Aulas Processo Civil

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Ministrio Pblico e Magistratura Estadual Direito Processual Civil

Introduo: O Direito Processual Civil como cincia surge em meados do sculo XIX quando Oscar Von Blow criou a teoria dos pressupostos processuais, alegando que existem na ordem jurdica dois planos: PLANO DO DIREITO MATERIAL PLANO DO DIREITO PROCESSUAL. Ou seja, temos duas grandes relaes jurdicas. O mundo das relaes jurdicas um mundo dessas duas relaes material e processual. Tais relaes jurdicas no se confundem, elas apresentam requisitos prprios e especficos, o que faz com que o direito processual ganhe autonomia. No direito processual, assim como nas aulas de direito material estudaremos muito os Planos da Existncia, Validade e Eficcia. Direito Processual Civil moderno estudo da autonomia do processo civil predomina o que a doutrina chama de viso esttica do processo civil, onde so buscados os conceitos e identificados os institutos processuais. A processualstica do processo busca conceitos (O que o direito de ao? O que o processo? Quais so os pressupostos processuais? - a viso esttica do processo.) Houve um excessivo distanciamento entre o direito material e o processual para se buscar a purificao dos conceitos, para se isolar o direito de ao, mostrar que existe o processo, que a relao processual no se confunde com o direito material. Com o PROCESSO CIVIL CONTEMPORNEO a doutrina passa a buscar uma viso dinmica do processo civil para no mais questionar conceitos, e sim a finalidade dos institutos. Passa a ser um direito processual mais finalstico para demonstrar a instrumentalidade, e no a autonomia do processo processo como instrumento. A grande palavra contempornea efetividade do processo. Por exemplo: pergunta-se para que serve a coisa julgada material, e no mais, o que a coisa julgada material. Busca-se uma finalidade, pensando em um processo civil em valores e princpios do direito processual. Direito Processual Civil nesta figura dinmica, segundo Cndido Dinamarco, um processo civil de resultados em que se busca efetividade da tutela jurisdicional. Qual o papel do juiz? No processo civil moderno, o juiz neutro e imparcial o juiz deve ser excessivamente imparcial, neutro, juiz expectador. O processo contemporneo exige o ativismo judicial, onde o juiz deixa de ser um mero expectador, deixa de ser neutro, imparcial e assume um papel ativo em vrios sentidos, tendo mais iniciativa.

2 Pensando no processo como instrumento com determinados fins e escopos. O processo serve, segundo os contemporneos, para evitar que uma ameaa de leso se concretize em leso ao direito, bem como para tutelar pessoas e no apenas para aplicar o direito e a lei, conforme viso esttica, conceitual dos modernos. Ex.: Uma matria que sofreu profundas revolues foi a matria das nulidades. A viso contempornea processual ter como certo que no h no processo civil nenhuma nulidade automtica em matria processual. S existem anulabilidades.

DIREITO DE AOArtigo 5, XXXV, CF garantia constitucional de acesso jurisdio - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio nenhuma situao de leso ou ameaa de leso a direito. o fundamento constitucional do direito de ao. (Existem mais de 100 teorias sobre o direito de ao.) No plano constitucional s existe a subordinao s condies e requisitos do exerccio do direito de ao e no ao direito de ao em si. Garantia de acesso s AES REPARATRIAS OU RESARCITRIAS (para remover um dano) E AES PREVENTIVAS (para prevenir que a leso ocorra, pois o acesso no se d s no caso de leso, bastando a notcia da ameaa de leso ao direito). Uma ao se concretiza pelo DIREITO DE DEMANDA que o primeiro e grande pressuposto de existncia do processo, pois a atividade jurisdicional inerte. Pressuposto demanda apresentada em juzo/ o que provocar a jurisdio. O princpio da demanda, previsto, por exemplo, no artigo 2 do CPC (h outros relacionados). Art. 2o Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Qual o esquema mnimo de uma demanda/ quais os elementos essenciais identificadores de uma demanda? Elementos da ao um estudo mais abstrato; o correto seria se falar em elementos de uma demanda, que so, conforme artigo 282, CPC: I endereamento; II identificar os elementos subjetivos, ou seja, as partes; III - fatos e fundamentos jurdicos do pedido elementos objetivos - causa de pedir; IV pedido a essncia de uma petio; fatos - causa de pedir remota; exposio dos fatos causa de pedir ftica;

3 fundamentos jurdicos do pedido causa de pedir prxima; causa de pedir e pedido so elementos objetivos

JURISDIOEstudaremos a jurisdio como funo, poder-dever (art. 92 do CPC) e atividade. O estudioso contemporneo estuda a jurisdio como um PODERDEVER de prestao da atividade jurisdicional. Para os modernistas: para cada atividade, um processo distinto dicotomia no processo. JURISDIO COMO FUNO: Aplicar a lei na resoluo de um litgio para tutelar direitos materiais. uma funo inerte, de mera aplicao do direito a funo do juiz de aplicar o direito (direito processual civil moderno) e tambm de ativismo judicial/ atividade criativa (direito processual contemporneo) criao do Direito pelo Poder Judicirio. JURISDIO COMO ATIVIDADE: Na aula de Direito Processual Civil a prioridade o estudo de jurisdio como atividade. Segundo Kazuo Watanabe a atividade cognitiva executiva ou de execuo e atividade acautelatria. Para o processo civil moderno, para cada atividade h um processo diferente processo de conhecimento, processo de execuo dicotomia processual. Para o processo civil contemporneo, foi consagrado o sincretismo processual. Sincretismo processual realizado pelos contemporneos. a reunio das trs atividades (conhecimento, execuo e cautelar) em um nico e mesmo processo, em uma nica e mesma relao processual. A Execuo pode ser feita em uma fase especfica do processo, mas tambm a qualquer momento em que o juiz antecipar os efeitos de tutela processual total ou parcialmente. (antecipao de tutela tambm previso do processo contemporneo antecipao de execuo.) Ex: utilizao da antecipao da tutela e da execuo provisria ainda no processo de conhecimento so realizadas pelos contemporneos. A execuo pode ocorrer ao mesmo tempo em que o conhecimento. O rbitro tem funo cognitiva, mas no tem executiva. A execuo no exclusiva do Judicirio, tanto que temos a execuo fiscal e administrativa. O juiz contemporneo est autorizado por lei a determinar cautelares incidentalmente ao principal/ imitir provimentos incidentalmente Ao principal artigo 273, 7, 2 parte, CPC. ART. 27, 7 do CPC. Se o autor, a ttulo de antecipao de tutela, requerer providncia de natureza cautelar, poder o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em carter incidental do processo ajuizado. Ento, o processo civil contemporneo marcado pelo sincretismo processual que a regra no nosso ordenamento. H ainda a dicotomia

4 processual que era a regra, mas agora exceo. Por ex.: existe nas execues contra a Fazenda Pblica. J existia o sincretismo processual at mesmo no Direito Romano direito possessrio. ( ) entre Poder Judicirio e o processo arbitral, que dicotmico rbitro no exerce a atividade executiva. Pode at mesmo deferir medidas cautelares, mas nunca as executar nem mesmo as cautelares por ele deferidas. A jurisdio um poder que atua por meio do processo. Mas, aps a CF/88 o processo no apenas judicial o processo judicial um instrumento de que se vale a jurisdio. Contemporaneamente toda a atuao estatal se d por meio do processo Poder Judicirio, Poder Executivo, Poder Legislativo. Exemplo: Natureza jurdica do licenciamento ambiental processo administrativo forma de atuao da Administrao Pblica; licitao. Sentenas de improcedncia tambm fazem coisa julgada material.

-----------------------------------------------------Aula 05.08.10------------------------------------------------Tutela de remoo reparatria/ressarcitria. do dano (reparao do dano)

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voltada ao passado- reconstituio de fatos, cujo objetivo eliminar o dano. O dano pode ser reparado? Regra hbrida material processual mediante tutela especfica procura-se restituir o dano para o objeto afetado voltar ao estado anterior. A tutela especfica est diretamente relacionada efetividade. Quanto mais especfico for, mais efetivo ser. A efetividade do processo d tudo a que o autor tem direito, em prazo razovel - garantia explcita, ps EC n.45/04. Para ameaa de leso podemos utilizar dois tipos de tutela: Tutela reparatria Tutela preventiva De urgncia Inibitria Reparao integral art. 461 do CPC - quando no for possvel a reparao especfica, o juiz deve buscar o resultado prtico equivalente (compensao). Ex.: Se no se pode restaurar a rea degradada, ento o juiz pode determinar que outra rea seja reflorestada. Tutela genrica indenizao por perdas e danos. No a ideal para dano ambiental, pois o dinheiro recebido encaminhado para um fundo que revertido INDIRETAMENTE para o meio-ambiente.

5 a) Tutela de Urgncia CONSERVATIVAS- so medidas de apoio ao processo (interesse das partes). So voltadas conservao de bens e das provas preservao da utilidade e efetividade do processo. Ex: tutelas CAUTELARES. O juiz tem o poder geral de cautela (art. 797 do CPC) SATISFATIVAS (antecipatrias) a tutela antecipada pode ocorrer em razo da urgncia (art. 273, I do CPC). Porm, a antecipao dos efeitos da tutela nas situaes de urgncia, por exemplo, antecipao-sano (art. 273, II, CPC), cuja antecipao tem como fundamento o abuso do direito de defesa. So medidas de apoio a uma das partes, voltadas acelerao de resultados do processo. Regras: antecipao no se d de ofcio. O juiz tem que atender o interesse das partes, e no de uma s parte. So preventivas e provisrias, pois podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo. Destaca-se, contudo, que nem toda tutela preventiva provisria, pois a tutela inibitria tambm provisria. b) Tutela Inibitria ao de conhecimento (natureza jurdica). Ao de remisso do ilcito. Ela almeja sentena definitiva de mrito. Trata-se de uma ao diferenciada, pois no se discute o dano haja vista a existncia de uma limitao conigo do juiz, cuja anlise fica adstrita conduta ilcita do agente. Ela prospectiva voltada para o futuro. A tutela inibitria pode ser individual (art. 461 do CPC) ou coletiva (direitos transindividuais art. 83 e 84 do CDC). PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO A constitucionalizao do direito deu-se com a constitucionalizao dos princpios fundamentais de cada ramo do direito. Eles ganharam grande eficcia normativa. Princpios - eficcia axiolgica / valores fundamentais. Normas jurdicas de jurisdio) Normas-regras Os princpios fundamentais so poes polticas feitas pelo Estado, elegendo os princpios que a ordem consagrarem como os mais importantes. Quando houver conflito entre os princpios a regra da subsuno (mtodo silogstico premissa maior, premissa menor e fato) afastada e deve ser realizado um juzo de ponderao dos interesses em conflito. Logo, a soluo para o conflito no a revogao (lei posterior revoga a anterior, naquilo que lhe for contrria), mas a harmonizao dos princpios fundamentais. Normas-princpios expressos (os positivados) Implcitos (ex.: duplo grau

