Upload
dinhnga
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
ANDRÉA MOTA CHASTINET DE PAULA
AVALIAÇÃO DOS RÓTULOS DE SUPLEMENTOS
NUTRICIONAIS PARA PRATICANTES DE
ATIVIDADE FÍSICA X PROPAGANDA X DIREITO
DO CONSUMIDOR.
FORTALEZA-CEARÁ 2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
ANDRÉA MOTA CHASTINET DE PAULA
AVALIAÇÃO DOS RÓTULOS DE SUPLEMENTOS
NUTRICIONAIS PARA PRATICANTES DE
ATIVIDADE FÍSICA X PROPAGANDA X DIREITO
DO CONSUMIDOR.
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará como requisito parcial para obtenção do grau de mestre. Profissional Em Políticas Públicas. Área de concentração:políticas de Saúde. Orientador: Prof. Dr. Francisco Horácio da Silva frota.
FORTALEZA-CEARÁ
2008
Aos meus pais, ao meu marido Sérgio e principalmente a você
Guilherme, meu filho, pela compreensão dos inúmeros finais de semana em que eu não pude brincar ou passear com você. A você, meu irmão Marlowe Júnior, sem palavras... Que da sua maneira me ajudou a chegar aqui. E a todos aqueles que de alguma forma torceram ou torcem por mim. Meu muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, Marlowe, que sempre me apoiou em tudo, embora sempre
calado.
A minha mãe, Zeneida que com seu temperamento calmo me fez chegar
até aqui... Ah se não fosse ela...
Ao meu marido Sérgio, pelo seu apoio nas horas mais difíceis...
Ao meu filho, Guilherme, que apesar de pequeno soube entender a
grandeza da palavra tempo...
Aos meus amigos que torceram por mim e que me ajudaram de alguma
maneira, em especial Ana Cléo Grangeiro Pinheiro
À Profa. Dra. Evânia pela sua paciência e pela sua humildade.
À Profa. Dra Helena que com sua firmeza me ensinou a ser
“Nutricionista”
Ao mestre Carlos Márcio Rocha pela sua imensa disponibilidade de me
ajudar.
A todos os professores que se dispuseram a viajar e a perder seus finais
de semana para passar um pouco do seu aprendizado para nós,
proporcionando oportunidade de crescimento intelectual e humano.
Meus agradecimentos especiais ao Prof. Dr. Horácio, por nos socorrer
nos momentos mais difíceis... Ele sabe.
Ao Prof. Paulo César pelos momentos definitivos da dissertação.
Por fim obrigado, meu bom Deus, por eu estar viva e poder usufruir de
tudo o que ele me proporciona...
“O melhor professor, nem sempre, é o de maior
saber, e sim, aquele que, modesto, tem a
faculdade de transferir”.
“A estrada da vida é uma reta marcada de
encruzilhadas, caminhos certos e errados,
encontros e desencontros do começo ao fim.
Feliz daquele que transfere o que sabe e que
aprende o que ensina”.
Cora Coralina
RESUMO
Os rótulos dos alimentos trazem, muitas vezes, publicidades abusivas que induzem à má conduta, colocando em risco a saúde do consumidor. O mau hábito alimentar é fator de risco para os grandes problemas de saúde. Os suplementos alimentares são utilizados para suprir as necessidades de nutrientes, tanto de patologias como no desempenho atlético. Para que o consumo destes suplementos não ofereça risco algum ao consumidor, se faz necessária educação para o consumo, direitos do consumidor e segurança alimentar. Com a vigência, a partir de 1991, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a criação da figura da publicidade enganosa e abusiva, a má publicidade passou, finalmente, a ser passível de punição. Este trabalho avaliou 200 rótulos de suplementos para praticantes de atividade física à luz da Anvisa em lojas especializadas objetivando a verificação dos tipos de irregularidades presentes nos dizeres de rotulagem de tais suplementos para à luz da vigilância sanitária x propaganda x código de defesa do consumidor (segurança alimentar).Como resultado geral 68% não estão conforme com a lei e 32% sim. Conclui-se que, apesar da quantidade de normas escritas, o Estado tem sido ineficaz no controle destes problemas. Desta forma, faz-se necessária, a utilização de fato dos recursos jurídicos disponíveis no sentido de coibir a difusão da má publicidade e, ao mesmo tempo, estimular o bom uso da publicidade, assim promovendo a saúde e estimulando hábitos saudáveis. E a educação para o consumo nas escolas deve ser iniciada. Palavras-chave: Rotulagem, Suplemento alimentar, segurança alimentar e Código de defesa do consumidor.
ABSTRACT
The labels of foods bring, many abusive times, advertisings that induce to the bad conduct, placing in risk the health of the consumer. The bad alimentary habit is factor of risk for the great problems of health. The alimentary supplements are used to supply the necessities of nutrients, as much of diseases as in the athletical performance. So that the consumption of these supplements does not offer to risk some to the consumer, if it makes necessary education for the consumption, rights of the consumer and alimentary security. With the validity, from 1991, of the Code of Defense of Consumer (CDC) and the creation of the figure of the lied and abusive advertising, the bad advertising passed, finally, can be of the punishment. This work evaluated 200 labels of supplements for practitioners of physical activity to the light of the Anvisa in specialized store that the verification of the types of irregularities objectified gifts in saying of labels the supplements for practitioners of physical activity the light to them of sanitary monitoring x advertisement x code of defense of the consumer (alimentary security).With a general result of 68% is not in agreement with the law and 32% are in agreement. One concludes that, despite the amount of written norms, the State has been inefficacious in the control of these problems. Of this form, the use of fact of the available according to the lay,l resources in the direction becomes necessary, to restrain the diffusion of the bad advertising and, at the same time, to stimulate the good use of the advertising, thus promoting the health and stimulating healthful habits. And the education for the consumption in the schools must be stimulated. Key words: Labels, alimentary security and Code of defense of the consumer.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................... 7
ABSTRAT ................................................................................................... 8
Lista de abreviatura e/ou símbolos ............................................................. 11
Lista de Quadros ......................................................................................... 12
1. Introdução ............................................................................................... 13
2. Desenvolvimento e Revisão da Literatura .............................................. 15
2.1.História da Educação Física ................................................................. 15
2.2. A Educação Física no Brasil................................................................. 18
2.3. Higiomania (A obsessão com a saúde na sociedade contemporânea) 20
2.4. Surgimento do Doping ......................................................................... 21
2.4.1.Anabolizantes Esteróides .................................................................. 26
2.5. Os Suplementos .................................................................................. 29
2.5.1.Conceitos dos Suplementos Alimentares .......................................... 29
2.5.2. Classificação dos Suplementos ........................................................ 31 2.5.3. Critérios Estabelecidos para a Ingestão dos Suplementos Alimentares ................................................................................................. 33 2.5.4. Conseqüências do Uso Indiscriminado dos Suplementos Alimentares ................................................................................................. 35 2.6.Rotulagem ............................................................................................. 37
2.6.1 Definição de Rotulagem ..................................................................... 37
2.6.2.Importância da Rotulagem ................................................................. 37
2.7.Conceitos Básicos dos Direitos do Consumidor ................................... 41
2.7.1. A Proteção e a Defesa do Consumidor No Mundo ........................... 42
2.7.2. A Proteção e a Defesa do Consumidor no Brasil ............................. 43
2.7.3. Direitos Básicos ................................................................................ 45
3. Objetivo Geral ......................................................................................... 50
3.1 Objetivos Específicos ........................................................................... 50
4.Metodologia ............................................................................................. 51
4.1.Tipo de Estudo ...................................................................................... 51
4.2.Amostra ................................................................................................. 51
4.3 Coleta de Dados ................................................................................... 51
4.4 Tabulação e Análise dos Dados ........................................................... 51
5. Resultados e Discussões ....................................................................... 53
6.Conclusões .............................................................................................. 64
7. Recomendações ..................................................................................... 67
8. Referências Bibliográficas ...................................................................... 68
ANEXOS ..................................................................................................... 74
ANEXO A - PORTARIA Nº 222 DE 24 DE MARÇO DE 1998 .................... 75
ANEXO B – DRI ......................................................................................... 80
ANEXO C - PORTARIA 269 DE 13 DE JANEIRO DE 1998 ...................... 88
ANEXO D - CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................ 94
ANEXO E - RESOLUÇA O RDC 259 DE 20 DE SETEMBRO DE 2002 .... 121
ANEXO F - RESOLUÇA O RDC 360 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003 .... 129
ANEXO G - RESOLUÇA O RDC 23 DE 15 DE MARÇO DE 2000 ............. 138
APÊNDICE I – LISTA DE VERIFICAÇÃO .................................................. 162
LISTA DE ABREVIATURA E/OU SÍMBOLOS
ACSM - American College of Sports Medicine.
