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Célia Maria de Araújo Marcos Aurélio Felipe Educação e Tecnologia DISCIPLINA Nova escola, novos professores Autores aula 02 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:_______________________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:_______________________________________

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Célia Maria de Araújo

Marcos Aurélio Felipe

Educação e TecnologiaD I S C I P L I N A

Nova escola, novos professores

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Aula 02  Educação e TecnologiaCopyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares Borges (UFRN)Janio Gustavo Barbosa (UFRN)Thalyta Mabel Nobre Barbosa (UFRN)

Revisora das Normas da ABNT

Verônica Pinheiro da Silva (UFRN)

Revisoras de Língua Portuguesa

Janaina Tomaz Capistrano (UFRN)Sandra Cristinne Xavier da Câmara (UFRN)

Revisor Técnico

Leonardo Chagas da Silva (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Diagramadores

Bruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)

Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Araújo, Célia Maria de. Educação e tecnologia / Célia Maria de Araújo, Marcos Aurélio Felipe. – Natal, RN : EDFURN, 2007. 184 p. il.

1. Educação. 2. Tecnologia. 3. Comunicação. 4. Prática pedagógica. I. Felipe, Marcos Aurélio. II. Título.

ISBN: 978-85-7273-422-6 CDD 370RN/UF/BCZM CDU 37

2008/46

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Aula 02  Educação e Tecnologia �Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Apresentação

Nesta aula, você estudará a escola no contexto da Sociedade Tecnológica. Imbuída de historicidade como as demais instituições sociais, a escola não é um fenômeno contemporâneo isento das influências de outros fenômenos (econômicos, sociais,

culturais e tecnológicos). Mas, é uma das instituições que incorpora e, ao mesmo tempo, reflete, debate e delineia as tendências da atualidade. A partir da percepção de seus principais agentes (professores) e de conceitos como Alfabetização Tecnológica, você observará que a instituição escolar, necessariamente, precisa encontrar formas e modos de uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) nos processos educativos. Nesse sentido, perpassados pelo papel do professor na contemporaneidade, conceitos como mediatização e autodidaxia serão trabalhados e apresentados a você como aspectos relevantes para a sua formação.

ObjetivosCompreender as novas configurações da escola no contexto da Sociedade Tecnológica.

Compreender o papel do professor, funções e usos das TIC’s na prática docente.

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Nova sociedade, nova escola

É possível a instituição escolar continuar a mesma, apesar da sociedade, cada vez mais, passar a se estruturar a partir de outras dimensões no tocante a produção, circulação e acesso ao conhecimento?

Com o advento da Sociedade Tecnológica (veja a aula 1 – O contexto tecnológico), cujas dimensões sociais, culturais e econômicas são, intensamente, pautadas pelo vetor tecnológico, observe que a escola que lhe formou, certamente, não é mais a escola na qual você ensina ou pretende ensinar ao concluir o curso de graduação. Hoje, depois que, em grande parte do mundo, os aspectos sociais, culturais e econômicos tornaram-se tecnológicos, a instituição escolar não tem como ser excluída do contexto que determina, organiza e/ou media as outras dimensões da realidade. Nesse sentido, você pode falar no advento de uma nova escola e, portanto, de novos professores e práticas educacionais?

Percebe-se que educar, cada vez mais, passou a depender, a utilizar e a promover a imersão dos sujeitos no mundo das TIC’s. Das “velhas” às “novas tecnologias”, os recursos tecnológicos já foram apropriados pelas instituições escolares no seu fazer educativo. Assim, tanto a partir dos meios de comunicação (cinema, rádio, TV e jornal) quanto das novas tecnologias (as que surgem da conjugação dos recursos das telecomunicações, dos meios eletrônicos e da informática), a educação e conseqüentemente a escola estão imbuídas da dimensão tecnológica.

Sendo parte integrante do processo histórico, assim como a educação, a escola não pode existir como instituição autônoma e auto-suficiente:

Podemos entender a educação como um fenômeno social, que, como parte das condições sócio-político-econômico da sociedade de classes, influencia e é influenciada pelas demais manifestações sociais. Em nossa sociedade, a educação possui um espaço especializado, a escola, que não é e não pode ser entendida como uma instituição auto-suficiente e independente (SAVIANI apud SAPAIO; LEITE, 2002, p. 46).

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Indissociável do contexto que a cerca, a escola, portanto, precisa incorporar em suas diversas dimensões formadoras os vetores necessários para não se tornar um espaço obsoleto ou anacrônico. Diante do avanço das tecnologias na vida cotidiana, que atende ora aos seus aspectos instrumentais, ora aos parâmetros dos meios de comunicação e informação, observe que algumas questões se tornaram prementes.

