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2011/2012 Ana Sofia Coutinho Vigário Rodrigues Avaliação da dissincronia ventricular esquerda nas distrofias musculares março, 2012

Avaliação da dissincronia ventricular esquerda nas ... · FA fibrilação auricular atrial fibrilation ... muscular, cursa com dilatação das quatro câmaras e redução da função

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2011/2012

Ana Sofia Coutinho Vigário Rodrigues

Avaliação da dissincronia ventricular

esquerda nas distrofias musculares

março, 2012

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Doutora Elisabete Lousada Martins de Oliveira Bernardes

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Mestrado Integrado em Medicina

Área: Cardiologia

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Doutora Elisabete Lousada Martins de Oliveira Bernardes

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Revista Portuguesa de Cardiologia

Ana Sofia Coutinho Vigário Rodrigues

Avaliação da dissincronia ventricular

esquerda nas distrofias musculares

março, 2012

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Dedicatória

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Doutora Elizabete Martins, a quem devo este trabalho

e o que com ele aprendi. Durante estes meses tive a oportunidade de observar de perto, como de

uma forma simples e cuidada, se entrega à prática da Medicina. Foi um acaso que me levou ao

seu encontro, mas é sem dúvida um exemplo que levarei para as próximas etapas do meu

percurso médico.

À Dra. Carla de Sousa agradeço também sinceramente, pelo exemplo de trabalho e

disponibilidade. Fosse de dia ou de noite, ajudou-me incondicionalmente.

Uma importante etapa da realização deste trabalho foge do alcance das minhas habilitações de

aluna do 6º ano. A concretização deste trabalho apenas foi possível com a disponibilidade e

amabilidade da Dra. Carla de Sousa, da Dra. Inês Rangel, da Dra. Mariana Paiva, e da Dra. Ana

Sofia Correia que árduamente suaram “eco atrás de eco”. Agradeço a oportunidade de

participação e aprendizagem.

À Mãe, ao Carlos, à Leonor, à Sloggi, à Helena, ao Zé, ao Miguel, ao Pedro, ao Fernando, ao Sr.

Rui Sousa, à Dra. Sónia Menezes, e também ao Rui Ananias e ao Marco, pelo contributo

indispensável e entusiasta.

À Professora Júlia Maciel que permitiu a realização do nosso estudo e que me levou ao

encontro da Doutora Elisabete.

À Dra. Alexandra Gonçalves pela disponibilização do laboratório de ecocardiografia e ao Dr.

Silveira pela facilitação na compreensão da realidade neurológica destes doentes.

Aos técnicos João e D. Esmeralda, pelo auxílio sempre pronto e simpático durante a aquisição

dos exames.

À Dra. Orquídea pela ajuda nas batalhas com a estatística.

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Um agradecimento especial aos meus pais, que tornam possível cada nova conquista. Que me

perdoem pelas noites e noites em que o meu lugar à mesa de jantar tornou a ficar vazio.

Ao Carlos que acompanhou de ouvidos atentos todos os meus desabafos, com quem partilhei

todo o entusiasmo, mas também as dores de cabeça. Obrigada pela paciência, pela curiosidade,

pelo incentivo e pelo abraço.

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Avaliação da dissincronia ventricular esquerda nas distrofias musculares

Evaluation of left ventricular dyssynchrony in muscular dystrophies

Ana Vigário, Estudante de Medicina

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Al. Prof. Hernâni Monteiro 4200-319 Porto, Portugal

E-mail: [email protected]; Telefone: (+351) 913091451

Contagem de palavras: 4472

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Resumo

Introdução e objetivos: A distrofia miotónica tipo 1 é a distrofia muscular mais comum no adulto,

sendo frequentes as alterações ao nível do sistema de condução cardíaco. O atraso na condução

intraventricular gera dissincronia da contracção ventricular esquerda com exacerbação da disfunção do

ventrículo esquerdo. Propusémo-nos a avaliar a presença de dissincronia ventricular eléctrica e

mecânica em doentes com distrofia miotónica tipo 1.

Métodos: Foram incluídos 26 doentes com distrofia miotónica tipo 1 e 13 controlos, avaliados por

electrocardiografia de superfície de 12 derivações e ecocardiografia standard bidimensional, com

Doppler pulsado, modo-M e Doppler tecidular.

Resultados: Identificámos diferenças significativas na duração do intervalo PR (p <0,05) e do

complexo QRS (p <0,05) entre o grupo de doentes e o grupo controlo. Documentou-se disfunção

ventricular esquerda em 23% dos casos (n=6) e a função diastólica encontrava-se alterada em 35%

(n=9). Foi documentada dissincronia mecânica em 46% (n=12) dos doentes, e maioria (75%; n=9)

apresentava dissincronia intraventricular. Todos os doentes com bloqueio de ramo esquerdo,

apresentavam dissincronia mecânica.

Conclusões: As diferenças significativas entre casos e controlos na duração do intervalo PR e do

complexo QRS reforçam a idéia de que a alteração do sistema de condução cardíaco é um achado

predominante na distrofia miotónica tipo 1. A prevalência significativa de dissincronia mecânica

nestes doentes, mesmo na ausência de bloqueio de ramo esquerdo, parece indicar que a avaliação de

dissincronia pode ser importante no seu seguimento, mesmo antes do aparecimento de alterações no

electrocardiograma.

Palavras-chave: Distrofia miotónica, dissincronia ventricular esquerda, Doppler tecidular, bloqueio de

ramo esquerdo.

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Abstract

Introduction and objectives: Myotonic dystrophy type 1 is the commonest muscular dystrophy of adult

life, and cardiac conduction abnormalities have been described as main features. The intraventricular

conduction delay generates dyssynchrony of left ventricular contraction with exacerbation of left

ventricular dysfunction. Our aim was to evaluate electrical and mechanical dyssynchrony in myotonic

dystrophy type 1 patients.

Methods: 26 patients with Myotonic dystrophy type 1 and 13 controls were studied with

electrocardiographic and echocardiography data, including tissue Doppler imaging.

Results: PR interval and QRS duration were significantly different from controls (p <0,05). Left

ventricular dysfunction was seen in 23% of patients (n=6) and diastolic function was impaired in 35%

(n=9). We documented mechanical dyssynchrony in 46% (n=12) of patients and the majority of them

(75%; n=9) showed intraventricular dyssynchrony. Every patient with left bundle branch block had

also mechanical dyssynchrony.

Conclusions: The differences found between cases and controls of PR interval and QRS duration

support the idea that conduction disturbances are a common finding in myotonic dystrophy type 1. The

prevalence of mechanical dyssynchrony was significant in our patients, even without left bundle

branch block, which seems to indicate that the assessment of mechanical dyssynchrony may be

important in cardiac follow up of Myotonic dystrophy type 1 patients, even before the enlargement of

QRS complex is evident.

Key words: Myotonic dystrophy type 1; left ventricular dyssynchrony; tissue Doppler imaging; left

bundle branch block.

