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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DANILO REIS VALOIS COSTA AVALIAÇÃO DE CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM COMUNIDADES DE PEQUENO PORTE FEIRA DE SANTANA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DANILO REIS VALOIS COSTA

AVALIAÇÃO DE CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO DE

SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM

COMUNIDADES DE PEQUENO PORTE

FEIRA DE SANTANA

2010

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DANILO REIS VALOIS COSTA

AVALIAÇÃO DE CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DE

SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM

COMUNIDADES DE PEQUENO PORTE

FEIRA DE SANTANA

2010

Monografia apresentada ao Departamento de

Tecnologia da Universidade Estadual de Feira

de Santana, do curso de Engenharia Civil, como

critério de avaliação da disciplina Projeto de

Engenharia.

Orientador: Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães

Orrico.

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DANILO REIS VALOIS COSTA

AVALIAÇÃO DE CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DE

SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM

COMUNIDADES DE PEQUENO PORTE.

Monografia apresentada ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual

de Feira de Santana, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado

em Engenharia Civil

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico

Orientador - UEFS

Profª Drª Sandra Maria Furian Dias

Membro convidado - UEFS

Prof. MSc. Diógenes Oliveira Senna

Membro convidado - UEFS

Feira de Santana, 22 de abril de 2010.

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Dedico esse trabalho aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente aos meus pais, Geová e Ivaneide, pelo amor e pela vida

maravilhosa que tenho, eles são responsáveis por tudo de bom na minha vida.

À minha irmã Camila pelo grande amor e companheirismo, além de irmã uma grande

amiga. Aos meus avós Emílio (Sempre Presente), Flora, Vita e Roque que são os

responsáveis pela família maravilhosa que tenho. Agradeço a Mila, minha

namorada, por todo amor e apoio que me dedica.

Aos Sutras Quadrux, Eisntein, Betão, Vagner, Garça, Tyke, Paulinha, Menino,

Gighols, Galo, Pavão, Clailton, Nanda e Lory que fizeram todos os momentos da

universidade inesquecíveis.

Aos meus amigos Herlon, Tete e Milton pela verdadeira amizade que suportou

distâncias e durará para sempre.

À UEFS, aos mestres, que me orientaram para me tornar um Engenheiro Civil, em

especial ao meu orientador Silvio Roberto Magalhães Orrico.

Enfim a todos que de alguma forma contribuíram na minha formação. Muito

Obrigado!

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O valor de todo o conhecimento está no seu vínculo com as nossas necessidades, aspirações e ações;

de outra forma, o conhecimento torna-se um simples lastro de memória, capaz apenas

– como um navio que navega com demasiado peso – de diminuir a oscilação da vida cotidiana.

(V. O. Kliutchevski)

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RESUMO

A água é um recurso necessário ao desenvolvimento das atividades de todos os

seres humanos. Assim, é necessário pesquisar a gestão dos efluentes gerados pela

utilização da água como forma de preservar e minimizar os impactos ambientais

dessa utilização. Assim, este trabalho ressalta a importância do tratamento dos

esgotos e mostra algumas opções tecnológicas de tratamento de esgoto. O objetivo

do presente trabalho é avaliar os custos associados a implantação de um sistema de

esgotamento sanitário em comunidades de pequeno porte, através da utilização de

índices físicos aplicados a análise de projetos de implantação de um sistema de

esgotamento sanitário. Neste estudo foi realizada uma análise documental em que

foi encontrado que o custo relacionado ao tratamento de esgotos representou em

média 66% dos custos totais, e o custo com materiais mais expressivo

representando cerca de 20% dos custos totais.

Palavras-chave: esgoto, sistema, tratamento, custos, índices.

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ABSTRACT

Water is a necessary resource to all human beings. Thus, it is necessary to study management of wastewater generated by the use of water as a way to preserve and minimize the environmental impacts of such use. This study highlights the importance of sewage treatment and shows some technological options for sewage treatment. The aim of this study is to assess the costs associated with deploying a system of sewage in small communities, through the use of physical indices applied to analysis of projects to implement a sewage system. This study was carried out a documentary analysis it was found that the cost related to sewage treatment was on average 66% of total costs, cost of materials and the most significant accounting for about 20% of total costs. Keywords: sewage, system, treatment, costs, indices.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Composição dos esgotos domésticos ....................................................... 19

Figura 2. Sistema unitário de coleta de esgoto......................................................... 25

Figura 3. Modelo de tanque séptico ......................................................................... 28

Figura 4. FS em construção ..................................................................................... 29

Figura 5. Fossas implantadas nos fundos das casas da comunidade ...................... 40

Figura 6. Esgoto disposto a céu aberto na comunidade ........................................... 41

Figura 7. Escavação para a implantação de uma fossa que foi paralisada em função

do elevado nível do lençol freático ............................................................................ 41

Figura 8. Esgoto a céu aberto nas ruas da comunidade de Pedras Altas ................ 61

Figura 9. Esgoto a céu aberto nas ruas da comunidade de Pedras Altas ................ 61

Figura 10. Fluxograma de Vazões da comunidade de Jorrinhos...................... 63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Eficiência de remoção de poluentes por tipo de tratamento de esgotos ... 21

Tabela 2. Comparação entre algumas opções de tratamento de esgotos para

pequenas comunidades ............................................................................................ 33

Tabela 3. Número de ligações domiciliares a implantar na comunidade de Baixio... 42

Tabela 4. Características da rede coletora de esgotos da localidade de Baixio ....... 42

Tabela 5. Características da ETE de Baixio.............................................................. 43

Tabela 6. Planilha de orçamentos dos serviços para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Baixio ...................................................... 45

Tabela 7. Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Baixio ...................................................... 48

Tabela 8. Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Baixio .......... 49

Tabela 9. Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de

Baixio ........................................................................................................................ 50

Tabela 10. Características da rede coletora de esgoto de Jorrinhos ........................ 52

Tabela 11. Planilha de orçamento dos serviços para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinho ................................................... 53

Tabela 12. Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinhos ................................................. 56

Tabela 13. Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinhos ..... 58

Tabela 14. Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de

Jorrinhos.................................................................................................................... 60

Tabela 15. Planilha de orçamento dos serviços para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas ........................................... 65

Tabela 16. Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de

esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas ........................................... 69

Tabela 17. Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas 71

Tabela 18. Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de

Pedras Altas .............................................................................................................. 72

Tabela 19. Comparação dos índices físicos obtidos em cada projeto analisado ...... 73

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

CERB COMPANHIA DE ENGENHARIA AMBIENTAL DA BAHIA

CETESB COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

CONAMA CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE

DBO DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO

EE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA

EEE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO

EIA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

ETE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

FAFA FILTRO ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE

FS FOSSAS SÉPTICAS

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

NBR NORMA BRASILEIRA

PRODES PROGRAMA DESPOLUIÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

PVC CLORETO DE POLIVINIL

RAFA REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE E MANTO DE

LODO

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AO MEIO AMBIENTE

STE SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 14

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 14

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14

1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 15

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 16

2.1 HISTÓRICO DA COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO ............................ 16

2.2 ESGOTOS: CONCEITO, COMPOSIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E

TRATAMENTO .......................................................................................................... 17

2.3 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................... 22

2.4 TIPOS DE SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................. 24

2.4.1 Sistema Unitário .............................................................................................. 24

2.4.2 Sistema Separador ......................................................................................... 26

2.4.3 Fossas Sépticas .............................................................................................. 27

2.4.4 Sumidouros ..................................................................................................... 29

2.4.5 Lagoas De Estabilização ................................................................................. 30

2.4.6 Opções De Tratamento De Esgotos Sanitários Em Pequenas Comunidades 32

2.5 MATERIAIS EMPREGADOS NAS REDES DE ESGOTOS SANITÁRIOS ..... 34

2.6 PROJETOS DE REDES DE ESGOTOS SANITÁRIOS .................................. 34

2.7 CUSTOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE ESGOTAMENTO

SANITÁRIO ............................................................................................................... 37

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 73

6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 74

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1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso necessário a todos os aspectos da vida e ao

desenvolvimento das atividades humanas. Embora exista em abundância na Terra,

cobrindo 71% da superfície terrestre (MOTA, 1997), a mesma é escassa em muitas

áreas, devido a sua má distribuição e às perdas, assim como por causa da

degradação antrópica. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 80 países,

enfrentam problemas de abastecimento e cerca de 1,5 bilhão de pessoas não têm

acesso a fontes de água de qualidade (PIMENTA et al, 2002).

Das diversas utilizações da água, em média 80%, resultam em esgoto

(MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS, 1999), seja ele de origem doméstica,

hospitalar, industrial, entre outros. O esgoto doméstico ou efluente sanitário contém

99,9% de água e 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos. Neste, é comum a

presença de microorganismos patogênicos, responsáveis por algumas doenças de

veiculação hídrica.

O saneamento básico das comunidades é um dos serviços públicos

essenciais a melhoria das condições de vida da população beneficiada, visto que

este serviço compreende a distribuição de água potável em quantidade e qualidade

adequadas a uso humano, coleta e remoção das águas residuárias e de

escoamento superficial da área ocupada pela comunidade e também da coleta e

acondicionamento final dos resíduos sólidos.

Fernandes (1997), afirma que a coleta e transporte das águas residuárias

desde a origem até o lançamento final constituem o fundamento básico do

saneamento de uma população. Os condutos que recolhem e transportam essas

vazões são denominados de coletores e o conjunto dos mesmos compõe a rede

coletora. A rede coletora, os emissários, as unidades de tratamento, etc, compõem o

que é denominado de sistema de esgotos sanitários.

A implantação dos serviços de saneamento básico, em função de sua

importância, tem de ser tratada como prioridade sob quaisquer aspectos na infra-

estrutura pública das comunidades, considerando-se que o bom funcionamento

desses serviços implica em uma existência com mais dignidade para a população

usuária, pois melhora as condições de higiene, segurança e conforto dos usuários.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Tratar o esgoto, além de beneficiar diretamente o meio ambiente, gera

emprego e pode desencadear um processo de desenvolvimento econômico,

inclusive no contexto regional. A redução de gastos com a saúde, a ampliação da

capacidade produtiva das pessoas e a inclusão social de moradores de áreas

carentes que tem esgotamento implantado são alguns dos benefícios indiretos

gerados por ações neste setor, que representam um retorno do investimento que é

feito para implantação dos sistemas de esgotamento.

O investimento no tratamento de efluentes pode significar um grande salto

para o desenvolvimento em termos da dotação da infra-estrutura requerida para

proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população, assim como

propiciar novas oportunidades de negócios. Assim, a coleta, o tratamento e a

disposição ambientalmente adequada de efluentes são fundamentais para a

melhoria do quadro de saúde da população e pré-requisito para busca da

sustentabilidade.

Através da análise de diversos projetos, podem-se observar as peculiaridades

de cada sistema, identificando e avaliando os valores econômicos de cada unidade.

Os custos para implantação de uma STE convencional, de um modo geral, são altos

para padrões financeiros de pequenas comunidades, porém necessários se

observarmos que, em longo prazo, oferece uma grande economia nos gastos com a

saúde pública, uma vez que, propicia à população uma melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, a justificativa do presente trabalho é que as pequenas

comunidades, aquelas que possuem até 5.000 habitantes, são as mais afetadas

pelas políticas públicas. São elas, em sua maioria, que não possuem coleta e

tratamento de esgoto, que não têm uma disposição adequada do resíduo e portanto

projetos de implantação nessa comunidade possuem particularidades que merecem

um estudo mais aprofundado (ZAPPAROLI, 2008).

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

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Determinar os índices físicos e os custos associados à implantação de

sistemas de esgotamento sanitário em comunidades de pequeno porte.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar três projetos de obras de sistemas de esgotamento sanitário, em

comunidades de pequeno porte;

Determinar os componentes de um sistema de tratamento de esgoto;

Analisar os custos associados a implantação de sistemas de esgotamento

sanitário;

Comparar os valores de custos obtidos em cada um dos projetos;

Avaliar os fatores determinantes que influenciam o custo total de obras de

esgotamento sanitário.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 HISTÓRICO DA COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO

A importância do saneamento remonta às mais antigas culturas. O

saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas civilizações,

ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento

de outras. Os poucos meios de comunicação do passado podem ser

responsabilizados, em grande parte, pela descontinuidade da evolução dos

processos de saneamento e retrocessos havidos (BRASIL, 2004).

Conquistas alcançadas em épocas remotas ficaram esquecidas durante

séculos porque não chegaram a fazer parte do saber do povo em geral, uma vez

que seu conhecimento era privilégio de poucos homens de maior cultura. Por

exemplo, foram encontradas ruínas de uma civilização na Ìndia que se desenvolveu

a cerca de 4.000 anos, onde foram encontrados banheiros, esgotos na construção e

drenagem nas ruas (ROSEU, 1994).

Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na antigüidade podemos

citar a construção de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo

como símbolo histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma. Entretanto, a falta de

difusão dos conhecimentos de saneamento levou os povos a um retrocesso,

originando o pouco uso da água durante a Idade Média, quando o per capita de

certas cidades européias chegou a um litro por habitante/dia (BRASIL, 2004).

Nessa época, houve uma queda nas conquistas sanitárias e por conseguinte

sucessivas epidemias. Quadro característico desse período é o lançamento de

dejeções na rua. Cumpre apontar, todavia, nessa ocasião, a construção de

aquedutos pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a construção

de aqueduto de Londres com o emprego de alvenaria e chumbo e, em 1183, o

abastecimento inicial de água em Paris (BRASIL, 2004).

Tsutiya e Bueno (2004) afirmam que estruturas similares aos drenos

Romanos foram utilizados na Europa medieval, porém, o lançamento de excretos

humanos nesses condutos era terminantemente proibido, de modo que, os excretos

eram dispostos nas ruas, até que a chuva, ou lavagem das ruas os levasse para

condutos de drenagem pluvial e os descarregassem no curso de água mais próximo.

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Ainda, de acordo com os autores, o uso da privada com descarga hídrica

ocorreu juntamente com as epidemias ocorridas no século 19, e esses foram fatores

fundamentais para que a coleta e afastamento de esgotos merecessem a adequada

atenção das autoridades. Em 1915 se autorizou, em Londres, o lançamento de

efluentes domésticos nas galerias de águas pluviais e, em 1847 tornou-se

compulsório o lançamento de todas as águas residuárias das habitações nas

galerias públicas de Londres. Dessa forma, surgiu o sistema combinado ou unitário

de esgotamento, uma rede única de esgotos para águas servidas e águas pluviais.

2.2 ESGOTOS: CONCEITO, COMPOSIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO

Esgoto é o termo usado para as águas que, após a utilização humana,

apresentam as suas características naturais alteradas conforme o uso

predominante: comercial, industrial ou doméstico. Essas águas apresentarão

características diferentes e são genericamente designadas de águas residuais (ou

águas servidas) (CORSSATTO et al, 2006). Os esgotos, de acordo com Mendonça

(1990) são considerados o resultado dos despejos hídricos de uma comunidade ou

de uma indústria ou mesmo originados da coleta de águas pluviais.

Fernandes (1997) afirma que, esgoto sanitário é toda vazão esgotável

originada do desempenho de atividades domésticas, tais como lavagens de pisos e

de roupas, consumo em pías de cozinha e esgotamento de peças sanitárias. O

esgoto sanitário é formado pela reunião de despejos de diversas origens, de acordo

com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB seriam o esgoto

doméstico, esgoto comercial, esgoto institucional e o esgoto industrial.

Porém a maioria dos autores classifica os esgotos de acordo com a sua

origem, logo estes podem ser classificados em esgotos domésticos, esgotos

industriais, esgotos sanitários e esgotos pluviais. A NBR 9648 de 1986 apresenta as

seguintes definições:

Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para a higiene

e necessidades fisiológicas humanas;

Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais,

respeitados os padrões de lançamento estabelecidos;

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Esgoto sanitário: despejo líquido constituído de esgotos domésticos e

industriais, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária (NBR 7229-

1993);

Esgoto pluvial: são os esgotos provenientes das águas de chuva.

Sistemas de esgotos é o conjunto de elementos que tem por objetivo a coleta,

o transporte, o tratamento e a disposição final tanto do esgoto doméstico quanto do

lodo resultante. Abrange, portanto, a rede coletora com os seus componentes, as

estações elevatórias e as estações de tratamento de esgoto (ZAPPAROLI, 2008).

A quantidade de esgoto produzida por uma cidade depende, em primeiro

lugar, do volume de água consumido. Quanto maior o consumo de água, maior a

produção de esgoto, porém o consumo de água pode ser bem diferente de uma

cidade para outra. Entretanto admite-se como razoável uma faixa de uso de água de

120l/pessoa/dia. Cerca de 60 a 80% dessa água utilizada se transforma em

despejos, mas ainda existem outras contribuições para as tubulações de esgoto,

como: infiltrações, águas de chuva, despejos industriais, etc. assim o volume de

esgotos pode, em certos casos, ser maior que o consumo de água (CETESB, 1988).

O procedimento mais correto, sempre que possível, é medir a vazão. Deve-se

estimar o crescimento da população da cidade, para que a estação de tratamento de

efluentes tenha capacidade de atender à expansão populacional; pode-se

determinar o consumo de água, a contribuição de indústrias e, também, avaliar a

vazão dos esgotos.

Desde que não haja significativa contribuição de despejos industriais a

composição do esgoto sanitário é razoavelmente constante. Este efluente será

formado por cerca de 99% de água pura e 0,1% de impurezas físicas, químicas e

biológicas (CETESB, 1988). A fração inorgânica dos efluentes corresponde a 30%

da quantidade de matéria sólida existente. Seus principais componentes são os

detritos minerais pesados, sais e metais. A Figura 1detalha a composição dos

esgotos domésticos.

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FIGURA 1: Composição dos esgotos domésticos. Fonte: MENDONÇA, 1990.

O tratamento de esgotos ainda é um grande desafio no Brasil. De acordo

com pesquisa do IBGE, em 2002, apresentada no Plano Nacional de Recursos

Hídricos, 47,8% dos municípios brasileiros não coletam nem tratam os esgotos.

Entre os 52,2% dos municípios que têm o serviço de coleta, apenas 20,2% tratam o

esgoto coletado. Os municípios que não tratam o esgoto coletado (32%) possuem

tubulações que o conduzem para despejo in natura, transformando rios e mares em

focos para disseminação de doenças, afetando a qualidade da água e o

ecossistema ambiental (CORSSATTO et al, 2009).

O tratamento de esgoto consiste na estabilização da matéria orgânica de um

certo efluente. Assim, o tratamento busca transforma a matéria orgânica em

inorgânica (mineralização e conseqüente redução da DBO – Demanda Bioquímica

de Oxigênio) e a remoção de microorganismos patogênicos. Muitas opções de

tratamento se baseiam em processos que ocorrem normalmente na natureza, o qual

é denominação de autodepuração ou estabilização. A autodepuração de um corpo

aquático consiste na capacidade de receber e depurar, através de mecanismos

naturais, uma certa quantidade de matéria orgânica. Este processo inclui toda

assimilação, decantação e digestão de compostos estranhos, inclusive os metais

(PIMENTA et al, 2002).

Não existe um sistema de tratamento padrão para ser utilizado. Vários fatores

irão influenciar na escolha das opções tecnológicas, tais como, disponibilidade de

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área, clima favorável, características do esgoto, qualidade desejada para o efluente,

capacidade do corpo receptor de receber a carga poluidora e da legislação referente

ao local. No Brasil, principalmente no Nordeste, devido a sua grande área e a

grande incidência luminosa durante o ano, recomenda-se sistemas de ação

biológica, como o valas de oxidação e a lagoa de estabilização. Em países como

Holanda e Japão, o uso de sistemas avançados de tratamento é viabilizado pela

escassez de água e a sua pequena área, como também a ausência de um clima

favorável (PIMENTA et al, 2002).

O lançamento de efluentes in natura nos recursos hídricos resulta além de

vários problemas sócio-ambientais, em impactos significativos sobre a vida aquática

e o meio ambiente como um todo. Por exemplo, a matéria orgânica presente nos

dejetos ao entrar em um sistema aquático, leva a uma grande proliferação de

bactérias aeróbicas provocando o consumo de oxigênio dissolvido que pode reduzir

a valores muitos baixos, ou mesmo extinguir, gerando impactos a vida aquática

aeróbica. Têm-se como outros exemplos de impactos a eutrofização, a

disseminação de doenças de veiculação hídrica, agravamento do problema de

escassez de água de boa qualidade, desequilíbrio ecológico, entre outros (PIMENTA

et al, 2002).

O investimento no tratamento de efluentes pode significar um grande salto

para o desenvolvimento em termos da dotação da infra-estrutura requerida para

proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população, assim como

propiciar novas oportunidades de negócios. Assim, a coleta, o tratamento e a

disposição ambientalmente adequada de efluentes são fundamentais para a

melhoria do quadro de saúde da população e pré-requisito para busca da

sustentabilidade (PIMENTA et al, 2002).

O esgoto também contém sólidos dissolvidos e finos sólidos suspensos que

não decantam. Estes não são removíveis apenas com ação da força de gravidade;

pode-se utilizar microrganismos que se alimentam dessa matéria orgânica suspensa

ou solúvel, transformando-a em sais minerais e novos microrganismos. Ocorre que

esses novos microrganismos podem ser separados do líquido, formando um lodo

chamado de secundário. Assim, o tratamento secundário ou biológico consegue

transformar a matéria orgânica solúvel do esgoto em matéria orgânica insolúvel

(microrganismos).

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21

Os microrganismos mais importantes para o tratamento dos esgotos são as

bactérias, seres microscópicos que se reproduzem em grandes velocidades. O

ponto fundamental do tratamento biológico de esgotos é fornecer condições para

que as bactérias sobrevivam e utilizem o esgoto da maneira mais eficiente. Como

todo ser vivo, as bactérias necessitam uma fonte de energia. Quando essa energia é

obtida através da oxidação da matéria orgânica, as bactérias são ditas aeróbias.

Existem bactérias que, ao contrário dos seres humanos, não precisam de oxigênio

para respirar-são as anaeróbicas. Ocorre, ainda, um terceiro tipo de bactérias, que

têm a faculdade de utilizar o oxigênio se o mesmo estiver presente (funcionando

como aeróbias) e que realizam a fermentação anaeróbia se não houver oxigênio

denominam-se bactérias facultativas.

Pode-se, então, classificar o tratamento biológico de esgotos em aeróbias, se

for fornecido oxigênio ao sistema; anaeróbios, se o oxigênio estiver ausente; e

facultativos, devido as suas propriedades, podem participar destes três tipos de

tratamento. O tratamento secundário gera algumas vezes um lodo que precisa ser

conveniente manuseado. Seu tratamento e disposições devem ser encarados com

atenção, pois muitas vezes, essas operações tornam-se mais complicadas e

dispendiosas do que o próprio tratamento dos esgotos.

Nos países em desenvolvimento, entretanto, existe uma outra realidade. No

terceiro mundo, de modo geral, 86% da população rural não têm sistema de

tratamento de água e 92% não possui disposição dos excretos; somente 28% da

população urbana beneficia-se de abastecimento de água e 29% não usufrui

qualquer tipo de saneamento. A eficiência dos tipos de tratamento pode ser vista na

Tabela 1.

Eficiência de remoção

Tipo de

tratamento

Matéria orgânica

(% remoção

DBO)

Sólidos em

suspensão (%

remoção SS)

Nutrientes (%

remoção

nutrientes)

Bactérias (%

remoção)

Preliminar 5 - 10 5 – 20 Não remove 10 – 20

Primário 25 – 50 40 – 70 Não remove 25 – 75

Secundário 80 – 95 65 – 95 Pode remover 70 – 99

Terciário 40 - 99 80 - 99 Até 99 Até 99,999

TABELA 1 – Eficiência de remoção de poluentes por tipo de tratamento de esgotos.

FONTE: BATALHA; GASI, 1988.

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2.3 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os sistemas de esgotos sanitários apresentam principalmente os seguintes

objetivos e finalidades:

Coletar os esgotos individualmente ou coletivamente;

Afastamento rápido e seguro dos esgotos (fossas sépticas ou redes

coletoras);

Tratamento e disposição sanitária dos efluentes;

Eliminação da poluição do solo;

Conservação dos recursos hídricos;

Eliminação de focos de poluição e contaminação;

Redução na incidência das doenças relacionadas com a água contaminada.

A rede coletora compreende um conjunto de canalizações destinadas a

receber e conduzir os esgotos das edificações; os interceptores recebem o fluxo

esgotado pelos coletores; emissários são canalizações destinadas a conduzir os

esgotos a um destino conveniente sem receber contribuições em marcha; sifões

invertidos permite ultrapassar obstáculos, passando por baixo de canais, rios,

córregos etc.; estações elevatórias – EE’s, são estações destinadas a transferir os

esgotos de uma quota mais baixa para outra mais alta; e as estações de tratamento

de esgotos - ETE’s destinadas a depuração dos esgotos antes de seu lançamento

ao corpo de água receptor (ZAPPAROLI, 2008).

