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  • Fabio Puentes

    AUTO-HIPNOSEMANUAL DO USURIO

  • Ttulo Original: Auto-Hipnose - Manual do Usurio Copyright by Fabio Puentes, 1996

    Todos os direitos desta edio so reservados CenaUn, Comrcio, Sistemas e Editora Ltda. Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida, guardada pelo sistema retrieval" ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, seja este eletrnico, mecnico, de fotocpia, de gravao, ou outros, sem prvia autorizao, por escrito, da Editora.

    Editor Responsvel: Celso Moacir de CoelhoCapa e desenhos: Fabio PuentesTraduo e Reviso: Alcides Pereira

  • ndice

    Prefcio........................................................................ 7

    Objetivo, Mensagem e Filosofia................................... 11Introduo..................................................................... 13

    Parte I

    1 Porque Manual do Usurio?................................. 292 O que no a Hipnose......................................... 333 O que a Hipnose e por que a Auto-Hipnose..... 374 Especificaes Tcnicas....................................... 455 Instrues de Operao........................................ 516 Conexes Internas................................................ 577 Ateno e Concentrao....................................... 698 Jogos Interiores...................................................... 79

    Parte II

    9 Condies para a Auto-Hipnose.......................... 9110 Respirao e Tcnicas de Relaxamento............ 9511 Acionamento da Mquina................................... 10512 Induo, Aprofundamento, Sugesto e Sada. ... 11513 Tcnicas de induo para Auto-Hipnose............ 12514 Programao da mente....................................... 13515 Aplicao da Auto-Hipnose na terapia............... 147

  • 16 Como comunicar-se com o subconsciente......... 163atravs do pndulo

    17 Tcnicas de memria.......................................... 16918 Consideraes finais........................................... 173

    Bibliografia.................................................................... 177

    Acessrios 179

  • Prefcio

    Dificilmente o ttulo de um livro dir to claramente seu contedo quanto este Manual de Auto-Hipnose.

    Linguagem fcil, historietas ilustrativas, muitos exerccios bem descritos, uma concepo saudvel da hipnose - sem apelo ao mgico ou miraculoso.

    Para o le ito r d e sav isado convm d ize r: a Neurolingstica - to em moda - a ltima edio desta velha ferramenta de ao psicoteraputica e, como est claro no texto, a ferramenta que pode ser usada por qualquer pessoa que pretenda alterar hbitos, adquirir qualidades, livrar-se de sintomas, conseguir transformaes pessoais as mais variadas.

    O autor coloca bem, com clareza e fora: no se trata de mgica e mesmo sendo a ferramenta poderosa, de forma alguma se dispensa uma boa compreenso das sitaues, o empenho em exercitar-se preparatriamente, o cuidado no uso das frmulas verbais.

    Senti falta de algumas referncias ao poder geral da sugesto coletiva, fator poderoso na manuteno dos costumes e preconceitos sociais. Est implcito no texto esta verdade, mas seria conveniente explicit-la.

  • Qualidade excepcional, ao meu ver preciosa, o tom bem humorado do autor, assim como as variaes de apresentao grfica do texto.

    Quem quiser saber como fazer bom uso de nossas aptides naturais, ler o livro com proveito.

    Dr. Jos An gel o Gaiarsa Psiquiatra-Psicoterapeuta

  • No se deve confundir o silncio da floresta com o ausncia de atividade.

    Agradecimentos

    A Flix, meu pai, que com sua suave pacincia e compreenso, nunca deixou de acreditar.

    A Mery, minha me, ( in m em orian) por sua insistncia e preocupao e por continuar acreditando que eu ainda no cresci.

    A Fabrizio, Natalia y Constanza, meus filhos, que souberam suportar, em silncio, minhas ausncias.

    A Eduardo e Gustavo, meus irmos, que sempre apoiaram e at custearam muitas de minhas loucuras.

    A Antero de Los Reyes, meu av materno, de quem herdei geneticamente a vocao para a hipnose.

    A Eudes Alves, meu professor, que me soube indicar o caminho da tica, e que teve a gentileza de acompanhar-me at que eu passasse pelos primeiros obstculos.

    Ao Dr. Rostand Silvestre, por seu constante apoio, intercambiando idias, sem querer reconhecer as que contribuiu e corrigiu.

    Em especial a Fernanda, que com seu amor tem sido a locomotora das minhas melhores realizaes.

    A to d o s e le s : m u ito o b rig a d o , de todo corao e mente.

  • O uso da mente no transfervel, as tcnicas s im .

    Fabio Puentes

    Objetivo deste manual

    Convenc-lo de que voc leitor, pode provar a si mesmo que possui certas foras auto-hipnticas e que a Auto-Hipnose poder fazer por voc as coisas que deseja realizar. Isto em suas mos ser uma arma poderosa que o levar na vida, a assumir atitudes mais sbias.

    Mensagem deste manualSua mente a dona de sua vida

    Filosofia deste manual

    Para viver bem preciso pensar bem.

    Sua maneira de viver como sua maneira de pensar.

    Toda Hipnose , na realidade, Auto-hipnose

    Qualquer pessoa pode aprender as tcnicas de auto-h ipnose, para aum entar sua confiana, seu entusiasmo pela vida e outros ideais que tenha em vista.

  • 12 Auto-Hipnose - Manua! do Usurio

    Porque no buscamos solues ideais no lugar

    ce rto ?

    A re lig io Sufi tem h is t rias de um sbio chamado Muilah Nasrudiam, que de forma metafrica, expressam um sentimento, uma orientao simples sobre coisas que acontecem conosco no dia-a-dia. H uma em especial, que pessoalmente me toca muito. essa histria que fao questo de mostrar-lhe:

    Muilah estava certo dia agachado na calada, em frente de sua casa, quando um conhecido seu o viu daquela forma e lhe perguntou:

    O que est fazendo Muilah? Procuro as chaves de minha casa, que perdi.O amigo, agachando-se tambm, lhe disse: Deixe-me ajud-lo a encontr-las, onde voc as

    perdeu? L, dentro de minha casa, respondeu Muilah. Ento, por que procura aqui fora? Porque aqui fora existe mais luz.

    Respondo-lhe a pergunta do ttulo: por no conhecer ou por comodidade.

    "Em circunstncias especiais, o fato dever ser mais rpido que o pensamento.

    Hernan Corts

  • Se dais peixe a um homem faminto, o alimentas por um dia; se o ensinas a pescar,

    o alimentars por toda a sua vida. Lao-Ts

    Introduo

    P edag o g ica m e n te , a m e lho r m ane ira de aprender brincando. E brincar vai ser nosso estilo ilurante todo este manual. Vamos fazer do crebro nosso brinquedo preferido.

    Em princpio vamos comparar nosso crebro com um computador de ltima gerao. E a mente vamos comparar com o programa do computador. Como at hoje ningum nasceu com um manual debaixo do brao que lhe indique como usar esse "computador , nossa misso tentar ajud-lo dando- lhe um Manual Bsico do Usurio , para que, de a lgum a m ane ira , voc sa iba com o o p e ra r seu com putador , com eando pelas a tiv idades mais simples como: saber em que freqncia est, para que servem certas teclas, cuidados a ter, etc.

    Pelo fato de no vir acom panhado por um "Manual de Instrues de fbrica, o homem foi aprendendo a usar seu computador , baseando-se no ensino fam ilia r, socia l, educaciona l, conse lhos, sugestes e experincias prprias, que nem sempre so o mais representativo e real.

  • 14 Auto-Hipnose ~ Manual do Usuria

    Com este Manual voc vai poder descobrir que a memria no se debilita nem se perde, mas que simplesmente voc no apertou a tecla de acesso memria; que as dores podem objetivar-se, modificar- se e aliviar-se; que os estados de nimo, tais como a fadiga, a depresso, etc., esto em uma estrutura conjunta com o corpo, mente e comportamento, e que se pode mud-los e alter-los, alterando qualquer dos trs comportamentos. Que as pessoas que um dia foram muito importantes para ns e que hoje sua simples lembrana nos faz sofrer, no podem ser apagadas sem mais nem menos de nossa mente. Isso impossvel. O que podemos fazer tirar-lhes a importncia ridicularizando essas lembranas. Com os medos, vamos com portar-nos irreverentem ente e assim por diante.

    A inteno deste manual mostrar-lhe, de uma maneira fcil e rpida, como descobrir, conhecer, praticar, usar e tirar o maior proveito possvel de seu computador , utilizando mais e o melhor possvel o seu programa, facilitando realmente sua vida.

    a primeira vez que voc se interessa em ler e praticar a Auto-Hipnose? Saiba que de modo geral, toda pessoa pode aprender a us-la, para fazer mudanas reais em si mesmo.

    O Dr. Albert Schweitzer disse uma vez Os doentes levam em seu interior o seu prprio mdico. Ele nos consu lta sem co n he ce r essa verdade. Fazemos o m elhor quando damos ao mdico que mora dentro de cada doente a oportunidade de fazer seu trabalho.

  • 16 Auto-ifipnose - Manual tio Usurio

    fenmeno hipntico. Somente preciso achar a tcnica apropriada para cada um.

    Muitas vezes vamos pedir-lhe que procure entre suas prprias experincias alguma coisa para combinar com as sugestes. Use o tempo necessrio para personalizar as tcnicas, adaptando-as a voc mesmo, assim conseguir mais rapidamente seus objetivos.

    Nas tcnicas e mtodos para induzir ao transe que descreverem os nos prximos captulos, voc poder descobrir com o qual mais se adapta e com o qual obtm melhor resultado.

    A auto-hipnose uma tcnica, como o o andar de bicicleta, a qual quase todos ns temos de forma natural. Com o aprendizado, a tcnica e a estratgia, no ficamos limitados a andar de bicicleta, mas sim habilitados a chegar a um destino(objetivo).

    Algumas pessoas aprendem rapidamente auto- hipnose, outras demoram um pouco mais. A rapidez ou lentido para aprender, tem muito pouco a ver com a efetividade da hipnose, uma vez dominada a prtica.

    Certa vez, uma rapaz, que vinha correndo apressado, portando um violino, encontrou um velho e perguntou:

    -C om o fao para chegar at o Carnegie Hall?O velho olhou-o calmamente e respondeu-lhe:-Treinando, treinando, treinando...Muitos especialistas, muitos livros, seminrios,

    conferncias, vdeos, etc., nos esto ensinando que atitudes tomar frente ao perigo de uma curva muito fechada, com a pista mida e em alta velocidade; o que fazer e como reagir, diante de determinados sinais de trnsito, como corrigir uma falha. No nos ensinam porm como dirigir o automvel .

  • Fabio Puentes 17

    Logicamente, o aprender a dirigir um carro nos produz certos medos, certas apreenses, porque significa uma mudana, uma alterao brusca em nossos deslocamentos. Fica tudo mais perto e vamos mais rpido.

    Temos que te r mais responsabilidade para conosco e para com outras pessoas. Implica em saber mais coisas novas, cuidados e necessidades do veculo, e ter mais ateno.

    Est em ns saber se o sacrifcio, o custo desse aprendizado vale pena ser pago. H um sacrifcio, porm, vamos conhecer novos lugares. Existe um custo, mas tem suas compensaes.

    Ao final destas instrues, no pretendemos que voc dirija de forma competitiva um carro de frmula 1, mas sim, que saiba sair de sua casa com seu automvel, e fazer com ele tudo o que seja necessrio em seu dia-a-dia, de maneira natural e proveitosa. Para isso voc tirou sua Carteira de Habilitao.

    O que realmente se espera de voc ao lereste manual?

    Uma mulher sonhou que entrava em uma loja recm-inaugurada na praa do mercado e, para sua surpresa, descobriu que Deus estava atrs do balco.

