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    CURSOS ON- LI NE ECONOMI A DO TRABALHOPROFESSOR AVELLA R

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    AULA 1 CONCEITOS INTRODUTRIOS

    Ol amigos! Antes de entrarmos no programa de Economia do Trabalho(dos concursos de 1998 e 2003) teremos que ver ou rever algunstpicos da Microeconomia e, posteriormente, da macroeconomia. Torna-se totalmente improdutivo o estudo desta disciplina sem algunsrequisitos bsicos de micro e macro. Nada profundo, mas de extremanecessidade no nosso curso on-line.

    CONCEI TOSI NTRODUTRI OS

    ECONOMI A nas palavras de Paul Samuelson, Economia a cincia daescassez. Essa uma definio bastante adequada para a Economia, porserem os nossos recursos escassos e as nossas necessidades ilimitadas.Isso bem real no nosso dia a dia. Voc certamente se lembra de comoeram grandes os aparelhos celulares em 1999 ou 2000. Depois foramlanados modelos menores e mais leves e as pessoas compravam. Maistarde, foram lanados modelos mais avanados e as pessoas reagem aisso comprando novos telefones, ainda que os seus antigos estejam emboas condies. Esse processo de consumismo no pra. A cadamomento mais aparelhos so colocados no mercado e as pessoas

    continuam comprando. Isso no acontece somente com os celulares.Querer comprar algo diferente, consumir, so vontades constantes noser humano.

    O fato que, com escassez de recursos e necessidades ilimitadas, aseconomias dos diversos pases no podem produzir tudo. Alguns benstero prioridades, conforme a vontade de cada pas. Dessa escassez derecursos e dessas necessidades ilimitadas temos, classicamente, trsperguntas bsicas que qualquer sistema econmico deve responder:

    - O QUE PRODUZIR?

    - COMO PRODUZIR?- PARA QUEM PRODUZIR?

    A primeira interrogativa que os sistemas econmicos devem responder(O que produzir?) est relacionada com poltica de governo. Deve-seconstruir arados para a paz ou canhes para guerra? Manteiga ou carrosde luxo? uma escolha de governo e, como tal, depende de vontadepoltica.

    A segunda (Como produzir?) est ligada tecnologia. Uma vez escolhidoo que produzir, qual a tecnologia a ser usada?

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    Finalmente, a terceira (Para quem produzir?) est associada distribuio de renda. O governo vai priorizar as camadas mais pobres

    da populao (com construes de escolas pblicas, por exemplo) ou vaibeneficiar a classe mdia? Cabe poltica econmica de governo decidir.

    AGENTESECONM I COS

    So quatro os chamados agentes econmicos:

    1) UNIDADES FAMILIARES (famlias)

    2) EMPRESAS

    3) GOVERNO

    4) RESTO DO MUNDOUma economia que s tenha famlias e empresas denominadaeconomia de 2 (dois) setores. Se o governo entra nessa ordem deidias, temos uma economia de 3 (trs) setores e, com a admisso doresto do mundo, temos uma economia de 4 (quatro) setores.

    FATORES DE PRODUO

    As empresas, na elaborao de seus produtos e servios, combinam oque conhecido como FATORES DE PRODUO.

    So Fatores de Produo:Capi ta l ( K) Capital, nesse contexto, tem um sentido bem amplo. Nose trata somente de dinheiro. Alm do dinheiro, so bens de capitalaqueles usados na fabricao de outros bens, como: mquinas,instalaes, prdios, instrumentos. Lembre-se: capital em economia temsentido amplo!

    Mo-d e-o b r a ou Traba lho ( L) a prpria mo-de-obra que ostrabalhadores oferecem s empresas para produzir bens e servios.Note que esse item de suma importncia em nosso estudo, j queestamos tratando de ECONOMIA DO TRABALHO.

    Recursos Natur a is basicamente o espao fsicoonde se instalou aempresa. Em ltima anlise, podemos dizer que a prpria TERRA.

