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Universidade Federal de Itajubá
Disciplina: Logística Empresarial
Itajubá, setembro 2013
Prof. Dr. Renato S. Lima
Raquel L. Oliveira
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Apresentar um resumo dos conceitos gerais sobre Logítica Reversa, como a definição de bens pós-venda e pós-consumo; ciclo fechado e ciclo aberto; por que implementar a Logística Reversa; etapas genéricas da LR pós-consumo e PNRS; estudo de casos.
“Área da logística empresarial que planeja, opera e controla o
fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno
dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de
negócios ou ao ciclo produtivo, através dos canais de
distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econômico, ecológico, legal, de imagem corporativa,
entre outros”
Leite, 2003
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Logística Reversa pode ser classificada como sendo uma versão
contrária da Logística como a conhecemos.
Ambas tratam de nível de serviço, armazenagem, transporte,
nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de informação
A Logística Reversa deve ser vista como um recurso para a
sustentabilidade
Os primeiros estudos europeus sobre LR são encontrados nos
anos 1970 e 1980, tendo seu foco principal relacionado com o
retorno de bens para serem processados na reciclagem dos
materiais, e mais recentemente na década de 1990, voltando-se
para o retorno de produtos ainda não consumidos
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Distribuição direta Distribuição reversa
Qualidade do produto Uniforme Qualidade do produto não Uniforme
Trajeto dos produtos ao longo dos
canais é previsível
Trajetos e rotinas pouco previsíveis
Custos mais facilmente entendidos Custos pouco entendidos
Precificação uniforme Precificação pouco uniforme
Controle de estoques Baixo controle de estoques
Ciclo de vida administrável Ciclo de vida pouco administrável
Aspectos financeiros dominados Pouco previsíveis
Clientes definidos Clientes pouco definidos
Negociações claras Negociações menos diretas
Visibilidade transparente Visibilidade pouco transparente
•MOTIVOS DE RETORNO
•ERROS DE EXPEDIÇÃO
•PRODUTOS CONSIGNADOS
•EXCESSO DE ESTOQUE
•GIRO BAIXO
•PRODUTOS SAZONAIS
•DEFEITUOSOS
•RECALL DE PRODUTOS
•VALIDADE EXPIRADA
•DANIFICADOS TRÂNSITO
•DESTINOS DOS PRODUTOS
•MERCADO PRIMÁRIO
•CONSERTO
•REMANUFATURA
•MERCADO SECUNDÁRIO
•DOAÇÃO EM CARIDADE
•DESMANCHE
•REMANUFATURA
•RECICLAGEM
•DISPOSIÇÃO FINAL 6
Pós-venda: produtos com pouco ou nenhum uso que retornam à
cadeia de distribuição por diversos motivos Leite, 2003
•MOTIVO DO RETORNO
•FIM DE UTILIDADE AO
PRIMEIRO UTILIZADOR
•FIM DE VIDA ÚTIL
•COMPONENTES
•EMBALAGENS
•RESÍDUOS INDUSTRIAIS
•DESTINOS DOS
PRODUTOS
•MERCADO SECUNDÁRIO
•REMANUFATURA
•DESMANCHE
•RECICLAGEM
•ATERRO SANITÁRIO
•INCINERAÇÃO
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Pós-consumo: constituídos pela parcela de produtos e materiais
originados do descarte depois de finalizada sua utilidade original e
que retornam ao ciclo produtivo ou de negócios Leite, 2003
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Ciclo Fechado - Auto suprimento
Fonte: http://www.novelis.com/pt-br/Paginas/The-Recycling-Process.aspx
LEITE CONSULTORIA
CADEIA
DIRETA
PÓS - VENDA
PÓS - CONSUMO
•LUCRO
•REDISTRIBUIR PRODUTOS
•GARANTIR DESTINO
CORRETO DOS RETORNOS
•GANHAR FIDELIZAÇÃO
DE CLIENTES
•OBTER FEEDBACK
QUALIDADE
•RECAPTURAR VALOR
•RECAPTURAR VALOR
•ECONOMIZAR NO USO
DE COMPONENTES
•ECONOMIZAR NO USO
DE MATERIAIS
RECICLADOS
•DEMONSTRAR
RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL
•OBEDECER À LEI
Leite (2012) especifica que o retorno de produtos de pós-consumo pode ser genericamente dividido em pelo menos cinco etapas:
1) Entrada do produto na Cadeia Reversa: esta fase é a de coleta dos produtos e podem ser realizadas sob diferentes formas (porta a porta, Pontos de Entrega Voluntárias, programadas em função da demanda etc.)
