Aula8-CA-Flexão - Cisalhamento

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  • Estruturas em Concreto ArmadoCisalhamento Dimens. da Armadura Transversal

    Prof. M.Sc. Antonio de FariaProf. D.Sc. Roberto Chust Carvalho

  • Introduo:

    At aqui foi estudada uma viga submetida flexo pura e, neste caso, tem-se o momento fletor constante e a fora cortante, que pode ser expressa pela derivada do momento, nula;

    Assim, atuam na seo transversal apenas tenses normais que permitem equilibrar o momento fletor;

    As tenses normais so resistidas pelo concreto comprimido e As tenses normais so resistidas pelo concreto comprimido e pela armadura longitudinal tracionada ( e por uma armadura longitudinal comprimida nos casos de armadura dupla);

    Nota-se que no clculo da armadura longitudinal, feita anteriormente, bastou analisar as sees mais solicitadas pelo momento fletor, sem qualquer interferncia da fora cortante, valendo, portanto, a considerao de que a viga estava sujeita flexo pura;

  • Introduo:

    Na realidade, as vigas submetidas a um carregamento vertical qualquer, com ou sem esforo normal, esto trabalhando em flexo simples ou composta e, nessa situao, o momento fletor varavel e a fora cortante passa a ser diferente de zero, surgindo na seo transversal, alm das tenses normais, as tenses tangenciais que equilibram o esforo cortante;

    Momento Fletor Esforo CortanteTenses

    FlexoMomento Fletor

    M

    Esforo Cortante

    V = dM/dx

    Tenses

    atuantes na

    seo

    Pura Constante V = 0 (normal)

    No-Pura Varivel V 0 (normal) e

    (tangencial)

  • Introduo:

    Ao contrrio da situao em que pode haver flexo sem cisalhamento (momento fletor sem esforo cortante), no possvel ocorrer casos de cisalhamento sem flexo (esforo cortante sem momento fletor);

    Dessa forma, na flexo no-pura, juntamente com as tenses tangenciais, sempre atuam tenses normais de flexo, formando um estado biaxial, ou duplo, de tenses, com tenses principais de trao e compresso, em geral, inclinadas em relao ao eixo da viga;

    um problema bastante complexo, com mecanismos resistentes essencialmente tridimensionais;tridimensionais;

    No estudo do cisalhamento influem: Forma da seo transversal;

    Variao da forma da seo ao longo da pea;

    Esbeltez da pea (l/d) 2; Disposio das armaduras transversais e longitudinais;

    Aderncia;

    Condies de apoio e carregamento, etc;

  • Introduo:

    A considerao de (l/d) 2 para que o estudo se resuma s peas chamadas de vigas (a seo transversal permanece plana aps a deformao), pois, quando a relao inferior a 2, as sees transversais sofrem um empenamento, no continuando plana aps a deformao;

    A estrutura com essas caractersticas passa a ser chamada de viga parede;

  • 6Concreto IIVigas Sujeitas Flexo Simples

    Estudo do Cisalhamento - Analogia de Mrsch

  • Modelo de Ensaio

  • Vista da viga fissurada

  • Viga Sujeita Flexo Pura

    L/3 L/3 L/3

    P P

    bw

    h

    0,85.fcd

    fcc

    fts

    z

    L/3 L/3 L/3

    +P

    -PEsf. Cortante

    P.(L/3)Mom. Fletor

    Q = 0

    M.F.=Cte

  • Idealizao da Trelia de Mrsch

    L/3 L/3 L/3

    P P

    bw

    h

    0,85.fcd

    fcc

    fts

    z

    A Tenso de Cisalhamento Mxima ocorre com inclinao de aproximadamente 45o

    Mrsch idealizou aMrsch idealizou apartir desse ensaio, apartir desse ensaio, achamada treliachamada treliaclssicaclssica

    Biela de Concreto

    45o

  • Idealizao da Trelia de Mrsch

    L/3 L/3 L/3

    P P

    bw

    h

    0,85.fcd

    fcc

    fts

    z

    s

    Banzo Inferior :- Armadura TracionadaBanzo Superior:- Concreto Comprimido

    Diagonal Comprimida:- Biela de ConretoDiagonal Tracionada :- Armadura Tracionada (estribo)

    45o

    z

    z a

    s

    s

  • Equacionamento Matemtico

    45o z a s

    Fcc

    Fts

    W

    P P P

    AB

    z

    bw

    h

    Md

    MB = 0

    AsA = MdBz.Fyd

    Fh = 0

    t =od

    Fyd.(sen + cos).sen

    t =Ast

    bw.s.sen

  • Clculo da Armadura e Verificao da Bielade Concreto Segundo a NBR 6118-2003

    Hipteses Bsicas: A NBR 6118/2003 especifica no Captulo 17, item 4, como devem ser feitos o

    clculo da armadura transversal e verificao da biela de compresso para elementos lineares sujeitos fora cortante no estado limite ltimo;

    As prescries aplicam-se a elementos lineares armados ou protendidos, submetidos a foras cortantes, combinadas com outros esforos solicitantes;