    O que se vende aqui? perguntou a mulher. Tudo aqu ilo que seu corao desejar,

    respondeu Deus.Sem se atrevera querer acreditar no que estava

    ouvindo, a mulher decidiu pedir o melhor que um ser humano poderia desejar.

  • rs Auto-tH/mose - Mnmm do Usurio

    Desejo: paz de esprito, amor, felicidade, sabedoria e ausncia de todo tipo de temor, disse.

    E, logo aps um breve instante de silncio, complementou:

    ... no s para mim, mas para todo o mundo.Deus, sorriu e lhe disse: Parece-me que voc no me compreendeu.

    Aqui no vendemos frutos, apenas sementes

    Em outra oportunidade, Deus vinha passeando pelo cu acompanhado de um anjo. De repente ouve que algum da terra gritava, recriminando-o:

    Por culpa da chuva que me m andaste, formou-se uma lama e minha carreta ficou atolada at o eixo. Me ajude a retir-la para que assim eu possa con tinua r m inha viagem. E enquanto reclamava, empurrava a carreta com todas as suas foras, e usava o chicote com os bois, suando apesar do frio, tentando sair daquela situao. Olhava de vez em quando para cima, tornava a reclamar e continuava empurrando.

    Deus apareceu entre as nuvens e viu que alguns metros adiante se encontrava outra carreta, tambm atolada na lama, e que o condutor estava ajoelhado rezando: Senhor meu, meu Deus querido, me tire a carreta da lama. Ah! Deus!, por favor, eu continuarei rezando at que me retire a carreta e eu possa c o n tin u a r m inha v iagem . O b rigado senho r. E continuava ajoelhado, com as mos juntas, olhando para o cu, esperando a resposta.

    Nesse momento Deus disse ao anjo: Vamos ajudar a tirar a carreta da lama.O anjo, muito prestativo desce rapidamente para

    ajudar ao homem que est rezando ajoelhado.

  • Fabio Poentes 19

    No, esse no, disse-lhe Deus, o outro: Como, no entendo, vamos ajudar ao homem

    que est reclamando, disse surpreso o anjo , por que esse e no o ou tro que est reza nd o piedosamente?

    Porque o que est reclamando, disse Deus, est me ajudando com suas aes, a tirar a carreta da lama, e o outro quer que eu faa o trabalho todo.

    - # -

    Um pastor ficou preso em uma pequena igreja do interior durante uma chuva torrencial. A chuva no parava de cair e a gua no parava de subir. As ruas estavam totalmente inundadas. Logo aparece um bote e algum grita:

    Reverendo, viemos busc-lo. Suba no bote. O pastor respondeu:

    No, sou filho de Deus e na igreja ficarei.Uma hora depois a gua chegava ao 2 andar.Outro bote se aproxima e algum grita: Reverendo, viemos busc-lo, suba no bote.O pastor respondeu: No, sou filho de Deus e na igreja ficarei.A gua continuou subindo e algumas horas

    depo is o p a s to r estava ab raado ao sino. Um helicptero se aproximou e lhe foi atirada uma escada de cordas. Algum gritou:

    Reverendo, sua ltima chance, suba no helicptero. O pastor respondeu:

    No, sou filho de Deus e na igreja ficarei.Bem, a chuva con tinuou ca indo e a gua

    continuou subindo e no deu outra, o pastor morreu

  • a o Auto~Hipnose ~ Matinal do Usurio

    afogado. Ficou estupefato. Quando chegou ao cu pediu para falar com Deus.

    Deus lhe perguntou: O que que voc quer?E o pastor respondeu: Deus, com o o se n h o r d e ixou que me

    acontecesse isso? Fui seu servo mais fiel e obediente, fiquei na igreja at o final. A que Deus respondeu:

    Como? Te mandei dois botes e um helicptero e voc no subiu neles. O que voc queria, um milagre?''

    Um velho filsofo dizia: "existem trs tipos de pessoas no m undo: as que fazem as co isas acontecerem, as que vem as coisas acontecerem e as que perguntam o que aconteceu.

    No espere que caia tudo do cu. A nica coisa que cai do cu a chuva.

    Toda mudana, toda ao positiva comea por voc mesmo, sai de dentro de voc. comandada e dirigida por voc. No fique apenas com o pensamento positivo, passe ao positiva. Empurre sua carreta quando ela ficar atolada. Quando comprar sementes, plante-as e cuide delas, e aproveite a oportunidade subindo quando passar o primeiro bote.

    Pense positivamente. Porm diante de tudo atue positivamente. No se esquea que se voc estiver em um duelo, enquanto voc tem a ao de piscar o olho, o outro usou o tempo para mat-lo.

    Isso o que se espera de voc! Ao.

  • fabio Puentes 21

    No podemos ajudar aos homens de maneirapermanente se fazemos por eles aquilo que eles

    podem fazer p o r s i prprios

    Advertncia:

    Leia antes de ligar seu biocomputador. No aperte o boto P P (P en sa m en to

    Positivo), antes de usar o boto AP(Ao Positiva).

    Por que no pensamento positivo? Por que o pensamento positivo, por si s, no resolve nada, se no vier acompanhado por uma ao positiva.

    Quando era criana minha av me levou ao parque para andarem um pnei. Aquilo foi maravilhoso para mim. No queria descer do pnei. Outra volta, mais outra, e outra, e assim se foi toda a tarde. A partir desse momento comecei a pensar em possuir um pnei e assim, poder montar tantas vezes quantas quisesse. Fiquei pensando, sonhando, pensando, imaginando, pensando, v isua lizando, pensando, ... pensando positivamente, at escutava o barulho dos cascos do meu pnei que vinha at mim, galopando. O batizei com o nom e de T ro v o e o cham ava permanentemente.

  • 2 2 Auto-Hipnose Mumnil do Usurio

    que me dariam no Natal e no aniversrio e com essa quantia me comprariam o pnei.

    Chegou o dia 2 de janeiro. No dormi quase nada, na expectativa em que me encontrava. Ao abrir a porta que dava para o quintal de minha casa, qual no foi minha surpresa. Amarrado, ali estava um burrico. No era um pnei, mas tinha quatro patas e eu podia montar nele. Meu sonho estava realizado.

    Um dia depois me encontraram com uma tesoura tratando de cortar um pouco as orelhas do burrico para que ficasse um pouco mais parecido com um pnei.

    Fui muito feliz com meu burrico e com ele aprendi uma lio: de nada serve pensar, se meu pensamento no vier acompanhado de uma ao.

    Enquanto penso tenho um sonho. Quando passo ao tenho uma meta, um objetivo.

    Voc j pensou alguma vez qual a diferena entre sonho e objetivo? Se me permitir vou dizer: Data. A meta um sonho com data a cumprir-se.

    Era uma vez um velho que tinha sido muito religioso por toda sua vida, porm, ao sentir que seu fim estava prximo, sua f comeou a esmorecer. Rezando, pediu a Deus que lhe mandasse um sinal, dizendo:

    Deus, vou rezar como nunca rezei antes. Me envie um sinal. Faa com que eu ganhe na loteria, antes do final deste ano.

    O velho comeou a rezar. Rezava doze horas por dia. Somente rezava e rezava. Assim se passou todo o ano e o velho no ganhou na loteria.

    Furioso comeou a despejar blasfmias dizendo: Deus, fui devoto durante toda minha vida. Rezei

    durante um ano inteiro, porm o senhor no me mandou o sinal que lhe pedi. Agora sei que Deus no existe.

    De im ediato o cu escureceu, re lm pagos

  • Fabio Puentes

    surgiram e uma voz poderosa se fez presente atravs das nuvens.

    Velho, d-me uma oportunidade. Se quer ganhar na loteria, Compre um bilhete!!!

    Imagine que seu barco naufraga e que chega a uma ilha, habitada por canibais. Imediatamente voc caado, amarrado e levado presena do chefe da tribo. Este, chefe por seu senso de justia e lhe prope uma chance de sa lvao ; lhe d duas ampulhetas, uma de sete minutos e a outra, menor, de quatro minutos. A proposta : que a partir desse momento, usando as ampulhetas voc possa decidir, com exatido, j que o chefe tem um Rolex para control-lo, quando se tiverem passados exatos nove minutos. Se acertar libertado, se no, essa noite voc far parte do menu.

    O que voc deve fazer?Como temos sido educados dentro de uma

    cultura baseada na civilizao grega, por esse motivo trazem os a ta v ism os que se tra n s fo rm a m em comportamentos fatalistas, como eram os gregos. De forma geral eles pensavam que melhor que correr era caminhar; melhor que cam inhar era ficar parado; melhor que ficar parado era sentar-se; melhor que ficar sentado era deitar-se e melhor que ficar deitado era morrer.

    D esta pos tu ra tira m o s uma co n c lu s o Interessante, que deve ser usada como uma mxima no dia-a-dia, o melhor inimigo do bom, sempre.

    O destino marca nossas vidas desde o incio at o fim. A sorte estava lanada.

    Neste instante voc pode pensar assim: tem todo o direito. Agora, quando uma pessoa tem direitos,

  • 2 4 Auto-Nipaose - Mantm! rio Usurio

    no pode se esquecer que esse caminho tem duas mos: direitos e obrigaes. Se voc deseja ter direitos, sem obrigaes: PARE!

    No pode continuar lendo este manual porque daqui por d iante com eam os exe rc c ios sobre obrigaes, para poder conseguir mais adiante seus direitos.

    O pensar somente em direitos, sem obrigaes, nos leva a uma situao que chamo de preguia histrica. Uma situao que no nos permite fazer mais nada, nem pensar, nem ver, nem escutar, nem aceitar.

    Isso s acontece quando temos que escolher ou optar por duas coisas ou alternativas diferentes. Por qual opto? As duas so boas. Esta ou a outra? Que dvida!

    Quando vejo que est difcil decidir por mim mesmo, uso uma tcnica, um truque, um jogo com meu crebro, esse jogo facilita muito a deciso. Pego uma moeda e, antes de atir-la no ar resolvo que, se cair cara opto por tal coisa e se cair coroa opto por outra coisa. Ao jogar a moeda no ar, em certo momento, meu inconsciente diz, s vezes, em tom bem baixo Oxal d coroa".

    Ento j est decidido, isso o que eu quero, porm no queria decidir-me pela de preguia histrica. No preciso olhar a moeda depois, porque o resultado obtido p rodu to do acaso e minha deciso produ to meu. Eu optei inconscientemente e pude trazer a opo para a conscincia. minha deciso e deve ser respeitada como tal, porque neste momento o que me interessa. E depois? No sei, no sou adivinho, no tenho bola de cristal.

  • fabio Poentes 2 5

    Ao tom ar uma deciso, seja qual for, estou partindo para uma ao.

    Ao partir para uma ao deixo de ser o jogador coitado de mim, da equipe os muitos que desejam, dirigido pelo tcnico pensamento positivo e passo a ser a estrela que posso fazer por mim?, da equipe os poucos que fazem, dirigido pelo tcnico ao positiva

    Certa vez, um padre que vinha percorrendo as terras por onde estava acostumado a pregar quando de repente, v que, no meio de uma floresta fechada havia um lugar limpo, cheio de flores de todas as cores e formas, plantas bem cuidadas, verdes, e com bom aspecto , fru ta s de todos os tipos nas rvo re s carregadas. A cabana simples, porm bem cuidada, pintada e arrumada com amor, e a grama bem cortada.

    C urioso , o p a d re en tra pa ra fa la r com o proprietrio e lhe diz:

    Viu, bom homem, o que ter a Deus como scio? Veja ao seu redor, tudo beleza e abundncia. Tudo graas ao Senhor, que seu colaborador.