Do ponto de vista técnico, já são conhecidas inúmeras opções de tratamento

dos esgotos. Cada uma delas com vantagens e/ou desvantagens do ponto de vista

de área necessária, eficiência obtida no tratamento, utilização ou não de

equipamentos eletromecânicos com conseqüente consumo ou não de energia,

sofisticação ou não de implantação e operação, necessidade ou não de mão-de-

obra especializada. Isso pode facilitar a escolha de uma técnica mais adequada para

cada comunidade, existindo opções adaptadas tanto para as pequenas

comunidades quanto para as megalópoles. Cada cidade, com suas características

próprias de clima, topografia, preço dos terrenos, características do corpo d´água a

ser utilizado para fazer os despejos tratados irá ditar a técnica ou as técnicas a

serem escolhidas (FEG, 2010).

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Atualmente, as técnicas utilizadas no tratamento do esgoto sanitário têm sido

muito diversificadas. Sistemas sofisticados de lodos ativados, em nível terciário, de

alta eficiência, repleto de equipamentos de última geração, porém grandes

consumidores de energia e que exigem mão-de-obra qualificada na sua operação,

contrapõem-se a simples lagoas de estabilização, de média a boa eficiência, que

não consomem energia, são de operação bastante simples, mas que exigem

grandes áreas para sua implantação (FEG, 2010).

Outros sistemas anaeróbios, como o RAFA – Reator Anaeróbio de Fluxo

Ascendente e manto de lodo ou mesmo FAFA – Filtro Anaeróbio de Fluxo

Ascendente, que apresentam normalmente uma baixa eficiência, quando

comparados com os demais sistemas aeróbios, mas que apresentam baixo custo de

implantação e de operação podem ser implantados como tratamentos precedentes a

sistemas aeróbios. Mesmo para os sistemas de lodos ativados, há opções variadas

quando se pretende implantá-los nas comunidades de menor porte; tais como o valo

de oxidação, o sistema carrossel e o sistema batelada (FEG, 2010).

2.3.1 Componentes do sistema de esgotamento sanitário:

Instalação hidrosanitária domiciliar: compreende a rede de tubulação

interna da casa e as peças sanitárias (bacia, chuveiros e pías) que recebem

águas servidas e as levam até a tubulação de saída do ramal predial;

Ligação intradomiciliar: compreende o trecho de tubulação que liga cada

uma das peças sanitárias ao ramal predial;

Ramal predial: é o trecho de tubulação que recebe as ligações

intradomiciliares, interligando-as ao ramal coletor;

Ramal coletor ou ramal condominial: recebe as contribuições dos ramais

prediais e as encaminha à rede coletora pública. A localização dos ramais

depende das restrições físicas dos terrenos e deverá ser aquela que melhor

se adapte a cada uma das localidades, podendo passar pelo interior do lote

(quintal ou jardim) ou nas vias públicas (calçadas). Define-se a posição do

ramal em função da topografia, posição do imóvel no lote e da localização das

instalações sanitárias, passando também por uma negociação com os

usuários, de forma coletiva;

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Rede coletora pública: é o conjunto de canalizações e poços de visita que

recebem efluentes dos ramais coletores ou ramais condominiais e os

encaminha para um ponto de reunião;

Estação elevatória de esgoto (EEE): é a unidade que tem por finalidade

elevar os esgotos do nível do poço de sucção até cotas adequadas ao

funcionamento do sistema;

Emissários: trecho da tubulação que recebe contribuição exclusivamente na

extremidade de montante;

Estação de tratamento de esgoto (ETE): após a coleta, os esgotos devem

ser encaminhados por redes elevatórias e emissários para uma unidade de

tratamento, que tem por finalidade atribuir-lhes características compatíveis

com a capacidade do corpo d’água receptor.

2.4 TIPOS DE SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os sistemas de esgotos urbanos podem ser de três tipos: sistema unitário,

sistema separador absoluto e sistema separador parcial. Para atender sistemas

individuais tais como residências ou condomínios isolados, há a opção de se utilizar

fossas sépticas (FS), também chamadas de decanto-digestores.

2.4.1 Sistema unitário

Este sistema coleta os esgotos juntamente com as águas pluviais e

normalmente não é utilizado por exigir investimentos iniciais maiores, devidos

principalmente ao grande diâmetro das canalizações, bem como também por

apresentarem alguns inconvenientes (IRION; SILVEIRA, 2000):

Problemas em regiões onde as precipitações são muito intensas

(regiões tropicais);

Poluição dos corpos receptores porque os sistemas de tratamento não

podem ser dimensionados para tratar toda a vazão (vazão dos esgotos

e vazão da chuva), logo, uma parcela destes esgotos, em períodos

críticos, extravasa para o corpo receptor sem tratamento;

Problemas de mau cheiro em certas partes do sistema (bocas de lobo).

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Tsutiya e Bueno (2003) afirmam que Sistema de esgotamento unitário, ou

sistema combinado é o sistema em que as águas residuárias (domésticas e

industriais), águas de infiltração (água de subsolo que penetra no sistema através de

tubulações e órgãos acessórios) e águas pluviais veiculam por um único sistema

(Figura 2).

FIGURA 2: Sistema unitário de coleta de esgoto.

FONTE: TSUTIYA; BUENO, 2003.

Permitir a implantação de um único sistema representa uma vantagem

quando for previsto o lançamento do esgoto bruto, sem inconveniente de um corpo

receptor próximo, por isso no dimensionamento devem ser previstas as

precipitações máximas com período de ocorrência geralmente entre 5 a 10 anos. A

desvantagem desse sistema se apresenta no custo da sua implantação que é

elevado, além da existência de problemas relativos a deposições de material nos

coletores por ocasião da estiagem (BRASIL, 2004).

Quanto ao tratamento do esgoto gerado neste tipo de sistema, seu custo

também apresenta-se elevado tendo em vista que a estação deve ser projetada com

capacidade máxima que, no sistema unitário, ocorre durante as chuvas. Outrossim,

a operação é prejudicada pela brusca variação da vazão na época das chuvas,

afetando do mesmo modo a qualidade do efluente (BRASIL, 2004).

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2.4.2 Sistema separador

O sistema separador tem o objetivo de coletar exclusivamente os esgotos

sanitários e apresentam como grande vantagem o reduzido custo (canalizações de

menor diâmetro), o que já justifica o seu emprego, mas além do custo este sistema

apresenta outras vantagens (IRION; SILVEIRA, 2000) e (BRASIL, 2004):

O afastamento das águas pluviais em separado pode ser feito através

da vários lançamentos ao longo dos cursos de água, evitando-se o

transporte das águas pluviais a longa distância. Além disso, nem todas

as ruas de uma cidade necessitam de rede de esgotamento pluvial,

pois de acordo com a declividade das ruas, a própria ‘sarjeta’ se

encarregará do escoamento, reduzindo assim a extensão da rede

pluvial;

As águas pluviais não oferecem os mesmos riscos que o esgoto

doméstico, portanto estas podem ser encaminhadas aos corpos

receptores (rios, lagos) sem tratamento;

Possibilidade de planejamento das obras para a execução em etapas,

de acordo com a sua importância e as disponibilidades econômicas da

comunidade;

O esgoto doméstico terá prioridade, por representar maiores problemas

sanitários e o diâmetro dos coletores é mais reduzido;

Redução da possibilidade de poluição dos cursos de água (não

ocorrerão extravasamento dos esgotos nos períodos de precipitação

intensa);

Permite o emprego de vários materiais para as tubulações de esgotos

(tubos de cerâmica, tubos de concreto, tubos de PVC, tubos de ferro

fundido).

Em princípio as águas pluviais não deveriam chegar aos coletores de

sistemas separadores, mas na prática isto ocorre devido a defeitos nas instalações e

ligações clandestinas (lançamento de águas de chuva nos sistemas de esgotos),

mas estas ligações clandestinas deverão ser fiscalizadas e controladas porque

poderão dificultar as operações dos sistemas.

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As águas de infiltração são as contribuições indevidas provenientes do

subsolo que são genericamente chamadas de infiltração, que penetram nos

sistemas pelas tubulações defeituosas (paredes, conexões e juntas), através das

estruturas dos órgãos acessórios (poços de visita, tubos de inspeção e limpeza,

terminal de limpeza) estações elevatórias, etc.

De acordo com a Norma NBR 9649 a parcela que deve sempre ser

considerada no cálculo da vazão, mesmo sendo o sistema separador, é a

ocasionada pelas infiltrações. Esta parcela é chamada de taxa de infiltração e

depende principalmente do tipo de material empregado, da qualidade do

assentamento das tubulações bem como das características do solo (nível do lençol

freático, tipo de solo e permeabilidade do solo). O coletor predial às vezes pode

assumir importância fundamental na taxa de infiltração devido a sua grande

extensão bem como a falta de cuidado na sua execução. A contribuição devida as

águas pluviais, de acordo com a NBR 12207 – 1989 deve ser analisada apenas no

dimensionamento dos interceptores.

2.4.2.1 Sistema separador parcial

Nesse sistema, uma parcela das águas de chuva, proveniente de telhados e

pátios das economias são encaminhadas juntamente com as águas residuárias e

águas de infiltração do subsolo para um único sistema de coleta e transporte de

esgotos. Portanto, no sistema separador parcial o sistema de esgotos urbanos é,

também, constituído de redes de esgoto e de galerias de águas pluviais.

2.4.3 Fossas sépticas

Correspondem a um sistema de tratamento primário e físico-biológico

(predominância da sedimentação do material sólido e digestão). Pela simplicidade

de construção e manutenção é um sistema muito difundido, e está presente na

maioria das estações de tratamento residenciais (CREDER, 1991). São unidades

destinadas a tratar o esgoto de residências ou de conjunto de residências até um

máximo de 500 hab., supondo-se uma vazão de esgoto de 150l/hab/dia.

As fossas sépticas (FS) encontram aplicação nas áreas desprovidas de redes

de esgotos. Esse sistema requer que as residências disponham de suprimento de

água. Uma de suas principais inconveniências é a falta de destinação correta do

efluente e do lodo, ambos contaminados, com possível comprometimento dos

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lençóis freáticos e da saúde pública. Importa salientar que os tanques sépticos

precisam ser corretamente dimensionados.

Essas unidades só funcionam adequadamente se houver remoção periódica

do lodo; a limpeza da fossa pode ser executada pelo usuário ou por um serviço

municipal, mas é imprescindível que seja realizada.

Quando as condições do solo são favoráveis, o efluente das fossas sépticas

pode ser aí infiltrado através de sumidouros ou de valas de infiltração. A Figuras 3

apresenta um modelo de fossa séptica.

FIGURA 3: Modelo de tanque séptico.

FONTE: BRASIL, 2004.

Alguns cuidados devem ser tomados antes do lançamento do afluente na FS.

A NBR 8160 (ABNT, 1999) exige o uso de caixas de gordura antes da FS. Muitas

vezes, somente a FS não oferece um efluente final com características aceitáveis,

que variam de acordo com o corpo receptor e a legislação vigente. A água residuária

que sai do FS ainda possui mau cheiro, grande quantidade de sólidos e organismos

patogênicos, além de alta quantidade de nutrientes e DBO. A Figura 4 apresenta

fotos de uma fossa séptica em construção.

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FIGURA 4: FS em construção.

2.4.4 Sumidouro

O dimensionamento do Sumidouro é regulamentado pela NBR 13969 (ABNT,

1997). O sumidouro utiliza a capacidade natural de infiltração do solo para absorver

o efluente final do sistema de tratamento. Ele orienta o local da disposição final do

despejo no solo. É recomendável em locais que o lençol freático possui boa

distância em relação ao nível do terreno. No dimensionamento da unidade de

disposição final de águas residuárias, é levado em consideração, de acordo com a

NBR 13969 (ABNT, 1997), o número de pessoas, a contribuição de despejos e a

taxa máxima de aplicação diária.

Os dois primeiros são comuns a todas outras unidades já dimensionadas. A

taxa máxima de aplicação diária deve ser determinada através de ensaio no local

onde será implantado o sumidouro. A NBR 13969 (ABNT, 1997) regulamenta e dá

suporte para a realização do ensaio.

A quantidade de matéria orgânica que chega no sumidouro é um dos fatores

determinantes no intervalo de manutenção previsto para o sumidouro. Com o passar

do tempo, a superfície do solo ao redor do sumidouro começa a colmatar,

diminuindo a capacidade de infiltração do mesmo. Caso ocorra deficiência na

unidade, o solo colmatado ao redor do sumidouro deverá ser removido. Se possível,

a utilização de um outro sumidouro poderia evitar este tipo de colmatação. A simples

exposição da superfície do sumidouro ao ar, sem chegar matéria orgânica, vai

recuperando a capacidade de infiltração do solo, através da eliminação do biofilme.

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30

2.4.5 Lagoas de estabilização

As lagoas de estabilização são grandes tanques de pequena profundidade,

cavados na terra, nos quais o esgoto sanitário flui continuamente e é tratado por

processos naturais. Os seres vivos que habitam as lagoas de estabilização e tratam

os esgotos são constituídos por uma variedade de plantas e animais microscópicos,

que coexistem no meio e dependem uns dos outros. Os mais importantes para o

funcionamento das lagoas de estabilização convencionais são as bactérias e as

algas.