    As empresas combinam esses trs fatores de produo para aelaborao de bens e servios. Uma empresa que atua na rea deinformtica, por exemplo, usar uma sala (ESPAO FSICO), mo-de-obra especializada em informtica (TRABALHO) e equipamentos deinformtica (CAPITAL).

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    REMUNERAODOSFATORESDEPRODUO

    As pessoas que oferecem para as empresas os fatores de produo

    acima citados no o fazem de graa. Elas esperam obter o que conhecido como remunerao dos fatores de produo. O trabalhadorque oferta sua mo-de-obra espera receber, em contrapartida, umSALRIO. Quem aluga um imvel, um caminho ou um galpo querreceber, em contrapartida, ALUGUEL. O empresrio que se arriscamontando uma empresa quer auferir LUCROS. Quem empresta dinheiropara uma empresa quer receber JUROS.

    Logo, temos que as remuneraes dos fatores de produo so:

    - Salr ios

    -Juros

    -Lucros

    -Alugu is

    LEI DOS RENDI MENTOS DECRESCENTES

    Se adicionarmos quantidades de uma mesma magnitude de um fatorde produo varivel a uma quantidade f i x ad e o u t r o, os acrscimosna produo sero inicialmente crescentes, porm depois se tornarodecrescentes podendo, inclusive, assumir valores negativos

    Exemplo: um agricultor dispe de uma determinada rea de terra paracultivar (fator fixo) e introduz na produo, sucessivamente, umtrabalhador a mais de cada vez . Os resultados podem ser observadosna tabela abaixo.

    N de Trabalhadores Produo

    Acrscimo naproduo (provocadopor um acrscimo de

    trabalhador)

    0 0 -1 1 0 1 0

    2 2 2 1 2

    3 3 6 1 4

    4 5 2 1 6

    5 6 5 1 3

    6 77 , 5 12 , 4

    7 87 , 5 10 , 1

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    8 96 8 , 5

    9 9 9 31 0 1 0 0 1

    1 1 9 9 - 1

    Note que, partir do 5 trabalhador, a produo aumenta em taxasdecrescentes. Isso porque o espao de terra que cada trabalhador tempara trabalhar vai ficando menor. Essa reduo relativa atinge seu picequando introduzido o 11 trabalhador, que passa a atrapalhar osoutros em vez de ajudar.

    ESTUDODA DEMANDA PORUM BEM ( OU PROCURA POR UM BEM)

    Vamos imaginar um bem, por exemplo, chocolate em barra. Parece-me bastante razovel que a populao que goste de chocolate consumamais chocolate se este estiver a preos baixos. Tambm seria razovelque, se o preo do chocolate subisse bastante, grande parcela dapopulao deixasse de consumir chocolate por ele estar mais caro.Supondo que todos os preos se mantenham constantes (CETERIS

    PARIBUS), teramos um grfico cartesiano onde, no eixo verticalestariam os preos do bem em questo e, no eixo horizontal, asquantidades procuradas ou demandadas. Veja o seguinte grfico (fig.1):

    Demanda por chocolates em barra (Fig. 1)

    D

    P ( preo )

    Q (quantidade)

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    Note que, quanto mais o preo (P) sobe, a quantidade demandada (Q)cai. Isso porque o preo alto um obstculo compra pelo consumidor.Se o preo cair, a quantidade demandada sobe, j que o consumidorter estmulo para comprar. Logo, preos e quantidades so grandezasinversamente proporcionais.

    No caso em estudo, o preo e a quantidade esto nos eixos. Esto,portanto, dentro do modelo. Quando as variveis esto dentro domodelo dizemos que so variveis ENDGENAS.

    importante ressaltar que quem exerce a demanda por um bemqualquer o consumidor.

    Estudo d a Ofer ta d e u m Bem

    Ao contrrio da demanda, a oferta de um bem crescente com o nvelde preos crescendo. Quem faz a oferta dos bens e servios so asempresas. Se os preos de determinado bem subirem, lgico que osprodutores vo querer ofertar mais deste bem. Isto , preos equantidades so grandezas diretamente proporcionais.Esse fato pode ser representado num grfico cartesiano, onde os preosso colocados no eixo vertical e quantidades no eixo horizontal, como na

    figura abaixo (fig.2). Trabalhando ainda com o bem chocolate embarras temos:

    Oferta de chocolates em barra (Fig. 2)

    Of

    Q

    P

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    Note que quem faz a oferta de bens e servios o produtor(empresrio) e que preos e quantidades so variveis endgenas

    (dentro do modelo).