Os veículos de coleta poderão ser especializados para determinado produto, como o caso de óleo de cozinha usado, ou admitir compartilhamento de cargas
Vale destacar nesta fase, o Brasil diferencia-se pelo forte componente social de inclusão de catadores e apoio de políticas púbicas à organização em associações e cooperativas de catadores
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2) Consolidações quantitativas e geográficas dos produtos coletados: esta etapa se refere à reunião das cargas dos produtos coletados de forma que possam ser transportados em quantidade maiores
3) Seleção de destino dos produtos retornados: esta etapa requer alta especialização para determinadas categorias de produtos. É uma decisão que pode acontecer em qualquer etapa do retorno dos produtos
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4) Processamentos industriais de reaproveitamento de produto ou materiais: diversos são os processamentos possíveis, como o desmanche e a remanufatura do produto ou de seus componentes. O processo de reciclagem pode ser utilizado para separar os materiais constituintes de interesse e a incineração dos rejeitos quando oferece interesse de recuperação energética e, por fim, o processo de destinação final quando não houver mais condições de reaproveitamento
5) Distribuição dos novos produtos ou materiais ao mercado: o retorno eficiente de produtos ou materiais reciclados, por meio de diferentes cadeias reversas, requer a satisfação de diversas condições, tais como: mercado para o produto ou material revalorizado pela cadeia reversa e rentabilidade em todas as fases de retorno
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Em 2010 foi aprovada a Lei 12.305, juntamente com o Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que instituíram a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Dentre os princípios da PNRS destaca-se:
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produto
O princípio do poluidor-pagador
O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda
O governo enfatiza a utilização da coleta seletiva, da Logística Reversa e do incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis
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A PNRS é norma geral federal, com a pretensão de traçar diretrizes gerais e serem observadas pelos estados, Distrito Federal e Municípios, sem, contudo retirar-lhes autonomia para suplementarem as diretrizes gerais.
No que concerne às Resoluções do Conama, estas foram recepcionadas pela PNRS, sobretudo na obrigação da LR, caso dos pneus (Conama n. 416/2009), óleos lubrificantes (Conama n. 362/2005), pilhas e baterias (Conama n. 401/2008, alterada pela Resolução n. 424, de 2010) e embalagens de agrotóxicos (Conama n. 334/2003)
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Além dos produtos anteriormente citados, foram acrescidos na sistemática da PNRS às lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, e os produtos eletroeletrônicos e seus componentes, em relação aos quais se demandará regulamento que especifique a forma de aplicação de lei.
Regulamento, acordos setoriais e termos de compromissos firmados entre o poder público e o setor empresarial poderão estender a LR a produtos comercializado em embalagens plásticas, metálicas, de vidro ou a outros produtos e embalagens
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Os 726 postos de coleta no Brasil recebem diariamente 1000
toneladas de pneus por dia, correspondentes a 200.000
unidades.
Desde a criação do programa, mais de 364,3 milhões de pneus
de passeio foram recolhidos e tiveram destinação
ambientalmente responsável, custo arcado apenas pelas
empresas associadas.
Do total recolhido, 36% têm seus componentes separados e
reutilizados como matéria-prima para tapetes de automóveis e
borracha regenerada, por exemplo. 35% é triturado e destinado
a virar asfalto ecológico, piso antiderrapante ou a servir de
combustível a cimenteiras, e 29% deles vão inteiros para as
cimenteiras. Não há sobras: o aço retirado dos pneus vai pra a
indústria siderúrgica 18
Cartão (papel) - O papel cartão é o principal material utilizado em todas as embalagens. Utiliza-se a quantidade necessária para garantir a estabilidade da embalagem, sem adicionar peso desnecessário. O cartão é um recurso renovável, obtido a partir da madeira.
