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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola Politcnica e Escola de Qumica
Programa de Engenharia Ambiental
Elisa Yoshie Okada
AVALIAO DA SEGURANA AMBIENTAL DE CONSTRUO CERTIFICADA LEED:
ESTUDO DE CASO DE UM COLGIO PBLICO NO RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro
2012
UFRJ
Elisa Yoshie Okada
AVALIAO DA SEGURANA AMBIENTAL DE CONSTRUO CERTIFICADA LEED:
ESTUDO DE CASO DE UM COLGIO PBLICO NO RIO DE JANEIRO
Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de
Engenharia Ambiental, Escola Politcnica & Escola de
Qumica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessrios obteno do ttulo de
Mestre em Engenharia Ambiental.
Prof Orientador: D Sc. Eduardo Linhares Qualharini
Rio de Janeiro
2012
OKADA, Elisa Yoshie.
Avaliao da Segurana Ambiental de Construo certificada LEED: Estudo de Caso de um Colgio Pblico no Rio de Janeiro / E.Y.Okada. Rio de Janeiro,2012. f.:93p. il. 30 cm
Dissertao (Mestrado) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politcnica e Escola de Qumica, Programa de Engenharia Ambiental, Rio de Janeiro, 2012.
Eduardo Linhares Qualharini
1. Segurana Ambiental. 2. Construo Sustentvel. 3. Escolas Pblicas. 4. Certificao LEED.
I. Qualharini, Eduardo Linhares. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Politcnica e Escola de Qumica. III. Ttulo.
UFRJ
AVALIAO DA SEGURANA AMBIENTAL DE CONSTRUO CERTIFICADA LEED:
ESTUDO DE CASO DE UM COLGIO PBLICO NO RIO DE JANEIRO
Elisa Yoshie Okada
Orientador: D.Sc. Eduardo Linhares Qualharini
Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de
Engenharia Ambiental, Escola Politcnica & Escola de
Qumica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessrios obteno do ttulo de
Mestre em Engenharia Ambiental.
Aprovada pela Banca:
________________________________________________________ Prof. Eduardo Linhares Qualharini, D.Sc.
________________________________________________________ Prof. Marcelo Gomes Miguez, D.Sc.
_______________________________________________________ Prof. Liane Flemming, D.Sc.
________________________________________________________ Prof. Marcia de Andrade Sena Souza, D.Sc.
Rio de Janeiro
2012
ii
DEDICATRIA
A minha querida filha Elena. Que este estudo possa ser um incentivo a sua futura carreira
voltada para a Educao Ambiental.
querida amiga Mirza Murgado (in memoriam), por suas palavras de incentivo nos
momentos cruciais.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Eduardo Qualharini pela lio de vida e orientao efetiva, competente e bem
humorada.
s amigas Mrcia Hott, e Carmen Rodrigues, pelo apoio, informaes e incentivos.
querida Therezinha Muniz, mais do que apoio, segurana.
minha filha Elena, pelo apoio e pacincia.
Agradeo arquiteta Luiza Junqueira, da ACADE Arquitetura, William da TKCSA, Eng
Eduardo Raposo e a arquiteta Solange, ambos da EBTE.
Arktos Arquitetura Sustentvel, em especial aos arquitetos Maria Jos Gerolimich e Rafael
Tavares e a toda equipe de amigos.
Ao professor Srgio Arajo, pelas informaes e dicas de Segurana conta incndio.
Tiana, pelo suporte logstico e aconchego.
Aos meus queridos pais Akira e Toyomi, pelo carinho e incentivo.
A todos aqueles que contriburam de alguma forma para alcanar este objetivo.
E por ltimo e mais importante, a Deus, por guiar, confortar e mostrar o caminho.
iv
"Eduquem as crianas e no ser necessrio castigar os homens." Pitgoras
v
RESUMO
OKADA, Elisa Yoshie. Avaliao da Segurana Ambiental de Construo certificada LEED: Estudo de Caso de um Colgio Pblico no Rio de Janeiro. Dissertao de Mestrado em Engenharia Ambiental Escola Politcnica e Escola de Qumica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
Ao longo desta ltima dcada, vrias metodologias de avaliao da sustentabilidade
em edificaes foram desenvolvidas, de acordo com Silva (2003), com o propsito de
melhorar a qualidade das construes, minimizando os impactos ambientais gerados pelas
suas diversas fases do ciclo de vida e em atendimento s demandas do mercado. O
crescente interesse por este tipo diferenciado de construo sustentvel incentivou o
estabelecimento do Green Building Council Brasil (GBC, 2012) no municpio de So Paulo,
em 2007. A GBC Brasil, acreditada pela matriz americana, a United States Green Building
Council (USGBC) encaminha o Certificado Ambiental (Selo) para o solicitante quando
alcanado o escore mnimo estabelecido pela metodologia LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design ou Liderana em Energia e Design Ambiental). O resultado
publicado internacionalmente, onde as edificaes so classificadas como, Certificada,
Prata, Ouro ou Platina, dando grande projeo imagem das empresas relacionadas.
A crescente adoo da metodologia de avaliao LEED pelo mercado nacional
(SILVA e PARDINI, 2010), motivou a pesquisa na realizao de uma anlise qualitativa do
LEED Schools (Escolas) sob os aspectos da Segurana Ambiental, de modo a correlacion-
los e identificar os requisitos que conduzem efetiva sustentabilidade, aplicados ao estudo
de caso do Colgio Estadual Erich Walter Heine, localizado na Regio Oeste do Rio de
Janeiro durante as suas fases de projeto e construo.
Palavra-chave: Construo Sustentvel, Certificao LEED Schools, Segurana Ambiental
vi
ABSTRACT
Over the last decade, several methodologies had been used for the assessment of the
sustainability in buildings were developed, according to Silva (2003), with the purpose of
improving the quality of buildings, reduce environmental impacts throughout their life cycle
and according to the demands of the market. The growing interest in this different kind of
sustainable construction encouraged the establishment of the Green Building Council Brazil
(GBC, 2012) in So Paulo, in 2007. The GBC Brazil, accredited by the United States Green
Building Council (USGBC) directs the Environmental Certificate (Seal) to the requestor when
it achieved the minimum score established by the methodology LEED (Leadership in Energy
and Environmental Design or Leadership in Energy and Environmental Design). The result is
published internationally, where the buildings are classified as "Certified", "Silver", "Gold" or
"Platinum", giving the large projection image for the companies listed.
The increasing adoption of LEED assessment in Brazil (SILVA e PARDINI, 2010),
motivated this research, to analyze the method LEED Schools qualitatively under the
Environmental Safety aspects, during its design and construction phases, in order to
correlate them and identify the requirements that lead to effective sustainability, applied to
the case study of Erich Walter Heine State College, built in the Western Region of Rio de
Janeiro.
Keyword: Sustainable Construction, LEED Schools Certification, Environmental Safety
vii
SUMRIO
1.CAPTULO I INTRODUO 01
1.1.Apresentao do Tema 04
1.2.Justificativa 06
1.3.Metodologia 08
1.4.Estrutura do Trabalho 08
2.CAPTULO II CONCEITOS 09
2.1.Breve Histrico 09
2.2.Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentvel 10
2.3.Construo Sustentvel 12
2.3.1.Trip da Sustentabilidade 12
3.CAPTULO III CERTIFICAO LEED 15
3.1.Sistemas de Classificao LEED 15
3.1.1.Programa de Requisitos Mnimos 17
3.1.2.Documentao de Base do Projeto 18
3.1.3. O Processo LEED 19
3.1.4.Sistema LEED School 20
3.1.4.1.Categorias 20
3.1.4.1.1.Categoria Espao Sustentvel 23
3.1.4.1.1.1.Plano de Preveno de Poluio no Solo e Ar 23
3.1.4.1.1.2.Avaliao Ambiental do Terreno 24
3.1.4.1.2.Categoria Uso Racional da gua 26
3.1.4.1.3.Categoria Energia e Atmosfera 26
3.1.4.1.4.Categoria Materiais e Recursos 27
3.1.4.1.5.Categoria Qualidade Ambiental Interna 28
3.1.4.1.6.Categoria Inovao e Processos de Projetos 29
3.1.4.1.7.Categoria Crditos Regionais 29
3.1.5.Outras Certificaes 29
3.1.6.Escola Sustentvel 30
4.CAPTULO IV ASPECTOS DA SEGURANA AMBIENTAL 32
4.1.Introduo 32
4.2.Definies e Conceitos 34
4.3.Embasamento Legal 35
4.4.Aplicabilidade dos Conceitos da Segurana Ambiental 38
viii
5.CAPTULO V ESTUDO DE CASO DE ESCOLA PBLICA SUSTENTVEL 39
5.1.Descrio do Conjunto Predial 39
5.1.1. Prdio Principal 40
5.1.2. Prdios Secundrios 43
5.2.Aplicao da Metodologia Implantao da Certificao LEED 46
5.2.1. Relacionamento entre as equipes 50
5.2.1.Desafios 51
5.2.2.Conformidade Legal 51
5.2.3.Processo LEED Schools atendimento aos requisitos 51
5.3.Anlise da Segurana Ambiental da Escola Sustentvel 67
5.3.1.Premissas do LEED: Requisitos Mnimos para Certificao 67
5.3.2.Qualidade do Ar Externo Poluio Atmosfrica 67
5.3.3.Impactos Ambientais Sinrgicos Instalao de novos Empreendimentos 71
5.3.4.Insero da Construo em Local Seguro 72
5.3.5.Escape, Sadas de Emergncia, Combate ao fogo 72
5.3.6.Tranporte 74
5.3.7.Qualidade Ambiental Interna Poluio Sonora 74
5.3.8.Aproveitamento Pluvial Qualidade da gua 74
5.3.9.Segurana do Trabalho 74
