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06-08-2013 Direito Empresarial O novo código civil revogou a primeira parte do código comercial, *muito ligado aos atos de comércio*, (1º ao 456º) da lei 556. Continua em vigor (457º a 796º). O novo código civil traz a “Teoria da Empresa” em substituição à “Teoria dos atos do comércio”. *Agora além dos atos de comércio temos também os serviços que não eram tratados pelo código comercial*. O código não definiu empresa. O código civil definiu empresário: Quem exerce profissionalmente atividade econômica (atividade que visa lucro) organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços . *Para ser considerada empresa, a entidade deve atender a todos os critérios grifados acima*. Podem exercer a atividade de empresário os que tiverem em pleno gozo da capacidade civil *(ligada à maioridade, sanidade mental, etc.)* e não forem legalmente impedidos *(Ex: policiais, magistrados, leiloeiros, funcionários públicos em geral que estejam na ativa). E há ainda profissionais que não podem ter empresa em ramo ligado à sua atividade “principal”, como por exemplo médico ter farmácia e advogado ter empresa de parecer jurídico)*. A pessoa impedida que exercer a atividade empresária responderá pelas obrigações contraídas. * Responderá civil e até mesmo criminalmente, quando for o caso. Estar impedido de ter empresa não exime a pessoa das obrigações contraídas na atividade empresarial, ainda que em situação irregular. * 13-08-2013 Direito Empresarial do1

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06-08-2013

Direito Empresarial

O novo código civil revogou a primeira parte do código comercial, *muito ligado aos atos de comércio*, (1º ao 456º) da lei 556. Continua em vigor (457º a 796º).

O novo código civil traz a “Teoria da Empresa” em substituição à “Teoria dos atos do comércio”. *Agora além dos atos de comércio temos também os serviços que não eram tratados pelo código comercial*.

O código não definiu empresa.

O código civil definiu empresário: Quem exerce profissionalmente atividade econômica (atividade que visa lucro) organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. *Para ser considerada empresa, a entidade deve atender a todos os critérios grifados acima*.

Podem exercer a atividade de empresário os que tiverem em pleno gozo da capacidade civil *(ligada à maioridade, sanidade mental, etc.)* e não forem legalmente impedidos *(Ex: policiais, magistrados, leiloeiros, funcionários públicos em geral que estejam na ativa). E há ainda profissionais que não podem ter empresa em ramo ligado à sua atividade “principal”, como por exemplo médico ter farmácia e advogado ter empresa de parecer jurídico)*.

A pessoa impedida que exercer a atividade empresária responderá pelas obrigações contraídas. * Responderá civil e até mesmo criminalmente, quando for o caso. Estar impedido de ter empresa não exime a pessoa das obrigações contraídas na atividade empresarial, ainda que em situação irregular. *

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Direito Empresarial

O Direito Comercial como ramo do Direito Privado.

O comércio surgiu no âmbito doméstico (produção manufaturada, troca).

O comércio e sua expansão na Idade Média, marcada pelo liberalismo econômico. * A atividade era o que importava e não o sujeito*.

Corporações de Ofício (“Associação de Mão de Obra”). Ex: Padeiro, pedreiro, alfaiate, etc. Nestas corporações tinham os mestres, oficiais e aprendizes. Mão de Obra: Produtos manufaturados. Os aprendizes não recebiam pagamento, trabalhavam em troca de aprender uma profissão*.

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As Corporações de Ofício regulamentavam suas atividades, cada corporação estabelecia suas regras.

Estas corporações se juntavam e formavam monopólios e cartéis. Nesta época não existiam regras que proibissem tais práticas.

Até as Corporações de Ofício o Direito Comercial estava mais ligado aos atos. Após isto se ligou mais ao sujeito.

Napoleão e o Código Comercial de 1.808 (no art. 4º do Código Comercial de 1.850 que dizia que o comerciante deveria estar matriculado em algum “Tribunal do Comércio” (atualmente seria a junta comercial) e que esta atividade fosse uma profissão habitual). Neste Código Napoleão não definiu comércio e sim quem poderia comerciar.

Naquela época as obrigações comerciais poderiam ser diferenciadas.

Fábio Ulhoa: insuficiência da “Teoria dos Atos do Comércio”. * Um Código Comercial que não atendia a necessidade dos atos praticados nas relações mercantis. As decisões dos tribunais antes da revogação do Código comercial, por intermédio do Código Civil, já abarcavam atos que hoje são tidos como empresarial*.

Em 1.942 a Itália disciplina um novo sistema (maior abrangência, alargamento da Teoria dos Atos de Comércio).

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Atos de comércio (matrícula e habitualidade): no Brasil os atos de comércio estavam ligados ao Código Comercial que foi em grande parte revogado pelo Código Civil de 2002. Não havia nenhum artigo que definia o que eram atos de comércio. Para ser comerciante duas coisas eram imprescindíveis, matrícula e habitualidade (a atividade existia e era habitual).

Atos de comércio (ver art. 191): este art. trás um exemplo de ato de comércio. Mas no código todo não é possível encontrar uma definição exata do que seria ato de comércio. As Leis Ordinárias federais começaram a disciplinar acerca do que poderia vir a ser atos de comércio, como exemplo a Lei 4.068/62 – Construção Civil.

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Desta forma temos o Poder Legislativo considerando algumas atividades como atos de comércio.Temos também o Poder Judiciário buscando considerar o que é ato de comércio através das jurisprudências.

Atos de comércio (tratamento diferenciado): Sempre houve uma preocupação com a definição exata do que seria comerciante e o que seriam atos de comércio, pois há e sempre houve a possibilidade de pessoas agirem de má fé para conseguirem tratamento diferenciado em algumas situações reservadas para os que têm como profissão a de comerciante. Como exemplo de tratamento diferenciado temos a prorrogação do vencimento de duplicatas.

