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1
Paulo Jaconi Saraiva
2011
AVALIAÇÃO CRÍTICA DOS MÉTODOS E
TÉCNICAS IMUNOLÓGICAS
UTILIZADAS PARA O DIAGNÓSTICO DE
DOENÇAS INFECCIOSAS
2
RESPOSTA IMUNE
É a resultante do contato do ser humano com
determinados agentes estranhos como vírus, bactérias, fungos, parasitas, o que desencadeia uma sucessão de eventos no sentido de eliminá-los. Este mesmo tipo de resposta pode ser dirigida contra elementos do próprio
organismo, quando modificados.
TIPOS DE RESPOSTA IMUNE
RESPOSTA IMUNE INATA
RESPOSTA IMUNO ADAPTATIVA
3
O diagnóstico de certeza de um processo infeccioso é a demonstração do patógeno ou de seus produtos nos tecidos ou fluidos.
O termo serve para designar o diagnóstico laboratorial por meio de técnicas imunológicas, que buscam revelar a presença de antígenos e anticorpos no organismo do indivíduo.
4
São moléculas que apresentam a capacidade de interagir com o sistema imunológico.
ANTÍGENOS
São glicoproteínas constituídas por, no mínimo, quatro cadeias polipeptídicas com funções de neutralizar, aglutinar, precipitar, fixar complemento e desenvolver outras funções biológicas dirigidas contra os antígenos.
IMUNOGLOBULINAS
Natureza química
Características filogenéticas
Tamanho e complexidade da molécula
Estrutura espacial
Acessibilidade
Estabilidade
Forma de penetração do antígeno
Hospedeiro respondedor
5
IMUNOGLOBULINA G - IgG
IMUNOGLOBULINA A - IgA
IMUNOGLOBULINA E - IgE
IMUNOGLOBULINA M - IgM
IMUNOGLOBULINA D - IgD
REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO
REAÇÕES DE AGLUTINAÇÃO
REAÇÕES DE NEUTRALIZAÇÃO
REAÇÕES DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
REAÇÕES DE CITOTOXICIDADE
6
REAÇÕES DE IMUNOFLUORESCÊNCIA
REAÇÕES DE RADIOIMUNOENSAIO
REAÇÕES DE ENZIMAIMUNOENSAIO
REAÇÃO DE TURBIDIMETRIA
REAÇÃO DE NEFELOMETRIA
REAÇÃO DE QUIMIOLUMINESCÊNCIA
REAÇÃO DE ELETROQUIMIOLUMINESCÊNCIA
REAÇÃO DE IMUNOFLUORIMETRIA
REAÇÃO DE IMUNOFLUORIMETRIA EM TEMPO RESOLVIDO
REAÇÃO DE IMUNOELETROTRANSFERÊNCIA
REAÇÃO DE IMUNOCROMATOGRAFIA
REAÇÃO DE CITOMETRIA DE FLUXO
7
Reação Cruzada
Efeito Prozona
Potencial Zeta
Anticorpos Heterófilos
Efeito Hook
Temperatura
Tempo de reação
Teste de Referência
Sensibilidade
Especificidade
Eficiência
Exatidão
Precisão
Reprodutibilidade
Prevalência
Índice Kappa
Valor Preditivo Positivo
Valor Preditivo Negativo
Probabilidade (Teorema de Bayes)
Curva ROC
Taxa de Probabilidade / Verossimilhança ( LIKELIHOOD)
Chance (ODDS)
IMUNODIAGNÓSTICOS E OS VALORES CLÍNICOS DOS
TESTES LABORATORIAIS
8
Procedimento que é utilizado para definir o verdadeiro
estado do paciente, atingindo a causa da doença o mais
diretamente possível.
