consiste em aplicar a um caso no previsto pelo legislador a norma que rege caso anlogo, semelhante. Um possvel exemplo seria a aplicao de dispositivo referente empresa jornalstica a uma firma dedicada edio de livros e revistas. A analogia no diz respeito interpretao jurdica propriamente dita, mas integrao da lei, pois sua finalidade justamente suprir lacunas desta. A analogia se apresenta nas seguintes espcies:

    Analogia in malam partem aquela em que se supre a lacuna legal com algum dispositivo prejudicial ao ru. Isto no possvel no nosso ordenamento jurdico e desta forma j se pronunciou o STF. Observe:

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    Analogia in bonam partem Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma norma favorvel ao ru. Este tipo de analogia aceito em nosso ordenamento jurdico e desta forma j se pronunciou o STF em diversos julgados. Observe:

    Alternativa C Incorreta Segundo o CP e a Constituio Federal, no h crime sem lei anterior que o defina, no cabendo criar delitos com base nos costumes. certo que os costumes podem inspirar uma lei, mas no criar penas e crimes.

    Alternativa D Incorreta A lei penal no retroage, salvo para beneficiar o ru.

    Alternativa E Correta Com base no Estado democrtico de direito, incriminaes vagas e indeterminadas devem realmente ser proibidas.

    A Lei deve ser certa, vedada a indeterminao ou a impreciso. o chamado "mandato de certeza". A Lei Incriminadora no deve conter as denominadas "clusulas gerais do tipo", que so expresses ambguas ou vazias de contedo.

    STF - INQURITO: Inq 1145 PB 19.12.2006

    No possvel abranger como criminosas condutas que no tenham pertinncia em relao conformao estrita do enunciado penal. No se pode pretender a aplicao da analogia para abarcar hiptese no mencionada no dispositivo legal (analogia in malam partem). Deve-se adotar o fundamento constitucional do princpio da legalidade na esfera penal. Por mais reprovvel que seja a lamentvel prtica da "cola eletrnica", a persecuo penal no pode ser legitimamente instaurada sem o atendimento mnimo dos direitos e garantias constitucionais vigentes em nosso Estado Democrtico de Direito.

    HC/97676 - HABEAS CORPUS 03/08/2009

    Assim, perfeitamente aplicvel a analogia in bonam partem, a fim de extinguir a punibilidade do ru, garantindo-se a aplicao do princpio da isonomia, pois defeso ao julgador conferir tratamento diverso a situaes equivalentes.

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    3. (Analista Judicirio / 2006) A lei penal aplica-se retroativamente quando o crime torna-se contraveno penal.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: A lei penal retroage para beneficiar o ru, e este regramento encontra previso no art. 2 do Cdigo Penal, que dispe:

    Art. 2 [...] Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

    Sendo assim, como na questo temos uma penalizao mais grave passando a uma menor, aplica-se a retroatividade.

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    4. (SERPRO / 2001) Um paciente, vtima de um atropelamento, est internado em um hospital de Buenos Aires, recebendo tratamento mdico de emergncia. Seu estado grave. Deve, pois, tomar determinado medicamento de trs em trs horas, com o que dever se curar. O controle de sua evoluo clnica feito por computador. Um brasileiro, radicado em So Paulo, invade o computador daquele hospital e altera aquela periodicidade para 6 horas. O paciente morre. Neste caso, podemos afirmar que o crime foi cometido tanto no Brasil quanto na Argentina.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: Segundo a doutrina, trs teorias tentam solucionar os conflitos referentes determinao do local em que ocorreu um delito. So elas:

    TEORIA DA ATIVIDADE O CRIME COMETIDO NO LUGAR ONDE FOI PRATICADA A ATIVIDADE (CONDUTA= AO OU OMISSO).

    TEORIA DO RESULTADO O LUGAR DO CRIME ONDE OCORREU O RESULTADO, INDEPENDENTEMENTE DE ONDE FOI PRATICADA A CONDUTA.

    PARA RELEMBRAR:

    CRIME X CONTRAVENO

    Para encontrar a diferenciao entre estes dois termos to utilizados, devemos recorrer Lei de Introduo ao Cdigo Penal, que dispe em seu artigo 1:

    Art 1 Considera-se crime a infrao penal que a lei comina pena de recluso ou de deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraveno, a infrao penal a que a lei comina, isoladamente, pena de priso simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

    Logo, do exposto, podemos resumir:

    CRIME PENA DE RECLUSO OU DETENO (isoladamente, alternativa ou cumulativamente com multa).

    CONTRAVENO ISOLADAMENTE PRISO SIMPLES OU MULTA.

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    TEORIA MISTA (OU DA UBIQIDADE) CONSIDERA, POR SUA VEZ, QUE O CRIME COMETIDO TANTO NO LUGAR DA ATIVIDADE QUANTO NO LUGAR DO RESULTADO.

    O Cdigo Penal adotou a teoria da ubiqidade, considerando como local do crime tanto o lugar da atividade quanto o do resultado. Veja:

    Art. 6 - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

    Desta forma, na questo:

    5. (AFRF / 2002 ) Aplica-se a lei brasileira, com prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: O Brasil adota a o princpio da territorialidade mitigada ou temperada. Conforme previso do art. 5 do CP. Segundo este princpio, a lei penal brasileira aplica-se em todo territrio nacional, ressalvado o disposto em tratados, convenes ou regras de direito internacional. Observe o texto legal:

    Art. 5 - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional.

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    6. (Polcia Civil - Delegado / 2002 ) Para efeitos penais, no se consideram como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A alternativa generaliza e, assim, contraria o pargrafo 1 do artigo 5, que considera como extenso do territrio nacional:

    1. AS EMBARCAES E AERONAVES BRASILEIRAS DE NATUREZA PBLICA;

    2. AS EMBARCAES E AERONAVES BRASILEIRAS A SERVIO DO GOVERNO BRASILEIRO;

    3. AS AERONAVES E AS EMBARCAES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE PROPRIEDADE PRIVADA QUE SE ACHEM, RESPECTIVAMENTE, NO ESPAO AREO CORRESPONDENTE OU EM ALTO-MAR.

    Veja o texto legal:

    Art. 5 [...] 1 - Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar.

    7. (Polcia Civil - Delegado / 2006) No se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando- se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Claramente incorreta. A banca repetiu o pargrafo 2 do artigo 5, colocando a palavra No na frente. Observe:

    2 - tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

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    8. (AFRF / 2002 ) Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: Reproduo exata do artigo 4, que trata do tempo do crime. Neste ponto, MUITO CUIDADO para no confundir com o LOCAL DO CRIME:

    Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    TEMPO DO CRIME TEORIA DA ATIVIDADE; LOCAL DO CRIME TEORIA DA UBIQUIDADE. A adoo da teoria da atividade para a determinao do tempo do crime apresenta algumas conseqncias, dentre as quais as seguintes so importantes para a sua PROVA:

    1. Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benfica.