5.3.9.1.Fase da Obra 74
5.3.9.2.Fase de Uso e Operao 74
6. CAPTULO VI CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS 76
6.2.Do Atendimento Legal 77
6.3.Segurana do Trabalho 78
6.4.Da Metodologia 78
6.5.Atendimento ao Programa Nacional de Educao Ambiental 80
6.6.Monitoramento do Ar 80
6.7.Monitoramento da qualidade da gua captada 80
6.8.Monitoramento Scio-Cultural 81
6.9.Monitoramento poluio sonora 81
6.10.Avaliao Ps-Ocupao (APO) 81
6.11.Relacionamento com a vizinhana 81
6.12.Sugestes para novas pesquisas 82
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 83
ix
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SUGERIDA 90
ANEXOS 93
Folder Ilustrado da Escola Erich Walter Heine
Projeto de Implantao e Paisagismo
Planta Baixa Humanizada Lay out de Mobilirio do 1 Pavimento
Planta Baixa Humanizada Lay out de Mobilirio do 2 Pavimento
Cortes e Fachada
Plantas de Cobertura, Guarita, Depsito de Lixo e Subestao
Planta Baixa, Corte e Detalhe da Quadra Esportiva
Exemplo de Templates
Planilha Resumo da anlise do LEED sob o aspecto da Segurana Ambiental
Apresentao da Defesa da Dissertao para a Banca
x
LISTA DE GRFICOS
Grfico 01 - Composio da Cadeia Produtiva da Construo Civil, 2010 03
Grfico 02 Estatstica de Registros e Certificao LEED emitidas para o Brasil 03
Grfico 03 - Sustentabilidade e as suas Dimenses Ambientais 11
Grfico 04 - Custos ao longo de uma edificao e possibilidade de interveno por fase do
empreendimento 14
Grfico 05 Fluxograma do Processo LEED 17
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Pontuao e Selo LEED correspondente 04
Tabela 02 Tipos ou Critrios da Certificao LEED 16
Tabela 03 Requisitos LEED NC Schools 21
Tabela 04 - Graus de Possibilidades 47
Tabela 05 Estimativa de Crescimento da Populao 72
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Localizao do Empreendimento no distrito de Santa Cruz, regio Metropolitana do Municpio do Rio de Janeiro 05
Figura 02 A Escola inaugurada em maio de 2010 06
Figura 03 Fachada Principal da Escola 06
Figura 04 Pirmide da ICNA 35
Figura 05 Localizao da Escola 39
Figura 06 - Pavimento Trreo 40
Figura 07 2 Pavimento 41
Figura 08 Pavimento da Cobertura 42
Figura 09 Ecotelhado 42
Figura 10 Detalhe do Ecotelhado 43
Figura 11 Planta da Quadra e Vestirio 43
Figura 12 Foto da Quadra e Vestirio 44
Figura 13 Foto do Castelo Dgua e Casa de Bombas 44
Figura 14 Plantas da Guarita, Depsito de Resduos e Subestao 45
Figura 15 - Perspectiva do Projeto da Escola 46
Figura 16 - Simulao Computacional 48
Figura 17 - Simulao Computacional Ventos Predominantes 48
Figura 18 Estudo de Sombras em Planta 49
Figura 19 Estudo de Sombras, Perspectiva 49
Figura 20 - Lava-rodas para retirar os sedimentos 52
Figura 21 Grelhas com proteo de Manta tipo Bidim para evitar evaso de sedimentos 53
Figura 22 Antiga Praa Joo Tavares 53
Figura 23 Localizao do terreno a menos de 350m dos pontos de nibus 54
Figura 24 Bicicletrio durante a obra 54
Figura 25 Bicicletrio ps-obra. O piso brita sobre o Ecopiso 55
Figura 26 Utilizao de telhado verde com plantas da Mata Atlntica 55
Figura 27 Escavao para os reservatrios de deteno e captao de guas pluviais 56
Figura 28 Aplicao de Ecopiso que aumenta a permeabilidade do solo 56
Figura 29 Aplicao de piso permevel no estacionamento e em grande parte das reas da escola 57
Figura 30 Instalao de vasos com caixa acoplada e sistema duplo de acionamento 58
Figura 31 Lmpadas LED e luminrias reflexivas. Controle de acionamento por fileira 59
Figura 32 Coletores solares para aquecimento de chuveiros no vestirio 59
Figura 33 Aproveitamento das quadras e materiais de revestimento dos pisos 60
Figura 34 Coleta e separao do lixo durante a obra 61
xiii
Figura 35 Coleta e separao de lixo na fase de operao do edifcio 61
Figura 36 Deck de madeira plstica 62
Figura 37 Dutos de insuflamento de ar exterior fazem a renovao de ar dos ambientes 63
Figura 38 Compressores com Sistema Inverter 63
Figura 39 Aparelhos de ar condicionado silenciosos, esquadrias com proteo acstica e
teto em placa acstica de fibra mineral modelo furado 64
Figura 40 Piscina com acessibilidade 66
Figura 41 Horta com adubao orgnica oriunda de compostagem 66
Figura 42 Rosa dos Ventos para a estao de Furnas Santa Cruz para o perodo de
janeiro de 2001 a dezembro de 2003 68
Figura 43 Vulnerabilidade socioambiental 69
Figura 44 Superposio da Rosa dos Ventos e Planta do Prdio 70
Figura 45 Setas marcam a entrada do vento no interior do Prdio Principal 70
Figura 46 Empreendimentos existentes e em fase de estudos de viabilidade 71
Figura 47 Planta do pavimento superior distncia percorrida maior que 49m 73
xiv
SIGLAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ACV Anlise do Ciclo de Vida
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia
BREEAM Building Research Establishment Environmental Assessment Method
BS British Standard
CFC - Clorofluorcarbono
COSCIP Cdigo de Segurana Contra Incndio e Pnico
CLT Consolidao das Leis do Trabalho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
INEA - Instituto Estadual do Ambiente
ISO International Organization for Standardization
GBC Green Building Council
GEE Gases de Efeito Estufa
HQE Haute Qualit Environmentale
LCA - Life Cycle Analysis
LEED Leadership of Energy and Environmental Design
LEED AP - Leadership of Energy and Environmental Design Accredited Professional
MEC Ministrio de Educao e Cultura
MTE Ministrio do Trabalho e Emprego
NBR Normas Brasileiras
NR Normas Regulamentadoras do MTE
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Services
ONG Organizao no Governamental
ONU Organizao das Naes Unidas
PBQP-H/SIAC Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat do Sistema
de Avaliao da Conformidade
PCMAT Programa de Condies de Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da
Construo Civil
PIB Produto Interno Bruto
PNEA Poltica Nacional de Educao Ambiental
PNMC Poltica Nacional de Mudanas Climticas
PPRA - Programa de Preveno de Riscos Ambientais
PROCEL Programa Nacional de Conservao de Energia Eltrica
ProNEA Programa Nacional de Educao Ambiental
RDC Resduos de Construo e Demolio
xv
SA Social AccountAbility
SEEDUC Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro
SMAC - Secretaria Municipal do Meio Ambiente
USGBC United States Green Building Council
USP Universidade de So Paulo
1
CAPTULO I - INTRODUO
No ano de 1992, o municpio do Rio de Janeiro foi o palco da Conferncia das
Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNuMAD), mais conhecida
como ECO-92 ou Rio-92. Neste encontro, reuniram representantes de 178 pases, dentre
estes, 108 chefes de Estado e Governo, onde discutiram o futuro das prximas geraes e
materializaram estas intenes na Agenda 21, um documento que orienta o
desenvolvimento sustentvel para o Sculo 21 (ONU,2012).
A reduo dos impactos gerados pela Construo civil foi um dos assuntos
abordados nesta Conferncia, que motivaram a formao de vrios comits que discutissem
ao redor do mundo com o intuito de organizar, determinar as diretrizes, formular planos e
aes educativas a serem implantados nos pases, estabelecendo metas para o controle de
emisso de gases de efeito estufa, a reduo de resduos, a conservao do uso da
energia, a melhoria da qualidade de vida e atender s demandas da sustentabilidade
econmica.
Diante destes desafios, houve a necessidade de criar metodologias que avaliassem
o desempenho ambiental das edificaes, comentado em SILVA (2000). Neste artigo, cita a
parcela de responsabilidade da indstria da construo civil pela gerao de resduos e a
necessidade de anlise durante todo o ciclo de vida das edificaes, desde a sua fase de
projeto, da construo, da operao, da demolio at a sua disposio final.
SILVA (2003), tambm explica que os sistemas de certificao ambiental oferece ao
consumidor os meios para a seleo de alternativas disponveis para um produto, com base
em suas caractersticas ambientais.
Em sua pesquisa, SILVA (2003) menciona vrios mtodos, dentre eles, o BREEAM
(Building Research Establishment Environmental Assessment Method), lanado em 1990
em parceria entre o governo do Reino Unido, atravs de pesquisadores do BRE (Building
Research Establishment) e do setor privado.
A partir do BREEAM, outros foram criados, tambm baseados em seu mtodo de
checagem, onde elaborada uma listagem de requisitos, atribuindo-lhes pontos e pesos
para cada atendimento. Tambm baseado no BREEAM, o HQE (Haute Qualit
Environnementale) foi lanado no ano seguinte, na Frana.
No ano de 1993, no Canad, surgiu o BEPAC (Building Environmental Performance
Assessment Criteria e em 1996, a certificao americana LEED (Leadership of Energy and
Environmental Design), da USGBC (United States Green Building Council), que uma das
metodologias mais utilizadas mundialmente devido ao forte apelo comercial da marca.