Unificação do Código Comercial e Civil (Itália)

Teoria de Empresa (atividade econômica) Código Civil: Na Teoria de Empresa vários atos econômicos que antes não estavam disciplinados como atos de comércio passaram a ser enquadrados como Atos de Empresa. Com isto foi alargada a abrangência dos antigos “Atos de Comércio”. Houve a transição dos Atos de Comércio para Atos de Empresa.O Código Comercial de 1.850 falava sobre bens e produtos, já o com a Teoria da Empresa temos bens, produtos e serviços. Isto fica claro no art. 966 do C.C que define o que é empresário.

Algumas Leis Ordinárias federais já traçavam um novo perfil do comerciante.

Teoria da Empresa (subjetivo moderno): Nos Atos de Comércio era analisado o que era comerciante através das atividades do sujeito. Na Teoria da Empresa é analisado o sujeito para definir se aquela atividade é empresarial.

Empresa = Objeto de Direito

Empresário = Sujeito de DireitoAquele que individualmente ou coletivamente exerce atividade empresarial. Empresário está definido no art. 966 do C.C.

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Pode haver sociedade sem empresa, pessoas em torno de um CNPJ que não exerçam atividade com objetivo de lucro, por exemplo. Ex.: Condomínio, cooperativa, etc.A mera intenção de se tornarem empresa não garante por si só o enquadramento da associação como empresa se não tiver em atividade.

Definição de empresário (ver artigo 966 do C.C): O art. 966 do C.C define o que vem a ser o empresário, quais as condições para um sujeito ser considerado empresário e quais são os impedidos de formarem associação empresária devido às suas atividades.

Impedimentos (parágrafo único): O art. 966 do C.C fala dos profissionais impedidos de abrirem empresa (SA ou LTDA) ligada à sua atividade principal, como exemplo disto temos os médicos. Porém podem fazer uma Sociedade Simples uma vez que Sociedade Simples não têm seu ato de constituição arquivado na Junta Comercial, são registradas apenas no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

Sociedade Simples e Sociedade e Empresária: Neste caso de Sociedade Simples o patrimônio pessoal dos sócios pode ser utilizado para cumprimento de obrigações em uma futura execução. Já no caso de Empresa LTDA o patrimônio pessoal dos sócios só pode ser atingido em situações mais específica como dolo, etc.

É tido como opção para aqueles impedidos de formarem sociedade empresarial que estejam ligadas à sua atividade principal, como os médicos, advogado, etc.

Atividades Econômicas/ Sociedade Simples

As atividades empresariais não abrangem todas as atividades econômicas possíveis: Não são só as atividades empresarias que fazem a economia girar, as sociedades simples também resultam neste “giro”.

Atividades econômicas civis: São regulamentadas pela parte geral do CC ou por legislação especial, em alguns casos.

Quem não se enquadra como empresário: Quem exerce profissão..., produtores rurais não inscritos no Registro de Empresas e Cooperativas.

Agroindústria ou Agronegócio/ Família Produtora.

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Ato de constituição (contrato) registro civil das pessoas jurídicas com exceção das cooperativas, reg. mercantil.

Cooperativas/ Estatuto Social As sociedades tem perfil “intuitu personae” Responsabilidade dos sócios: é ilimitada. Artigos 1023 e 1024 Não estão sujeitas a falência, mas à insolvência civil.

Sociedade Simples/ Cooperativa

Atividades Econômicas: pode exercer atividade econômica, mas não é atividade empresarial. Há um crescimento mútuo entre os sócios que dividem o dinheiro “restante” de acordo com a participação de cada um deles.

Natureza (da atividade)/ Forma de exploração: na cooperativa não é analisada a natureza da atividade, apenas a forma de exploração. No caso de atividade médica, por exemplo, pode ser cooperativa, sociedade simples ou empresa, dependendo da forma de exploração. Dentro de uma mesma atividade um sujeito pode ser conceituado de formas diferentes: cooperado, sócio de sociedade simples ou sócio de sociedade empresária. Desta forma se submeterão à regras diferentes, sociedades simples ao CC e as empresárias ao Comercial. No novo Código Civil o sujeito é que é levado em conta e não a atividade como ocorria no Código Comercial.

Cooperativa: crescimento mútuo/ proporcional à atividade desenvolvida pelo cooperado e também pela proporção do capital aportado. Ela, a cooperativa, tem Estatuto Social registrado na Junta Comercial, isto é declarado por Lei Especial destinada às cooperativas. No que a Lei Especial faltar, recorre-se ao CC.

Capital Social das Cooperativas: as cooperativas surgem com o aporte de capital dos seus cooperados. Este capital pode ser bens móveis e imóveis e dinheiro em espécie.

Capital Subscrito (Fixado/ Estatuto): é aquele valor que o cooperado aportará. É um valor em dinheiro que o cooperado é obrigado a aportar, posteriormente, sob pena de ser excluído da cooperativa.

Capital Integralizado: agora o capital já foi aportado. É o momento da efetivação.

Responsabilidade Ilimitada e Limitada: Limitada é a responsabilidade sobre o valor que o cooperado prometeu aportar (capital subscrito). As

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cooperativas são mais comuns que as de responsabilidade ilimitada. Quando a responsabilidade é ilimitada o limite do patrimônio subscrito é extrapolado, e vai para o patrimônio pessoal dos cooperados ou dos sócios de empresa de responsabilidade limitada. Ainda é medida a responsabilidade dos sócios pela participação de cada um. A responsabilidade será ilimitada se previsto em estatuto ou se o insucesso decorrer de má fé.

Ementa (resumo de um julgado/ decisão)/ Jurisprudência: No roteiro de aula 06 alguns casos (jurisprudências exemplificam as decisões a respeito dos bens pessoais e dos bens da sociedade empresárias.

Agentes auxiliares da empresa (colaboradores): irão auxiliar para que a sociedade empresária ou o explorador de atividade empresária tenha êxito na exploração do objeto da empresa.

Auxiliares dependentes e independentes: dependentes são aqueles que dependem hierarquicamente do empresário ou da sociedade empresária, não agem em nome próprio e sim em nome da empresa e dependem das diretrizes da empresa (uniformes, preço de mercadorias, etc.) pois estes auxiliares não têm autonomia, poder de decisão.