    2. Apura-se a imputabilidade NO MOMENTO DA CONDUTA. Antes de prosseguirmos, necessrio o conhecimento bsico de alguns conceitos:

    DICIONRIO DO CONCURSEIRO

    CRIME PERMANENTE O CRIME CUJO MOMENTO CONSUMATIVO SE PROLONGA NO TEMPO. EXEMPLO: CP, ART. 148 - SEQUESTRO E CRCERE PRIVADO.

    CRIME CONTINUADO O INSTITUTO DO CRIME CONTINUADO UMA FICO JURDICA QUE, EXIGINDO O CUMPRIMENTO DE REQUISITOS OBJETIVOS (MESMA ESPCIE, CONDIES DE TEMPO, LUGAR, MANEIRA DE EXECUO E OUTRAS SEMELHANTES), EQUIPARA A REALIZAO DE VRIOS CRIMES A UM S. EXEMPLO: CAIXA DE SUPERMERCADO QUE, DIA APS DIA, E NA ESPERANA DE QUE O SEU SUPERIOR EXERA AS SUAS FUNES NEGLIGENTEMENTE, TIRA PEQUENO VALOR DIRIO DO CAIXA, QUE PODE TORNAR-SE CONSIDERVEL COM O PASSAR DO TEMPO.

    CRIME HABITUAL CONSOANTE CAPEZ, " O COMPOSTO PELA REITERAO DE ATOS QUE REVELAM UM ESTILO DE VIDA DO AGENTE, POR EXEMPLO, RUFIANISMO (CP, ART. 230), EXERCCIO ILEGAL DA MEDICINA; S SE CONSUMA COM A HABITUALIDADE NA CONDUTA.

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    Prosseguindo:

    3. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem jurdico (Exemplo: extorso mediante seqestro), o tempo do crime se dilatar pelo perodo de permanncia. Assim, se o autor, menor, durante a fase de execuo do crime vier a atingir a maioridade, responder segundo o Cdigo Penal e no segundo o Estatuto da Criana e do Adolescente ECA (Lei n. 8.069/90).

    4. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta ltima a toda unidade delitiva, desde que sob a sua vigncia continue a ser praticado.

    A smula 711 do STF resume os itens 03 e 04. Observe:

    CAIXAROUBOUR$100,00

    CAIXAROUBOUR$100,00

    CAIXAROUBOUR$100,00

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    5. No Crime Habitual em que haja sucesso de leis, deve ser aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.

    9. (AFRF / 2002 ) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, no se aplica aos fatos anteriores ela.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A lei penal retroage para beneficiar o ru.

    10. (MPU / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-se afirmar que se sujeitam lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, os crimes contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado ou de Municpio.

    GABARITO: CERTA

    COMENTRIOS: Exige o conhecimento do art. 7 do CP. Vou apresentar um resumo esquemtico deste importante dispositivo e, posteriormente, vamos analisar a questo.

    EEXXTTRRAATTEERRRRIITTORRIIAALLIDDAADDE AARRTT.. 7 CCPP FICAM SUJEITOS LEI BRASILEIRA, EMBORA COMETIDOS NO ESTRANGEIRO OS CRIMES:

    OBSERVAES:

    CONTRA A VIDA OU A LIBERDADE DO PRESIDENTE DA REPBLICA;

    O agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

    CONTRA O PATRIMNIO OU A F PBLICA DA UNIO, DO DISTRITO FEDERAL, DE ESTADO, DE TERRITRIO, DE MUNICPIO, DE EMPRESA

    SSMMUULLAA 771111 DDOO SSTTFF

    AA LEII PPENNAAL MAAIIS GRAAVVE AAPLLIICAA-SEE AOO CCRIIMEE COONTINNUUAADOO OOUU AAO CRIIMEE PERRMANNEENTE,, SSE A SUA VIIGNCIA ANTERRIOORR

    CEESSSAOO DDAA COONNTTINNUUIIDAADEE OU DAA PPEERMAANNNCCIAA.

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    PBLICA, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, AUTARQUIA OU FUNDAO INSTITUDA PELO PODER PBLICO;

    CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA, POR QUEM EST A SEU SERVIO;

    DE GENOCDIO, QUANDO O AGENTE FOR BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL;

    QUE, POR TRATADO OU CONVENO, O BRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR;

    A aplicao da lei brasileira depende do concurso das seguintes condies:

    1. Entrar o agente no territrio nacional; 2. Ser o fato punvel tambm no pas em que

    foi praticado; 3. Estar o crime includo entre aqueles pelos

    quais a lei brasileira autoriza a extradio; 4. No ter sido o agente absolvido no

    estrangeiro ou no ter a cumprido a pena; 5. No ter sido o agente perdoado no

    estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel.

    PRATICADOS POR BRASILEIRO;

    PRATICADOS EM AERONAVES OU EMBARCAES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE PROPRIEDADE PRIVADA, QUANDO EM TERRITRIO ESTRANGEIRO E A NO SEJAM JULGADOS.

    O caso apresentado pela banca a reproduo exata do Art. 7, I, b do CP e, portanto, est correta. Veja:

    b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico

    11. (Analista Judicirio / 2007) Sobre a aplicao da lei penal, considere:

    I. A lei excepcional ou temporria no se aplica ao fato praticado durante sua vigncia, se decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram.

    II. Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

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    III. A lei brasileira no se aplica aos crimes contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico, se praticados no estrangeiro.

    IV. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

    V. Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes contra a administrao pblica praticados por qualquer pessoa.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    A) I e III. B) I e V. C) II e III. D) II e IV.

    GABARITO: D

    COMENTRIOS: Vamos analisar as afirmativas:

    Afirmativa I Este item nos permite traar importantes pontos sobre a aplicabilidade penal em leis temporrias e excepcionais. Antes de tudo vamos compreender a diferena entre os dois dispositivos:

    Para melhor compreenso, imagine a seguinte situao: Uma lei editada atribuindo penalizao de recluso de 5 a 8 anos para os indivduos que gastem uma quantidade de gua superior a 300 litros por ms durante certo perodo de racionamento. Esta lei entra em vigor em 01 de janeiro de 2010 e termina em 31 de dezembro do mesmo ano.

    LEIS TEMPORRIAS SO AQUELAS QUE TRAZEM EM SEU TEXTO O TEMPO DETERMINADO DE SUA VALIDADE. POR EXEMPLO, A LEI TER VALIDADE AT 15 DE NOVEMBRO DE 2012 - UM PERODO CERTO.

    LEIS EXCEPCIONAIS SO AS QUE TM SUA EFICCIA VINCULADA A UM ACONTECIMENTO DO MUNDO FTICO, COMO POR EXEMPLO UMA GUERRA. NELSON HUNGRIA CITA A LEI QUE ORDENAVA QUE, EM TEMPO DE GUERRA, TODAS AS PORTAS DEVERIAM SER PINTADAS DE PRETO, OU SEJA, A GUERRA UM PERODO INDETERMINADO, MAS, DURANTE O SEU TEMPO, CONSTITUA CRIME DEIXAR DE PINTAR A PORTA. AO TRMINO DA GUERRA, A LEI PERDERIA EFICCIA.