A CASBEE (Comprehensive Assessment System for Building Environmental
Efficiency), do Japo e o Green Star, da Austrlia foram lanados em 2002. No Brasil, o
2
LEED a certificao mais conhecida, seguida pelo sistema AQUA, lanado em 2007, pela
Fundao Vanzolini (baseado no HQE).
Outras duas certificaes nacionais que esto ganhando espao so: o Procel
Edifica, lanado em 2003 pela ELETROBRS, que foca na avaliao da Eficincia
Energtica (PROCEL, 2011) e o Selo Azul, da Caixa Econmica Federal para construes
habitacionais (CAIXA, 2009).
Todas estas certificaes avaliam os requisitos que possibilitam a prtica de aes
mais sustentveis, que reduzem a poluio (ar, gua, resduo, vizinhana) e preconizam o
racionamento dos recursos naturais.
Neste contexto, aps a definio do Brasil como Sede da Copa de 2014 (BRASIL,
2007) e das Olimpadas de 2016 (GOMES, 2009), a utilizao da Certificao LEED ou as
certificaes de Qualidade Ambiental reconhecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia
Normalizao e Qualidade Industrial (INMETRO) tornaram uma condio obrigatria na
obteno de recursos para o financiamento da construo e reforma das arenas que
recebero os jogos internacionais, de acordo com o Programa ProCopa Arenas do BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social), criado em janeiro de 2010
(BNDES, 2012).
Somando a estas grandes obras, tambm necessria a modernizao das
infraestruturas e servios das cidades sedes, como por exemplo, aumentar os aeroportos,
melhorar o sistema virio e promover o saneamento. Simultaneamente, o Brasil passa por
um momento de acelerao na Construo Civil, pois, aps dez anos de estagnao, o pas
se tornou atraente para aplicao de novos investimentos, aumentando um dficit em toda a
sua cadeia produtiva e a expectativa que o setor da construo dobre de tamanho at o
ano 2022. (FGV, 2010)
A Copa e os Jogos Olmpicos exigiram estdios sustentveis e seguros, que vieram
de encontro demanda da melhoria da qualidade dos produtos, pois cresceu a conscincia
para um consumo que gere menos impacto ao meio ambiente, preconizados na Conferncia
Rio 92 e enfatizado na Rio+20.
Diante desta prosperidade e, para que haja sustentabilidade com responsabilidade
social em toda a cadeia produtiva (Grfico 01), se faz necessria uma mudana na
metodologia dos processos industriais e construtivos, como a utilizao de materiais com
procedncia certificada, desenvolver empreendimentos com maior eficincia energtica e
planejar a manuteno visando o prolongamento da vida til das construes (FGV, 2010).
Em consequncia da defasagem quantitativa de profissionais qualificados em nvel
superior, como tambm, em nvel tcnico (MAIS, 2011) a soluo parcial vem da
contratao imediata de servios estrangeiros ou, em mdio prazo, de investimento na
3
capacitao da mo de obra existente. A presena Esta situao forou a troca de
conhecimento, maior disponibilizao tecnolgica e a adaptao das empresas nacionais s
demandas legais globais de sustentabilidade, aos sistemas de gesto de qualidade e de
conformidade normativas sociais.
Assim, as empresas que possuem estes sistemas implantados esto mais
preparadas para aplicar a certificao LEED, que trazem benefcios na qualidade das
construes e melhoria da qualidade de vida de seus usurios.
A capacitao no acontece da mesma forma que a economia demonstrado em, e
suas pesquisas, SILVA e PARDINI (2010) apontam as dificuldades de utilizar a metodologia
avaliatria LEED nos empreendimentos, demonstrando a necessidade de maior qualificao
dos profissionais envolvidos com a cadeia construtiva
Grfico 01 - Composio da Cadeia Produtiva da Construo Civil, 2010. Fonte: Perfil da Cadeia Produtiva da Construo e da Indstria de Materiais, 2010, novembro de 2011 ABRAMAT e FGV Projetos. Elaborao: Banco de Dados CBIC (Cmara Brasileira da Indstria da Construo)
Esta busca pela melhoria comprovada atravs das estatsticas da GBCB, com o
crescente nmero de solicitaes de certificao mostrada no Grfico 02.
Grfico 02: Estatstica de Registros e Certificao LEED emitidas para o Brasil.
Fonte: GBC Brasil, Junho de 2012.
4
A melhoria da qualidade e o interesse nacional por um diferencial de mercado
estimulou o crescimento de construes sustentveis. As estatsticas mostram que, o Green
Building Council Brasil, at 15 de junho de 2012, ocupava o 4 lugar no ranking mundial de
construes verdes com 51 prdios certificados e 525 em processo de certificao. (GBC
Brasil, 2012)
Esta organizao no governamental, criada desde 2007 e estabelecida no
municpio de So Paulo, est filiada matriz americana, a United States Green Building
Council (USGBC). A instituio surgiu no ano de 1996, nos Estados Unidos, quando teve o
aporte financeiro do NIST (National Institute of Standards and Technology), para
desenvolver um sistema de classificao que avalia o desempenho de projetos e
construes responsveis com o meio ambiente (SILVA, 2000). Deste modo, foram
elaborados diversos critrios LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou
Liderana em Energia e Design Ambiental, em portugus), onde cada um destes
relacionado a um tipo de construo, como por exemplo, LEED NC, de Novas Construes
ou LEED NC Schools, direcionado, especificamente, para Novas Construes de Escolas.
Neste sistema de certificao, para cada requisito atendido atribudo um valor, cujo
somatrio mnimo alcanado de 40 pontos pode certificar o empreendimento como,
Certificado, Prata, Ouro e Platina, mostrados na Tabela 01. No entanto, apenas as trs
ltimas recebem um selo, que premia o empreendimento.
Selo Pontuao
Mnima Mxima
Certificada 40 49
Silver 50 59
Gold 60 79
Platinum 80 110
Tabela 01 Pontuao e Selo LEED correspondente. Fonte: Green Building Council Brasil, 2012.
1.1. Apresentao do Tema
Diante do grande interesse que o Brasil demonstra com a crescente utilizao das
ferramentas de avaliao da certificao LEED, houve a necessidade de realizar o estudo
da aplicao de seus requisitos em um empreendimento e de compar-los aos critrios da
segurana ambiental.
Esta pesquisa pretende identificar quais os requisitos LEED que se relacionam aos
itens da Segurana Ambiental e avali-los durante as etapas de projeto e construo de
uma edificao destinada Escola.
5
A Escola Estadual com caractersticas sustentveis surgiu a partir da concesso de
incentivos fiscais a servios vinculados pela Lei n 5.133, publicado em Dirio Oficial do
Municpio, no ms de Dezembro de 2009. A Lei cita a implantao de Centro-Escola de
Capacitao Tcnica- CETC, que funcione atendendo a 500 pessoas por ano, no mnimo,
aps seis meses depois do licenciamento da obra da Escola, a qual promover programas
de capacitao profissional visando a atender populao do entorno do complexo da
indstria, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Aps alguns meses, o Decreto
Municipal n 32.975, de 21 de Outubro de 2010, regulamentou esta Lei.
Perto de sua inaugurao, foi publicado pela Secretaria de Educao, no Dirio
Oficial do Estado do Rio de Janeiro, mais precisamente em 06 de maio de 2011, um termo
de Cooperao Tcnica entre a SEEDUC e a Thyssenkrupp CSA para a implantao da
Escola em Santa Cruz (Figura 01).
O projeto arquitetnico desenvolvido foi um dos modelos que o Governo do Estado
adotou como Padro. Porm, esta verso construda possui caractersticas diferenciais
sustentveis e conforme o Programa de Educao Ambiental estabelecido na Poltica
Nacional de Educao Ambiental do MEC (BRASIL, 2005), onde se utiliza o prprio edifcio
como ferramenta de ensino.
O terreno foi escolhido em funo da desafetao1 da propriedade pertencente ao
Municpio e disponibilizado em favor do Estado do Rio de Janeiro, estabelecido pelo Decreto
n 32.192, de 2010 com dimenses de 150,00 m por 55,00 m, totalizando 8.250,00 m.
Porm, so utilizados apenas 7.060,00m.
Figura 01: Localizao do Empreendimento no distrito de Santa Cruz, regio Metropolitana do
Municpio do Rio de Janeiro. Fonte: Google Earth, 2010.
1 desafetao, fato ou manifestao do poder pblico mediante o qual o bem pblico subtrado dominialidade
estatal para incorporar-se ao domnio privado do Estado ou do particular. CRETELLA JR, Jos. Curso de Direito
Adminstrativo. 7 Ed. Rio de Janeiro, 1983.
6
O carter especial desta Escola Verde tambm dado pela escolha da Certificao
LEED, que avalia o empreendimento conforme os critrios de desempenho de baixo impacto
ambiental, racionalizao dos recursos energticos e naturais, conforto dos usurios e
inovao tecnolgica aplicados na edificao. O pioneirismo se deve a concesso do ttulo a
uma edificao pblica na Amrica Latina, segundo a GBC do Brasil.(CINTRA, 2011)
(Figura 02 e 03).
Figura 02: Fachada Principal da Escola inaugurada em maio de 2010. Fonte: Cintra, 2011
Figura 03 Entrada da Escola. Fonte: Thyssenkrupp CSA, 2011.
Esta pesquisa teve como premissa analisar os requisitos LEED, de acordo com os
critrios da Segurana Ambiental e cujo objetivo a verificar se a certificao pode garantir
esta segurana.
