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DIREITOS FUNDAMENTAIS 5. DIREITO DE PROPRIEDADE 5.2. Restrições 5.3. Limitações administrativas 5.4. Servidões Administrativas 5.5. Tombamento 5.6. Requisição e ocupação temporária.

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DIREITOS FUNDAMENTAIS5. DIREITO DE PROPRIEDADE5.2. Restrições 5.3. Limitações administrativas5.4. Servidões Administrativas5.5. Tombamento5.6. Requisição e ocupação temporária.

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Direito de propriedade5.1. Restrições:

Em razão do princípio da supremacia do interesse público e da função social da propriedade, o Estado possui a prerrogativa de promover intervenções no direito de propriedade.

Para ser legítima, a intervenção deve obedecer os requisitos de:

Legalidade

Necessidade

Proporcionalidade

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Direito de propriedade5.1. Restrições:

As restrições administrativas podem ou gerar indenização ou não. Isso depende do grau de sacrifício imposto ao proprietário do bem, comparado com os outros administrados.

Caso tais imposições causem um sacrifício excepcional ao proprietário, este fará jus à indenização, visto que deve ser respeitado o princípio da igualdade dos administrados perante a Administração Pública.

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Direito de propriedade5.2. Limitações administrativas

Limitações administrativas, são imposições de caráter geral, que afetam o caráter absoluto do direito de propriedade. Decorrem do poder de polícia da Administração e visam garantir a harmônica convivência social.

Por serem imposições genéricas, não geram direito à indenização.

Por exemplo: instalação de equipamentos de segurança no carro ou no imóvel; imposição de medidas nas construções; zoneamento do uso dos imóveis; vedação do corte de vegetação, etc.

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Direito de propriedade5.3. Servidões administrativas

Pela servidão administrativa, a Administração institui um direito real permanente sobre imóvel alheio, visando uma utilização de natureza pública desse bem, para a realização de uma obra ou a execução de um serviço público.

Tal instituto afeta a exclusividade do direito de propriedade.

Impõe-se ao proprietário principalmente uma obrigação de suportar – também conhecida como sujeição ou “pati” - em relação à situação desejada pela Administração.

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Direito de propriedade5.3. Servidões administrativas Exemplos de servidões comuns na prática

administrativa:

Passagens de linhas de transmissão de energia

Passagem de dutos (óleodutos, dutos de telecomunicações, adutoras)

Fixação de placas de sinalização (nos terrenos à beira das estradas e nos imóveis situados em esquinas)

Servidão sobre terrenos marginais aos rios.

Servidão em torno de aeródromos e fortificações militares.

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Direito de propriedade5.3. Servidões administrativas

Se a servidão decorre diretamente da lei, entende-se que ela não é indenizável, dado seu caráter genérico.

Porém, se ela é instituída administrativamente, haverá dever de indenizar se houver prejuízo ao proprietário, seja pela desvalorização do bem, seja pela privação parcial da propriedade.

A indenização não corresponderá ao valor integral da propriedade. No caso de servidão para instalação de linhas de transmissão de energia, por exemplo, a jurisprudência vêm fixando percentual de 20% a 30% do valor da terra nua da propriedade afetada.

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

O tombamento é um instituto destinado a proteger bens de valor cultural.

Ele encontra fundamento no art. 216 da Constituição Federal, que busca proteger o Patrimônio Cultural Brasileiro: “Art. 216. Constituem patrimônio cultural

brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...)”

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

O tombamento é um instituto destinado a proteger bens de valor cultural.

Ele encontra fundamento no art. 216 da Constituição Federal, que busca proteger o Patrimônio Cultural Brasileiro:

“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...)” § 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

Embora alguns autores busquem aproximá-lo das limitações administrativas ou das servidões administrativas, trata-se de instituto ‘sui generis’, que congrega imposições de variado tipo: fazer, não-fazer e suportar.

O tombamento surgiu no direito brasileiro por meio do Decreto-lei nº 25/1937, principal diploma até hoje utilizado para proteção dos bens de caráter cultural em nosso país.