ANVISA - Agencia Nacional da Vigilância Sanitária.
AI - Ingestão Adequada.
BPF - Boas Práticas de Fabricação.
COI - Comitê Olímpico Internacional.
CDC - Código de Defesa do Consumidor.
DOU - Diário Oficial da União.
EAR - Requerimento de Ingestão Média (estimado).
IDR's - Ingestão Diária Recomendada.
ONU - Organização das Nações Unidas.
PIQ - Padrão de Identidade e Qualidade.
RDA - Recomendações de Ingestão Suficientes de Nutrientes.
SACs - Serviço de Atendimento ao Consumidor.
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura.
UL - Limite de ingestão máxima tolerável.
CCE - Comunidade Comum Européia.
CI - Organização de consumidores de cinco países (Holanda, Bélgica, Reino
Unido, Estados Unidos e Austrália).
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial.
CONDECON - Conselho de Defesa do Consumidor.
ANDEC - Associação Nacional de Defesa do Consumidor.
ADOC - Associação de Defesa e Orientação do Consumidor.
APC - Associação de Proteção ao Consumidor.
IDEC - instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
SNDC - Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
DPDC - Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor.
Lista de Quadros
Quadro-1 Distribuição do número de alimentos para praticantes de atividade física segundo as categorias e concordância com a lei de rotulagem, Fort-Ce, Out, 2007..................................................
53
Quadro-2 Irregularidades e erros gerais encontrados nos rótulos de suplementos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) .........
55
Quadro-3 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de Repositores Hidroeletrolíticos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ......................................................................................
56
Quadro-4 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de Energéticos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ..............................
57
Quadro-5 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de alimentos Protéicos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ..............
58
Quadro-6 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de alimentos Compensadores para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ......................................................................................
60
Quadro-7 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de BCAA para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ..........................................
61
Quadro-8 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de suplementos na categoria de “Outros ” para praticantes de atividades físicas relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar) ......................................................................................
62
1 INTRODUÇÃO
No Brasil e no mundo é crescente a preocupação da população com o
culto ao corpo.
A adoção da atividade física como parte integrante da rotina diária de
adultos e crianças tem sido muito estimulada, dada a constatação de que, quando
praticada com regularidade e com acompanhamento profissional, traz inúmeros
benefícios para a saúde Como conseqüências, observam-se alterações no estilo de
vida, em especial a busca por maior atividade física e as modificações nos hábitos
alimentares. Essas mudanças geralmente são estimuladas e direcionadas por
veículos de divulgação da mídia, como televisão, jornais, rádio, internet e por
categorias profissionais, destacando-se a poderosa influência dos professores de
academia (NAGAYAMA, et al., 2000). Aliada a divulgação da mídia, o mercado de
alimentos e suplementos conta também com a influência dos professores de
educação física sobre seus alunos. Boa parte dos usuários (31%) toma
suplementação por indicação de instrutores, professores ou treinadores (Pereira
1999; Hirschbruch & Carvalho 2002) que muitas vezes, e de forma antiética,
transmitem orientações inadequadas sobre dietas e suplementos, por
desconhecerem até mesmo os conceitos básicos de nutrição (VIVIANI et al., 2003).
A divulgação da mídia acerca de diferentes suplementos nutricionais e
seus possíveis benefícios, os quais na maioria das vezes não têm efeito comprovado
cientificamente, é crescente. Este fato pode influenciar o aumento da demanda
destes produtos (NAGAYAMA et al., 2000). Observa-se que o uso de suplementos
nutricionais é feito sem a informação fundamental de que os mesmos nutrientes que
são ingeridos em forma medicamentosa, muitas vezes em altas doses, poderiam ser
fornecidos através de uma dieta balanceada, adaptada às necessidades geradas
pela atividade física.
Nota-se que o consumo de determinados nutrientes em proporções
elevadas pode trazer conseqüências danosas à saúde. O alimento é a base do
sucesso para aqueles que querem ganhar massa muscular, aumentar a força e
14
definir a musculatura, portanto não são também, complementos ou suplementos
caros que formam o físico do consumidor, seja este atleta ou adepto de exercícios
físicos. Os praticantes de atividade física de academias geralmente não são atletas,
e é sabido que esta população procura a academia de ginástica com finalidades de
condicionamento físico, hipertrofia muscular, emagrecimento ou mesmo lazer.
(NAGAYAMA et al., 2000).
Considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações
educacionais e de controle sanitário na área de alimentos, visando à proteção à
saúde da população, e considerando que a rotulagem nutricional facilita ao
consumidor conhecer as propriedades nutricionais dos alimentos, essa pesquisa
objetivou avaliar os rótulos dos suplementos nutricionais para praticantes de
atividade física, verificar se os rótulos de suplementos para praticantes de atividade
física estão obedecendo às leis da Vigilância Sanitária, identificar os erros de
rotulagem e relacionar tais aspectos com a publicidade propaganda e o direito do
consumidor.
15
2 DESENVOLVIMENTO E REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Histórico da educação física no mundo
Segundo Costa (1998) tudo começou quando o homem primitivo sentiu a
necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da
ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se
colocou de pé: corre, salta, arremessa, sobe, empurra, puxa e etc. A seguir serão
resumidos alguns aspectos históricos de diferentes países, adaptado principalmente
por Costa (1998).
CHINA - Como Educação Física as origens mais remotas da história
falam de 3000 a.C. lá na China. Certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no
progresso do seu povo pregava os exercícios físicos com finalidades higiênicas e
terapêuticas além do caráter guerreiro.
ÍNDIA - No começo do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos
como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil,
político, social e religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares além do
caráter fisiológico. Buda atribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza
dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade
do Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento). O Yoga tem suas
origens na mesma época, retratando os exercícios ginásticos no livro "Yajur Veda"
que além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras massoterápicas e
técnicas de respirar.
JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações sempre esbarra
na importância dada à Educação Física, quase sempre ligada aos fundamentos
médico-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização japonesa
também tem sua história ligada ao mar devido à posição geográfica além das
práticas guerreiras feudais: os samurais.
