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AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL FRANCISCO ALEXANDRE CUNHA- R3 DO SERVIÇO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA- HUMI

AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

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AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL. FRANCISCO ALEXANDRE CUNHA- R3 DO SERVIÇO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA- HUMI. AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL. INDICAÇÕES A) Condições maternas : - Síndromes hipertensivas - Diabetes tipo I - Nefropatia crônica - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

FRANCISCO ALEXANDRE CUNHA- R3 DO SERVIÇO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA- HUMI

Page 2: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETALINDICAÇÕES

A) Condições maternas: - Síndromes hipertensivas- Diabetes tipo I- Nefropatia crônica- Doenças cardíacas cianóticas - Hemoglobinopatias (SS, CC, talassemia S)- Lúpus - Síndrome Antifosfolípides- Hipertireoidismo

B) Condições relacionadas à gestação: - Pré-eclampsia- Diminuição de MF- Oligoidrâmnio- Poliidrâmnio- Crescimento intra-uterino restrito - Gestação prolongada- Aloimunização- Perda fetal anterior sem causa aparente- Gestação múltiplas (crescimento discrepante)

Page 3: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

MÉTODOS Doppler das artérias umbilicais/ducto venoso Perfil Biofísico fetal Cardiotocografia Mobilograma Teste de estimulação sonora Auscultação fetal intermitente Microanálise do sangue fetal Oximetria fetal de pulso Aminioscopia ECG fetal

Page 4: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

MOBILOGRAMA

Avaliar movimentação fetal 3x ao dia no período pós-prandial por 1h.

Inatividade:• <3movimentos fetais em 1h.• Redução percentual no padrão de movimentação

anterior.Sensibilidade de 85-95%.Especificidade de 40%-70%.

Page 5: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

“A revisão não mostrou evidências que influenciassem na prática obstétrica. Não existem estudos comparando a observação da movimentação fetal com a não observação.”

(Revisão Sistemática Cochrane, 2007)

Page 6: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

• Registro do traçado da frequência cardíaca fetal(FCF).

• Método não invasivo, inócuo e de baixo custo, utilizado como rastreamento primário do bem-estar fetal em gestantes de alto risco.

Sensibilidade • Acima 95%• 99% com CTG satisfatória sobrevivem > 1semEspecificidade• Baixa • Alto Valor Preditivo Negativo • 40-60% FP (prematuros)• Complementar!

Page 7: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

Parâmetros:◦FCF basal: 120-160bpm.◦Variabilidade da FCF: 10-25 bpm◦Aceleração Transitória: elevação de pelo

menos 15bpm da FCF por pelo menos 15s após MF ou contrações

◦Desacelerações: queda da FCF de duração e intensidade variáveis relacionadas ou não com MF e contações

Page 8: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

Bradicardia < 110 bpm:◦Bloqueio cardíaco, hipotermia materna,

hipóxia fetal, drogas anestésicas, etc.

Page 9: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

Taquicardia > 160 bpm:

◦ Arritmias cardíacas, drogas simpaticomiméticas e parassimpaticomiméticas (atropina), corioamnionite (taquicardia inicia antes da febre materna), febre materna, tireotoxicose, etc.

Page 10: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

PADRÕES DE VARIABILIDADEComprimida Amplitude 5-10 bpm Fármacos depressores SNC Hipoxemia fetal Sono fetal (estimular)

Page 11: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

PADRÕES DE VARIABILIDADEOndulatória ou oscilatória Amplitude: 10-25bpm Padrão normal

Page 12: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

PADRÕES DE VARIABILIDADESaltatória Amplitude > 25 bpm Compressões funiculares de curta duração

decorrentes de intensa atividade motora fetal

Page 13: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

DESACELERAÇÕESESPICAIS ou DIP 0 : Queda rápida e com baixa amplitude da FCF. Relaciona-se com movimentos fetais.