TESTE
DOENÇA
TOTAL
PRESENTE AUSENTE
REAGENTE VP (a) FP (b) VP + FP
NÃO
REAGENTE
FN (c) VN (d) FN + VN
TOTAL VP + FN FP + VN VP + FN + FP + VN
9
Sensibilidade Analítica
Refere-se ao menor valor que o teste consegue
diferenciar de zero
Sensibilidade Diagnóstica
É a probabilidade de que um resultado seja anormal ou
positivo na presença da doença
SENSIBILIDADE = VP x 100
FN + VP
10
Especificidade Analítica
Refere-se a capacidade do teste em identificar apenas a
substância em questão
Especificidade Diagnóstica
É a probabilidade do resultado ser normal ou negativo na
ausência da doença
ESPECIFICIDADE = VN x 100 =
FP + VN
11
É a capacidade do método de fornecer resultados
próximos do valor verdadeiro
É a capacidade do método de fornecer resultados
reprodutíveis entre si. Um método pode ser preciso, mas
não exato.
12
A reprodutibilidade de um teste é a obtenção de
resultados iguais em testes de mesmo formato, realizados
com a mesma amostra biológica, por diferentes técnicos
em diferentes locais.
Mede a avaliação da reprodutibilidade pelo grau
de concordância entre os resultados de dois ou mais
observadores.
São consideradas as proporções das
concordâncias observadas (CO) em relação às
concordâncias esperadas (CE).
13
É o número de casos de uma doença numa
determinada localidade, em tempo determinado
(VP + FN)
PREVALÊNCIA= _______________
N
É a precisão de um teste para prever uma condição clínica.
Valor preditivo positivo
Valor preditivo negativo
14
Corresponde ao número de resultados
verdadeiramente positivos fornecidos pelo
teste, dividido pelo número de todos os
resultados dos testes realizados,
caracterizando a probabilidade da doença
quando o teste é positivo.
VP
VPP = _______ x 100
VP+FP
VALOR PREDITIVO POSITIVO
Corresponde ao número de resultados
verdadeiramente negativos fornecidos pelos
testes, dividido pelo número de todos os testes
realizados, caracterizando a ausência de
doença quando o teste é negativo.
VN
VPN = ________ x 100
VN+FN
VALOR PREDITIVO NEGATIVO
15
Corresponde a descrição gráfica do desempenho de
um teste representado pela relação entre a taxa de
verdadeiramente positivos (sensibilidade) e a taxa de falsos
positivos (especificidade).
É a probabilidade do pré-teste, para uma
determinada doença, de apresentar uma nova
probabilidade pós-teste, cuja variação será determinada
pelo coeficiente ou taxa de verossimilhança, que está
ligada a acurácia do teste para identificar a doença em
questão.
16
É a possibilidade de ocorrência de um evento.
Entretanto chance e probabilidade de ocorrência de um
evento são relacionados, mas não são idênticas.
17
Sífilis
Doença infecciosa
Formas de transmissão:
- relações sexuais desprotegidas
- transfusão de sangue contaminado
- durante a gestação e o parto
Agente etiológico: Treponema pallidum
espiroqueta – forma de espiral
3 estágio de manifestação: - Sífilis primária
- Sífilis secundária
- Sífilis terciária
- Principais sintomas
- Mais transmissível
Sífilis Sífilis primária ou Cancro duro
- Pequena ferida nos órgãos sexuais e com ínguas nas
virilhas
- Surgem entre a 2ª ou 3ª semana após o contágio
- Não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus.
lesão rosada ou ulcerada, geralmente única,
pouco dolorosa, com base endurecida, fundo
liso, brilhante e secreção serosa escassa.
- Após um certo tempo, desaparecem sem deixar cicatriz,
dando ao indivíduo a falsa impressão de estar curada
18
- Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo
- Manchas em várias partes do corpo
- Presença de lesões cutâneo-mucosas, não ulceradas
- 6 a 8 semanas do aparecimento da sífilis primária
Sífilis Sífilis secundária
- desaparece durante um longo período,
- aparente cura
- doença pode ficar estacionada por meses ou anos
Até o momento em que surgem complicações graves
Sifilis latente
Sífilis Sífilis terciária
- Após 3 a 12 anos de infecção
- Lesões: cutâneo-mucosas (tubérculos ou gomas)
neurológicas
cardiovasculares
articulares
Em gestantes, poderá causar aborto, natimorto ou má formação do feto.