6 O reexame necessrio (art. 475, CPC) pode ser aplicado s aes coletivas? R: Algumas sentenas contra o Poder Pblico tem que ser confirmadas pelo tribunal para poder gerar efeito. Como o art. 475 do CPC no faz distino entre tutelas individuais e coletivas aplica-se a tcnica da subsuno (INSUFICIENTE A RESPOSTA). (RESPOSTA DE UM JURISTA CONTEMPORNEO) quando uma ao envolver a tutela de direito patrimoniais do Estado e os interesses transindividuais deve-se sopesar os interesses em conflito. Como o reexame necessrio foi institudo com o fito de salvaguardar o interesse pblico deve-se, portanto, aplic-lo s aes coletivas, quando suas as sentenas proferidas forem contra o Poder Pblico. -----------------------------------------------Aula 09.08.2010---------------------------------------------...continuando os Princpios do Processo Civil O juiz quando julga desenvolve vrios silogismos. Aps a CF/88 e a constitucionalizao do direito civil, buscou-se uma grande eficcia normativa aos princpios. Portanto, hoje, o magistrado julga pela tcnica da ponderao dos interesses. Os princpios fundamentais representam decises polticas, ento eles so conflituosos na sua essncia. Ex. So proibidas as provas ilcitas (legislador). Ento vem a anlise. Deve o juiz est preparado para empregar a tcnica da ponderao. Princpio da Proporcionalidade ou da Razoabilidade (quanto a este termo h divergncias) um princpio implcito. Este princpio surgiu no direito administrativo punitivo, mas hoje um princpio geral de direito e constitucional. O juiz que julga por subsuno = raciocnio silogstico; diferente de quando o juiz julga por ponderao = tcnica da proporcionalidade. Tem 3 subprincpios a proporcionalidade: a Necessidade; a adequao; e a proporcionalidade em sentido estrito.Quando o juiz vai ponderar os interesses em conflito deve analisar: 1- A medida adequada? 2- necessria? 3 proporcional a medida neste caso concreto? So critrios que no esto na lei, mas que vo norteando a deciso, para se evitar o excesso, so ponderaes. Por este princpio ento possvel, excepcionalmente, relativizar o princpio constitucional da proibio das provas ilcitas, tendo em vista a ponderao, o emprego da tcnica da ponderao pelo magistrado diante do caso concreto. Salvaguardando o interesse preponderante, com o mnimo possvel de sacrifcio do interesse menor. Princpio do Devido Processo Legal- ningum ser privado de sua liberdade ou de seu bens, sem o devido processo legal_ Abrange um binmio_ o due process of Law no direito americano. Ns do Brasil dia

7 extramos o sentido processual desse princpio, sentido substancial proporcionalidade _ o due process of law = o processo a garantia de um justo e adequado processo. Due process of Law EUA princpio da proporcionalidade Law Sentido substancial (EUA) Sentido processual (adotado no Brasil) Garantia de um justo e adequado processo legal- este contedo no taxativo, exemplificativo. Sub-princpios: contraditrio, ampla defesa. O contraditrio este abrange tambm o juiz, neste sentido que se diz: O juiz parte do processo, isto , da relao jurdica processual. J a ampla defesa ( distinta do contraditrio) com os meios e os recursos a ela inerentes, uma garantia das partes da relao jurdica material (material), de eleger, delegar e de fazer prova de suas alegaes. Abrange o direito a prova. No contraditrio no. O juiz aqui no parte do litgio, mas, na viso contempornea, ele parte da relao jurdica processual, pois ele que possibilita o contraditrio. O juiz parte? No da lide, no do litgio, mas contemporaneamente pacfico que o juiz no contraditrio parte, parte na relao processual. Ex.: o juiz pode conhecer e decidir determinadas garantias de ofcio, comunicando depois s partes. A garantia do contraditrio a garantia do dilogo entre as partes da relao processual. No o juiz uma figura proeminente. H um dilogo entre as partes da relao jurdica processual, prova disto: os embargos de declarao, excepcionalmente, tero efeitos infringentes, ou seja, o julgamento dos embargos poder levar modificao do julgado, se for constada omisso na primeira sentena. Negao do contraditrio a surpresa, pois em regra, o juiz oferece o contraditrio prvio. Tcnica do contraditrio prvio- o juiz deve ouvir previamente as partes, antes da deciso de ofcio para evitar o risco de ineficcia da medida. TCNICA DO CONTRADITRIO DIFERIDO, POSTERGADO, ADIADO Encontra-se no artigo 804 do CPC o juiz pode conceder medida cautelar SEM OUVIR A OUTRA PARTE (inaldita altera parte). diferente da situao do artigo 797 do CPC SEM OUVIR AS PARTES. A ponderao dos interesses em conflito pode ser feita pelo juiz na sentena, mas em muitos casos feita pelo prprio legislador. Ex. O contraditrio prvio est previsto na CF/88, assim como consta da 1 parte do artigo 9 do Anteprojeto do CPC: no se proferir sentena ou deciso contra uma das partes sem que seja previamente ouvida. O legislador, porm, ponderando os interesses afirma que, excepcionalmente, a deciso pode ser tomada com CONTRADITRIO DIFERIDO, nos termos da lei, sem se tratar de medida de urgncia ou concedida a fim de evitar o perecimento de direito.

8 Em grau algum de jurisdio o juiz no poder decidir a respeito do qual no se tenha dado s partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matria sobre a qual tenha que se decidir de ofcio. (artigo 10 do anteprojeto do CPC) TCNICA DO CONTRADITRIO EVENTUAL aquela que no instaurado automaticamente, pois depende da iniciativa do ru. Ela mais utilizada pelo ru em ao monitria. Destacase que a ao monitria no consta no Anteprojeto, mas ela foi colocada nas tutelas de urgncia. A tutela antecipada passa a ser chamada de tutela de evidncia. A formao do ttulo executivo se d quando o ru no tomar iniciativa (art. 1.102, a,b,c, CPC). No ope embargos ao inibitria (ao monitria) art. 288 do anteprojeto. A deciso se tornar definitiva quando, depois de proferida, no for impugnada at 2 anos. A AMPLA DEFESA uma garantia das partes de direito material. No s do ru. garantia tambm conferida ao autor, caso contrrio haver o cerceamento da acusao. inerente utilizao dos meios e recursos. Decorre da garantia do direito prova (sentido objetivo), meio de demonstrao da veracidade da alegao. H divergncias. Decorre do princpio do duplo grau de jurisdio (art. 513 CPC) implcito. Duplo Grau: so trs correntes de plano constitucional: 1. Decorre do devido processo legal; 2. Decorre da ampla defesa; 3. Decorre do Pacto de San Jos de Costa Rica, isto , da Conveno Americana de Direitos Humanos. a regra do direito interno, infralegal. Alm do Pacto, decorre do artigo 513 CPC que afirma ser cabvel a apelao das sentenas (garantia infraconstitucional). So apontadas duas excees ao duplo grau de jurisdio: 1 exceo- na execuo fiscal (artigo 34 da lei 6.830/80) estabelece ser irrecorrveis as sentenas proferidas em execues fiscais de pequeno valor, isto , no h como apelar para um rgo hierarquicamente superior, pois o art. 34 s permite embargos infringentes para o prprio juiz (como se fosse). 2 exceo artigo 515, 3 do CPC permite que seja o mrito julgado pela primeira vez por um rgo hierarquicamente superior se a causa estiver madura para julgamento, quando, ento, o tribunal reforma a sentena de primeira instncia com a devida extino do processo sem resoluo do mrito. *Os outros princpios sero mencionados no decorrer do curso.

9 --------------------------------------------AULA ---------------------------------------------------GARANTIA DO JUIZ NATURAL a garantia de um juiz imparcial (a pessoa do juiz) e juzo competente, bem como a garantia da inexistncia de vcios quanto capacidade subjetiva do julgador. o direito de a parte de recusar o juiz impedido ou suspeito, mediante a oposio de exceo (forma de resposta do ru). tambm o direito/dever do juiz de se afastar de ofcio o feito quando impedido ou suspeito. A CF/88 exige um justo e adequado processo, a garantia do juzo competente e do juiz imparcial(dicotomia ) - da o direito de recusa do juiz parcial. Competncias do juzo competente a tributo do rgo jurisdicional; questo da repartio do exerccio da funo jurisdicional. Portanto, a competncia critrio para repartio do exerccio da funo jurisdicional. Vcios da capacidade subjetiva do julgador Exceo de impedimento ou de suspeio. IMPEDIMENTO o vcio mais grave, que afasta o juiz do processo. defeso ao juiz de exercer suas funes no processo (artigo 134 CPC). Decorre de questo objetiva. O impedimento pode ser argido como prova documental (certido), podendo tambm ser alegado a qualquer momento. SUSPEIO Decorre de questes subjetivas. O juiz suspeito tambm deve se afastar do processo (art. 135 CPC), mas lcito a qualquer das partes argir no prazo de 15 dias (arts. 304 e 305 do CPC). Em ambos os casos o afastamento deve se dar de ofcio. O impedimento pode ser comprovado por meio de prova. A suspeio pode ser que tenha prova documental, mas no da essncia da suspeio, porque em muitos casos no possvel faz-la. Entre o impedimento e a suspeio as conseqncias so diversas: IMPEDIMENTO de juiz pode ser alegado a qualquer momento. Sentena proferida por juiz impedido desafia AO RESCISRIA (aps o trnsito em julgado). Podendo a sentena ser rescindida (art. 485 do CPC). Se a ao estiver pendente (ainda no transitou em julgado)cabe AO ANULATRIA. Sentena proferida por juiz SUSPEITO, se transitado em julgado - no CAUSA DE RESCINDIBILIDADE, logo no cabe ao rescisria. S falo em nulidade quando o processo ainda est suspenso. A parte deve argir no prazo de 15 dias DIA 16.08.2010