1.2. Justificativa
Devido ao pioneirismo citado por CINTRA (2011), das novas metodologias,
tecnologias, de diferentes materiais utilizados e da aplicao da Certificao LEED, todas as
7
empresas contratadas e envolvidas no empreendimento tiveram grandes desafios, tanto na
etapa de projeto como na execuo de sua obra. Desafios maiores sero encontrados
durante a vida til da edificao, principalmente se a escola passar para a administrao
estadual, pois atualmente, a escola recebe verba da empresa TKCSA, que pode alterar o
seu acionrio (ESTIGARRBIA, 2012).
O ineditismo da obra foi um dos pontos fortes que levou o pesquisador a realizar uma
avaliao qualitativa dos pontos referentes segurana ambiental da edificao e a sua
relao com o entorno.
Durante a verificao do estado da arte, notou-se um crescente interesse sobre a
aplicao e metodologia da Certificao LEED nos EUA (DAVIES, 2005), porm, pouco
material bibliogrfico foi encontrado relatando as experincias prticas na aplicao em
construes no Brasil. A prpria participao do autor, na fase de atendimento aos
requisitos, foi tambm uma das motivaes para produzir o material acadmico e realizar a
anlise deste tipo de construo com mais detalhes. Outro ponto importante foi a
necessidade de identificar os itens positivos e negativos da metodologia LEED e estabelecer
quais dos requisitos relacionam-se com a efetiva sustentabilidade (tabela resumo nos
anexos).
As dificuldades e solues tambm foram levantadas de modo a fornecer
informaes aos futuros profissionais que possam estar envolvidos neste tipo de edificao.
Esta pesquisa teve a limitao causada pelos direitos autorais, o atendimento ao
sigilo de informaes e pelo tempo, pois a escola no recebeu oficialmente a certificao,
at a data de Junho de 2012.
Os dados e a anlise dos seus resultados podero ser subsdios para a continuidade
e a constante melhoria de implantao do Plano Nacional de Educao Ambiental (PNEA-
MEC) e tambm, ser fonte de informao a outros estudos relacionados ao comportamento
da escola ao longo da sua vida til.
Este trabalho tambm se destina aos interessados pela qualidade ambiental e
aplicao da metodologia de minimizao dos impactos gerados pelas obras na construo
civil.
A participao deste pesquisador no processo da certificao LEED na equipe da
empresa elaboradora do projeto de Arquitetura, tornou possvel a obteno de informaes
necessrias a este trabalho.
8
1.3. Metodologia
A metodologia aplicada a pesquisa qualitativa, onde primeiramente, sero
analisados os requisitos do critrio LEED School para Novas Construes, da verso 3.0, do
ano de 2009. Esta anlise ser estudada por Categoria,
As Inicialmente, foi realizado um uma anlise qualitativa dos , comparativa entre os
requisitos LEED Schools da USGBC e a Segurana Ambiental.
Devido extenso do estudo, a pesquisa ficou concentrada na anlise da Categoria
Espao Sustentvel do LEED School, na fase de projeto e construo da obra da Escola.
1.4. Estrutura do Trabalho
Esta pesquisa est estruturada em cinco captulos.
So apresentados o contexto, o objeto deste estudo, a motivao e justificativa neste
primeiro captulo.
J no segundo captulo e terceiro captulos pretende-se embasar a pesquisa e
levantar alguns dados bsicos da Sustentabilidade, Certificao LEED e Aspectos da
Segurana Ambiental.
A metodologia da certificao LEED Schools, seus critrios particulares e requisitos
foram apresentados na parte inicial do quarto captulo e, logo aps, foram executadas as
anlises dos itens comparativos referentes Segurana Ambiental no captulo cinco.
Este estudo se encerra no captulo seis, com as Consideraes Finais, Crticas e
Sugestes.
9
CAPTULO II CONCEITOS
2.1. Breve Histrico
Por volta dos anos 60, a indstria caminhava na contramo dos conceitos de
preservao, pois foram deixadas de lado as antigas pesquisas realizadas entre a segunda
metade do sculo XVIII e o incio do sculo XIX, que previram os impactos relacionados
escassez dos recursos naturais envolvendo toda a cadeia produtiva (SILVA, M. 2003). No
ano de 1972 e, logo aps a crise do petrleo, alguns destes estudos passados foram citados
pelo Clube de Roma, no relatrio intitulado Limits to Growth, traduzido para o portugus
como, Limites do Crescimento (MEDOWS,1972). O relatrio tratava do futuro da
humanidade abordando problemas relacionados sade, saneamento, meio ambiente,
tecnologia, crescimento populacional, e a falta de alimentos. Especialmente, estes dois
ltimos tpicos foram relacionados ao demgrafo e economista Thomas Robert Malthus
(1798), em sua Teoria Malthusiana, que previa a cada 25 anos, o crescimento populacional
em progresso geomtrica e a gerao de maior pobreza pela incapacidade da terra
produzir alimentos suficientes.
Harold Hotelling, (1931) foi outro estudioso lembrado, cuja pesquisa previa a
regulao da explorao dos recursos energticos, como os minerais, florestas, e outras
fontes esgotveis.
Aps este evento de 1972, houve uma intensificao e a ratificao da necessidade
de reduzir o consumo dos recursos naturais, os impactos ambientais e aplicar investimentos
em estratgias que utilizassem tecnologias alternativas para a diminuio gradativa da
dependncia do petrleo, devido ao seu embargo em 1973 (GOLDEMBERG, 2011).
Em 1978, um dos movimentos estabelecidos no Qunia, com sede em Nairbi, foi o
Programa das Naes Unidas para os Assentamentos Humanos, a ONU-HABITAT, cujo
propsito foi o de promover o desenvolvimento sustentvel social, ambiental dos
assentamentos humanos e para minimizar os grandes impactos da construo civil,
acelerado pela urbanizao.
J em meados da dcada de 80 os cientistas demonstraram que o buraco na
camada de oznio aumentaria, caso no houvesse o controle da emisso dos gases de
efeito estufa (GEE) na atmosfera e, deste modo, uma das aes iniciais tomadas foi a
substituio dos gases CFC, que se tornou compulsria. No ms de setembro de 87 foi
assinado o protocolo de Viena, prevendo reduzir em 50% o consumo e a produo de
substncias que provocassem os GEEs, de 1986 a 1999.
Diante da situao, a ONU criou, no ano de 1988, o IPCC, Intergovernamental Panel
on Climate Change (Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas). Este rgo
10
emite relatrios peridicos, onde analisa o aquecimento global e as consequncias das
emisses de gases de efeito estufa.
O encontro da Conferncia ECO-92 no Brasil, os Governos, as organizaes no
governamentais, as universidades, as instituies e a sociedade civil passaram de
observadores a agentes multiplicadores destas mudanas de paradigma, em relao ao
modelo de construo. Alm de produzirem uma srie de Diretrizes e assinarem
compromissos, a Agenda 21 elaborada nesta Conferncia inspirou o documento resultante
da discusso no ano de 2002, a Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing
Countries, quando houve a participao de professores da USP.
O ano de 1997 foi marcado pelo Protocolo de Quioto, elaborado no Japo durante a
Conveno sobre a Mudana Climtica, que estabelecia metas quantificadas de reduo de
GEE para os pases, cujo prazo, em vigor, expira neste ano, de 2012. As convenes
seguintes, de Copenhagen (2009), Nagoya (2010) e o Congresso de Cancn foram
frustrantes em relao adeso dos pases mais poluidores, como os Estados Unidos, no
cumprimento das metas do Protocolo de Quioto. Para a Rio+20, no entanto, renovam-se as
esperanas da consolidao dos compromissos firmados e da tentativa de cobrar dos outros
pases no signatrios dos acordos anteriores a participao efetiva na reduo de impactos
ambientais.
No Brasil, logo aps a publicao da lei de n 12.187, de dezembro de 2009, que
instituiu a Poltica Nacional sobre Mudanas do Clima (PNMC), os governos e a iniciativa
privada iniciaram seus inventrios de emisses de gases de efeito estufa.
Progressivamente, as medidas para a mitigao dos efeitos esto sendo elaboradas e
implantadas, principalmente em cidades sedes da Copa das Confederaes, Copa do
Mundo de Futebol e dos Jogos Olmpicos, como o caso do Municpio do Rio de Janeiro.
2.2. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentvel
A Sustentabilidade a qualidade de se manter constante ou estvel, por longo
perodo (FERREIRA, 2004). Quando relacionado com o meio ambiente, esta definio
remete noo de tempo e a fixao permanente das espcies existentes no planeta Terra
por anos, incluindo o ser humano.
Contudo, a definio do termo Desenvolvimento Sustentvel se fixou graas ao
Relatrio Brundtland, em 1987, intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future) que
lanou o termo e se tornou referncia acadmica como, aquele que satisfaz as
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de suprir
suas prprias necessidades. Este documento foi elaborado em 1987 pela Comisso
11
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU aps amplos estudos chefiados
pela primeira-ministra Gro Harlem Brundtland.
A prpria Constituio Federal de 1988 reafirma o termo citado, em seu artigo 225,
onde Todos tm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e a
coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. E
complementado pelo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, onde a atividade
econmica est subordinada alm de outros princpios gerais, defesa do meio ambiente
(CF, art 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noes de meio ambiente
natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espao urbano) e de meio
ambiente laboral. (STF, 2006).
Bem antes do pronunciamento do STF, o mundo vive o conflito da sobrevivncia,
pois deve haver o mnimo de conciliao entre o desenvolvimento e o impacto ambiental.
Em 1990, um dos pensamentos que surgiram para minimizar este conflito foi o conceito
holstico criado por John Elkington, da organizao no governamental internacional
SustainAbility, o Triple Bottom Line2, (ELKINGTON, 1999) onde busca o equilbrio (Grfico
02) entre o que socialmente desejvel, economicamente vivel e ecologicamente
sustentvel.(SILVA,2003).