Auxiliares dependentes internos e externos: Qualquer litígio nestas relações serão tratadas na justiça do trabalho. Ex. de auxiliares dependentes internos: balconista, vendedor, operários, assistentes administrativos. Eles trabalham internamente, suas atividades são exercidas internamente.Ex. de auxiliares dependentes externos: vendedor externo de planos de saúde concessionárias de automóveis, motoboy, engenheiros. Não trabalham nas dependências da empresa.

Gerente/ Administrador: Gerente é a pessoa que gerencia, desta forma ele pode ter uma gerência mais abrangente (gerente de loja) ou mais restrita (gerente de setor). Esta setorização da gerência tem objetivo de facilitar a gerência do “negócio”.O administrador tem mais responsabilidades que um gerente, pois a ele é conferida pela legislação atual uma série de responsabilidades. Ele tem que estar designado num contrato social ou estatuto, e este ato de designação que nomeia o administrador tem que ser arquivado na junta comercial, assim caso ele aja com dolo ou má fé ele responde com seu patrimônio pessoal.

Auxiliares independentes: Estes agem sem nenhum tipo de subordinação entre estes colaboradores e a empresa, agem com autonomia ao contrário dos dependentes internos e externos. No caso destes colaboradores suas relações com os contratantes são regidas pelo CC e não pela CLT. Qualquer litígio serão tratados na justiça comum.

Alguns exemplos de auxiliares independentes:

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Corretor: de mercadorias, imóveis. Neste caso tem independência quanto à forma (carta, ligação, pessoalmente) de gerir suas atividades e horários.Leiloeiro: É aquele profissional previamente cadastrado na junta comercial, que é contratado para vender determinada mercadoria e recebe uma porcentagem em cima do valor.Representante comercial (pessoa física ou jurídica): Ele tem autonomia sobre rota, horário, forma de abordagem de clientes, etc.

O código civil definiu o contrato de representação comercial como Contrato de Agência (os mesmos elementos da lei 4.886/65). Esta lei define a atividade do representante comercial como agenciamento.

Na cooperativa o valor de cada cota não pode exceder o valor do salário mínimo vigente no país.

No caso de terceirização o empregado tem vínculo com a empresa que o contratou e não com a empresa que contratou os serviços da empresa com a qual ele tem vínculo. Eles têm independência com relação à empresa que contratou os serviços da empresa com a qual têm vínculo trabalhista, e quanto à esta elas são dependentes externos.

Registro de Empresa

É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis (nas juntas comerciais), antes do início da atividade.

Lei 8.934/94: regulamenta o registro de empresas. No caso de divergências no registro de empresas a justiça federal é competente para julgar tal litígio, e não a justiça estadual. Será utilizada a lei 8.934/94 que é uma lei federal.

SINREM (Sistema Nacional de Reg. Empresas Mercantis)DNRC (Departamento Nacional do Registro do Comércio): Supervisionar, coordenar, orientar as juntas. Este departamento tem que auxiliar interpretação da legislação.Juntas: Ficam nas sedes dos Estados, dependendo do porte da cidade ela terá uma sede junta. Compreendem à estas a efetivação do serviço, pois os empresários individuais e sócios de sociedade empresária farão o registro nestas juntas.

Todos estes órgãos acima estão ligados ao Ministério de Indústria e Comércio.

As juntas

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O registro compreende: o Matrícula (leiloeiros (o leiloeiro tem que estar

matriculado na junta comercial), administradores de armazéns gerais)

o Arquivamento (Constituição, alteração e extinção

de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas)

o Autenticação de instrumentos

Empresário irregular não poderá: I- Recuperação judicial, requerer falência de devedor, pode ter falência requerida e requerer a própria. II- Sócios responderão solidária e ilimitadamente.

Livros Comerciais Livros Empresariais e Livros do Empresário (por exemplo, o livro de registro

de empregado). Livros Empresariais: Obrigatórios e Facultativos Há apena um livro comercial obrigatório comum: “Diário”

“Diário” todo fato que reflita a variação patrimonial (movimentação financeira).

Livros Especiais: “Registro de Duplicatas”: É uma espécie de título de

crédito assim como cheques e promissórias. Como nem toda empresa emite duplicata este livro não é comum.

“Entrada e Saída de Mercadoria”: Para quem tem armazém geral, onde normalmente trabalham com mercadorias de outras pessoas.

O empresário pode ter outros livros que achar necessário, porém não pode deixar de ter os obrigatórios.

Balanços Anuais: Patrimonial (ativo e passivo) Resultado Econômico (lucros e perdas)

Dentre outras coisas estes balanços servem para provar a saúde financeira da empresa. Toda vez que uma empresa participa de uma licitação, o poder público examina os Balanços Anuais.

Nome Empresarial

Nome empresarial: Serve para distinguir a pessoa (natural) da empresa. Se aplica aos empresários individuais e às sociedades empresárias.

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Empresa Individual e a Sociedade Empresária: Têm normas para denominação para cada caso, previstas no CC, e em alguns casos em leis ordinárias específicas da esfera federal.

Empresário Individual (nome civil e o empresário): ainda que sejam iguais os nomes, as obrigações são distintas para a pessoa natural e para a jurídica.

O nome empresarial pode ser de duas espécies: Firma (individual ou coletiva) ou Denominação

A firma só pode ter por base nome civil do empresário individual ou dos sócios: o objeto da empresa ou sociedade empresária pode compor nome empresarial, ou seja, é opcional colocar o objeto da atividade. A empresa individual só pode adotar o nome do tipo firma, já a sociedade empresarial limitada pode adotar tanto nome do tipo firma ou denominação.

A denominação deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil dos sócios que compõem. Agora o que é obrigatório é o objeto e o opcional o nome civil por base. A sociedade empresarial limitada pode adotar tanto nome do tipo firma ou denominação.