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Abreviaturas

Abreviatura Português Inglês BRE bloqueio de ramo esquerdo left bundle branch block DM1 distrofia miotónica tipo 1 muscular dystrophy DMD distrofia muscular de duchenne duchenne muscular dystrophy DVE dissincronia ventricular esquerda left ventricular dyssynchrony ECG eletrocardiograma electrocardiogram FA fibrilação auricular atrial fibrilation

FEVE fração de ejeção do ventrículo esquerdo left ventricular ejection fraction NYHA

New York Heart Association

PVD pacing ventricular direito right ventricular pacing TRC terapia de ressincronização cardíaca cardiac ressynchronization therapy VD ventrículo direito right ventricle VE ventrículo esquerdo left ventricle

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Introdução

Definições e classificação das distrofias musculares

As distrofias musculares pertencem ao grupo das doenças neuromusculares, que afetam de forma

directa e/ou indirecta os vários componentes do sistema nervoso periférico: o nervo periférico (corpo

celular, axónio e mielina), a junção neuromuscular e o músculo.

Definem-se como miopatias (doenças primárias do músculo esquelético) hereditárias, caracterizadas

por degeneração das fibras musculares e fraqueza muscular progressiva, não havendo envolvimento da

inervação do músculo afectado. A descoberta, nas últimas décadas, de defeitos genéticos que

envolvem proteínas exclusivamente expressas no músculo, veio corroborar a sua natureza puramente

miopática(1).

A classificação das distrofias musculares baseia-se na distribuição e severidade do envolvimento

muscular, padrão de hereditariedade e sintomas associados. A electromiografia, o doseamento sérico

de enzimas musculares (p.ex. elevação da CK sérica), o estudo molecular, a biópsia muscular(2) e a

histoquímica(3) são meios utilizados na abordagem diagnóstica.

Atingimento cardíaco das distrofias musculares

Dentro das distrofias musculares, destacam-se quatro grupos frequentemente associados a

complicações cardíacas: as distrofinopatias de Duchenne e de Becker que afetam predominantemente

os músculos da perna, cintura pélvica e escápulo-umeral(4) e são devidas a mutações no gene da

distrofina, localizado no cromossoma X(5, 6); a distrofia miotónica tipo 1, autossómica dominante, que

envolve essencialmente a musculatura distal e, resulta de mutações no gene da proteína cínase da

distrofia miotónica (DMPK); as distrofias musculares de Emery-Dreifuss, originam contracturas do

cotovelo, tendão de aquiles e músculos do compartimento posterior do pescoço, para além da fraqueza

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muscular umero-peroneal(7), e derivam de mutações em proteínas da membrana nuclear, emerina

(ligada ao X) e as lâminas A e C (autossómica dominante(8)); alguns subtipos das distrofias das

cinturas que cursam com fraqueza da musculatura proximal e que são caracterizadas por uma grande

heterogeneidade clínica e molecular(9).

Distrofias com atingimento predominante do miocárdico: distrofinopatias de Becker e de Duchenne

Nas distrofias musculares de Duchenne e de Becker a doença cardíaca ocorre após o início da fraqueza

muscular, cursa com dilatação das quatro câmaras e redução da função ventricular esquerda, ou seja,

miocardiopatia dilatada. A doença evolui geralmente de um estadio subclínico, para a insuficiência

cardíaca(10) progressiva, condicionando muitas vezes o prognóstico vital destes doentes. A severidade

da miocardiopatia pode não estar relacionada com a severidade da doença muscular esquelética.(11)

Podem ocorrer arritmias auriculares e ventriculares(11), mas o atingimento do sistema de condução

cardíaco é raro nestes doentes, nomeadamente a presença de QRS alargado ou bloqueio de ramo

esquerdo (BRE)(12).

Distrofias com atingimento predominante do sistema de condução: Distrofia miotónica tipo 1 ou de

Steinert

A distrofia miotónica tipo 1, descrita pela primeira vez por Steinert em 1909(13), é a distrofia muscular

mais comum no adulto (com uma incidência apróximada de 1:8000(14)), sendo a doença cardíaca uma

complicação bem conhecida da mesma.(15)

É uma doença causada por uma mutação no braço longo do cromossoma 19 (19q13.3), na forma de

expansão instável do tripleto citosina-tiamina-guamina (CTG), na região 3’ não codificadora do gene

da proteína cínase da distofia miotónica (DMPK)(16). Os indivíduos normais têm 5-35 repetições CTG

neste locus, enquanto os pacientes com DM tipo 1 têm repetições que podem ir até às centenas e

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milhares. A severidade da doença está geralmente relacionada com o número de repetições, sendo

tanto maior a severidade quanto maior for o número de repetições CTG(17). As famílias com DM são

muitas vezes afectadas pelo fenómeno de antecipação, no qual se verifica o aparecimento mais

precoce e mais severo nas gerações subsequentes(16).

Trata-se de uma doença multissistémica e progressiva com um fenótipo extremamente variável, que

inclui a miotonia, fraqueza e atrofia muscular esqueléticas.

A nível cardíaco, a alteração mais frequente é ao nível do sistema de condução, havendo risco

aumentado de morte súbita(15, 18, 19). A miocardiopatia é rara e, de um modo geral, uma manifestação

tardia da doença(15). Sabe-se também que os doentes com comprometimento neurológico mais severo

possuem maior risco de vivenciar eventos cardíacos adversos(18).

Atingimento do sistema de condução cardíaco na distrofia miotónica

Os distúrbios do sistema de condução e as taquiarritmias ocorrem comummente na distrofia

miotónica, embora os pacientes se apresentem frequentemente assintomáticos(20).

Os distúrbios do sistema de condução constituem a principal anomalia cardíaca observada na distrofia

miotónica.(21) Qualquer porção do sistema de condução pode ser afetada, mas é o sistema de His-

Purkinge o primariamente envolvido. Observa-se um aumento do intervalo PR, um aumento da

duração do complexo QRS e do intervalo HV(15).

No eletrocardiograma (ECG), os doentes podem apresentar bradicardia, fibrilação auricular, flutter

auricular, extra-sístoles ou bloqueio completo de ramo esquerdo ou direito (BRE ou BRD,

respetivamente). As taquiarrimtmias ventriculares são achadas frequentes que podem causar morte

súbita(15).

A origem das alterações cardíacas é ainda desconhecida. A mutação do gene DMPK acarreta a

alteração da função da proteína cínase da miotonina o que conduz um metabolismo celular anormal,

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modificação do fluxo de iões através da membrana e a promoção da lesão celular com consequente

fibrose. Estas alterações predispõe à ocorrência de arritmias e distúrbios da condução(15).

Histopatologicamente conhecem-se alguns achados frequentes, como a fibrose intersticial do sistema

de condução, a hipertrofia dos miócitos e a infiltração de tecido adiposo. Alguns casos apresentam

também desarranjo das miofibrilas e infiltração de linfócitos(15). A presença de fibrose miocárdica

heterogénea parece estar associada a pacientes com maior risco de morte súbita(19).

A fibrose pode estar presente mesmo quando o ECG é normal(19).

Importância do QRS alargado: relação com a dissincronia ventricular

O atraso na condução cardíaca intraventricular gera dissincronia da contracção ventricular esquerda,

reduzindo o fornecimento de energia, despoletando anomalias moleculares e metabólicas regionais,

exacerbando assim a disfunção ventricular esquerda(22).

O prolongamento do QRS no BRE está associado a dissincronia da contracção ventricular e a

depressão da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)(23).