Grfico 03 Sustentabilidade e as suas Dimenses Ambientais. Fonte3 ALLEDI, 2002; AFNOR 2003.
Material de curso MBA Construes Sustentveis, Universidade Catlica de Petrpolis e
Nitsustentabilidade, 2011.
2 Representa os 3Ps, People, Planet, Profit, cuja traduo Povo, Planeta e Proveito econmico.
3 Notas apresentadas em aula sobre Desenvolvimento Sustentvel no MBA de Construes Sustentveis, da
Universidade Catlica de Petrpolis, Rio de Janeiro, 2009.
12
2.3. Construo Sustentvel
O conjunto de parmetros que formam as diretrizes para a construo sustentvel
so os que consideram a qualidade, a identificao e controle dos impactos ambientais, a
gesto da sade e segurana e a promoo do bem estar entre as relaes com a
vizinhana.
2.3.1. Trip da Sustentabilidade: Aspectos Ambientais, Econmicos, Sociais e o
Ciclo de Vida
Dentro da Sustentabilidade, so considerados vrios fatores para que um material ou
sistema seja sustentvel, visando todos os impactos.
A ferramenta mais utilizada a Anlise do Ciclo de Vida (ACV ou em ingls, LCA)
que analisa o desempenho ambiental de um produto, em todas as fases da sua vida til,
considerando desde a extrao das matrias-primas, a sua transformao, comercializao,
uso e seu descarte final. Este metodologia est descrita na ABNT NBR ISO 14040
(Associao Brasileira de Normas Tcnicas ISO)
Dentro desta mesma linha, a ISO 15686 (International Organization for
Standardization), srie que descreve o planejamento da vida til dos produtos ou sistemas
(Service life planning), porm, ainda sem traduo para a ABNT, considera os custos
globais do nascimento ao tmulo.
De acordo com PARDINI (2009), o Ciclo de Vida de um edifcio o perodo de vida
atribudo a ele e se caracteriza, principalmente, pela durabilidade e vida til de seus
componentes e materiais, estruturas e sistemas, bem como pela sua capacidade em
desempenhar a funo principal para a qual foi concebido.
Assim, um produto deve produzir baixo impacto ambiental e ser vivel
economicamente e alm disto, no pode provocar desigualdades sociais em seu processo.
A Norma Brasileira NBR ISO 26000 e a SA 8000 (da Social Accountability International) so
duas das Certificaes utilizadas que atendem a estes requisitos e que incluem tambm
parte da Segurana e Sade do Trabalhador, onde a Norma OHSAS 18001 (Occupational
Health and Safety Management Systems), trata especificamente da Higiene Ocupacional do
Trabalhador.
Apesar das normas serem voltadas para produtos, considera-se a edificao como
um produto final, regido pela Lei de Proteo ao Consumidor, onde h responsabilidades
definidas e prazos de garantia para cada item. Est em discusso a Norma de Desempenho
de Edificao at 5 pavimentos, que determina previses de vida til dos sistemas prediais.
13
ANG e WYATT (2001) sinalizam a necessidade de auditoria durante todas as fases
da produo de um edifcio sustentvel, pois garante maior segurana aos clientes e permite
a preveno de custos no previsveis ao longo da vida de uma edificao.
A representao dos altos custos somados, decorrentes da aquisio, construo,
manuteno e utilizao de um imvel durante a sua vida til, pode funcionar como um
indicador de desempenho, controle ambiental, alm de ser uma ferramenta poderosa na
escolha de determinados sistemas para os seus usurios e para os investidores, como
citado em:
Esta anlise proporciona uma visualizao do impacto dos diversos subsistemas sobre os custos que o cliente externo/usurio dever estar suportando ao longo da vida til e orienta o tomador de deciso sobre a alternativa tecnolgica que proporciona melhor soluo quanto a este aspecto, mediante a identificao da forma como estes custos so afetados. (SILVA, 1997)
Conforme a NBR 14037 e a NBR 5674 as construtoras devem entregar ao
proprietrio o Manual do Proprietrio e o respectivo Manual de Manuteno Preventiva,
que so necessrios para obterem garantias de durabilidade dos sistemas, desempenho,
segurana dos sistemas construtivos e equipamentos instalados. Estes manuais englobam
os planos de inspeo, especificao de materiais, produtos e processos a serem adotados
na manuteno, bem como os intervalos para realizao das intervenes de manuteno e
conservao; com base nos preos praticados no mercado local, na poca da
comercializao do imvel, dever ainda elaborar planilha de preos das manutenes,
indicando o custo mdio anual de cada elemento ou componente com base na sua
respectiva vida til, alm do custo global a ser despendido anualmente.
E para que haja a manuteno adequada, deve-se garantir o acesso para limpeza e
manuteno de todas as partes expostas de componentes ou elementos como pisos,
caixilhos, telhados, componentes das instalaes de guas pluviais e outros, sem prejuzo
segurana ou a postura ergonmica do prestador de servio ou usurio.
"Para o usurio fator essencial de sua capacidade de pagar e assegurar as
condies de uso da edificao adequadas. A reduo dos custos ao longo da vida til
significa a liberao de recursos para outros usos, segundo os valores e necessidades da
famlia, tais como alimentao, sade, educao e cultura, lazer, etc." (SILVA e ABIKO)
Portanto, a fase de Uso e Manuteno de uma construo representa 80% dos seus
custos de Ciclo de Vida (grfico 03). Deste modo, uma Construo Sustentvel deve
priorizar esta fase como norteadora dos projetos.
14
Grfico 04: Possibilidade de Interveno nas Fases conforme Custos no Ciclo de Vida do Empreendimento. Fonte: Luiz Henrique Ceotto, Revista Notcias da Construo, Seo Qualidade e
Produtividade, 2006
De acordo com ARROYO, 2011, a TKCSA desembolsou a quantia de 11 milhes de
reais na construo da Escola Erich Walter Heine. Este valor representa, no grfico 03, 15%
dos custos da vida til da Escola, logo, calcula-se, aproximadamente, 74 milhes de reais, a
custos atuais no Uso e Manuteno desta edificao.
Do processo evolutivo deste Trip, surgiu o termo Triple Zero que faz a
compensao ambiental baseada na regra de que a construo deve demandar zero
energia em seu funcionamento, ter zero emisses de carbono (CO2) em todo o seu processo
e produzir zero resduos em toda a sua vida til e apenas quando desenvolvida uma
abordagem holstica que considere as qualidades ecolgicas, econmicas e funcionais de
um edifcio. (SOBEK, 2012)4
No Brasil, a microgerao de energia ainda no aplicvel, dado que a sua
regulamentao tramita na Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL,fevereiro de 2012)
contendo as regras, que aprovadas, sero publicadas no Dirio Oficial da Unio. A
microgerao se baseia na produo de energia atravs de fontes, como por exemplo, os
painis solares fotovoltaicos complementares ao fornecimento de energia eltrica
convencional e na permisso da instalao de minitorres elicas. O consumidor poder
vender o excedente da produo concessionria.
4 Werner Sobek um dos fundadores do German Sustainable Building Council DGBC, em 2007, Certificadora de
Construes Sustentveis na Alemanha.
15
CAPTULO III CERTIFICAO LEED
3.1. Sistemas de Certificao LEED
Nos Estados Unidos da Amrica, a Certificao LEED um requisito legal adotado
para a aprovao pelas Prefeituras e rgos federais (USGBC, 2012). Estas iniciativas
LEED so encontradas em mais de 442 localidades, distribudos em 34 estados, aplicados
entre 14 agncias federais, inmeras escolas pblicas e instituies de ensino superior ao
longo daquele pas.
No mundo, existem construes em andamento com os preceitos da Certificao
LEED em 120 diferentes pases. Porm, fora dos limites dos Estados Unidos da Amrica, os
Conselhos acreditados pelo USGBC esto estabelecidos em 19 pases, como a Argentina,
Brasil, Canad, Chile, Colmbia, Emirados, Espanha, Finlndia, Corea do Sul, India, Itlia,
Jordnia, Mxico, Noruega, Polnia, Romnia, Rssia, Sucia e Turquia (USGBC, 2012).
O Green Building Council Brasil (GBCB) ou Conselho Brasileiro de Construo Verde
se estabeleceu na capital de So Paulo como uma organizao no governamental e com o
propsito de auxiliar o desenvolvimento da indstria da construo sustentvel no Pas. O
GBCB veio difundir as prticas e metodologias do United States Green Building Council
integrado no processo de concepo, construo e operao de edificaes novas e
espaos j construdos.
O resultado da atuao do GBCB pode ser constatado pelo crescimento da
certificao LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) no Brasil, conforme
exposto no captulo I. Em 2004, o selo recebeu o primeiro pedido de um empreendimento
brasileiro e tambm da Amrica Latina, com a solicitao de certificao de uma agncia
bancria, do antigo Banco Real, Agncia Granja Viana, localizado em Cotia, municpio de
So Paulo.
At Junho de 2012, foram certificados 51 prdios e 525 esto em processo de
certificao, atrs apenas dos Estados Unidos, Emirados rabes Unidos e China.
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) adota um sistema de
classificao e avaliao ambiental do desempenho de edificaes sustentveis (LEED
Green Building Rating System). Criado pelo U.S. Green Building Council, esta organizao
premia os que alcanam o nvel de desempenho mnimo, composto pelo somatrio de
pontos atribudos a cada requisito atendido. O resultado desta soma pode render ao
empreendimento a classificao de Certificada, acima disto, obtm o selo Prata, Ouro ou
Platina (Silver, Gold, Platinum).