Page 14: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

DESACELERAÇÕESPRECOCE ou DIP I : Imagem em espelho da contração uterina

Queda rápida e com baixa amplitude da FCF. Compressão do polo cefálico durante a contração. Fisiológico no TP com BR, no final da dilatação e período

expulsivo Na CTG basal: associada a oligoâmnio

Page 15: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

DESACELERAÇÕESTARDIAS ou DIP II : Desacelerações simétricas e recorrentes Início, nadir e recuperação atrasados 20-30seg em

relação a contração uterina Marcador biofísico que melhor se correlaciona com

hipoxia fetal (pO2 < 18 mmHg)

Page 16: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

DESACELERAÇÕESVARIÁVEIS ou DIP III : Motivadas por compressão da a. umbilical (funículo) Nenhuma relação temporal com o ciclo contratural Queda e retorno a linha de base abruptos Aspecto não é uniforme (assemelha-se a um V) Condições predisponentes:

OligoâmnioAlterações funiculares ( prolapso, nó, circulares)

Page 17: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

DIP III DESFAVORÁVEL: Queda ≥ 70bpm. Duração > 60s. Recuperação lenta. Recuperação da FCF em níveis inferiores Perda da oscilação. Desaceleração bifásica (forma em W) Ausência de aceleração inicial ou secundária

Page 18: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

CARDIOTOCOGRAFIA

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Page 19: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

ESTÍMULO SONORO

Teste de estimulação sônica com buzina

◦CTG com feto hipoativo ou inativo◦Utilizar sons entre 60 – 115dB.◦Aplicar sobre o abdome materno, ao nível

do pólo cefálico.◦Duração 3 – 5s.◦Aguardar até 3min.

Page 20: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

ESTÍMULO SONORO

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Feto reativo: Aumento da FCF >20 bpm com duração > 3min

Feto hiporreativo: resposta cardíaca fetal + porém a amplitude <20bpm e/ou duração <3min

Feto não-reativo: ausência de resposta cardíaca fetal frente a 2 períodos de estimulação sonora

Page 21: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

ESTÍMULO SONORO

“Atualmente não existe evidência científica de diminuição da morbi-mortalidade perinatal com o uso da CTG anteparto.”

(Revisão sistemática da Cochrane. Pattison Neil e McCowan Lesley)

Page 22: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

O PBF é o método da propedêutica do bem estar fetal que estuda conjuntamente as atividades biofísicas e o vLA.

Manning et al, 1980

Parâmetros de observação: FCF (reatividade cardíaca) – CTG Tônus fetal Movimentos respiratórios fetais Movimentos corpóreos fetais Volume do líquido amniótico MARCADOR CRÔNICO

MARCADORES AGUDOS

Page 23: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

INDICAÇÕES Fator de risco materno e/ou fetal, que necessite de

acompanhamento da vitalidade

Fetos com CTG suspeita ou alterada (identifica falso-positivos)

Complementar CTG normal

Arritmias cardíacas fetais

Mães usuárias de drogas que atuem na FCF

Page 24: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

METODOLOGIA DO EXAME

IG mínima = 25 semanas

Períodicidade: semanal ou com intervalo menor (pós-datismo, diabéticas e isoimunização).

Duração = 30 minutos

Pontuação = 0-10

Page 25: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

TEORIA DA HIPÓXIA GRADUAL CTG MOV. RESP. FETAIS MOV. CORPÓREOS FETAIS TÔNUS FETAL (Vintzleos et al., 1987)

po2

Page 26: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

SOFRIMENTO FETAL

AGUDO RISCO IMEDIATO DE MORTE FETAL

CRÔNICO RESTRIÇÃO DO CRESC. FETAL MORTE FETAL

Page 27: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

SOFRIMENTO FETAL

Diminuição das trocas

CO2 O2 ÍONS H

ACIDOSE RESP. METABOLISMO ACIDOSE MET. ANAERÓBICO

Page 29: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

Page 30: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA

Pontuação ≥ 8: ◦ Bom prognóstico fetal e perinatal

Pontuação < 8: ◦ Maior vigilância do feto ou◦ Interrupção da gestação

Cuidado com os falso-positivos: sono fetal Estímulo sonoro

Page 31: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

PERFIL BIOFÍSICO FETAL

Não há evidência científica da utilização do PBF como teste de bem-estar fetal nas

gestantes de alto risco.

Dopplervelocimetria apresenta melhores resultados (principalmente por diagnosticar

precocemente a hipóxia fetal).