16
EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios Gímmicos
revelados nas pinturas das paredes das tumbas. A ginástica egípcia já valorizava o
que se conhecem hoje como qualidades físicas, tais como: equilíbrio, força,
flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais
como tronco de árvores, pesos e lanças.
GRÉCIA - Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu
a Educação Física foi a civilização grega através da sua cultura. Nomes como
Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação
Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma
através das atividades corporais e da música. "Na música a simplicidade torna a
alma sábia; na ginástica dá saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de
equilíbrio entre corpo e espírito ou mente. Os sistemas metodizados e em grupo,
assim como os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma
herança grega. As atividades sociais e físicas era uma prática até a velhice, lotando
os estádios destinados a isso. Disse Sócrates:
Nenhum cidadão tem o direito de ser um amador na matéria de adestramento físico, sendo parte de seu ofício, como cidadão, manter-se em boas condições, pronto para servir ao Estado sempre que preciso. Além disso, que desgraça é para o homem envelhecer sem nunca ter visto a beleza e conhecido a força que seu corpo é capaz de produzir.
ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a invasão
cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a
atividade física era destinada às práticas militares. A célebre frase "Mens Sana in
Corpore Sano" de Juvenal vem desse período romano.
IDADE MÉDIA - A queda do império romano também foi muito negativa
para a Educação Física, principalmente com a ascensão do cristianismo que
perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado sendo
também chamado por alguns autores, de "Idade das Trevas”.
RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse no seu próprio
corpo, o período da Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a
música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente
17
explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519),
responsável pela criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo
humano.
Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas
famosas como, por exemplo, a de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475
- 1564). Considerada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A
dissecação de cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra clássica
"De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).
A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a
Vitorio de Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa", onde
o conteúdo programático incluía os exercícios físicos.
ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no campo social
chamado de Iluminismo surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas
idéias. Como destaque dessa época os alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau
(1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau propôs a Educação Física
como necessária à educação infantil. Segundo ele, pensar dependia de extrair
energia do corpo em movimento. Pestalozzi foi precursor da escola primária popular
e sua atenção estava focada na execução correta dos exercícios.
IDADE CONTEMPORÂNEA - A influência na nossa ginástica localizada
começa a se desenvolver na Idade Contemporânea e quatro grandes escolas foram
as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, a francesa, e a inglesa.
A alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como destaque
Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839) considerado pai da ginástica
pedagógica moderna. A derrota dos alemães para Napoleão deu origem a outra
ginástica, a Turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1788-1825) cujo
fundamento era a força. "Vive Quem é Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a
escola. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando
origem à Ginástica Olímpica. A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spiess
(1810-1858) introduzindo definitivamente a Educação Física nas escolas alemãs,
sendo inclusive um dos primeiros defensores da ginástica feminina.
18
A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall (1777-1847)
que fundou seu próprio instituto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica
para formação de professores de Educação Física (1808). Por mais que um
profissional de Educação Física desconheça como essa área evoluiu, pelo menos
algum dia já ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se
conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) foi o responsável por isso levando para a
Suécia as idéias de Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling
dividiu sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para a saúde evitando
vícios posturais e doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica -
baseada na pedagógica evitando também as doenças e a estética - preocupada com
a graça do corpo.
A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado
Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848). Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e
Pestalozzi, dividiu sua ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Médica e Cênica. Outro
nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congressos, cursos
(inclusive o Superior de Educação Física), regiu o Manual do Exército e também era
adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e
motivadora.
O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr,
nadar, subir, saltar, empurrar, puxar e etc. A escola inglesa baseava-se nos jogos e
nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora
não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de Clias no
treinamento militar (Costa, 1998).
2.2 A Educação Física no Brasil
As informações a seguir foram adaptadas por Costa (1998). Os índios no
Brasil colônia foram os primeiros habitantes, e deixaram como contribuição os
movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco
e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado
19
diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos
etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras
que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram
muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o
trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra
os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam
mato adentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros
descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A
inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas.
O nome capoeira veio do mato onde se entrincheiravam para treinar. "Um estranho
jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem
verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e
comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui
Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.
Brasil Império - Em 1851 a lei de nº. 30 inclui a ginástica nos currículos
escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos
negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias e
secundárias, praticada quatro vezes por semana durante 30 minutos.
Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização
da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao
desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais
como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
Nos anos 70, marcados pela ditadura militar, a Educação Física era
usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo, sendo todos os
ramos e níveis de ensino voltados para os esportes de alto rendimento.
A Educação Física brasileira teve grande influência da Ginástica
Calistenica criada em 1829 na França por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854).
20
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de
propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas
estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios de
empresas podendo contratar atletas funcionários, fazendo surgir uma boa geração
de campeões das equipes.
Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde
acessível a todos e manifestada de três formas: esporte educação, esporte
participação e esporte performance, (Costa, 1998).
2.3 Higiomania (A obsessão com a saúde na sociedade contemporânea)
Segundo, Nogueira (2001) a saúde na modernidade tardia passou a ser
mais que cultivada, é agora adorada. Há uma adoração da saúde que é também
uma mania coletiva de saúde, uma higiomania. A higiomania é autonomista ,entende
que a saúde está ao alcance das pessoas desde que todos sigam a norma correta
de estilo de vida,adoção de certos hábitos e evitem os riscos sobre os quais são
advertidos.A preocupação excessiva com o corpo desloca as pessoas para uma
visão superficial e egocêntrica do que seja saúde .
Os cuidados seguidos com o corpo vêm se tornando tão variados e
obsessivos que geram uma espécie de hipocondria social, visto que a preocupação
exagerada com o corpo contraria o significado de uma vida saudável que deveria ser
alcançada e mantida de forma mais espontânea e tranqüila, ou seja, gerando uma
nova modalidade de iatrogenia, (Nogueira, 2001).
A perfeição do corpo é uma cultura narcizista da modernidade tardia,
favorecendo a posta em marcha pela economia capitalista de um ciclo
infinitivamente ampliável de consumo de bens e serviços voltados para saúde. A
saúde está sendo vista como formosura do corpo, bom preparo físico resultante de
um conjunto de praticas do corpo .É confirmado pela proliferação de academias e
clínicas de estética.Aliado a isso os meios de comunicação tratam de assegurar que
21
o mais importante em matéria de saúde para as pessoas é obter um corpo saudável
e que isso depende das iniciativas e dos esforços de cada um, (Nogueira,2001).
2.4 Surgimento do doping
A compilação da história do surgimento do doping foi adaptada da
Associação Brasileira de estudo e combate do doping através do Manual prático de
controle antidoping (2002). O ópio, um látex obtido pelo corte dos bulbos da Papoula
somniferum era conhecido pelos sumérios no ano 3000 a.C.
Na China, por volta de 2737 a.C., já se conheciam algumas plantas cuja
mastigação, uso de extratos ou infusões, produziam efeitos estimulantes: a efedra
(efedrina), a ma huang (alcalóide) e a mandragora (afrodisíaca com sabor e cheiro
desagradáveis). Os árabes, 1000 a.C., conheciam a maconha (cannabis), o haxixe
(dez vezes mais forte que a cannabis), a catina (da qual, hoje se extrai a dextrono-
risoefedrina) e o ginseng (uma amina que era usada para estimular os guerreiros).