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    Tcio, no ms de outubro do supracitado ano, durante a vigncia da lei, gasta 500 litros de gua e tal fato s descoberto no dia 29 de dezembro. Para este caso, dar tempo de ele ser condenado? E se for, no dia 1 de janeiro teremos a abolitio criminis? Para responder a estas perguntas e evitar situaes absurdas que tirariam o sentido de determinadas leis, dispe o Cdigo Penal:

    Art. 3 - A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia.

    Desta forma, podemos afirmar que as LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORRIAS POSSUEM ULTRATIVIDADE, pois, aplicam-se sempre ao fato praticado durante sua vigncia.

    Esquematizando:

    Afirmativa II Correto Reproduz o art. 4 do CP. Afirmativa III Incorreta Contraria o Art. 7, I, b que dispe:

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico;

    Afirmativa IV Correta Trata da aplicabilidade da lei penal no que diz respeito ao local do crime (art. 6 CP).

    INCIO DA VIGNCIA

    ATO CONTRRIO

    LEI

    TRMINO DA VIGNCIA

    LEI TEMPORRIA PERODO DE VIGNCIA DEFINIDO LEI EXCEPCIONAL SITUAO DE ANORMALIDADE

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    Afirmativa V Incorreta Nos termos do art. 7, I, C, aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes contra a administrao pblica praticados por que est a seu servio.

    12. (TCM-PE / 2008) A organizao no-governamental holandesa Expanding minds, dirigida pelo psiclogo holands Johan Cruiff, possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do mundo recebendo pessoas que desejam consumir substncias entorpecentes que alteram a percepo da realidade. O prefeito de um municpio decide embarcar para fazer uso recreativo da substncia Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Na ocasio em que ele fez uso dessa substncia, o barco estava em alto-mar, alm do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro pas. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de substncia entorpecente e que a maconha considerada pela legislao brasileira uma substncia entorpecente, ao passo que a Holanda admite esse consumo para fins recreativos, podemos afirmar que o prefeito responder pelo crime de consumo de substncia entorpecente.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A regra, segundo o Cdigo Penal, a aplicao do princpio da territorialidade. Logo, no caso apresentado, se o navio com bandeira holandesa est em alto mar, alm do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro pas, no h que se falar em aplicabilidade da Lei Penal Brasileira.

    13. (TJ-DF/ 2003) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se somente a fatos anteriores ainda no decididos por sentena.

    GABARITO: ERRADA

    LIMITE TERRITORIAL ALTO MAR

    LEI BRASILEIRA LEI DO PAS DO NAVIO

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    COMENTRIOS: A lei posterior que, de qualquer modo, favorece o agente ser aplicada, ainda que os fatos j tenham sido decididos por sentena penal transitada em julgado. o que prev o artigo 2, pargrafo nico, do CP.

    14. (TJ-DF/ 2003) Ningum pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo, preservando-se, no entanto, os efeitos penais da sentena condenatria.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Trata da abolitio criminis prevista no artigo 2, caput, do CP. Sabemos que a abolitio criminis faz cessar a execuo da pena, bem como os efeitos penais da sentena penal condenatria.

    15. (TJ-DF/ 2003) A lei excepcional ou temporria, decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, perde a sua eficcia, mesmo com relao aos fatos praticados durante a sua vigncia.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A lei excepcional ou temporria continua a reger os fatos ocorridos sob sua vigncia, mesmo depois de auto-revogadas (artigo 3, do CP).

    16. (TJ-DF/ 2003) Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: De acordo com o artigo 4, do CP, considera-se praticado o crime no momento da conduta (atividade), independentemente de quando vem a ocorrer o resultado.

    Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado

    17. (TJ-DF/ 2003) Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade de governador de Estado brasileiro.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Aplica-se a lei penal brasileira, de forma incondicionada, quando praticado o fato no exterior em detrimento da VIDA ou LIBERDADE do Presidente da Repblica, e no do Governador de Estado.

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    18. (PGFN / 2007) luz da aplicao da lei penal no tempo, dos princpios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as afirmaes abaixo relativas ao fato de Mvio ter sido processado pelo delito de adultrio em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de maro de 2005, aboliu o crime de adultrio:

    I. Caso Mvio j tenha sido condenado antes de maro de 2005, permanecer sujeito pena prevista na sentena condenatria.

    II. A lei penal pode retroagir em algumas hipteses.

    III. Caso Mvio no tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdio, poder ocorrer a extino de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo ru.

    IV. Na hiptese, ocorre o fenmeno da abolitio criminis.

    A) Todas esto corretas.

    B) Somente I est incorreta.

    C) I e IV esto corretas.

    D) I e III esto corretas.

    E) II e IV esto corretas.

    GABARITO: E

    COMENTRIOS: Vamos analisar as alternativas.

    Item I Incorreto O fato de Mvio j ter sido condenado no importa no caso em tela, pois, segundo o art. 2 do CP, a retroao atinge os efeitos penais da sentena condenatria.

    Art. 2 - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

    Item II Correto Em alguns casos, como quando beneficia o ru, ocorre a retroao da lei penal.

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    Item III Incorreto No h qualquer obrigatoriedade de provocao por parte do ru. Os efeitos de uma lei mais benfica alcanam AUTOMATICAMENTE os que por ele foram atingidos.

    Item IV Correto O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como lcito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza fato que era considerado infrao penal.

    19. (PROCURADOR - PA / 2009 - Adaptada) A lei penal em branco inversa ou ao avesso aquela em que o preceito primrio completo, mas o secundrio reclama complementao, que deve ser realizado obrigatoriamente por uma lei, sob pena de violao ao princpio da reserva legal.

    GABARITO: CERTA

    COMENTRIOS: Conforme lio do professor Luiz Flvio Gomes, fala-se em norma penal em branco, ao revs ou invertida quando o complemento normativo diz respeito sano, no ao contedo da proibio. A lei penal incriminadora remete para outra a descrio do contedo sancionatrio. Note-se que o complemento normativo, nesse caso, deve emanar necessariamente do legislador, porque somente ele que pode cuidar da sano penal. A Lei 2.889/56, que cuida do genocdio, constitui claro exemplo de lei penal em branco ao revs ou invertida porque ela mesma no cuidou diretamente da pena, mas fez expressa referncia a outras leis no que diz respeito a esse ponto.

    20. (PROCURADOR - PA / 2009 - Adaptada) Pode ser aplicada, no Direito Penal, a analogia in malam partem, que aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei mais favorvel ao ru.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: No admissvel do direito penal brasileiro a analogia in malam partem.