Todos os entes políticos possuem competência para promover o tombamento – CF, art. 23, III.

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

O tombamento de um bem produz os seguintes efeitos:

Restrições à modificabilidade da coisa – que não pode ser destruída ou mutilada, admitindo-se sua reparação ou reforma com a anuência do serviço de proteção patrimonial.

Dever de conservar a coisa – que compete de forma primária ao proprietário do bem. Caso não possua condições de conservá-la, deve comunicar o fato ao Poder Público, a quem incumbe, subsidiariamente, a conservação.

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

Restrições à disponibilidade da coisa – no caso dos bens públicos tombados, eles são inalienáveis. No caso dos bens privados, há direito de preferência em favor dos entes públicos para sua aquisição.

Restrições à vizinhança do bem tombado – no entorno do bem tombado, são limitadas quaisquer intervenções que venham a comprometer a visibilidade do bem tombado, sendo que tais intervenções devem ser objeto de autorização pelo serviço de proteção patrimonial.

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Direito de propriedade5.4. Tombamento

É bastante discutida a indenizabilidade do tombamento. Podem-se apontar as seguintes tendências na doutrina e jurisprudência:

O tombamento de conjunto urbano não gera direito à indenização, em razão de sua generalidade.

O tombamento, por si só, não gera dano. Em alguns casos, o tombamento do bem pode gerar inclusive incremento no seu valor – como ocorre com frequência nos objetos de arte.

É indenizável apenas o dano efetivo causado pelo tombamento, em face da limitação ou impedimento de utilização do bem e não danos hipotéticos e virtuais.

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Direito de propriedade5.5. Ocupação e requisição temporária

A ocupação temporária é a restrição de caráter transitório, que obriga o proprietário a permitir a utilização de seu imóvel pela Administração.

Afeta a exclusividade do direito de propriedade.

Pode ser gratuita ou remunerada, a depender das características da ocupação e de seu regramento legal.

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Direito de propriedade5.5. Ocupação e requisição temporária

Exemplos ocupação temporária, como:

a ocupação de imóveis particulares, para realização de obras públicas – (Decreto-lei nº 3.365/41, art. 36).

a ocupação para prospecção arqueológica, prevista na Lei nº 3.924/61, para escavações e pesquisas de interesse arqueológico e pré-histórico.

a ocupação de imóveis particulares, para realização de pleitos eleitorais – (Lei nº 4.737/65, art. 135, § 2º).

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Direito de propriedade5.5. Ocupação e requisição temporária

A requisição é hipótese de utilização de bens ou serviços particulares, no caso de iminente perigo público. É prevista na Constituição Federal, nos seguintes dispositivos:

“Art. 5º (...) XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.”

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...) III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra”.

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Direito de propriedade5.5. Ocupação e requisição temporária

Diplomas federais que regulam a requisição:

Decreto-lei nº 4.812/42 – no tocante à defesa e à segurança nacional.

Lei Delegada nº 04/62 e Decreto-lei nº 2/66 – no tocante à requisição de bens e serviços necessários ao abastecimento da população.

Lei nº 8.080/90 – no tocante à requisição administrativa voltada para promoção, proteção e recuperação da saúde.

Cabe observar que a requisição é ato unilateral e autoexecutório. A indenização, quando houver, é paga após a cessação do evento que justificou a requisição.

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Teste seus conhecimentosAnalise as seguintes afirmações: A norma que limitou a quinze o número de andares

dos prédios a serem construídos na localidade constitui limitação administrativa que, dotada de caráter geral, se distingue das demais formas de intervenção estatal na propriedade, não caracterizando, via de regra, situação passível de indenização.

Ao contrário da desapropriação, a servidão administrativa decorrente de lei, de acordo ou de decisão judicial não gera, para a administração pública, o dever de indenizar o proprietário.

O tombamento voluntário de bem impede a alienação da coisa tombada pelo proprietário.

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Direito de propriedadeLeituras recomendadas: José Afonso da Silva, Curso de Direito

Constitucional Positivo, 2ª parte, Título II, Cap. IV.

Odete Medauar, Direito Administrativo Moderno, Cap. 16.