Artigo 1.155 CC: O nome tem que ser constituído antes do exercício da empresa.

Proteção ao nome comercial (art. 33 CC): A proteção do nome se dá quando da “entrada” dos documentos para registro da empresa. Esta proteção se dá nos limites do estado, e caso queira pode requerer proteção em todo território nacional.

Críticas aos limites da proteção (CF/88) Nomes Empresariais (art. 1.155 CC)

Alteração do Nome Empresarial

Vontade do empresário Sociedades empresariais: depende da vontade, do consenso entre os

sócios. Alterações independentes da vontade do sócio:

o Morte do sócio cujo nome constava na firma social: caso o nome não

seja retirado, o espólio, quem representa o capital deixado pela pessoa que morreu responde pelas responsabilidades dele quando estava vivo.

o Alienação do estabelecimento

Transformação Lesão ao direito do empresário

Estabelecimento Empresarial (local físico onde uma sociedade empresária desenvolve suas atividades)

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Complexo de bens, instrumento de realização da empresa (atividade empresarial).

O Código Civil (artigo 1142): Não há diferença jurídica nas terminologias “Estabelecimento” e “Estabelecimento Empresarial”.

Ao organizar o estabelecimento agrega-se valor aos bens reunidos: os bens reunidos (ponto, máquinas) tem um valor superior. Se forem vendidos separadamente desagrega valor.Temos bens materiais (máquinas, utensílios, imóvel, etc.), e bens imateriais (ponto, marca, patente, etc.).

Uma das características: Alienabilidade (possibilidade de venda) O nome empresarial e a identificação do estabelecimento (“nome de

fachada”): Nome empresarial e identificação do estabelecimento não são a mesma coisa, ou seja, não se confundem. Caso o nome empresarial não estiver registrado, a empresa não terá proteção para o nome empresarial e nem para a identificação do estabelecimento. Identificação/ título do estabelecimento não tem registro.

Concorrência desleal: Para caracterizar concorrência desleal é preciso comprovar que uma empresa lesou ou tentou lesar (desviar clientela) de outra empresa.

O estabelecimento empresarial e o Direito Civil, Penal, Industrial e a lei de locação: o estabelecimento comercial é protegido por diversos institutos jurídicos. Exemplo: 1- Alguém rouba máquina de um estabelecimento (Direito Penal); Compra máquina com defeito (Direito do Consumidor).

Ponto Comercial (tem proteção especial no nosso ordenamento jurídico)

Os bens incorpóreos muitas vezes superam os valores dos bens corpóreos.

Local: Temos a localização e clientela como fatores que agregam valores ao estabelecimento empresarial. A permanência tem prestígio no direito (inerência): para esta proteção, inerencial, a locação não pode ser residencial, pois mudar de casa não fada alguém ao insucesso. Contrato de locação não residencial Requisitos para proteção:

Deve ser empresário Mínimo de 05 anos Exploração da atividade mínima de 03

anos Inerência ao Ponto: Empresário Proprietário já possui o direito de propriedade garantido na CF/ 88 que, em alguns, casos, será passível de

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sua perda com a garantia de indenização pela perda do direito. Ex: desapropriação.

Requisitos: Ser empresário: Tem que ser uma locação comercial/

empresarial. Tempo mínimo de 05 anos (contrato). Explorando a atividade no mínimo pelo prazo de 03

anos. Motivos de perda da Inerência ou continuidade da locação:

Insuficiência da proposta: O proprietário tem que propor um valor de mercado. Caso haja discordância quanto ao valor, o juízo manda um perito determinar o valor do aluguel.

Proposta melhor de terceiro: Inclusive para o mesmo ramo.

Reforma substancial (necessária): A volta do inquilino não é garantida.

Uso próprio: Não pode ser para a mesma finalidade do inquilino. Já se for alugar pra outra pessoa, pode ser para o mesmo ramo.

Transferência à ascendente, descendente ou cônjuge.

A perda da inerência ocorre uma vez que, o direito do proprietário garantido na CF/ 88, deve sobrepor ao contrato de locação.

Locação Comercial (continuação)

Inerência e a Ação Renovatória: 1º O empresário deve fazer uma notificação dizendo da intenção em renovar o contrato. 2º Caso o proprietário não queira renovar o contrato ele dá resposta alegando o motivo, por exemplo, para destinação a herdeiro. Para propor ação renovatória, o empresário, deve estar em dia com os impostos do imóvel, como IPTU, seguro contra incêndio, condomínio. Os documentos que comprovam a situação regular do empresário fazem parte da instrução da petição inicial.

Prazo da Ação Renovatória (1 ano e 6 meses antes do término): Perda do prazo: Se dentro deste prazo, o empresário não pedir renovação,

ele fica até o fim do contrato. Após este contrato e se o proprietário não pede o imóvel, o empresário fica por prazo indeterminado. A qualquer tempo e proprietário pode pedir o imóvel, dando o prazo de 30 dias para o inquilino, empresário, sair do imóvel.

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Indenização ao Ponto (ressarcimento) pela perda do lugar: Caso o proprietário não queira renovar o contrato ele dá resposta alegando o motivo, por exemplo, para reforma substancial. Caso não seja feita a reforma, como foi dito no exemplo, e o proprietário ainda monte um negócio do mesmo ramo, o proprietário deve indenizar o locatário. O locador deve ao locatário um valor referente ao Fundo de Empresa por ter dado destinação diversa da alegada, o fundo de Empresa é composto por bens corpóreos e incorpóreos. O locatário ajuíza ação para ser indenizado pelo locador para ser ressarcido pelos ganhos que deixou de ter, faz o que se chama expectativa de empresa para saber o valor aproximado do quando o empresário deixou de ganhar.

Fundo de Empresa ou Aviamento: O fundo de Empresa é composto por bens corpóreos e incorpóreos.