    DETERMI NAODOPREODEMERCADO OEQUI L BRI O

    Se colocarmos a demanda por chocolate e a oferta de chocolate numgrfico teremos (fig.3):

    Queremos encontrar o preo de mercado que dado pelo prpriomercado. A interao da demanda com a oferta chamada preo demercado ou de equilbrio.

    Observe o grfico da figura 4 (abaixo), que o mesmo da figura 3. Se opreo cobrado estiver acima do preo de equilbrio (PE) - como o preoP1 - teremos que a quantidade ofertada (QS) maior que a quantidadedemandada (QD). Logo, com o preo P1, a oferta de chocolate maiorque a demanda de chocolate. O que isso significa na nossa vida diria?Muito chocolate sendo ofertado e pouca gente interessada, dado que opreo est alto.

    Logo o preo cair, para que o excesso de chocolate seja desovado. Opreo cair at que todo o excesso seja absorvido e a quantidadedemandada se torne igual quantidade ofertada (o que vem a ser opreo de equilbrio).

    Se o preo cobrado for P2, teremos o contrrio, isto , a quantidadedemandada maior que a quantidade ofertada. Neste caso teramospouco chocolate venda e muita gente demandando chocolate.Demanda grande e pouca oferta do produto pressiona o preo doproduto para cima. Logo o preo do chocolate subir at o preo demercado (PE). Vide figura abaixo (fig.4).

    Pe

    Q

    P

    D

    Of

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    NOTA IMPORTANTE: Des locamento na curva de demanda ed e sl o ca m e n t o d a c u r v a d e d em a n d a .

    Lembre-se que demanda a prpria curva de demanda. Portanto, um

    deslocamenton a

    d e m a n d a

    significa um deslocamentosobre a

    cu r va

    ,causado por um aumento ou uma queda nos preos (que um f a t o r endgeno ) - deslocamento ao longo da curva, em cima da curva dedemanda , que permanece fixa.

    J um deslocamento d ad e m a n d a significa um deslocamento d acu r va c o m o u m t o d o , ou seja, quando a prpria curva desloca-se para adireita ou para a esquerda. Veja a figura 5 (abaixo):

    Q

    P

    escassez

    excesso

    Of

    D

    P2

    Pe

    P1

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    CONCEI TO DE ELASTI CI DADE-PREO DA PROCURA (Ep d )

    Elasticidade-preo mede a sensibilidade de um bem quando o preo domesmo varia. Ou seja, mede a intensidade de reao quando o preo

    do bem varia. Antes de apresentarmos a nica frmula de elasticidade-preo, vamos ver 2 casos de demanda para dois bens diferentes: bem Ae bem B. Vejamos o grfico abaixo (fig. 6).

    Houve uma expanso da

    demanda ( o produto passaa ser mais procurado ).

    Desloca toda a demanda.

    Q

    P

    D

    D

    D

    q2q1 Q

    P

    P2

    P1

    O preo varia de P1 para P2, a

    quantidade varia na demanda de

    q1 para q2

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    Se o preo cair de P1 para P2, como reagem os consumidores? Para obem A, a queda do preo faz com que a quantidade demandadaaumente com muita intensidade, significando que o bem A muitosensvel a variaes de preos.

    J com relao ao bem B, temos um aumento da quantidade

    demandada com a queda do preo, mas no um aumento to intensoquanto o ocorrido com o bem A. Logo, o bem B no to sensvel avariaes de preos ( pouco sensvel a variaes de preos).

