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Universidade Privada de Benguela Licenciatura em Enfermagem Ética Hospitalar Docente: Neida Vicente Benguela, 2010 Esterilização

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Sumário:

• Conceito e tipos de esterilização humana• Antecedentes históricos• Esterilização coerciva• Esterilização voluntária• Esterilização do doente mental • Ética médica e esterilização• Bibliografia

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A esterilização pode ser entendida como o acto ou efeito de esterilizar, ou seja, de tornar infértil, infecundo, improdutivo (o animal, a planta, a terra).

Nos seres humanos, a esterilização consiste no ato de empregar técnicas especiais, cirúrgicas ou não, no homem e na mulher, para impedir a fecundação.

Tipos:

o Eugénicao Cosmetológicao Terapêuticao Limitação de natalidade.

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Eugenia• É um termo cunhado em 1883 por Francis Galton (1822-1911), significando

"bem nascido".

• Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.

O melhoramento genético

• O tema é bastante controverso, particularmente após o surgimento da eugenia nazista, que veio a ser parte fundamental da ideologia de pureza racial, a qual culminou no Holocausto. Mesmo com a cada vez maior utilização de técnicas de melhoramento genético usadas actualmente em plantas e animais, ainda existem questionamentos éticos quanto a seu uso com seres humanos, chegando até o ponto de alguns cientistas declararem que é de fato impossível mudar a natureza humana.

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Esterilização eugénica

A esterilização eugénica tem por finalidade impedir a transmissão de doenças hereditárias indesejáveis, a fim de evitar prole inválida ou inútil, bem como para prevenir a reincidência de pessoas que cometeram crimes sexuais.

Ela foi utilizada em larga escala no século XX, sendo que alguns países ainda fazem uso de tal prática.

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Esterilização cosmetológica

Já a esterilização cosmetológica destina-se apenas a evitar a gravidez, tendo em vista que não é precedida de nenhuma indicação médica relacionada com a saúde. É o tipo de esterilização que somente leva em conta a estética.

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• Por fim, a esterilização para a limitação da natalidade visa restringir a prole das famílias, em virtude das condições socioeconómicas de um dado país.

• É bem verdade que poucos países a utilizam, merecendo destaque a China, que adotou a campanha "um casal - um filho", dada a sua imensa população.

Esterilização para limite da natalidade

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A esterilização humana pode ainda ser classificada como:

1. Acidental

2. resultante de erro médico

3. voluntária para fins de planeamento familiar.

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Antecedentes históricos

Pode-se dizer que a primeira operação de laqueação da história deu-se em 1881, quando o médico Luwdgren, durante uma cesariana, fez o ligamento da tuba da gestante.

A partir de 1910 o cirurgião Madlener passou a desenvolver a técnica com muito sucesso. A vasectomia, por seu turno, foi realizada pela primeira vez nos idos de 1889 pelo Dr. Harry Sharp. Sem ter suporte legal nenhum, ele iniciou a técnica em jovens do Reformatório do Estado de Indiana, EUA.

Destaca-se que tais cirurgias até então eram realizadas com finalidade eugénica, punitiva ou terapêutica.

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• Somente em 9 de Março de 1907, no Estado da Indiana, é que entrou em vigor a primeira lei referente à matéria. Em sua exposição de motivos, restou clara a intenção do legislador: impedir a transmissão hereditária da delinquência, do idiotismo e da debilidade mental.

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• Na Europa, a primeira lei acerca da esterilização foi promulgada em 1929 na Suíça - mesmo ano em que surgiram legislações na Dinamarca e Suécia - a fim de esterilizar os anormais e indigentes internados em hospícios.

• Foi na Alemanha que a esterilização eugênica foi aplicada de forma mais cruel. O empenho na busca da pureza da raça ariana, aliado à campanha anti-semita, levaram à aprovação de diversas leis com tal desiderato.

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Apesar de referida lei ter sido revogada em 1946, após a derrota alemã na 2ª Guerra Mundial, actualmente permite-se no país a esterilização por motivos de eugenia e a esterilização compulsória de pessoa maior se a gestação puder constituir risco para sua saúde física e mental.

Hoje em dia a Alemanha continua a ser um dos poucos países que permite a esterilização eugénica.