A presença de BRE ocorre em 20% - 35% dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica, e

está associado a dissincronia cardíaca e a risco elevado de eventos cardíacos adversos(24). A

dissincronia ventricular esquerda registada na IC produz disparidades profundas na expressão genética

regional. Os genes implicados estão envolvidos em processos importantes como vias metabólicas,

remodelação da matriz extra-celular e respostas miocárdicas ao stress(25). Especula-se que este

aumento de heterogeneidade na parede do ventrículo esquerdo (VE), reflita também a remodelação

heterogénea regional de alguns canais iónicos, com possível aumento do intervalo QT(26, 27). Barth et al

demonstraram pela primeira vez que através da recoordenação da contração ventricular, através da

terapia de ressincronização ventricular, a heterogeneidade da expressão genética produzida pela

dissincronia ventricular esquerda (DVE) pode voltar ao normal, mesmo a um nível genómico(25).

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A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) permite uma redução da DVE, com uma melhoria

hemodinâmica aguda e sustentada em pacientes com IC sistólica, com remodeling inverso do VE(28).

Isto conduz a uma melhoria da capacidade funcional, da qualidade de vida, reduzindo ainda a

mortalidade e o número de hospitalizações(29, 30).

A TRC é um tratamento eficaz para doentes com IC e alargamento do QRS (≥120 ms),

fundamentalmente nos doentes que apresentam um padrão de BRE(22). O principal mecanismo

responsável pelos benefícios da TRC na IC, é a redução da dissincronia eléctrica e mecânica(24).

Observa-se uma maior extensão de dissincronia no BRE do que no BRD(31). Acredita-se que doentes

com uma dissincronia mais severa, respondem melhor à TRC(22). Por outro lado, vários estudos

ecocardiográficos mostraram que a duração do complexo QRS não é um bom marcador de

dissincronia mecânica(24), e a dissincronia intraventricular pode ocorrer em 27% – 56 % dos pacientes

com complexo QRS estreito(31-33).

A presença de DVE afecta também as funções sistólica e diastólica do VE(34-36), podendo ser um

determinante importante da eficácia da TRC independentemente da duração do QRS(37).

Em doentes com pacing ventricular direito (PVD) existe um atraso de condução intraventricular

artificial, que está também associado a efeitos negativos na função sistólica, podendo conduzir a um

remodeling cardíaco adverso, com dilatação ventricular progressiva e IC(38, 39). Foi também descrito

que promove um maior número de regiões hipocontrácteis na parede do VE, quando comparado com o

pacing da parede lateral do VE(40).

O PVD tem um impacto negativo imediato na função sistólica global e piora a dissincronia ventricular

mecânica em pacientes com FE reduzida.

No PVD, o eléctrodo ventricular é posicionado na região apical do ventrículo direito (VD) e o

distúrbio da condução intra-ventricular induzido por pacing traduz-se electrocardiograficamente por

um padrão de BRE. No caso do BRE intrínseco a doença do tecido de condução pode ir da região

proximal do ramo esquerdo às porções mais distais, ou corresponder a doença avançada nas fibras de

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Purkinje distais. Assim, estas duas formas de BRE têm padrões de activação mecânica diferentes, e

isto pode influenciar a avaliação de dissincronia e a previsão de um potencial benefício da TRC(41).

Dissincronia ventricular em doentes com distrofias musculares

Distrofia muscular de Duchenne

Kan N Hor et al demonstraram que há uma prevalência significativa de dissincronia ventricular

mecânica (17%) em pacientes com distrofia muscular de Duchenne (DMD) com fração de ejeção (FE)

< 55% e, que a prevalência de dissincronia é maior no grupo de doentes com doença cardíaca mais

avançada (FE mais baixa e evidência de fibrose). Verificaram também que, dos 236 pacientes, apenas

um apresentava QRS alargado, sugerindo a ausência de dissincronia eléctrica nesta população de

doentes. Concluíram que os rapazes com DMD e DVE não podem ser avaliados e selecionados para

TRC utilizando os critérios atualmente consignados para os doentes com IC(42), uma vez que o

complexo QRS é estreito em 97% da população, a FE é geralmente superior a 35% e, devido à

natureza da doença, a classificação funcional da New York Heart Association (NYHA) não pode ser

utilizada(12).

Distrofia miotónica

Em doentes com DM, apesar do característico atingimento do sistema de condução cardíaco com

BRE, existe escassez de dados relativos à presença de dissincronia mecânica.

Lindqvist et al verificaram que, numa população de doentes com distrofia miotónica tipo 1, 61%

tinham t-IVT (tempo isovolumétrico total)> 12,3 s/min, dado consistente com a presença de

assincronia severa do VE e consequentemente função ventricular insuficiente. Concluíram que esta

situação pode condicionar tolerância limitada ao exercício físico, estando associada a pior

prognóstico(21).

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A importância de investigar a presença dissincronia ventricular esquerda nos doentes com distrofia

miotónica reside não só no aprofundar do conhecimento das alterações do sistema de condução, mas

também na possibilidade de melhorar a abordagem diagnóstica e terapêutica cardiológica nestes

doentes.

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Objetivo

Avaliar a presença de dissincronia ventricular eléctrica e mecânica em doentes com distrofia

miotónica tipo 1.

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Métodos

População

Os doentes foram referenciados a partir de uma consulta de doenças neuromusculares e avaliados de

forma consecutiva.

O período de inclusão decorreu entre Janeiro e Dezembro de 2011.

Critérios de inclusão: doentes adultos (idade ≥ 18 anos); diagnóstico molecular de DM1

fundamentado na presença de um nº de cópias CTG no gene DMPK superior a 35 repetições.

Critérios de exclusão: ritmo dependente de pacemaker; presença de insuficiência valvular superior a

ligeira.

Como grupo controlo, foram incluídos indivíduos saudáveis, sem fatores de risco cardiovasculares,

com idêntica distribuição de sexos e idades, relativamente aos doentes com DM1.

Avaliação Clínica

Avaliação dos sinais e sintomas de doença cardíaca e neurológica

Realizou-se um questionário clínico a todos os doentes (apêndice 1), para avaliar a presença das

manifestações mais frequentes da doença, especialmente as do foro cardíaco.

Para avaliação de incapacidade funcional, utilizou-se uma escala padronizada – Modified Rankin Scale

(anexo 1) – em que 0 corresponde à ausência de sintomas e 5 corresponde a incapacidade severa,

doente acamado, incontinente e requerendo cuidados e atenção constante.

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Avaliação electrocardiográfica

Todos os doentes efetuaram um ECG de superfície de 12 derivações, em repouso. A presença de

dissincronia eléctrica definiu-se pelo prolongamento do intervalo QRS igual ou superior a 120ms.

Considerou-se o intervalo PR aumentado quando superior a 200ms(43).

Avaliação ecocardiográfica global

Os ecocardiogramas foram efetuados no equipamento VIVID 7® por dois operadores, sendo as

imagens gravadas e posteriormente relatadas, por consenso, entre ambos.

Foi utilizada ecocardiografia standard bidimensional, com Doppler pulsado, modo-M e Doppler

tecidular (TDI).