19
Sífilis
Sífilis congênita
- Disseminação hematogênica do T. pallidum por via transplacentária
- Pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna
- Depende do estágio da doença na mãe e a duração da exposição do feto no útero.
Quanto mais recente a infecção materna mais treponemas circulantes
maior o risco de transmissão para o bebê.
Transmissão direta pelo canal de parto se houver lesões genitais maternas
Durante o aleitamento se houver lesão mamária por sífilis
Aborto espontâneo, morte fetal, prematuridade, recém-
nascidos com sintomas da doença.
Sífilis DIAGNÓSTICO
- Microscopia de campo escuro
- Não é método de rotina
-Gota de exsudato coletado da lesão
- Visualização dos treponemas móveis:
sensibilidade: 74 a 86%
especificidade: ~100%.
Pesquisa direta do T. pallidum
20
Sífilis DIAGNÓSTICO
principal forma de se estabelecer o diagnóstico da sífilis
Testes não-treponêmicos
VDRL: Venereal Diseases Research Laboratory
RPR: Rapid Plasma Reagin
Na sífilis congênita:
Títulos se mantêm ou ascendem infecção ativa.
Testes sorológicos:
Testes treponêmicos
TPHA: Treponema pallidum Hemaglutination
FTA-Abs: Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption
ELISA
Teste (+) no soro de recém-nascidos:
Transf. passiva de IgG materno Tendem a diminuir até negativar cuidado
Sífilis DIAGNÓSTICO
VDRL e RPR: Floculação/ Aglutinação
-Triagem sorológica
-Alta sensibilidade
- Possibilidade de titulação
- Técnica simples, rápida, baixo custo
RPR – 86 a 100%
VDRL – 78 a 100% Acompanhamento
sistemático do
tratamento
Desvantagens:
- falsos-(+): reações cruzadas com outras infecções treponêmicas ou outras
doenças: lupus, artrite reumatóide, hanseníase
- falsos-(-): efeito prozona (excesso de ac)
Redução da sensibilidade nos estágios primário e tardio
21
Hemaglutinação:
TPHA (Treponema pallidum Hemaglutination)
Imunofluorescencia indireta:
FTAAbs (Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption),
Enzimaimunoensaio
ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay)
elevada especificidade
permite a exclusão dos resultados falso positivos dos testes não-treponêmicos
Testes utilizados para a confirmação:
Pesquisa de ac, com ag
treponêmicos não patogênicos
Sífilis
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DOS TESTES SOROLÓGICOS PARA SÍFILIS
TESTE CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4
VDRL Reagente Reagente Não reagente Não reagente
HAI Reagente Não reagente Não reagente Reagente
IFI Reagente Não reagente Reagente Reagente
EIE Reagente Não reagente Reagente Reagente
22
REAÇÕES FALSO-POSITIVAS PARA SÍFILIS
AGUDAS:
- Epstein – Barr vírus
- Rickettsias
- Vacinação
- Gestação
- Drogas (Medicamentos – tóxicos)
CRÔNICAS:
- Tuberculose
- Lepra
- Doenças auto – imunes
- Geriátricos
Hepatites
• Hepatites • A – HAV
• B – HBV
• C – HCV
23
Avaliação das Hepatites
Sintomas.
Avaliação Clínica.
Avaliação Laboratorial:
Bioquímica
Imunológica
Molecular
Avaliação Bioquímica
oAlanina – Aminotransferase.
oAspartato – Aminotransferase.
oGama Glutamil Transferase.
Provas que refletem alteração do hepatócito:
24
Avaliação Bioquímica
-Bilirrubinas.
-Eletroforese de Proteínas.
-Fatores de coagulação.
Provas que refletem alteração do hepatócito:
Avaliação Bioquímica
-Fosfatase Alcalina.
-Gama Glutamil Transferase.