    O homem, olhando para o que o padre lhe mostrava, responde:

    Pode ser que Deus seja meu scio, como o senhor bem disse, porm aqui o nico que trabalha sou eu. O senhor deveria ter visto como isto era um mato fechado e sem cuidado, quando estava s a cargo de Deus.

    Quanto tempo se passou desde o momento em que o chefe dos canibais lhe props a opo de fazer parte ou no do menu? E voc, que soluo achou para 0 problema? Pode ser que tenha chegado a uma resposta positiva para chegar aos nove minutos. Porm, se voc

  • 2 0 Auto-Hipnose ~ Manuai rio Vsurta

    parou para pensar, antes de chegar a essa soluo, lamento inform-lo que voc j faz parte do menu.

    Por qu? Por que o chefe lhe deu nove minutos a partir daquele momento, e voc, para pensar na soluo demorou um tempo, que no importa qual seja. O que importa que o pedido no poder ser cumprido, j que os nove minutos exatos sero ultrapassados.

    Que fazer ento?A primeira ao virar as duas ampulhetas ao

    mesmo tempo em que o chefe der o sinal. A partir da, comece logo a pensar na soluo, que o tempo da ampulheta menor, cuja areia est caindo junto com a outra.

    Soluo: ac ionar as duas am pulhe tas ao mesmo tempo. Quando a de quatro minutos esvaziar, vire-a. Na outra, todavia, faltam trs minutos ainda. Ao esvaziar a maior, passaram-se trs minutos da menor. Resta um minuto. Vira-se a maior. Ao esvaziar a menor, passou-se um minuto na maior, que vira simultaneamente quando para a de quatro minutos. E se deixa passar esse minuto, num total de nove minutos.

    Em primeiro lugar agir, e depois pensar.Isso evita que cheguemos a uma paralisia por

    anlise. Quando tiver um sonho, siga-o. Trace uma estratgia e torne-o realidade.

  • Parte I

  • O que se pretende despertar no o desejo de acreditar, mas sim o de encontrar,

    que exatamente o contrrio.

    B ertrand R usell

    4 Por que Manual do Usurio?

    Todo sistema completo (aparelho motorizado, eletrodomstico, computador, etc.) que sai no mercado, vem com dois manuais; um tcnico para os servios de assistncia tcnica, e outro, simples, o manual do usurio, para uso do consumidor.

    Q u a lqu e r pessoa , at uma c rian a pode conhecer o funcionamento bsico de um televisor: ligado, desligado, volume, contraste, controle remoto, etc., ou seja, como funciona se ensina no Manual do Usurio. Agora, se queremos saber com mais detalhes as especificaes tcnicas, peas e seus nmeros correspondentes, posies de elementos, conexes internas, etc., ou seja, o porque funciona, temos que recorrer ao Manual Tcnico, que distribudo aos engenheiros e especialistas das Assistncias Tcnicas (psiquiatras, psicologos e terapeutas).

    Neste Manual do Usurio, a inteno localizar as partes do crebro de uma maneira totalm ente funcional, de um ponto-de-vista fisiolgico e nada

  • 3 0 Aato-Hipnose Manuat rio Vsario

    anatmico, assim como cada vez que falamos do polo norte, temos que precisar se estamos falando do Polo Norte geogrfico ou do Polo Norte magntico. J que, se nos referimos ao Polo Norte, temos que fazer essa distino porque a localizao no a mesma para um ou para outro.

    Assim tambm temos que aprender a diferenciar entre a localizao real e a localizao ideal, ficando bem claro que a identificao e localizao das partes da mente no crebro, so para facilitarem a compreenso e assim, podermos tirar o maior proveito possvel.

    Reiteramos que a inteno deste manual saber como funciona nossa mente e no porque funciona.

    Para aprove ita r ao mxim o este m anual preciso utiliz-lo como um referencial psicociberntico, onde a imagem que se tem do crebro a de um computador.

    A verdadeira localizao e situao das partes da mente so muito difceis de precisar j que dia-a- dia novas investigaes e descobrimentos acontecem e que nos levam a ajustar os detalhes aprendidos anteriormente.

    At h poucos anos se tinha idia ntida de que os neurnios e clulas do crebro no se reproduziam. Agora j se consegue reproduzi-las em laboratrio. Em seu livro Mito, Magia ou Medicina?, Michel Gazzaniga (1985), nos diz com respeito mente: uma ampla co n fe d e ra o de m du los ind e p e n d e n te s . Experimentamos no singular, mas somos muitos dentro da mente.

    Muitas vezes se criam h istrias, se fazem confabulaes, que no tem sentido para o terapeuta, mas sim para o paciente. Isso o que importa. A

  • Fabio Puentes 31

    informao se armazena (as personalidades mltiplas se do quando se rompem as barreiras amnsicas).

    Por esse motivo alguns casos de regresso de idade podem dar certo, porque se pode identificar o acontecimento especfico que o paciente interpreta como causador do trauma, e assim romper os vnculos emocionais com ele. Embora este procedimento esteja em moda, no se recomenda a todos, porque nem todos esto preparados ou no tem boa estrutura psicolgica para enfrentar ou reviver situaes traumticas. Isto ser visto no captulo das Consideraes Finais.

  • A lg u n s escu tam com as ore lhas, a lg u n s com o estm ago , a lg u n s com o b o lso , e a lg un s no escutam abso lu tam ente nada

    K h a lil G ib ran

    O que no a Hipnose

    A melhor maneira de entender o que a hipnose saber o que no a hipnose.

    Se fize rm o s um d ia g ram a da esca la do entendimento humano, teremos:

    Vemos que a hipnose est no extremo oposto ao coma, ou seja, o sujeito est super acordado. O transe hipntico uma faixa de ateno intensamente enfocada e concentrada que exclui os estmulos externos o os internos (voz da conscincia).

    Na vida diria se produzem estados de hipnose que no so percebidos porque parecem um estado

    No sonho.

  • 34 Auto-Hipuose - Manual do Usurio

    normal da mente. Por exemplo: Quando sonhamos acordados ( o primeiro nvel em um estado de transe), lendo concentradamente um livro, vendo um filme com muita ateno, aquele estado de sonolncia antes de dormir, etc.

    No estar sob o poder de ningum.

    A capacidade de entrar em hipnose inerente a um indivduo, como o o tocar piano, que pode melhorar mediante instrues e prtica. O hipnlogo simplesmente ajuda o paciente a fazer uso de uma condio que ele j tem.

    No sinal de debilidade mental.

    Quando o ndice de inteligncia maior, existe mais habilidade de concentrao. As pessoas melhor dotadas so as de imaginao frtil. As de raciocnio analtico so menos hbeis. Para essas pessoas preciso melhorar os canais de comunicao, para poderem pular os obstculos de excesso de deduo. A hipnose pe a parte analtica da mente em ponto morto e a parte impressionvel em 4- marcha.

    No apenas um fenmeno psicolgico, mas tambm um fenmeno biolgico.

    Sob transe hipntico se produzem mudanas nos re g is tro s das ondas ce re b ra is dos e le tro - encefalogramas. O que demonstra tambm que um fenmeno biolgico.

  • Fabio Puentes 35

    O crebro produz seus prprios calmantes, as Endorfinas, que tambm so euforizantes, tendo at cem vezes o poder da morfina. Estas substncias so segregadas na corren te sangnea em estados emocionais fortes como: colapsos, choque, euforia. Com tcnicas de hipnose e de auto-hipnose se pode praticar e obter este fenmeno de uma maneira mais vontade.

    Entre todos os sistemas qumicos do organismo humano h a colaborao supervisionada pelo crebro. Essa regulagem harm nica pode perder-se sob condies de tenso.

    A ansiedade est no centro de quase todos os problemas, e no estado de relaxamento hipntico no existe a ansiedade. O estado de relaxamento hipntico, por si s, benfico.

    As em oes n e g a tiva s co labo ra m para diminurem at certo ponto as defesas internas, por esse motivo a imunidade orgnica pode ser reforada por em oes pos itivas (com o o am or, o riso, a esperana, f, desejo de viver, etc.).

    A medicina moderna entendeu assim e criou uma nova especialidade: a psiconeuroimunologia (a PNI), que estuda o efeito potencializador das emoes positivas no sistema imunolgico atravs do crebro. As emoes positivas segregam um hormnio (o Adrenocorticotrfico), que est ligado diretamente ao sistema imunolgico.

    No um tratamento em si.

    Os tra tam entos so realizados m ediante o transe hipntico.

  • No uma panacia.

    A h ipnose no cura abso lu tam ente nada, simplesmente ajuda e pode at abreviar a cura.

    No um mtodo.

    um instrumento de ajuda teraputica.

    No um fim.

    um meio para se conseguir o que se quer.

  • 3 8 Auto-Hipnose - Manual do Usurio

    "Voc se hipnotiza pelo poder emitido por sua prpria inteligncia e concentrao, disse Melvin Powers.

    Por esse estado de concentrao exagerada temos passado muitas vezes por eie sem not-lo. Voc j no ficou absorto lendo um livro e no escutou quando algum se dirigiu a voc? Ou visto com muita ateno um programa de televiso de seu interesse e ao final do programa percebeu que estava sentado sobre a prpria mo, que ficou formigando, sem que voc tivesse percebido antes?

    s vezes, dirigindo seu carro, sua ateno fica voltada para um problema bancrio que voc deve resolver, e continua por algum tempo assim, at que se d conta que chegou em casa. Como o fez? Isso hipnose.

    A concepo errnea que se tem tido de hipnose, dificulta muitas vezes o xito, porque as pessoas no sabem que a sensao, que se pode sentir algo conhecido e crem que no tenham sido hipnotizados. A expectativa pelo fenmeno muito mais mgica que o fenmeno em si.

    Eu pessoalmente defino a hipnose como uma comunicao excelente.

    Um dos maiores hipnotizadores do mundo com grau de eficcia de 100%, e que sobre todos ns agiu alguma vez o amor, que enquanto dura um meio de comunicao perfeito.

    H polticos que, sem saber conscientemente, quando se comunicam em seus discursos, exaltando a vontade popular, empregam tcnicas de hipnose. H itlerfo i uma amostra bem clara disso.

    Quando voc entra em uma loja para comprar uma cala e sai com uma camisa, de certa forma foi convencido, seduzido pelo vendedor. Estes dois itens so eufemismos de hipnose.

  • f abio Puentes 3 9

    Os padres, pastores, e dirigentes religiosos, assim como chefes de seitas, sempre souberam utilizar bem as tcnicas da hipnose, utilizando tons de voz, cnticos, tambores, velas, decoraes, figuras, etc. Os jogos de luzes e a msica nas danceterias produzem um estado alterado, semelhante ao transe hipntico (leia o livro Hipnose! Marketing das Religies Fbio Puentes).

    O p rprio o rgasm o produz um estado de conscincia alterado, como tambm o produz o transe hipntico. Por isso muito difcil tentar proibir ou tentar legislar sobre hipnose. Na realidade a hipnose um fantasma e um fantasma no se pode prender. Poder- se- proibir a palavra hipnose, porm nunca o mtodo de hipnose a ser utilizado. Esse mtodo pode ser "maternal ou trofotrpico; ou paternal , autoritrio, crgotrfico. Por exemplo: o mtodo que empregam os iogues indianos o maternal, atravs da contemplao. O que se emprega nos rituais afro-brasileiros o "paternal, ao qual se chega atravs da excitao.

    No fundo toda hipnose uma auto-hipnose. O hipnoterapeuta pode colaborar em dirigir ou induzir ao transe, porm, sempre o sujeito quem est no comando.