Indenização: proposta de 3º, não der o fim alegado e insinceridade na retomada: No caso de proposta de 3º para alugar o imóvel por valor superior ao atual para negócio do mesmo ramo ou ramo superior, e o locatário atual não cobrindo a oferta, o locador e o novo locatário devem indenizar o atual locatário pela perda do ponto. Esta indenização terá por base o Fundo de Empresa, ainda que leve os bens corpóreos para montar outro estabelecimento em outro local, será devida indenização pela perda do ponto. No caso do inquilino não quiser pagar o reajuste, valor de mercado, do aluguel do imóvel, o locador não deve indenização ao locatário.

Alienação do estabelecimento: Venda do Fundo de Empresa, não pode ser confundido com concessão de cotas de cooperativas. Neste caso, se o imóvel for alugado, só poderá ser feita sublocação ou cessão do imóvel com a anuência do proprietário.

“Trespasse Clandestino”: Quando há sublocação sem anuência do proprietário. Caso ocorra este fato, o proprietário pode pedir a retomada do imóvel.

Até aqui, matéria da prova, dia 25-09-2013.

Propriedade Industrial

Direitos concedidos pelo Estado (Autarquia Federal): marca, patente, desenho industrial.

Concessão de patentes de invenção ou modelo de utilidade.Patente: (serve para proteger de concorrência desleal).Modelo de utilidade: está sempre ligado à indústria. Tem que ter a possibilidade de ser desenvolvido pela indústria.

Requisitos: Novidade:

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Aplicação industrial: a indústria tem que reproduzir, ser viável de reprodução pela indústria.

Atividade inventiva: Não impedimento:

Procedimento administrativo: Prazo de duração da patente: 20 anos para invenção e 15 anos para

modelo de utilidade. Durante este tempo, o titular tem o direito de exploração.

Utilização por terceiro: o terceiro pode fazer uso da patente mediante autorização do proprietário da patente, esse colocará um valor sobre as vendas (geralmente um percentual).

Licença compulsória: quando há interesse social, após 03 anos sem exploração.

Licença obrigatória: quando o invento é de grande interesse social não é necessário tempo mínimo.

Casos justificados: o INPI notifica o proprietário da patente para que em 60 dias ele se justifique. Casos justificados de não exploração não ensejarão na licença compulsória.

Término da proteção: caducidade, renúncia, falta de pagamento da taxa, falta de representante no Brasil.Caducidade: 20 ou 15 anos.

Processo de Patente no INPI (procedimento administrativo): invento e modelo utilidade (quando complementa algo que já existe, por exemplo suporte pra garrafa pet em geladeira) que possam ser desenvolvidos pela indústria. O INPI é uma autarquia federal. Não há na lei um prazo determinado para registro de patente, porém demora em média 2 anos.

Entrega de: Formulários, documentos, resumos, desenhos, pagamentos de taxas, etc... Caso falte algum documento, o INPI notifica o requerente para complementar a documentação. Somente após o registro ser deferido que o titular tem direitos sobre a patente.No curso do procedimento (já tem que ter dado entrada no procedimento de registro) de patente, o titular da invenção ou modelo utilidade pode notificar um possível fraudador sob pena de propositura de ação judicial.

Desenho Industrial (registro): No caso de desenho não se fala em registro de patente, mas sim registro de desenho industrial, pois está ligado mais ao designer e não ao modo de fabricar. Ex: cadeira nova não é novidade, pois já existem cadeiras, mas o desenho (designer) é novo.Objetos (desenho)O desenho também tem que atender estes requisitos: novidade, originalidade e desimpedimento.

Proteção: 10 anos, prorrogáveis por mais três períodos de cinco anos, esta prorrogação deverá ser requerida.

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Marca (Designativo de Proautos e serviços): não se fala em patente de marca, e sim registro da marca.A marca pode ser composta por: Letras, palavras, símbolos, sinal, etc. e também pode ser conjugação de mais de um dos elementos. Assim como na patente, caso quem registre não esteja usando perde direito de proteção da marca, que neste caso pode ser feito requerimento por terceiro administrativamente no INPI ou por vias judiciais.

Ramo de atividade: para registrar uma marca deve ser comprovada uma ligação com o que ser quer registrar e com o ramo de atividade do requerente.Ex: Ramo de atividade: podemos ter um mesmo nome de marca em ramos diferentes. Ex: Fogão e cigarro com a marca Continental.

Requisitos: novidade relativa, não colidência com marca notória e não impedimento: Não pode usar marca notória nem mesmo em ramos diferentes, por exemplo, carro com marca Coca Cola. Também não pode usar símbolos, por exemplo, de nazismo, que representa um impedimento.

Duração de 10 anos (prorrogáveis): A prorrogação não tem tempo fixado, pode ser pedida eternamente desde que faça requerimento dentro do último ano de proteção.O registro da marca caduca em 05 anos se não tiver sido explorado (salvo força maior). Marca e nome empresarial são institutos jurídicos diferentes, e há legislação para cada um.

Endereços eletrônicos (NIC.BR Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br): No NIC não há a busca junto aos registros do INPI para saber se existe o nome que está sendo solicitado, ou seja, o NIC e o INPI são institutos diferentes. Mesmo se tratando de institutos diferentes, a legislação federal que trata da concorrência desleal protege o detentor da marca ou nome empresarial.Patentes e registro de marca

Convenção de Paris (não há distinções entre nacionais) Marcas notórias: mesmo não registradas são protegidas nos países

signatários da convenção de Paris. A marca que não é notória, mas deseja gozar de proteção em outro país, é obrigatório fazer registro fora do país. É do INPI a responsabilidade de, mesmo em outro país, encaminhar a solicitação de registro no outro país.

Período de graça: Uma pessoa apresenta sua pesquisa em uma feira acadêmica. Assim, quando do registro, o detentor da invenção tem que informar que foi necessário divulgar sua invenção antes do registro. Caso não haja informação, o inventor pode ter seu processo indeferido, por não haver novidade. A divulgação tem que ter motivo relevante, e ter corrido em um prazo máximo de um ano entre a exposição e o registro.

Personalização A pessoa jurídica e a pessoa física têm personalidade.