Na antiga Grécia, em 300 a.Cnos Jogos Olímpicos Antigos, os corredores
de longa distância usavam uma cocção de plantas que tinha como principal produto
um alucinógeno extraído de cogumelos. Para o pensamento da época, era para
evitar o surgimento do “baço grande e duro”. Em alguns atletas era até retirado o
baço (esplenectomia). Em outros, fazia-se uma cauterização com ferro em brasa. É
dessa época a primeira notícia de uma espécie de regulamentação olímpica em que
se proibia qualquer prática mutilante, como a esplenectomia ou a cauterização em
atletas.
Na mitologia nórdica, os lendários berseks ou berserkers, usavam a
bufoteína, uma droga estimulante extraída de certo tipo de fungo. Na África, os
nativos já usavam a “cola acuminata” e a “cola nitida” como estimulantes nas
marchas e nas corridas. Nessa época, o ópio já estava sendo muito usado na Grécia
e na Ásia. Ele teve uma grande divulgação entre os árabes, porque o Alcorão livro
muçulmano sagrado proibia o uso do álcool, mas não citava o ópio. Na Ilíada,
poema de Homero, a encantadora Helena, nas festas, oferecia aos amigos uma
22
poção milagrosa que curava certas dores e doenças além de produzir sonhos
maravilhosos. Provavelmente, era ópio. Na China, as mães embalavam seus filhos
num ambiente com fumaça da fervura do ópio para que seus filhos parassem de
chorar e adormecessem. Na Turquia, os médicos presenteavam as pessoas mais
influentes do reino com formulações que continham opiáceos. Em todas as batalhas
desse período, era comum os guerreiros usarem opiáceos para diminuir a dor dos
ferimentos e aumentar a coragem para a batalha.
Um pouco antes de Cristo, na antiga Roma, os tratadores de cavalos,
usavam o chamado Hidromel; mistura de água, mel e aveia, que eles imaginavam
melhorar a forma física dos animais usados nas provas esportivas. Na verdade,
antecipando-se aos primeiros conhecimentos de fisiologia, eles hidratavam e
aumentavam o suporte de glicose e proteína nos cavalos. Para mostrar ao povo o
rigor das leis ou ter a desculpa perfeita para algumas derrotas frente aos gregos, o
Senado Romano punia com a crucificação o tratador de cavalos que usasse o
Hidromel. Numa análise mais crítica, fica a desconfiança de que os atletas gregos
quando subiam o monte Olimpo para buscar inspiração e proteção de Zeus, ficavam
ali por dois ou três dias, usando alucinógenos para aumentar a coragem e a audácia
nas competições.
Na América do Sul, a coca mascada era usada para aumentar o
desempenho, diminuir o cansaço e amenizar a fome nos trabalhos forçados e nas
longas marchas. Depois, a folha de coca passou a ter o domínio da nobreza e dos
sacerdotes, com caráter divino, mas como se confirmou que ela diminuía a fadiga,
passou a ser ofertada aos “mensageiros” a chamada “cocada”, uma bola de folhas
de coca misturada com calcário. Com o calcário, o efeito era amenizado porque ele
alcalinizava o ambiente gástrico impedindo a rápida degradação da cocaína pela
saliva e pelo suco gástrico. Os índios escondiam algumas plantas nativas de coca
porque já estavam dependentes de seus efeitos. Quando o espanhol Francisco
Pizarro começou as primeiras conquistas na região em 1532, pagava os índios
mineiros com folhas de coca. Eles mantinham a dependência e tinham mais ânimo
para descer nas minas de cobre e prata. Quando Pizarro destruiu o Império Inca
(atual Cuzco), essa prática terminou.
23
Na América do Norte, ingeria-se uma planta chamada peyote, que contém
um alcalóide estimulante conhecido como mescalina. No Tirol, usavam substâncias
contendo arsênico com fins religiosos.
Na Europa do século XVI surgem drogas com cafeína e esse é o ponto
inicial da dopagem entre os povos mais civilizados e entre os atletas. Em 1806, o
aprendiz de farmacêutico Friedrich Sertuner, alemão, isola o principal alcalóide do
ópio e lhe dá o nome de morfina em alusão a Morfeu. Dez anos depois, ela já é
usada em cavalos na Inglaterra. Em 1865, na construção do Canal do Norte em
Amsterdã, os operários recebiam drogas que aumentavam o rendimento no trabalho.
Na inauguração do Canal, houve uma prova de natação e vários nadadores
competiram usando drogas estimulantes. Em 1879, na Corrida Ciclística dos Seis
Dias, na França, os franceses usavam misturas à base de cafeína, os belgas
usavam cubos de açúcar mergulhados em bebida alcoólica ou éter conhecido desde
o século XII como anestésico, mas usado com fins recreativos na Inglaterra em 1700
e alguns ciclistas usavam a nitroglicerina pelo seu efeito vasodilatador coronariano.
Em 1886, já com o uso indiscriminado de estimulantes pelos atletas,
acontece a Corrida dos 600 km entre Bordeaux e Paris e nela se tem a primeira
notícia de morte por uso de estimulantes: morre o ciclista inglês Linton, que usou
uma mistura de cocaína com nitroglicerina. Por volta de 1900, no boxe, usavam-se
tabletes de estriquinina misturados com conhaque e cocaína. Nessa época, era
comum a prática de debilitar o adversário com drogas dopantes acondicionadas em
garrafas de água. É possível que mortes tenham ocorrido por esse motivo.
Em 1919, o farmacêutico japonês Ogata sintetiza a anfetamina e com isso
cresce a dopagem esportiva, principalmente no ciclismo.
Durante a 2ª Guerra Mundial, de 1939 a 1945, os soldados recebiam o
medicamento Pervitin – uma anfetamina – nos seus “kits” de sobrevivência. Seu
efeito estimulante e a abolição do sono eram úteis nas grandes marchas e nos vôos
noturnos. Depois, passaram a usá-lo também nos jogos do exército. Então,
terminada a guerra, muitos soldados estavam viciados com esses comprimidos.
Quando voltaram a seus países, muitos deles continuaram suas práticas
desportivas, principalmente os jogadores de futebol americano. Estavam mais
24
corajosos pelas agruras da guerra e, além disso, jogavam dopados. Isso fez
disseminar o uso de anfetaminas entre os desportistas, prática que existe até hoje,
incorporada ao uso de outras substâncias proibidas pelas leis esportivas.
Nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, são descritas três mortes por
uso de doping: Knut Enemark Jensen, um ciclista da Dinamarca de 25 anos (quinze
tabletes de anfetamina, mais oito tabletes de um vasodilatador coronariano,
misturados a uma garrafa de café), Dirck Howard, alemão, medalha de bronze nos
400m, (por dose excessiva de heroína) e Simpson, um corredor inglês (também por
um estimulante).
Até essa época, os métodos de detecção da dopagem ainda eram muito
simples. O primeiro método foi desenvolvido pelo químico russo Bukowski que
trabalhava no Jóquei Clube da Áustria e analisava a saliva dos cavalos. Mas ele
negava-se a revelar seu método. No mesmo ano, 1910, Sigmundo Frankel químico
da Universidade de Viena desenvolveu um novo método, também trabalhando com
saliva. Nas décadas de 40 e 50, foram criados e desenvolvidos os métodos da
cromatografia gasosa e delgada que foram sendo aperfeiçoados com o tempo, até
serem substituídos pela moderna espectrofotometria de massa que pode determinar
e quantificar na urina a presença da maioria das substâncias listadas como proibidas
para os atletas. Já em 1955, a Federação Mundial de Ciclismo iniciava trabalhos de
análises de urina. Chegou ao ponto de em uma só prova, obter cinco resultados
positivos em vinte e cinco amostras. Essa modalidade foi a primeira, porque em
muitos países da Europa o ciclismo é um esporte de massa e naquela época os
interesses comerciais de divulgação de marcas e logotipos por parte dos ciclistas,
era uma realidade.