    21. (PROCURADOR - PA / 2009 - Adaptada) No crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigncia de uma, e prossiga durante o imprio de outra mais severa, aplica-se a lei anterior mais benfica.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Contraria a smula 711 do STF que dispe:

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    22. (MPE RS / 2008) Tcio praticou um delito, foi processado e condenado. Um dia aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, uma lei nova, mantendo a mesma descrio do fato delituoso, modificou a pena cominada para esse delito. Nesse caso, aplica-se a lei nova, se for mais benfica ao autor do delito.

    GABARITO: CERTA

    COMENTRIOS: Vamos esquematizar:

    TCIO PRATICOU UM DELITO

    JULGADO E CONDENADO

    LEI NOVA

    A LEI POSTERIOR, QUE DE QUALQUER MODO FAVORE-CER O AGENTE, APLICA-SE AOS FATOS ANTERIORES, AINDA QUE DECIDIDOS POR SENTENA CONDENATRIA TRANSITADA EM JULGADO.

    SSMMULAA 7 111 DDO STF

    L EI I PPENNAA L MA AII S GRAAVV E AAPL LII CAA- SE E AO O CC RII ME E COON TIN NUUAADO O OOU U AA O C RII ME E PERRMANNEENT E, , SS E A SU A VII GN CI A ANTER RIO OR R

    CEESSSAO O DDA A COONNT TIN NUUII DAADEE O U DA A PPEERMAANNNC CIA A.

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    23. (MPU / 2007 Adaptada) Luiz foi condenado pena de 1 (um) ano de recluso em outro pas por crime cometido no Brasil. Aps ter cumprido integralmente a pena, retornou ao territrio nacional e foi preso para cumprir pena de 2 (dois) anos de recluso que lhe fora imposta, pelo mesmo fato, pela Justia Criminal brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro no ser descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem de condenaes impostas em diferentes pases.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Segundo o art. 8 do Cdigo Penal, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela computada, quando idnticas.

    Como na questo as penas so idnticas, o tempo j cumprido dever ser descontado do perodo ainda a cumprir.

    24. (MPU / 2007) No que tange aplicao da lei penal, considere:

    I. crime cometido no estrangeiro contra a administrao pblica, por quem est a seu servio; II. crime de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que no punvel no pas em que foi praticado.

    Dentre os crimes acima, ficam sujeitos lei brasileira os indicados APENAS em:

    A) I. B) II. C) I e II. D) I e III. E) II e III.

    GABARITO: C

    COMENTRIOS: A questo exige o conhecimento do art. 7 do Cdigo Penal.

    Item I Correto Conforme art. 7, I, c:

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    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: [...] c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio;

    Item II Correto De acordo com o disposto no art. 7, I, d:

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: [...] d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

    Item III Incorreto Imagine que Mvio viaja para Holanda e resolve experimentar maconha (produto cuja utilizao permitida neste pas). Dias depois volta para o Brasil. Poder ser ele preso por ter cometido em um pas estrangeiro um ato que, embora aqui seja crime, l permitido? Claro que no, e, exatamente por isso, o item est incorreto.

    25 (Advogado CEF / 2010) No que diz respeito lei penal no tempo e no espao, correto afirmar que a vigncia de norma penal posterior atender ao princpio da imediatidade, no incidindo, em nenhum caso, sobre fatos praticados na forma da lei penal anterior. No tocante lei penal no espao, o Cdigo Penal (CP) adota o princpio da territorialidade como regra geral.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado (CP, art. 2, pargrafo nico). Logo, incorreto afirmar que em nenhum caso lei posterior incide sobre fatos praticados na forma da lei penal anterior. Complementando, a parte final da questo est correta, pois o Cdigo Penal adota como regra o princpio da territorialidade.

    26. (Promotor de Justia Substituto MPE-SE / 2010) De acordo com a lei penal brasileira, o territrio nacional estende-se a embarcaes e aeronaves brasileiras de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

    GABARITO: CERTA

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    COMENTRIOS: Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar (CP, art. 5, 1).

    27. (Analista de Trnsito DETRAN-DF / 2009) A lei penal admite interpretao analgica, recurso que permite a ampliao do contedo da lei penal, atravs da indicao de frmula genrica pelo legislador.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: Interpretao analgica uma hiptese de interpretao extensiva. Trata-se de uma extenso do contedo da norma aos casos analgicos correspondentes vontade da lei. Tal espcie de interpretao perfeitamente admitida, pois o prprio dispositivo legal permite se aplique analogicamente o preceito.

    28. (Analista de Trnsito DETRAN-DF / 2009) O princpio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criao de crimes e penas pelos costumes.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: O princpio da legalidade est previsto no art. 1 do Cdigo Penal, segundo o qual no h crime sem lei anterior que o defina e no h pena sem prvia previso legal. Tal princpio atribui unicamente lei a possibilidade de definir condutas delituosas e impor sanes. Assim, no possvel que os costumes, os atos normativos secundrios e a analogia penal in malam partem sirvam de base para a alterao do preceito incriminador.

    29. (Analista Judicirio TJ-DF / 2008) Considere a seguinte situao hipottica. Entrou em vigor, no dia 1./1/2008, lei temporria que vigoraria at o dia 1./2/2008, na qual se preceituou que o aborto, em qualquer de suas modalidades, nesse perodo, no seria crime. Nessa situao, se Ktia praticou aborto voluntrio no dia 20/1/2008, mas somente veio a ser denunciada no dia 3/2/2008, no se aplica a lei temporria, mas sim a lei em vigor ao tempo da denncia.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Conforme o art. 3 do Cdigo Penal, aplica-se a lei temporria aos fatos praticados durante sua vigncia. Assim, no caso apresentado, como o aborto foi praticado quando a norma temporria estava em vigor, esta dever ser aplicada, independentemente da data do oferecimento da denncia.

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    30. (Delegado Polcia Civil TO / 2008) Considere que um indivduo seja preso pela prtica de determinado crime e, j na fase da execuo penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situao, o indivduo cumprir a pena imposta na legislao anterior, em face do princpio da irretroatividade da lei penal.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A regra no direito penal o da irretroatividade da lei penal, salvoquando a nova norma for mais benfica ao ru. Como no caso em tela trata-se de lei mais branda, esta retroagir, nos termos do pargrafo nico do art. 2 do Cdigo Penal.

    31. (OAB-SP / 2009) Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais e civis da sentena condenatria.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: Conforme preceituado no art. 2, caput, do Cdigo Penal, ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Assim, o fato de lei posterior deixar de considerar crime determinada conduta s atinge os efeitos penais, no atingindo os efeitos civis da sentena condenatria.

    32. (OAB-SP / 2009) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o resultado, sendo irrelevante o local onde deveria produzir-se o resultado.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: O art. 6 do Cdigo Penal, ao definir o critrio adotado para a definio do local do crime, adota a teoria da ubiqidade, segundo a qual se considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Desta forma, o citado dispositivo legal garante a relevncia jurdica do local em que o resultado foi produzido.

    33. (Execuo de Mandatos STF / 2008) Se o presidente do STF, em palestra proferida em seminrio para magistrados de todo o Brasil, interpreta uma lei penal recm-publicada, essa interpretao considerada interpretao judicial.