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Sujeito de Direito e Pessoa Jurídica/ Física Entidades que não são pessoas, entidades não personificadas, mas são

sujeitos de direito: massa falida, nascituro, espólio, etc. Atos da pessoa física, atos da Empresa: Os atos e obrigações das pessoas

jurídicas e das pessoas naturais não se confundem. São atribuídos á pessoa jurídica todos os atos da pessoa natural, que forem compatíveis com sua realidade. A pessoa jurídica tem obrigações descritas em lei de acordo com o seu tipo (LTDA, AS, EIRELI, etc.).

Personalização das Sociedades Empresariais: se dá como registro. Caso não houver o registro não há proteção que a lei dá à pessoa jurídica, respondendo, os sócios, pessoalmente e ilimitadamente pelos compromissos da sociedade.

Contrato Social Sociedade Empresária (vontade dos sócios): Nasce com a livre vontade dos

sócios, e não pode haver coação na constituição da sociedade. O contrato social onde um ou mais sócios é obrigado mediante ameaça, coação, etc., a compor sociedade (contrato social), este poderá ser declarado nulo de pleno direito.Todos os quesitos de um negócio jurídico perfeito e acabado têm que estar presentes no contrato.

Sociedades em nome coletivo, em Comandita Simples, Limitada: Têm que ter contrato social.

Contrato plurilateral: Pode ter vários sócios, não apenas dois que seria bilateral, com múltiplas obrigações. Será registrado em Junta Comercial, e no caso de sociedade simples no cartório de registro de pessoas jurídicas.

Requisitos para validade do contrato social: Sujeito (quem é, onde mora, etc.) e objeto

(produto ou serviço oferecido). Contribuição dos sócios: Como e quando

cada sócio vai aportar capital, cada sociedade empresária decidirá, e isto deverá constar no contrato social por não haver previsão deste prazo em lei. Por não haver em lei, estipulação de porcentagem para cada sócio em cada tipo de sociedade (Ex: 10% pra cada sócio de sociedade limitada), isto deverá ser declarado no contrato social.

Cláusulas contratuais: Essenciais: ler Fábio Ulhoa. Acidentais: ler Fábio Ulhoa.

Forma:

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Escrito: A lei fala que deve ser obrigatoriamente escrito.

Exceção: A regra é que o contrato social seja escrito, porém há exceção em que o contrato poderá ser verbal nas sociedades de fato/ irregular. O contrato que se deu de forma verbal não será passível de registro por não ser permitido em nosso ordenamento.No caso de sociedade de fato em que 3º se veja prejudicado ou diz ter com esta sociedade obrigações poderá, imputar aos sócios responsabilidade.

Contrato Social (continuação) O contrato social pode ser alterado: 1- Abrangência maior do objeto, que

deverá ser feita na Junta Comercial (neste caso judicial ou administrativamente).

Deliberações (maioria societária): A decisão de alteração não se dá pelo número de sócios, mas sim pelo número de cotas.

Exclusão de Sócio Mora na Integralização: Quando sócio não aportar valor subscrito. Justa Causa (artigo 1085, CC): Prevista quando da prática de atos de

inegável gravidade. A Justa Causa é uma novidade do CC de 2002 já que não era prevista no Código de 1916, porém não há definição exata do que seria. Tem que estar previsto no contrato social, apesar de previsto no CC, esta exclusão não pode ser feita administrativamente.

Sócio Majoritário (51% ou mais das cotas): Apenas judicialmente, pois na assembleia (administrativamente) ele terá “palavra final”. O sócio excluído tem direito do ressarcimento do que aportou.

Conflito aparente (artigo 1076, I): Quando previsto em mais de um artigo, o que vale é o artigo específico da matéria. Ex.: Justa Causa, onde o que vale é o artigo 1085 (51%) e não o artigo 1076 (75%).

Exclusão Judicial (artigo 1030): Ex.: No caso da LTDA que não prevê no Contrato Social a exclusão por via administrativa, será feita via judicial.

Observações: Todas as cláusulas ilícitas constantes no Contrato Social não serão válidas. A forma como ocorrerá a distribuição de lucros é decidida pelos sócios,

entretanto não poderão excluir um deles do rateio. O Contrato Social é marcado pela liberalidade e deliberação dos sócios, e a

Sociedade LTDA pelo menor controle estatal. A exclusão do sócio é uma modalidade de alteração do Contrato Social. Quórum: Número de cotas do capital social e não de quantidade de

pessoas.

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Para mudança de contrato Social precisa de no mínimo de ¾ (75%) das cotas.

Responsabilidade dos Sócios

A regra é a não responsabilidade dos sócios, mas sim da sociedade empresária (obrigações da sociedade). As personalidades não se confundem. Isto se deve ao princípio chamado de Princípio da Autonomia Patrimonial

A responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária: Somente em segundo plano é que os bens dos sócios serão atingidos, primeiro serão atingidos da pessoa jurídica (sociedade).

Responsabilidade Solidária entre os sócios: Esgotados os bens da pessoa jurídica, e caso algum ou alguns dos sócios não tenham bens para ressarcir o prejuízo, os que têm pagarão todo o prejuízo e posteriormente poderão ajuizar ação para que aquele que não pagou os restitua. Isto se deve ao fato de primar pela proteção de terceiros e o Fisco (Estado).

As obrigações contidas no contrato social deverão ser obedecidas sob pena de nulidade do ato. Ex: Assembleia que não é obrigatória, mas consta em cláusula de contrato social.