    Elast ic idade-preo d a p r o c u r a(Epd)

    Ep d = var iao per cen t ua l d asquan t i dades d e m a n d a d a svar iao per cen t ua l d ospreos

    CASOS:

    1) D e m a n d aelst ica (fig.7) => Epd < 1

    qB2

    qB1

    qA2qA1

    P2

    P1

    Q

    P

    AB

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    2) D e m a n d ai ne ls t i ca (fig.8) => Epd>1

    3) D e m a n d a de e las t i c idadeu n i t r i a=> Epd=1 ( fig.9)

    Note que P > Q e EPD < 1

    q2q1

    B

    Q

    P

    P2

    P1

    Note que P < Q e EPD > 1

    q2q1

    P2

    P1

    Q

    P

    A

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    4)D e m a n d ai n f i n i t a m e n t eelst ica => Epd = infinita (fig.10)

    5)D e m a n d at o t a l m e n t e i ne ls t i ca => Epd =0( fig 11)

    Como P = Q => EPD = 1

    45

    D

    q2q1

    P2

    P1

    Q

    P

    EPD =Q = infinito

    0

    Q

    P

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    AMO-DE-OBRACOMOUMA MERCADORI A

    Quando falamos nos fatores de produo e nas suas respectivas

    remuneraes, falamos do fator de produo mo-de-obra (outrabalho). Daqui em diante falaremos muito nesse fator de produochamado mo-de-obra.

    No nosso breve estudo de demanda e oferta vimos que a determinaodos preos correspondia interseo da curva de oferta e demanda deum certo bem. Aqui a nossa mercadoria passa a ser o prprio trabalhoe, em decorrncia disso, o preo do trabalho o salrio. Ou seja, otrabalhador oferta seu trabalho em busca de sua remunerao que osalrio.

    Note que quem procura ou demanda trabalhadores para sua produo

    so as empresas; quem oferece o trabalho so os trabalhadores.Colocando isso em grficos separados, temos (fig.12 e 13):

    D e m a n d ap or t r aba lho - quem exerce a demanda por trabalho so asempresas (fig.12).

    EPD = 0 . = 0

    P

    Q

    P

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    Ofer ta d e t r aba lho quem exerce a oferta de trabalho so ostrabalhadores (fig.13).

    Para um salrio W 1 maior que o salrio de mercado, temos que a ofertade mo-de-obra maior que a demanda de mo-de-obra. H, nessecaso, um excedente de mo-de-obra e, como no caso das mercadorias,

    D

    Quantidade de Trabalhadores ( L )

    Salrios ( W )

    O

    Quantidade de Trabalhadores ( L )

    Salrios ( W )

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    as empresas diminuiro os valores dos salrios. Isso parece lgico, dadoque h trabalhadores em abundncia.

    Caso o salrio W 2 seja superior ao salrio de mercado, teremos umademanda por trabalhadores maior que a oferta de trabalhadores. Logo,as empresas tero de pagar mais aos trabalhadores. Ou seja, os salriostero que subir at chegar ao salrio de mercado (We) (Fig.14).

    Expanso d a d e m a n d a p or m o-d e-obr a: um fator externo(exgeno) pode causar uma mudana na oferta como um todo(expanso ou retrao). Supondo que as empresas que produzem umcerto tipo de mercadoria tenham uma necessidade de produzir maiorquantidade dessa mercadoria. Logo, para produzir mais mercadoria, ela

    vai ter que contratar mais trabalhadores (supondo a tecnologiaconstante). Este fato vai deslocar a curva de demanda para direita. Istose d porque, para um mesmo nvel salarial , a nova demanda D teruma maior quantidade de trabalhadores trabalhando. Podemos ver issona figura 15 (abaixo):

    Salrios

    W1

    We

    W2

    Le

    escassez

    excesso

    L

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    Cont rao d a d e m a n d a p or m o-d e-o b r a: se uma certa mercadoriatem a sua procura diminuda, a empresa ser obrigada a diminuir aquantidade de mo-de-obra contratada, dado que a produo damercadoria cair. Este fato vai deslocar a curva de demanda por mo-

    de-obra para esquerda, ao contrrio da expanso. Podemos ver isso nafigura 16 (abaixo):

    Expanso da Demanda por mo-de-obra

    D

    D0

    L

    Salrios

    We

    LeLe*

    D1

    D0

    L

    W

    We*

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    PERTUBANDO O EQUI L BRI O

    1) Houve um acrscimo da procura por automveis dado que o Governoisentou os carros do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    Como decorrncia dessa iseno teramos uma corrida maior por partedos consumidores em busca dos carros. Ou seja, haveria uma demandamaior de carros no momento da iseno do IPI sobre os mesmos. Comoresposta, a indstria automobilstica produziria mais automveis paraatender demanda.