    GABARITO: ERRADA

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    COMENTRIOS: A situao apresentada na questo vincula-se a interpretao doutrinria que efetuada pelos renomados conhecedores de Direito em seus comentrios s leis. A interpretao jurisprudencial (ou judicial) emana dos rgos do Poder Judicirio. So as reiteradas manifestaes judiciais sobre um determinado assunto legal, que explicitam a orientao que os juzes

    34. (Fiscal Tributrio- Prefeitura ES / 2008) Segundo o princpio da reserva legal, apenas a lei em sentido formal pode criar tipos penais. Dessa maneira, a norma penal em branco, que exige complementao de outras fontes normativas, fere o mencionado princpio e, consequentemente, inconstitucional.

    GABARITO: ERRADA

    COMENTRIOS: O princpio da reserva legal decorre do princpio da legalidade e encontra-se exposto no art. 1 do Cdigo Penal segundo o qual no h crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prvia cominao legal. Tal princpio no impede a existncia da norma penal em branco que, apesar de ser lei em sentido formal, depende do complemento de outras normas jurdicas ou da futura expedio de certos atos administrativos.

    35. (Auditor TCE PR / 2003) O agente B seqestra pessoa com o fim de obter para si vantagem em dinheiro, consistente no pagamento de resgate. B condenado por extorso mediante seqestro (art. 159 do Cdigo Penal). Pode-se dizer que, neste caso, trata-se de crime permanente.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: Essa questo exige do candidato o conhecimento de uma das diversas classificaes existentes para o crime. Crime permanente o que se prolonga no tempo, aplicando-se, por exemplo, no caso do sequestro. Segue abaixo um quadro resumo com as classificaes mais importantes para sua prova:

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    CCLAASSIFFICAO DDESCRRIO SUSSCCINNTTAA EXEMPLOO

    COMUNS PRATICADOS POR QUALQUER PESSOA. FURTO

    PRPRIOS PRATICADOS POR PORTADORES DE CAPACIDADE ESPECIAL.

    PECULATO

    CRIMES INSTANTNEOS

    QUANDO CONSUMADO, ENCERRA-SE. FURTO

    PERMANENTES PROLONGA-SE NO TEMPO. CRCERE PRIVADO

    CRIMES COMISSIVOS ATIVIDADE POSITIVA DO AGENTE, UMA AO. ROUBO

    OMISSIVOS PRPRIOS CRIME QUE, ABSTRATAMENTE, OMISSIVO. A OMISSO DO AUTOR QUANDO DEVE AGIR.

    OMISSO DE SOCORRO

    OMISSIVOS IMPRPRIOS

    CRIME QUE, ABSTRATAMENTE, COMISSIVO. A LEI DESCREVE UMA CONDUTA DE FAZER, MAS O AGENTE SE NEGA ACUMPRIR O DEVER DE AGIR.

    ART. 13 CP - ME DEIXA DE

    ALIMENTAR A CRIANA

    MATERIAIS

    CRIME QUE POSSUI UMA CONDUTA E UM RESULTADO NATURALSTICO, SENDO AOCORRNCIA DESTE LTIMO NECESSRIA PARA A CONSUMAO.

    HOMICDIO MORTE

    FORMAIS CONSUMADO INDEPENDENTE DO RESULTADO NATURALSTICO.

    AMEAA

    MERA CONDUTA NO EXIGE QUALQUER RESULTADO NATURALSTICO. ATO OBSCENO

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    SIMPLES OCORRE QUANDO O TIPO LEGAL NICO. HOMICDIO SIMPLES

    QUALIFICADOS AO TIPO SIMPLES, AGREGA SITUAO QUE ELEVA OU MAJORA A PENA.

    ART. 121, 2

    PRIVILEGIADOS AS CIRCUNSTNCIAS DO CRIME SO MINORATIVAS, ISTO , ATENUAM A PENA.

    HOMICDIO PRATICADO POR

    RELEVANTE VALOR MORAL

    COMPLEXOS DOIS OU MAIS TIPOS EM UMA NICA DESCRIO LEGAL. ROUBO = FURTO +

    AMEAA

    36. (Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime formal, quando depende do resultado para se consumar.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: O crime formal aquele que se consuma independente do resultado naturalstico. Neste tipo de delito, o resultado pode at ocorrer, mas, para a consumao do crime, indiferente. Exemplos: No delito de ameaa, a consumao d-se com a prtica do fato, no se exigindo que a vtima realmente fique intimidada. No de injria, suficiente que ela exista, independentemente da reao psicolgica do indivduo.

    37. (Analista Judicirio - Judiciria / 2004) Diz-se que o crime material, quando o resultado, se ocorrer, mero exaurimento.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Crime material aquele em que o tipo penal guarda em seu interior uma conduta e um resultado naturalstico, sendo a ocorrncia deste ltimo necessria para a consumao. Exemplo: o caso do homicdio, cuja consumao caracterizada pelo falecimento da vtima.

    38. (Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime de mera conduta, aquele que pode ou no ter resultado.

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    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: No crime de mera conduta, a lei no exige qualquer resultado naturalstico, contentando-se com a ao ou omisso do agente. Em outras palavras, o tipo no descreve o resultado, consumando-se a infrao com a simples conduta. Exemplos: Violao de domiclio, ato obsceno, omisso de notificao de doena e a maioria das contravenes.

    39. (Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime omissivo prprio, aquele que depende de resultado para se consumar.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: No crime omissivo prprio, a conduta omissiva j est prevista em lei e, portanto, a simples omisso, independentemente de qualquer resultado, j capaz de ser considerada crime.

    40. (Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime comissivo por omisso, aquele que no dispensa o resultado para se consumar.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: No delito omissivo imprprio ou comissivo por omisso, por no haver tipificao expressa, o no agir s ser punido se dele provier um resultado negativo.

    41. (AFT / 2003) "Abandonar pessoa que est sob seu cuidado, guarda, vigilncia ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono" (CP. art. 133), quanto ao sujeito ativo, crime prprio.

    GABARITO: CERTA COMENTRIOS: Como vimos no quadro acima, crime prprio aquele que exige uma caracterstica especial do sujeito ativo. No caso apresentado, o artigo 133 exige para a tipificao que a pessoa tenha algum sob sua guarda, logo, exige uma caracterstica particular.

    42. (TCE / 2008) "Deixar, o ex-administrador de instituio financeira, de apresentar, ao interventor, liqidante, ou sndico, nos prazos e condies estabelecidas em lei as informaes, declaraes ou documentos de sua responsabilidade" (Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986, art. 12).Esse tipo legal de crime configura crime prprio

    GABARITO: CERTA

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    COMENTRIOS: Esta questo tambm trata de um crime prprio, ou seja, reproduz um artigo que exige uma qualidade especial do agente. No caso em questo, a qualificao como ex-administrador de instituio financeira.