    No se aplicam a elementos de volume, lajes, vigas parede e consolos curtos, que so tratados em outros captulos da norma;

    As condies de clculo fixadas pela norma para as vigas baseiam-se na analogia As condies de clculo fixadas pela norma para as vigas baseiam-se na analogia com o modelo em trelia, de banzos paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no interior da pea e que absorvem uma parcela Vc (ou c) da fora cortante;

    Esses mecanismos correspondem ao engrenamento que ocorre entre as partes de concreto separadas pelas fissuras inclinadas e a resistncia da armadura longitudinal que serve de apoio s bielas de concreto (efeito de pino);

  • Clculo da Armadura e Verificao da Biela de Concreto Segundo a NBR 6118-2003

    So admitidos dois modelos de clculo alternativos (item 17.3.1); A) Modelo I: (objeto do item 17.4.2.2), em que se admite que

    as diagonais de compresso sejam inclinadas = 450 em relao ao eixo longitudinal da pea, e que Vc tem valor constante;

    B) Modelo II: (objeto do item 17.4.2.3), em que admitido B) Modelo II: (objeto do item 17.4.2.3), em que admitido que essas diagonais tenham inclinao diferente de 450, que pode ser arbitrada livremente no intervalo 300 450; nesse caso, considera-se a parcela Vc com valores menores;

  • Verificao do Estado Limite ltimo

    A resistncia da pea, em uma determinada seo transversal, ser satisfatria quando forem atendidas, simultneamente, as seguintes condies:

    Vsd < VRd2 Vsd < VRd3 = Vc + Vsw Onde:

    Vsd fora cortante solicitante de clculo, na seo;sd VRd2 fora cortante resistente de clculo, relativa runa das

    diagonais comprimidas de concreto;

    VRd3 = Vc + Vsw; Vc parcela de fora cortante absorvida por mecanismos

    complementares ao de trelia;

    VSw parcela de fora cortante absorvida pela armadura transversal;

  • Verificao do Estado Limite ltimo

    Na regio dos apoios, os clculos devem considerar a fora cortante agente na face dos mesmos;

    Para o clculo das armaduras, em apoios diretos, com as redues indicadas; nos caso de apoios indiretos, essas redues no so permitidas;

    As expresses anteriores possibilitam verificar, conhecida a taxa de armadura transversal, se o esforo em uma seo ser ou no inferior ao permitido por norma, ou ao seo ser ou no inferior ao permitido por norma, ou ao necessrio para o funcionamento com segurana;

    Assim, bastar considerar, nas expresses anteriores, o sinal de igualdade para determinar, por exemplo, a armadura transversal em uma determinada seo;

  • Modelo de Clculo I 17.4.2.2

    No modelo de clculo I, a resistncia da pea assegurada por: a) verificao das bielas comprimidas de concreto (compresso

    diagonal do concreto);

    dbfV wcdvRd ....27,02 =Com coeficiente v, sendo fck em MPa, dado por:Com coeficiente v, sendo fck em MPa, dado por:

    =

    2501 ckv f

  • Modelo de Clculo I 17.4.2.2

    B) Clculo da armadura transversal;

    Para o clculo da armadura transversal, a parcela da fora cortante a ser absorvida pela armadura a partir da Equao anteriormente definida, pode ser escrita por:

    VRd3 = Vc+ Vsw

    A fora cortante resistida pela armadura transversal em uma certa seo dada por:seo dada por:

    )cos.(sen..9,0. +

    = yd

    sw

    sw fds

    AV

  • Modelo de Clculo I 17.4.2.2

    Para o valor de Vc, deve ser observado:

    Vc = 0 nas peas tracionadas quando a linha neutra se situa fora da seo;

    Vc = Vco na flexo simples e na flexo-trao com a linha neutra cortando a seo;

    M co

    mxSd

    o

    coc VM

    MVV .21.,

    += Na flexo-compresso

  • Modelo de Clculo I 17.4.2.2

    Sendo nas equaes anteriores: Vco=0,6.fctd.bw.d

    bw menor largura da seo, compreendida ao longo da altura til d;

    2/3ckctd .f

    1,40,7.0,3f = (valor e clculo da resistncia a traodo concreto)

    d altura til da seo, igual distncia da borda comprimida ao centro de gravidade da armadura de trao;

    s espaamento entre elementos da armadura transversal Asw, medido segundo o eixo longitudinal da pea;

  • Modelo de Clculo I 17.4.2.2.