Sociedade em Nome Coletivo (“sociedades menores”) Sociedades Contratuais: em nome coletivo, em comandita simples, em

conta de participação. Sociedade em nome coletivo: Responsabilidade dos sócios é ilimitada,

assim só podem integrar sociedade NC pessoas naturais. A responsabilidade é ilimitada em relação às responsabilidades sociais (da sociedade), as obrigações pessoais contraídas são quitadas com o patrimônio pessoal de quem a contraiu.A dívida feita em nome da sociedade, mesmo que por uma pessoa apenas e sem conhecimento dos demais sócios, será paga pela sociedade solidariamente, podendo os sócios pedir cancelamento da dívida caso tenha sido feita em desconformidade com o estipulado em contrato social. Pode ainda ser feita a limitação da responsabilidade de cada sócio por cláusula contratual (artigo 1039, CC), pois há sócios que têm menos participação e assim menos lucro e responsabilidade, podendo o sócio com menos participação e prejudicado em prestação de contas perante terceiro cobrar os seus prejuízos dos demais sócios, ou seja, a responsabilidade é solidária e ilimitada perante terceiro, podendo ser limitada entre si.

CC 1039 a 1044:

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O nome empresarial é formado pelo nome dos sócios ou de alguns, seguido da expressão “& companhia”. Tipo Firma, artigo 1041, CC. Só poderá constar no nome empresarial o(s) nome(s) de sócio(s) de responsabilidade ilimitada, se constar nome de algum que não seja de responsabilidade ilimitada, passará a ser.

Instrução do DNRC (que regulamenta o nome empresário):o O nome empresário deverá conter pelo menos o nome de um deles

acrescido do aditivo: “e companhia”, por extenso ou abreviado. Não exigindo ser o sócio majoritário. É opcional constar o objeto social no nome empresarial.Ex: L. Sena & Companhia; Lucas Sena & Cia; L. Sena & Cia.

Administração exclusiva de sócios: Não pode eleger no contrato social um terceiro que não seja sócio.

Jurisprudência (Apelação cível TJ/DF 001416-45.2003.807.0007) Sociedade com aparência de sociedade em nome coletivo (não cumpriu avença/ combinado) um sócio assinou. Fala de aparência pelo fato do contrato social não deixar claro o tipo societário.

São chamadas de sociedades menores pelo fato destes tipos não serem muito utilizados no nosso ordenamento jurídico.

Sociedade em Conta de Participação (“sociedade secreta”)

Artigos 991 a 996, CC: Este tipo de sociedade tem um ou mais sócios ostensivos (aparentes) e sócio(s) oculto(s) ou participante(s). Alguns autores chamam este tipo de sociedade de contrato de investimento e outros de sociedade secreta....”A atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade”.

Não tem personalidade jurídica: Mesmo que formada por pessoas jurídicas. O sócio ostensivo responde ilimitadamente: Todas as negociações perante

terceiros ficam a cargo do sócio ostensivo, ou seja, assume obrigações. Em caso de insucesso o patrimônio da Sociedade em Conta de Participação pode ser alcançado, porém o patrimônio individual do sócio oculto não. Para alcançar o patrimônio pessoal do sócio ostensivo, caso seja este sociedade limitada, deverá ser provada a existência de Sociedade em Conta de Participação.

Não é registrada na Junta Comercial: Ele pode ser registrado no Cartório de Reg. Títulos e Documentos, representando uma segurança/ garantia para ambos os tipos de sócios. A personalidade jurídica do sócio ostensivo não

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sofre alteração. Não é sociedade de fato ou irregular, uma vez que a legislação prevê a falta de registro.

Não adotará nome empresário: Uma vez que a mesma não é registrada na Junta Comercial.

Sócios Participantes: O contrato entre os sócios estabelece responsabilidade entre o(s) sócio(s) ostensivo(s) e o(s) sócio(s) oculto(s). Pode haver parcelas diferentes de responsabilidade pra cada um dos sócios, até porque pode haver quantidade de cotas diferentes.

Contrato associativo ou de participação: Apesar de poder ser chamado de Contrato Social, estas duas retromencionadas são mais adequadas.

Sociedade entre os sócios: Esta sociedade só existe entre os sócios, ou seja, o terceiro não negocia com esta sociedade.

“Se o sócio ostensivo não for empresário ou uma sociedade empresária, não estará sujeito à falência e sim a insolvência civil”.

Obs: licitação, em que a empresa participante da concurso não tem capital para aportar como garantia do cumprimento do contrato, e assim os sócios ocultos aportam este valor.

Os impedimentos para o exercício da atividade empresarial devem ser observados na sociedade em conta de participação.

Falência da Sociedade em Conta de ParticipaçãoQuando o sócio ostensivo, se empresário, falir, a sociedade é dissolvida/ contrato de parceria extinto. Lembrando que este tipo de sociedade não se beneficia da lei de falência por não haver registro, ou seja, quem pode entrar em falência é o sócio empresário.Quando o sócio oculto, se empresário, negocia com fornecedor da sociedade e por isto se torna ostensivo nestas negociações, e não cumpre suas obrigações como fornecimento ou dívidas, poderá ser pedida sua falência e com isto influenciando nos bens pessoais e consequentemente nos da associação. Ou seja, se por algum motivo este sócio quando empresário falir, ele deverá sair da sociedade e o contrato de parceria deve ser extinto.

Sociedade em Comandita Sócios comanditados (PF: responsabilidade é ilimitada): Quem tem mais

responsabilidade dentro deste tipo societário. Somente pessoas naturais, podendo ser uma ou mais pessoas. São eles que administram, porém não decidem sozinhos pois.

Sócios comanditários (PF ou PJ: responsabilidade limitada): Especificação no Contrato Social: Caso não fique claro no contrato, a

responsabilidade será considerada ilimitada para todos, comanditários, inclusive. Estes têm poder de fiscalizar as negociações por via administrativa.

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Sócios comanditados: Administração Privativa. Se por algum instante um sócio comanditário, por determinação de sócio comanditado para ato específico, negociar em nome da sociedade ele adquire “posição” de comanditado. E caso se torne rotineira esta situação, ele poderá passar a responder ilimitadamente.

Firma: Deverá conter Nome ou Nomes Sócios Comanditados. OBS: Caso comanditários tenham seu nome na composição da Firma, poderá responder ilimitadamente.

Procuração: somente negócio determinado/ específico com poderes especiais.