    O hipnlogo o meio para alcanar um estado de hipnose. O hipnlogo orienta o paciente (assim como o regente de uma orquestra indica quando e em que momento deve entrar o violino na partitura e no como tocar o violino) e na realidade o sujeito-aluno que, atravs de seus prprios esforos consegue alcanar o estado de auto-hipnose. Voc est em perm anente contro le de suas reaes fs icas e psquicas durante o estado hipntico e controla, a seu tempo, as reaes mais profundas.

  • 4 0 Auto-Hipnose - Manual tio Usuria

    A tcnica da hipnose eliminar ou diminuir o lado c rtico do consc ien te . Com a h ipnose acontece exatamente o mesmo que acontece quando algum bebe umas doses de lcool a mais, e se sente mais audaz, com mais coragem, capaz de enfrentar o mundo. Assim como o lcool, a hipnose inibe em parte e at totalmente o lado crtico do consciente.

    O foco de ateno mais estreito e o grau de conscincia focal mais intenso que quando se est acordado.

    Durante o perodo no qual o foco e a conscincia so mais intensos, as sugestes ao parecer entram diretamente no inconsciente.Neste momento se podem controlar aspectos internos que normalmente esto fora do alcance da conscincia.Com hipnose possvel produzir em si prprio mudanas qumicas, fsicas, psicolgicas e emocionais.

    As sugestes destinadas a capac it -lo a alcanar metas especficas, entram na mente pr- co n sc ie n te ou in co n sc ien te (su b co n sc ie n te ) e permanecem ali, ativas, exercendo influncias na conduta e nos sentimentos.

    Na auto-hipnose a pessoa espontaneamente o operador e o sujeito. como ser ao mesmo tempo o d ire tor e o ator de um filme. Isto supe algumas limitaes, j que existem tcnicas que podem requerer muita prtica (regresso de idade ).

    H efeitos hipnticos extraordinrios, os quais s se podem conseguir com auto-hipnose, em aspectos como por exemplo o controle da dor, onde se tem praticado cirurg ias usando a auto-h ipnose como substituto da anestesia.

  • Fabio Puentes 41

  • 4 2 Auto-Hipnose - Manua! tio Usurio

    m u scu la r que tam bm tem im p e d im e n to s de elasticidade, e uma estrutura mecnica, que a soma dos nervos, emoes e, o que pior, de crenas. Crenas totalmente limitadoras do tipo No posso", No acredito.

    Pergunto eu: sua imaginao tem limites? No, no tem. Ento, retorne seus braos ao ponto inicial do exerccio. Sem mover-se, feche os olhos e solte os braos. Imagine que levanta os braos (somente em sua imaginao), que os levanta como na primeira vez. Imagine que, ao contar at trs, voc vai girar (em sua imaginao). Como sua imaginao no tem limites, vai ultrapassar sua marca anterior facilmente, indo alm uns 40 centm etros. Um, dois, trs. Veja, no seu pensamento, onde chegou.

    Por que no chegou fisicamente onde chegou mentalmente? Porque mentalmente mais fcil", diria voc.

    Agora, parado no mesmo lugar, levante seus braos novamente e pense at onde chegou com sua im aginao. Lem bre bem onde chegou com sua imaginao e, aps contar at trs, gire seu corpo sem m over os ps pensando na nova marca atingida mentalmente, localize bem a nova marca. Um... dois... trs...!: gire!

    O que aconteceu? at onde chegou? Se usar adequadam ente sua im aginao, esta pode at modificar certos limites de sua capacidade fsica.

    A primeira vez que voc girou o corpo, o fez sem nenhuma meta, nenhum objetivo. Na segunda vez foi diferente, voc estabeleceu uma meta. E chegou at l.

    Com a auto-hipnose voc pode valer-se de seu subconsciente em seu prprio benefcio.

  • Fabio Puentes 43

    Milton Erickson dizia: A auto-hipnose exerce um papel inestimvel no processo de tornar mais fcil ao indivduo descobrir e compreender o funcionamento de seu prprio organismo e de seu prprio esprito, desvendando os fatores que causam suas angstias, e aprendendo a control-las.

    Vamos diferenciar os dois processos; o de auto- sugesto e o de auto-hipnose. Os mesmos so fundamentalmente diferentes, apesar de atuarem de maneira similar. Com o processo de auto-hipnose, o homem faz contato com seu subconsciente. Isto constitui a caracterstica fundamental. Atravs do subconsciente, se efetuam todas as aes e conseqncias do ato de auto-hipnose.

    Pela auto-sugesto no se chega de modo algum ao sobre o subconsciente . Os nveis produzidos diferem amplamente; o auto-sugestivo superficial, o auto-hipntico profundo.

    Porm, o fato de os nveis serem diferentes faz com que seja difcil distingui-los, o que dificulta muito saber se est ou no em transe. O melhor esperar, ter expectativa de entrar no transe, aqui entra em jogo a imaginao. Se voc deseja entrar no transe, joga com a vontade e aumenta sua ansiedade, o que contra-producente.

    O fenom eno h ipntico um processo que acontece de forma natural e que, com a prtica, todos podem aprender a usar para conseguir objetivos que, de outra fo rm a, poderiam ser m uito d ifce is ou Impossveis de atingir.

    importante saber que a hipnose proporciona "mais poder, no menos.

  • 44 Auto-Hipnose - Manual rio Usuria

    No estado hipntico a pessoa est consciente do mundo exterior e pode reagir ante ele se o deseja.

    O como em pregar a hipnose em si prprio somente est limitado por um desejo de mudar.

    Seria impossvel sobreviver neste mundo se no estivssemos preparados para aguentar frustraes e golpes duros - e ainda assim continuar otimistas sobre o futuro.

    Dois cowboys, Billy e Kid, estavam passando por um momento difcil no Velho Oeste, sem emprego e sem dinheiro. Escutaram que a Cavalaria estava procura de caadores de recompensas que estivessem dispostos a trocar cada Apache capturado por dez dlares. Billy e Kid pegaram suas coisas, tornaram-se caadores de recompensa e partiram para o territrio indgena. Na primeira noite acamparam no deserto. Ouvindo barulhos, B illy abriu um olho e ali, sob o luar, viu milhares de Apaches sua volta, todos armados at os dentes.

    Billy sacudiu o amigo, gritando- Kid! Kid! acorde! estamos ricos!!

    Esta histria, sem dvida mostra otimismo. Mas m o s tra tam bm ou tra c a ra c te rs tic a nossa : a capacidade de se concentrar nos resultados.

    Concentre-se sempre nos resultados e no nos processos. Isto facilita chegar mais rapidamente em sua meta.

  • No existe nada bom, nem mau; o pensamento humano quem faz que parea

    bom ou mau .

    William Shakespeare

    4 Especificaes Tcnicas

    At agora temos falado do paralelo que existe entre 0 crebro e o computador. Esta uma metfora que vai nos facilitar muito o trabalho, porque nos permite objetivar a utilizao do crebro e seu potencial, como se estivssemos operando uma mquina.

    Comparando com um computador, o crebro seria o hardw are (os com ponentes) e a mente o software (o programa).

    Vamos aprender a conectar, ligar, programar, aperta r as tec las , d es lig a r, tom a r os cu idados necessrios, ter cuidado com materiais nocivos etc.

    Como funciona o Crebro?

    Especificao das partes.

    O crebro faz parte do corpo humano, e funciona C om do is tip o s de e n e rg ia s d ife re n te s que se Complementam: a fsica e a psquica. muito complexo e supera amplamente qualquer outro rgo.

  • 46 Auto-fii/itiose ~ f lan titl do Usurio

    Localizao

    O crebro o rgo que aloja a mente e ocupa toda a caixa craniana e tem forma ovide. Situado na parte m ais alta do corpo hum ano, o crebro se comunica atravs de estmulos eltricos e qumicos com todo o resto do corpo a uma velocidade de at 120 metros por segundo.

    Peso

    O peso do crebro varia com a idade e o sexo.O das pessoas adultas oscila entre 1300 e 1400 gramas. O das mulheres pesa aproximadamente 100 gramas menos que o do homem. Tenha-se em conta, no entanto, que o peso do crebro e suas dimenses no tem relao alguma com o grau de inteligncia da pessoa.

    De que formado? Componentes e Conexes.

    O crebro contm aprox im adam ente , 100 bilhes de clulas, no qual 10 por cento so neurnios, que so considerados clulas nervosas que esto localizados no crtex cerebral (a parte mais nova do crebro) e h configuraes no sub-crtex (o interior). Tem -se com parado o neurnio com um pequeno computador, que se comunica com milhares de outros n e u r n io s , a travs de 150 m il q u ilo m e tro s de ram ificaes, chamadas dentritas, cuja rede to ampla que comparado ao sistema telefnico, este parece primitivo.

  • Fabio Puentes 4 7

    Quando as dentritas de uma clula se aproximam s de outra, as substncias qum icas cham adas neurotransmissores enviam mensagens, chamadas sinapse. Os neurotransm issores geram estm ulos eltricos, chamados ondas cerebrais. Os computadores podem realizar conexes com uma velocidade incrvel, mas as realizam uma por vez.

    As ondas ce re b ra is so de d ife re n te s velocidades, que se medem em ciclos por segundo (ver quadro a seguir).

    Ondas Cerebrais

    Para m udar uma re sp os ta tem os onde reprogramar essa forma de unio desses neurnios. Assim, pode modificar-se at a velocidade das ondas cerebrais. Muitos m edicam entos podem a lterar o sistema neurotransmissor. Tambm existem elementos eletrnicos que chegam a mudar as ondas cerebrais. Vamos explicar e estudar outras tcnicas mais naturais, que tambm acabam por modificarem vontade as ondas do crebro.

    O crebro faz diversos processos independentes de forma simultnea e uma mudana produzida dentro de uma clula, pode, segundo o Prmio Nobel, John Eccles, difundir-se a centenas de milhares de outras Clulas num lapso de 20 milisegundos.

  • 48 Ai/to-f/fmose - Ma/nmf rio Usurio

    Como funciona a mente

    A mente funciona atravs de reas cerebrais distintas, que so: percepo, no-consciente(aqui esto eng lobados: subconsciente , inconsc ien te , inconscientes coletivos, etc. aos efeitos de resumir e fazer uma diviso mais objetiva), consciente e pr-motora.

    Zona A: Percepo

    Atravs desta zona captamos as imagens e sensaes que nos chegam do mundo exterior, por meio dos cinco sentidos. Esta zona est situada na regio occipital.

    Zona B: Sub-consciente (No consciente)

    a mente subjetiva. Esta zona est integrada pelo Tlamo, que uma pequena glndula situada abaixo do corpo caloso, de onde partem e para onde vo parar in fin idades de ram ificaes nervosas, destinadas s diversas reas cerebrais. No seu interior est situado o centro da memria.

    Podemos dizer pois, que um grande armazm de experincias e vivncias compiladas ao longo de nossas vidas. No Tlamo se registram assim mesmo todos os nossos conhecimentos e, portanto, nossos impulsos bsicos, sensaes, instintos, hbitos. Tudo quanto sabemos e conhecemos da vida, fica registrado e arquivado em nosso subconsciente at o fim de nossos dias, pois nada se apaga nele.

  • Fabio Puentes 49

    O material recebido vai se acumulando e nada esquecido.