Os sólidos descartáveis que se encontram nos esgotos sedimentam nas

lagoas em formas de lodo, que é digerido por bactérias anaeróbias e facultativas,

produzindo novas bactérias, gases e sais minerais. A matéria orgânica em

suspensão e na forma solúvel também é estabilizada por bactérias, principalmente

facultativas, como produção de gases, mais bactérias e sais minerais.

A estabilização de poluentes orgânicos na lagoa facultativas faz-se pela ação

conjunta de algas, que são micros vegetais aquático, e bactérias provenientes do

próprio esgoto. As algas, utilizando-se de sais minerais contidos no esgoto e de luz

solar, realizam a fotossíntese, produzindo oxigênio que fica dissolvido na água. Por

esse motivo as lagoas em que o oxigênio é produzido por algas (em lugar de

aeração mecânica, como será visto no capítulo sobre lagoas aeradas) também

denominam-se lagoas de fotossíntese. As bactérias executam a decomposição dos

poluentes orgânicos, aproveitando o oxigênio produzido pelas algas. Não havendo

mistura da massa líquida promovida pela ação do vento, a camada de produção de

algas é limitada a uma faixa de 10 a 20 cm de profundidade, devido à alta turbidez,

que impede a penetração da luz na água.

Porém, dependendo do nível de circulação da massa de água, por ação do

vento, as partículas de algas podem ser distribuídas em toda a profundidade da

lagoa, mantendo-se condições aeróbias em boa parte dessa camada, principalmente

no período diurno. As lagoas são classificadas, conforme o processo biológico que

nelas ocorre em:

Anaeróbicas: recebem mais esgotos por área que os outros tipos de

lagoas. Nelas ocorrem simultaneamente os processos de sedimentação e

digestão anaeróbia, não havendo oxigênio dissolvido. No fundo

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permanece um depósito de lodo e na superfície formam-se bolhas de gás

resultantes da fermentação do mesmo. Essas lagoas reduzem a carga de

matéria orgânica no mínimo pela metade e, dependendo do nível de

tratamento desejável, pode ser necessária a instalação de uma lagoa

facultativa em seqüência. Não devem apresentar problemas de odor forte,

mas, por precaução, aconselha-se a instalação a pelo menos 200m de

áreas residenciais. Sua principal finalidade é ser usada em conjunto com

outras lagoas para reduzir a área de tratamento.

Aeróbias: projetadas de maneira a existir oxigênio dissolvido em toda

massa líquida, havendo, por isso, apenas o progresso aeróbio. Em

comparação com os outros tipos, ocupam áreas relativamente maiores

que as lagoas de estabilização; por isso são pouco utilizadas.

Facultativas: operam em condições intermediárias entre as aeróbias e

anaeróbias, coexistindo os processos encontrados em ambas.

Maturação: lagoas usadas após o tratamento secundário dos esgotos,

realizado em lagoas ou não, com o propósito de melhorar a qualidade do

efluente. Removem organismos patogênicos, sólidos em suspensão e

nutrientes. A remoção adicional de matéria orgânica é muito pequena.

Aeradas: o oxigênio a ser utilizado no processo biológico é introduzido

mecanicamente, não sendo fornecido por algas.

O tratamento de esgoto através das lagoas de estabilização apresenta as

seguintes vantagens:

- É uma forma de tratamento eficiente;

- Reduz a matéria orgânica semelhante às estações sofisticadas e remove

mais organismos patogênicos que as mesmas;

- Se houver área disponível a preços acessíveis e com topografia adequada,

trata se de um processo cujo custo de implantação é muito menor do que das

estações feitas em concreto e utilizando equipamento mecânicos;

- Não exige outra forma de energia, apenas a luz do sol;

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- Funciona bem em climas quentes, sendo indicado para a maioria das

regiões climáticas brasileiras;

- É um processo satisfatoriamente estável, se receber apenas esgoto

domestico; em outras palavras, uma vez em funcionamento, as lagoas, desde

que bem projetadas e convenientemente operadas, reproduzem a mesma

eficiência;

- Não produz lodo a ser disposto;

- Não requer pessoal especializado para operação;

- Apresenta baixíssimos custos de operação;

- Pode-se utilizar o efluente das lagoas para irrigação de algumas culturas

com aproveitamento dos nutrientes.

2.4.6 Opções de tratamento de esgotos sanitários em pequenas comunidades

Batalha e Gasi (1988) detalham em sua obra, o livro ‘Opções de tratamento de

esgotos sanitários em pequenas comunidades’, as opções de tratamento para os

esgotos sanitários em pequenas comunidades, critérios para seleção dessas

alternativas de tratamento e compara os sistemas de tratamento que podem ser

adotados. A Tabela 2 apresenta essa comparação.

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CARACTERÍSTICAS Fossa séptica + sumidouro

Fossa séptica + valas de infiltração

Fossa séptica + filtro

anaeróbio

Lagoa anaeróbia + facultativa)

Lagoa facultativa unicelular

Disposição de esgoto no

solo

Digestor anaeróbio de

fluxo ascendente

L. aerada +L decantada

Valo de oxidação

Área necessária para implantação pequena grande pequena grande grande muito grande muito pequena pequena pequena

Custo investimento por hab. (*) médio grande médio pequeno pequeno pequeno pequeno médio grande

Custo de operação e manutenção pequeno pequeno pequeno muito

pequeno muito

pequeno pequeno pequeno médio grande

Confiabilidade média média grande muito grande Muito grande muito grande grande grande grande

Necessidade de mão-de-obra para operação

muito eventual, não especializada

muito eventual, não especializada

muito eventual, não especializada

eventual, não especializada

eventual, não especializada

constante, não

especializada (**)

constante, não especializada

constante, não

especializada

constante, não

especializada

Requerimento de energia para operação

não requer não requer não requer não requer não requer não requer

(**) não requer requer requer

Produção de lodo a ser disposto sim sim sim não não não sim não sim

Potencial de reaproveitamento de subprodutos

não não sim (biogás) sim (irrigação com efluente)

sim (irrigação com efluente)

sim (nutrientes)

sim (biogás) não não

Remoção de matéria orgânica pequena pequena grande muito grande Muito grande muito grande grande muito grande muito grande

Remoção de nutrientes não remove não remove não remove pode remover

algum pode remover

algum remove não remove não remove

pode remover algum

Presença de patogênicos no

efluente

vírus bactérias

protozoários vermes

(***) (***)

grande grande

pequena pequena

pequeno pequeno

isento isento

pequeno pequeno

isento isento

(***)

grande grande

pequeno pequeno

grande grande

pequeno pequeno

grande grande

pequeno pequeno

Observações p até 75 m³ esgoto dia

p até 75 m³ esgoto dia

p até 75 m³ esgoto dia

(*) Não inclui o custo do terreno. (**) Exceto para aspersão.

(***) Não há efluente propriamente dito (infiltração no solo).

TABELA 2 - Comparação entre algumas opções de tratamento de esgotos para pequenas comunidades.

FONTE: BATALHA E GASI, 1988.

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34

2.5 MATERIAIS EMPREGADOS NAS REDES DE ESGOTOS SANITÁRIOS

Irion e Silveira (2000) discorrem acerca do material que deve ser empregado na

instalação de redes de esgotamento sanitário. Os autores afirmam que a escolha do

material a empregar (tipo de tubulação) nas redes coletoras de esgotos sanitários é

função das características dos esgotos, das condições locais e dos métodos

construtivos, mas os seguintes aspectos devem ser considerados:

Condições de escoamento;

Resistência a cargas internas e externas, resistência à abrasão,

resistência à ação de substâncias agressivas;

Condições de impermeabilidade e juntas adequadas;

Disponibilidade de diâmetros necessários;

Facilidade de transporte, assentamento e instalação de equipamentos e

acessórios;

Custos (material, transporte e assentamento).

As tubulações utilizadas poderão ser moldadas no local ou pré-moldadas. As

tubulações moldadas no local são normalmente de concreto armado, e as

tubulações pré-moldadas podem ser de vários materiais. As tubulações

normalmente mais utilizadas para as redes coletoras de esgotos sanitários são:

tubos cerâmicos, tubos de concreto, tubos plásticos, tubos de ferro fundido e tubos

de aço (IRION; SILVEIRA, 2000).

2.6 PROJETO DE REDES DE ESGOTOS SANITÁRIOS

A concepção de um sistema de esgotos sanitários deverá estender-se às suas

diversas partes:

Rede coletora;

Interceptor;

Emissário;

Corpo de água receptor;

Estação elevatória;

Estação de tratamento;

Sifões invertidos.

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No estudo de concepção de sistemas de esgotos sanitários são desenvolvidas

uma série de atividades, sendo as principais:

Dados e características da comunidade;

Análise do sistema de esgoto sanitário existente;

Estudos demográficos e de uso e ocupação do solo;

Critérios e parâmetros de projeto;

Cálculo das contribuições;

Descrição criteriosa das alternativas de concepção: as alternativas

avaliadas devem ser descritas e normalmente são avaliadas

alternativas com o aproveitamento total ou parcial do sistema existe.

Nesta etapa deverão ser levantados os aspectos ambientais negativos

e positivos, que deverão ser levados em conta para a definição da

alternativa adotada.

Estudo dos corpos receptores: os aspectos legais previstos em

legislação devem ser verificados e analisados, como a classificação

dos corpos d’água, bem como a avaliação das cargas remanescentes

do tratamento diante da capacidade assimiladora dos corpos

receptores considerando os seus usos a jusante, atual e futuros.

Pré-dimensionamento das unidades dos sistemas das alternativas

consideradas (rede coletora, coletor tronco, interceptor, emissário,

estação elevatória, estação de tratamento de esgoto);

Estimativa do custo das alternativas estudadas;

Comparação técnico-econômica e ambiental das alternativas: as

alternativas analisadas deverão mostrar um elenco de vantagens e

desvantagens sobre os aspectos técnico, econômico e ambiental e

para cada alternativa deverá ser apresentado o elenco de medidas

mitigadoras e/ou compensatórias. Para a alternativa escolhida deverá

ser apresentado um diagnóstico da situação atual e o prognóstico

esperado com e sem a implantação do sistema, mostrando os impactos

negativos e positivos associados às fases de construção, operação,

desapropriação, interferências no trânsito, sinalização, etc.).

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36

Alternativa escolhida: para a alternativa escolhida deverão ser

elaborados os projetos hidráulico-sanitários das unidades do sistema.

Para todas as unidades do sistema devem ser realizados os

levantamentos topográficos e investigações geotécnicas

acompanhados dos seus respectivos relatórios, bem como a

delimitação de áreas a serem desapropriadas, faixas de servidão e

áreas de proteção ambiental.

Na concepção da rede de esgotos sanitários são desenvolvidas as seguintes

atividades:

Estudo da população da cidade e da sua distribuição na área; delimitação em

planta dos setores de densidades demográficas diferentes;

Estabelecimento de critérios para previsão de vazões: consumo médio per-

capita, relação entre o consumo de água e a contribuição de esgoto,

coeficientes do dia de maior consumo e da hora de maior consumo, vazões

de infiltração;

Estimativa de vazões dos grandes contribuintes: indústrias, escolas, hospitais,

áreas de recreação e jardins, centros comunitários, etc.

Determinação por setor de mesma densidade demográfica da sua vazão

específica de esgoto: l/s.ha - l/s.m - l/s.hab;

Divisão da cidade em bacias e sub-bacias de contribuição (topografia);

Traçado e pré-dimensionamento dos coletores tronco.

Quantificação preliminar das quantidades de serviços que serão executados;

para a rede de coletores, será feita uma pré-estimativa da extensão dos

diversos diâmetros, com base nas vazões dos esgotos.

A concepção da rede de esgotos secundária é desenvolvida normalmente na

fase de projeto propriamente dito, constituindo-se em resumo no traçado da rede

coletora para posterior dimensionamento. Para a análise e estudo do traçado da

rede coletora é necessária uma planta topográfica planialtimétrica, em escala 1:2000

ou 1:1000, com nivelamento geométrico dos pontos onde devem ser projetados os

órgãos acessórios.

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37

2.7 CUSTOS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os custos da implantação de sistema de esgotamento sanitário numa

comunidade podem ser estimados da seguinte forma (GOMES; HARADA, 1997):

Rede Coletora: 75% dos custos totais;

Coletores Tronco: 10% dos custos totais;

Elevatórias: 1% dos custos totais;

Estações de tratamento: 14% dos custos totais.

Os custos influenciam de forma direta a seleção do sistema de esgotamento

sanitário adotado para cada comunidade. Mas considera-se que o ponto de partida

do processo de definição do sistema de esgotamento a ser adotado é a escolha

daquele que seja mais apropriado às condições físicas e sócio-econômicas locais.