    Mas produzir mais carros significa, alm de outras coisas, contratar maismo-de-obra. Logo a demanda de trabalhadores do setor se expandiria,passando de Do para D1. Para visualizar melhor, observe a figura 17(abaixo):

    Repare que, como a oferta de mo-de-obra permanece constante, osalrio de mercado, que era We, passa para We*, subindo, portanto.

    2) Na Inglaterra, durante um perodo da Idade Mdia, a peste negraassolou a cidade de Londres, causando um grande nmero de mortes.Muitas pessoas se refugiaram no interior daquele pas. Com isso, asempresas sediadas em Londres passaram a ter dificuldades em

    We*

    We

    Q

    P

    D1

    D0

    Of

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    contratar trabalhadores. Devido ao medo que as pessoas tinham decontrair a molstia, houve migrao em grande nmero para os campos

    da Inglaterra.Como conseqncia disso, tivemos uma grande diminuio da oferta detrabalho em Londres. Ou seja, Londres experimentou uma grandecontrao da oferta de mo-de-obra, passando esta de Of0 para Of1Podemos ilustrar isso no grfico abaixo (figura 18).

    Note que, com a demanda permanecendo constante, o salrio deequilbrio, que era We subiu para We*, como era de se esperar. Ou seja,aqueles que se arriscaram a ficar na capital com um alto risco decontrair a doena, tiveram seus salrios aumentados .

    3) Uma queda na taxa salarial de equilbrio ocorreria se houvesse umamaior oferta de trabalhadores. Isso ocorreu no perodo do caf, quandoa imigrao no Brasil se acentuou. Tivemos ali um aumento da mo-de-obra para o setor cafeeiro. Isto , houve uma expanso da oferta detrabalho com a imigrao e a oferta Ofo se deslocou para para Of1,resultando num salrio de equilbrio menor, como podemos ver na figura19 abaixo:

    We*

    We

    Q

    P

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    Com efeito, com a expanso da oferta de Of0 para Of1, o salrio que eraWe passou a ser We* , inferior, portanto, ao salrio anterior.

    5) Se ocorresse um aumento da oferta de trabalho e , ao mesmo tempo,uma retrao da oferta de trabalho, teramos um deslocamento da curvade oferta para direita e um deslocamento da demanda por trabalho paraesquerda, como mostra a figura 20 abaixo:

    We*

    We

    Of

    Of

    D

    P

    Q

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    Com a expanso de oferta de Of0 para Of1, simultaneamente retraoda demanda de D0 para D1, notamos uma grande queda nos salrios,que passaram de We para We*.

    DEMANDA DERI VADA

    Embora os mercados de fatores de produo (como mo-de-obra)lembrem , em muitos aspectos, os mercados de bens, eles apresentamuma diferena importante.

    A demanda por mo-de-obra (ou de outro fator de produo) umademanda derivada. Isto , a demanda de uma empresa por mo-de-obra deriva de sua deciso de ofertar um bem em outro mercado. Ademanda por programadores de computadores est necessariamenteligada oferta de programas de computador. Da mesma forma, ademanda por frentistas em postos de gasolina est inevitavelmenteligada oferta de combustvel.