    43. (MPE RN / 2009) Denomina-se crime complexo se enquadra num nico tipo legal.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Dizemos ser crime complexo quando este encerra dois ou mais tipos em uma nica descrio legal (ex.: roubo = furto + ameaa) ou quando, em uma figura tpica, abrange um tipo simples acrescido de fatos ou circunstncias que, em si, no so tpicos (ex.: constrangimento ilegal = crime de ameaa + outro fato, que a vtima fazer o que no quer ou no fazer o que deseja).

    44. (Procurador do BACEN / 2009) O resultado prescindvel para a consumao nos crimes materiais.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A questo pergunta quais so os delitos em que o resutado prescindvel, ou seja, no necessrio. Nos crimes formais e de mera conduta, diferentemente do que ocorre nos crimes materiais, no h necessidade de qualquer resultado naturalstico para a consumao.

    45. (Tcnico Administrativo MPU / 2005) No tocante relao de causalidade, prevista no art. 13 do Cdigo Penal, pode-se afirmar que:

    A) a supervenincia de causa relativamente dependente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado. B) a omisso penalmente relevante quando o omitente no podia e no devia agir para evitar o resultado. C) a supervenincia de causa relativamente independente no exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado. D) o resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. E) se considera causa somente a ao sem a qual o resultado teria ocorrido.

    GABARITO: D COMENTRIOS: Esta questo exige do concursando o conhecimento do assunto nexo de causalidade. Vamos fazer uma breve reviso:

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    A relao de causalidade ou nexo causal ou nexo de causalidade a forma segundo a qual se verifica o vnculo entre a conduta do agente e o resultado ilcito. Sobre o tema, estabelece o artigo 13 do Cdigo Penal:

    Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.

    Paralelamente causa, existe o que se denomina, doutrinariamente, concausa. As chamadas concausas nada mais so do que outras causas que concorrem juntamente no fato ento praticado e do fora, de uma forma ou de outra, ao resultado. As concausas subdividem-se em:

    CAUSA DEPENDENTE aquela que dependente da conduta. S acontece por causa da conduta e, assim, no exclui a relao de causalidade. Ocorre como uma verdadeira sucesso de acontecimentos previsveis. Exemplo: A morte em um homicdio advm da hemorragia interna que foi causada pelo impacto da bala que veio da exploso provocada pela arma feita pela conduta da pessoa que pressionou o gatilho.

    CAUSA INDEPENDENTE aquela que acontece por motivos diversos da conduta. Apresenta um resultado inesperado e no usual. As causas independentes subdividem-se em absolutamente independentes e relativamente independentes, podendo estas serem preexistentes, concomitantes ou supervenientes.

    Mas professor... Quais os efeitos das concausas?

    RESULTADO

    MORTE HEMORRAGIA IMPACTO DA BALA

    EXPLOSO DA ARMA

    CONDUTA

    CAUSA

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    Podemos resumir da seguinte forma:

    CAUSAS

    ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES

    RELATIVAMENTE INDEPENDENTES

    PREEXISTENTES

    CONCOMITANTES

    SUPERVENIENTES

    PREEXISTENTES

    CONCOMITANTES

    SUPERVENIENTES

    ROMPEM O NEXO CAUSAL E RESPONDE

    O AGENTE PELOS ATOS PRATICADOS

    AT ENTO

    NO ROMPEM O NEXO CAUSAL E RESPONDE

    O AGENTE PELO RESULTADO

    NATURALSTICO

    QUE NO PRODUZIRAM POR

    SI SS O RESULTADO

    QUE PRODUZIRAM POR SI SS O RESULTADO

    ROMPEM O NEXO CAUSAL

    DEPENDENTES

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    Agora que voc j relembrou o tema, vamos analisar as alternativas: Alternativa A Incorreta Perceba que a banca substitui a palavra independente por dependente, tentando desta forma confundir o candidato quanto redao do artigo 13.

    Art. 13 [...] 1 - A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

    AlternativaB Incorreta Omisso relevante para o Direito Penal o no cumprimento de um dever jurdico de agir em circunstncias tais que o omitente tinha a possibilidade fsica ou material de realizar a atividade devida. Conseqentemente, a omisso passa a ter existncia jurdica desde que preencha os seguintes pressupostos: 1 - Dever jurdico que impe uma obrigao de agir ou uma obrigao de evitar um resultado proibido; 2 - Possibilidade fsica, ou material, de agir.

    Alternativa C Incorreta Assim como a alternativa A, contraria o pargrafo 1 do artigo 13.

    Alternativa D Correta Para que haja a imputao do resultado a um indivduo, h necessidade da conduta voltada para o fato.

    Alternativa E Incorreta No somente a ao que considerada causa. A omisso tambm pode ser causa de um resultado. o caso, por exemplo, do salva-vidas que se omite e deixa um banhista, antigo desafeto, afogar-se.

    46. (Analista Administrativo / 2006) A relao de causalidade no excluda por concausa superveniente absolutamente independente.

    GABARITO: ERRADA

    A OMISSO PENALMENTE RELEVANTE QUANDO O OMITENTE PODIA E DEVIA AGIR PARA EVITAR O

    RESULTADO.

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    COMENTRIOS: Contraria a caracterstica primordial das causas supervenientes absolutamente independentes, ou seja, o fato de estas causas romperem o nexo causal.

    47. (Tcnico Judicirio / 2008) A relao de causalidade no normativa, mas ftica, nos crimes omissivos imprprios ou comissivos por omisso.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: A relao de causalidade nos crimes omissivos imprprios normativa (prevista em lei) e encontra-se no pargrafo 2 do artigo 13 do Cdigo Penal.

    Art. 13

    [...]

    2 - A omisso penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado.

    48. (Juiz Substituto / 2004) A relao de causalidade imprescindvel nos crimes de mera conduta.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Se os crimes de mera conduta no possuem resultado, no h que se falar em nexo causal.

    49. (Juiz Substituto / 2008) A relao de causalidade excluda pela supervenincia de causa relativamente independente que, por si s, produz o resultado, no se imputando tambm ao agente os fatos anteriores, ainda que tpicos.

    GABARITO: ERRADA COMENTRIOS: Nas causas supervenientes relativamente independentes que por si ss produzem o resultado, rompe-se o nexo causal e imputa-se ao agente os fatos anteriormente praticados.

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    PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

    DA APLICAO DA LEI PENAL

    Anterioridade da Lei

    Art. 1 - No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominao legal.

    Lei penal no tempo

    Art. 2 - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria.

    Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

    Lei excepcional ou temporria

    Art. 3 - A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia.

    Tempo do crime

    Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    Territorialidade

    Art. 5 - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional.

    1 - Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar.

    2 - tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

    Lugar do crime

    Art. 6 - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

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    Extraterritorialidade

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

    I - os crimes:

    a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica;

    b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico;

    c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio;

    d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

    II - os crimes:

    a) que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir;

    b) praticados por brasileiro;

    c) praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro e a no sejam julgados.