-Bilirrubinas.
Provas que refletem alteração do fluxo biliar:
25
Avaliação Imunológica
-Imunodifusão Radial.
-Contra-Imunoeletroforese.
-Radioimunoensaio.
-Imunofluorimetria.
-Quimioluminescência.
-Eletroquimioluminescência
-Imunoeletrotransferência.
Biologia Molecular
-PCR - Polymerase Chain Reaction
-NASBA - Nucleic Acid Based on
Amplification.
-LCR - Ligase Chain Reaction.
-b-DNA - Branched DNA.
26
Hepatite A
Hepatite A
Não Reagente
ReagenteNão Reagente
Reagente
Testar para outros agentes Infecção pregressa
Estado Imune
Pesquisar Anti HAV IgG Infecções Reagentes pelo HAV
HAV - IgM
Material Biológico
27
Hepatite B
Hepatite B
Hepatite Aguda
Hepatite Fulminante Infecção Aguda
Cirrose
Portador Sadio
Recuperação
Hepatite Crônica
Doença Sub-Clínica
Morte
Carcinoma
Hepatocelular
Morte
Recuperação Infecção Persistente
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Marcadores da Hepatite B
Marcador Característica
HBV-DNA Indica replicação ativa
HBsAg Primeiro marcador da infecção pelo HBV
HBeAg Indica replicação viral ativa
Anti-HBc IgM Indica infecção aguda e replicação viral
Anti HBc Total Indica infecção atual ou pregressa
Anti HBe Indica bom prognóstico de recuperação
Anti HBs Indica recuperação ou imunidade
Marcadores Sorológicos e Estado Clínico na Hepatite B
HBV-DNA HBeAg HBsAg Anti HBc Total Anti HBc IgM Anti Hbe Anti HBs Infectividade Estado Clínico
+ + Alta I. aguda
+ + + + + Alta I.A. / R.V.
+ + + Alta I./ fim RV
+ + Potenc. Jan.Imun.
+ + + Potenc. Convalesc.
+ + + Não Rec./Im.
+ + + + Alta I.C/Replic.
+ + + / - Alta Inf.Crôn.
+ Não Imunizado
29
Hepatite C
Hepatite C
Infecção Aguda
Hepatite Fulminante Resolução
Cirrose Estável
Doença Estável Cirrose
Hepatite Crônica
Carcinoma
Hepatocelular
Morte
15% 85%
Rara
80% 20%
50%
30
Testes Utilizados para o Diagnóstico do HCV
Ensaio Antígeno/Primer Observação
ELISA 1ª geração C100/NS3 Sensibilidade baixa
ELISA 2ª geração C22/C33c/C100
NS3
Sensibilidade alta
ELISA 3ª geração C22/C33c/C100
NS3/NS5
Detecção precoce
RIBA 2ª e 3ª
geração
C22/C33c/C100
NS3/NS4/NS5
Confirmatório
PCR-RNA Vários Primers Confirmatório - genotipagem
Hepatite C
Soroteca
Não Reagente
Não Reagente
PCR
Confirmação
Indeterminado
PCR
Quantificação
Genotipagem
reagente
RIBA 3ª geração
Reagente
ELISA 3ª geração
Avaliação Clínica
Testes Bioquimicos
31
Limitações do Imunodiagnóstico do HCV
1. Distinção não evidente entre Hepatite C aguda e Hepatite C crônica, devido ao aparecimento inconsistente do anti-HCV IgM
2. Resultados falso-positivos:
- Doença hepática auto-imune
- Hipergamaglobulinemia
- Crioglobulinemia tipo 3
- Vacinação para Influenza
Limitações do Imunodiagnóstico do HCV
32
3. Resultados falso-negativos:
- Indivíduo portador de HIV
- Variação genotípica
Limitações do Imunodiagnóstico do HCV
Distribuição dos Subtipos de HCV no Brasil
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1a (24%)
1b (50%)
2a (1%)
2b (4%)
3a (21%)
33
RUBÉOLA
- Agente etiológico: vírus de RNA - gênero Rubivírus
- Transmissão: direta, pelo contato com secreções
nasofaríngeas de pessoas infectadas
ou com o doente.