    Q

    We*

    We

    P

    D1

    D0

    Of

    Of

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    EXERC CI OS

    1) (FCC 2000) Se a curva de oferta de um bem for positivamenteinclinada, um aumento no preo deste bem, implicar:

    a) Em uma situao inalterada.

    b) Em uma diminuio de sua quantidade ofertada

    c) Em um aumento de sua quantidade ofertada

    d) Em um deslocamento para a direita de sua curva de oferta.

    e) Em um deslocamento para a esquerda de sua curva de oferta

    2) (ESAF 2002) A curva de oferta mostra o que acontece com aquantidade oferecida de um bem quando o seu preo varia, mantendoconstante todos os outros determinantes da oferta.Quando um destesdeterminantes muda, a curva da oferta se desloca. Indique qual dasvariveis abaixo, quando alterada ,no desloca a curva da oferta.

    a) Tecnologia

    b) Preos dos insumos

    c) Expectativas

    d) Preo do bem

    e) Nmero de vendedores

    3) (FCC) O preo em uma economia de mercado determinado tantopela oferta como pela procura. Colocando em um nico grfico as curvasde oferta e procura de um bem ou servio qualquer, a intersaco dacurvas o ponto de equilbrio E, ao qual correspondem o prep p0 e a

    quantidade q0 . Este ponto nico: a quantidade que os consumidoresdesejam comprar exatamente a quantidade que os produtores queremvender.Ou seja, no h excesso ou escassez de oferta ou dedemanda.Existe coincidncia de desejos.

    Dadas a funo de demanda ( D = 2 0 2 p ) e a funo de oferta ( S =1 2 + 2 p) , pede-se:

    1) determinar o preo de equilbrio (p0);

    2) determinar a respectiva quantidade de equilbrio (q0);

    3) identificar se existe excesso de oferta ou demanda, se o preo for $3;

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    4) definir a magnitude desse excesso (q).

    Indique a opo correta:

    a) 1) p0 = $2;

    2) q0 =16

    3) excesso de oferta

    4) q = 4

    b) 1)p0 =$ 2;

    2)q0 = 163)excesso de demanda

    4)q =4

    c) 1) p0 =$4

    2) q0 =12

    3) excesso de oferta

    4) q = 8

    d) 1) p0 = $4

    2) q0 = 12

    3) excesso de demanda

    4) q = 8

    e) 1)p0 = $ 6

    2)q0 = 10

    3) excesso de oferta4) q = 6

    4) Coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nos itens abaixo:

    a) Se houver uma retrao da oferta de trabalhadores, a curva de ofertase deslocar para direita. ( )

    b) Caso uma grande leva de imigrantes chegue a um pas a oferta demo-de-obra se deslocar para esquerda. ( )

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    c) Suponha que um certo mercado de um bem tenha um grandeincremento nas vendas devido a um certo fato.Ento, neste caso, a

    demanda por mo-de-obra para fazer este bem sofrer umdeslocamento em cima da curva da demanda. ( )

    d) No mercado de um certo bem houve uma maior procura do mesmo eao mesmo tempo, houve uma diminuio dos trabalhadores querendotrabalhar na fabricao deste bem.Nestas condies correto afirmarque os salrios subiro. ( )

    e)Uma curva de demanda mais deitada denominada elstica. ( )

    f) Uma curva de demanda mais em p denominada inelstica. ( )

    g) Quando a procura por um bem aumenta e o preo do mesmo

    permanece inalterado, dizemos que o bem possui demandainfinitamente inelstica. ( )

    h) Quando o preo de um certo bem se altera e a quantidadedemandada no se altera, dizemos que o bem possui demanda elstica.( )

    GABARI TO COM COMENTRI OS

    Questo 1

    Gabarito: letra c.

    De fato, quando uma variveis endgenas (dentro do modelo) - como ospreos (P) - variam, ocorre uma movimentao na oferta e no daoferta como um todo. O mesmo acontece com a demanda quando ospreos variam (deslocamento na demandae no da demanda).

    Questo 2

    Gabarito:letra d.

    De fato, como o preo que est mudando, haver um movimento aolongo da curva de oferta e no deslocamento da oferta como um todo.Quando a tecnologia sofre alterao decorre uma maior quantidade

    ofertada, pois a produo, via de regra, aumentar. Isso torna a opoa incorreta.