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Segundo o GBCB, h vrios critrios, relacionados ao tipo de atividade a ser
desenvolvida dentro da edificao e classificadas segundo a tabela 02:
CRITRIOS utilizados pelo LEED
LEED CI Projetos de interiores e edifcios comerciais
LEED CS (Core and Shell Development) Projetos da envoltria e parte central do edifcio
LEED EB_OM (Existing Buildings Operations and Maintenance) Operao de manuteno de edifcios existentes
LEED for Homes
Residncias
LEED HC (Healthcare) Unidades de sade
LEED NC (New Constructions) Novas construes e grandes projetos de renovao
LEED Retail NC e CI
(Comercial Interiors) Novas construes para Lojas de varejo e Interiores de Lojas
LEED Schools NC
Escolas
LEED ND (Neighborhood Development) - Desenvolvimento de bairro (localidades)
Tabela 02: Tipos ou Critrios da Certificao LEED. Fonte: GBCB, 2012
A partir da listagem anterior (tabela 02), este Sistema de Classificao LEED pode
ser dividido em trs grandes critrios:
novas construes (NC),
prdios existentes (EB_OM) e;
desenvolvimento de bairros (ND).
O NC abrange, no s as novas edificaes, como tambm as grandes reformas,
onde CI (Interiores), CS (Envoltria e Central do Edifcio), Homes (Residencial), HC (sade),
Retail(Varejo) e Schools (Escolas) esto inseridos. Desta maneira, as regras, ou a maioria
dos requisitos so semelhantes entre si, diferenciados por itens peculiares.
A CS o tipo de critrio que avalia prdios comerciais, cuja atividade interna no foi
definida, por exemplo, uma edificao para escritrios. Assim, a avaliao s pode ser
realizada com base nas informaes gerais, como a envoltria (ou casca, formado pelas
fachadas e cobertura) e a parte comum do edifcio, englobadas pelos corredores de acessos
s unidades, a portaria, garagens, reas de servios, escadas e elevadores.
No Brasil, o critrio LEED Homes, para Residncias o nico tipo que no est
ativo, no entanto, atualmente, se encontra em consulta pblica no site da GBC Brasil (2012).
Segundo CASADO (2008), o processo de certificao dos critrios avaliados do NC
vlido at dois anos aps a certificao oficial homologada pela USGBC. Passado este
17
prazo, a construo pode perder a sua certificao (Prata, Ouro ou Platina), caso no seja
novamente avaliada. Porm, esta segunda avaliao ser baseada em outro critrio, a
EB_OM ou, prdios existentes.
Tambm, segundo CASADO (2008), o EB_OM o critrio menos aplicado, pois o
critrio de edificaes existentes que foram construdas sob as Leis e Normas, que hoje,
esto desatualizadas, caracterizando uma no conformidade legal e inviabilizando, muitas
vezes, a certificao.
3.1.1. Programa de Requisitos Mnimos - PRM (MPRs Minimum Program Requirements)
(USGB, 2011)
Todo projeto LEED deve atender ao programa mnimo para que o projeto se torne
elegvel pela Certificao.
Este programa deve conter uma listagem ou plano para o atendimento, como a
seguir:
1. Estar em conformidade com as leis ambientais: O projeto deve ter licenciamentos
nvel Federal, estadual, municipal ou local, com as responsabilidades tcnicas
correspondentes.
2. Provar que a edificao est construda em terreno fixo. No permitida a
certificao de construes temporrias, sobre estruturas mveis ou em veculos.
3. Deve ser implantada em terreno contnuo nico: todo terreno deve ser contguo,
formado por apenas um terreno. Partes, no so aceitas.
4. Deve ter rea mnima de 93m;
5. A taxa mdia mnima de ocupao anual por pessoa: quando os alunos ocupam o
imvel em horrio integral ou quando h dois turnos mnimos.
6. Disponibilizar os dados de consumo energtico e de gua por 5 anos para o USGBC.
7. Taxa de ocupao do edifcio no terreno determinada por lei.
Com isto, trs metas podem ser alcanadas:
1) O programa deve ser um guia, para dar uma clara viso ao cliente dos objetivos
de atendimento aos requisitos legais;
2) Proteger a integridade da metodologia LEED, e;
3) Reduzir os desafios que ocorrem durante o processo de certificao.
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Se houver a inexistncia de parmetros legais ou normativos no local, o GBCB
recomenda a utilizao das normas internacionais, onde prevalece a adoo da legislao
que for mais restritiva.
3.1.2. Documentao de Base do Projeto
Para que o propsito da construo esteja bem estabelecido e os objetivos do
proprietrio do empreendimento sejam alcanados, necessria a elaborao de dois
documentos: BOD E OPR (respecitvamente, Basis of the Owner Design e Owner Project
Requirements Base de Design do Proprietrio e Requisitos de Projeto do Proprietrio)
a) Requisitos de Projeto do Proprietrio
As intenes do Proprietrio e o porqu devem estar bem estabelecidos neste
documento, com a Misso, a Poltica de Sustentabilidade ou objetivos gerais do projeto.
As caractersticas do empreendimento, as funes do edifcio, o programa de
necessidades do projeto, a descrio de alguns ambientes.
Os dados previstos para a populao fixa e temporria de ocupao por turno ou
perodo.
Os prazos esperados para concluso de cada etapa, e detalhamento de alcance da
pontuao de cada requisito LEED e as metas de desempenho e eficincia para cada
sistema predial e embasamento normativo a ser empregado.
As limitaes dos recursos disponveis para cada setor (projeto) podem fazer parte
deste documento.
Uma listagem geral dos manuais, garantias, planos de manuteno, cartilhas,
programas, informaes, procedimentos, planilhas, requisies de materiais, manifestos,
guias, esquemas, sequencia de operaes, plantas e desenhos de fornecedores, escritos
para todo o processo so importantes para a organizao e qualidade do projeto.
O Plano de Comissionamento, treinamento de operao e a manuteno dos
equipamentos e treinamento dos usurios tambm devem ser inseridos no OPR.
b) Bases do Projeto:
A finalidade das informaes contidas neste documento o cumprimento dos
Requisitos do Proprietrio (de como ser executado) e do Pr-Requisito do Critrio EA
(Energia e Ambiente) onde ser necessrio realizar o Comissionamento dos Sistemas de
Energia prediais. O Comissionador (ou a equipe) deve verificar que os sistemas e os
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equipamentos de projeto e instalados estejam conforme as intenes descritas no OPR
(Requerimentos de projeto do Proprietrio).
Devem constar resumidamente, os dados como premissa de projeto dos critrios
adotados para o direcionamento do design, as metas a serem alcanados, controles,
mtodos de clculo para o dimensionamento e razes para a seleo dos Sistemas de
Ventilao e Condicionamento de Ar, de Iluminao (interna e externa), de aquecimento de
gua e de energias renovveis (no prprio local como a elica, solar, etc). Como parmetro
de clculo utilizado a ASHRAE 90.1 (2007) (American Society of Heating, Refrigerating
and Air-Conditioning Engineers, Inc., Norma de Energia para Construes com Exceo
dos Edifcios Residenciais de Baixa Altura,
3.1.3. O processo LEED:
Para todos os critrios, o processo de Certificao o mesmo, mostrado pelo
USGBC (2012):
Grfico 05: Processo LEED. Fonte: USGBC, 2012.
Abaixo, o detalhamento das etapas:
a) Registro do Projeto: O projeto poder ser Registrado no GBCI (Green Building
Certification Institute) atravs do encaminhamento feito pelos seus respectivos
Conselhos, no caso do Brasil esta intermediao realizada pelo GBCB. No entanto,
para que se alcance uma pontuao dentro do sistema LEED, o registro dever ser
preparado por pessoa fsica ou jurdica que possua em seu quadro, um LEED AP
(Accredited Profissional ou Profissional Acreditado). O LEED AP tem a credencial
emitida pela USGBC e habilitado mediante prova, com prazo de validade de dois
anos.(LEED School, 2009).
b) Coleta das informaes atravs das equipes multidisciplinares do projeto: as
informaes contidas em todos os projetos desde a Arquitetura, Estrutura,
Instalaes Prediais at de Paisagismo;
c) Clculos, preparao de memoriais e confeco de plantas e desenhos: o conjunto
de informaes deve ser traduzido para o idioma ingls e suas unidades
correspondentes para o adotado americano. Outros dados so enviados, como as
certificaes dos produtos (procedncia da madeira, ndice do material reciclado,
manifestos de resduos, etc);
Registro do
Projeto
Anlise do Requerimento
Preparo do Requerimento Certificado
Entrada no Requerimento
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d) Envio da primeira fase (projetos);
e) Coleta e preparao da segunda fase (construo): ajustes e complementao das
decises modificadas ou acrescentadas;
f) Treinamento para ocupao: todas as instalaes devem ter registro e
acompanhamento de gastos energticos para validade da certificao;
g) Pr-operao e ps-entrega: todos os equipamentos devem ter o comissionamento e
o acompanhamento do funcionamento dos sistemas envolvidos e realizar possveis
ajustes;
h) Anlise para certificao: enviadas todas as informaes, a equipe da USGBC valida
e decide quantos pontos o empreendimento alcanar.
De acordo com as regras do USGBC, a validade da Certificao de dois anos aps
a entrega do certificado (pode ocorrer de um a dois anos aps a construo da edificao).