As medições foram realizadas com os indivíduos em decúbito lateral esquerdo, durante a expiração

passiva. Todas as medições foram avaliadas em simultâneo com ECG.

A quantificação das câmaras cardíacas (AE, VE, PP, SIV, Ao) foi efetuada segundo as recomendações

da European Society of Cardiology(44).

A função sistólica do VE foi medida através do método de Simpson de acordo com as recomendações

da European Society of Cardiology, segundo as quais se definiu FE do VE diminuída quando inferior

a 55%: de grau ligeiro se superior ou igual a 45%; grau moderado quando inferior a 45% e superior ou

igual a 30%(44).

A função diastólica do VE foi classificada de acordo com as recomendações da American Society of

Echocardiography(45), tendo sido estimada através da análise do fluxo transmitral. Foi determinada a

velocidade máxima do enchimento rápido (E), da contracção auricular (A), o tempo de desaceleração

da onda E (DT), e as velocidades de deslocamento miocárdico no início da diástole (E’). A partir

destas medições foram calculadas as razões E/A e E/E.

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Para estimar a função global do VE, foi determinado o Índice de Tei, calculado pela razão entre o

tempo isovolumétrico total (IVRT + IVCT) e o tempo ejectivo (TE). Segundo a classificação aceite(45)

(apêndice 2), categorizou-se como normal ou anormal: grau 1, grau 2, grau 3.

A função contráctil do VD foi avaliada por Doppler tecidular determinando a onda sistólica

miocárdica S , obtida no anel tricúspide lateral, tendo como valores normais acima de 0.10 m/s(46).

Avaliação da dissincronia mecânica

Foram avaliados parâmetros de dissincronia interventricular e intraventricular, de acordo com

recomendações atuais (47).

A dissincronia interventricular, foi determinada medindo a diferença entre os intervalos de pré-ejeção

ventricular esquerda e direita, estes últimos calculados desde o início do QRS até inicio das curvas de

fluxo Doppler aórtico e pulmonar, respetivamente. Definiu-se dissincronia quando a diferença foi ≥

40ms.

Para avaliar a dissincronia intraventricular foram quantificados 3 parâmetros:

Atraso da contração entre o septo e a parede posterior por modo-M, sendo a dissincronia

definida por atraso ≥ 130ms;

Atraso da contração entre paredes opostas do VE (anterior vs inferior e lateral vs SIV)

medidos desde o início do complexo QRS até ao pico da onda S’, por Doppler tecidular.

Considerou-se a presença de dissincronia se atraso ≥ 65ms.

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Análise Estatística

Foi utilizado o programa PASW Statistics 18. Para as variáveis contínuas, os resultados são

apresentados sob a forma de média ± dp quando a distribuição é normal, utilizando o teste t-Student, e

como mediana, valores máximo e mínimo para as restantes variáveis, aplicando o teste não-

paramétrico de Mann-Whitney. O teste Qui-quadrado e o teste exato de Fisher foram utilizados para

comparação das variáveis categóricas. Foi utilizado o teste correlação de Pearson para testar

determinadas relações entre variáveis contínuas. Considerou-se estatisticamente significativo, um

valor de p<0,05.

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Resultados

As características demográficas e electrocardiográficas são apresentadas na tabela 1, os sinais e

sintomas de doença cardíaca e neurológica na tabela 2, na tabela 3 os achados ecocardiográficas de

dimensionamentos e função cardíaca, e na tabela 4 os parâmetros de dissincronia.

População

Foi avaliada uma população de 26 doentes com DM1, 50% do sexo masculino, com idade média de

38 ± 13 anos, sendo que 46% (n=12) tinham 500 ou mais cópias do tripleto CTG do gene DMPK.

Foi igualmente avaliado um grupo controlo de 13 adultos, 6 (46%) homens, idade média de 35 ± 13

anos de idade, sem antecedentes ou sintomas do foro cardíaco.

Cinco dos doentes (19%) apresentavam sintomas cardiovasculares e quatro (15%) uma baixa

capacidade funcional (MRS≥4), definida de acordo com o algorítmo de classificação utilizado.

Quanto aos antecedentes familiares, a maioria dos doentes 69% (n=18) tinha um ou mais familiares

com o diagnóstico de DM1; 23% (n=6) referia história familiar de morte súbita cardíaca.

Parâmetros electrocardiográficos

A maioria dos doentes (89%; n=23) apresentava-se em ritmo sinusal, 2 doentes com flutter auricular e

1 com FA. Quatro doentes (15%) apresentavam aumento do intervalo PR.

Cinco doentes (19%) apresentavam alargamento do complexo QRS, com critérios de BRE.

Identificámos diferenças significativas na duração do intervalo PR (p <0,05) e do complexo QRS (p

<0,05), entre os doentes e o grupo controlo. Não se encontrámos diferenças na FC entre ambos os

grupos.

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Avaliação ecocardiográfica

Cinco doentes apresentaram dilatação ligeira da AE e o volume da AE foi significativamente maior

nos casos (p=0,04).

O diâmetro do VE (47mm ± 5) não estava alterado na população de doentes.

Documentou-se disfunção ventricular esquerda em 23% dos casos (n=6), 4 com disfunção ligeira e 2

com disfunção moderada.

A função diastólica encontrava-se alterada em 35% (n=9) dos doentes. Destes, 22% (n=2) cumpriam

critérios de disfunção diastólica grau I e 78% (n=7) cumpriam critérios de disfunção diastólica grau II.

A função ventricular direita encontrava-se preservada em todos os casos.

Comparativamente aos controlos, os doentes apresentaram um índice de Tei superior (0,65; 0,38-1,22

vs 0,56;0,46-0,73; p <0,05), e disfunção diastólica mais frequente (p <0,05). Não foram encontradas

diferenças significativas da FE entre os casos e os controlos.

Dissincronia mecânica

Foi documentada dissincronia mecânica em 46% (n=12) doentes.

A maioria (75%; n=9) apresentava dissincronia intraventricular isoladamente (7 de acordo com apenas

um dos critérios); um doente apresentava dissincronia interventricular; e dois apresentavam

simultaneamente dissincronia intra e interventricular.

Todos os doentes com BRE, apresentavam dissincronia mecânica: um dissincronia intra e

interventricular, outro apenas dissincronia interventricular, e os restantes três dissincronia

intraventricular isolada.

Encontrámos diferenças significativas na largura do QRS entre doentes com e sem dissincronia.

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19

Dos 5 doentes que apresentavam diminuição da FE, 4 apresentavam dissincronia mecânica, e destes

apenas 2 dissincronia eléctrica. Estes dois últimos doentes apresentavam o alargamento do QRS mais

exuberante e a menor FE.

Não se registaram diferenças significativas quanto à FVE e FD entre doentes com e sem dissincronia.

Verificou-se a presença de dissincronia mecânica em 56% (n=5) dos doentes com disfunção diastólica

(todos com disfunção grau II).

Em nenhum dos controlos se verificou a presença de dissincronia mecânica (p <0,05).

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20

Discussão

A opção pelo estudo de doentes com DM1 prende-se com o fato de esta ser a distrofia muscular mais

comum em adultos, e uma das que mais frequentemente cursa com atingimento cardíaco,

nomeadamente do sistema de condução.