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Espaço obsoleto ou anacrônico

Como conceito histórico, espaço anacrônico significa um determinado espaço da realidade que não acompanhou o desenrolar do tempo, os avanços e transformações. Portanto, por diversos motivos relacionados às políticas públicas e à formação de professores, o que se observa hoje são escolas ainda com metas e objetivos que não consideram a inserção tecnológica na vida cotidiana e educacional.Figura � - Tecnologias e Transformações

Portanto, enquanto professor, é possível que você se pergunte sempre se, na contemporaneidade, há como os Projetos Políticos e Pedagógicos não incorporarem em suas metas e objetivos anuais o domínio, o manuseio e a criatividade a partir das tecnologias; se o planejamento das disciplinas, hoje, não considera os meios como recursos pedagógicos ou objeto de análise; e se a formação de professores não privilegia o debate e a constituição de uma prática reflexiva em torno do conhecimento e da informação que emanam e envolvem as mídias impressas, audiovisuais ou informáticas. Questões que, caso ainda não tenha feito ou pensado a respeito, certamente outros colegas formadores já se fizeram e elaboraram como reflexão de uma prática educativa e tecnológica.

Nesse sentido, observe que a instituição escolar não tem como se desvincular da Sociedade Tecnológica principalmente porque:

n surgem novas formas de produção, circulação e acesso à informação e ao conhecimento com o desenvolvimento e ingerência das tecnologias na sociedade;

n emergem novos conceitos e práticas educacionais, a partir do momento que as tecnologias da informação e comunicação entram no ambiente escolar através dos alunos;

n preponderam novas linguagens, baseadas nas múltiplas formas de imagem, e, assim, novos modos de leitura e entendimento, que precisam, cognitivamente, serem dominadas.

Por exemplo, quando os alunos acessam os sites de jornais brasileiros (Folha de São Paulo, Tribuna do Norte, O Mossoroense) ou dos portais de notícias da Internet (UOL, Yahoo e outros) que, a cada segundo, publicam as últimas informações sobre o país e o mundo, você percebe uma estrutura relacionada à informação e ao conhecimento sendo, intensamente, modificada. Conectado à Rede Mundial de Computadores (Internet), a tecnologia dos

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computadores permite novas formas de produção, circulação e acesso à informação. Conseqüentemente, as novas tecnologias promovem a emersão de conceitos relacionados ao seu universo semântico (como hipertextos, hipermídias, telemáticas etc. – formas de comunicação e apresentação de informação na Internet já trabalhadas nas aulas anteriores).

Nesse contexto, os nossos alunos deparam-se com linguagens, invariavelmente, híbridas (texto, imagem, som) e/ou não-lineares (com as páginas estruturadas em links), fazendo com que nem mesmo o nosso próprio idioma acompanhe essas transformações, o que resulta na incorporação de expressões e palavras dos centros produtores dessas tecnologias, dificultando ainda mais o acesso a elas.

Assim, com o advento da Sociedade Tecnológica, o que muda na instituição escolar e o que se apresenta com mais urgência aos professores exigindo deles uma resposta?

Em uma experiência com cursos de formação de professores – Curso de Formação Mídias na Educação / MEC (2007) –, que você pode observar no quadro a seguir, perceba que as transformações pelas quais passa a escola exigem a atenção dos docentes, basicamente, sobre três aspectos: (a) a inserção das tecnologias na escola; (b) as alternativas educacionais; (c) a preocupação em torno do caráter educativo das tecnologias.

Quadro 1 - Perspectivas de professores sobre escola e tecnologias

“O que tem ocorrido é o uso das novas tecnologias na escola com inúmeras fragilidades, a culpabilização dos professores pelos maus resultados dos sistemas de ensino, a ausência de condições de trabalho adequadas em muitas escolas”.

Professora da Rede Pública – Fórum de Discussão

“A necessidade de ter novos métodos de ensino é fundamental para um bom desempenho. Sendo assim, o professor deve crescer continuamente e praticar novos métodos de ensino construindo uma maneira eficaz e satisfatória beneficiando e dando prazer aos que dela participa”.

Professora da Rede Pública – Fórum de Discussão

“O uso de tais ferramentas tem impulsionado uma nova dinâmica escolar. Com a ampliação das oportunidades de aprender a lidar com as mídias e tecnologias, a escola vem sendo desafiada a aderir a esses recursos valorizando-os e inserindo-os na prática pedagógica”.