Com o passar do tempo, médicos, antropólogos, sociólogos e legisladores chegaram à conclusão de que o conhecimento sobre a hereditariedade humana era deveras limitado para permitir a limitação da concepção por razões eugénicas.

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Esterilização do doente mental

• A esterilização de pessoas absolutamente incapazes somente pode ser realizada desde que autorizada por lei.

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Ética médica e esterilização

A última versão do Código de Ética Médica, em vigor desde 1988 (Brasil), determina em seus artigos 42º e 43º, respectivamente, que é vedado aos médicos "praticar ou indicar actos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação do país" e “não cumprir com a legislação específica:

• nos casos de transplantes de órgãos ou tecidos• esterilização• fecundação artificial• Abortamento

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• Dessa forma, considerando que o Código de Ética Médica faz remissão à legislação específica sobre o assunto, concluímos que a prática de esterilização cirúrgica também é considerada antiética.

• A laqueação tubária só pode ser realizada diante de indicação médica. Esta deve se basear em dados clínicos da mulher que indique risco de agravamento da saúde e/ou risco de morte se houver nova gravidez".

Ética médica e esterilização

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Ética e esterilização• Observando-se do ponto de vista ético, é impossível determinar o

ponto exacto onde a interferência do Estado pode ou não impedir ou incentivar a reprodução de cidadãos por quaisquer critérios.

• A comunidade científica sabe que a hereditariedade tem papel importante, porém nunca exclusivo sobre a inteligência de um determinado indivíduo, ou grupos de indivíduos, pois o factor inteligência não é determinado apenas por uma sequência genética, mas também é influenciado pelo ambiente do indivíduo.

• Logicamente não podemos afirmar que uma pessoa é mais inteligente do que outra apenas por ela não saber ler. Por outro lado, estudos mais modernos têm mostrado que existem diferentes inteligências e os testes de QI têm valor no mínimo limitado, mas que mostra muito bem a capacidade lógica de um indivíduo.

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Esterilização voluntária

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Esterilização• A esterilização é o método de planeamento familiar mais escolhido

pelos casais em que as mulheres têm mais de 30 anos. Quando se efectua a esterilização numa mulher, cerca de 2 % engravidam nos 10 primeiros anos seguintes. O risco de gravidez é inferior a 1 % se a esterilização for feita no homem.

• A esterilização deverá ser sempre considerada como algo definitivo. No entanto, existe intervenção que volta a ligar os tubos apropriados (reanastomose), para recuperar a fertilidade.

• A reanastomose é mais complexa e tem menos probabilidades de ser eficaz nos homens do que nas mulheres. Nos casais, o índice de gravidezes é de 45 % a 60 % depois da reanastomose no homem e de 50 % a 80 % depois da reanastomose na mulher.

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O que é a esterilização masculina?

• A esterilização masculina é considerada um método irreversível, e por isso, apenas indicado para homens e casais convictos que não querem ter mais filhos.

• Este anticoncepcional é conseguido através de uma cirurgia designada por vasectomia, na qual são seccionados 2 pequenos tubos (canais deferentes) que transportam o esperma dos testículos para o pénis.

• Deste modo, não há espermatozóides no esperma quando o homem ejacula. Habitualmente esta cirurgia é realizada sob anestesia local e dura cerca de 15 minutos.

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Esterilização na mulher• As mulheres são esterilizadas através de uma laqueação das trompas (cortar e

unir ou obstruir as trompas de Falópio, que transportam o óvulo dos ovários para o útero). Por ser mais complicada que a vasectomia, a laqueação das trompas exige uma incisão abdominal sob anestesia local ou geral.

• As mulheres que acabam de dar à luz podem ser esterilizadas de imediato depois do parto ou no dia seguinte, sem permanecerem no hospital mais do que o habitual. A esterilização também se planifica com antecedência e pode ser feita como uma cirurgia electiva.

• A esterilização feminina também se faz com a técnica cirúrgica da laparoscopia. A mulher costuma voltar para casa nesse mesmo dia. Cerca de um terço das gravidezes que acontecem depois de um laqueação das trompas são gravidezes tubárias. Por outro lado, até 6 % das mulheres apresentam complicações menores depois de uma laparoscopia, mas menos de 1 % tem complicações importantes, como hemorragias ou perfurações do intestino.

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Até que ponto a contracepção é eficaz?

Esterilização na mulher