Os sistemas individuais de esgotamento apresentam vantagens técnicas e

econômicas, porém é importante a análise da evolução do adensamento

populacional, do espaço disponível, dos tipos de edificações e da capacidade

operacional da população. Por outro lado, os sistemas coletivos são mais

complexos, usando-se redes coletoras e sistemas públicos de tratamento de

esgotos. (GOMES; HARADA, 1997).

A norma NBR 9648 (1986) estabelece critérios para a elaboração de estudos

de concepção de sistemas de esgotamento sanitário, que devem basear-se na

definição de pontos básicos como; o número de elementos existentes: emissários,

interceptores, estações elevatórias e de tratamento; a localização dos principais

elementos; e, o número e abrangência das bacias de drenagem. Dentro da análise

entram, também, questões como a subdivisão dos sistemas de tratamento em

bacias menores e a possibilidade da operação dos sistemas pelas próprias

comunidades. Claro, paralelamente a análise de cada um desses aspectos deverá

ser avaliado os custos associados a implantação de um sistema de esgotamento

sanitário adequado para cada comunidade.

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38

3. METODOLOGIA

O trabalho foi realizado em duas etapas, inicialmente foi realizada uma

pesquisa bibliográfica, que utilizou fontes secundárias: livros, publicações periódicas

científicas e sites da Internet, que possuíam natureza científica, fundamentando o

desenvolvimento do tema escolhido.

Posteriormente, foi realizada análise detalhada das planilhas de custo e

orçamento dos três Projetos Executivos do Sistema de Esgotamento Sanitário

selecionados para realização deste trabalho, a partir dessa análise foram obtidos

índices físicos e dados necessários para a pesquisa dos custos associados a

implantação de sistemas de esgotamento sanitário em comunidades de pequeno

porte, realizado através da análise das planilhas de custo/orçamento para cada

projeto.

Os projetos de implantação de sistemas de esgotamento sanitário em

comunidades de pequeno porte foram disponibilizados pelo orientador do presente

trabalho e foram submetidos a análise, de acordo com a proposta contida nos

objetivos desse estudo.

Os projetos foram elaborados pela CERB (Companhia de Engenharia

Ambiental da Bahia), e cada um dos projetos apresenta: Memorial Descritivo e de

Cálculos referente ao Sistema de Esgotamento Sanitário das localidades

selecionadas para o presente estudo, pertencentes aos Municípios de Esplanada,

Tucano e Capim Grosso, no estado da Bahia. Esses projetos se integram ao Projeto

Executivo dos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário dessas

localidades.

A metodologia, descrita a seguir, revela como foi realizada a análise dos

projetos, essa análise foi dividida em 3 partes: primeiro foi realizada uma breve

caracterização das comunidades, posteriormente fez-se um breve descrição do

resumo técnico dos projetos analisados, bem como da designação do sistema de

esgotamento sanitário projetado para cada comunidade e por fim foi realizada

avaliação dos custos contidos no orçamento da implantação do sistema de

esgotamento sanitário para cada localidade, através da análise das planilhas de

orçamento dos projetos.

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39

Na avaliação dos orçamentos dos três projetos de STE foram consideradas

as diferenças e particularidades de cada comunidade, e buscou-se destacar os

itens, contidos no orçamento, que representavam custos significativos dentro de

cada sistema selecionado para implantação.

Os orçamentos analisados possuem uma descrição vasta dos itens que

compõem os orçamentos, desta forma, foi necessário desconsiderar alguns desses

dados unitariamente e seus respectivos valores foram somados para que estes

pudessem adquirir maior relevância dentro da analise orçamentária em cada

comunidade.

Após a avaliação individual de cada um dos projetos, estes foram

comparados, a fim de obter um panorama mais amplo acerca dos custos associados

à implantação de sistemas de esgotamento sanitário em comunidades de pequeno

porte, através de índices físicos.

Os projetos das três comunidades de pequeno porte estudadas foram

designados como A, B e C:

Sistema de Esgotamento Sanitário de Baixio – Esplanada – Ba - PROJETO

A;

Sistema de Esgotamento Sanitário de Jorrinhos – Localidade do Município

de Tucano – Ba - PROJETO B;

Sistema de Esgotamento Sanitário de Pedras Altas – Localidade do

Município de Capim Grosso – Ba - PROJETO C.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROJETO A: Comunidade de Baixio (Localidade do Município de Esplanada -

Ba):

Baixio, localidade do município de Esplanada, de acordo com o projeto é

ocupado da seguinte forma: o povoado conta com: 441 casas, 16 barracas de praia,

21 lotes, 2 igrejas e 1 clube. O povoado de Baixios não dispõe de um sistema

público de esgotamento sanitário, limitando-se ao uso de fossas e sumidouros, para

destino dos dejetos e na ausência dessas ao lançamento das águas servidas nas

vias públicas.

Neste povoado a falta de um sistema de tratamento adequado faz com que

direta ou indiretamente os esgotos sejam despejados no rio Inhambupe, que

margeia parte da localidade, ou contribuam para poluir o lençol freático que se

encontra bem elevado. As Figuras 5, 6 e 7 revelam o diagnóstico do sistema de

esgotamento da comunidade.

FIGURA 5: Fossas implantadas nos fundos das casas da comunidade.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

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FIGURA 6: Esgoto disposto a céu aberto na comunidade.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

FIGURA 7: Escavação para a implantação de uma fossa paralisada em função do elevado nível

do lençol freático.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

4.1.1 Resumo técnico e sistema de esgotamento sanitário projetado para a

comunidade do Projeto A:

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A localidade de Baixio não dispõe de serviço público de esgotamento sanitário

do tipo separador absoluto. Atualmente os esgotos da localidade são lançados

diretamente na rede de águas pluviais, em fossas (com o efluente sendo

encaminhado para sumidouros ou canalizações de águas pluviais) indo

consequentemente para o rio Inhambupe no caso das habitações ribeirinhas ou

próximas do referido curso d’água. A população beneficiada pelo projeto é de cerca

de 2.157 habitantes.

O Sistema de Esgotamento Sanitário compreende a implantação de rede

coletora e estação de tratamento. O sistema é constituído de uma bacia de

contribuição, onde, no final da rede coletora existe uma estação elevatória com a

finalidade de recalcar os esgotos para a estação de tratamento constituída de uma

lagoa facultativa e uma lagoa de maturação.

Os domicílios não contemplados pela rede coletora serão atendidos através

de solução individual do tipo tanque séptico-sumidouro. As características do

sistema de esgotamento – tratamento, linha de recalque, estação elevatória, rede

coletora e ligações domiciliares - são descritos a seguir, nas Tabelas 3, 4 e 5:

Ligações Domiciliares:

BACIA Nº DE LIGAÇÕES A IMPLANTAR

CONVENCIONAL 127

REDE CONDOMINIAL 330

SOLUÇÃO INDIVIDUAL 4

TABELA 3 – Número de ligações domiciliares a implantar na comunidade de Baixio.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

Rede Coletora:

BACIA EXTENSÃO DE REDE (m)

DN 100 DN 150 Total

Única 3.754 1.155 4.909

TABELA 4 – Características da rede coletora de esgotos da localidade de Baixio.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

Estação Elevatória:

Vazão: 30,06 m³/h; 8,35 l/s

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Altura Manométrica: 26,60 / 27,20 m.c.a

Potência: 7,5 cv

Linha de Recalque:

Extensão: 1.552,30 m

Diâmetro: DN 100

Material: FºFº

Tratamento:

PARÂMETROS LAGOA FACULTATIVA LAGOA DE MATURAÇÃO

Vazão Média (m³/dia) 406,32

Comprimento (m) 100 73,5

Largura (m) 50 29,4

Área para NA Médio (ha) 0,50 0,22

Profundidade Útil adotada (m) 2,50 1,20

Volume (m³) 12.500 2.593,00

Concentração de DBO efluente (mg/l) 25,79 14,02

Conc. de CF Efluente (CF/100 ml) 2,295E+05 9,70E+02

Carga Orgânica efluente (kg DBO5/dia) 10,48 5,70

Eficiência de remoção de DBO : EDBO (%) 93,71 45,62

Eficiência de remoção de CF : ECF(%) 97,70 99,58

TABELA 5 – Características da ETE de Baixio.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

O sistema de esgotamento sanitário projetado é do tipo separador absoluto,

para uma bacia de contribuição considerando o atendimento das vazões de final de

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plano previstas. Para esta bacia foi prevista uma estação de tratamento, composta

de grade, caixa de areia, lagoa facultativa e lagoa de maturação.

A solução individual do tipo fossa-sumidouro foi adotada para o esgotamento

sanitário da área de Baixios onde atualmente a ocupação é bastante rarefeita. A

solução individual adotada para o esgotamento sanitário das residências não

contempladas pela rede coletora consiste na execução de tanques sépticos

individuais, circulares compostos de uma única câmara, com diâmetro de 1,40 m,

altura útil de 1,10 m e volume de acumulação de 1,69 m3.

O efluente do tanque séptico será disposto no solo através de sumidouros

com diâmetro de 1,05 m e profundidade de 1,25 m. A rede coletora foi traçada de

forma a atender às unidades residenciais existentes e prédios públicos (escolas e

postos de saúde) bem como facilitar as suas futuras ampliações. As tubulações

serão em PVC com diâmetro de 100 mm e 150.

4.1.2 Análise dos custos da implantação do sistema de esgotamento sanitário

do Projeto A:

Como proposto nos objetivos do presente trabalho, inicialmente foi avaliada a

planilha dos serviços orçados para implantação do sistema de esgotamento da

comunidade em estudo, no Projeto A. A planilha de orçamento do projeto de

implantação do sistema de esgotamento sanitário apresenta todos os custos

relativos aos serviços necessários para sua execução.

A Tabela 6 apresenta o orçamento da implantação do sistema de

esgotamento sanitário do Projeto A. Neste orçamento estão contidos os quantitativos

referentes aos serviços, bem como suas descrições e custos relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANT. P. UNIT P. TOTAL

01 CANTEIRO DE OBRAS

01.01 BARRACAO EM MADEIRA, COM DEPENDENCIAS PARA ESCRITORIO E SALA TÉCNICA, INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSANITÁRIAS

M2 1,00 17.258,00 17.258,00

01.02 OUTROS UN 1,00 5.652,24 5.652,24

01 Total 22.910,24

02 REDE COLETORA - BACIA '' 01 ''

03.01 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 23.022,99 23.022,99

03.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 30.558,36 30.558,36

02.04 OUTROS UN 1,00 59.186,45 59.186,45

02 Total 112.767,80

03 ESTAÇÃO ELEVATÓRIA E CAIXA DE AREIA

03.01 ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES UN 1,00 14.428,61 14.428,61

03.02 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS UN 1,00 27.500,00 27.500,00

03.03 OUTROS UN 1,00 11.778,22 11.778,22

03 Total 53.706,83

04 LINHA DE RECALQUE

04.01 SINALIZAÇÃO UN 1,00 3.124,95 3.124,95

04.02 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 10.709,14 10.709,14

04.03 ATERROS DE VALAS / POÇOS / CAVAS DE FUNDAÇÃO UN 1,00 4.772,66 4.772,66

04.04 ENVOLTORIAS E BERÇOS P/ VALAS UN 1,00 6.303,87 6.303,87

04.05 OUTROS UN 1,00 6.996,89 6.996,89

04 Total 31.907,51

05 TRATAMENTO - LAGOAS ÁREA EXTERNA E EMISSÁRIO

05.01 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 128.573,25 128.573,25

05.02 TRANSPORTE DE SOLO, ROCHA E AGREGADOS UN 1,00 52.000,00 52.000,00

05.03 ESTRUTURAS E FUNDAÇÕES UN 1,00 50.712,25 50.712,25

05.04 SERVIÇOS COMPLEMENTARES UN 1,00 34.706,76 34.706,76

05.05 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS UN 1,00 45.000,00 45.000,00

05.06 URBANIZAÇÃO UN 1,00 45.397,10 45.397,10

05.07 OUTROS UN 1,00 37.189,51 37.189,51

05 Total 393.578,87

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TABELA 6 – Planilha de orçamentos dos serviços para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Baixio.

06 SISTEMA ELÉTRICO

06.01 ILUMINAÇÃO E FORÇA DA CASA DO GRUPO GERADOR 40/32kVA - EE-1 UN 1,00 6.000,00 6.000,00

06.02 SUBESTAÇÃO EM POSTE 15KVA - 13,8KV/380-220V - EE-1 UN 1,00 1.000,00 1.000,00

06.03 QUADRO DE FORÇA E COMANDO - QF-EE UN 1,00 1.700,00 1.700,00

06 Total 8.700,00

Total de Serviços 623.571,25

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Ao avaliar a planilha orçamentária e a descrição dos serviços, percebeu-se

que o custo total da execução é de R$ 623.571,25. Dentre os itens descritos

(canteiro de obras, linha de recalque, rede coletora, estação elevatória, tratamento e

sistema elétrico) o item com maior representatividade no custo foi o tratamento,

correspondendo a 63,12% do custo total de serviços.