Professor da Rede Pública – Fórum de Discussão

“O que podemos perceber é que alguns professores já têm uma nova mentalidade ou visão do processo de ensino-aprendizagem, enquanto outros ainda vão demorar a perceberem a necessidade de uma formação continuada que possibilite a apropriação das novas TIC’s. Estamos reformulando o Projeto Político Pedagógico de nossa escola e, com certeza, esta questão está sendo contemplada”.

Professor da Rede Pública – Fórum de Discussão

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Atividade 1

Assim, na teoria e na prática, a instituição escolar já se movimenta para inserir-se no contexto tecnológico da contemporaneidade, seja com professores participando de inúmeros cursos de formação continuada, seja com a prática reflexiva permanente sobre a relação das mídias, tecnologias e dos meios no ambiente educacional.

A partir de uma “nova dinâmica escolar” e da urgência de uma “nova visão do processo”, a realidade já aponta para o que as pesquisadoras Sampaio e Leite (2002) chamam de Alfabetização Tecnológica:

Conceito que envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento crítico. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em lhe dar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão. Além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo. (SAMPAIO; LEITE, 2002, p. 75).

Perceba que, assim como em relação à escrita, as tecnologias apontam para a necessidade de passarmos por um processo de alfabetização tecnológica. Primeiramente, porque a complexidade de suas dimensões (subjetivas, objetivas) e funções (instrumental e mental) requerem um processo de aprendizagem, que lhe permitirá habilidades e conhecimentos imprescindíveis para o manuseio, domínio e criatividade através dos recursos tecnológicos. Segundo, porque, conseqüentemente, as formas e modos de uso da tecnologia estão, intrinsecamente, vinculados aos aspectos que as definem também como linguagem (que expressa, informa ou comunica). Conteúdos que, em parte, trabalhamos nas aulas 1e 3 (A dimensão imagem).

Como professor, veja que a alfabetização tecnológica exige um espaço na instituição escolar não apenas para a utilização de tecnologias em alguma situação educativa (como filmes, laboratórios de informática ou outro recurso tecnológico). Mas, como objeto de discussão permanente entre os sujeitos da instituição: professores, coordenação pedagógica e gestores e, sobretudo, alunos e pais.

As escolas de sua cidade já incorporaram as tecnologias da informação e comunicação em seus espaços e práticas? Considerando esses aspectos, trabalhados nesse primeiro momento da aula, converse com os sujeitos de uma escola de sua cidade (alunos, professores e gestores) e procure compreender como a instituição escolar está se organizando diante da inserção das tecnologias nas práticas educacionais.

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Outra escola, outros professores

Se, nesse contexto tecnológico escolar, adotarmos os vetores de Sampaio e Leite (2002), os motivos para a institucionalização de uma alfabetização tecnológica encontram-se no fato da alfabetização ser um processo que precisa atender a várias demandas: a) constituição de

duas habilidades (conhecimento e técnica); b) ampliação dos horizontes dos professores para além da leitura de linguagem, permitindo, intensamente, a inserção do homem no mundo; c) configuração de um processo contínuo, o qual exige, por sua vez, um aperfeiçoamento constante. Portanto, escola e tecnologias dialogam com mais intensidade e, ao mesmo tempo, localizam-se historicamente no mundo longe dos anacronismos que envelhecem as práticas e as tornam obsoletas.

Com o advento de uma nova escola, então, como se delineiam as práticas dos professores frente ao avanço das tecnologias no espaço escolar e à constituição de novas formas de aprendizagem?

Assim, da mesma forma que, na Sociedade Tecnológica, a escola entrou em crise, com a prática docente não é diferente. Ao entrar em desequilíbrio, quando novas formas de aprender exigem novas formas de ensinar, a escola na qual os professores foram formados diverge totalmente da escola na qual hoje ensinam. Portanto, as mudanças impostas pelo vetor tecnológico não são, simplesmente, pela questão geracional, a busca por capacitações, cursos de formação ou grupos permanentes de estudos torna-se a estrada pela qual, na contemporaneidade, os professores querem e desejam trilhar. Principalmente, porque novos conceitos passam a definir as suas práticas, especificamente porque, em campo, entra uma nova linguagem, suportes e recursos tecnológicos, permeados de saberes, questões humanas e possibilidades educacionais.