Por outro lado, ainda pouco se sabe sobre a fisiopatologia da doença cardíaca. Existem poucos

trabalhos avaliando a DVE, e escasso consenso sobre os métodos e a periodicidade de avaliação

cardíaca neste grupo de doentes. Daqui se deduz a importância de expandir os estudos nesta área, no

sentido de melhor compreender a fisiopatologia da doença, e traçar planos de abordagem terapêutica

mais eficazes.

Neste trabalho escolheu-se o ecocardiograma como método de imagem, por ser acessível, económico e

não invasivo, permitindo avaliar os diversos parâmetros da função cardíaca, nomeadamente a presença

de dissincronia ventricular. Lindqvist et al concluíram que a ecocardiografia com Doppler fornece

evidência suficiente sobre a presença a disfunção miocárdica intrínseca em doentes dos DM1(21). A

presença de má janela acústica é a principal desvantagem deste método de imagem. Esta foi, aliás,

uma das limitações do nosso estudo (19% de doentes com má janela), condicionando a realização de

medições, bem como a definição de alguns parâmetros nomeadamente de dissincronia mecânica.

Outro exame que está descrito na literatura para a avaliação destes doentes, é a ressonância magnética

(RMN)(48). Apesar da alta definição de imagem que proporciona e de permitir contornar o problema de

má janela do ecocardiograma, trata-se de um exame mais dispendioso, menos acessível e nem sempre

tolerado por todos os doentes.

Para avaliação da dissincronia, utilizámos dois métodos ecocardiográficos convencionais (Doppler

pulsado e o modo-M) e o Doppler tecidular (TDI). Atualmente não existe consenso relativamente aos

melhores parâmetros de avaliação da dissincronia ventricular.

O TDI tem um grande potencial no diagnóstico da disfunção diastólica do VE, na avaliação da função

ventricular direita, nas pressões intracardíacas e da artéria pulmonar e, na dissincronia ventricular(49).

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21

Vários autores defendem o uso de outros métodos mais avançados na avaliação de dissincronia

ventricular, mas que não estão ainda devidamente validados.(41, 50-52)

Comparativamente com o grupo controlo encontrámos diferenças significativas na duração do

intervalo PR e do complexo QRS, mas não no valor da FE do VE. Embora este resultado esteja

limitado pela dimensão da amostra, põe em evidência a alteração predominante do sistema de

condução cardíaco na DM.

Na nossa população todos os doentes com dissincronia eléctrica apresentavam também dissincronia

mecânica e, os doentes com dissincronia eléctrica mais marcada (QRS=169ms e 201ms), foram

também os que apresentaram menor FE.

Curiosamente identificámos uma prevalência significativa (46%) de dissincronia mecânica nos

doentes com DM1, mesmo na ausência de dissincronia eléctrica (27%) ou de disfunção VE sistólica.

Este resultado parece indicar que a avaliação de dissincronia mecânica pode ser importante na

avaliação cardíaca destes doentes, mesmo antes do aparecimento de alterações no electrocardiograma.

O ECG de superfície não é suficientemente sensível, uma vez que pode existir dissincronia mecânica

sem que se verifique um alargamento do QRS. Yu CM et al afirmam que é provável que o ECG de

superfície não seja sensível o suficiente para detetar a presença e a severidade de um atraso

electromecânico resultante de uma contração assíncrona(36). Esta hipótese é apoiada por Lazarus A et

al, que consideram que um ECG sem alterações não exclui anomalias da condução ou outras formas

de envolvimento cardíaco(53), uma vez que é possível documentar dissincronia mecânica em doentes

com QRS estreito(54). Por outro lado, podemos supor a presença de disfunção miocárdica intrínseca

como estando na origem da dissincronia ventricular, como sugerem também Lindqvist et al (21). Neste

sentido, será pertinente, no futuro, testar esta hipótese avaliando a contractilidade , por exemplo, por

strain ecocardiográfico.

Assumindo a presença de dissincronia mecânica, mesmo na ausência de dissincronia eléctrica e de FE

diminuída, podemos inferir que a dissincronia mecânica poderá ser uma alteração que precede as

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outras duas, podendo inclusive ser entendida como fator de risco para o desenvolvimento de doença

cardíaca em doentes com DM1.

A correção precoce da dissincronia, poderá prevenir ou retardar o aparecimento da disfunção VE.

Corroborar estas hipóteses exige alargar a população de doentes estudados, como também manter o

seguimento a longo prazo.

Não encontrámos uma relação entre o grau de incapacidade física, sintomas CV e a presença de

dissincronia mecânica ou eléctrica, nem relação entre o número de cópias CTG e a presença de

dissincronia. No entanto, o tamanho reduzido da amostra não permite obter resultados conclusivos.

Cerca de 70% dos doentes afirmaram ter um ou mais familiares com diagnóstico molecular de DM1, o

que está de acordo com a associação familiar da DM1 descrita na literatura(55).

Perspetivas terapêuticas

Atualmente está recomendada a implantação precoce de pacemaker em doentes com DM quando o

ECG revela alterações do sistema de condução cardíaco(56).

No entanto, sabe-se que a utilização de pacing ventricular direito pode ter um impacto negativo,

agravando a dissincronia e comprometendo ainda mais a função cardíaca.(57)

Tendo em conta este fato e os nossos próprios resultados, consideramos que não deve ser excluída a

hipótese da terapia de ressincronização cardíaca (pacing biventricular) nestes doentes. Apesar dos

custos elevados, a TRC melhora os sintomas, a performance do VE e a mortalidade em doentes com

IC e QRS alargado(29, 58, 59). e o mesmo poderá suceder em doentes com DM, sobretudo naqueles com

evidência de dissincronia ventricular.

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23

Limitações do estudo

Os resultados obtidos estiveram condicionados pelo número limitado de indivíduos da amostra de

doentes, devendo realçar-se que a DM1 é uma doença pouco prevalente na população geral.

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58. Cazeau S, Leclercq C, Lavergne T, Walker S, Varma C, Linde C, et al. Effects of multisite

biventricular pacing in patients with heart failure and intraventricular conduction delay. The New

England journal of medicine. 2001;344(12):873-80. Epub 2001/03/22.

59. Cleland JG, Daubert JC, Erdmann E, Freemantle N, Gras D, Kappenberger L, et al. The effect

of cardiac resynchronization on morbidity and mortality in heart failure. The New England journal of

medicine. 2005;352(15):1539-49. Epub 2005/03/09.

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Anexos

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A Revista Portuguesa de Cardiologia, órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, é uma publicação científica internacional destinada ao estudo das doenças cardiovasculares.

Publica artigos em português na sua edição em papel e em portu-guês e inglês na sua edição online, sobre todas as áreas da Medicina Cardiovascular. Se os artigos são publicados apenas em inglês, esta versão surgirá simultaneamente em papel e online. Inclui regularmen-te artigos originais sobre investigação clínica ou básica, revisões te-máticas, casos clínicos, imagens em cardiologia, comentários editoriais e cartas ao editor. Para consultar as edições online deverá aceder através do link www.revportcardiol.org.

Todos os artigos são avaliados antes de serem aceites para publi-cação por peritos designados pelos Editores (peer review). A sub-missão de um artigo à Revista Portuguesa de Cardiologia implica que este nunca tenha sido publicado e que não esteja a ser avaliado para publicação noutra revista.