    Governa o sistema nervoso simptico, que tem sua sede na espinha dorsal e desta forma controla os rgos e msculos involuntrios e suas diversas funes no organismo, tais como: corao, fgado, pulmes, rins, intestinos, glndulas, etc. Em ocasies de perigo assume um controle efetivo sobre os rgos vitais, como por exemplo, em um colapso, acidente, etc. Assim, a pessoa pode permanecer em estado de coma profundo ou completamente anestesiado, ou ficarem imobilizadas certas partes do corpo, apesar das quais, o organismo continua cumprindo as funes vitais, tais como respirar, etc, de uma forma totalmente automtica, sem que aparentemente ningum o dirija. muito importante lembrar que o subconsciente induz. Seus movimentos so involuntrios e no dependem da conscincia.

    Zona C: Consciente - Mente Objetiva

    Se localiza na zona frontal e faz parte do crtexe sub-crtex cerebral. Sua funo a de ordenar, analisar e discernir toda a informao que recebe do Subconsciente, e fazer com que se cumpram as ordens que l chegam. O consciente a mente objetiva, governa o sistema nervoso e tem sua base no crebro. Governa os m sculos vo lun t rios e os sentidos (paladar, tato, audio, viso e olfato).

    a parte da mente que analisa, sintetiza, deduz, rac iocina, etc. A memria do consciente imperfeita e nula, porque esquece.

  • 50 Auto-Hipnose - Manual do Usurio

    Zona D: Pr-Motora

    a que recebe ordens do consciente e, ao estar conectada diretamente ao sistema motor, transmite as ordens ao sistema nen/oso central, e este, por sua vez, aos diversos grupos musculares, para que, dessa form a, culm ine no processo mental e a idia se converta em ao por meio do efeito ideomotor.

    Zona B1: Inconsciente

    uma pequena zona que estaria s ituada debaixo do subconsciente, na qual esto gravados todos os instin tos p rim rios do ind ivduo (sexo, perpetuao, defesa, etc), ou seja, todos os instintos elementares que acompanham o ser humano, desde sua origem selvagem, perdido na noite dos tempos. Estas gravaes nunca chegam a ser conscientes vontade.

  • S h um canto do universo em que voc pode ter a certeza de melhorar e a tua prpria pessoa .

    Fabio Puentes.

    5 InstruesMde OperaoComo se desenvolvem os processos mentais?

    A mente humana inicia seu processo a partir da zona de percepo (/A) (figura da pag. 56), a qual recebe os estmulos do mundo exterior atravs dos sentidos: viso, audio, olfato, gustao e tato, parte de um sexto sentido, que quase no se leva em conta,e que o equilbrio.

    C ada se n tido recebe seus e s tm u lo s co rresponden tes (v isua is , o lfa tivos , gus ta tivos , auditivos e tteis), que vo parar diretamente na zona do percepo. Ato seguinte a passagem do estmulo para o inconsc ien te (B ), onde reconhec ido e arquivado para sempre.

    P or exem plo : Reconhecemos que vimos um quadro, um vaso; cheiramos um perfume, saboreamos um jantar, ouvimos uma buzina, tocamos algo quente, rugoso, etc.

    O estmulo recebido, uma vez reconhecido e a ss im ilado passa de uma forma direta para o lado Consciente da mente (C), analtica e que faz dedues.

  • 52 4uto-Hi/jnvse - Manual do Usurio

    Aqui se racionaliza e se decide se o que captado bom ou ruim, se se faz ou no, de acordo com nossas necessidades vivenciais do momento.

    Exem plo : Se vejo uma ma e tenho fome, hei de realizar determinados movimentos musculares, e para isso necessrio que o consciente passe a ordem para a zona premotora (D), a qual, automaticamente, ao estar conectada com o sistema nervoso central, ordena aos diversos grupos musculares que levam a cabo a ao de levantar uma mo, ir at ma, p e g - Ia, abrir a boca e mord-la (figura pag. 56).

    Portanto, para mudar uma resposta, temos que reprogramar a forma de unio dos neurnios e suas conexes. A forma mais rpida , eliminando a censura do consciente (C), isto faz com que a informao mude j e produza uma resposta aprendida.

    A censura do consciente se consegue mediante dois procedimentos: por sugesto e por im presses sensoriais.

    O que a sugesto?

    uma das foras naturais mais importantes d o I ser humano, que a utiliza s vezes inconscientemente para suas relaes com outras pessoas. Consiste em emitir uma idia ou uma ordem, acompanhada de seus correspondentes estmulos sugestivos, a fim de que a ordem seja recebida e aceita por outra pessoa ou por si prprio em caso de auto-sugesto, sem sequer discuti - l a I

    R esum indo, poderam os assegura r que a sugesto consiste em aceitar uma ordem por parte de um sujeito, o qual no a racionaliza e, portanto, no a discute nem a rejeita.

  • Fabio Puentes 5 3

    O que so as impresses sensoriais?

    Podem ser de qualquer dos sentidos, ainda que as comprovveis sejam as da viso, ouvidos e tato, nessa ordem de importncia. As mesmas podem ser fortes (autoritrias ou paternais), sons intensos e sbitos: um gongo, um diapaso, etc.; impresses visuais intensas e repentinas: um flash, um feixe de luz, etc.

    Outras podem ser suaves (alimentadoras ou maternais), sons prolongados e uniformes: tic-tac de um relgio, m sica m ontona, etc.; o lhar fixa e prolongadamente um ponto; um dimer , que diminui le n tam ente a in tens idade de luz, e tc. Para as Impresses do tato, os passes magnticos que em muitos casos ainda do resultados (segundo as crenas do sujeito), os toques, os abraos, etc.

    Como usar tudo isso para que funcione?

    Pode-se conseguir um bom efeito utilizando a pnlavra repetida, lenta e monotonamente, ou fixando luavem en te a vista em um objeto ou ponto, isto o o ns titu i um e s tm u lo para re la xa r os g rupos musculares de um sujeito e ordenar a concentrao. Uma vez conseguido tal estado, enviamos uma srie de e s tm u lo s ve rb a is m ente co n sc ie n te e estabelecemos um ponto de conexo entre o crtex ea ordem dada.

    Tais estmulos ativam o crtex cerebral e, com ele, os centros de inibio. Quando est inibido todo o c rtex fica bloqueado e se produz um fenm eno hipntico. Como vemos, a tcnica para produzir o

  • 54 Auto-Hipnose Manual do Usurio

    transe consiste em emitir estmulos condicionados, organizados e persistentes, sobre a mente consciente no crtex cerebral. medida em que os estmulos vo se repetindo, aumenta o foco de conexo e, com ele, a inibio cortical. O crtex se inibe graas a um fenm eno b io lg ico paradgico do corpo com a seguinte lei da reflexologia de Pavlov: Para um grau maior de excitao, um grau maior de inibio. Trata- se de um processo neuro-fisiolgico, mediante o qual vai diminuindo o consciente sua atividade, at ficar bloqueado. Assim surge o estado de credulidade ou sugestivo, que se produz no sub-crtex cerebral, colocando o sujeito no umbral da hipnose.

    Ou seja, o processo mental muda de maneira ostensiva ao ficar inibido o consciente (zona C), atravs do qual so captados pela percepo todos os estmulos externos (zona A), a partir de onde passam para o subconsciente (zona B) para serem registrados e irem parar diretamente na zona pr-motora (zona D), sem passar pelo consciente. Neste processo, todas as ordens se induzem e no se deduzem. A pr-motora se encarrega automaticamente de cumprir as ordens, (veja a figura)

  • Fabio Poentes

    Assim ento, quando vemos uma cebola e dizemos que uma m a, em pregando este processo neurofisiolgico, se anula o consciente, que deduz, e a comunicao da zona de percepo passa diretamente ao subconsciente, que assume o comando. Como ele induz, aceita a ordem da ma, procura em seu arquivo o que uma ma, que ele j tem registrado em sua memria anterior, ordena zona motora que levante o brao, a pegue, abra a boca e a morda (esta experincia muito interessante porque o sujeito, ao comera cebola, no lacrimeja, porque na realidade ele est comendo uma ma, e a ma no faz lacrimejar).

    Em sua realidade" o sujeito viu uma ma, mordeu uma ma, saboreou uma ma, e todo o processo digestivo se cumpre tal qual fosse uma ma 0 que foi ingerido.

    Em outras e xp erinc ias que rea lize i pessoalmente, em congressos mdicos a um sujeito sensvel em estado de transe, lhe foi dado um copo com gua, e lhe foi dito que era uma forte bebida alcolica: whisky por exemplo: E ele bebeu o copo com "whisky , para sua realidade". Sentindo o sabor forte dessa bebida em sua boca, fazendo os gestos correspondentes, careta, fechando os olhos, etc. Quase que imediatamente comeou a comportar-se como se ostivesse embriagado. Se balanava, via" tudo em dobro, falava como um bbado com a boca torta. E, o mais Interessante que nesse momento lhe foi tirado sangue que, ao ser analisado apresentou a presena de lcool nele.

    Como pode ser possvel? Pois bem, o fgado, que um grande laboratrio, pega do sangue a glicose o a processa, transformando-a em lcool, ou seja, o p rocesso n e u ro -fis io l g ic o e se cum pre e o

    LeandroRealce

  • 56 Auro-fli/tnose - Mtwut rio Usurio

    comportamento assim o demonstra, como se houvesse ingerido lcool. Isso demonstra a forte interrelao entre mente e corpo. Mais que uma interrelao, uma fuso convertendo isto num todo . O que afeta um afeta outro, por conseqncia, e vice-versa.

    A mudana faz parte natural de nossa existncia. Todo o Universo est em constante mudana. Mudam as estaes, mars; todos os animais e plantas crescem e mudam. As clulas de nosso corpo morrem e so substitudas. De maneira que muito natural esperar que aconteam mudanas em nosso interior.

    Enquanto suas expectativas de mudanas se concentram e voce vai tomando mais conscincia de sua capacidade de influir em muitas das mudanas que experimenta, isto vai se tomando mais efetivo em sua vida.

    preciso confiar que ao final ver os resultados de sua auto-hipnose. A mudana faz parte da natureza e de sua natureza.

    Se um pensamento ou uma idia negativa nos destroem, fazendo baixar nossas defesas at certo ponto, um pensamento positivo levanta-as. Este um princpio da Psiconeuroimonulogia.

    como o sujeito que encomendou, em uma floricultura, um arranjo de flores para um amigo que estava inaugurando seu escritrio novo. Quando foi visitar o escritrio do amigo, encontrou uma cora de flores com os dizeres: "Descanse em paz na sua ltima morada.

    O sujeito ficou louco de raiva, esperneou, vociferou at que o florista disse: Tudo bem, cometi um erro. Agora, acalme- se. No to ruim assim. Pense bem, hoje, algum nessa cidade foi enterrado debaixo de um arranjo de flores que dizia: Boa sorte em seu novo endereo".

  • Sente o pensamento, pensa o sentimento".

    Miguel de Unamuno

    6 Conexes InternasHemisfrio Esquerdo e Direito

    Seu crebro est dividido em dois hemisfrios separados, o esquerdo e o direito, e estas duas partes do crebro regulam aspectos seus, completamente d istin tos em sua maneira de pensar e agir. No queremos inspirar com isto vulgarizaes que levem a erros, fazendo dicotom ias observveis - como pessoas a n a lt ic a s ou pessoas in tu it iv a s - relacionando-os com o uso de cada hemisfrio.

    Nenhum lado do crtex funciona com excluso do outro. Segundo Jerry Levy, que responsvel por muito do que se conhece sobre os dois hemisfrios, em trabalho realizado conjuntam ente com Roger Sperry, enfatiza que as diferenas funcionais no so to rgidas e absolutas, como se considera comumente. Em um indivduo normal, os dois hemisfrios esto om p e rm a n e n te in te g ra o a tiva e em n tim a colaborao - afirma - praticamente no tem nada do que uma pessoa normal faa que dependa de um s hemisfrio.