10 (em contestao), sob pena de precluso (perda da oportunidade para faz-lo), caso o juiz no decline ao de ofcio. A rigor, no ser invlida aqui a sentena. Diferente do que ocorre com a suspeio, o impedimento no se sujeita precluso. O vcio do impedimento contamina a sentena, invalidoa. Os motivos do impedimento ou da suspeio podero ser SUPERVENIENTES. A regra que eles sejam argidos no prazo de resposta, mas se supervenientes, o prazo iniciar da cincia do motivo que gerou o impedimento ou suspeio (art. 134 do CPC). Requisitos do processo (condies, elementos): De existncia De validade Das invalidades (impedimento) o prprio juiz pode declinar de ofcio. A suspeio no gera invalidade. O impedimento do julgador se relaciona com os pressupostos processuais. O processo tem elementos de existncia e de validade. Esses so requisitos do processo. O impedimento um motivo de nulidade (enquanto suspenso o processo). Depois do trnsito em julgado momento de rescindibilidade por meio de ao rescisria. DA GARANTIA DO JUZO COMPETENTE = COMPETNCIA Ela est relacionada garantia do juiz natural. Competncia um atributo do rgo jurisdicional. Art. 310 do CPC o juiz decidir de plano para julgar improcedente. Recebida a exceo de suspeio ou impedimento, o juiz tem duas opes: aceita-a ou ento remete os autos ao Tribunal, caso discordar dela. Portanto errado dizer o juiz incompetente. Como tambm errado dizer Exceo ou suspeio oferecida a uma turma /cmara, pois estes so atributos quanto pessoa do juiz, pessoa do julgador. O juiz no julga exceo de impedimento ou suspenso. Ele no julga sua imparcialidade. Obs. Artigo 310 do CPC s a exceo de impedimento ou suspeio pode o juiz julgar de plano. A exceo de incompetncia no. H uma exigncia constitucional de que a competncia dos rgos jurisdicionais seja estabelecida por critrios previamente escolhidos pelo legislador (fixado por lei) a garantia constitucional. Estudar competncia estudar critrios. Estes devem ser previamente estabelecidos na lei. A competncia um conjunto de critrios estabelecidos pelo legislador para repartir o exerccio da funo jurisdicional. So 3 critrios: Funcional (art. 93 CPC) competncia absoluta Territorial (fixa o foro competente - art. 94 a 100 CPC) Objetivo absoluta) Matria causa de pedir (competncia

11 Valor pedido (em regra, a competncia relativa) Pessoa - parte (competncia absoluta) No processo civil a competncia fixada pelo FORO do domiclio do ru, em regra. No razo de interesse pblico, questo de mera convenincia da parte. *Quando este critrio baseado no interesse pblico, a competncia ser absoluta. Caso contrrio ser competncia relativa, preclui, convalida. Smula 33 do STJ - No pode ser pronunciada de ofcio a competncia relativa no processo civil. Se a UNIO for parte a competncia ser da Justia Federal. Esta foi criada para julgar causas da Unio. Da mesma maneira ocorre a definio de competncia do MS se a autoridade coatora for Federal, a competncia para julgamento ser da Justia Federal. Lei 12.153/2009, artigo 2, 4-- Juizado Especial da Fazenda Pblica--aqui a competncia em razo do valor e ABSOLUTA. No processo penal Foro geral o local da consumao do crime, e no no Foro do domicilio do ru, visando facilitar a prova e prevenir novos crimes No processo coletivo uma ao coletiva deve ser proposta no Foro do local do dano (art. 2 da Lei de ACP). Assim quis o legislador (competncia absoluta). Artigo 95 CPC- Se a ao tiver por causa de pedir um bem imvel ao de um direito real imobilirio- ser exceo a regra, tendo por Foro aqui o da situao da coisa e no o Foro do domiclio do ru. competncia absoluta, pois de interesse pblico.

Artigo 100 do CPC s vezes pode ser a competncia o Foro do domicilio do autor. COMPETNCIA FUNCIONAL Esta foi estudada pelos Alemes. Tambm foi influenciada pelo direito alemo. No Brasil h a influencia das duas teorias. uma competncia na vertical (dos tribunais) e na horizontal (juzes de 1 grau). Em uma demanda funciona mais de um rgo jurisdicional ou mais de um juiz. A competncia recursal est estabelecida na CF/88, absoluta. a competncia para atuar mais de um rgo na mesma demanda 1 instncia (sentena) 2 instncia (recurso) aqui existe hierarquia entre os rgos. Artigo 747 do CPC a competncia para julgar Juzo deprecante uma exceo seus embargos versarem exclusividades sobre os atos praticados pelo juiz deprecado. A competncia funcional est relacionada interveno de mais de um rgo da demanda (plano vertical) ou, em funo do desmembramento

12 de alguns atos processuais para que sejam realizados em rgos de mesma hierarquia (plano horizontal). Tambm est relacionada fixao da competncia pela preveno do rgo jurisdicional, ainda que em parte da demanda acessria. ROTEIRO PARA DETERMINAO DA COMPETNCIA 1) Qual a justia competente (a chamada competncia de jurisdio)? Em qual justia vai tramitar? Justia Especial Trabalhista (especializada) Militar Eleitoral -

A justia brasileira se divide em:

Justia Comum Federal Estadual

A competncia da Justia Especial (especializada) est expressa na Constituio. A competncia da Justia Federal tambm est expressa, no artigo 109 da CF/88. A competncia da Justia Estadual em regra residual. Excepcionalmente expressa (no caso de falncias e aes que versem sobre acidente de trabalho). O artigo 102, II trata da competncia originria do STF. O artigo 102, III aqui a competncia recursal do STF Recurso Ordinrio. O artigo 109 competncia da Justia Federal civil e criminal 1 em razo da pessoa quando a Unio, empresas pblicas e autarquias federais forem parte, exceto no caso de aes de falncia e de acidente do trabalho. Em se tratando de Ao Civil Pblica Qual a competncia? Em tese da justia comum Foro do lugar do dano. Mas se a parte r for a Unio vai para a Justia Federal, bem como suas autarquias e empresas pblicas Sociedade de Economia Mista com participao de capital da Unio no h dvidas Smula 42 do STJ, como no est expresso na CF/88, no vai para a Justia Federal, e sim para a Justia Estadual. Artigo 109,3 CF/88 causas fundadas em tratado internacional ou contrato internacional a da competncia da Justia Federal. Exemplo: derramamento de leo matria disciplinada em Tratado Internacional vai para a Justia Federal. *Artigo109, IX CF/88 crimes praticados a bordo de navio ou aeronaves competncia da Justia Federal porque est expresso. Exemplo: Ao de Investigao de Paternidade no Justia Especial ento vai para a Justia Comum, porque detm competncia residual. Qual o Foro Competente? (Competncia territorial) Definida a Justia Competente hora de decidir qual o Foro Competente. O legislador no estabeleceu Foro Especial (exceto se a ao cumulada com pedido de

13 alimentos). Se s versar sobre investigao no Foro Especial regra geral domiclio do ru. 1 passo Verificar a Justia Competente 2 passo Verificar o Foro* Competente 3 passo Verificar o Juzo Competente *FORO a delimitao territorial no caso da Justia Estadual a comarca. Na Justia Federal a Seco Judiciria (art. 110 CF/88). *Juzo = um rgo = um rgo jurisdicional uma vara um juzo. Em uma comarca posso ter mais de um juzo competente. Aqui a competncia vai se d pela distribuio. *Fazenda Pblica - designao que as pessoas pblicas recebem quando so partes em juzo. Alguns Estados possuem varas especializadas da Fazenda Pblica. Artigo 87 CPC - uma vez definido o juzo competente (vara) deve-se observar a regra da perpetuatio jurisdicionis. Se houver mudana na competncia territorial, a competncia no precisa ser modificada. Exemplo: se o ru no curso do processo mudar de domicilio. Trata-se de estabilidade processual, exceto se houver a criao de uma vara nova em razo da matria. MODIFICAO COMPETNCIA DA COMPETNCIA = PRORROGAO DA

Artigo 102 e ss do CPC Conexo continncia so motivos legais de modificao da competncia exceo da perpetuatio jurisdicionis. Pode ocorrer tambm a modificao da competncia voluntria se da pela vontade das partes exemplo: clusula de eleio de Foro.

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COMPETNCIAPENSAR NA JUSTIA COMPETENTE, ESPECIAL, FEDERAL OU ESTADUAL. (Justia Competente? Competncia de jurisdio ou justia competente. Termo incorreto porque competncia uma coisa, jurisdio outra coisa.) Uma vez definida a competncia, devemos encontrar o foro competente. PENSAR NO FORO COMPETENTE - COMARCA E SEO JUDICIRIA. Justia Federal Seo ou Subseo judiciria competente. Justia Estadual a delimitao territorial a Comarca. Regra: foro do domicilio do ru artigo 94, foro especial 95 ao 100. Dois foros especiais: 95 (foro da situao da coisa)

14 Ao de alimentos (artigo 100, II, - do autor da ao de alimentos, ou seja, do alimentando. Aes coletivas: foro do local do dano. Falncia universalidade de juzo. Inventrio universalidade de foro. Artigo 96, CPC foro do domicilio do autor da herana competente para o inventrio e de todas as aes em que o esplio for ru, ainda que o bito tenha ocorrido no estrangeiro. A ao deve ser proposta na comarca em que tramita o inventrio e no na mesma vara, como ocorre em falncia. Vara da famlia, vara da infncia e juventude etc. a lei da organizao judiciria local que definir; CAUSAS DE MODIFICAO DA COMPETNCIA Situaes em que pode haver alteraes da competncia, onde, por ex, o juzo no era o competente, mas se torna o competente. - tambm se usa o termo prorrogao/ ampliao. - LEGAL (Involuntria) por vontade da lei. * CONEXO artigo 103. * CONTINNCIA- artigo 105. - VOLUNTRIA decorre da vontade, expressa ou tcita das partes. Tal se d em duas situaes: * CLUSULA DE ELEIO DE FORO (Impossvel eleio de juzo) * VOLUNTRIA TCITA no caso de inrcia do ru, que deixa de opor a exceo de incompetncia. A PREVENO no hiptese de modificao da competncia, critrio de fixao da competncia, ou seja, dentre vrios juzos, a competncia ser fixada no juzo prevento. ELEMENTOS IDENTIFICADORES DA AO/ DA DEMANDA: (esquema mnimo/ essencial de uma demanda). Toda demanda tem trs elementos identificadores/ elementos essenciais (Art. 282, CPC): Art. 282. A petio inicial indicar: I - o juiz ou tribunal, a que dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru; III - o fato e os fundamentos jurdicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificaes; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citao do ru.

15 I PARTES elementos subjetivos II CAUSA DE PEDIR - elementos objetivos III PEDIDO tambm chamado de OBJETO - elementos objetivos Estudamos os elementos identificadores da demanda porque do identidade ao. RELAO ENTRE DEMANDAS CONEXO Estudamos a relao entre demandas para evitar o bis in idem, isto , a repropositura da mesma demanda em razo de se identificar os institutos da litispendncia e da coisa julgada. Duas aes so conexas porque as duas se ligam. Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais aes, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. A litispendncia e a coisa julgada funcionam como pressupostos processuais negativos porque impedem a repropositura da mesma demanda. Ocorrer a litispendncia quando for proposta uma segunda demanda idntica a uma primeira que est em curso, e tivermos entre as demandas as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. A verificao da coisa julgada se d quando distribuda uma segunda ao, idntica primeira (mesmas partes, causa de pedir e mesmo pedido) que uma demanda j definitivamente julgada. Questo: Qual o efeito preclusivo da coisa julgada material? Resposta: A coisa julgada material impede que as mesmas partes discutam em juzo o pedido fundado nos mesmos fatos e fundamentos jurdicos. (para responder essa questo, devemos saber quais so os elementos da demanda.) Se temos duas aes que so conexas, so parcialmente idnticas, baseadas nos mesmos fatos, mesma causa de pedir, trazendo o risco de decises contraditrias. Se h tal risco, necessrio reuni-las para julgamento nico. Conexo objetiva mesmo pedido e causa de pedir baseada nos mesmos fatos; Conexo subjetiva duas aes com mesmas partes para no haver risco de termos decises contraditrias;

O legislador no conseguiu retratar todas as hipteses de conexo no artigo 103 do CPC. Primeiro porque no se preocupou com a conexo subjetiva, ao no vislumbrar risco de decises contraditrias. Segundo porque a conexo tambm existe se houver relao de prejudicialidade entre demandas, isto , se houver o risco de que a deciso a ser proferida em uma ao possa interferir no julgamento de outra ao. - prejudicial pre + judica = pre julga haver uma relao de prejudicialidade pela interferncia que o julgamento a ser proferida em uma, prejudica a outra.