* raramente por contato indireto, ou com objetos recém-contaminados com
secreções nasofaríngeas, sangue, urina ou fezes.
- Período de incubação: pode variar de 12 a 23 dias, durando em média 17 dias
- Transmissibilidade: de 5 a 7 dias antes do aparecimento do exantema e pelo
menos o mesmo período após sua manifestação
Rubéola
34
Rubéola
- Doença exantemática viral aguda
- Caracteriza-se por:
Febre baixa, exantema máculo-papular, que se
inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se
para o tronco e membros, acompanhada por linfadenopatia
generalizada.
Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite,
conjuntivite, coriza e tosse.
Cerca de 25 a 50% das infecções pelo vírus da rubéola são subclínicas, ou seja,
as infecções se desenvolvem sem apresentar sinais e sintomas clínicos
característicos da doença.
Rubéola
-Importância clínica e epidemiológica:
Possibilidade da transmissão vertical da gestante para o feto
pode resultar em complicações da gravidez (aborto e natimorto)
ou na ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC)
uma importante complicação da infecção pelo vírus
durante a gestação, especialmente no primeiro trimestre
Comprometimento do desenvolvimento do feto, aborto,
morte fetal, natimortalidade e anomalias congênitas.
35
Rubéola - Geralmente grave
- 40 a 60% dos RN cujas mães foram infectadas durante os dois primeiros meses
de gestação;
- 30 a 35% dos RN, no 3º mês de gestação,
- 10% dos RN quando a infecção na gestação se dá durante o 4º mês
- mais raro o acometimento após a 20ª semana.
No BR, a rubéola pós-natal é uma doença de notificação
compulsória desde 1996.
A vacina contra rubéola (vacina tríplice viral- sarampo,
rubéola e caxumba) foi implantada na rede pública em
1992. Aplicada aos 12 meses de idade, com um reforço
entre quatro e seis anos de idade
SRC pode acometer
Rubéola
-Aspectos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos.
- O diagnóstico sorológico:
busca detectar a presença de anticorpos IgM específicos para rubéola,
até o 28º dia do início do exantema, o que irá indicar infecção recente.
A detecção de anticorpos IgG ocorre, geralmente, após o desaparecimento
do exantema, alcançando pico máximo entre 10 e 20 dias, permanecendo
detectáveis por toda a vida.
DIAGNÓSTICO
Para todos os casos suspeitos de rubéola
(pós-natal, gestante com suspeita de rubéola e gestante com suspeita
de contato com paciente com rubéola).
36
Rubéola
- Títulos elevados de anticorpos IgM anti-rubéola, indicam rubéola aguda.
-Com os resultados de IgM “border line” ou inconclusivo: repetir o teste 2 a 3 semanas
depois. Se a IgM se tornar positiva, há rubéola aguda.
- Os anticorpos da classe IgM aparecem, geralmente, durante a manifestação clínica,
declinam rapidamente, mas persistem por pelo menos um mês.
- Os anticorpos anti-rubéola da classe IgG atingem um nível máximo e começam a
declinar gradualmente até atingirem um nível que persistirá por muitos anos.
- Por causa da rapidez na resposta dos anticorpos anti-rubéola, é importante realizar os
testes sorológicos o mais rápido possível após o contato com pessoas infectadas ou
aparecimento do rash.
- O feto infectado é capaz de produzir ac específicos da classe IgM e IgG para rubéola antes
mesmo do nascimento.
- Os anticorpos IgG maternos podem ser transferidos passivamente ao feto através da placenta
- Não é possível diferenciar os anticorpos IgG maternos daqueles produzidos pelo próprio feto,
quando infectados na vida intra-uterina.
- Como a quantidade de IgG maternos diminui com o tempo, a persistência dos níveis de Ac IgG
no sangue do RN é altamente sugestiva de infecção intra-uterina.