Nesse contexto, em várias partes do mundo, professores como nós, se deparam constantemente com as TIC’s em suas escolas. É importante que você, mesmo vivendo em regiões onde essa inserção ainda pode não ser tão intensa, mas, certamente, já se tornou inevitável, atente para novos parâmetros conceituais que modalizam sua prática educativa, seguindo os dois processos descritos a seguir.

Mediatização

Conceito que, ao ampliar as práticas docentes na Sociedade Tecnológica, refere-se, basicamente, a três dimensões: (1) produção de materiais didáticos tecnológicos; (2) constituição de um usuário ativo e crítico dos meios; (3) mediação entre esses meios (ensino) e os alunos (aprendizagem).

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Autodidaxia

Conceito que, ao inserir os alunos nesse contexto tecnológico que já domina o âmbito social e escolar, refere-se, essencialmente, ao delineamento dos “novos modos de aprender”, a partir da auto-aprendizagem diante de uma educação mediatizada. (BELLONI, 2001, p. 27-28)

Em ambos os casos, professores e alunos vivenciam novas formas e modos de uso das tecnologias provenientes: (1) da informática (programas de computador, comunidades virtuais, meios instantâneos de comunicação, sites e portais); (2) das telecomunicações (celulares multifuncionais, câmeras digitais fotográficas e videográficas, mp4 etc.); (3) dos meios de comunicação (canais por assinaturas, TV digital, cinema, jornais onlines e outros).

Nesse sentido, veja que a prática educativa, aos poucos, torna-se mediatizada e a aprendizagem envolve-se em um modelo autodiaxial sem precedentes. Portanto, ensinar e aprender, hoje, não pode desviar dos conceitos que impregnam materiais didáticos, tecnologias educacionais e perspectivas de alunos em relação ao que se vai ensinar e o que se quer aprender. Ao referirem-se aos dois universos, sujeitos e práticas mais imersos na educação escolar, mediatização e autodidaxia tornam-se, portanto, parâmetros essenciais para a modalização da prática do professor na contemporaneidade.

Se são estes os conceitos que envolvem o mundo conceitual do professor, é possível uma educação hoje sem as tecnologias da informação e comunicação e sem um aluno protagonista de seu processo de aprendizagem?

Figura 2 - Tecnologias, novas aprendizagens

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Toda a discussão em torno dessas questões passa, necessariamente, pela consolidação do papel coletivo do professor, já que a tendência, portanto, é intensificar cada vez mais a inserção das TIC’s no âmbito escolar.

Nesse contexto, observe que ocorre a desintegração das dimensões do tempo e do espaço, a partir do momento que a interatividade entre professores e alunos pode acontecer sem a presença física desses sujeitos no mesmo espaço (a escola) e ao mesmo tempo. Se, hoje, as comunidades virtuais (Orkut, Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Moodle) e listas de discussão) possibilitam um grau elevado para o estabelecimento das relações humanas, por que então tornar o tempo e o espaço limitadores do processo de ensino-aprendizagem? Quantos alunos hoje já não são formados em um processo de auto-aprendizagem, sendo, por parte do professor, necessário apenas “aprender a ensinar a aprender”?

Veja que, mesmo morando em regiões longínquas, anualmente, diversos kits tecnológicos adentram as escolas. Há alguns anos, projetos como “TV Escola”, “Salto para o Futuro” e “Cinema BR em Movimento” chegam às escolas do Nordeste brasileiro e impõem um novo ritmo, fazer pedagógico e espaço dentro do espaço escolar. Portanto, se antes havia o movimento da escola em direção às tecnologias, hoje, esse movimento é inverso, intenso e deflagrador do ponto de vista político e educacional. De uma hora para outra, paredes são erguidas, laboratórios de informáticas são montados e antenas parabólicas instaladas nas dependências das instituições escolares. Para dar conta desse avanço tecnológico dentro dos muros escolares, você precisa compreender a necessidade de cursos permanentes de formação, do contato sistemático com modelos de ensino e aprendizagem a distância e da critica contundente ao tecnicismo.

Por isso, ao analisar a integração das tecnologias em processos de formação e educação, Belloni (2001) chama a atenção para duas áreas de estudos e pesquisas para a formação do professores: mídia-educação e comunicação educacional.

No centro dessas duas áreas, observe as duas dimensões das tecnologias em uma situação educativa. De um lado, inserindo-se na primeira área de conhecimento citada, as mídias, tecnologias e materiais se tornam objetos de análise, e, conseqüentemente, abre-se um espaço para se trabalhar os aspectos que possibilitem uma leitura crítica dos produtos midiáticos e tecnológicos. Do outro, contextualizando a segunda área, as tecnologias da informação e comunicação são inseridas em um contexto de mediatização educacional como recursos para serem aplicados em sala de aula, a partir de estratégias, formas e modos de uso.