    1 - Nos casos do inciso I, o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

    2 - Nos casos do inciso II, a aplicao da lei brasileira depende do concurso das seguintes condies:

    a) entrar o agente no territrio nacional;

    b) ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado;

    c) estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradio;

    d) no ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a pena;

    e) no ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel.

    3 - A lei brasileira aplica-se tambm ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condies previstas no pargrafo anterior:

    a) no foi pedida ou foi negada a extradio;

    b) houve requisio do Ministro da Justia.

    Pena cumprida no estrangeiro

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    Art. 8 - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela computada, quando idnticas.

    Eficcia de sentena estrangeira

    Art. 9 - A sentena estrangeira, quando a aplicao da lei brasileira produz na espcie as mesmas conseqncias, pode ser homologada no Brasil para:

    I - obrigar o condenado reparao do dano, a restituies e a outros efeitos civis;

    II - sujeit-lo a medida de segurana.

    Pargrafo nico - A homologao depende:

    a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

    b) para os outros efeitos, da existncia de tratado de extradio com o pas de cuja autoridade judiciria emanou a sentena, ou, na falta de tratado, de requisio do Ministro da Justia.

    Contagem de prazo

    Art. 10 - O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendrio comum.

    Fraes no computveis da pena

    Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as fraes de dia, e, na pena de multa, as fraes de cruzeiro.

    Legislao especial

    Art. 12 - As regras gerais deste Cdigo aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta no dispuser de modo diverso.

    DO CRIME

    Relao de causalidade

    Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.

    Supervenincia de causa independente

    1 - A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

    Relevncia da omisso

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    2 - A omisso penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

    a) tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia;

    b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

    c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado.

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    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    1. (CESPE / Consultor Legislativo Senado Federal / 2002) No enunciado "no h crime sem lei anterior que o defina, no h pena sem prvia cominao legal", esto contidos tanto o princpio da legalidade quanto o princpio da anterioridade da lei penal.

    2. (CESPE / Polcia Civil / 2006) compatvel com o Estado de direito e o princpio da legalidade:

    A) Proibir edio de normas penais em branco.

    B) Criar crimes, fundamentar ou agravar penas atravs da aplicao de analogia.

    C) Criar crimes e penas com base nos costumes.

    D) Fazer retroagir a lei penal para agravar as penas de crimes hediondos.

    E) Proibir incriminaes vagas e indeterminadas.

    3. (CESPE / Analista Judicirio / 2006) A lei penal aplica-se retroativamente quando o crime torna-se contraveno penal.

    4. (ESAF/ SERPRO / 2001) Um paciente, vtima de um atropelamento, est internado em um hospital de Buenos Aires, recebendo tratamento mdico de emergncia. Seu estado grave. Deve, pois, tomar determinado medicamento de trs em trs horas, com o que dever se curar. O controle de sua evoluo clnica feito por computador. Um brasileiro, radicado em So Paulo, invade o computador daquele hospital e altera aquela periodicidade para 6 horas. O paciente morre. Neste caso, podemos afirmar que o crime foi cometido tanto no Brasil quanto na Argentina.

    5. (ESAF / AFRF / 2002 ) Aplica-se a lei brasileira, com prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional.

    6. (CESPE / Polcia Civil - Delegado / 2002 ) Para efeitos penais, no se consideram como extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras.

    7. (CESPE / Polcia Civil - Delegado / 2006) No se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando- se aquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

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    8. (ESAF / AFRF / 2002 ) Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    9. (ESAF / AFRF / 2002 ) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, no se aplica aos fatos anteriores ela.

    10. (ESAF / MPU / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-se afirmar que se sujeitam lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, os crimes contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado ou de Municpio.

    11. (CESPE / Analista Judicirio / 2007) Sobre a aplicao da lei penal, considere:

    I. A lei excepcional ou temporria no se aplica ao fato praticado durante sua vigncia, se decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram.

    II. Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    III. A lei brasileira no se aplica aos crimes contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico, se praticados no estrangeiro.

    IV. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

    V. Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes contra a administrao pblica praticados por qualquer pessoa.

    Est correto o que se afirma APENAS em:

    A) I e III. B) I e V. C) II e III. D) II e IV.

    12. (CESPE / TCM-PE / 2008) A organizao no-governamental holandesa Expanding minds, dirigida pelo psiclogo holands Johan Cruiff, possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do mundo recebendo pessoas que

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    desejam consumir substncias entorpecentes que alteram a percepo da realidade. O prefeito de um municpio decide embarcar para fazer uso recreativo da substncia Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Na ocasio em que ele fez uso dessa substncia, o barco estava em alto-mar, alm do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro pas. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de substncia entorpecente e que a maconha considerada pela legislao brasileira uma substncia entorpecente, ao passo que a Holanda admite esse consumo para fins recreativos, podemos afirmar que o prefeito responder pelo crime de consumo de substncia entorpecente.

    13. (CESPE / TJ-DF/ 2003) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se a fatos anteriores ainda no decididos por sentena.

    14. (CESPE / TJ-DF/ 2003) Ningum pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo, preservando-se, no entanto, os efeitos penais da sentena condenatria.

    15. (CESPE / TJ-DF/ 2003) A lei excepcional ou temporria, decorrido o perodo de sua durao ou cessadas as circunstncias que a determinaram, perde a sua eficcia, mesmo com relao aos fatos praticados durante a sua vigncia.

    16. (CESPE / TJ-DF/ 2003) Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    17. (CESPE / TJ-DF/ 2003) Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade de governador de Estado brasileiro.

    18. (ESAF / PGFN / 2007) luz da aplicao da lei penal no tempo, dos princpios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as afirmaes abaixo relativas ao fato de Mvio ter sido processado pelo delito de adultrio em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de maro de 2005, aboliu o crime de adultrio:

    I. Caso Mvio j tenha sido condenado antes de maro de 2005, permanecer sujeito pena prevista na sentena condenatria.

    II. A lei penal pode retroagir em algumas hipteses.

    III. Caso Mvio no tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdio, poder ocorrer a extino de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo ru.

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    IV. Na hiptese, ocorre o fenmeno da abolitio criminis.

    A) Todas esto corretas.

    B) Somente I est incorreta.

    C) I e IV esto corretas.

    D) I e III esto corretas.

    E) II e IV esto corretas.

    19. (CESPE / PROCURADOR / 2009 - Adaptada) A lei penal em branco inversa ou ao avesso aquela em que o preceito primrio completo, mas o secundrio reclama complementao, que deve ser realizado obrigatoriamente por uma lei, sob pena de violao ao princpio da reserva legal.

    20. (CESPE / PROCURADOR / 2009 - Adaptada) Pode ser aplicada, no Direito Penal, a analogia in malam partem, que aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei mais favorvel ao ru.

    21. (CESPE / PROCURADOR / 2009 - Adaptada) No crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigncia de uma, e prossiga durante o imprio de outra mais severa, aplica-se a lei anterior mais benfica.