Durante os jogos olímpicos de Tóquio em 1964 um congresso da
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
conjuntamente com o COI (Comitê Olímpico Internacional) iniciou o combate à
dopagem, esboçando leis, controles e punições. Seguiram-se simpósios na
Alemanha, Áustria, Itália e Suíça, mas os países não reconheciam essas
deliberações, muitas vezes invocando razões até de uso de dopagem por
patriotismo. Desde 1965 e com periodicidade de três anos, a Liga Ciclística da
Bélgica passou a divulgar o resultado de seus exames. De 25,59% em 1965, caiu
25
para 8,16% em 1968 e para 4,78% em 1971, vindo a aumentar para 7,10% em
1974, provavelmente pelo desenvolvimento das técnicas de cromatografia. A
substância mais encontrada foi a anfetamina e os exames positivos eram quase
todos de profissionais e de veteranos, com mínimos percentuais em principiantes.
Em 1968, durante os Jogos olímpicos de Inverno em Grenoble, o COI
forma uma comissão de cinco médicos e um químico que unificaram todas as
deliberações e leis existentes. Três meses antes dos Jogos olímpicos do México
essa primeira lei foi enviada para todos os países participantes da Olimpíada, mas o
controle foi muito pequeno e sem qualquer punição. Os países alegavam o pouco
tempo entre a lei e os Jogos. Muitos até ameaçaram não comparecer aos Jogos e
outros chegaram a manifestar intenção de abandonar a Vila Olímpica.
A anfetamina e produtos assemelhados, que dominavam os casos
positivos passaram a ser substituídos paulatinamente pelos hormônios masculinos,
os chamados esteróides anabólicos com poderes muito mais vitoriosos, mas
também com efeitos colaterais mais desastrosos. Depois, os atletas começaram a
usar diuréticos para mascarar a presença dos hormônios e mais recentemente os
hormônios de crescimento, principalmente, ganharam destaque na preferência dos
atletas.
No organismo humano, são hormônios derivados de hormônios, e o termo
esteróide significa óleo sólido e se origina do grego “stereos”, que significa sólido e
do latim “oléum”, que significa óleo. Além disso, a testosterona (hormônio
masculino), o hormônio de crescimento e a insulina, são os anabolizantes
considerados mais potentes Estudos dizem que os esteróides anabolizantes
produzem uma ação de rendimento no ganho de massa muscular, força e
velocidade. Com isso atletas melhoram o desempenho na modalidade em busca de
recordes e títulos, mas é bom lembrar que os esteróides anabolizantes são
substâncias proibidas no conceito de jogar limpo no esporte de acordo com as
normas do Comitê Olímpico Internacional e Agência Mundial de Antidoping. Caso o
atleta seja pego no doping, ele é punido e até mesmo banido do esporte, pelo
descumprimento das normas.
26
2.4.1 Anabolizantes Esteróides
Segundo o manual prático de controle antidoping o histórico dos
anabolizantes esteróides começa em 1956, durante os Jogos Mundiais realizados na
cidade austríaca de Viena, o Dr. John Ziegler, que era médico da equipe norte-
americana de levantamento de peso enviada para a competição, fez uma
descoberta fantástica. Ele descobriu através de um médico soviético que estes
estavam realmente usando testosterona sintética e uma variação química desta,
chamada metil-testosterona em seus atletas a fim de aumentar a sua performance
atlética. Ficou claro para o Dr. Ziegler que os países do bloco oriental estavam
usando os esportes de potência como ferramenta de propaganda para montar a
superioridade do sistema soviético e ele decidiu ali e então que deveria fazer algo a
respeito.
Ao retornar aos EUA ele juntou forças com a Ciba-Geigy suíça, através da
sua filial norte-americana, e desenvolveu aquele que veio a ser o padrão dourado e
o mais famoso de todos os anabolizantes esteróides: DIANABOL. O Dr. Ziegler
levou a droga para o York Barbell Club que ficava em York, Pennsylvânia onde,
durante as décadas de 50 e 60, treinavam os maiores levantadores de peso da
equipe olímpica norte-americana. Ele cuidadosamente injetou DIANABOL em alguns
atletas do York Club e em si mesmo, anotando detalhadamente as doses e os
efeitos. E aquilo que ele viu o deixou horrorizado: elevação brutal do nível de
enzimas no fígado, aumento e infecções da próstata, atrofia testicular, entre outros
efeitos. Como tais coisas poderiam estar acontecendo? Ele estava injetando doses
de 5 e 10 mg por dia!
A maior parte dos atletas sob a supervisão do Dr. Ziegler obtiveram
rápidos progressos sem sofrerem efeitos colaterais a curto prazo. Da mesma
maneira que os soviéticos, a equipe olímpica norte-americana progrediu bastante, o
que foi oficialmente explicado para o grande público e imprensa como sendo devido
à prática de exercícios isométricos. Entretanto, Dr. Ziegler notou que alguns atletas
gostavam demais da nova droga e encontraram um farmacêutico conhecido que se
propôs a vender-lhes todo DIANABOL, além de testosterona sintética, que o dinheiro
pudesse comprar. Assim, eles estavam tomando doses muito maior do que aquelas
27
que o Dr. Ziegler pretendia ministrar. Ao perceber que os atletas ignoravam seus
conselhos e estavam tomando anabolizantes esteróides como doces, o Dr. Ziegler
retirou o seu apoio, admitiu que houvesse cometido um erro e recomendou que
todos os levantadores deveriam cessar imediatamente a injeção de DIANABOL.
Naquela hora, já era tarde demais.
Durante muito tempo, os jornalistas e editores de revistas incluindo os
médicos diziam que os anabolizantes esteróides eram tão úteis como placebos e
afirmavam categoricamente que nenhum dos campeões norte-americanos os usava.
Nos bastidores, no entanto, o uso dos anabolizantes esteróides espalhava-se
rapidamente. As pessoas que estavam por dentro do esporte sabiam o que estava
acontecendo, porém escondiam suas cabeças no solo como avestruzes. Durante
todo o tempo em que os atletas estavam usando esteróides e falando sobre os seus
méritos dentro dos vestiários dos ginásios e academias, os profissionais da medicina
nada fizeram para estudar o fenômeno a fim de discernir até que ponto aquelas
drogas funcionavam tão bem quanto os atletas afirmavam. Assim os mitos e as
desinformações continuavam a se propagar e os atletas que usavam esteróides
cresciam geometricamente em número, ano após ano, em esportes como
musculação competitiva, levantamento de peso, futebol comum, natação e remo,
esportes em que são necessários, força, potência e músculos.
Em 1960, um porto–riquenho chamado Fred Ortiz assombrou o mundo ao
competir no campeonato de Mr. Universo. Ele se apresentou com um volume
muscular que era, no mínimo, o dobro dos seus concorrentes mais próximos. Os
anabolizantes esteróides ganharam, assim, notoriedade mundial. E isso trazia cada
vez mais infelicidade para o homem que os introduziu no mundo ocidental. O Dr.