Nesse sentido, ao ultrapassarem os muros das escolas e chegarem à sala de aula dos professores, as tecnologias da informação e da comunicação, basicamente, configuram duas práticas: objeto de estudo e recurso pedagógico. Dessa forma, tornou-se recorrente a utilização de filmes e trabalhos direcionados para a leitura da imagem; diversas estratégias já foram desenvolvidas pelos educadores, assim como manuais apontando o que e como os alunos devem olhar a imagem.

Entre uma área e outra, inúmeras são as demandas que, ao professor, apresentam-se como possibilidades, desafios e/ou atividades com as tecnologias em uma situação de aprendizagem.

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Atividade 2

Como dimensões, a partir das quais podemos traçar um panorama, as tecnologias podem gerar diversas estratégias: a tecnologia para organizar a informação (criar metodologia para dar lógica, sistematizar e compreender o caos de informação que domina o ciberespaço), tecnologia para a pesquisa (desenvolver estratégias de busca de informação, o que está consolidado e disperso na Rede Mundial de Computadores), tecnologias para comunicação e publicação (explorar o filão dos meios instantâneos de contato e os formatos de blogs para produção e circulação de conhecimento) (MORAN, 2007).

Considerando a discussão sobre o papel do professor, cite os aspectos primordiais para a formação e prática docente dos professores que atuam nas escolas inseridas no contexto tecnológico. Nesta atividade, não basta pontuar cada aspecto, é necessário justificar com argumentos, afirmações e/ou observações trabalhados nesta aula ou em outra fonte consultada.

Leituras complementaresMORAN, José Manuel. Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm>. Acesso em: 27 nov. 2007.

MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm>. Acesso em: 27 nov. 2007.

Com a leitura desses dois artigos, você vai aprofundar, respectivamente, as questões que envolvem a utilização das tecnologias em diversas situações educacionais (informação, pesquisa, publicação) e a categorização dos vários espaços que, na Sociedade Tecnológica, (re) delinearam a instituição escolar e, conseqüentemente, a prática do professor.

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ResumoNesta aula, você compreendeu que, enquanto fenômeno histórico, a escola não tem como deixar de se influenciar pelos aspectos definidores da Sociedade Tecnológica. Compreendeu principalmente que, uma vez inserida no contexto contemporâneo, seus principais protagonistas (professores e alunos) precisam conjugar alternativas educacionais, especificamente a partir de novos modos de ensinar e novas formas de aprender. Portanto, entendeu que, hoje, não apenas termos como TIC’s dominam o receituário de uma nova instituição escolar, mas conceitos como alfabetização tecnológica, mediatização e autodidaxia tornam-se fundamentais para as práticas que se desenvolvem através da dimensão tecnológica e uma aprendizagem na qual o aluno desenvolve níveis variados de autonomia.

Auto-avaliaçãoNova escola, novos professores?

Com o material que você recolheu a partir do contato com os sujeitos da escola local e da reflexão sobre os aspectos primordiais que definem a prática do professor na contemporaneidade, quais as metas que um Projeto Político Pedagógico (PPP) precisa estabelecer para a constituição da “nova escola” e de “novos professores”?

ReferênciasBELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas, SP: Papirus, 2007.

REFLETINDO sobre as mudanças nas escolas: [fórum de discussão]. In: MOODLE. Curso de formação mídias na educação / MEC. Natal, 2007.

SAMPAIO, Marisa Narcizo; LEITE, Ligia Silvia. Alfabetização tecnológica do professor. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

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Anotações

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Anotações

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Aula 02  Educação e Tecnologia

Ementa

n Célia Maria Araújo

n Marcos Aurélio Felipe

Processos e intervenções dos novos recursos tecnológicos da comunicação e da informação na Educação.

Desenvolvimento de habilidades básicas para a produção de conhecimentos fundamentados pelo uso de tecnologias

na prática pedagógica.

Autores

Aulas

O contexto tecnológico

Nova escola / novos professores

Outros cenários, outras práticas

A dimensão imagem

Elaboração, aplicação e avaliação de projetos I

Os principais conceitos

Oficinas tecnológicas I – Fontes de informação

Oficinas tecnológicas II – O uso do filme

Oficinas tecnológicas III – O uso do blog

Elaboração, aplicação e avaliação de projetos II

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SEB/SEED