IgG de baixa avidez
- A presença de anticorpos IgM específicos para rubéola no sangue do RN é evidência de
infecção congênita, uma vez que os anticorpos IgM maternos não ultrapassam a barreira
placentária.
-Os anticorpos IgM podem ser detectados em 100% das crianças com SRC até o 5º mês; em
60%, entre 6 a 12 meses; e em 40%, de 12 a 18 meses. Raramente são detectados após o 18º
mês.
Rubéola O feto...
37
Rubéola
- Normalmente, durante a 19a a 25a semana (vida intra-uterina), o anticorpo IgM
específico fetal pode ser detectado, e a partir daí, ele aumenta gradativamente até
constituir parcela importante do pool de anticorpos do cordão umbilical.
- Às vezes, se a infecção é muito severa , encontra-se também a IgA fetal .
-A IgG fetal também é produzida em pequenas quantidades mas se confunde com a IgG
materna.
No feto...
O sangue de cordão de um recém-nascido infectado contém:
IgG materna em grandes quantidades;
IgA e IgM fetal;
IgG fetal ( em pequenas quantidades ).
Rubéola
ISOLAMENTO VIRAL
- O vírus da rubéola pode ser isolado em diversos órgãos e materiais (orofaringe, placenta,
tecidos fetais de abortos, sangue, urina e fezes)
- Através de culturas em células de órgãos de diversos animais sua identificação é
definitivamente diagnóstica .
- Estas técnicas trabalhosas, demandam muito tempo.
2)TESTES SOROLÓGICOS
- Rápidos e simples
- Empregados na prática diária, no diagnóstico de rubéola congênita, diagnóstico da infecção
pós natal e para determinar o estado imunitário.
DIAGNÓSTICO
38
- O ensaio imunoenzimático (ELISA)
- Inibição da hemaglutinação (IHA).
Técnicas mais sensíveis:
- Imunofluorescência
- Quimioluminescência
- MEIA, ELFA
Principais métodos utilizados atualmente:
baseia-se na capacidade do vírus de aglutinar hemácias e na
propriedade de inibição desta pelo anticorpo específico.
Detectam ac em menores taxas, mas não significa doença ativa
Rubéola
Rubéola
FATOR REUMATÓIDE
Reação falso-positiva para anticorpos IgM pela interferência de fatores reumatóides
eventualmente presentes nos soros.
REAÇÃO HETEROTÍPICA
Os testes de captura de IgM podem apresentar ocasionalmente resultados falso-positivos
em amostras de pacientes com mononucleose infecciosa, possivelmente porque a
infecção pelo Epstein-Barr vírus estimula linfócitos B anteriormente estimulados pelo vírus
da rubéola
Cuidados:
39
TOXOPLASMOSE
- É uma zoonose causada por um protozoário, o Toxoplasma gondii
A Toxoplasmose
-Uma das doenças com índices de prevalência mais altos do mundo.
- Normalmente as pessoas que ficam com toxoplasmose nem ficam sabendo que a
tiveram, confundindo seus sintomas com os de uma gripe.
Transmissão:
- ingestão de cistos na carne crua ou mal cozida de animais portadores.
- ingestão de oocistos provenientes de fezes de gatos, seja pelo manuseio da caixa
de areia, contato com solo ou verduras contaminados.
- infecção transplacentária
Hospedeiro definitivo: felinos
Hospedeiros intermediários: HOMENS, roedores, suínos, bovinos, aves
Toxoplasmose
40
-Nas pessoas que possuem a imunidade preservada a infecção aguda é
sintomática em apenas 10% a 20% dos casos.
- Principais manifestações: presença de linfonodomegalia (pescoço), febre, dores
nos músculos e articulações, cansaço, dores de cabeça e alterações visuais, dor
de garganta, surgimento de exantema.
- A infecção aguda regride em algumas semanas, embora possa ser reativada
quando houver queda de resistência, já que o protozoário não é eliminado do
corpo.