(Neilson e Alfirevic. Revisão Sistemática Cochrane, 2007)

Page 32: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

TERRITÓRIOS AVALIADOSCirculação Útero-PlacentáriaArtérias uterinasCirculação Feto-Placentária Artérias umbilicaisVeia umbilicalCirculação FetalArterialArtéria Cerebral MédiaVenoso: Veia cava inferiorDucto Venoso

Page 33: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

sístole

diástole

Índice de resistência: S-D/S

Page 34: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

Page 35: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

ARTÉRIAS UTERINASNão-grávidas e gestação precoce: fluxo de alta resistência + presença de incisura

Presença de incisura protodiastólica (notch) nas artérias uterinas após 26ª semana é indicativa de má adaptação circulatória materna e é associada ao desenvolvimento de pré-eclampsia, RCIU, DDPNI.

Insonar bilateralmente as aa. uterinas

Page 36: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

ARTÉRIAS UMBILICAIS (AU)Circulação placentáriaFluxo de baixa resistênciaComponente diastólico é ausente até 14-15sFluxo diastólico progressivamente

Page 37: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

AU

Page 38: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA (ACM)Fluxo de alta resistênciaBaixas velocidades diastólicas

Page 39: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

ACM

Normal: Sístole elevada e telediástole baixa (índice de resistência > 75 %)Alterada: aumento da telediástole e índice de resistência menor (vasodilatação compensatória)

Page 40: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

GESTAÇÃO PATOLÓGICA Hipóxia Redistribuição do sangue

Vasodilatação cerebral Aumento da RVP

Velocidade D final (ACM) Velocidade D final (AU) ACM ≤ 1 AU CENTRALIZAÇÃO

Page 41: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

DESCENTRALIZAÇÃOMecanismos compensatórios são

superados (perda da capacidade de redistribuição do

fluxo)Descompensação cardíaca e edema

cerebralAvaliação laboratorial = hipercapniaSinais de SFA na CTG e no PBF

Page 42: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

DIÁSTOLE ZERO e DIÁSTOLE REVERSAAusência de fluxo diastólico final (DZ) Inversão do fluxo diastólico final (DR)Grave comprometimento da oxigenação fetalPobres resultados perinataisMortalidade perinatal:9,4 a 40% (DZ) e 33,3 a 70% (DR)

Page 43: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

DUCTO VENOSOHipóxia fluxo no DV oxigenação cardíacae cerebralAgravamento da hipóxia RVP fluxo

retrógrado na VCI redução e até inversão do fluxo durante a contração atrial

Achados refletem: Insuficiência cardíaca hipoxêmica fetal Acidemia fetal Altas taxas de mortalidade perinatal

Page 44: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

DZ e DR: Quando interromper?

Peso fetal e a idade gestacionalAsfixia intra-útero X Prematuridade

DZ = 30 sem ou peso fetal > 1000gDR = 28 sem IMIP, 2005

Page 45: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

CONDUTAAlterações ao Doppler sugestivas

de hipóxia

IG ≥ 34S IG<34S

INTERRUPÇÃO CONSERVADORA

Page 46: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

IG < 34 SEMANAS:

InternaçãoCorticoterapiaCTG diáriaPBF e ILA 2 x /semana (se DZ ou DR 48-

72h)Perfil hemodinâmico fetal dependendo da

gravidade do caso

Page 47: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

CRITÉRIOS PARA RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO:

Agravamento do quadro clínico materno IG > 34 semanas ou maturidade comprovadaCTG alteradaPBF < 6 ILA < 5Doppler do DV com onda “a” (sístole atrial) zero ou

reversaDiástole reversa na artéria umbilical

Page 48: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

DOPPLERVELOCIMETRIA OBSTÉTRICA

In te rrom per

> = 3 4s

D op p le r s e m an a lA lte rn a r P B F /C T G

< 3 4 s*

A va lia r IG

C en tra liz ação

In te rrom per

> = 30 s*

D op p le r s e m an a lA lte rn ar P B F /C T G

< 3 0 s*

A v a lia r IG

D iás to le Ze ro

In te r ro m pe r*

D iás to le R e ve rsa

A lte rado

D o pp le r da c i rcu lação fe ta l

*coticóide

Page 49: AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL

Obrigado!!!