Os trabalhos submetidos para publicação são propriedade da Re-vista Portuguesa de Cardiologia e a sua reprodução total ou parcial deverá ser convenientemente autorizada. Todos os autores deverão enviar a Declaração de Originalidade, conferindo esses direitos à RPC, na altura em que os artigos são aceites para publicação.

Envio de manuscritosOs manuscritos para a Revista Portuguesa de Cardiologia são en-viados através do link http://www.ees.elsevier.com/repc. Para enviar um manuscrito, é apenas necessário aceder ao referido link e seguir todas as instruções que surgem.

Responsabilidades ÉticasOs autores dos artigos aceitam a responsabilidade definida pelo Comité Internacional dos Editores das Revistas Médicas (consultar www.icmje.org).

Os trabalhos submetidos para publicação na Revista Portuguesa de Cardiologia devem respeitar as recomendações internacionais sobre investigação clínica (Declaração de Helsínquia da Associação Médica Mundial, revista recentemente) e com animais de laboratório (So-ciedade Americana de Fisiologia). Os estudos aleatorizados deverão seguir as normas CONSORT.

Informação sobre autorizaçõesA publicação de fotografias ou de dados dos doentes não devem identificar os mesmos. Em todos os casos, os autores devem apre-sentar o consentimento escrito por parte do doente que autorize a sua publicação, reprodução e divulgação em papel e na Revista Portu-guesa de Cardiologia. Do mesmo modo os autores são responsáveis por obter as respectivas autorizações para reproduzir na Revista Portuguesa de Cardiologia todo o material (texto, tabelas ou figuras) previamente publicado. Estas autorizações devem ser solicitadas ao autor e à editora que publicou o referido material.

Conflito de interessesCada um dos autores deverá indicar no seu artigo se existe ou não qualquer tipo de Conflito de Interesses.

Declaração de originalidadeO autor deverá enviar uma declaração de originalidade. Ver anexo IProtecção de dadosOs dados de carácter pessoal que se solicitam vão ser tratados num ficheiro automatizado da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) com a finalidade de gerir a publicação do seu artigo na Revista Por-tuguesa de Cardiologia (RPC). Salvo indique o contrário ao enviar o artigo, fica expressamente autorizado que os dados referentes ao seu nome, apelidos, local de trabalho e correio electrónico sejam publica-dos na RPC, bem como no portal da SPC (www.spc.pt) e no portal online www.revportcardiol.org, com o intuito de dar a conhecer a autoria do artigo e de possibilitar que os leitores possam comunicar com os autores.

INSTRUÇÕES AOS AUTORESTodos os manuscritos deverão ser apresentados de acordo com as normas de publicação. Pressupõe-se que o primeiro autor é o repon-sável pelo cumprimento das normas e que os restantes autores conhe-cem, participam e estão de acordo com o conteúdo do manucrito.

1. Artigos OriginaisApresentação do documento:• Com espaço duplo, margens de 2,5 cm e páginas numeradas.• Não deverão exceder 5.000 palavras, contadas desde a primeira à última página, excluindo as tabelas.• Consta de dois documentos: primeira página e manuscrito• O manuscrito deve seguir sempre a mesma ordem: a) resumo estru-turado em português e palavras-chave; b) resumo estruturado em inglês e palavras-chave; c) quadro de abreviaturas em português e em inglês; d) texto; e) bibliografia; f) legendas das figuras; g) tabelas (opcional) e h) figuras (opcional)-

Primeira páginaTítulo completo (menos de 150 caracteres) em português e em inglês.

Nome e apelido dos autores pela ordem seguinte: nome próprio, seguido do apelido (pode conter dois nomes)

Proveniência (Serviço, Instituição, cidade, país) e financiamento caso haja.

Endereço completo do autor a quem deve ser dirigida a corres-pondência, fax e endereço electrónico.

Faz-se referência ao número total de palavras do manuscrito (ex-cluindo as tabelas).

Resumo estruturadoO resumo, com um máximo de 250 palavras, está dividido em quatro partes: a) Introdução e objectivos; b) Métodos; c) Resultados e d) Conclusões.

Deverá ser elucidativo e não inclui referências bibliográficas nem abreviaturas (excepto as referentes a unidades de medida).

Inclui no final três a dez palavras-chave em português e em inglês. Deverão ser preferencialmente seleccionadas a partir da lista publica-da na Revista Portuguesa de Cardiologia, oriundas do Medical Subject

Normas de publicação da Revista Portuguesa de Cardiologia

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Headings (MeSH) da National Libray of Medicine, disponível em: www.nlm.nihgov/mesh/meshhome.html.

O resumo e as palavras-chave em inglês devem ser apresentados da mesma forma.

TextoDeverá conter as seguintes partes devidamente assinaladas: a) In-trodução; b) Métodos; c) Resultados; d) Discussão e e) Conclusões. Poderá utilizar subdivisões adequadamente para organizar cada uma das secções.

As abreviaturas das unidades de medida são as recomendadas pela RPC (ver Anexo II).

Os agradecimentos situam-se no final do texto.

BibliografiaAs referências bibliográficas deverão ser citadas por ordem numérica no formato ‘superscript’, de acordo com a ordem de entrada no texto.

As referências bibliográficas não incluem comunicações pessoais, manuscritos ou qualquer dado não publicado. Todavia podem estar incluídos, entre parêntesis, ao longo do texto.

São citados abstracts com menos de dois anos de publicação, identificando-os com [abstract] colocado depois do título.

As revistas médicas são referenciadas com as abreviaturas utiliza-das pelo Index Medicus: List of Journals Indexed, tal como se publi-cam no número de Janeiro de cada ano. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/citmatch_help.html#JournalLists.

O estilo e a pontuação das referências deverão seguir o modelo Vancouver 3.

Revista médica: Lista de todos os autores. Se o número de autores for superior a três, incluem-se os três primeiros, seguidos da abreviatu-ra latina et al. Exemplo:

17. Sousa PJ, Gonçalves PA, Marques H et al. Radiação na AngioTC cardíaca; preditores de maior dose utilizada e sua redução ao lon-go do tempo. Rev Port cardiol, 2010; 29:1655-65Capítulo em livro: Autores, título do capítulo, editores, título do

livro, cidade, editora e páginas. Exemplo: 23. Nabel EG, Nabel GJ. Gene therapy for cardiovascular disease. En: Haber E, editor. Molecular cardiovascular medicine. New York: Scientific American 1995. P79-96.Livro: Cite as páginas específicas. Exemplo: 30. Cohn PF. Silent myocardial ischemia and infarction. 3rd ed. New York: Mansel Dekker; 1993. P. 33.Material electrónico: Artigo de revista em formato electrónico.

Exemplo: Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts it an advisory role. Am J Nurs. [serie na internet.] 2002 Jun citado 12 Ago 2002:102(6): [aprox. 3] p. Disponível em: http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm. A Bibliografia será enviada como texto regular, nunca como nota de rodapé. Não se aceitam códigos específicos dos programas de gestão bibliográfica.