Toxoplasmose ocular:
-Infecção e lesão na retina, que causa uma
inflamação dentro do olho, podendo ou não
causar baixa de visão.
Toxoplasmose
Um período de risco para se adquirir a infecção aguda:
durante a vida intra-uterina
transmissão vertical
- De cada 100 gestantes com infecção aguda, 40 crianças nascem infectadas.
- Cerca de 5 a 24% das crianças infectadas nascem doentes ou morrem no
período neonatal.
A transmissão congênita ocorre quando a mãe adquire
a infecção aguda durante a gravidez.
As alterações fetais variam de acordo com o trimestre da gravidez em que ocorreu
a infecção materna.
Do começo para o final da gravidez, cresce o risco de transmissão do parasita da
mãe para o feto, mas diminui a gravidade da doença para o recém-nascido.
Toxoplasmose
41
-transmissão é muito comum
-doença se mostra mais benigna
e muito menos problemática para
o recém-nascido.
No primeiro trimestre...
Mãe com a
doença ativa transmissão para o
concepto
-10-20% de probabilidade de transmissão
-conseqüências sérias:
Abortos
Encefalites
Lesões oculares cicatriciais
No segundo trimestre...
Mãe com a
doença ativa transmissão para o
concepto
- transmissão em 1/3 das gestações
- agressões do parasita mais atenuadas
pequeno retardo mental
problemas oculares
No terceiro trimestre...
Mãe com a
doença ativa transmissão para o
concepto
Toxoplasmose
Objetivo:
determinar se a mulher grávida adquiriu infecção aguda durante a gestação.
DIAGNÓSTICO NA GRAVIDEZ
Hemograma: anemia, eosinofilia, linfócitos atípicos
Testes imunológicos: específicos
- Hemaglutinação (semi-quant)
- Imunofluorescência
- Enzimaimunoensaio
- Quimiluminescência (quant)
- Western-blot
- PCR
Dosagem de:
IgM
IgG
IgA
Avidez de IgG
Toxoplasmose
42
Avidez de IgG: determinar se a infecção foi adquirida no passado distante ou recentemente.
Após uma estimulação antigênica, os anticorpos produzidos possuem uma baixa
afinidade. Durante o curso da resposta imunológica existe uma maturação da afinidade dos
anticorpos que aumenta progressivamente em semanas ou até meses.
Útil para excluir se a infecção ocorreu nos últimos quatro ou cinco meses.
Quanto maior for a avidez, mais antiga é a infecção;
Quanto menor a avidez, mais recente a infecção.
- Útil em mulheres grávidas nos primeiros meses de gestação, que apresentam IgG e IgM (+)
- O teste da avidez não deve ser utilizado isoladamente como um teste de diagnóstico definitivo
Toxoplasmose
Perfil 1
- provável infecção aguda recente
- se gestante, provável conversão durante a gravidez
- risco de contaminação fetal
- fase aguda tardia
- passados 3-6 meses após infecção:
- se gestante com meses de gestação, monitorar
- acompanhamento laboratorial
IgM: reagente
IgA: reagente
IgG: reagente
Avidez de IgG baixa
Perfil 2
IgM: reagente
IgA: não reagente
IgG: reagente
Avidez de IgG intermediára
Perfil 3
IgM: não reagente
IgA: não reagente
IgG: reagente
Avidez de IgG alta
- fase crônica
- observar imunodeficiências
Toxoplasmose
43
Citomegalovírus
Causada por um vírus da família Herpesviridae
apresenta latência
reativação
Prevalência baixo nível socioeconômico
Transmissão presente em várias secreções biológicas
Imunocompetentes assintomática
quadro gripal
Citomegalovírus
44
Gestantes passagem transplacentária
infecção aguda risco maior - 40%
reativação risco 1 -2%
Gravidade maior na primoinfecção
90% das crianças infectadas são assintomáticas ao
nascimento
15% desenvolvem distúrbios neurossensoriais.