A Tabela 7 apresenta o orçamento dos materiais requeridos para a

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto A. Neste orçamento

estão contidos os quantitativos referentes aos materiais, bem como suas descrições

e custos relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS UNID. QUANT. P. UNIT P. TOTAL

01. REDE COLETORA

01.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 M 1.218,00 8,20 9.987,60

01.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 3.942,00 4,07 16.043,94

01.03 OUTROS UN 1,00 6.935,48 6.935,48

02. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA - CAIXA DE AREIA

02.01 CONJ. MOTOBOMBA Q= 8,35L/h - AMT= 27m90mca - POT= 7,50 cv CJ 2,00 19.100,00 38.200,00

02.02 TFL10 DN 100X1,45 PÇ 31,00 115,16 3.569,96

02.03 OUTROS UN 1,00 3.218,13 3.218,13

03. LINHA DE RECALQUE

03.01 TK7JGS DN 100 M 1.536,00 25,02 38.430,72

03.02 OUTROS UN 1,00 1.140,56 1.140,56

04. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO

04.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 84,00 4,07 341,88

04.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 M 96,00 8,20 787,20

04.03 OUTROS UN 1,00 88,60 88,60

05 SISTEMA ELÉTRICO

05.01 GRUPO GERADOR AUTOMÁTICO 40/32 kVA/380V - EE-1 UN 1,00 26.230,40 26.230,40

05.02 OUTROS UN 1,00 12.119,75 12.119,75

05 Total 38.350,15

Total de Materiais 157.094,22

TABELA 7 – Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Baixio.

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A avaliação realizada na descrição dos custos relativos aos materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto A demonstrou o custo

total de materiais, perfazendo R$ 157.094,22. O item estação elevatória destacou-se

dentro desse orçamento como o responsável por 28,64% dos custos totais com

materiais, o item de custo mais elevado neste orçamento. Todos os custos (serviços

e materiais) relacionados à execução do Projeto A estão resumidos na Tabela 8.

UNIDADE 1ª ETAPA

TOTAL % SERVIÇO MATERIAL

CANTEIRO DE OBRA 22.910,24 22.910,24 2,93%

REDE COLETORA 112.767,80 32.967,02 145.734,82 18,67%

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA/CAIXA DE AREIA 53.706,83 44.988,09 98.694,92 12,64%

LINHA DE RECALQUE 31.907,51 39.571,28 71.478,79 9,16%

TRATAMENTO/EMISSÁRIO 393.578,87 1.217,68 394.796,55 50,57%

SISTEMA ELÉTRICO 8.700,00 38.350,15 47.050,15 6,03%

SUB TOTAIS 623.571,25 157.094,22 780.665,47 100,00%

TABELA 8 – Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para implantação

do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Baixio.

A tabela 8 permitiu a avaliação geral dos custos totais, tanto dos materiais

quanto dos serviços para tal execução. E permite ver de maneira global os custos

mais expressivos dentro do total de custos. Como demonstrado na análise dos

custos de serviços, o tratamento foi o item responsável pela maior porcentagem,

representando mais de 50% dos custos.

No orçamento, pode-se perceber que o item tratamento dividiu-se em

subitens, entre eles, o subitem movimento e transporte de terra e rocha mostrou-se

expressivo dentro do orçamento do tratamento a ser implantado, representando

36,59% do item tratamento, cujo custo é de R$ 493.491,47 e 23,13% do custo total

da implantação do sistema de esgotamento projetado para a comunidade em

estudo, cujo valor total é de R$ 780.665,47. O Gráfico 1 apresenta o resumo dos

custos totais orçados para o Projeto A.

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GRÁFICO 1 – Resumo de custos do Projeto A.

Após a avaliação orçamentária do projeto foi possível determinar índices

físicos para cada um dos projetos, proporcionando de maneira mais objetiva uma

caracterização dos custos, relacionando parâmetros não incluídos no orçamento e

facilitando a comparação dos projetos entre si.

Os parâmetros utilizados para determinação dos índices físicos foram:

população, área da ETE, custos (totais, da rede e da ETE), volume de esgoto

tratado e extensão de rede. A tabela 9 apresenta os índices físicos calculados para o

Projeto A, baseados nos parâmetros descritos acima.

Índices Físicos: Projeto A - Baixio

Custo Total / Extensão de Rede (R$/m) 159,03

Custo Per Capita (R$/Nº Habitantes) 379,52

Custo da Rede / Extensão da Rede (R$/m) 53,83

Custo Total / m3 Tratados (R$/m

3) 1.921,31

Custo Tratamento / m3 Tratados (R$/m

3) 1.214,54

Extensão de Rede / População (m/Nº Habitantes) 2,39

Área de Tratamento / População (m2/Nº Habitantes) 3,48

TABELA 9 – Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de Baixio.

50,57%

18,67%

12,64%

9,16%

6,03%

2,93%

RESUMO DE CUSTOS - PROJETO A

TRATAMENTO/EMISSÁRIO

REDE COLETORA

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA/CAIXA DE AREIA

LINHA DE RECALQUE

SISTEMA ELÉTRICO

CANTEIRO DE OBRA

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4. 2 PROJETO B: Comunidade de Jorrinhos (Localidade do Município de Tucano -

Ba):

A área de abrangência do projeto compreende o povoado de Jorrinho

caracterizado pelas seguintes unidades e equipamentos (conforme levantamento

realizado pela CERB neste ano de 2001): 349 Domicílios; 3 Igrejas; 1 Abatedouro; 2

Mercadinhos; 1 Posto Rodoviário; 3 Escritórios; 25 bares; 1 Farmácia; 1 Posto de

Telefone e 5 Pousadas.

A localidade de Jorrinho não dispunha de serviço público de esgotamento

sanitário do tipo separador absoluto. Os esgotos da localidade eram lançados

diretamente na rede de águas pluviais, em fossas (com o efluente sendo

encaminhado para sumidouros ou canalizações de águas pluviais) e diretamente no

rio Itapicurú no caso das habitações ribeirinhas ou próximas do referido curso

d’água.

4.2.1 Resumo técnico e sistema de esgotamento sanitário projetado para a

comunidade do Projeto B

Para a localidade de Jorrinhos, o traçado da rede coletora e de interceptores

de um sistema de esgotamento sanitário, seguiu as linhas naturais de drenagem da

malha urbana. Em função disto, a concepção do projeto de coleta e transporte de

esgotos resumiu-se a uma única alternativa, o sistema de coleta dos esgotos foi feito

através de rede condominial, permitindo assim uma redução dos custos em relação

ao sistema convencional de esgotamento sanitário, simplicidade de operação e

manutenção do sistema além de elevados índices de ligação domiciliar.

Para tal, a UFC definiu as seguintes alterações/soluções: executar a rede

coletora seguida de lagoas facultativa e de maturação para tratar os esgotos

coletados nas bacias 1 a 3 e executar a solução individual do tipo tanque séptico-

sumidouro na bacia 4.

O sistema de esgotamento sanitário projetado foi do tipo separador absoluto,

para as bacias 1, 2 e 3 considerando o atendimento das vazões de final de plano

previstas. Para cada bacia foi prevista uma estação de tratamento, composta de

grade, caixa de areia, lagoa facultativa e lagoa de maturação.

Na bacia 4, existiam apenas 14 casas, quantidade tal que não justificaria a

adoção de solução coletiva de esgotamento sanitário. Tal fato levou a adoção de

solução individual nesta bacia, composta de tanque séptico individual seguido de

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sumidouro. Além disso, em alguns pontos das demais bacias, também definiu-se

pela adoção de solução individual, devido às grandes extensões de rede que seriam

necessárias para integrar estes domicílios ao restante das redes.

Para o tratamento da comunidade em estudo, o sistema de tratamento

proposto consistiu de tratamento preliminar compreendendo as fases de

gradeamento e desarenação, além de Lagoa Facultativa (LF) em série com Lagoas

de Maturação (LM).

As características da rede coletora de Jorrinhos, bem como o traçado de sua

extensão estão indicadas na Tabela 10, a seguir:

BACIA EXTENSÃO (m)

DN 100 DN 150 Total

1 1.746 2.256 4.002

2 541 564 1.105

3 649 1206 -

4 221 374 595

Total 3.157 4.400 5.702

TABELA 10 – Características da rede coletora de esgoto de Jorrinhos.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

4.2.2 Análise dos custos da implantação do sistema de esgotamento sanitário

do Projeto B

A Tabela 11 apresenta o orçamento da implantação do sistema de

esgotamento sanitário do Projeto B. Neste orçamento estão contidos os quantitativos

referentes aos serviços, bem como suas descrições e custos relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANT. P. UNITÁRIO P. TOTAL

01 CANTEIRO DE OBRAS

01.01 LOCACAO DA OBRA, SEM USO DE EQUIPAMENTOS M2 1.000,00 3,35 3.350,00

01.02 BARRACAO EM MADEIRA, COM DEPENDENCIAS PARA ESCRITORIO E SALA TÉCNICA M2 100,00 129,38 12.938,00

01.03 BARRACAO, INSTALAÇÕES ELÉTRICAS M2 100,00 36,11 3.611,00

01.04 OUTROS M2 1,00 5.526,24 5.526,24

01 Total 25.425,24

02 BACIA " 1 "

02.01 REDE COLETORA

02.01.01 ESCORAMENTOS UN 1,00 21.590,33 21.590,33

02.01.02 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 11.256,08 11.256,08

02.01.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 17.773,88 17.773,88

02.01.04 OUTROS UN 1,00 30.946,27 30.946,27

02.01 Total 81.566,56

02.02 TRATAMENTO - LAGOAS ÁREA EXTERNA E EMISSÁRIO

02.02.01 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 77.245,89 77.245,89

02.02.02 TRANSPORTE DE SOLO, ROCHA E AGREGADOS UN 1,00 65.790,12 65.790,12

02.02.03 URBANIZAÇÃO UN 1,00 101.099,96 101.099,96

02.02.04 OUTROS UN 1,00 108.429,33 108.429,33

02.02 Total 352.565,30

02 Total 434.131,86

03 BACIA " 2 "

03.01 REDE COLETORA

03.01.01 ESCORAMENTOS UN 1,00 5.796,80 5.796,80

03.01.02 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 3.748,08 3.748,08

03.01.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 5.945,72 5.945,72

03.01.04 OUTROS UN 1,00 13.858,89 13.858,89

03.01 Total 29.349,49

03.02 TRATAMENTO - LAGOAS ÁREA EXTERNA E EMISSÁRIO

03.02.01 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 56.066,23 56.066,23

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03.02.02 TRANSPORTE DE SOLO, ROCHA E AGREGADOS UN 1,00 58.271,35 58.271,35

03.02.03 URBANIZAÇÃO UN 1,00 58.094,02 58.094,02

03.02.04 OUTROS UN 1,00 74.519,86 74.519,86

03.02 Total 246.951,46

03 Total 276.300,95

04 BACIA " 3 "

04.01 REDE COLETORA

04.01.01 ENVOLTORIAS E BERÇOS P/ VALAS UN 1,00 5.371,93 5.371,93

04.01.02 ESCORAMENTOS UN 1,00 12.895,13 12.895,13

04.01.03 CAIXAS, TAMPAS, POÇOS DE VISITA E TUBO DE QUEDA UN 1,00 5.768,84 5.768,84

04.01.04 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 7.963,84 7.963,84

04.01.05 OUTROS UN 1,00 20.232,26 20.232,26

04.01 Total 52.232,00

04.02 TRATAMENTO - LAGOAS ÁREA EXTERNA E EMISSÁRIO

04.02.01 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 39.319,06 39.319,06

04.02.02 TRANSPORTE DE SOLO, ROCHA E AGREGADOS UN 1,00 31.684,16 31.684,16

04.02.03 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS UN 1,00 30.000,00 30.000,00

04.02.04 URBANIZAÇÃO UN 1,00 48.511,12 48.511,12

04.02.05 OUTROS UN 1,00 50.525,61 50.525,61

04.02 Total 200.039,95

04 Total 252.271,95

05 BACIA " 4 "

05.01 TRATAMENTO INDIVIDUAL

05.01.01 FOSSA SEPTICA PREMOLDADA EM CONCRETO ARMADO, COM CAPACIDADE PARA 10 PESSOAS, INCLUINDO FORNECIMENTO E ASSENTAMENTO.