    Se os preos dos insumos (matria-prima, mo-de-obra, equipamentosetc.) tambm sofrerem alteraes, a produo dos bens ficar afetada(para mais ou para menos). Como se trata de variveis exgenas (forado modelo P x Q), a oferta como um todo sofrer um deslocamento(expanso ou retrao). Se as expectativas se alteram, para mais oupara menos, sobre a procura de um certo bem, os produtores, comoresposta, iro ofertar mais ou menos do bem. Isso far com que a

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    oferta do bem se expanda ou se retraia, ou seja, provocardeslocamento na oferta. Logo, a opo c est incorreta.

    A letra d , que a correta j foi comentada no incio; Com relao aonmero de vendedores, se este nmero diminuir ou aumentar haverreduo ou aumento da oferta do bem. Logo haver, nos dois casos,deslocamentos da oferta (retrao e expanso, respectivamente).

    3 q u e st o

    item 1 para determinarmos o preo de equilbrio devemos fazer ademanda igual oferta:

    D = S = > 20 - 2p = 12 + 2p = > 4p = 20- 12 = > 4p = 8 = > p = 2 .

    item 2 - Comosetratadeumsistemadeequaesde1 grau, podemossubstituir p=2 na equao da demanda ou da oferta. Escolhendo ademanda, temos: D = 20 2x 2 = 16 (quantidade q0).

    item 3 se o preo for 3, portanto acima do preo de equilbriocalculado no item 1, haver mais oferta do que demanda. Isto , haverum excesso de oferta.

    item 4 para calcularmos esse excesso, temos que colocar o preo 3 naoferta e na demanda:

    Oferta: S = 12 + (2 x 3) = 18;Demanda: D = 20 (2 x 3) = 14.

    Logo, o excesso de 18 14 = 4.

    Gabarito: letra a.

    Questo 4

    i t em a Falso. Neste caso ocorrer o contrrio. A oferta se deslocarpara a esquerda, pois, para qualquer nvel salarial, a oferta deslocada

    termenos trabalhadores.i t em b Falso, assim como o item anterior. O raciocnio o mesmo.

    i t em c Falso. Como houve um aumento da procura de um certo bem,as empresas , para atender essa maior procura, contrataro maismo-de-obra, deslocando a demanda de mo-de-obra para a direita ( sandaria em cima da demanda se fosse o preo variando, lembra?).

    i t e m d Verdadeiro. Se, no mercado de bens, um certo bem sofreuuma maior procura, no mercado de trabalho a produo tem queaumentar para fazer frente a esta maior procura. Isso faz com que a

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    demanda por mo-de-obra para fazer este bem se expanda. Como aoferta de mo-de-obra se retraiu, teremos salrios maiores para quem

    ficar no mercado de trabalho de fabricao deste bem.i t e m e Verdadeiro. Quanto mais plana a curva de demanda ou deoferta, mais elstica ela .

    i t em f Verdadeiro. Quanto mais inclinada a curva de demanda ou deoferta, mais inelstica ela .

    i t em g Falso. O termo correto demanda infinitamente elstica ou deelasticidade infinita.

    i t e m h Falso. O correto seria demanda totalmente inelstica, o quequer dizer que a demanda insensvel a variaes de preos. O sal de

    cozinha seria um bom exemplo, por no ter substituto.

    UM BREVE COMENTRI O SOBRE A NOSSA PRXI MA A ULA

    No nosso prximo encontro abordaremos as definies de PopulaoEconomicamente Ativa (PEA), no ativa (PNEA), Populao em IdadeAtiva (PIA) e em idade no ativa (PINA), alm de abordarmos taxa departicipao, desemprego, desemprego encoberto, visvel, mercado detrabalho formal e informal e taxa de rotatividade.

    Tambm abordaremos as teorias de salrios de eficincia e informao

    assimtrica (risco moral, seleo adversa), falaremos sobre a teoriaclssica no que diz respeito a salrios, em contraposio a teoriakeynesiana. Abordaremos tambm o princpio da demanda efetiva emcontraposio chamada lei de Say.

    Ao final, resolveremos algumas questes dos concursos de 1998 e 2003.

    At a prxima, amigos!

    Em tempo: estudem, estudem, estudem, e s t u d e m ... e, paraterminar, ESTUDEM!!!