    Os itens que se seguem, baseados no trabalho de Robert E. Omstein, publicado em seu livro The Psychology of Consciousness, mostraram-lhe os diferentes modos de

  • 5 8 Auto-Hipnose - Mutuas! do Usurio

    se utilizar cada um dos lados do crebro.O Hemisfrio Esquerdo

    Est conectado com o lado direito do corpo e com a parte direita do campo visual de cada um dos olhos.

    Aceita os dados um a um. digital, vai saltando. Processa a informao de forma linear. Funciona de maneira

    linear e sucessiva. Se ocupa do relativo ao tempo. Nele reside a faculdade da

    expresso oral ou linguagem. Encarrega-se das funes verbais e matemticas especializado na lembrana e reconhecimento das palavras

    e dos nmeros. Normalmente tem tendncia a especializar-se no raciocnio ou

    pensamento lgico e analtico. Nele reside a razo. o lado do crebro vital para o profissional da escrita, os

    matemticos e os cientistas.

    O Hemisfrio Direito Est conectado com o lado esquerdo do corpo e com a parte esquerda

    do campo visual de cada um dos olhos. Possibilita a rpida integrao dos muitos dados simultaneamente. Processa a informao de maneira mais difusa. Tem um modo de

    funcionamento no linear e simultneo. analgico. contnuo. Se ocupa do espao. Encarrega-se dos gestos, dos movimentos

    faciais e corporais (ou linguagem do corpo), o tom da voz, etc. Encarrega-sedas funes especiais e relacionais da conscincia

    de nossos corpos, dos esportes e da dana, da orientao espacial, do reconhecimento dos rostos, das atividades artsticas, da capacidade musical e o reconhecimento dos tons musicais.

    Est especializado na lembrana e reconhecimento dos objetos pessoais e lugares, msica, etc.

    Normalmente tem tendncia a especializar-se na intuio e na percepo ou no pensamento holstico.

    Nele residem a paixo e os sonhos. o lado vital do crebro para os artistas, os artesos, os msicos.

  • f abio Puentes

    Esta explicao pode simplificar-se no diagrama seguinte, que lhe mostrar com maior claridade ainda, que lado do crebro nos ensinam a utilizar de maneira predominante em nossas vidas no sculo XX:

    Esquerdo

    LgicaAnliseRazoAprendizagem AcadmicaLinguagemClculoMemria

    Direito

    EmoesCriatividadeSentido de RitmoImaginaoIntuioSonhosSensibilidade

    C om o co m p ro va r pe los itens ac im a , o hemisfrio direito de nosso crebro sofre a falta de uso, conseqncia de uma educao que nos leva a nos concentrarmos cada vez mais nas funes do esquerdo. Porm o lado direito do crebro, por meio de sua utilizao e aplicao corretas, o que permitir trocar nossa vida e nossa maneira de enfrentar os problemas que possamos ter.

    Ao nos concentrarmos no uso de um nico hemisfrio cerebral estamos aproveitando s a metade de nosso potencial.

    O Esquerdo: Digital

    Vai de um em um e caminha saltando. Imagine um interruptor de luz que liga ou desliga. Pode at ter uma posio intermediria, mas sempre salta , no desliza. A palavra digital. O hemisfrio esquerdo digital.

  • 60 Auto-Hipnose - Manuaf rio Usurio

    0 Direito: Analgico

    No tem soluo de continuidade. Imagine um interruptor de luz que tem um dimer (reostato), com o qual a intensidade de luz aumenta ao mximo ou diminui at desaparecer de forma progressiva, deslizando-se. A emisso de sons, por exemplo, analgica, pode diminuir ou aumentar continuamente (a entonao lhe d mais emoo, mais sentido a uma frase). O tom analgico. O hemisfrio direito analgico.

    Qual seu Hemisfrio Cerebral predominante?

    / Caractersticas pessoais:

    1 Sexoa Masculino b Feminino

    2 Qual sua idade?d At 13 anos e Acima de 13 anos

    3 Qual seu nvel educacional?f Nenhum ou 1e graui Segundo grau em diante

    4 Qual sua mo hbil?u Direita m Esquerda

    5 Pode lembrar-se de um rosto depois de nov-lo durante muito tempo?

    k Sim e No

  • Fabio Puentes 01

    6 Quando tem que aprender alguma coisa, vocprefere:

    o A explicao em abstrato s Os exemplos

    7 Quando foi a ltima vez que voc cantou?t Hoje ou ontem a Antes ou nunca

    8 Quando foi a ltima vez que se lembrou deum sonho?

    n Hoje ou ontem e Antes ou nunca

    II Opinies e Esclarecimentos:

    9 Se tiver que escolher um destes dois tiposde literatura, qual voc escolheria?

    a Sherlock Holmes ou outropolicial m Julio Verne ou outra fico

    10 Um filme pode ser:w Bonito ou feio u Ruim ou bom

    11 Para voc, o passado:q So fragm entos da vida para recordar com

    nostalgia e Um perodo superado

    12 Voc est em um pas cujo idioma desconhece e tem que perguntar por um restaurante. Como procede?

    u Procura fazer-se entender com palavras p Por meio de gestos ou de desenhos

  • 62 Auto-Hiftnose - Matutai rio Usurio

    13 Nos jogos onde entra o acasoe Procura encontrar um mtodo infalvel para ganhar g Prefere as simpatias ou dias de sorte

    14 Atravs de qual destas atitudes voc diriaque uma pessoa est triste?

    b Lgrimas no rosto a Ela lhe diz: estou triste .

    III Exerccios

    15 Sorria agora, j!r Voc sorriuu Decidiu ler primeiro estas opes para decidir

    o que fazer, ou teve qualquer outra reao diferente de um sorriso.

    16 Com qual destes grupos profissionais vocencontra afinidade?

    i A dvo g ad o , E co n o m is ta , M d ico , F s ico , Engenheiro,Bilogo, Tcnico em Computao,

    k Poeta, Cantor, Fotgrafo, Psic logo, A tor, Msico, Publicitrio, Desenhista, Escultor.

    17 Com os olhos vendados, pea a algumque coloque um objeto em sua mo esquerda e procure identific-lo. Para identific-lo voc usa principalmente o:

    h Tato u Ouvido

  • Fabio Puentes tJ

    18 Durante uma conversa, dever substituir a palavra no de seu vocabulrio por termos equivalentes e manter um bate-papo com algum que faa todo tipo de pergunta. Repito: poder dizer de maneira alguma, me nego, etc, mas nunca a palavra no.

    z Falou pelo menos uma vez a palavra no.a Conseguiu faz-lo sem problemas

    Avaliao

    Cada hemisfrio cumpre funes diferentes, mas ao mesmo tempo, ambos coordenam sua ao. Para determinar qual seu hemisfrio predominante, adicione um ponto s respostas cuja escolha foi uma vogal e zero ponto se foi uma consoante.

    De 0 a 9 pontos predomina seu hemisfrio direito. Voc intuitivo, sensual, imaginativo, metafrico, concreto, impulsivo, livre e subjetivo.

    De 10 a 18 pontos predomina seu hemisfrio esquerdo. Voc intelectual, dedutivo, racional, abstrato, realista, organizador, analtico, explcito e objetivo.

    O bserve estas duas s ries e e n con tre o elemento que no encaixa em cada uma.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

    Como obteve tal resultado? Acompanhou com os olhos da esquerda para a direita, prestando ateno om cada nmero na ordem, at encontrar o que no correspondia, ou olhou toda a srie deixando que seus

  • 64 Auto-Hipnose - Manual rio Usurio

    olhos focalizassem o elemento que destoava? Se resolveu atravs da primeira alternativa, usou um processo seqencial; se usou a segunda, evidencia um processo simultneo.

    Os dois hemisfrios no se contrapem, pelo co n tr rio , func ionam de m ane ira a se co m p le m entarem , o que confere m ente seu poder e flexibilidade. J vimos a diferena no processamento da informao; seqencial e analtico no hemisfrio esquerdo e portanto temporal; simultneo, buscador de matrias, sinttico, no hemisfrio direito, portanto espacial.

    Por que necessrio desenvolver a capacidade e o uso do hem is f rio d ire ito? Porque vai nos desenvolver mais a fantasia, que a capacidade de gera r e manipulara engenharia da imaginao"(Ve rlee W illiams); a visualizao, a imaginao, o uso de metforas. Todas so tcnicas por excelncia, do hemisfrio direito, e que vamos usar como instrumentos e ferramentas eficazes para resolver problemas e criar situaes, controlando de forma efetiva nossa mente, para que trabalhe para ns.

    Para trabalhar com estas ferramentas, preciso obter um grau de relaxamento, ou, mais precisamente, de ateno relaxada, que detenha o processo verbal do h e m is f rio esq ue rd o e ass im , de ju lg a r a manifestao do hemisfrio direito.

    Para dominar o relaxamento consulte o item 10 do ndice.

    Para dom inar as tcn icas de im aginao, visualizao, fantasia, etc, consulte o item 11 do ndice.

  • f abio Puentes 65

    Exerccios para ter mais coordenao motora e assim usar os dois

    hem isfrios sim ultaneam ente

    Faa no ar, usando um dedo como lpis, o nmero 8, por trs vezes. Depois faa-o com a outra mo, e por ltimo com as duas mos juntas.

    D palmadas sobre sua cabea, com uma mo, enquanto que com a outra trace crculos sobre o peito. Depois, mude as mos.

  • 66 Auto-Hipnose - Mantia! do Usurio

    Pela manh, com msica, movimente o brao direito e a perna esquerda. Depois, a perna direita e o brao esquerdo simultaneamente, para a frente e para trs, para a direita e para a esquerda.

    Junto com esses exerccios movimente seus olhos em todas as direes. Isto dar abertura para aprender coisas novas.

    Desenhe ao mesmo tempo com ambas as m os. Voc vai se su rp reender com as figu ras estranhas, e at graciosas, que vo surgir. E vai notar como ficam relaxados os braos e os olhos ao terminar. Isto. facilita a escrita. Alm disso, pode desenhar espelhado, como se um desenho se refletisse no espelho. Comece do meio para os lados, ou dos lados para o meio simtricamente.

  • Fabio Puentes 67

    O mais difcil fazer um oito com o p esquerdo, e um trs com a mo direita e vice-versa. Ou tambm, pode tentar com as duas mos; o oito com uma e o trs com a outra, simultaneamente.

    Estes exerccios vo lhe dar mais coordenao motora e vo ajud-lo a usar cada vez mais os dois hem isfrios de form a sim ultnea. Desta maneira concilia o uso dos hemisfrios sem que seja relevante o domnio de um sobre o outro.

    Faa-os, pois realmente vale a pena!

  • Voc se hipnotiza pelo poder emanado de sua prpria inteligncia e concentrao

    D r. M e lv in Pow ers.

    7 Ateno eaConcentraco

    O transe se atinge enfocando a ateno, a tal ponto que se excluem todos os pensamentos e sensaes fsicas que puderem distrair. A pessoa pode passar por cima da maioria das mensagens de seu prprio corpo e mente e assim, se torna receptiva a certas idias.

    J v im os que a h ipnose um a a teno exagerada a tal ponto, que nada a perturba, nem lhe tira a concentrao.

    Agora que sabemos a importncia da ateno e da concentrao, vamos mostrar-lhe tcnicas que vo faze r com que m elhore sua a teno e sua concentrao (que so diferentes: a concentrao um feixe de luz de uma lanterna e a ateno a regulagem do foco).