Findo o prazo, so necessrias novas avaliaes para que a edificao seja validada
novamente na certificao, porm, em outra Categoria, a de LEED EB OM (Existing
Buildings Operation & Mantainance ou Operao e Manuteno de Prdios Existentes)
3.1.4. Sistema LEED School
O LEED School (ou melhor, LEED Escolas), um tipo de critrio baseado nos
parmetros de uma construo nova, porm voltada para a atividade de ensino. A
necessidade de tornar a edificao mais segura e confortvel nortearam as diferenas entre
os critrios bsicos para as novas construes, onde h o acrscimo de dez itens a mais,
entre Pr-Requisitos e Crditos, todos indicados na tabela 03.
3.1.4.1. Categorias
Dentro de cada critrio h pr-requisitos e os crditos. Os pr-requisitos so
requisitos mnimos que devem ser atendidos pelo empreendimento para que o projeto possa
acumular uma pontuao mnima aceita pelo USGB com a finalidade de ser certificado.
A formalizao dos dados do projeto feita com a apresentao de trs tipos de
documentos:
a) Templates ou declarao padro LEED, sempre com a assinatura do responsvel tcnico
pela informao;
b) Plantas (desenhos) e memoriais descritivos dos projetos e sistemas e;
c) Memoriais de Clculos.
21
Pr-requisitos e Crditos LEED Schools verso 3 2009 Diviso por CATEGORIAS
1 Categoria Espao Sustentvel Pr-requisito 1 Preveno da poluio na atividade da Construo
Pr-Requisito 2 (aplicado somente no School) Avaliao Ambiental do Terreno
Crdito 1 Seleo do Terreno
Crdito 2 Densidade Urbana e Conexo com a Comunidade
Crdito 3 Remediao de reas contaminadas
Crdito 4.1 Transporte Alternativo, Acesso ao Transporte pblico
Crdito 4.2 Transporte Alternativo, Bicicletrio e Vestirio para os ocupantes
Crdito 4.3 Transporte Alternativo, Uso de Veculos de Baixa emisso
Crdito 4.4 Transporte Alternativo, rea de estacionamento
Crdito 5.1 Desenvolvimento do espao, Proteo e restaurao do Habitat
Crdito 5.2 Desenvolvimento do espao, Maximinizar espaos abertos
Crdito 6.1 Projeto para guas Pluviais, Controle da quantidade
Crdito 6.2 Projeto para guas pluviais, Controle da qualidade
Crdito 7.1 Reduo da ilha de calor, reas cobertas
Crdito 7.2 Reduo da ilha de calor, reas descobertas
Crdito 8 Reduo da Poluio Luminosa
Crdito 9 (aplicado somente no School) Plano Diretor
Crdito 10(aplicado somente no School) Uso do Conjunto das Facilidades
2 Categoria Uso Racional da gua
Pr-requisito 1 Reduo no Uso da gua
Crdito 1 Uso eficiente de gua no paisagismo
Reduo de 50%
Uso de gua no potvel ou sem irrigao
Crdito 2 Tecnologias Inovadoras para guas servidas
Crdito 3 Reduo do consumo de gua
Reduo de 30%
Reduo de 35%
Reduo de 40%
Crdito 4(aplicado somente no School) Reduo do consumo de gua de Processo
3 Categoria Energia e Atmosfera
Pr-requisito 1 Comissionamento dos sistemas de energia
Pr-requisito 2 Performance Mnima de Energia
Pr-requisito 3 Gesto Fundamental de Gases Refrigerantes, No uso de CFCs
Crdito 1 Otimizao da performance energtica
12% Prdios novos ou 8% Prdios reformados
14% Prdios novos ou 10% Prdios reformados
16% Prdios novos ou 12% Prdios reformados
18% Prdios novos ou 14% Prdios reformados
20% Prdios novos ou 16% Prdios reformados
22% Prdios novos ou 18% Prdios reformados
24% Prdios novos ou 20% Prdios reformados
26% Prdios novos ou 22% Prdios reformados
28% Prdios novos ou 24% Prdios reformados
30% Prdios novos ou 26% Prdios reformados
32% Prdios novos ou 28% Prdios reformados
34% Prdios novos ou 30% Prdios reformados
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36% Prdios novos ou 32% Prdios reformados
38% Prdios novos ou 34% Prdios reformados
40% Prdios novos ou 36% Prdios reformados
42% Prdios novos ou 38% Prdios reformados
44% Prdios novos ou 40% Prdios reformados
46% Prdios novos ou 42% Prdios reformados
48% Prdios novos ou 44% Prdios reformados
Crdito 2 Gerao local de energia renovvel
1% Energia Renovvel
3% Energia Renovvel
5% Energia Renovvel
7% Energia Renovvel
9% Energia Renovvel
11% Energia Renovvel
13% Energia Renovvel
Crdito 3 Melhoria no comissionamento - Avanado
Crdito 4 Melhoria na gesto de gases refrigerantes
Crdito 5 Medies e Verificaes
Crdito 6 Energia Verde
4 Categoria Materiais e Recursos
Pr-requisito 1 Depsito e Coleta de materiais reciclveis
Crdito 1.1(aplicado somente no School) Reuso do edifcio, Manter 25% de Paredes, Pisos e Coberturas Existentes
Reuso de 55%
Reuso de 75%
Reuso de 95%
Crdito 1.2 Reuso do Edifcio, Manter Elementos Interiores no estruturais
Crdito 2 Gesto de Resduos da Construo
Destinar 50% para o reuso
Destinar 75% para o reuso
Crdito 3 Reuso de Materiais
Reuso de 5%
Reuso de 10%
Crdito 4 Contedo Reciclado
10% do Contedo
20% do Contedo
Crdito 5 (aplicado somente no School) Materiais Regionais
10% dos Materiais Extraido, Processado e Manufaturado na Regio
20% dos Materiais Extraido, Processado e Manufaturado na Regio
Crdito 6 Materiais de Rpida Renovao
Crdito 7 Madeira Certificada
5 Categoria Qualidade Ambiental Interna
Pr-requisito 1 Desempenho Mnimo da Qualidade do Ar Interno
Pr-requisito 2 Controle da fumaa do cigarro
Pr-requisito 3 (aplicado somente no School) Desempenho Acstico Mnimo
Crdito 1 Monitorao do Ar Externo
Crdito 2 Aumento da Ventilao
Crdito 3.1 Plano de Gesto de Qualidade do Ar, Durante a Construo
Crdito 3.2 Plano de Gesto de Qualidade do Ar, Antes da ocupao
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Crdito 4 Materiais de Baixa Emisso - de 1 a 4
Crdito 5 Controle interno de poluentes e produtos qumicos
Crdito 6.1 Controle de Sistemas, Iluminao
Crdito 6.2 Controle de Sistemas, Conforto Trmico
Crdito 7.1 Conforto Trmico, Projeto
Crdito 7.2 Conforto Trmico, Verificao
Crdito 8.1 Iluminao Natural e Paisagem, Luz do dia para reas Regularmente Ocupadas
Crdito 8.2 Iluminao Natural e Paisagem, Vistas
Crdito 9(aplicado somente no School) Aumento da Eficincia Acstica
Crdito 10 (aplicado somente no School) Preveno do Mofo
6 Categoria Inovao e Processo do Projeto
Crdito 1 Inovao no Projeto: Insira o ttulo
Inovao ou Performance Exemplar
Inovao ou Performance Exemplar
Inovao ou Performance Exemplar
Inovao
Inovao
Crdito 2 Profissional Acreditado LEED
Crdito 3 (aplicado somente no School) A Escola como Ferramenta de Ensino
7 Categoria Crditos Regionais
Crdito 1 Prioridades Regionais
Prioridades Ambientais Especficas da Regio
Prioridades Ambientais Especficas da Regio
Prioridades Ambientais Especficas da Regio
Prioridades Ambientais Especficas da Regio
Tabela 03: Requisitos LEED NC Schools. Fonte: GBCB, 2011.
3.1.4.1.1. Categoria Espao Sustentvel
Para o atendimento desta categoria imprescindvel atender dois Pr-requisitos
importantes que favorecem a segurana ambiental.
3.1.4.1.1.1. Plano de Preveno de Poluio no solo e no ar
A elaborao de um Plano de Preveno de Poluio no solo e no ar, que reduz a
poluio proveniente das atividades de construo, controlando a sedimentao e a eroso
do solo, o assoreamento dos cursos de gua e a gerao de poeira na vizinhana. Este
documento baseado no Plano encontrado no site da EPA (Environmental Protection
Agency) em: http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/swppp.cfm#guide.
Um dos objetivos da aplicao do Plano diminuir a quantidade de solo mobilizado,
como impedir ou controlar o escoamento de guas externas que fluem pelas reas
mobilizadas. A comprovao da remoo dos sedimentos carreados pelas guas que saem
http://cfpub.epa.gov/npdes/stormwater/swppp.cfm#guide
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da obra importante tanto quanto melhorar todo este sistema, suplantando as demandas
legais nacionais, estaduais ou municipais.
3.1.4.1.1.2. Avaliao Ambiental do Terreno
O Pr-requisito baseado em regulaes americanas para reduo de poluio no
endereo em, http://www.epa.gov/nrmrl/std/traci/traci.html, onde possvel acessar o texto
sobre Tool for the Reduction and Assessment of Chemical and Other Environmental
Impacts (TRACI) ou Ferramentas para a reduo e avaliao qumica e outros impactos
ambientais.
Este requisito tem o objetivo de escolher um local apropriado para o desenvolvimento
das atividades escolares. Estas caractersticas locais devem garantir a segurana e sade
das crianas em relao contaminao do solo, deste modo, necessrio comprovar que
o terreno escolhido no contaminado pelas atividades anteriores, conforme procedimentos
da Fase I, da norma ASTM E1527-05 (Standard Practice for Environmental Site
Assessments: Phase I: Environmental Site Assessment Process), no link
http://209.195.157.104/DOWNLOAD/E1903.1207483-1.pdf. Caso haja contaminao e seja
possvel a descontaminao, que seja executada conforme os moldes da Fase II da ASTM
E1903-97 (Standard Practice for Environmental Site Assessments: Phase I: Environmental
Site Assessment Process), http://enterprise1.astm.org/DOWNLOAD/E1903.1207483-1.pdf.