UN 14,00 576,12 8.065,68

05.01.02 SUMIDOURO (POCO ABSORVENTE), INCLUINDO FORNECIMENTO E EXECUÇÃO UN 14,00 235,29 3.294,06

05 Total 11.359,74

Total de Serviços 999.489,73

TABELA 11 – Planilha de orçamento dos serviços para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinho

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Ao avaliar a planilha orçamentária e a descrição dos serviços, percebeu-se

que o custo total da execução é de R$ 999.489,73. Dentre os itens descritos

(canteiro de obras, rede coletora e tratamento) o item com maior representatividade

no custo foi o tratamento das bacias, correspondendo a 83,13% do custo total de

serviços.

A Tabela 12 apresenta o orçamento dos materiais requeridos para a

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto B. Neste orçamento

estão contidos os quantitativos referentes aos materiais, bem como suas descrições

e custos relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS UNIDADE QUANTIDADE CUSTO

UNITÁRIO CUSTO TOTAL

01. BACIA " 1 "

01.01 REDE COLETORA

01.01.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 M 912,00 8,20 7.478,40

01.01.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 2.406,00 4,07 9.792,42

01.01.03 OUTROS UN 1,00 2.321,20 2.321,20

01.02 LAGOAS DE TRATAMENTO

01.02.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 60,00 4,07 244,20

01.02.02 OUTROS UN 1,00 105,42 105,42

02. BACIA " 2 "

02.01 REDE COLETORA CONVENCIONAL

02.01.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 M 270,00 8,20 2.214,00

02.01.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 804,00 4,07 3.272,28

02.01.03 OUTROS UN 1,00 806,26 806,26

02.02 LAGOAS DE TRATAMENTO

02.02.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 96,00 4,07 390,72

02.02.02 ANB P/ ES PVC JE DN 100 PÇ 16,00 0,52 8,32

03. BACIA " 3 "

03.01 REDE COLETORA CONVENCIONAL

03.01.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 M 606,00 8,20 4.969,20

03.01.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 1.080,00 4,07 4.395,60

03.01.03 OUTROS UN 180,00 0,52 1.290,83

03.02 LAGOAS DE TRATAMENTO

03.02.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 M 144,00 4,07 586,08

03.02.02 ANB P/ ES PVC JE DN 100 PÇ 24,00 0,52 12,48

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03.04 Total 598,56

03 Total 11.254,19

Total de Materiais 37.887,41

TABELA 12 – Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinhos.

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A avaliação realizada na descrição dos custos relativos aos materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto B demonstrou o custo

total de materiais, perfazendo R$ 37.887,41. O item rede coletora destacou-se

dentro desse orçamento como o responsável por 96,44% dos custos totais com

materiais, o item de custo mais elevado neste orçamento.

Todos os custos (serviços e materiais) relacionados à execução do Projeto B

estão resumidos na Tabela 13.

UNIDADE 1ª ETAPA

TOTAL % SERVIÇO MATERIAL

CANTEIRO

CANTEIRO DE OBRAS 25.425,24 25.425,24 2,45%

BACIA " 1 "

REDE COLETORA 81.566,56 19.592,02 101.158,58 9,75%

TRATAMENTO 352.565,30 349,62 352.914,92 34,02%

BACIA " 2 "

REDE COLETORA 29.349,49 6.292,54 35.642,03 3,44%

TRATAMENTO 246.951,46 399,04 247.350,50 23,84%

BACIA " 3 "

REDE COLETORA 52.232,00 10.655,63 62.887,63 6,06%

TRATAMENTO 200.039,95 598,56 200.638,51 19,34%

BACIA " 4 "

TRATAMENTO INDIVIDUAL 11.359,74 11.359,74 1,10%

SUB TOTAIS 999.489,73 37.887,41 1.037.377,14 100,00%

TABELA 13 – Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para implantação

do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Jorrinho.

A tabela 13 permitiu a avaliação geral dos custos totais, tanto dos materiais

quanto dos serviços para tal execução. E permite ver de maneira global os custos

mais expressivos dentro do total de custos. Como demonstrado na análise dos

custos de serviços, o tratamento foi o item responsável pela maior porcentagem,

representando mais de 78% do orçamento. O gráfico 2 apresenta o resumo dos

custos totais orçados para o Projeto B.

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GRÁFICO 2 - Resumo de custos do Projeto B

No orçamento, pode-se perceber que o item tratamento dividiu-se em

subitens, entre eles, o subitem movimento e transporte de terra e rocha mostrou-se

expressivo dentro do orçamento do tratamento a ser implantado, representando

40,43% do item tratamento, cujo custo é de R$ 812.263,66 e 31,65% do custo total

da implantação do sistema de esgotamento projetado para a comunidade em

estudo, cujo valor total é de R$ 1.037.377,14.

A avaliação do item tratamento no Projeto B apresentou a particularidade de

ser composto por 4 bacias, dentro desse contexto cabe avaliar a influência nos

custos da implantação de cada um desses itens projetados para essa comunidade.

O gráfico 3 apresenta uma comparação dos custos totais do tratamento

particularizando os custos individuais com cada bacia projetada.

2,45%

19,25%

78,30%

RESUMO DE CUSTOS - PROJETO B

CANTEIRO

REDE COLETORA

TRATAMENTO

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GRÁFICO 3 – Comparativo dos custos de tratamento x outros custos no Projeto B.

Ao avaliar os dados contidos no gráfico e o tratamento projetado, percebeu

que os tratamento projetados para as Bacias 1, 2 e 3 foram o mesmo – lagoa

facultativa e de maturação, e os seus custos variaram pouco entre si, porém o custo

apresentado no orçamento de implantação da Bacia 4 quando comparada com as

Bacias 1, 2 e 3 foi expressivamente baixo, cujo tratamento individual foi composto

em sua maioria por tanques sépticos e sumidouros. A tabela 14 apresenta os índices

físicos calculados para o Projeto B.

Índices Físicos- Jorrinho

Custo Total / Extensão de Rede ( R$/m ) 181,93

Custo Per Capita ( R$/Nº Habitantes ) 687,92

Custo da Rede / Extensão da Rede ( R$/m ) 35,02

Custo Total / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 3.172,21

Custo Tratamento / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 2.483,83

Extensão de Rede / População ( m/Nº Habitantes) 3,78

Área de Tratamento / População ( m2/Nº Habitantes) 3,67

TABELA 14 – Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de Jorrinhos.

34,02%

23,84%

19,34%

1,10%

21,70%

COMPARATIVO DOS CUSTOS DE TRATAMENTO X OUTROS CUSTOS

- PROJETO B

TRATAMENTO BACIA '' 1 ''

TRATAMENTO BACIA '' 2 ''

TRATAMENTO BACIA '' 3 ''

TRATAMENTO BACIA '' 4 ''

OUTROS CUSTOS

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4.3 PROJETO C: Comunidade de Pedras Altas (Localidade do Município de Capim

Grosso - Ba):

O povoado de Pedras Altas apresentou as seguintes ocupações / atividades:

1 Igreja; 1 Posto Médico; 2 Escolas; 1 Posto Telefônico; 6 Casas Comerciais; 643

Casas Residenciais. O povoado de Pedras Altas não dispõe de qualquer sistema de

coleta de esgoto sanitário ou de águas servidas que estejam implantados, limitando-

se ao uso de fossas sépticas, para destino dos dejetos e na ausência dessas ao

lançamento das águas servidas nas vias públicas. Neste povoado a falta de um

sistema de tratamento adequado faz com que direta ou indiretamente o efluente dos

esgotos seja despejado no rio Itapicuru-Mirim, que margeia a sede urbana, a jusante

da atual captação para abastecimento de água do povoado. As Figuras 8 e 9

revelam o diagnóstico do sistema de esgotamento da comunidade.

FIGURA 8: Esgoto a céu aberto nas ruas da comunidade de Pedras Altas.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

FIGURA 9: Esgoto a céu aberto na comunidade de Pedras Altas.

FONTE: UFC Engenharia Ltda, 2001.

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4.3.1 Resumo técnico e sistema de esgotamento sanitário projetado para a

comunidade do Projeto C

O povoado de Pedras Altas não dispõe de qualquer sistema de coleta de

esgoto sanitário ou de águas servidas que estejam implantados, limitando-se ao uso

de fossas sépticas, para destino dos dejetos e na ausência dessas ao lançamento

das águas servidas nas vias públicas. A população beneficiada foi de 2.970

habitantes.

O sistema de Esgotamento Sanitário, que compreende a implantação de

rede coletora e estação de tratamento. O sistema, na comunidade de Pedras Altas

está dividido em 6 bacias, denominadas de A a F sendo que os esgotos das bacias

A a E serão conduzidos para a estação de tratamento ETE 1 composta de grades,

caixa de areia, lagoas facultativas e de maturação. O esgoto da bacia F será

conduzido para a ETE 2 composta de tanque imhoff e wet land.

Bacia A:

Extensão de rede: 395m DN 150 e 1351m DN 100

Número de ligações (2001): 136

Bacia B:

Extensão de rede: 352m DN 150 e 1250m DN 100

Número de ligações (2001): 179

Bacia C:

Extensão de rede: 418m DN 150 e 906m DN 100

Número de ligações (2001): 113

Bacia D:

Extensão de rede: 202m DN 150 e 383m DN 100

Extensão do Interceptor: 216m DN 150

Número de ligações (2001): 47

Bacia E:

Extensão de rede: 271m DN 150 e 808m DN 100

Número de ligações (2001): 88

Bacia F:

Extensão de rede: 340m DN 150 e 1046m DN 100

Número de ligações (2001): 80

ETE 1:

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Grades: 10 x 25 mm

Caixa de areia: 0,30 x 3,15m, h=0,40m

Lagoa facultativa: 2 unidades de 83 x 34 m

Lagoa de maturação: 2 unidades de 55 x 36 m

ETE 2:

Tanque imhoff: 2 tanques de 2,50 x 3,50 m

Wet Land: 1 unidade de 15x 31 m

Diante do estudo apresentado anteriormente no projeto, definiu-se para a

comunidade de Pedras Altas as seguintes alterações/soluções: executar as lagoas

facultativa e de maturação para tratar os esgotos coletados nas bacias A a E e

executar o tanque imhoff seguido de wet land (leito de macrófitas) para tratar os

esgotos coletados na bacia F.

O sistema de esgotamento sanitário projetado foi do tipo separador absoluto,

sendo constituído de seis bacias de contribuição para o atendimento das vazões de

final de plano previstas e duas estações de tratamento. Essas bacias foram

denominadas de bacia A, B, C, D, E e F. As bacias B e C lançam seus esgotos na

bacia A que juntamente com a bacia E lança na bacia D. A bacia D tem seu esgoto

encaminhado através de um interceptor para a área da estação de tratamento - ETE

1, enquanto a bacia F encaminha o seu esgoto para a ETE 2.

A estação de tratamento ETE 1 é composta de grade, caixa de areia, duas

lagoas facultativa e duas lagoas de maturação. A estação de tratamento ETE 2 é

composta de dois tanques imhoff seguidos por wet land. Apresenta-se a seguir o

fluxograma de Vazões das Bacias do projeto.

FIGURA 10 – Fluxograma de Vazões da comunidade de Jorrinhos

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4.3.2 Análise dos custos/orçamento da implantação do sistema de

esgotamento sanitário

A Tabela 15 apresenta o orçamento da implantação do sistema de

esgotamento sanitário do Projeto C. Neste orçamento estão contidos os

quantitativos referentes aos serviços, bem como suas descrições e custos

relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNIDADE QUANTIDADE CUSTO

UNITÁRIO CUSTO TOTAL

01 CANTEIRO DE OBRAS

01.01 BARRACAO EM MADEIRA, COM DEPENDENCIAS PARA ESCRITORIO E SALA TÉCNICA M2 150,00 129,38 19.407,00

01.02 OUTROS UN 400,00 7,24 14.647,24

01 Total 34.054,24 02 REDE COLETORA - BACIA '' 01 ''

02.01 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 7.484,68 7.484,68

02.02 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 7.648,34 7.648,34

02.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 11.033,62 11.033,62

02.04 OUTROS UN 1,00 16.108,54 16.108,54

02 Total 42.275,18 03 REDE COLETORA - BACIA '' 02 ''

03.01 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 6.652,60 6.652,60

03.02 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 9.287,06 9.287,06

03.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 10.199,02 10.199,02

03.04 OUTROS UN 1,00 17.221,25 17.221,25

03 Total 43.359,93 04 REDE COLETORA - BACIA '' 03 ''

04.01 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 8.080,12 8.080,12

04.02 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 5.129,76 5.129,76

04.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 7.398,96 7.398,96

04.04 OUTROS UN 1,00 20.852,81 20.852,81

04 Total 41.461,65 05 REDE COLETORA - BACIA '' 04 ''

05.01 ESCORAMENTOS UN 1,00 28.024,60 28.024,60

05.02 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 5.442,63 5.442,63

05.03 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 2.209,14 2.209,14

05.04 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 3.163,54 3.163,54

05.05 OUTROS UN 1,00 19.247,61 19.247,61

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05 Total 58.087,52 06 REDE COLETORA - BACIA '' 05 ''