    Fywd tenso na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de estribos e a 70% desse valor no caso de barras dobradas, no se tomando, para ambos os casos, valores superiores a 435 MPa;

    - ngulo de inclinao da armadura transversal em relao ao eixo longitudinal da pea, podendo-se tomar 450 900;

    Mo valor do momento fletor que anula a tenso normal de compresso na borda da seo (tracionada por Md,mx), provodada por foras normais de diversas origens simultneas com Vd, sendo essa tenso calculada com e iguais a 0,9. Os momentos correspondentes a essas foras com f e p iguais a 0,9. Os momentos correspondentes a essas foras normais no devem ser considerados no clculo dessa tenso, a menos que elas tenham excentricidade assegurada, como no caso da protenso;

    Md,mx o momento fletor de clculo mximo no trecho em anlise; por simplicidade e a favor da segurana, pode ser tomado como o maior valor do semitramo considerado (para esse clculo, no se consideram os momentos isostticos de protenso, apenas os hiperestticos);

  • Modelo de Clculo II 17.4.2.3

    No modelo de clculo II, a resistncia da pea garantida por: A) Verificao da compresso diagonal das bielas de concreto;

    ( ) cotcot......54,0 222 += sendbfV wcdvRd)250/1(2 ckv f= Obs: fck em MPa

    Clculo da armadura transversal:

    swcRd VVV +=3

  • Modelo de clculo II 17.4.2.3

    B) Clculo da armadura transversal

    A fora cortante resistida pela armadura transversal em uma certa seo dada por:

    ( ) +

    = sen.cotcot...9,0. ywdswsw fd

    s

    AV

  • Modelo de clculo II 17.4.2.3

    Para o valor de Vc (parcela de fora cortante absorvida por mecanismos complementares ao de trelia), deve ser observado:

    Vc = 0 em elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa fora da seo;

    Vc = Vc1 na flexo simples e na flexo-trao com a linha neutra cortando a seo;neutra cortando a seo;

    1

    ,

    1 .21. VcM

    MVVmxSd

    o

    cc

    += na flexo-compresso

  • Modelo de clculo II 17.4.2.3

    Tomando-se para Vc1 os seguintes valores:

    Vc1 = Vco = 0,6.fctd.bw.d, quando VSd Vco Vc1 = 0, quando VSd = VRd2, interpolando-se linearmente

    para valores intermedirios;

    O valor da inclinao da biela de concreto bastante controverso e depende, entre diversas variveis, do tipo de carregamento aplicado, porm segundo a controverso e depende, entre diversas variveis, do tipo de carregamento aplicado, porm segundo a norma, deve-se consider-lo compreendido entre 300 e 450;

  • Armadura Mnima 17.4.1.1.1

    Segundo a NBR 6118/2003, todos os elementos lineares devem conter uma quantidade mnima de armadura transversal, dada por:

    ywk

    ctmsw

    ff

    sensbwA

    sw .2,0..

    =

    Onde:

    sw taxa geomtrica da armadura transversal (mesmo que t) Asw rea da seo transversal dos estribos;

    S espaamento entre os estribos medido segundo o eixo S espaamento entre os estribos medido segundo o eixo longitudinal da pea;

    inclinao dos estribos em relao ao eixo longitudinal da pea;

    bw largura mdia da alma;

    fywk valor caracterstico da resistncia ao cisalhamento da armadura;

    fctm 0,3.fck2/3

  • Aspectos Normativos

    Dimetro das Barras dos Estribos O dimetro da barra que constitui o estribo, dever

    atender ao seguintes limites: 5,0mm t bw/10

    Constituio da armadura transversal A armadura transversal pode ser constituda por estribos e

    barras dobradas;

    Se houver barras dobradas, a estas no poder ser Se houver barras dobradas, a estas no poder ser atribudo mais de 60% do esforo total a absorver por armadura transversal;

  • Aspectos Normativos

    Armadura Mnima O espaamento mnimo entre estribos, medido segundo o eixo

    longitudinal da pea, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom adensamento;

    O espaamento mximo (Smx) deve atender as seguintes condies: se Vd 0,67.VRd2 - Smx 0,6.d 300 mm se Vd > 0,67.VRd2 - Smx 0,3.d 200 mm

    O espaamento transversal (st,mx) entre ramos sucessivos de estribos no dever exceder os seguintes valores:

    se Vd 0,20.V - S d 800 mm se Vd 0,20.VRd2 - St,mx d 800 mm se Vd > 0,20.VRd2 - St,mx 0,6.d 350 mm

    Sendo Vrd2 a fora cortante resistente de clculo, relativa runa das diagonais comprimidas de concreto;

    Vrd2 = 0,27.V.fcd.bw.d, com V = (1 fck/250), com fck em MPa

  • Cargas Prximas aos ApoiosNBR 6118-2003 17.4.1.2.1

    Para o clculo da armadura transversal, no caso de apoio direto (se a carga e a reao de apoio forem aplicadas em faces opostas do elemento estrutural, comprimindo-a, valem as seguintes prescries:

    A) a fora cortante oriunda de carga distribuda pode ser considerada, no trecho entre o apoio e a seo situada a distncia d/2 da face de apoio, constante e igual desta seo;

    B) a fora cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distncia a 2.d do eixo terico do apoio, pode nesse trecho de comprimento a, ser 2.d do eixo terico do apoio, pode nesse trecho de comprimento a, ser reduzida, multiplicando-a por a/(2.d);

    As redues indicadas acima, no se aplicam verificao da resistncia compresso diagonal do concreto;

    Nos casos de apoios indiretos, essas redues tambm no so permitidas;

  • Reduo do Esf. Cort. no apoio

    viga

    d

    b

    q (kN/m)

    V

    V

    pilarVr

    Vr = V - q.(b + d)/2