    Q uando voc est lendo um liv ro , es t concentrado na leitura, e pode estar atento ou no ao que est lendo. Muitas vezes uma pessoa comea a ler um texto e sua ateno vai para outro lado (para a lua). Quando volta a ateno leitura do livro, se d conta de que sua vista est muitas linhas e muitas pginas adiante. Com parando, seria: a concentrao, a resistncia,a capacidade para correr uma maratona; a ateno, a fora, a capacidade para correr os 100 metros.

  • 70 Auto-Hiptiose ~ Manual rio Usurio

    Como frear sua aceleraao mental

    H vezes que no meio de uma leitura, brota imprevistamente a desconcentrao e se comea um papo mental consigo mesmo. Podem chegar at imaginao lembranas, situaes do passado, recriminaes, projetos adiados por um ou outro motivo, queixas ou angstias. Uma situao traz outra e podem se converter em uma obsesso, que o deixa desconcertado, atordoado e que altera o plano de leitura. preciso brecar essa atividade desordenada e aos poucos ir pondo as coisas em seu devido lugar.

    Diante de uma situao assim, faa o seguinte:19 - Assim que uma preocupao comece a dar voltas

    na sua cabea, distenda-se! Pode usar as tcnicas de relaxamento comentadas no captulo 10 ou simplesmente, sentar-se em um lugar confortvel prestando ateno em seus msculos, tensionando-os e soltando-os enquanto acaricia sua testa com a ponta dos dedos.

    2- - Recorra contagem regressiva. Os nmeros (de 99 at 1) devem ser visualizados e apagados enquanto se repete em voz alta. Assim suspende-se a atividade mental involuntria que pode criar depresses ou ansiedade. S tem que sentar-se confortavelmente, abrindo os olhos e visualizando os nmeros e fechando os olhos e apagando-os. Quando seu nimo voltar novamente, recomece as atividades.

    3Q - Deve-se rejeitar, sem excesso, todos os pensamentos negativos. Recriminaes e situaes dolorosas do passado devem ficar margem. Imagine que dentro de sua cabea existe uma chave, um rel

  • Fabio Puentes 71

    que corta a corrente, assim que aparecerem estas distraes: ZASH! corte a energia de seus pensamentos, faa-o vrias vezes at obter o resultado desejado, fazendo uma automatizao.

    49 - Perante a menor tendncia irritabilidade, relaxe o corpo, mas por no muito tempo, como nas tcnicas de relaxamento do captulo 10. Neste caso, suficiente distender os msculos do rosto e ficar pr-dis- posto novamente de forma positiva.

    59 - Se voc tem que pensar em algum assunto urgente, faa-o antes de comear a leitura e disponha as coisas de tal forma que no voltem a interferir. Assim evitar que estes pensamentos entrem e saiam de sua mente livremente a qualquer hora. Anote as coisas que tem que ser resolvidas e quando se resolvero. Faa uma lista de prioridades. Tudo que tenha importncia (os primeiros cinco itens) deve ser realizado rapidamente.

    69 - No se converta em um juiz inapelvel, infalvel. Se a avaliao do plano de trabalho no altamente positiva, no se acelere nem caia em pessimismo. Ao contrrio, est no momento de avaliar as coisas positivas e corrigir os erros com o nico objetivo do sucesso.

    Faa os exerccios a seguir, um de cada vez, tentando faz-los o mais concentradamente possvel.

  • 72 Auto-Hipnose - Manual rio Usurio

    Exerccios para a ateno

    1 Material: uma vela, fsforo e um pratinho.

    Acenda a vela no pratinho e deixe-a em cima de uma mesa, numa sala na penumbra e no em completa escurido.

    Olhe fixamente, prestando ateno na vela, durante 30 segundos, que o tempo mximo para reter uma imagem imvel, sem cansar-se. Feche os olhos e procure ver' em sua memria a imagem da vela o mais completa possvel. Ao fim de alguns segundos essa imagem desaparece. Abra os olhos e repita o processo.

    A imagem da vela vai ficar alguns segundos mais em sua memria. Faa este exerccio durante 3 ou4 minutos no mximo por dia. Com o treinamento dirio vai conseguir reter essa imagem quanto tempo desejar.

  • bio Puentes 73

    2 Material: um televisor, um relgio grande com ponteiro de segundos (de parede melhor)

    Coloque o relgio sobre o televisor. Escolha um programa que seja de muito interesse para voc: novela, filme, noticirio, esporte, etc.

    L igue o te le v iso r e s in to n ize o p rogram a escolhido e comprometa-se a seguir o ponteiro dos segundos durante duas voltas, sem tirar os olhos do mesmo.

    Se tirar os olhos, no vale, e deve voltar ao incio por dois minutos mais, e assim, at conseguir seguir o ponteiro dos segundos durante o tempo previsto, sem perder a ateno. Mas cuidado com o uso da viso perifrica (voc pode estar olhando o ponteiro, mas sua ateno est na tela da TV). Se o fizer, retorne ao comeo do exerccio.

  • 74 Auto-Hi/i/wse - M.uui.fl rio Usurio

    3 Disponha sua frente, qualquer objeto pequeno, um isqueiro, um boto ou um clipe.

    Durante cinco m inutos fixe sua ateno no objeto. Cada vez que o pensamento queira sair dali, devagar volte a conscincia para o objeto. Depois pense quantas vezes o pensamento fugiu nesses cinco minutos.

    4 Com um lpis bem afiado, percorra uma folha de papel.

    Concentre sua ateno no lugar em que a ponta do lpis vai deixando seu rastro e vai se convertendo em linha. Cada vez que sua mente fugir, desenhe uma pequena onda (como em um eletrocard iogram a). Quando a linha chegar margem da folha, volte para trs. Durante quanto tempo voc capaz de manter uma linha sem marcar ondas de distrao?

  • abio Puentes 75

    5 Se voc est lendo um texto difcil, e perceber que o pensamento vai para outro lado, tente este truque.

    Ponha uma pequena marca na margem cada vez que perceber sua distrao e volte a ler a partir de onde compreendia o texto e continue a partir dali. Quando chegar ao final da pgina revise mentalmente o que acabou de ler. Se no for possvel recordar os principais conceitos do autor, volte ao incio da pgina e releia todo o texto. Se tiver constncia e persistir, p ro va ve lm e n te p e rceb e r que seu n ve l de compreenso vai aumentando e que as marcas da margem sero cada vez menores.

  • 76 Auto-Hipnose Mattua! do Usurio

    6 Se p erceb er que em d e te rm in ad o momento se ps a sonhar acordado sem querer, faa com que seu corpo adote uma postura que no sua preferida.

    C ruze as pe rnas de ou tra fo rm a , dobre ligeiramente as costas, modifique a posio de seus ps ou adote uma ligeira modificao na expresso de seu rosto. Se se encontra em uma sala com outras pessoas, muito discretamente, limite a postura de alguma delas. que quando voc pe seu corpo em uma posio que no lhe familiar, todo seu organismo tende a manter-se mais atento e desperto. Se tiver necessidade de alguma energia extra contraia os msculos do ventre, das ndegas ou das pernas. Faa com que seja mais difcil para seu corpo sentir que adormece e dessa forma ser mais fcil para sua mente permanecer alerta.

  • Fabio Poentes 77

    7 Estes exerccios foram tirados do livro: Psicologia Recreativa, de Konstantin Platonov (p. 206-213 Edit. Progresso - Moscou).

    A O seguimento com a vista de cada uma destas linhas, do comeo ao fim, req ue r...

    ..constncia de ateno.

  • 78 Auto-Hipnose - Mnuuni rio Usurio

    B Localize todos os nmeros, na seqncia, de 1 a 90, sem pular nenhum, usando unicamente sua viso.

    Estes exerccios podem ajudar a melhorar sua ateno.

  • Somos o que fazemos repetidamente. A excelncia, portanto, no um feito;

    um hbito.

    Aristteles.

    8 Jogos Interiores

    Os jogos interiores foram criados nos Estados Unidos porTim othy Gallwey em seus livros The Inner Games of Tennis" (1974); Inner Skiinf (1977) e The Inner Game of Golf (1979).

    Segundo ele, no ter desenvolvido nenhuma idia nova, simplesmente quer demonstrar, de forma convincente, que a mente subconsciente deve ajudar na execuo pois com muita freqncia, uma m execuo ou um ato inadequado o resultado de um conflito entre o consciente e o subconsciente.

    Gallwey afirma que uma pessoa se compe de dois seres, aos quais chamou de Ser 1 e Ser 2. O primeiro analtico, conceituai e verbal, capaz de com preender as regras de um jogo ou uma tarefa, de ju lgar a bondade ou maldade das coisas e est dando instrues constantemente ao S e r 2, que no fala, mas sim plesm ente executa. O ser 2 uma combinao complexa de pensamentos, sentidos, nervos e msculos, que permitem o surgimento de qualquer atividade. Este em maior medida o ser instintivo.

  • 8 0 Auto-Hi/mose - Mu/mu/ rio Usurio

    G a llw e y nega que se possa fa z e r uma equivalncia simples entre o Ser 1 e o Ser 2 e os hemisfrios esquerdo e o direito do crebro, porm todas as suas anlises indicam que assim.

    O Ser 1 o ser egosta. Suas constantes anlises e conversaes produzem tenses no corpo, o que, por sua vez, causa de erros e de uma atuao pobre. Por muitos motivos seu conselho o de no tentar, mas simplesmente deixar-se levar. O tentar com fora demasiada produz tenso mental e fsica, conflito e desgaste excessivos.

    O primeiro decide se vamos aprender a jogar tnis, digitar ou vender um computador, no entanto, o segundo leva a cabo a aprendizagem e a realizao do projeto. O problema est em equilibrar perfeitamente ambos os Eus.

    Ter que haver mais f e confiana no Ser 2.O segredo do rendimento mximo consiste em

    silenciar ao primeiro Eu, pois todas as suas ordens dvidas, temores e crticas, no conseguem outra coisa seno confundir o segundo. Claro que no fcil faz-lo calar-se, j que muitos acreditam que essa voz crtica seu verdadeiro eu. Mas, se se consegue par-lo no momento justo, o segundo Eu atuar melhor, muito melhor. Os resultados podem ser quase milagrosos.

    Voc dirige bem? Lembra-se da primeira vez, quando estava aprendendo, quando saiu dirigindo s, como se comportou o carro? pulando? porque quando entrou no mesmo, lhe disseram que pegasse o volante com fora sem larg-lo. E agora como mudo as. marchas?, perguntou. Com a boca? e ao olhar para baixo viu que o carro tinha trs pedais e voc s dois ps. Piorou! E quando compreendeu que deveria

  • Fabio Pt/entes 81

    prestar ateno ao que acontecia no trnsito, aos sinais indicadores, ao painel de controle do carro, os espelhos retrovisores (que agora so trs), a quem o acompanha, prestar ateno a tudo isso e apenas com dois olhos, impossvel.

    Concluso: Voc era defeituoso, faltando-lhe uma perna, uma mo e outro par de olhos, ou quem inventou o automvel era um idiota. Assim comeou, racionalizando tudo, como tinha que ser feito (utilizando o S er 1), e pouco a pouco se foi autom atizando (aparece o Ser 2), at que o sistema se estabeleceu dentro de seu com portam ento ficando totalm ente automtico (passou a usar o Ser 2 sem questionar).

    Hoje, quando voc dirige o carro, como o faz? Com apenas uma mo, usa um p, e muito pouco o outro e, numa olhada relmpago, percebe tudo o que est acontecendo frente, dentro e atrs do carro.

    Im ag ine por um m om ento que voc vem dirigindo por uma estrada, como sempre o faz. V que uma pessoa que est com o carro quebrado e lhe pede auxlio. Voc o leva ao posto mais prximo. No entanto, vo conversando e voc continua dirigindo at que, de repente, se d conta que essa pessoa o Emerson Fittipaldi, campeo de Frmula 1 e excelente piloto de Frmula Indy.