Polietileno - São adicionadas finas camadas de polietileno para que o alimento fique armazenado no interior de embalagem sem contato com o alumínio e para proteger a embalagem da umidade externa.
Alumínio - As embalagens concebidas para armazenar alimentos sem necessidade de refrigeração também contêm uma fina folha de alumínio. Esta protege o alimento do oxigênio, da luz e dos odores externos.
O papel é a principal matéria-prima das embalagens longa vida, representando 75% do seu peso, seguido por 20% de polietileno de baixa densidade e 5% de alumínio.
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Após a redução da taxa de reciclagem de embalagens da Tetra Pak para 22% com a
crise financeira de 2008-2009, houve em 2010 uma recuperação do índice para a
marca histórica de 24,5% e, em 2011, mais um aumento, para 27,1%, que equivale a 59
mil toneladas em reciclagem pós-consumo.
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Em 2009, o gráfico revela que 27 mil milhões ( 27.000. 000. 000) de embalagens da
Tetra Pak foram recicladas em todo o mundo.
Existem diversas tecnologias disponíveis para a
reciclagem das embalagens da Tetra Pak. A reciclagem
das fibras e do plástico/alumínio que compõem a
embalagem começa nas fábricas de papel, em um
equipamento chamado "hidrapulper", semelhante a
um liquidificador gigante
26 Hidrapulper - Início do processo Hidrapulper - Final do processo
Durante a agitação do material com água e sem produtos
químicos, as fibras são hidratadas, separando-se das camadas de
plástico/alumínio. Em seguida, essas fibras são lavadas e purificadas
e podem ser usadas para a produção de papel utilizado na
confecção de caixas de papelão, tubetes ou na produção de
material gráfico, como os folhetos distribuídos pela Tetra Pak
O material composto de plástico/alumínio é destinado para
fábricas de processamento de plásticos, onde é reciclado por
meio de processos de secagem, trituração, extrusão e injeção. Ao
final, esse material é usado para produzir peças plásticas como
cabos de pá, vassouras, coletores e outros.
A reciclagem para produção de telhas parte da trituração das
camadas de polietileno/alumínio, que são depois prensadas com
aquecimento.
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Outra tecnologia, esta nova e inédita, desenvolvida localmente no Brasil, trabalha com o processamento do composto de plástico/alumínio em um forno de plasma.
O sistema aquece a mistura de plástico e alumínio a altíssimas temperaturas em uma atmosfera sem oxigênio (que preserva a qualidade do alumínio).
Neste processo, o plástico se quebra em moléculas, transformando-se em parafina e o alumínio se funde, tornando-se matéria-prima pura novamente, que pode voltar a ser folha para uso em embalagens longa vida. Uma planta industrial com esta tecnologia começou a operar em 2005 por meio de uma parceria da Tetra Pak, Klabin, Alcoa e TSL
Sim, pois as fibras das embalagens da Tetra Pak têm um alto valor para a indústria de papel/papelão, que pode utilizá-las como matéria prima para produção de caixas de papelão, papel kraft, entre outros
As outras camadas são utilizadas em fábricas de plástico como alternativa ao uso do polietileno de alta densidade ou na produção de telhas. Todos esses materiais já possuem mercado estabelecido no Brasil
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Reparo e consertos de telefones celulares
Recipientes de defensivos agrícolas
Garrafas PET
Pneus
Setor de alumínio
Óleos lubrificantes
LR pós-venda
Distribuição de revistas
Plástico
LR- desafios brasileiros
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LEITE, P. R. Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo:
Prenctice Hall, 2003.
Leite, P. R. (2012) Logística reversa na atualidade. In: Jardim, A.; Yoshida, C.;
Machado Filho, J. V. [orgs.] Política nacional, gestão e gerenciamento de resíduos
sólidos. Cap. 14, p.337-365. Barueri/SP: Manole
Programa Campo Limpo – Disponível: http://www.inpev.org.br
Rota da reciclagem – Disponível: http://www.rotadareciclagem.com.br
Tetra Park - http://www.tetrapak.com/br
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