16 Ex.: ao de investigao de paternidade e ao de alimentos pedidos diferentes: Na ao de investigao de paternidade pedido declaratrio declarar a paternidade; Na ao de alimentos alimentos. Investigao de paternidade - recusa em reconhecer; Alimentos - Possibilidade e necessidade.

OBS.: Esse conceito de conexo mais amplo permite algo que a doutrina foi resistente at pouco tempo: pode haver conexo entre ao de conhecimento e ao de execuo. No caso de conexo subjetiva, onde se permite o litisconsrcio, verificamos um exemplo de litispendncia permitida por um mnimo de conexo entre as aes: Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide; II - os direitos ou as obrigaes derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; III - entre as causas houver conexo pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito. CONTINNCIA uma coisa contm outra (continente copo/ contedo gua.) H continncia quando entre duas aes h identidade de partes e mesma causa de pedir, mas os pedidos formulados em uma, abrangem os pedidos formulados em outra - objeto de uma mais amplo que a outra. Art. 104. D-se a continncia entre duas ou mais aes sempre que h identidade quanto s partes e causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. No h identidade total, e sim parcial, pois s h identidade de partes e de causa de pedir, mas no de pedido. Portanto, continncia uma espcie de conexo. Na conexo e na continncia h uma identidade parcial entre demandas, por isso determina o legislador, no artigo 105, CPC, que haja reunio das aes para julgamento nico, evitando-se decises contraditrias. No entanto, o CPC d a mesma soluo para continncia e conexo artigo 105, CPC: Art. 105. Havendo conexo ou continncia, o juiz, de ofcio ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunio de aes propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Na continncia, poder haver extino de uma das aes.

17 Pergunta-se em concurso se a reunio obrigatria ou facultativa. Cabe ao juiz verificar o grau de contradio entre as decises e se houver um risco de grave contradio, a reunio obrigatria. No h reunio, nos termos da Smula 235 do STJ, se uma das demandas j foi julgada. A conexo altera a competncia relativa, no determinando reunio de aes conexas, que corre, por exemplo, em justias diferentes. Quando as justias so diferentes, uma das aes ser suspensa. V. artigo 265, IV, a, CPC. Art. 265. Suspende-se o processo: IV - quando a sentena de mrito: a) depender do julgamento de outra causa, ou da declarao da existncia ou inexistncia da relao jurdica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente; PREVENO As aes sero reunidas quando: Artigo 106 a preveno decorre do despacho. Artigo 219 a preveno decorre da citao. STJ se as aes correm na mesma Comarca, aplica-se o artigo 106, CPC (preveno decorre do despacho). Se as aes conexas tramitam em comarcas diferentes, prevento o juzo onde ocorreu a citao. O pargrafo nico do artigo 112, acrescentado em 2006, permite que o juiz pronuncie de ofcio a nulidade de clusula de eleio de foro em contrato de adeso. Em relao prorrogao tcita, estabelece o artigo 114 do CPC que ela decorre da inrcia do ru em no opor exceo declinatria de foro. INCOMPETNCIA Incompetncia absoluta Pode ser verificada de ofcio, em razo do regime das objees processuais. Alegada em preliminar de contestao. pressuposto de validade do processo.

Incompetncia Relativa No pode ser declarada de ofcio, em razo do regime das excees processuais Smula 33, STJ. Alegada em exceo (forma de resposta).

18 --------------------------------------------------AULA 26.08.10-------------------------------------------------DIA

TEORIA DA AOAo no plano constitucional um direito fundamental: direito de ao direito de acesso jurisdio art. 5 XXXV, CF a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito (individual ou transindividual jurisdio coletiva- lembrar disso para prova do Ministrio Pblico). Monoplio da prestao jurisdicional (termo para usar em prova da magistratura). OBS: Acesso jurisdio individual - direito individual, clssica, ou jurisdio coletiva direito transindividual. (Para quem presta concurso para magistratura, entender que o artigo 5, XXXV da CF prev o monoplio da prestao jurisdicional pelo Poder Judicirio. Outra interpretao (do professor, por exemplo) do artigo 5, nega interpretar como monoplio do Poder Judicirio a prestao jurisdicional, entendendo ser o indivduo dotado desta garantia fundamental de acesso jurisdio.) *Observar anotaes abaixo sobre arbitragem. CARACTERSTICAS DA TEORIA DA AO a) Direito Pblico: no Brasil o DIREITO DE AO submetido ao regime de direito pblico. O Processo Civil faz parte das disciplinas submetidas ao Direito Pblico. b) Direito Subjetivo: o Direito de Ao um direito subjetivo porque titularizado por algum; c) Pronunciamento Judicial: o Direito de Ao o direito de obter um pronunciamento judicial, e no a tutela em si, que ter direito quem efetivamente tiver razo, quando o provimento/ pronunciamento judicial, ser seguido de uma atividade satisfativa. Se for provimento favorvel, obter tambm do Estado a atividade satisfativa. d) Direito Abstrato: direito de ao considerado um direito abstrato, no sentido de que no dependente do direito material. Ele existe independentemente da existncia do direito material. autnomo e abstrato (abstrato mais do que autnomo), ou seja, foram vencedoras as teorias abstratistas do direito de ao sobre as teorias concretistas. TEORIAS: Temos mais de 100 teorias sobre o direito de ao, sendo as principais: Teorias imanentistas/ civilistas/ sincrtica = fundem o direito material e o direito de ao, no distinguindo-os. Teorias concretistas afirmam a autonomia do direito de ao, mas tornam esse direito dependente do direito material, ou seja, tem direito de ao quem obteve uma sentena favorvel. Pelas teorias concretistas, somente tem direito de ao quem obtm um

19 pronunciamento favorvel. As teorias concretistas acabaram sendo superadas pelo movimento das teorias abstratistas. Teorias abstratistas do direito de ao afirmam a autonomia e a independncia do direito material, por isso identificamos o direito de ao como um direito a um pronunciamento, a um provimento e no um direito a uma deciso favorvel. No Brasil, o CPC atual (o futuro no muda a essncia, pelo que percebemos) adotou a teoria considerada ecltica (no um abstratismo puro) de Enrico Tlio Liebman que afirmou, originariamente, ser o direito de ao subordinado a trs condies. A finalidade de se entender as condies da ao que as mesmas so imprescindveis para que o juiz refute, de plano, aes manifestamente improcedentes ou inadmissveis. So filtros para impedir o prosseguimento de aes que no tem futuro, que so manifestamente inadmissveis, evitando o trabalho intil por parte do Poder Judicirio. Carncia de Ao a falta de uma das condies da ao. A carncia de ao leva extino do processo sem resoluo do mrito (novo vocabulrio sem resoluo do mrito e no sem julgamento).

CONDIES DA AONo Brasil o CPC atual adotou a teoria ecltica do direito da ao. Liebmam afirmou, originariamente, ser o direito de ao subordinado a trs condies: o exerccio do direito do direito de ao fica subordinado s condies da ao. 1. Interesse processual (necessidade + adequao = utilidade do processo) necessrio e a parte utilizou o meio adequado. Para alguns autores, seria a verdadeira condio da ao (doutrinadores do sul do pas), enquanto as demais seriam decorrentes dela. Ex.: cobrana de dvida no vencida no h necessidade de ir a juzo para cobrar tal dvida, pois no vencida ainda; 2. Legitimidade das partes (pertinncia subjetiva); 3. Possibilidade jurdica do pedido: continua sendo considerada como condio da ao, mas com nova roupagem. OBS: Liebmam voltou atrs e comeou a defender que s seriam duas condies da ao (1 e 2), por entender que a possibilidade jurdica do pedido no ser necessria. Ela seria, ento, a demonstrao de que o pedido no , em tese, proibido. Ex.: reconhecimento de unio estvel homoafetiva. questo de mrito e no se deve indeferir de plano por falta de condio da ao, pois a questo ao est no plano das condies da ao, pois no , em tese, proibido. Exemplos de pedidos que so proibidos em tese: pedidos inconstitucionais - todo pedido inconstitucional , em tese, proibido.

20 Ex.: autor vem em juzo para requerer que ru seja condenado a prestar servio escravo. Ex.: pedido que fere a liberdade sexual, que fere a liberdade de conscincia, religiosa. Ex.: mandado de segurana contra particular. Ex.: pedido de usucapio de bens pblicos pedido vedado pela CF, em tese proibido.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Existncia do processo Validade do processo

Presentes ambos os pressupostos, a ao estar apta para o juiz analisar o mrito. O plano das condies da ao est muito prximo do mrito, assim, o juiz, para analisar as condies da ao, o juiz, em tese, analisar o mrito. Ex: Cobrana de dvida de jogo impossibilidade da causa de pedir, cujo pedido da ao torna-se impossvel. O mesmo vale para pedido de usucapio de bens pblicos, mandado de segurana contra particulares, bem como a cobrana de dvida no vencida. A carncia da ao acarreta a extino do processo sem resoluo do mrito.

EQUIVALENTES JURISDICIONAISARBITRAGEM um EQUIVALENTE JURISDICIONAL, isto , uma alternativa para uma composio do litgio. Existe a possibilidade de as partes voluntariamente adotarem um equivalente jurisdicional, a arbitragem, desde que atendidos os requisitos para instituio: a) partes terem capacidade de contratar; Estado tem capacidade de contratar, e, portanto, pode submeter determinados litgios soluo arbitral (Lei n 11.079/2004 Lei das PPPs e Lei 11.196/2005). Outros termos utilizados sobre esse requisito arbitrabilidade subjetiva, ou seja, um requisito subjetivo de as partes poderem contratar. Arbitragem subjetiva. b) objeto - direitos patrimoniais disponveis; Outros termos utilizados sobre esse requisito arbitrabilidade objetiva ou Arbitragem objetiva. Necessidade de a arbitragem versar sobre direitos patrimoniais disponveis, no pode versar sobre a capacidade da pessoa, sobre aes de estado, ou seja, tudo o que envolve a seara dos direitos da personalidade, direitos indisponveis. Aqui podemos questionar a possibilidade de o Estado participar de arbitragens, mas o Estado tem autonomia para contratar sem dispor dos direitos da sociedade. A opo pela arbitragem no significa renncia, e sim

21 opo por um mtodo alternativo de composio do litgio, submisso da lide a um mecanismo de composio. A arbitragem, mesmo que com algumas peculiaridades, desenvolvese por processos cercados das garantias constitucionais, como por exemplo, o princpio do devido processo legal, o contraditrio, ampla defesa, o dever de fundamentar as decises (os elementos da sentena arbitral so os mesmo da sentena judicial, ou seja, relatrio, fundamentao e dispositivo). Na arbitragem no h a necessidade absoluta do duplo grau de jurisdio. H quem defenda que esse instituto incompatvel com a arbitragem, mas nada impede que as partes submetam a questo ao duplo grau em relao aos recursos. Arbitrabilidade subjetiva que as partes tenham capacidade de arbitragem. Arbitrabilidade objetiva o objeto passvel de arbitragem.