    22. (FCC / MPE RS / 2008) Tcio praticou um delito, foi processado e condenado. Um dia aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, uma lei nova, mantendo a mesma descrio do fato delituoso, modificou a pena cominada para esse delito. Nesse caso, aplica-se a lei nova, se for mais benfica ao autor do delito.

    23. (FCC / MPU / 2007 Adaptada) Luiz foi condenado pena de 1 (um) ano de recluso em outro pas por crime cometido no Brasil. Aps ter cumprido integralmente a pena, retornou ao territrio nacional e foi preso para cumprir pena de 2 (dois) anos de recluso que lhe fora imposta, pelo mesmo fato, pela Justia Criminal brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro no ser descontada da pena imposta no Brasil, por se tratarem de condenaes impostas em diferentes pases.

    24. (FCC / MPU / 2007) No que tange aplicao da lei penal, considere:

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    I. crime cometido no estrangeiro contra a administrao pblica, por quem est a seu servio; II. crime de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; III. crime cometido no estrangeiro por brasileiro, que no punvel no pas em que foi praticado.

    Dentre os crimes acima, ficam sujeitos lei brasileira os indicados APENAS em:

    A) I. B) II. C) I e II. D) I e III. E) II e III.

    25 (CESPE / Advogado CEF / 2010) No que diz respeito lei penal no tempo e no espao, correto afirmar que a vigncia de norma penal posterior atender ao princpio da imediatidade, no incidindo, em nenhum caso, sobre fatos praticados na forma da lei penal anterior. No tocante lei penal no espao, o Cdigo Penal (CP) adota o princpio da territorialidade como regra geral.

    26. (CESPE / Promotor de Justia Substituto MPE-SE / 2010) De acordo com a lei penal brasileira, o territrio nacional estende-se a embarcaes e aeronaves brasileiras de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

    27. (CESPE / Analista de Trnsito DETRAN-DF / 2009) A lei penal admite interpretao analgica, recurso que permite a ampliao do contedo da lei penal, atravs da indicao de frmula genrica pelo legislador.

    28. (CESPE / Analista de Trnsito DETRAN-DF / 2009) O princpio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criao de crimes e penas pelos costumes.

    29. (CESPE / Analista Judicirio TJ-DF / 2008) Considere a seguinte situao hipottica. Entrou em vigor, no dia 1./1/2008, lei temporria que vigoraria at o dia 1./2/2008, na qual se preceituou que o aborto, em qualquer de suas modalidades, nesse perodo, no seria crime.

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    Nessa situao, se Ktia praticou aborto voluntrio no dia 20/1/2008, mas somente veio a ser denunciada no dia 3/2/2008, no se aplica a lei temporria, mas sim a lei em vigor ao tempo da denncia.

    30. (CESPE / Delegado Polcia Civil TO / 2008) Considere que um indivduo seja preso pela prtica de determinado crime e, j na fase da execuo penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situao, o indivduo cumprir a pena imposta na legislao anterior, em face do princpio da irretroatividade da lei penal.

    31. (CESPE / OAB-SP / 2009) Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais e civis da sentena condenatria.

    32. (CESPE / OAB-SP / 2009) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o resultado, sendo irrelevante o local onde deveria produzir-se o resultado.

    33. (CESPE / Execuo de Mandatos STF / 2008) Se o presidente do STF, em palestra proferida em seminrio para magistrados de todo o Brasil, interpreta uma lei penal recm-publicada, essa interpretao considerada interpretao judicial.

    34. (FCC / Fiscal Tributrio- Prefeitura ES / 2008) Segundo o princpio da reserva legal, apenas a lei em sentido formal pode criar tipos penais. Dessa maneira, a norma penal em branco, que exige complementao de outras fontes normativas, fere o mencionado princpio e, consequentemente, inconstitucional.

    35. (ESAF / Auditor TCE PR / 2003) O agente B seqestra pessoa com o fim de obter para si vantagem em dinheiro, consistente no pagamento de resgate. B condenado por extorso mediante seqestro (art. 159 do Cdigo Penal). Pode-se dizer que, neste caso, trata-se de crime permanente.

    36. (NCE / Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime formal, quando depende do resultado para se consumar.

    37. (CESPE / Analista Judicirio - Judiciria / 2004) Diz-se que o crime material, quando o resultado, se ocorrer, mero exaurimento.

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    38. (NCE / Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime de mera conduta, aquele que pode ou no ter resultado.

    39. (NCE / Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime omissivo prprio, aquele que depende de resultado para se consumar.

    40. (NCE / Auditor MT / 2004) Diz-se que o crime comissivo por omisso, aquele que no dispensa o resultado para se consumar.

    41. (ESAF / AFT / 2003) "Abandonar pessoa que est sob seu cuidado, guarda, vigilncia ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono" (CP. art. 133), quanto ao sujeito ativo, crime prprio.

    42. (CESPE / TCE / 2008) "Deixar, o ex-administrador de instituio financeira, de apresentar, ao interventor, liqidante, ou sndico, nos prazos e condies estabelecidas em lei as informaes, declaraes ou documentos de sua responsabilidade" (Lei no 7.492, de 16 de junho de 1986, art. 12).Esse tipo legal de crime configura crime prprio

    43. (CESPE / MPE RN / 2009) Denomina-se crime complexo se enquadra num nico tipo legal.

    44. (CESPE / Procurador do BACEN / 2009) O resultado prescindvel para a consumao nos crimes materiais.

    45. (ESAF / Tcnico Administrativo MPU / 2005) No tocante relao de causalidade, prevista no art. 13 do Cdigo Penal, pode-se afirmar que:

    A) a supervenincia de causa relativamente dependente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado. B) a omisso penalmente relevante quando o omitente no podia e no devia agir para evitar o resultado. C) a supervenincia de causa relativamente independente no exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado. D) o resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. E) se considera causa somente a ao sem a qual o resultado teria ocorrido.

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    46. (CESPE / Analista Administrativo / 2006) A relao de causalidade no excluda por concausa superveniente absolutamente independente.

    47. (CESPE / Tcnico Judicirio / 2008) A relao de causalidade no normativa, mas ftica, nos crimes omissivos imprprios ou comissivos por omisso.

    48. (CESPE / Juiz Substituto / 2004) A relao de causalidade imprescindvel nos crimes de mera conduta.

    49. (CESPE / Juiz Substituto / 2008) A relao de causalidade excluda pela supervenincia de causa relativamente independente que, por si s, produz o resultado, no se imputando tambm ao agente os fatos anteriores, ainda que tpicos.

    GABARITO

    1-C 2-E 3-C 4-C 5-E 6-E 7-E

    8-C 9-E 10-C 11-D 12-E 13-E 14-E

    15-E 16-C 17-E 18-E 19-C 20-E 21-E

    22-C 23-E 24-C 25-E 26-C 27-C 28-C

    29-E 30-E 31-E 32-E 33-E 34-E 35-C

    36-E 37-E 38-E 39-E 40-C 41-C 42-C

    43-E 44-E 45-D 46-E 47-E 48-E 49-E