A anlise deve ser executada por empresa ou profissional habilitado, com
responsabilidade tcnica comprovada.
Como limitao da recuperao dos solos, esta Certificao se torna invivel quando
os terrenos mantinham a funo prvia de aterros sanitrios.
A escolha do local para o novo empreendimento deve ser baseada na seleo de um
terreno prprio para o tipo de atividade. A inadequao pode gerar grandes impactos
ambientais.
A certificao LEED pontua quando o local est suprido de infraestrutura, seja
sanitria, eltrica, telefonia, comrcio e servios. Fica restrita a implantao de projetos em
zonas rurais agrcolas, em reas inundveis sujeitas s enchentes superior a 1% ao ano de
ocorrncia, reas de preservao ambiental ou em faixas de margens de cursos dgua, rios
ou lagos.
Mesmo quando no h a obrigatoriedade da apresentao do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) solicitados por alguns municpios para a aprovao do empreendimento, o
LEED recomenda que seja realizado este estudo.
http://www.epa.gov/nrmrl/std/traci/traci.htmlhttp://enterprise1.astm.org/DOWNLOAD/E1903.1207483-1.pdf
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A maior pontuao se deve elaborao de planos de mitigao de emisso de
poluio provenientes de veculos utilizados pelos futuros usurios, adoo de
biocombustveis ou GNV como fonte energtica, ao incentivo do uso de transporte coletivo e
bicicletas. A remediao de solos contaminados, recuperao de reas degradadas, a
promoo do monitoramento do terreno, a restaurao de plantas nativas locais, a utilizao
de telhado para esta plantao orgnica sem agrotxicos, fertilizantes, pesticidas ou
herbicidas so algumas das aes positivas preconizadas pelo LEED.
O conjunto de aes para aumentar a permeabilidade do solo (pela reduo de reas
impermeveis), aumentando a taxa de infiltrao e controlar o escoamento superficial
provocado pelas guas pluviais para a rede de drenagem pblica so crditos certos para a
pontuao. Isto se d a partir da deteno, reteno ou reserva da gua da chuva (para o
seu aproveitamento ou retardo) e menos utilizao do concreto para a pavimentao
externa do terreno. A adoo de Sistemas de reuso das guas cinzas tambm so
requisitos favorveis.
Outro atendimento importante reduzir as ilhas de calor, reduzindo a temperatura do
ambiente pela utilizao de materiais com reflectncia solar comprovada pelo fabricante,
que permita a reduo de temperatura de coberturas e pavimentao. Um recurso bem
empregado nesta situao o sobreamento proporcionado por vegetao e atravs de
placas ou painis solares para aquecimento e produo de energia. Outro recurso dar
preferncia para pisos intertravados claros, com permeabilidade ao invs de asfalto escuro.
A iluminao controlada, tambm faz parte da conteno da poluio luminosa,
quando a luz no ultrapassa os limites do terreno ou quando no h excesso que provoque
ofuscamento, o desconforto e gastos desnecessrios com energia eltrica.
Os controles do item de iluminao, assim como os outros sistemas prediais, devem
favorecer a flexibilidade de futuras modificaes ou ampliaes no projeto. Estas
caractersticas peculiares, com foco na sustentabilidade, precisam constar no Plano Diretor
(crdito 9) ou do Plano de Operao e Manuteno do Manual do Proprietrio, para que
sejam garantidas a continuidade do projeto inicial, mesmo que hajam mudanas e
desenvolvimentos de programas e alterao da populao estudantil (ou usurios). Neste
mesmo Plano Diretor necessrio incluir os planos para centros comunitrios, as quadras
de esporte, biblioteca, rea de recreao aqutica ou qualquer outro projeto voltado para a
comunidade.
Para atender o crdito 10, Uso conjunto das Facilidades deve ser disponibilizado
pelo menos trs espaos com o pblico: biblioteca, refeitrio, salas de aula, quadras
esportivas, ou estacionamento. Este crdito permite, efetivamente, a socializao com a
26
comunidade, pois empresta o espao, se no toda a rea escolar para a funo
integralizadora da regio. A prova do contato com a sociedade estabelecida pela
assinatura contratual de servios com a comunidade ou outras instituies (clnica de sade,
posto policial, etc).
3.1.4.1.2. Categoria Uso Racional da gua
Esta categoria incentiva a economia de gua potvel, na utilizao de fontes que
favoream a diminuio do consumo deste recurso natural esgotvel. Portanto, como pr-
requisito, deve-se comprovar a sua reduo, atravs da adoo de sistemas de
aproveitamento da gua de chuva, de reuso de guas cinzas e de equipamentos sanitrios
com diminuio da vazo em relao ao convencional.
3.1.2.1.3 Categoria Energia e Atmosfera
Um dos objetivos desta categoria o Planejamento e a realizao de atividades de
comissionamento dos sistemas que demandam energia (aquecimento, ventilao,
condicionamento de ar e refrigerao, iluminao, sistemas de cmera, telefonia,
automao, equipamentos eltricos, subestao, casa de mquinas e conjunto de bombas e
controles associados), verificando sua instalao e seu desempenho, de acordo com os
projetos, memoriais descritivos e execuo.
As atividades de comissionamento devem ser realizadas pela equipe de
comissionamento contratada e habilitada (responsabilidade tcnica comprovada). O Escopo
do Comissionamento deve ter a descrio das atividades, referncias dos fornecedores e
parmetros para a realizao dos testes obrigatrios em fbrica, balanceamento, aceitao
dos testes de desempenho executados no local, assistidos pela equipe e pelo fabricante.
Acompanhar o treinamento da equipe de manuteno e operao e limitar os prazos de
acompanhamento aps a instalao final dos equipamentos.
A categoria tem a funo motivadora de uso de energia renovvel e a produo
desta no local, como o aquecimento de gua com coletores solares, o fornecimento de
energia eltrica fotovoltaica ou de provenincia elica, etc.
Contempla a reduo ou eliminao de gases causadores da destruio da camada
de oznio.
A simulao energtica realizada nesta categoria atravs dos programas Energy
Plus e Design Builder com base nos parmetros da ASHRAE 90.1-2007, tomando como
referncia uma base mnima de eficincia. So considerados os materiais empregados na
arquitetura e o comportamento trmico das fachadas e telhados, onde o prdio implantado
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em zonas climticas relacionadas ao municpio do Rio de Janeiro e com a orientao
cardeal segundo o projeto. Nestes testes vrios dados so inseridos, como tamanho de
aberturas, brises horizontais e verticais e o sombreamento da prpria edificao.
Dependendo do alcance de desempenho energtico, a construo ganha maior pontuao
ou menor. Os parmetros de iluminao tambm so considerados.
O Monitoramento e medio constante dos equipamentos que consomem energia e
gua podem garantir uma eficincia ao longo da vida til da edificao, garantindo o
desempenho dos sistemas e a sustentabilidade, com ganho de pontuao.
Para atendimento ao ltimo crdito seriam necessrios que a organizao Green-e,
(www.green-e.org) fornecesse energia renovvel certificada para o empreendimento. No
Brasil, este sistema ainda no comercializado, nem regulamentado.
3.1.2.1.4 Categoria Materiais e Recursos
Esta categoria promove a reduo da quantidade de resduos destinados a aterros
gerados na operao e construo do edifcio. Prev a elaborao da Gesto dos resduos
de todo o processo, desde a construo at o final da vida til da edificao.
A implantao do plano requer a comprovao dos manifestos de resduos e do
descarte em aterros legalizados.
Estimula o empreendimento a dispor de local especfico, isolado e organizado para a
coleta e armazenamento de materiais reciclveis que sejam de fcil acesso aos funcionrios
para manuteno. As reas de coleta de reciclveis devem conter a separao de resduos
para reaproveitar os recursos estruturais e fachadas da construo existente. Este
reaproveitamento visa reduo da quantidade de entulho gerado durante a obra, da
minimizao do impacto ambiental da operao e diminuio da aquisio de novos
materiais que geram gastos com transporte e emisso de gases de efeito estufa at o local
do empreendimento.
Considera a reutilizao ou o aproveitamento de materiais e da reciclagem de parte
da construo existente. Atravs das declaraes e certificaes dos fornecedores estimula
o uso de produtos com grande porcentagem de matrias primas de origem recicladas em
sua composio.
O LEED incentiva a utilizao de materiais com longos ciclos de vida, substituindo-os
por materiais de rpida renovao.
Materiais como a madeira certificada precisam comprovar a procedncia.
http://www.green-e.org/
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3.1.2.1.5 Categoria Qualidade Ambiental Interna
O objetivo obter o mximo de qualidade do ar no empreendimento e conforto e
bem-estar aos usurios. Para isto, este requisito utiliza as normas ASHRAE 62.1-2007 (ou a
ABNT NBR 16401-3 2008). Estes parmetros definem o mnimo de renovao de ar de
acordo com a zona climtica local para a quantidade de gs carbnico interno.
Adicionalmente, o equipamento de monitoramento do ar interno e automtico precisa
garantir a qualidade e avisar, caso os padres estejam descalibrados.
Para manter os padres, necessrio elaborar um Plano de Gerenciamento e
Controle da Qualidade do ar na fase de construo e pr-ocupao da edificao. As aes
devem estar voltadas para a prot