Ziegler estava assombrado com os hábitos dos atletas tomarem comprimidos. Ele
escreveu:
Quando eu iniciei a prática da Medicina, tratando de fazendeiros e índios
em Montana, eu não era capaz de fazer-lhes engolir um comprimido. A
única vez em que eu comecei a ter certeza de que eles tomavam seus
medicamentos foi quando, finalmente, apareceram as injeções de penicilina.
Até aquela hora, as pessoas possuíam enorme aversão em tomar
comprimidos; porém, as coisas haviam mudado. Agora, todos são felizes
tomadores de pílulas. As pessoas tornaram-se loucas por drogas. Já é ruim
28
o bastante ter que lidar com fanáticos por drogas, porém, agora, atletas
saudáveis estão se colocando na mesma categoria. É uma desgraça.
O Dr. Ziegler faleceu em novembro de 1983. O uso de anabolizantes
esteróides se espalhou de tal maneira, apesar de leis e avisos, que ninguém mais
prestava atenção aos homens da lei, autoridades, médicos ou qualquer um que
levanta a bandeira dos perigos das drogas nos esportes. Em 1988, durante os Jogos
Olímpicos de Seul, 5 atletas foram pegos pelo uso ilícito de anabolizantes
esteróides. O caso mais famoso foi o do corredor canadense e campeão mundial
Ben Johnson, que falhou no exame antidoping devido ao uso da droga Estanozolol
(Winstrol). Manual prático de controle antidoping (2002).
Apesar de o esporte ser um meio saudável para melhorar a condição
física e mental do indivíduo, Dokkum (2002) alerta para o fato de que está se
tornando um grande negócio para a elite de atletas, a indústria de suplementos e
patrocinadores. Esses atletas não têm conhecimento para avaliar todas as
informações sobre nutrição, doping e desempenho, e somente profissionais sérios e
competentes podem mostrar as bases e meios para a melhora do desempenho de
esportistas. É evidente que doping não só aumenta os riscos de resultados positivos
nos testes antidopings e exclusão das competições, como também têm efeitos
negativos sobre a saúde. Dois aspectos de sucesso nas competições esportivas são
mais importantes que muitos meios para aumentar o desempenho: talento e treino.
Além disso, o American College of Sports Medicine ACSM (1987) afirma que o
ganho de peso nos estudos com treinamento têm sido pequeno, mas significante. A
literatura sobre a eficácia para o desenvolvimento de força muscular é controversa,
pois a hereditariedade, a intensidade do treinamento, a dieta e o estado psicológico
também contribuem para isso, e é difícil controlar todos esses fatores nos estudos
experimentais. Alguns atletas ainda alegam que doses acima das terapêuticas são
necessárias para ganho de força, muito embora resultados positivos foram relatados
utilizando doses terapêuticas. Nos anos 60 e 70, o uso dos anabolizantes era restrito
aos atletas de elite, mas nos últimos anos, o seu uso ilegal explodiu. Pope et al..
(2000) citam que milhares de rapazes usam anabolizantes, não com finalidade
atlética, mas apenas para ficarem “maiores”.
29
2.5 Suplementos
Desde os primeiros tempos do esporte, esportistas, treinadores e
médicos, buscam incessantemente por substâncias milagrosas que melhorem a
capacidade física de atletas. A história está repleta de casos, diz Ruano (1991),
desde o costume de “coquear”, pelos europeus com trabalhadores de minas de
prata americanas, que davam folhas de coca aos índios para mascar, com a
finalidade de suprir a sensação de fome. A cada dia surge um produto milagroso ou
uma substância com propriedades energizantes.
Os atletas gregos, em 580 a.C. já adotavam dietas especiais, cita
Grandjean (1997), e no século XIX preconizava-se a dietoterapia para o tratamento
e prevenção de doenças. Hoje, constata-se a importância da nutrição para a
melhoria do desempenho no esporte.
As pesquisas sobre suplementos foram iniciadas por Christensen et al..
(1934 apud GARCÍA & NAVARRO, 1991), e daí em diante, passou-se a estudar o
trabalho físico induzido por manipulações dietéticas, demonstrando que a dieta pode
afetar o rendimento do atleta devido ao restabelecimento rápido das reservas de
glicogênio no fígado e músculos. Um atleta de alto nível treina uma média diária de 4
horas, requerendo um alto suporte nutricional, sendo que a atividade física intensa
leva à perda adicional de minerais pela sudorese intensa ou hemólise em esportes
aeróbicos. Tudo isso, dizem García & Navarro (1991) leva à prática sistemática da
suplementação com preparados polivitamínicos ou complexos com minerais e
oligoelementos.
2.5.1 Conceito dos suplementos alimentares
A palavra suplemento, originada do latim "supplementu", é um substantivo
masculino que tem como significado: 1. O que serve para suprir, suprimento. 2. o
30
que se dá a mais: suplemento salarial. 3. parte que se adiciona a um todo para
ampliá-lo, esclarecê-lo ou aperfeiçoá-lo (Ferreira, 1986).
De acordo com a Portaria nº. 222, de 24 de março de 1998 do ministério
da Saúde (Anexo A), os suplementos alimentares para atletas são denominados
alimentos para praticantes de atividades físicas, e constituem-se em produtos
destinados a complementar as dietas normais tanto em calorias como também em
proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, juntas ou separadas,
dependendo das necessidades de cada pessoa. Estes alimentos visam atender as
necessidades de atletas de grande performance, praticantes de atividades físicas
competitivas ou não, pessoas que querem aumentar ou perder peso ou que
necessitam de uma suplementação específica para melhora de estado de saúde.
Vale lembrar que estes alimentos não substituem a dieta normal. Eles entram como
coadjuvantes para suprir as necessidades nutricionais de atletas e esportistas que,
só pela alimentação, não conseguem atingir os requerimentos necessários.
O senado americano aprovou em 1994 um documento com a definição de
suplemento esportivo chamado de Dietary Supplements Health and Education Act
(EUA –1994) sendo o suplemento alimentar conceituado como: Produto (com
exceção de tabaco) utilizado com o objetivo de:
• Suplementar a dieta e que contenha um ou mais ingredientes, como vitamina, mineral, erva ou outro tipo de planta, aminoácido,
• Substância dietética capaz de aumentar o conteúdo calórico total da dieta, ou concentrado, metabólito, constituinte, extrato, ou combinação desses nutrientes;
• Composto produzido para ser ingerido na forma de pílulas, cápsulas, tabletes ou como líquido;
• Não produzido para uso convencional como alimento ou como único item de uma refeição ou dieta;
• For um produto no qual o rótulo apresente a denominação: suplemento dietético;
• Incluir substâncias como drogas novas aprovadas, antibióticos ou produtos biológicos licenciados, comercializados como suplementos dietéticos ou alimento antes da aprovação, certificação ou licença para ser utilizada como medicamento (BACURAU, 2006).
