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7/23/2019 aula8-2012 http://slidepdf.com/reader/full/aula8-2012 1/16 Semˆantica e Gram´ atica Gerativa Aula 8 Marcelo Ferreira [email protected] Universidade de S˜ ao Paulo USP, 10 de Outubro de 2012 Marcelo Ferreira Universidade de ao Paulo Semˆantica Formal

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Semantica e Gramatica Gerativa

Aula 8

Marcelo [email protected]

Universidade de Sao Paulo

USP, 10 de Outubro de 2012

Marcelo Ferreira Universidade de Sao Paulo

Semantica Formal

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

 Semanticamente, temos DPs com extensoes de dois tipos:tipo  e  (nomes proprios e descricoes definidas) e tipo  et , t (QPs).

  Ja vimos que nao e uma boa ideia tratar extensoes de QPscom sendo de tipo  e . Mas e nomes proprios e descricoesdefinidas?   E possıvel tratar suas extensoes como de tipoet , t ?

  Pedroe   = pedroPedroet ,t   = ???

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

(1) Pedro e brasileiro.

  A ideia e tratar a extensao do nome Pedro como sendo o

conjunto das propriedades do indivıduo Pedro. Assim, asentenca acima seria verdadeira  sse  a propriedade  ser 

brasileiro  fosse uma das propriedades de Pedro. Em outraspalavras,  sse  Pedro fosse brasileiro!

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

(1) Pedro e brasileiro.

  A ideia e tratar a extensao do nome Pedro como sendo o

conjunto das propriedades do indivıduo Pedro. Assim, asentenca acima seria verdadeira  sse  a propriedade  ser 

brasileiro  fosse uma das propriedades de Pedro. Em outraspalavras,  sse  Pedro fosse brasileiro!

 No nosso sistema extensional, isso pode ser formalizado

facilmente:

Pedro  =  λf   .  f   (pedro ) = 1

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

Pedro e brasileiro

Pedro  =  λf   .  f   (pedro ) = 1

e brasileiro  =  λx .  x   e brasileiroPedro e brasileiro  =  Pedro(e brasileiro)

= [λf   .  f   (pedro ) = 1](λx .  x   e brasileiro)= 1  sse   [λx .  x   e brasileiro](pedro ) = 1= 1  sse   Pedro e brasileiro

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

  Note que e possıvel relacionar as duas entradas lexicais dosnomes proprios:

Pedroe   = pedroPedroet ,t   =  λf   .  f   (pedro) = 1

Pedroet ,t   =  λf   .  f   (Pedroe ) = 1

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Nomes Proprios como Quantificadores Generalizados

  Note que e possıvel relacionar as duas entradas lexicais dosnomes proprios:

Pedroe   = pedroPedroet ,t   =  λf   .  f   (pedro) = 1

Pedroet ,t   =  λf   .  f   (Pedroe ) = 1

  Regra de Mudanca de Tipos (e  ⇒ et , t )Seja  E   uma expressao cuja denotacao  α  e de tipo  e . Mude  α

para α

, sendo esta de tipo  et , t 

 e definida da seguinteforma:

α = λf   .  f   (α) = 1

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Uma Aplicacao: coordenacao de DPs

Pedro

e tres alunas

tiraram 10 na prova

e ett ,ett ,ett  =  λP et ,t .λQ et ,t .λf  et .  P (f   ) = 1 &  Q (f   ) = 1Pedroet ,t   =  λf   .  f   (pedro) = 1tres alunas  =  λf   .  |{x   : f   (x ) = 1} ∩ {x   : x   e aluna}| ≥ 3

Pedro e tres alunas  =  e(tres alunas)(Pedro)=  λf   .  f   (pedro) = 1 &

|{x   : f   (x ) = 1} ∩ {x   : x   e aluna}| ≥ 3

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Descricoes Definidas

  Podemos tambem elevar o tipo da denotacao das descricoesdefinidas para  et , t . Nesse caso, temos duas opcoes:

  Opcao 1: Tratar a denotacao do artigo definido singular comsendo de tipo  et , et , t , o mesmo tipo das extensoes dosdeterminantes quantificadores.

o  =  λf  e ,t   : ∃!x   : f   (x ) = 1   

pressuposicao

. λg e ,t .  g (ιy   : f   (y ) = 1) = 1

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Descricoes Definidas

  Podemos tambem elevar o tipo da denotacao das descricoesdefinidas para  et , t . Nesse caso, temos duas opcoes:

  Opcao 1: Tratar a denotacao do artigo definido singular comsendo de tipo  et , et , t , o mesmo tipo das extensoes dosdeterminantes quantificadores.

o  =  λf  e ,t   : ∃!x   : f   (x ) = 1   

pressuposicao

. λg e ,t .  g (ιy   : f   (y ) = 1) = 1

  Opcao 2: manter o tipo  et , e   para o artigo definido e aplicara extensao do DP (tipo  e ) a regra de mudanca de tipos que

vimos anteriormente (e  ⇒ et , t ).  Em ambos os casos, para um DP como  o presidente dos EUA,

teremos:

o presidente dos EUA  =  λf   .  f   (ιx   : x   e pres. dos EUA) = 1

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Conservatividade: um universal semantico?

(2) Toda crianca chora.(3) Nenhuma crianca chora.

(4) Algumas criancas choram.

(5) Most chidren cry.

 Para sabermos se as sentencas sao verdadeiras ou falsas, soprecisamos de informacao sobre criancas. Os indivıduos quenao sao criancas (os adultos) sao irrelevantes.

 Essa quantificacao restrita aos indivıduos pertencentes a

denotacao do NP argumento do D parece ser uma propriedadecomum a todos os Ds das lınguas naturais.  Existe uma propriedade formal conhecida como

conservatividade  relacionada a essa caracterıstica daquantificacao restrita.

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Conservatividade

ConservatividadePara qualquer determinante  D  e quaisquer conjuntos  A e  B ,dizemos que  D   e conservativo se, e somente se,

D (A)(B ) ⇔ D (A)(A ∩ B )

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Conservatividade

ConservatividadePara qualquer determinante  D  e quaisquer conjuntos  A e  B ,dizemos que  D   e conservativo se, e somente se,

D (A)(B ) ⇔ D (A)(A ∩ B )

(6) Toda crianca chora  ⇔ Toda crianca e uma crianca quechora

(7) Nenhuma crianca chora  ⇔ Nenhuma crianca e umacrianca que chora

(8) Algumas criancas choram ⇔ Algumas criancas sao criancasque choram

(9) Most chidren cry  ⇔ Most children are children who cry

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O Universal

Universal da ConservatividadeTodo determinante e conservativo.

 Trata-se de uma alegacao empırica e, portanto, deve serconfrontada com possıveis contra-exemplos.

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Um possıvel contra-exemplo

(10) So criancas choram.

 Note que para sabermos se essa sentenca e verdadeira oufalsa, nao basta informacoes sobre as criancas. Precisamos deinformacoes sobre adultos.

So criancas choram So criancas sao criancas que choram

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Um possıvel contra-exemplo

  Seria so um contra-exemplo ao universal da conservatividade?Parece que nao.

(11) So criancas choram.

(12) So algumas criancas choram.

(13) Criancas so choram.

(14) Criancas gostam so de colo.

  so parece ser um adjunto bastante flexıvel em relacao acategoria sintatica de seu complemento.

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