1. FigurasAs figuras correspondentes a gráficos e desenhos são enviadas no for-mato TIFF ou JPEG de preferência, com uma resolução nunca inferior a 300 dpi e utilizando o negro para linhas e texto. São alvo de numera-ção árabe de acordo com a ordem de entrada no texto.• A grafia, símbolos, letras, etc, deverão ser enviados num tamanho que, ao ser reduzido, os mantenha claramente legíveis. Os detalhes especiais deverão ser assinalados com setas contrastantes com a figura.• As legendas das figuras devem ser incluídas numa folha aparte. No final devem ser identificadas as abreviaturas empregues por ordem alfabética.

• As figuras não podem incluir dados que dêem a conhecer a proveniência do trabalho ou a identidade do paciente. As fotogra-fias das pessoas devem ser feitas de maneira que estas não sejam identificadas ou incluir-se-á o consentimento por parte da pessoa fotografada.

TabelasSão identificadas com numeração árabe de acordo com a ordem de entrada no texto.

Cada tabela será escrita a espaço duplo numa folha aparte.• Incluem um título na parte superior e na parte inferior são refe-ridas as abreviaturas por ordem alfabética.• O seu conteúdo é auto-explicativo e os dados que incluem não figuram no texto nem nas figuras.

2. Cartas ao EditorDevem ser enviadas sob esta rubrica e referem-se a artigos publica-dos na Revista. Serão somente consideradas as cartas recebidas no prazo de oito semanas após a publicação do artigo em questão.• Com espaço duplo, com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês), os autores (máximo quatro), proveniência, endereço e figuras devem ser especificados de acordo com as normas anteriormente referidas para os artigos originais.• Não podem exceder as 800 palavras.• Podem incluir um número máximo de duas figuras. As tabelas estão excluídas.

3. Casos ClínicosDevem ser enviados sob esta rubrica.• A espaço duplo com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês) não deve exceder 10 palavras

Os autores (máximo oito) proveniência, endereço e figuras serão especificados de acordo com as normas anteriormente referidas para os artigos originais.

O texto explicativo não pode exceder 3.000 palavras e contem in-formação de maior relevância. Todos os símbolos que possam constar nas imagens serão adequadamente explicados no texto.

Contêm um número máximo de 4 figuras e pode ser enviado mate-rial suplementar, como por exemplo vídeoclips.

4. Imagens em Cardiologia• A espaço duplo com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês) não deve exceder oito palavras• Os autores (máximo seis), proveniência, endereço e figuras serão especificados de acordo com as normas anteriormente referidas pa-ra os artigos originais.• O texto explicativo não pode exceder as 250 palavras e contem informação de maior relevância, sem referências bibliográficas. To-dos os símbolos que possam constar nas imagens serão adequada-mente explicados no texto.• Contêm um número máximo de quatro figuras.

5. Material adicional na WEBA Revista Portuguesa de Cardiologia aceita o envio de material electrónico adicional para apoiar e melhorar a apresentação da sua investigação científica. Contudo, unicamente se considerará para publicação o material electrónico adicional directamente relacionado com o conteúdo do artigo e a sua aceitação final dependerá do critério do Editor. O material adicional aceite não será traduzido e publicar-se-á electronicamente no formato da sua recepção.

Para assegurar que o material tenha o formato apropriado reco-mendamos o seguinte:

Normas de publicação da revista portuguesa de cardiologia

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ANEXO IISímbolos, abreviaturas de medidas ou estatística

Formato Extensão Detalhes

Texto Word .doc ou docx Tamanho máximo 300 Kb

Imagem JPG .jpg Tamanho máximo 10MB

Audio MP3 .mp3 Tamanho máximo 10MB

Vídeo WMV .wmv Tamanho máximo 30MB

Os autores deverão submeter o material no formato electró-nico através do EES como arquivo multimédia juntamente com o artigo e conceber um título conciso e descritivo para cada arquivo.

Do mesmo modo, este tipo de material deverá cumprir também todos os requisitos e responsabilidades éticas gerais descritas nes-sas normas.

O Corpo Redactorial reserva-se o direito de recusar o material electrónico que não julgue apropriado.

ANEXO I

DECLARAÇÃO

Declaro que autorizo a publicação do manuscrito:

Ref.ª ........................................................................................

Título ...........................................................................................

........................................................................................................

.........................................................................................................

........................................................................................................

do qual sou autor ou c/autor.

Declaro ainda que presente manuscrito é original, não foi objecto de qualquer outro tipo de publicação e cedo a inteira propriedade à Revista Portuguesa de Cardiologia, ficando a sua reprodução, no todo ou em parte, dependente de prévia autorização dos editores.

Nome dos autores:

.............................................................................................

..................................................................................................

.........................................................................................................

Assinaturas:

Normas de publicação da revista portuguesa de cardiologia

Designação

AmpereAnoCentímetro quadradoContagens por minutoContagens por segundoCurieElectrocardiogramaEquivalenteGrau CelsiusGramaHemoglobinaHertzHoraJouleLitroMetroMinutoMolarMoleNormal (concentração)OhmOsmolPesoPressão parcial de CO2

Pressão parcial de O2

QuilogramaSegundoSemanaSistema nervoso centralUnidade InternacionalVoltMilivoltVolumeWatts

Estatística:

Coeficiente de correlaçãoDesvio padrão (standard)Erro padrão (standard) da médiaGraus de liberdadeMédiaNão significativaNúmero de observaçõesProbabilidadeTeste «t» de Student

Português

Aanocm2

cpmcpsCiECGEq°CgHbHzhJL ou LmminMmolNΩosmolpesopCO2

pO2

kgsSemSNCUIVmVVolW

rDPEPMglχNSnpteste t

Inglês

Ayrcm2

cpmcpsCiECGEq°CgHbHzhJI ou LmminMmolNΩosmolWTpCO2

pO2

kgsecWkCNSIUVmVVolW

rSDSEMdfχNSnpt test

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Provided by the Internet Stroke Center — www.strokecenter.org

MODIFIED Patient Name: ___________________________ RANKIN Rater Name: ___________________________ SCALE (MRS) Date: ___________________________

Score Description

0 No symptoms at all

1 No significant disability despite symptoms; able to carry out all usual duties and activities

2 Slight disability; unable to carry out all previous activities, but able to look after own affairs without assistance

3 Moderate disability; requiring some help, but able to walk without assistance

4 Moderately severe disability; unable to walk without assistance and unable to attend to own bodily needs without assistance

5 Severe disability; bedridden, incontinent and requiring constant nursing care and attention

6 Dead TOTAL (0–6): _______ References Rankin J. “Cerebral vascular accidents in patients over the age of 60.” Scott Med J 1957;2:200-15 Bonita R, Beaglehole R. “Modification of Rankin Scale: Recovery of motor function after stroke.” Stroke 1988 Dec;19(12):1497-1500 Van Swieten JC, Koudstaal PJ, Visser MC, Schouten HJ, van Gijn J. “Interobserver agreement for the assessment of handicap in stroke patients.” Stroke 1988;19(5):604-7

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Apêndices

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Apêndice 1

RECOLHA DE INFORMAÇÃO CLÍNICA – DISTROFIA MIOTÓNICA TIPO 1

IDENTIFICAÇÃO:

Ocupação profissional: ______________________________________________________________________________________

PATOLOGIA NEUROLÓGICA:

Diagnóstico neurológico: _________________________________________________________ Data de diagnóstico ___/___/___

Diagnóstico molecular: Sim Não. Se Sim, qual? ___________________________________________________________________

Manifestação inicial: ________________________________________________________________________________________

Grupo muscular principalmente atingido: _______________________________________________________________________

Limitação actual das actividades diárias: ________________________________________________________________________

Avaliação da capacidade funcional - Modified Rankin Scale (MRS) : Score: ________ (consultar anexo)

PATOLOGIA CARDÍACA:

EXAME OBJECTIVO:

Peso _______ kg Altura _______ m TA ____/____ mmHg

AP normal? Sim Não. Alterações? ______________________________________________________________________________

AC normal? Sim Não. Alterações? _____________________________________________________________________________

Edema MIs? Sim Não.