A arbitragem no pode versar sobre a capacidade das pessoas, aes de estado, tudo que envolva os direitos da personalidade e direitos indisponveis. c) desde que haja inequvoca voluntariedade/ vontade; Soluo arbitral no equivalente jurisdicional. meramente administrativa, e sim um

PERGUNTA: possvel arbitragem no caso de relao de consumo? RESPOSTA: O CDC (Lei n 8078/1990), no artigo 51, VII, enuncia que nula de pleno direito a clusula que institui compulsoriamente a arbitragem em desfavor do consumidor. Regime das invalidades do direito privado discusso em cima do que nulo e anulvel. No mbito das relaes de consumo aplicado o nulo de pleno direito- automtico. No CDC no existe essa discusso de nulo e anulvel. No regime processual civil no existe o nulo do pleno direito, pois a nulidade depende de pronncia judicial em funo da verificao do desrespeito forma e do PREJUZO. Se for atingida a finalidade e no houver prejuzo, no h porque se pronunciar a nulidade (princpio da instrumentalidade das formas). A lei n. 9.307/96 (lei de arbitragem), posterior ao CDC/90, em 2 do seu art. 4, no est em conflito com o CDC, pois regulamentou a clusula de conveno de arbitragem, devendo ser redigida expressamente em negrito, em destaque. A lei de arbitragem inovou no CDC tornando-se vlida a clausula de arbitragem (Humberto Theodoro). Para PROVA DE MP, o CDC norma de direito pblico, de interesse social e constitucional, logo lei ordinria no poder revog-la. necessrio que os dispositivos sejam harmonizados. OCDC no foi revogado pela lei de arbitragem. Tem que ser inequvoca a vontade das partes em optar pela arbitragem. Caso no seja demonstrado isso, a clusula ser nula. (PROVA DE MAGISTRATURA? HARMONIZAO DE PRINCIPIOS E PROVA DE MP/ DEFENSORIA A NO APLICAO EM RAZO DA VULNERABILIDADE PESQUISAR)

22 A lei de arbitragem - Lei n 9307/96 (que posterior ao CDC), em seu 2 do artigo 4 prev: 2 Nos contratos de adeso, a clusula compromissria s ter eficcia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituio, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa clusula.

Ela no est em conflito com o CDC apenas regulamentou a proibio do CDC, de certa forma, prevendo que no invlida a clusula se for redigida em destaque, e rubricada especificamente, com concordncia expressa. Em funo do que diz o CDC e a lei de arbitragem, temos duas posies: 1. Prof. Humberto Theodoro Jr - entende que a lei de arbitragem derrogou o CDC tornando vlida a clusula de arbitragem. 2. Posio oposta recomendvel para Ministrio Pblico, o CDC no foi derrogado, devendo ser harmonizados os dispositivos, por ser o CDC norma de ordem pblica e de interesse constitucional e social. (Teoria do Bloco de Constitucionalidade algumas normas que regulamentam direito formariam um bloco de constitucionalidade, por serem de ordem superior.) Em relao de consumo deve ser inequvoca a vontade de opo pela arbitragem. Se no ficar caracterizada tal voluntariedade, poder se comprovar a nulidade. Inequvoca vontade de submeter soluo arbitral, tal inequivocidade diz respeito ao gnero, que a conveno de arbitragem, das quais so espcies: a) clusula compromissria tem autonomia em relao ao contrato, logo a nulidade do contrato principal no determina a nulidade da clusula compromissria. No usar o termo contrato acessrio Ela suficiente por si s para a instituio da arbitragem apresenta natureza jurdica compulsria. Procedimento (sumarssimo) prev uma audincia. H um procedimento judicial para a instituio compulsria da arbitragem, se houver clusula arbitral, evidentemente. Essa sentena tem efeito devolutivo, no desafia apelao (art. 520, VI do CPC). A clusula de arbitragem apresenta duas caractersticas: autonomia e compulsoriedade a clusula suficiente por si s para a instituio da arbitragem. b) compromisso arbitral que o verdadeiro contrato de arbitragem, portanto, posterior ao litgio. Efeitos processuais da arbitragem: 1) procedimento judicial para instituio de arbitragem; Doutrina e jurisprudncia anteriores lei afirmavam que a clusula no era suficiente para instituio do juzo arbitral. Aps a lei foi institudo um procedimento (que a rigor sumarssimo, pois prev uma audincia apenas) judicial para instituio compulsria da arbitragem.

23 Havia uma clusula no contrato prevendo a instituio de arbitragem, uma das partes se recusa a cumpri-la e a outra parte procura o Poder Judicirio para fazer valer-se, juiz podendo instituir compulsoriamente tal instituto. julgado por sentena - no sentena arbitral, e sim judicial. Sentena que desafia apelao sem efeito suspensivo, nos termos do artigo 520, VI, CPC. A sentena do procedimento arbitral no desafia apelao. 2) conveno de arbitragem no pode ser conhecida de ofcio; Para a doutrina majoritria a conveno de arbitragem est submetida ao regime das excees processuais, matria no pronunciada de ofcio, cabendo ao ru a arguio em preliminar de contestao a existncia de conveno, da clusula de compromisso. O ru ter que argir em preliminar de contestao, a existncia da conveno/ da clusula do compromisso. a nica matria argida em preliminar de contestao que o juiz no pode se pronunciar de ofcio, contrrio das demais objees. -------------------------------------------------AULA 31.08.10--------------------------------------------------1. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 2. CONDIES DA AO 3. MRITO Os pressupostos e as condies da ao so requisitos de admissibilidade do exame do mrito. O direito alemo no d importncia a essa dicotomia, mas a maioria da doutrina brasileira faz essa distino, embora a ausncia de qualquer um deles leva a uma mesma deciso terminativa (sem resoluo do mrito). Na fase recursal h um agrupamento de todos os requisitos e eles so denominados de pressupostos recursais. Legitimidade das partes: ativa e passiva. A legitimidade analisada em tese pelas afirmaes feitas pelas partes (teoria da assero adotada pela maioria da doutrina). A fronteira entre condies da ao e mrito tnue, diferentemente dos pressupostos processuais, que so bem distintos. Pedido juridicamente impossvel aquele que em tese juridicamente impossvel. A apreciao do pedido de reconhecimento de relao homoafetiva ser realizada no mrito, e no entre as condies da ao. Com base no art. 6 do CPC a doutrina distingue a legitimidade dividida em ordinria e extraordinria. Legitimidade ordinria: algum em nome prprio pleiteia direito prprio, normalmente exigida pela legislao; Legitimidade extraordinria (depende de expressa previso legal): Algum em nome prprio pleiteia direito alheio; DIA

24 Representao: algum, em nome alheio, pleiteia direito alheio. Exigi-se mandato (procurao);

Ocorre legitimao extraordinria em caso de substituio processual. Esta a autorizao para que algum esteja em juzo, substituindo o titular de direito material. Ex.: Sujeito reivindicou judicialmente a coisa dele que est nas mos de terceiro. A alienao da coisa por parte de terceiro no altera a legitimidade das partes. S h a sucesso das partes com a anuncia do ru (art. 42 CPC). Os entes associativos tem legitimidade para defender em nome prprio os interesses individuais homogneos de seus associados. H uma substituio processual. Substituio processual e legitimidade extraordinria so distintas. A diferena consiste em h legitimidade extraordinria quando h substituio processual. Quando h a ocorrncia de assistncia, terceiro que ingressa na demanda para ajudar uma das partes, mas a parte principal continua na demanda. Terceiro tem legitimidade para defender em nome prprio direito alheio, logo h legitimidade extraordinria desacompanhada de substituio processual. Vale ressaltar que a legitimidade extraordinria pode ocorrer com ou sem a substituio processual. Esta se refere ao fato do titular do direito estar ou no em juzo. Ex.: bem condominial, em se tratando de ao que verse sobre esse objeto, a ao pode ser proposta por todos ou por um s deles, defendendo o interesse dos demais co-proprietrios (a legitimao foi prevista em lei). Nesse caso h litisconsrcio ativo facultativo. Art. 566, CPC o credor titular direito material - legitimidade ordinria. Legitimidade originria ou superveniente

O esplio passa a ter legitimidade superveniente e ela ordinria. O esplio representado pelo inventariante. Depois da partilha quem possui legitimidade superveniente o herdeiro (legitimidade superveniente e ordinria). O MP tem legitimidade para promover ao popular? O MP no legitimado originrio; o cidado que . Publicado o edital para habilitar cidados e, no aparecendo nenhum interessado, o MP ter legitimidade superveniente. O MP no est obrigado a assumir a titularidade de uma demanda temerria (ao popular), mas se ela constate justa causa, ele pode fazer sim. Quem tem legitimidade para requerer cumprimento de sentena, em se tratando de ao popular? o autor, o cidado. Porm, se decorridos 60 dias, da publicao de sentena, sem requerimento popular, o MP far nos 60 dias seguintes, sob pena de falta grave. Quem tem legitimidade para abertura de inventrio (art. 988 do CC)? a legitimidade concorrente, porm ela deve ser exercida por apenas um dos legitimados. MP tem legitimidade? Ele tem se houver envolvimento de incapaz. Se decorrido o prazo legal, sem a manifestao de ningum, o juiz poder abrir de ofcio.