06.01 ENVOLTORIAS E BERÇOS P/ VALAS UN 1,00 3.174,28 3.174,28

06.02 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 5.465,23 5.465,23

06.03 CAIXAS, TAMPAS E POÇOS DE VISITA UN 1,00 3.970,01 3.970,01

06.04 RAMAL PREDIAL (CONVENCIONAL) UN 1,00 4.999,36 4.999,36

06.05 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 6.610,44 6.610,44

06.06 OUTROS 9.714,84 9.714,84

06 Total 33.934,16 07 REDE COLETORA - BACIA '' 06 ''

07.01 ESCORAMENTOS UN 1,00 12.100,40 12.100,40

07.02 DEMOLIÇÃO E RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS UN 1,00 7.168,94 7.168,94

07.03 RAMAL PREDIAL (CONDOMINIAL) UN 1,00 8.550,96 8.550,96

07.04 OUTROS UN 1,00 20.115,10 20.115,10

07 Total 47.935,40

08 TRATAMENTO

08.01 ETE 01 - LAGOAS, CAIXA DE AREIA, ÁREA EXTERNA E EMISSÁRIO

08.01.01 MOVIMENTO DE TERRA E ROCHA UN 1,00 293.802,91 293.802,91

08.01.02 TRANSPORTE DE SOLO, ROCHA E AGREGADOS UN 1,00 212.727,09 212.727,09

08.01.03 OUTROS UN 1,00 224.560,39 224.560,39

08.01 Total 731.090,39

08.02 ETE 02 - TANQUE SÉPTICO/SUMIDOURO/TANQUE IMHOFF E WET LAND

08.02.01 WET LAND UN 1,00 66.910,26 66.910,26

08.02.02 OUTROS M2 522,00 4,49 23.178,94

08.02 Total 90.089,20

08 Total 821.179,59

Total Geral 1.122.287,67

TABELA 15 – Planilha de orçamento dos serviços para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas.

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Ao avaliar a planilha orçamentária e a descrição dos serviços, percebeu-se

que o custo total da execução é de R$ 1.122.287,67. Dentre os itens descritos

(canteiro de obras, rede coletora e tratamento) o item com maior representatividade

no custo foi o tratamento das bacias, correspondendo a 73,17% do custo total de

serviços.

A Tabela 16 apresenta o orçamento dos materiais requeridos para a

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto C. Neste orçamento

estão contidos os quantitativos referentes aos materiais, bem como suas descrições

e custos relacionados.

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ÍTEM DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS UNID. QUANT. P. UNITÁRIO P. TOTAL

01 REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA '' 01 ''

01.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 420,00 8,20 3.444,00

01.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 1.358,00 4,07 5.527,06

01.03 OUTROS pc 1,00 2.926,10 2.926,10

02 REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA " 02 "

02.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 372,00 8,20 3.050,40

02.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 1.236,00 4,07 5.030,52

02.03 TUBO TK7 JE DN 100 m 84,00 25,02 2.101,68

02.04 OUTROS pc 1,00 4.098,09 4.098,09

03 REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA " 03 "

03.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 294,00 8,20 2.410,80

03.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 870,00 4,07 3.540,90

03.03 TUBO TK7 JE DN 100 m 84,00 25,02 2.101,68

03.04 OUTROS pc 1,00 2.117,58 2.117,58

04 REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA " 04 "

04.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 216,00 8,20 1.771,20

04.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 396,00 4,07 1.611,72

04.03 OUTROS pc 1,00 1.227,85 1.227,85

05 REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA " 05 "

05.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 288,00 8,20 2.361,60

05.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 642,00 4,07 2.612,94

05.03 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 834,00 4,07 3.394,38

05.04 OUTROS pc 1,00 2.369,72 2.369,72

06. REDE COLETORA CONVENCIONAL - BACIA " 06 "

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06.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 150 m 360,00 8,20 2.952,00

06.02 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 100 m 1.080,00 4,07 4.395,60

06.03 OUTROS pc 1,00 1.584,55 1.584,55

07 LAGOAS DE TRATAMENTO/CAIXA DE AREIA/EMISSÁRIO

07.01 T ES PVC PB JE P/ ESG. DN 200 m 342,00 14,52 4.965,84

07.02 OUTROS pc 1,00 1.429,72 1.429,72

07 Total 6.395,56

Total de Materiais 67.025,93

TABELA 16 – Planilha de orçamentos dos materiais para implantação do sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas.

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A avaliação realizada na descrição dos custos relativos aos materiais para

implantação do sistema de esgotamento sanitário do Projeto C demonstrou o custo

total de materiais, perfazendo R$ 67.025,93. O item rede coletora destacou-se

dentro desse orçamento como o responsável por 90,46% dos custos totais com

materiais, o item de custo mais elevado neste orçamento.

Todos os custos (serviços e materiais) relacionados à execução do Projeto C

estão resumidos na Tabela 17.

UNIDADE 1ª ETAPA

TOTAL % SERVIÇO MATERIAL

CANTEIRO DE OBRAS 34.054,24 34.054,24 2,86%

REDE COLETORA - BACIA " 01 " 42.275,18 11.897,16 54.172,34 4,55%

REDE COLETORA - BACIA " 02 " 43.359,93 14.280,69 57.640,62 4,85%

REDE COLETORA - BACIA " 03 " 41.461,65 10.170,96 51.632,61 4,34%

REDE COLETORA - BACIA " 04 " 58.087,52 4.610,77 62.698,29 5,27%

REDE COLETORA - BACIA " 05 " 33.934,16 10.738,64 44.672,80 3,76%

REDE COLETORA - BACIA " 06 " 47.935,40 8.932,15 56.867,55 4,78%

TRATAMENTO - ETE 01 731.090,39 6.395,56 737.485,95 62,01%

TRATAMENTO - ETE 02 90.089,20 90.089,20 7,57%

SUB TOTAIS 1.122.287,67 67.025,93 1.189.313,60 100,00%

TABELA 17 – Planilha de resumo dos orçamentos dos serviços e materiais para implantação do

sistema de esgotamento sanitário da comunidade de Pedras Altas.

A tabela 17 permitiu a avaliação geral dos custos totais, tanto dos materiais

quanto dos serviços para tal execução. E permite ver de maneira global os custos

mais expressivos dentro do total de custos. Como demonstrado na análise dos

custos de serviços, o tratamento foi o item responsável pela maior porcentagem,

representando quase de 70%. O gráfico 4 apresenta o resumo dos custos totais

orçados para o Projeto B.

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GRÁFICO 4 - Resumo de custos do Projeto C.

No orçamento, pode-se perceber que o item tratamento dividiu-se em

subitens, entre eles, o subitem movimento e transporte de terra e rocha mostrou-se

expressivo dentro do orçamento do tratamento a ser implantado, representando

45,13% do item tratamento, cujo custo é de R$ 1.122.287,67 e 42,59% do custo total

da implantação do sistema de esgotamento projetado para a comunidade em

estudo, cujo valor total é de R$ 1.189.314,60. A tabela 18 apresenta os índices

físicos calculados para o Projeto C.

Índices Físicos - Pedras Altas

Custo Total / Extensão de Rede ( R$/m ) 154,02

Custo Per Capita ( R$/Nº Habitantes ) 400,44

Custo da Rede / Extensão da Rede ( R$/m ) 42,44

Custo Total / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 1.646,43

Custo Tratamento / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 1.145,65

Extensão de Rede / População ( m/Nº Habitantes) 2,60

Área de Tratamento / População ( m2/Nº Habitantes) 3,39

TABELA 18 – Índices Físicos calculados no Projeto de implantação da comunidade de Pedras Altas.

2,86%

27,55%

69,58%

RESUMO DOS CUSTOS - PROJETO C

CANTEIRO DE OBRAS

REDE COLETORA

TRATAMENTO

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Numa avaliação geral dos projetos analisados, pode-se confirmar que em

todos os projetos – A, B e C, os itens rede coletora e tratamento se destacaram em

relação aos custos totais projetados para cada comunidade. O Gráfico 5 apresenta

essa relação.

GRÁFICO 5 – Comparação dos custos entre os Projetos A, B e C.

Ao comparar os índices físicos obtidos na analise de cada um dos projetos, foi

elaborada a Tabela 19, a seguir.

Índices Físicos Baixio Jorrinho Pedras Altas

Custo Total / Extensão de Rede ( R$/m ) 159,03 181,93 154,02

Custo Per Capita ( R$/Nº Habitantes ) 379,52 687,92 400,44

Custo da Rede / Extensão da Rede ( R$/m ) 53,83 35,02 42,44

Custo Total / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 1.921,31 3.172,21 1.646,43

Custo Tratamento / m3 Tratados ( R$/m

3 ) 1.214,54 2.483,83 1.145,65

Extensão de Rede / População ( m/Nº Habitantes) 2,39 3,78 2,60

Área de Tratamento / População ( m2/Nº Habitantes) 3,48 3,67 3,39

TABELA 19 - Comparação dos índices físicos obtidos em cada projeto analisado.

0,00

200.000,00

400.000,00

600.000,00

800.000,00

1.000.000,00

1.200.000,00

Projeto A Projeto B Projeto C

Custos Totais dos Projetos Analisados

Rede Coletora

Tratamento

Total

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Observa-se que a comunidade de Jorrinho apresentou os índices mais altos,

situação essa determinada pelo tipo de urbanização e tipo de relevo que impôs

nesse caso, a implantação de 4 sistemas independentes, reduzindo assim a

possibilidade de ganho de custo por um ganho de escala em se construir por

exemplo, apenas uma estação de tratamento para toda a comunidade. No entanto,

ressalta-se que o custo final de um SES considera também as despesas

operacionais e sendo assim, certamente outras alternativas que projetassem um

menor valor , poderia estar implicando em maiores custos para o período de

operação.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da revisão bibliográfica e da metodologia aplicada neste estudo, pode-

se observar que o custo relacionado ao tratamento de esgotos foi o custo mais

expressivo dentro dos orçamentos analisados, representando em média 66,15% dos

custos totais. Diferindo daquilo exposto na literatura que, de acordo com alguns

autores, a rede coletora é responsável por 75% dos custos totais e o tratamento

somente 14% dos custos para implantação de sistemas de esgotamento sanitário.

Isso foi bem demonstrado nos índices físicos calculados, pois na comunidade em

que o tratamento foi mais caro, foram obtidos os maiores valores índices.

O custo relacionado aos materiais indicados no orçamento de implantação de

sistemas de esgotamento sanitário, só foi considerado expressivo em uma

comunidade (Projeto A), comparando seu custo em relação ao custo total com

materiais apresentados nos orçamentos dos outros projetos, no Projeto A, o custo

com materiais representou 20,12% do custo total. Isso se justifica pelo fato do

orçamento apresentar os materiais utilizados para recalque, o que influenciou

diretamente os custos totais com esses itens no orçamento.

Alguns países adotam a utilização de sistemas de tratamento de esgoto

descentralizados, destinados a atender pequenas comunidades, como por exemplo,

500 pessoas. Porém, o custo unitário de tratamento de esgoto de uma estação de

tratamento descentralizada pode ser maior do que o custo unitário de uma estação

centralizada, contudo, se analisado os custos com transporte de esgoto até a

estação, o sistema descentralizado pode ser mais vantajoso. Todavia, sistemas de

alta eficiência projetados para contribuições muito pequenas (da ordem de 1000

litros por dia) sempre terão um custo por pessoa maior que grandes estações. Logo,

são diversas variáveis que devem ser consideradas para determinar e orçar o tipo

de sistema de esgotamento sanitário a ser implantado em cada comunidade, a fim

de se evitar custos desnecessários e assim poder proporcionar em cada projeto, um

sistema de esgotamento adequado e viável financeiramente.

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6. REFERÊNCIAS

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MENDONÇA, S. R.; CEBALOS, B. S. de O. Lagoa de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos. João Pessoa, S. Rolim Mendonça. 1990. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, 1997. PIMENTA, H. C. D. et al. O esgoto: a importância do tratamento e as opções tecnológicas. In: XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba, 2002. ROSEU, G. Uma história de saúde pública. São Paulo: UNESP, 1994. TSUTIYA, M. T.; BUENO, R. C. R. Contribuição de Águas Pluviais em Sistema de Esgoto Sanitário no Brasil. In: Seminários Redes de Esgoto Sanitários e Galerias de Águas Pluviais: Interferências e Interconexões - São Paulo, 2004. TSUTIYA, M. T.; SOBRINHO, P. A. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário. Esgoto Sanitário. Escola Politécnica da USP. São Paulo, 1999. TSUTIYA, M. T.; BUENO, R. C. R. Contribuição de Águas Pluviais em Sistemas de Esgotos Sanitários. Estudo de Caso da Cidade de Franca, Estado de São Paulo. 22o

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