Sintomas petéquias, hepatoesplenomegalia, icterícia,
trombocitopenia, anemia, microcefalia, calcificações
intracranianas e surdez neurossensorial
Citomegalovírus
Idade gestacional não influencia risco de transmissão
intra-uterina
Consequências clínicas parecem se agravar se
infecção antes da 16° semana de gestação
Atualmente há maior preocupação com rastreamento e
diagnóstico alta incidência
sequelas fetais irreversíveis
Ainda não há consenso na literatura sobre a recomendação
do rastreamento universal no pré-natal
Citomegalovírus
46
Infecção primária Pesquisa de IgM na gestante
baixo valor preditivo
Pesquisa de avidez de IgG
Infecção secundária Pesquisa de avidez de IgG
Infecção fetal PCR no líquido amniótico a partir da
21° semana de gestação
ultrassom
ressonância nuclear magnética
Não há tratamento intra uterino para infecção congênita
prevenção
Citomegalovírus
Diagnóstico
Chlamydia Trachomatis
47
Chlamydia trachomatis
Bactéria doença sexualmente
transmissível
problema de saúde pública
Pode ser assintomática
uretrite, doença inflamatória pélvica,
salpingite, endocervicite, infertilidade, gravidez ectópica,
síndrome de Reiter
Aumento da taxa de transmissão do HIV
Frequente associação com gonorréia 40 – 60%
Chlamydia trachomatis
Frequência 15%
Grupo de risco adolescência
promiscuidade
antecedentes de DST
parceiro com uretrite
ectopia cervical e/ou cervicite
Gestantes aborto
parto prematuro
complicações perinatais
48
Chlamydia trachomatis
Transmissão parto
possibilidade de transmissão intra-uterina no final
da gravidez
Recém nascido conjuntivite
pneumonia
complicações respiratórias
Chlamydia trachomatis
49
Chlamydia trachomatis
Cultura celular
Pesquisa de antígenos
Imunofluorescência direta
Enzimaimunoensaio
Pesquisa de ácidos nucléicos
Sondas de DNA
Amplificação
Pesquisa de anticorpos
Imunofluorescência indireta
Microimunofluorescência indireta
Enzimaimunoensaio indireto
Diagnóstico:
Chlamydia trachomatis
Cultura:
Vantagem baixa possibilidade de contaminação
preservação para estudos adicionais
Desvantagem custo elevado
manter os microorganismos viáveis
demora no resultado
Especificidade 100%
Sensibilidade 80%
Para verificar a positividade do teste, através da
presença de inclusão citoplasmática constituída de EB e
RB, cora-se o tecido cultivado preferentemente com
anticorpo monoclonal fluorescente.
50
Chlamydia trachomatis
Pesquisa de antígenos
Imunofluorescência direta identificação dos
corpúsculos elementares com uso de anticorpos
monoclonais fluorescentes
sensibilidade 85%
Especificidade 98%
Enzimaimunoensaio detecta o antígeno através de
anticorpos mono ou policlonais marcados com ennzima
Reações cruzadas com bactérias Gram negativas
Sensibilidade 62 – 75%
Especificidade 98%
Utilização de anticorpo bloqueador 99,5%
Principal vantagem equipamentos automatizados
Chlamydia trachomatis
Pesquisa de anticorpos
Sorologia não é o melhor método para diagnóstico.
Imunofluorescência indireta
Enzimaimunoensaio indireto
Microimunofluorescência indireta
Mais sensível
Espécie e subespécie específica
Trabalhosa
Alto custo
52
Chlamydia trachomatis
Pesquisa de ácidos nucléicos
Sondas de DNA
Sensibilidade 75%
Especificidade 95 – 99%
Obtenção de resultados rapidamente
Pequena quantidade de material
Amplificação de ácidos nucléicos
Polymerase Chain Reaction (PCR)
Ligase Chain Reaction (LCR)
Transcription-Mediated Amplification Assay (TMA)
Sensibilidade 77 – 93%
Vantagens utilização de urina
Desvantagens Custo
Chlamydia trachomatis