Distribuição de lucro: Referente à quantidade de quotas. Código Civil: Artigos a partir do 1045. Sociedade em Comandita por ações:

Observação

Sociedade de pessoas físicas/ naturais (atributo dos sócios): Caráter personalíssimo:

Sociedade de capitais (unem-se aos capitais)A pessoa dos sócios não é levada em consideração.

Pode haver em uma sociedade pessoas físicas e jurídicas.Não é sociedade secreta.

Sociedade em Comandita por Ações

Neste tipo de sociedade não há caráter personalíssimo, apesar de pessoas físicas poderem deter ações. Assim é uma sociedade exclusivamente de capitais, e terá nome do tipo Denominação.

Sociedade Simples

O código civil não conceituou a sociedade simples Este tipo societário é contratual, registrada no registro civil das pessoas

jurídicas: Contrato social, plurilateral, acordo entre as partes. Não está sujeita à falência: Por não ser empresa. Dedicadas à profissão intelectual, de natureza científica ou literária. Artigos 997 à 1038, CC: Artigo 997 trás as cláusulas essenciais, sem as

quais o contrato social não poderá ser registrado.

Do nome da sociedade simples: Equipara-se ao nome empresarial a denominação das sociedades simples, associações e fundações, mesmo não sendo registrada na junta comercial, tendo assim a proteção do nome.

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Busca de nomes: Feita no cartório das pessoas jurídicas.

Registro em até 30 (trinta) dias (998, CC)

Tipos de sociedade simples: em nome coletivo, em comandita simples ou sociedade limitada.

Nome empresarial (1155 à 1168): A sociedade simples pura, onde tem responsabilidade exclusivamente ilimitada, o nome será obrigatoriamente por firma.

Cooperativas (1093 à 1096). Lei ordinária 5764/ 71:

Dispensa o capital social Possibilidade de número mínimo de sócios a compor a administração Direito de cada sócio a um só voto Responsabilidade limitada ou ilimitada Sem objetivo de lucro Denominação: acrescida do termo “cooperativa”. Autorização de funcionamento: Quotas (valor unitário): Não pode ser superior ao maior salário mínimo

vigente no país. Fundo de reserva: Pode ser utilizado para “dar auxílio” aos cooperados.

OBS: Não podemos privar sócios pelos ganhos deste tipo societário, cláusula em sentido contrário será nula de pleno direito.

As cláusulas essenciais precisam do consentimento de todos os sócios.

O sócio que colabora apenas com serviços trabalhará exclusivamente para aquela sociedade simples. Entretanto, o contrato social pode permitir o trabalho deste sócio em outro estabelecimento ou sociedade. Nos casos de omissão é aplicada a regra.

O CC proíbe o administrador impedido

(hipóteses no CC) de exercer atividade administrativa na sociedade simples. Caso os sócios tenham conhecimento da situação do administrador poderão responder com seu patrimônio pessoal. Quanto ao patrimônio da empresa, ainda que não soubessem, este será alcançado.

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Pessoa que foi condenada e já extinguiu todas as exigências referentes à pena, pode ser administrador. Atentar para o tipo de crime cometido, motivo da condenação.

O Estatuto Social das cooperativas é registrado na junta comercial.

Na cooperativa, geralmente, há elevado número de cooperados.

As cotas de cooperativa não são objeto de sucessão.

FALTA MATÉRIA

Sociedade limitada (continuação)

Reunião e assembleia: São duas formas distintas de deliberação na sociedade, como administração da sociedade e alteração do contrato social, por exemplo. Sendo que, a reunião é mais informar em relação à assembleia. Se for feita reunião quando deveria ser assembleia, poderão as deliberações serem anuladas, caso sejam questionadas. A assembleia tem um rito especial estabelecido no CC.A assembleia ou reunião podem ser substituídas por concordância expressa em documento assinado pelos sócios, porém, deverá ser assinado por totalidade de sócios. Trata-se assim de Ato Separado, que também será registrado na Junta Comercial.

Registro da Ata na Junta Comercial: Das deliberações das assembleias e das reuniões, que sejam de relevante importância ou que os sócios considerem importantes. Registros obrigatórios na Junta Comercial: alteração no objeto, mudança no corpo societário, alteração da sede, etc.

Distribuição de lucros (1008, CC) e pró labore: Distribuição De lucros é a remuneração, proporcional às cotas de cada um, pelo capital empregado na sociedade. Salientando que, o contrato que proibir ou vetar a distribuição de lucros para sócio ou sócios será nula de pleno direito a cláusula. Caso haja erro da junta ela pode ser acionada judicialmente por haver indícios que comprovem culpa.O pró labore é o pagamento/ retirada mensal pelo trabalho desempenhado pelo sócio, como quem gerencia ou administra, por exemplo. Lembrando que o sócio que exerce alguma atividade dentro da profissão não é empregado, apesar de que, na justiça do trabalho não é este o entendimento, principalmente em casos em que os sócios agem de má fé concedendo 1% da sociedade a alguém para não pagar direitos trabalhistas.

Número mínimo e máximo de sócios: mínimo dois sócios, e máximo não há. Neste tipo de sociedade não é comum ter muitos sócios, no entanto, quando o número de sócios aumenta muito há tendência que se transforme em Sociedade Anônima.

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Administração da sociedade limitada: Deve constar em contrato social ou ato separado, sendo que, para gerente não é exigida esta formalidade. O administrador pode ser ou não ser sócio, desde que não seja pessoa impedida.

Conselho fiscal (artigo 1066): Não é obrigatório na sociedade limitada, tendo em vista que, trata de sociedade menor e com isto fica mais fácil que todos os sócios tomem conhecimento do que ocorre na sociedade.

O sócio da sociedade limitada não pode contribuir somente com trabalho. Deve ser aportado capital, dinheiro ou bem móvel.

Responsabilidade dos sócios entre si: Solidária entre si. Já perante terceiro é limitada.

Ações contra a sociedade: Nome empresarial: Pode ser firma ou denominação, sendo obrigado o

termo “limitada” por extenso ou abreviado.

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