Muitos atletas adotam alguns recursos em busca de meios que possam
levá-los a uma pequena melhora diante dos seus concorrentes. Recursos estes que
podem ser através de dieta balanceada ou ergogênicos. Segundo Willian & Branch
31
citado por Azen (2005) a palavra ergogênico significa substâncias ou artifícios
adotados visando à melhora da performance ,sendo derivada de duas palavras
gregas: èrgon trabalho e gennan, produção.O propósito dos ergogênicos são
aumentar a performance pela intensificação da potência física, da força mental e do
limite mecânico e dessa forma prevenir ou retardar a fadiga. Através disso os
praticantes de atividade física são bombardeados com propagandas e testemunhos
de outros atletas e treinadores sobre seus efeitos no desempenho. Muitos acreditam
que esses recursos irão melhorar seu desempenho e ajudar na recuperação. Como
no passado e provavelmente no futuro muitos desses recursos ergonênicos não são
suportados por estudos científicos de fato muitos atuam como placebo (MAHAN et
al.., 2005, p. 607).
A suplementação com ergonênicos serve principalmente para aumentar o
tecido muscular; a oferta de energia para o músculo e a taxa de produção de energia
no músculo; pois uma alimentação adequada é fundamental para que se consiga
atingir uma performance esportiva ótima (BIESEK et al.., 2005). A nutrição esportiva
envolve a aplicação de princípios nutricionais para aprimorar o desempenho
esportivo (WILLIAMS, 2002).
2.5.2 Classificação dos suplementos
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde n° 222 de 24 de março de
1998, já citada, os suplementos podem ser assim classificados:
• Repositores Hidroeletrolítico: São produtos formulados a partir de
concentração variada de eletrólitos, associada às concentrações variadas de
carboidratos, com o objetivo de reposição hídrica e eletrolítica decorrente da
prática de atividade física. E os fatores específicos para produtos formulados
para fins de reposição hidroeletrolítica devem apresentar concentrações
variadas de sódio, cloreto e carboidratos. Opcionalmente, estes produtos
podem conter potássio, vitaminas e ou minerais.
32
• Repositores Energéticos: São produtos formulados com nutrientes que
permitam o alcance e ou manutenção do nível apropriado de energia para
atletas. Nestes produtos, os fatores específicos explicitam que os carboidratos
devem constituir, no mínimo, 90% dos nutrientes energéticos presentes na
formulação. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou
minerais.
• Alimentos Protéicos: São produtos com predominância de proteína(s),
hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o intuito de
aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s) ou complementar à dieta de atletas,
cujas necessidades protéicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas
pelas fontes alimentares habituais. Seus fatores específicos citam que a
composição protéica deve ser constituída de, no mínimo, 65% de proteínas de
qualidade nutricional equivalente às proteínas de alto valor biológico, sendo
estas formuladas a partir da proteína intacta e ou hidrolisada. A adição de
aminoácidos específicos é permitida para repor as concentrações dos
mesmos níveis do alimento original, perdidos em função do processamento,
ou para corrigir limitações específicas de produtos formulados à base de
proteínas incompletas, em quantidade suficiente para atingir alto valor
biológico, no mínimo comparável ao das proteínas do leite, carne ou ovo.
Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. Podem
conter ainda carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do
valor calórico total de ambos não supere o percentual de proteínas.
• Alimentos Compensadores: São produtos formulados de forma variada para
serem utilizados na adequação de nutrientes da dieta de praticantes de
atividade física. Devem conter segundo os fatores específicos uma
concentração variada de macronutrientes, obedecendo aos seguintes
requisitos, no produto pronto para o consumo: Carboidratos abaixo de 90%;
Proteínas: do teor de proteínas presente no produto, no mínimo 65% deve
corresponder à proteína de alto valor biológico; Gorduras: do teor de
gorduras, a relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3
poliinsaturada; Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou
minerais.
33
• Aminoácidos de cadeia ramificada: São produtos formulados a partir de
concentrações variadas de aminoácidos de cadeia ramificada, com o objetivo
de fornecimento de energia para atletas. Nestes produtos os fatores
específicos exigem que os aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina
e isoleucina), isolados ou combinados, devem constituir no mínimo 70% dos
nutrientes energéticos da formulação, fornecendo na ingestão diária
recomendada, até 100% das necessidades diárias de cada aminoácido.
• Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física:
São produtos formulados de forma variada com finalidades metabólicas
específicas, decorrentes da prática de atividade física.
Pela portaria 222 de 24 de Março de 1998 do Ministério da saúde (Anexo
A) as vitaminas e minerais podem ser adicionados, de acordo com os fatores
essenciais de composição e qualidade, nos alimentos citados até o limite de 7,5% a
15% da IDR em 100 ml e de 15% a 30% da IDR em 100g, desde que o consumo
diário não ultrapasse a 100% da IDR em qualquer situação.
2.5.3 Critérios estabelecidos para a ingestão dos s uplementos alimentares
Um dos padrões dietéticos mais utilizados para avaliar a ingestão de
nutrientes são as recomendações nutricionais diárias Recommended Dietary
Allowance (RDA) e as recomendações de ingestão de nutrientes Dietary
Reference Intakes (RNIs) (Anexo B) estabelecidas para as populações norte-
americana e canadense, respectivamente. Na década de 1990,após muitas
considerações,a Food and Nutrition Board iniciou extensa revisão nas RDAs e criou
nova família de valores de referencia de ingestão de nutrientes a Ingestão Dietética
de Referência(RDI) Dietary Reference Intakes "são valores numéricos estimados
34
de consumo de nutrientes para uso no planejamento e avaliação de dietas para
pessoas aparentemente saudáveis". onde se divide em quatro categorias:
- RDA (Recommended Dietary Allowance, ou "Recomendações de Doses ou Cotas Alimentares"): é o nível de consumo alimentar de cada nutriente, suficiente para satisfazer os requerimentos de quase todo indivíduo saudável (entre 97 e 98%), compreendido num determinado grupo, por gênero, faixa etária e estágio de vida (o termo continua em uso e denota a recomendação mais apurada à qual se possa chegar).
- AI (Adequate Intake, ou "Ingestão Adequada"): um valor de consumo recomendável, baseado em levantamentos, determinações ou aproximações de dados experimentais, ou ainda de estimativas de ingestão de nutrientes para grupo(s) de pessoas sadias, e que se considera adequado. É usado quando a RDA não pode ser determinada.
- UL (Tolerable Upper Intake Level, ou “Limite de Ingestão Máxima Tolerável”.): o mais alto nível de ingestão de um nutriente que não causará efeitos adversos à saúde da maioria das pessoas. Acima do UL, o risco de efeitos adversos aumenta sensivelmente.
- EAR (Estimated Average Requirement ou "Estimativa do Requerimento Médio"): valor (mediana) suficiente para garantir o requerimento de 50% dos indivíduos sadios compreendidos num determinado estágio da vida (prefere-se o termo 'estágio-de-vida' ao invés de 'faixa etária'). IDR (Ingestão Diária Recomendada) de vitaminas e minerais, conforme Resolução RDC n° 269 do Ministério da Saúde ANVISA, de 22 de Setembro de 2005 (Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais) (Anexo C).
A resolução RDC n°360, de 23 de Dezembro de 2003 to rna obrigatória a
rotulagem nutricional para expressar para o consumidor as propriedades nutricionais
do alimento produzido, embalado na ausência deste e nas quantidades expressas
na resolução RDC n°269 de 22 de Setembro de 2005 pe la Anvisa do Ministério da
saúde. Chamamos atenção a RDC n°360 que exprime que as vitaminas e minerais
optativamente podem ser declarados sempre e quando estiverem presentes em
quantidades iguais ou maior a 5% da ingestão diária recomendada(IDR) por porção
indicada no rótulo. Acontece que as pessoas não têm educação nem curiosidade
para ler os rótulos e saber o que neles contem e muitas vezes não têm interesse do
que e de quanto necessita, e sim se aquele produto serve de alguma maneira para
aumentar seu “ganho” nutricional. Um exemplo explícito disso é o número de
pessoas que se automedicam com polivitamínicos sem saber se realmente tem
necessidade para tal.