25 A vtima no tem legitimidade originria para ao penal pblica. O MP quem tem, porm se este no oferecer no prazo legal, a vtima passa a ter legitimidade superveniente, e concorrente com o MP. CLASSIFICAO DAS AES A. TEORIA TERNRIA (TRPLICE): Declaratrias que tem por objeto quanto existncia (positiva) ou inexistncia (negativa) de relao jurdica. Em regra, no versa sobre fatos. Admite o art. 4 CPC, porm, ao declaratria ftica (autenticidade ou falsidade de documento). Produz efeitos ex tunc, desde a origem, pois a sentena se limita declarao quanto existncia ou inexistncia de relao jurdica. Ex: reconhecimento de paternidade. Constitutivas tem por objeto a criao, modificao ou extino da relao jurdica. Portanto, produz efeitos ex nunc, que sero modificados a partir da sentena ou do trnsito em julgado dela. Ex.: divrcio produz efeitos a partir da sentena. Ao declaratria de constitucionalidade. Possibilidade de efeitos retroativos trazerem riscos segurana jurdica, ento, para harmonizar os fundamentos envolvidos, o STF vem admitindo a Modulao dos Efeitos da Declarao de Inconstitucionalidade. (art. 27 da Lei n. 9868/99). Ex.: A STF reconheceu a inconstitucionalidade (legitimidade do MP para ao civil ex delicti), mas com efeitos futuros. Natureza jurdica de ao de consignao em pagamento? declaratria, pois o depsito extingue a obrigao. A sentena que se pede a declarao de extino da obrigao. O devedor o autor da ao. O ru pode oferecer uma contestao e nesta pode ser alegada a insuficincia do depsito. Se a sentena reconhecer a insuficincia, ela ter dois captulos principais: um captulo declaratrio (distino da declarao) e um captulo condenatrio (condenar o autor a pagar o saldo apurado). Para a maioria da doutrina, a ao de consignao em pagamento dplice, pois pode conceder tutela ao ru, independente de reconveno. Natureza jurdica de ao de interdio procedimento especial de jurisdio voluntria. H vrias correntes sobre a natureza jurdica desta ao: declaratria (o juiz reconhece a incapacidade na sentena); constitutiva (porque h a criao do um estado novo estado de interditado defendida pela maioria da doutrina, pois no viola a segurana jurdica assegurados os negcios jurdicos aventados pelo incapaz anteriormente, pois no h efeito retroativo); mista (para Maria Helena Diniz seria um misto de declarao e constitutivo).

26 Natureza jurdica de usucapio declaratria. O sujeito adquire a propriedade por posse mansa e ininterrupta, e a sentena declara a propriedade. A ao declaratria tem dois momentos lgicos: a declarao da violao da norma e, em seguida a condenao a imposio de uma obrigao. Obrigao de fazer / no fazer; pagar quantia certa; entrega de coisa. Condenatrias - As aes declaratrias e constitutivas no so complexas, elas se cumprem por execuo imprpria, isto , por simples expedio de oficio. As condenatrias desafiam execues prprias, que consiste na efetivao (no caso de obrigao de fazer/no fazer e entrega de coisa), de execuo propriamente dita (pagar quantia certa). B. TEORIA QUINRIA As duas so emitidas mediante ordem. O juiz no se limita a condenar, mas ordena. I. Ao mandamental o prprio cdigo fala dela - so ordens cumpridas por meios coercitivos, sob pena de crime de desobedincia pelo seu no cumprimento. Executiva (lato sensu) - so ordens cumpridas por meios sub-rogatrios. Ex.: Ao de despejo e de reintegrao de posse. DIA

II.

------------------------------------------------------AULA 06.09.10--------------------------------------------TEORIA TERNRIA PRETENSES (continuao)

Ao declaratria: Pretenso quanto declarao de inexistncia ou existncia de uma relao jurdica; Ao constitutiva: Criao, modificao ou extino de uma obrigao jurdica; Ao condenatria: Imposio de uma obrigao ao ru. Obrigao de pagar quantia, de fazer ou no fazer ou obrigao de entrega de uma coisa;

PRESCRIO O Cdigo Civil/02 adotou teoria desenvolvida por Luiz Amorim que classifica a prescrio em funo da pretenso que exercida pela parte. H regimes jurdicos diversos. Devemos saber a natureza da ao, para verificar o instituto da prescrio.

27 A pretenso declaratria (existncia ou no de relao jurdica) imprescritvel e insuscetvel de decadncia. Ex.: no existe prazo prescricional para ADI e reconhecimento de paternidade. A pretenso condenatria tem prazo prescricional. (art. 205 e 206 co CC). A pretenso constitutiva no se subordina prescrio. Se houver prazo previsto em lei, este prazo decadencial. Se no houver prazo legal, ento a pretenso constitutiva incaducvel. Nas hipteses de anulabilidade de negcio jurdico o prazo decadencial de quatro anos, que est previsto no CPC. Ex.: Ao rescisria - prazo decadencial de dois anos. Ex.: Ao negatria de paternidade ao desconstitutiva, mas no tem prazo para o exerccio dessa pretenso. 1. AO DECLARATRIA Existe outra classificao da ao declaratria pretenso de declarao de existncia ou inexistncia de uma relao jurdica: a) Ao declaratria principal quando o autor formula a pretenso desde o incio, requerendo a declarao da existncia da relao jurdica artigo 4, CPC. Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se declarao: I - da existncia ou da inexistncia de relao jurdica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito. b) Ao declaratria incidental - O legislador, relativizando a estabilidade da demanda, permite que o pedido declaratrio seja formulado no curso do processo por qualquer das partes autor e ru, desde que surja controvrsia quanto existncia ou inexistncia da relao jurdica. Neste caso, recebe o nome de ao incidental artigo 5, CPC. v. artigo 325, CPC. Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, qualquer das partes poder requerer que o juiz a declare por sentena. Art. 325. Contestando o ru o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poder requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentena incidente, se da declarao da existncia ou da inexistncia do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o). Ex.: autor formula pedido condenatrio pedido de indenizao pelo descumprimento do contrato. Ru, na contestao, alega a inexistncia de contrato, ou seja, tornou-se duvidosa, tornou-se uma questo/ ponto controvertido/ litigiosidade a discusso sobre a existncia ou no do contrato. Se ru no fizesse tal alegao, o juiz apenas julgaria, na parte dispositiva* da sentena, o pedido condenatrio. * Os fundamentos da sentena no fazem coisa julgada material, apenas ser imutvel a parte dispositiva (artigos 469 e 470, CPC).

28 Art. 469. No fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentena; Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentena; III - a apreciao da questo prejudicial, decidida incidentemente no processo. Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resoluo da questo prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razo da matria e constituir pressuposto necessrio para o julgamento da lide. Para tornar imutvel tal deciso, qualquer das partes autor ou ru tem que pedir expressamente para que o juiz decida na parte dispositiva da sentena. Requisitos da ao declaratria incidental: Pedido das partes; Que a questo seja prejudicial, ou seja, que pre-judique, que prejulgue que seja uma questo cujo julgamento interfira no julgamento da questo principal; Que o juzo seja competente. A incompetncia relativa do juzo no impede o pedido declaratrio incidental, somente a incompetncia absoluta. Momento requisito divergente, onde parte da doutrina entende que o momento a ser interposto o pedido a contestao para o ru e que seja proposto na rplica para o autor. H quem veja a possibilidade do pedido declaratrio incidental at o saneamento do processo, pois o artigo 5 no determina prazo.

Dvida quanto existncia da relao de emprego, no cabe esfera cvel decidir sobre essa questo de prejudicial, qui formar coisa julgada material. TEORIA QUINRIA No Brasil, embora a doutrina majoritria se valha da Teoria Ternria (aes so trs: declaratria, constitutiva e condenatria), h adeptos da Teoria Quinaria, no qual seriam autnomas as aes mandamentais e as aes executivas (lato sensu) est uma ao de conhecimento executiva, e no uma ao executiva. Os adeptos da teoria quinria entendem que existem sentenas que no podem ser enquadradas como sentenas condenatrias, so sentenas que contm ordem, indo alm da condenao, onde o juiz no se limita a condenar, ele emite uma ordem que dever ser cumprida por meios coercitivos (ao mandamental) ou meios sub-rogatrios (ao executiva). Meios coercitivos ao mandamental: A ordem emitida pelo juiz dever ser cumprida sob pena de ser caracterizado crime - Ex.: Ao de Mandado de Segurana.

29 Meios sub-rogatrios ao executiva: A ordem emitida pelo juiz dever ser cumprida por meios sub-rogatrios - Ex de aes executivas lato sensu: ao de despejo, ao de reintegrao de posse.

Nos EUA, por uma questo cultural, no necessrio que se provoque o juiz. A ordem condenatria j suficiente para que o sucumbente cumpra a sentena. Fundamentao desta teoria: o prprio CPC fala em provimento mandamental. Art. 14. So deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: V - cumprir com exatido os provimentos mandamentais e no criar embaraos efetivao de provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou final. Pargrafo nico. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violao do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatrio ao exerccio da jurisdio, podendo o juiz, sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais cabveis, aplicar ao responsvel multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e no superior a vinte por cento do valor da causa; no sendo paga no prazo estabelecido, contado do trnsito em julgado da deciso final da causa, a multa ser inscrita sempre como dvida ativa da Unio ou do Estado. ( pacfico na jurisprudncia: ressalva a todos os advogados em sentido amplo: procuradores, defensores.)

30 O inciso V e o pargrafo nico advieram de um projeto (Ada P. Grinover) inspirado no contempt of court1 inspirao anglo-americana, com a idia do ATO ATENTATRIO AO EXERCCIO DA JURISDIO. Abuso do processo (improbidade processual) - gnero 1

Litigncia de m-f; Multa por interposio de recurso protelatrio; Que sejam riscadas palavras ofensivas; Ao de atentado (alterao da situao ftica. Ex.: dar continuidade obra embargada); Fraude execuo; Ato atentatrio dignidade da Justia (art. 600, CPC); Ato atentatrio ao exerccio de jurisdio criar embaraos a execuo de aes mandamentais;

* Contempt of court - no mbito processual o instituto contempt of court tem a finalidade de dar maior efetividade s decises judiciais e evitar procrastinao em seu cumprimento; positivado subjetivamente dentro do Cdigo de Processo Civil em dispositivos que inibe a m-f. O processualista Rui Stoco explica que, por derivar do verbo ingls to contemn, sinnimo de despise (desprezo), scarn (escrnio) ou disdain (desdm), e tem na lngua inglesa o significado, entre outros, de o ato de desprezo desrespeito, desobedincia ou confronto aberto para com uma autoridade judiciria ou legislativa. O instituto aplicado para reprimir a litigncia de m-f, que considera na recuso de obedincia de uma ordem direta da corte, reconhecendo-se, em razo do desrespeito civil, duas espcies de sanes podem ser impostas: priso ou sano pecuniria, at que o renitente obedea ordem. Como regra, somente quem parte de um processo pode ser considerado em contempt of court, ou seja, como tendo desobedecido ordem ou afrontado o tribunal. O caso de desobedincia pode se dar quando a ao dirigida contra o Poder Pblico e a fazenda deva cumprir a deciso judicial e no faz, poder tambm configurar crime de desobedincia ou resistncia, praticado por seus agentes, em concursos de delitos e, ainda, em determinadas circunstancias, prevaricao, sem descartar impe-se reiterar a possibilidade de caracterizao de improbidade administrativa, com sanes de natureza poltica, civil e administrativa . A afronta ao tribunal pode se dar de forma diversificada, e comum o abuso do direito de demandar, amparado pelo principio da ampla defesa e do contraditrio que esto encravados na Magna Carta. Fortemente em ensinamento de Pasquel lembra que, atualmente todos os atos tendentes a obstruir o cumprimento das funes de um juzo, envolve uma afronta, podem constituir desacato. Inclui-se no conceito atual o abuso do processo. O abuso do processo se d quando as partes de uma lide utilizam dos meios legais para desviar a finalidade do direito e descalar a efetividade do poder judicirio fortemente utilizado em casos de execues, em que o ru sente o seu patrimnio ameaado e busca desta forma desvirtuar o andamento do processo, protelando-o com os meios legais de contraditrio e defesa. O abuso do direito de demandar a causa da morosidade nos julgamentos, contudo o Cdigo de Processo Civil contm inmeros mecanismos que visam coibir essa prtica, todavia de nada adianta termos amparo legislativo eficiente no aspecto terico se ele no for aplicado e colocado em prtica. Importante notar que a sano prevista de at 20% (vinte por cento) do valor da causa o qual ser imposta sem prejuzo das sanes criminais e civis e processuais cabveis. Significa que existe a possibilidade de, nos prprios autos a mesma parte ser sancionada por litigncia de m-f, conforme os ditames do artigo 17 do cdigo de processo civil, em decorrncia da comprovao do elemento intencional. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Contempt_of_court.