    E a, voc faz o qu? Seus m scu los se contraem, gruda ao volante com as duas mos; os ps se enroscam entre os pedais, ou seja, o Eu 1 desloca o Eu 2 deixe que eu dirija, Fittipaldi est observando e eu sei como dirigir ( uma crena).

    O Eu 1 sabe como se dirige um carro, mas nunca dirigiu. A sob o controle do Eu 1, quando voc torna a dirigir como o fez a primeira vez, o carro pula, voc fica nervoso.

  • 8 2 Auto-fiipnase ~ Manual do Usurio

    O Eu 2 realiza bem sua tarefa porque ele simplesmente dirige.

    Algo similar acontece quando vai preencher um cheque e se d conta que a ltima folha e que o banco est fechado!

    No posso errar, a ltima folha0 que aconteceu? Errou!Q uando uma m u lhe r vem cam in h a n do

    descontraidamente e de repente percebe que um grupo de homens a est olhando fixamente, pra um instante. Muda o passo e comea a caminhar de modo diferente. Perde a elegncia. Est caminhando conscientemente porque deixou o Eu 1 assumir o comando.

    Todo jogador de futebol profissional conhece isso muito bem quando est para bater um pnalti. Fica sob uma enorme presso, que vai crescendo de acordo com a im portnc ia do evento . R esponsabilidade diante de si, com seus com panheiros, tcnico, clube, torcida, etc.

    A impresso que causa esta presso diz o jogador que o gol fica menor e o goleiro cresce. No h para onde jogar a bola.

    Muitos gagos tambm j passaram por isso e sabem que a dico dificulta quando est em situaes de presso.

    Como fazer este jogo interior? Gallwey em seus livros cita cinco regras:

    1 No perder a bola de vista Ainda que a frase, tomada literalmente, se aplique a esportes e neste caso uma metfora que significa concentrar-se no aspecto principal de qualquer atividade. Como fazer? Gallwey defende que essa concentrao no obedece a uma

  • Fihio Puentes 83

    ordem da vontade, mas a um estado de fascinao mental. Nos esportes com bola por exemplo apaixone- se pela bola ao invs de obrigar os olhos a segu-la. Deve deixar que vejam sua textura sua forma, sua trajetria.

    Na falta de bola, ter que determinar o que ocupa seu lugar. Nas vendas por exemplo o vendedor mesmo pode ser a bola e concentrar ento a ateno em sua apresentao e personalidade, ou, supondo que a bola seja o produto, insistir em demonstrar suas propriedades, Gallwey sustenta que nestes casos o comprador ocupa o lugar da bola e aconselha: "Mostre ao comprador como voc faria com a bola (de tnis, basquete ou futebol). As costuras esto representadas por detalhes como um bocejar, um movimento de olhar, uma mudana de voz, etc.

    A inda que no se faa a venda, te rem os aprend ido, a travs dos sina is de res is tnc ia do comprador, quais foram nossos erros ao tentarmos convenc-lo.

    2 Confiar em si prprio O primeiro Eu, o conhecedor, um crtico implacvel que s vezes perde a pacincia com o segundo Eu, o fazedor e lhe diz: Voc no faz nada bem. E isso ruim porque, ao invs de criticar deveria admirar a capacidade humana.

    Todos sabemos que o segundo Eu realiza sem maior esforo mental certas tarefas cotidianas que requerem coordenao, como a de amarrar os sapatos, colocar linha em uma agulha ou conduzir um veculo. Desconfiamos dele, porm, quando se trata de tarefas mais rduas, em cujas realizaes intervm o amor prprio. Por temor de macular nossa imagem pessoal, no confiam os no segundo Eu, por consider-lo inconsciente.

  • 84 Auto-Hipuose - Manual do Usurio

    Como adquirir essa confiana no segundo Eu? Com a prtica, "soltando as rdeas e deixando que as coisas aconteam, aconselha Gallwey. Nunca tente nada, faa-o ou no faa-o. preciso no atender ao julgamento do primeiro Eu, que quer nos indicar como realizar certas atividades particularmente difceis como costurar" o trnsito com uma moto, um golpe suave de golfe ou uma passagem complicada de uma sonata de Beethoven.

    3 A tender ao im ed ia to Ao primeiro Eu lhe desagrada a inatividade, razo pela qual busca sempre observar e tomar nota da atuao de seu colega.

    Devemos concentrar nosso pensamento no que est ocorrendo e no naqu ilo que tem em os ou esperamos que ocorra.

    Quando corrermos atenderemos sensao dos ps quando os tnis se afirmam no cho em diferentes ngulos, ao invs de pensar em possveis tropees.

    Ao que gague ja aconse lha-se com ear a sussurrar. Ao faz-lo necessita de mais esforo e se distrai do momento de presso e acaba por falar muito melhor. Escreve Gallwey: A ansiedade um temor do que pode ocorrer no futuro, mas se atendermos ao momento presente as aes necessrias tero mais possibilidades de terem xito.

    4 No se preocupe em ganhar Gallwey estabelece que a angstia pelo triun fo o mais insidioso ardil que o primeiro Eu, tende a colocar sobre o segundo. Com o propsito de ganhar a qualquer custo o primeiro Eu pe em tenso msculos e nervos, freqente causa de equvocos.

  • Fabio Puentes 85

    O segundo Eu trabalha melhor quando o outro no encher com ordens impossveis. Suprimindo o esforo consciente poderem os atuar com o que Gallwey denomina esforo sem esforo. O segundo Eu responder com o mximo de seu potencial, ou seja, o total de suas possibilidades naturais, mais o que aprendeu com a prtica.

    Descobriu-se que quanto menos algum se preocupa com os resultados finais, melhores sero eles. O atleta de qualquer esporte ou uma equipe, que chega a pensar que no tem nada a perder, comea a praticar o esporte de forma displicente. Como no lhe importam os resultados, se entrega por completo pratica do esporte.

    Curiosamente quando se chega a este ponto, a atuao excelente.

    5 No duvidar da prpria capacidade Quem duvida de si prprio quase sempre fracassa. O corredor que pensa que sempre larga mal, com certeza largar mal.

    Estas incertezas somente desaparecem quando algum faz calar o primeiro Eu e se concentra no momento presente. E assim, quando aparece o primeiro Eu diante de Emerson Fittipaldi, voc pergunta ao Eu crtico: E da, Em erson j no bateu, com petindo, estando nas primeiras colocaes? Ento, se at agora eu vinha dirigindo to bem, vou continuar da mesma forma, dirigindo bem.

    Quando for usar a ltima folha de cheque, faa-o como se fosse a primeira.

    Ao sentir-se observada quando caminha, continue com a mesma elegncia.

  • 8 6 Auto-Hifutose ~ Matutn/ rio lisurin

    Ao bater um pnalti apaixone-se pela bola e veja- a dentro do gol.

    Se gagueja, imagine-se cantando. O gago no gagueja quando canta.

    Quando aparecer o primeiro Eu questione-o, no o deixe assumir o comando. Ele pura teoria. O segundo prtica. Questione-o dando-lhe importncia. Seja irreve ren te com o prim eiro Eu, enquanto o segundo estiver fazendo a tarefa at o fim.

    O compreender melhor e mais amplamente o jogo interior e suas ramificaes vai melhorar a atuao de qualquer indivduo no desempenho de uma tarefa especial, sempre que no se esforce em demasia.

    Para diferenciar e compreender melhor os dois Eus, o primeiro tem a fora e o respaldo da imaginao, que est sem pre atenta e ligada para con testar qualquer atividade de forma negativa e instalando dvidas que aumentam a ansiedade e os medos.

    Como j foi colocado, em todo confronto entre imaginao e vontade, o triunfo sempre fica com a imaginao.

    Certa vez, um aluno de um curso de auto-hipnose, consultou-me sobre um problema muito grave que precisava solucionar e de forma urgente: Tinha 35 anos e iria se casar nos prximos 15 dias - se bem que qualquer casamento j um problema, este no era o caso. O que acontecia era que o aluno tinha enurese noturna (fazia xixi na cama) sem controle. Ao perguntar-lhe se conhecia a origem do problema, ele respondeu: No sei!"

    Colocado sob transe hipntico, ele relata que logo que dorme tem um sonho, onde aparece um fantasma (que seria a imaginao) que lhe fala: O i!" O aluno responde com voz trmula: O..Oi....

  • Fubio Puente.s 8 7

    O fantasma pergunta novamente: "Tudo bem?" e ele: Tu...tu...tudo"; "J fez xixi?"pergunta o fantasma. E o noivo, apavorado: Ahhhl... e urinava na cama.

    Sabendo que o problema estava no fantasma (imaginao), ensinei-lhe que a soluo era questionar as perguntas da imaginao. Assim, toda vez que o fantasma dissese "Oi" ele responderia: Oi! com determinao e segurana. "Tudo bem? e ele: "Tudo!", e finalmente na terceira pergunta: J fez xixi? a resposta seria: J!" Isso foi treinado durante um dia todo sob hipnose:

    - Oi - Oi!- Tudo bem? - Tudo!- J fez xixi? - J!Assim, quando fosse dormir, teria automatizado as

    respostas para poder atingir o efeito desejado. /4s ordens afirmativas e positivas implantadas sob o efeito da hipnose,o levaram a deitar-se com uma expectativa de provar sua capacidade de auto-afirmao e confiana, anulando a presena do fantasma de seu sonho. Logo que dorme, quando sua imaginao atravs do fantasma, diz:

    -O i.- Oi! (Comeou respondendo firme e seguro)- Tudo bem?- Tudo!- J fez xixi?- J!?E o fantasma:- E coc?- Coc??? Ahhh... I prumbrrrrrrrr...Como vemos, a imaginao (nossos fantasmas)

    sempre est um passo frente.Se seu jogo interior flexvel e tem jogo de

    cintura, a resposta seria:- Coc? tam bm !!!P o rta n to , jogue pensando com o o faz o

    fantasma, ficando sempre um passo frente.

  • Parte II

  • No por serem difceis as coisas que no ousamos, por no ousarmos que elas so difceis

    B e rtra n d R u sse ll

    Q Condiespara a

    ___________Auto-Hipnose

    Escolha de um lugar para praticar

    Com o tempo ou de acordo com seu grau de sensibilidade pode praticar auto-hipnose em qualquer lugar, mas por enquanto procure um lugar tranqilo, silencioso. Escolha um lugar onde fique vontade, confortvel e isolado de interrupes.onde nada e ningum o perturbe. Instale-se o mais cm odo e relaxado possvel, podendo usar fones de ouvido com as sugestes gravadas para conseguir um melhor isolamento.

    Com o tempo vai poder faz-lo dentro de um n ibus ou at v ia ja n do de av io (ass im tenho transportado muitos passageiros fbicos; dormem ao escutar o clique do cinto e "acordamsomentequando se abre a porta do avio).

    Quando automatizar atravs e entrar em hipnose lher for confortvel, fcil e rpido, poder usar os sons externos e as distraes como apoio para relaxar-se mais ainda.

  • 92 Auto-Hipnose - Manual tio Usurio

    Exemplo: A cada carro que passa, voc se aprofunda mais e mais... ou se passar um avio, imagine que suas preocupaes se vo com ele.

    Durao

    No in c io , use o tem po n e ce ss rio para desenvolver a habilidade auto-hipntica. No convm utilizar mais de 20 ou 30 minutos por dia. O mesmo pode variar de acordo com seu interesse. Seja elstico.

    Quanto mais trabalho e mudana de