ECG ____ Data ___/___/___ Alterações? ________________________________________________________________________

EcoCG___ Data ___/___/___ Alterações? _______________________________________________________________________

ANTECEDENTES FAMILIARES:

Familiar com patologia neurológica? Sim Não. Qual? _____________________ Idade de diagnóstico________________________

Familiar com patologia cardíaca? Sim Não. Qual? ________________________ Idade de diagnóstico________________________

Familiar com história de: Morte súbita? Sim Não. Idade _____. Implantação de pacemaker? Sim Não. Idade _____.

Alterações genéticas conhecidas? Sim Não. Qual? _________________________________________________________________

Sintomas Sim Não Data de início

Angina Dor torácica Dispneia Fadiga Lipotímia Síncope Palpitações

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Apêndice 2

Fluxograma 1. Classificação da função diastólica. Elaborado segundo as classificações da American Society of Echocardiography(1)

1. Nagueh SF, Appleton CP, Gillebert TC, Marino PN, Oh JK, Smiseth OA, et al.

Recommendations for the evaluation of left ventricular diastolic function by echocardiography.

Journal of the American Society of Echocardiography : official publication of the American Society of

Echocardiography. 2009;22(2):107-33. Epub 2009/02/04.

e' septoe' lateral

Volume AE

e' septo ≥ 8

e' lateral ≥ 10

Volume AE < 34 mL/m2*

Função Normal

e' septo ≥ 8

e' lateral ≥ 10

Volume AE ≥ 34 mL/m2*

Função Normal,

Coração de atleta

Constritivo

e' septo < 8

e' lateral < 10

Volume AE ≥ 34 mL/m2*

E/A < 0,8DT > 200 ms

E/e' ≤ 8Ar-A < 0 ms

Val ΔE/A < 0,5

grau I

E/A 0,8 - 1,5DT 160 - 200 ms

E/e' 9 - 12Ar-A ≥ 30 ms

Val ΔE/A ≥ 0,5

grau II

E/A ≥ 2DT < 160 ms

E/e' ≥ 13Ar-A ≥ 30 ms

Val ΔE/A ≥ 0,5

grau III

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Apêndice 3

Tabela 1. Dados demográficos e do electrocardiograma

Controlos (n=13) DM1 (n=26) valor de p Idade (anos) 35±13 38±12 NS Homens (%) 46 50 NS FC (bpm) 68 ± 10 67 ± 14 NS Intervalo QRS (ms) 90 (67-108) 102 (85-201) 0,008 Intervalo PR (ms) 156 (143-190) 182 (129-284) 0,003 FC: frequência cardíaca.

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Tabela 2. Sinais e sintomas de doença cardíaca e neurológica

Casos (n=26)

Sintomas CV Ausente 5

Presente 21 Incapacidade funcional (MRS)

Baixa 20 Elevada 4

Nº de cópias CTG Poucas 7 Muitas 12

Sem dados 7 Antecedentes de DM1

Ausente 8 Presente 18

Antecedentes de MSC Ausente 20

Presente 6 CV: cardiovasculares; DM1: distrofia miotónica tipo 1; MRS: Modified Rankin Scale; MSC: morte súbita cardiaca.

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Tabela 3. Dimensões, tempos e função cardíaca Controlos (n=13) DM1 (n=26) valor de p

AEd (mm) 31 (23-40) 33 (22-45) NS AEd (mm2) 40 (26-83) 30 (13-76) 0,044 LVd (mm) 46 ± 4 47 ± 5 NS PP (mm) 7 (5-10) 8 (5-11) NS SIV (mm) 8 (5-11) 8 (6-12) NS Massa VE (g) 122 ± 43 153 ± 6343 NS DT (ms) 218 (102-300) 200 (127-327) NS E (m/s) 0,75 ± 0,13 0,79 ± 0,23 NS A (m/s) 0,57 (0,31-29) 0,5 (0,32-0,96 NS E' (m/s) 0,14 ± 0,03 0,13 ± 0,04 NS E'lateral (m/s) 0,15 ± 0,03 0,15 ± 0,06 NS E'medial (m/s) 0,13 ± 0,04 0,10 ± 0,04 0,041 E/E' 5,18 (3,65-8,50) 5,78 (3,81-11) NS E/E' lateral 4,94 (3,84-7,08) 5,15 (3,05-16,86) NS E/E'medial 6 (3,48-10,63) 7,27 (5,08-22) 0,041 ET (ms) 289 ± 39 2745 ± 37 NS IVCT (ms) 71 (41-116) 91 (64-180) 0,024 IVRT (ms) 90 (66-116) 84 (59-197) NS Índice de Tei 0,56 (0,46-0,73) 0,65 (0,38-1,22) 0,042 FE (%) 62 (55-69) 58 (31-69) NS Stissue VD 0,13 (0,12-0,16) 0,13 (0,10-0,19) NS

A: sístole auricular; AEd: aurícula esquerda na diástole; DT: tempo de desaceleração; E: início diástole; ET: tempo ejetivo; FE: fracção de ejecção; IVCT: tempo de contracção isovolumétrica; IVRT: tempo de relaxamento isovolumétrico; LVd: diâmetro do ventrículo esquerdo na diástole; PP:parede posterior; SIV:septo interventricular; VD: ventrículo direito.

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Tabela 4. Parâmetros de dissincronia Controlos (n=13) DM1 (n=26) valor de p Doppler pulsado

Atraso TE (ms) 14 ± 11 24 ± 20 NS Dissincronia TE

NS

Presente 0 3 Ausente 12 19

Sem dados 1 4

modo-M

Atraso SIV-PP (ms) 60 (10-100) 45 (0-210) NS Dissincronia MM

NS

Presente 0 3 Ausente 13 23

Doppler tecidular

Atraso L-SIV (ms) 22 (0-50) 10 (0-111) NS Dissincronia L-SIV

NS

Presente 0 4 Ausente 12 21

Sem dados 1 1

Atraso A-I (ms) 29 (1-48) 11 (0-114) NS Dissincronia A-I

NS

Presente 0 6 Ausente 10 16 Sem dados 3 4

Dissincronia intraventricular

0,007

Presente 0 11

Ausente 13 15

Dissincronia mecânica

0,003

Presente 0 12

Ausente 13 14

A-I: anterior-inferior; L-SIV: lateral-Septo interventricular; MM: modo-M; SIV-PP: Septo

interventricular-parede posterior; TE: tempo ejetivo.