31 Quando o provimento (decises interlocutrias, sentenas, acrdos ) descumprido e este tem eficcia mandamental;

Art. 14 CPC dever das partes e de todos que de qualquer forma participarem do processo. Das partes ou de terceiros, ressalvados os advogados (pblicos e privados). O descumprimento de decises mandamentais acarreta conseqncias criminais, cveis (reparao de dano) e processuais. Tudo isso, sem prejuzo a multa instituda no art. 14 do CPC, que de at vinte por cento do valor da causa. Ex.: O art. 26 da nova lei de mandado de segurana configura crime de desobedincia quem descumprir deciso proferida em sede de mandado de segurana. Conseqncias da prtica do ato atentatrio ao exerccio da jurisdio: a) Criminais. Ex.: artigo 26, LMS - crime de desobedincia. O legislador cometeu erro, se omitindo quanto prevaricao, resistncia, se houver violncia; b) Civis reparao de danos; c) Processuais; d) Cumulativamente multa instituda pelo artigo 14 de at 20% do valor da causa.

A diferena entre a Multa Astreinte e do ato atentatrio ao exerccio da jurisdio (contempt):Multa astreinte No tem limite Credor: parte contrria Execuo por quantia certa A condenao de pagamento de quantia certa no mandamental. Multas Content (contra ato atentatrio) Limite de 20 % do valor da causa Credor: Fazenda Pblica Execuo fiscal, em caso de no pagamento. Dvida ativa da Fazenda Pblica. Multa em razo de descumprimento de sentena mandamental

2. AES MANDAMENTAIS Mandado de segurana; Ao de manuteno de posse; Todas as aes cautelares;

Quando o juiz determina uma medida cautelar, uma ordem do juiz e o cumprimento se d por efetivao. Ex.: ao de manuteno de posse. Cumpridas por medidas coercitivas, no cabendo nem impugnao ao cumprimento de sentena.

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3. AES EXECUTIVAS So aquelas em que o autor persegue coisa (real) lhe pertence. uma espcie de ao real. Ex.: ao de reintegrao de posse, ao de despejo. Cabe impugnao ao cumprimento de sentena? No. A doutrina no aceita, pois no h uma fase de cumprimento de sentena. H uma imediata efetivao da sentena. PROCESSO Natureza jurdica: trata-se de uma relao jurdica processual (Oscar Von Bllow) de direito pblico. uma relao em que o Estado-Jurisdio participa. Viso da publicizao do processo. Existe um interesse pblico superior ao interesse dos litigantes, por isso h o impulso oficial. Em razo desta viso, ocorreu uma publicizao do processo, pois existente um interesse pblico superior aos interesses dos litigantes, que d fora ao ativismo judicial, onde o juiz precisa ter um papel ativo no processo, onde juiz deve agir de ofcio para impulsionar o processo impulso oficial. A relao processual uma relao onde h distribuio de poderes/ deveres (Gold Schmidt), nus e faculdades. O juiz tem dever de decidir em prazo razovel garantia das partes artigo 5, LXXVIII, CF. A demora injustificada enseja a responsabilidade do Estado. LXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. EXISTNCIA DE UMA RELAO JURDICA PROCESSUAL, COM NECESSIDADE DE PLANO DE EXISTNCIA E VALIDADE: Tringulo eqidistncia dilogo entre os envolvidos na relao jurdica processual, continuando Oskar Von Bllow, existe um Plano da existncia, um plano da formao, da constituio da relao jurdica processual e o Plano da validade desenvolvimento valido e regular do processo. REQUISITOS DE CONSTITUIO, FORMAAO E DESENVOLVIMENTO VLIDO DA RELAO JURIDICA PROCESSUAL PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS O que necessrio para que exista um processo sua formao, e se desenvolva. A relao processual uma relao dinmica que se desenvolve. Assim como relao obrigacional, onde se deve observar comportamentos pr-contratual, contratual e ps-contratual teoria da boa f objetiva. PLANO DA EXISTNCIA O QUE NECESSRIO PARA QUE EXISTA PROCESSO? Resposta: petio inicial, rgo investido de jurisdio, ru vinculado citao, advogado (somente advogado tem capacidade processual). Pedido encaminhado a rgo investido de jurisdio. Para completar a relao processual tem que citar o ru. E autor e ru devem estar representados por advogado; PLANO DA VALIDADE desenvolvimento vlido e regular da relao processual. No basta petio, A petio tem que estar apta. O juzo tem

33 que ser competente e o juiz tem que ser imparcial. No basta citao, a citao tem que ser valida. Capacidade das partes - no basta capacidade de ser parte e sim capacidade de estar validamente em juzo. Nulidade falta de pressupostos de validade;

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dia

PRESSUPOSTOS PROCESSUAISTeoria da Cognio Matrias de ordem pblica no precluem, devem ser verificadas a qualquer tempo, resumem-se praticamente nos pressupostos processuais. Artigo 301,4 e o artigo 267 do CPC- Os pressupostos processuais e as condio da ao devem ser conhecidas de oficio pelo magistrado. Exceo de pr-executividade alegadas em sede de execuo independe dos Embargos. Na fase recursal apelao - 2 instncia, tambm est presente o efeito translativo. Este a transfere a 2 instncia o poder de verificar, de ofcio, as matrias de ordem pblica. Os pressupostos processuais so requisitos ligados a formao da ao. So divididos em positivos (intrnsecos) e negativos (intrnsecos). 1.1 Pressupostos Negativos (extrnsecos): No devem estar presentes, uma vez que prejudicam a relao processual. So eles: a) Litispendncia; b) Coisa Julgada; OBS: A doutrina discute se a perempo um pressuposto extrnseco. Normalmente, a perempo pressuposto extrnseco nos concursos. A perempo no atinge o direito material. A questo material pode ser alegada como defesa. Em preliminar de contestao deve-se alegar a conveno de arbitragem, do qual so espcies a clusula compromissria e o compromisso arbitral. 4o Com exceo do compromisso arbitral, o juiz conhecer de ofcio da matria enumerada neste artigo. (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1973)

O compromisso arbitral no pode ser pronunciado de ofcio, pois, no matria de ordem pblica. Predomina o entendimento de que onde se l o compromisso arbitral leia-se conveno de arbitragem. A existncia de conveno de arbitragem tem que ser alegada pela parte interessada na preliminar de contestao. No se submete ao regime das objees processuais. Ento, propriamente, no seria um pressuposto negativo (maioria da doutrina).

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1.2 pressupostos positivos (intrnsecos): devem estar presentes na relao processual. Pressupostos de existncia; Pressupostos de validade (desenvolvimento vlido e regular da relao jurdica processual. Autor Demanda (Pedido na Petio inicial); Juiz rgo investido de Jurisdio; Ru Citao do ru.

Relao jurdica processual:

Entre as partes: Para que exista processo, ser necessria a verificao da capacidade postulatria (advogado). ESSES SO DO PLANO DA EXISTNCIA. OBS: Teoria restritiva do processo: 1. Demanda; 2. rgo investido de Jurisdio. Esses seriam os dois grandes pressupostos processuais, pois, bastaria existir uma demanda encaminhada a um rgo jurisdicional. No Brasil, predomina a teoria ampliativa, pois, alm dos outros dois requisitos, faz-se necessria a citao do ru. Se no houver demanda ou se for encaminhada a rgo no investido de demanda a conseqncia ser a inexistncia do processo. Agora se no houver citao, mesmo assim haver processo, pois a citao dispensvel no caso do art. 285-A. (Art. 285-A. Improcedncia imediata da demanda). No entanto, em regra, a falta de citao gera inexistncia do processo. OBS: No cabe ao rescisria se a hiptese de inexistncia de citao (e o ru no compareceu). Por qu? No se pode rescindir o que no existe. Tem que alegar em impugnao em cumprimento de sentena (Art. 475-L, CPC). Capacidade Postulatria: A prtica de atos por quem no advogado tem como conseqncia a inexistncia dos atos. (Art. 37, CPC).Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado no ser admitido a procurar em juzo. Poder, todavia, em nome da parte, intentar ao, a fim de evitar decadncia ou prescrio, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigar, independentemente de cauo, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogvel at outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Pargrafo nico. Os atos, no ratificados no prazo, sero havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

O Estatuto da OAB em seu artigo 4 criou uma desarmonia com o CPC. Por qu? Porque o estatuto disse que eram nulos os atos. Isso leva a uma divergncia doutrinria. Seguir o CPC. REQUISITOS DE VALIDADE Relao jurdica processual: Autor Demanda APTA (Pedido na Petio inicial APTA) ; Juiz No basta o rgo ser investido de

35 Jurisdio, tem que respeitar a garantia do Juiz Natural (Competncia do rgo mais imparcialidade do juiz (inexistncia de impedimento do julgador) ; Ru Citao do ru. No basta a citao, ela tem que ser vlida (Art. 247). Entre as partes: Para que exista processo ser necessria a verificao da capacidade postulatria (advogado) mais a capacidade das partes. Quando a petio inicial inepta? Art. 295, I, e pargrafo nico. O juiz deve mandar emendar. (Art. 294). A falta de pressupostos processuais passvel de correo. As condies da ao, em regra, no so passveis de emenda, ou, o sujeito preenche as condies ou carecedor do direito de ao.Art. 295. A petio inicial ser indeferida: I - quando for inepta; Pargrafo nico. Considera-se inepta a petio inicial quando: I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; II - da narrao dos fatos no decorrer logicamente a concluso; III - o pedido for juridicamente impossvel; IV - contiver pedidos incompatveis entre si.

O defeito de citao gera nulidade absoluta, pois, pode ser pronunciada de ofcio. No processo civil no h nulidade de pleno direito (automtica). A nulidade tem que ser pronunciada. No que diz respeito pronncia da nulidade, vigora o princpio da instrumentalidade das formas. No h pronncia de nulidade sem prejuzo. Exige sempre a verificao de um binmio: 1. Finalidade; 2. Houve prejuzo. A nulidade a conseqncia pelo desrespeito a forma. Vamos ver o caso de inexistncia de citao (nulidade absoluta, que pode ser alegada de ofcio, que pode gerar a inexistncia de nulidade). Porm, se o ru compareceu e no alegou prejuzo, no h nulidade, ou seja, no h nulidade automtica no mbito do processo civil. CAPACIDADE DAS PARTES: Verificar: 1. Capacidade de ser parte; e 2. Capacidade de est validamente em juzo. A incapacidade das partes causa superveniente de suspenso do processo. Art. 265:I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; (...) 1o No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspender o processo, salvo se j tiver iniciado a audincia de instruo e julgamento; caso em que: a) o advogado continuar no processo at o encerramento da audincia; b) o processo s se suspender a partir da publicao da sentena ou do acrdo. 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audincia de instruo e julgamento, o juiz marcar, a fim de que a parte constitua novo mandatrio, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguir o processo sem julgamento do mrito, se o autor no nomear novo mandatrio, ou mandar prosseguir no processo, revelia do ru, tendo falecido o advogado deste.

36 Qual a conseqncia da falta de intimao do MP? Nulidade absoluta. A nulidade cominada pelo CPC, no art. 246. A nulidade pode ser pronunciada de ofcio. Mas, o juiz sempre vai pronunciar a nulidade por falta de intimao do MP? R: No, tem que aplicar o binmio, isto , deve verificar se houve prejuzo. -------------------------------------------------------Aula ----------------------------------------------dia 27.09.10

INTERVENO DE TERCEIROS Legitimidade ad processo pressuposto processual; Legitimidade ad causam condio da ao;

A nova lei de MS restringiu a legitimidade para impetrao de MS Coletivo, cujo objeto tambm foi restringido. Inconstitucionalidade no que atina restrio da legitimidade dos partidos polticos para impetrar MS (s para os seus associados) Para alguns autores, a CF tratou da capacidade de ser parte dos partidos polticos em MS, e no da legitimidade, j que esta deve ser analisada no caso concreto, no um conceito que deve ser tratado de forma abstrata. Obs. Existem duas correntes a respeito do artigo 5, LXX da Constituio Mandato de Segurana. Pergunta: Trata da capacidade processual ou trata da legitimidade? 1- corrente trata de legitimidade trata dos legitimados para o MS 2 - corrente no inconstitucional. Somente repetio do que est na lei do MS. este conceito j foi atrelado ao do direito material, mas deve ser abandonado. Conceito de parte: j foi um conceito atrelado ao direito material, contudo a doutrina contempornea afastou essa idia e hoje considera que parte est ligada ao direito processual. aquele que pede a tutela jurisdicional ou aquele em face de quem se pede direito material. A tutela pedida ao Estado em face de outrem.

PLURALIDADE DE PARTES (litisconsrcio) Pode ocorrer uma pluralidade de partes tanto no plo ativo como no passivo, denominado litisconsrcio. 1. Quanto s partes: pode ser ativo, passivo, misto ou recproco (pluralidade de partes em ambos os plos); 2. Quanto ao momento do estabelecimento do litisconsrcio: inicial (incio do processo) e superveniente (no curso do processo. Ex.: interveno de terceiros facultativo);

37 3. Quanto a possibilidade de as partes dispensarem a formao do litisconsrcio: facultativo e necessrio (obrigatrio). facultado pelo legislador, em que a lei prev uma faculdade quanto formao de litisconsrcio, por razes de economia processual e para minimizar o risco de decises contraditrias (fundamentos de ordem pblica). Art. 46, IV, CPC este artigo trata das situaes que tm origem comum, trata do menor grau de conexo que existe entre demandas, que finidade por um ponto comum de fato ou de direito. Fatos ou causa de pedir semelhante. OBS.: o legislador no conseguiu exaurir o fenmeno da conexo no art. 103, CPC, sendo o art. 46, IV, CPC um tipo de conexo , no seu menor grau, que a conexo por afinidade. Conexo por afinidade conexo por ponto comum (de fato ou de direito), todavia no determina a juno das demandas, mas suficiente para permitir o litisconsrcio. Dependendo do grau de afinidade, faculta-se o litisconsrcio. Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: mesmo

I - entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide; II - os direitos ou as obrigaes fundamento de fato ou de direito; derivarem do mesmo

III - entre as causas houver conexo pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito. Pargrafo nico. O juiz poder limitar o litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de litigantes, quando este comprometer a rpida soluo do litgio ou dificultar a defesa. O pedido de limitao interrompe o prazo para resposta, que recomea da intimao da deciso. Excessivo nmero de litigantes litisconsrcio multitudinrio (art. 46, pargrafo nico, CF). luz do caso concreto, essa tcnica pode se mostrar inadequada, podendo acarretar o comprometimento da celeridade, embora tenha sido criada justamente para dar maior celeridade ao processo. Pode ocorrer, ainda, prejuzo defesa. Da a importncia do papel do juiz, que tem o poder-dever de limitar o litisconsrcio FACULTATIVO. A definio do nmero de litigantes jurisdicional, e no legal (a jurisprudncia costuma limitar em 3,5, 10 litigantes). O juiz, em regra, poder fazer de ofcio essa limitao. Alguns autores dizem que cabe defesa, que ter o prejuzo, requerer a limitao ao juiz. Litisconsrcio necessrio a formao de litisconsrcio condio de eficcia da sentena. Sem ela, a sentena no produziria seus efeitos. Ex.: Art. 942, CPC ao tratar de usucapio, h um litisconsrcio passivo

38 necessrio imposto legalmente para a sentena poder produzir efeito erga omnes. No artigo 942 CC obriga uma serie de citaes (proprietrio, confinantes, confrontantes, vizinhos, por edital a quem tenha interesse) litisconsrcio necessrio. Os cnjuges so litisconsortes passivos necessrios. Ao Pauliana - consiste numa ao pessoal movida por credores com inteno de anular negcio jurdico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento da dvida numa ao de execuo. A ao pauliana pode ser ajuizada sem a necessidade de uma ao de execuo anterior. Fraude contra os credores. No h fraude contra a demanda) uma espcie de ao anulatria, para que os bens do devedor voltem para os credores, j que aquele transferiu para terceiros para fraudar. Para a propositura dessa ao preciso que todos os credores litisconsrcio passivo necessrio ( movida contra todos os integrantes do ato fraudulento). Interveno iussu iudicis (estava previsto no CPC de 1939) - interveno por ordem do juiz. O CPC de 1973 acabou com a interveno por ordem do juiz. No CPC de 1939, por critrio de convenincia e oportunidade, o juiz podia determinar a citao de um litisconsorte. Art. 47. H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo. Pargrafo nico. O juiz ordenar ao autor que promova a citao de todos os litisconsortes necessrios, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo. PEGUNTA: O pargrafo nico do art. 47 CPC trata deste instituto? No, o juiz no determina a citao, o juiz determina ao autor que proceda a citao (recolher as custas necessrias). Se no houver, o juiz extingue o processo sem exame do mrito, pois o litisconsrcio aqui era necessrio, obrigatrio. Cabe a parte recorrer, caso no concorde com determinao do juiz de promover a citao dos outros litisconsortes necessrios. Logo, a rigor, no uma interveno iussu iudicis, mas uma condio de eficcia da sentena. 4. Quanto uniformidade da deciso: unitrio (uniforme) ou simples. No primeiro, a rigor, s existe uma relao de direito material discutida em juzo. A sentena deve ser idntica para todos os litisconsortes. Litisconsrcio simples ocorre quando existe a POSSIBILIDADE de a sentena no ser uniforme. Ex.: ao de anulatria de casamento promovida pelo MP. QUESTO DE PROVA: O litisconsrcio regido pelo princpio da autonomia entre os litisconsortes (cada um pode conduzir o processo e cada um tratado de forma autnoma) ato de um no beneficia o outro (art. 49).

39 Quando h unitariedade no litisconsrcio essa autonomia no existe. O ato de um no prejudicar o outro. A confisso de um litisconsorte, no regime da unitariedade ineficaz, inclusive em relao ao litisconsorte que confessou, j que essa confisso poder prejudicar e esse prejuzo no pode ser repassado para os outros. O CPC trata da revelia a partir do art. 319. OBS.: Arts. 48 e 320, I contradio aparente de normas. O art. 320, I uma explicitao da exceo encontrada no art. 48, CPC. O Artigo 47 confunde as duas formas do litisconsrcio aqui, pois a doutrina naquela poca no distinguia as duas formas de litisconsrcio (necessrio e unitrio). O necessrio existe em razo da natureza da lide. Na ao de usucapio o litisconsrcio passivo, necessrio, todavia a deciso simples. A maioria da doutrina aduz que no existe o litisconsrcio ativo necessrio. Em verdade, h uma mitigao quanto ao litisconsrcio ativo. Os condminos, por exemplo, podem demandar sozinhos para defesa da coisa comum. Se trs condomnios demandarem, o litisconsrcio ser facultativo, embora a sentena tenha que ser unitria. ASSISTNCIA SIMPLES interveno de terceiro. Assistncia litisconsorcial aproxima-se do litisconsrcio, mas interveno de terceiro. --------------------------------------------------------------------------------------------------(continuao) INTERVENO DE TERCEIROS Estabilizao da Demanda H proposta no projeto do Novo CPC de que o Brasil deixe de ter um sistema rgido (possibilidade de alterar o pedido ou causa de pedir antes da citao) e que se caminhe para um sistema processual rgido. Perpertuatio jurisdicioni ajuizada a ao, foro do domiclio do ru. Se o ru mudar de endereo no curso do processo, no deslocar a causa para outro juzo. O juiz que conclui a instruo deve julgar a causa. Princpio da fidelidade ao ttulo na liquidao defeso s partes discutir novamente o que foi decidido na fase anterior. Em liquidao por artigos podem ser discutidos fatos novos, mas em relao ao quantum; Aula dia 05.10.10

40 Princpio da congruncia (art. 460, CPC). defeso ao juiz decidir extra ou ultra petita; Precluso instituto processual importante para propiciar o julgamento da causa. Garante a marcha processual rumo s fases subseqentes, rumo ao julgamento de primeira instncia. Vencidos os prazos, dar-se- a precluso temporal. H imposio de nus de modo que ocorre a perda da prtica de atos processuais. Uma vez praticado os atos processuais, exaure-se o direito de praticar aquele ato - precluso consumativa. Esta precluso atinge o prprio juiz da causa, pois se proferiu sentena, no poder alterar, salvo para efetuar correes. A precluso lgica tambm, pois ultrapassada a fase processual, torna incompatvel os atos processuais. Tambm H precluso, tambm, quando h afronta a sequncia lgica do processo (precluso lgica). Tanto assim que no se admite que a parte recorra antes da publicao do acrdo. Precluso da sente