35
2.5.4 Conseqüências do uso indiscriminado dos suple mentos alimentares
O excesso no consumo de alguns nutrientes pode ser tóxico, causando:
mal estar intestinal e gástrico (distúrbios gastrintestinais); dores abdominais; gases;
inchaços; náuseas; diarréias; inibir ou dificultar ou comprometer a absorção de
outros nutrientes; e em especial a cafeína onde o excesso de consumo pode
provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo tremor de mãos, insônia, e até mesmo
arritmias cardíacas perda de memória, além disso, pode levar ao aumento da
produção de calor em repouso, aumentando a temperatura corporal, o que pode vir
a prejudicar a performance em exercícios realizados sob altas temperaturas.
Teoricamente pode promover a desidratação (BIESEK et al.., 2005).
Muitos dos suplementos nutricionais, que supostamente são
desenvolvidos e comercializados para atender às expectativas de atletas e de
indivíduos fisicamente ativos, nasceram a partir de observações da prática clínica,
que posteriormente foram extrapoladas para atletas. Foram aplicados diretamente
da clínica para o esporte. No entanto, a eficiência de um suplemento não garante o
seu sucesso incondicional no exercício físico (AOKI et al., 2003).
É preciso esclarecer quais alterações indesejáveis são possíveis de
ocorrer no uso crônico e agudo do suplemento protéico. Pois este é um dos mais
utilizados. Além dos efeitos alergênicos, da lactoglobulina, proteína contida de soro
lácteo muito usado no mercado (Whey Protein), mesmo nos hidrolisados
enzimáticos, é preciso observar melhor a ocorrência de feitos adversos como
resistência periférica à insulina, danos às células musculares provocados por altos
níveis de aminoácidos plasmáticos (LANCHA JR., 1995) e depleção de cálcio
(HEGSTED, 1986), entre outros.
Estudos vêm sendo feitos para avaliar o tipo e a forma de proteína a ser
administrada, bem como os supostos benefícios aos praticantes de atividade física
que usam suplementação de aminoácidos cristalinos, aminoácidos específicos e
isolados protéicos. Aminoácidos de cadeia ramificada, aminoácidos sulfurados,
aspartato, asparagina são oferecidos no mercado de suplementos alimentares
sugerindo benefícios no aporte de combustíveis metabólicos, na hipertrofia muscular
36
e no desempenho físico. Pelo menos em teoria, vários aminoácidos podem ser
benéficos quando administrados, isoladamente (NEWSHOLME, et al., 1992) ou não,
(TASSI et al., 1998) em suplementação da dieta de praticantes de atividade física.
Todavia, além destes benefícios serem, comprovadamente, mais
presentes em indivíduos treinados, existem relatos de complicações tais como:
problemas de absorção, desequilíbrio metabólico, alterações na atividade de
neurotransmissores e até toxicidade (LEMON, 1997). Há também indícios de que a
suplementação de certos aminoácidos pode prejudicar o transporte de glicose e
provocar um aumento de resistência periférica à insulina (LANCHA JR. et al.,1995),
alterar a estrutura miofibrilar do músculo esquelético (LANCHA JR. et al., 1997) e de
que a ingestão de excessiva de proteína pode aumentar a atividade enzimática
induzida pela lesão muscular do exercício agudo (HAWLEY et al., 1992) Pode-se
inferir que é preciso orientar e conclamar para cautela na euforia dos consumidores
destes produtos em academias, que, no mínimo, nos lembra o Princípio Jurídico da
Precaução.
A popularidade dos suplementos alimentares vem crescendo
espantosamente, tanto no meio esportivo como nas academias de ginástica.
Chamamos atenção em especial às proteínas, pois sabe-se ser o mais consumido.
Através de cálculos estima-se que o consumo de creatina no ano passado ficou em
torno de 2.500 toneladas (Medicine & Science in Sports & Exercise, 2000). Será que
ingestão de uma quantidade elevada e concentrada de uma determinada substância
tem o mesmo impacto fisiológico sobre o nosso organismo que um alimento?
A busca por um padrão de beleza que se torna quase obrigatório,
especialmente quando falamos de adolescentes e de jovens, parece ofuscar
o bom senso das pessoas quanto aos riscos que elas correm quando se
expõem as substâncias que são desconhecidas ou que são de riscos muito
elevados (MAIEROVITCH, 2002).
37
2.6. ROTULAGEM
2.6.1 Definição de rotulagem
Para a Resolução do Ministério da Saúde ANVISA, RDC nº 259, de 20 de
setembro de 2002, (Anexo E) que aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem
de Alimentos Embalados. É toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria
descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou
litografada ou colada sobre a embalagem do alimento. Ou é definida pela resolução
Ministério da Saúde, ANVISA na Resolução RDC nº 360, de 23 de Dezembro de
2003 exposta no (Anexo F), como toda descrição destinada a informar ao
consumidor sobre as propriedades nutricionais de um alimento.
2.6.2 Importância da rotulagem
No manual de orientação aos consumidores da Anvisa (2001), realizado
em conjunto com o Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UNB)
teve como objetivo colocar à disposição da população as informações necessárias
para a compreensão dos rótulos de alimentos, possibilitando a adoção de padrões
alimentares saudáveis. Esse manual orienta o consumidor a conferir o rótulo antes
de comprar os alimentos. Esse manual baseado em portarias (algumas até já foram
revogadas) ensinava aos consumidores o que os rótulos deveriam conter e, exigiam
produtos de qualidade e em boas condições de higiene para toda a população
brasileira visando à manutenção da saúde. Na resolução n° 360, de 23 de Dezembro
de 2003 (Anexo F) (revogou as RDC n°39 de 21 de Mar ço de 2001, e RDC n°40 de
21 de Março de 2001) aprova o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de
alimentos e bebidas embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional. Apesar
de o manual ter sido elaborado com as RDCs de 2001 já se questionava a
informação nutricional no rótulo e a RDC n° 360 de 23 de Dezembro de 2003 (Anexo
F) seguinte a tornou obrigatória. Daí a apresentação dos rótulos terem que conter
além de informações gerais, o Valor Calórico, Carboidratos, Proteínas, Gorduras
Totais, Gorduras Saturadas, Colesterol, Fibra Alimentar, Cálcio, Ferro e Sódio.Com
38
isso a ANVISA espera contar com o apoio de todos os segmentos da Sociedade
interessados na efetiva promoção e proteção da saúde da população e na defesa do
consumidor para a divulgação dessas informações iniciando um ciclo saudável de
consumo de alimentos. Com o mesmo objetivo de auxiliar o consumidor na escolha
de seus alimentos, evitando que ele possa se enganar na hora da compra, foram
regulamentadas algumas informações que os rótulos de alimentos não podem
declarar. São elas:
� Palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo falsa,
insuficiente, incompreensível ou que possam levar a um erro do consumidor; � Atribuir ao produto qualidades que não possam ser demonstradas;
� Destacar a presença ou ausência de componentes que são próprios dos
alimentos; � Ressaltar em certos produtos a presença de alguma substância que é
adicionada como ingrediente em todos os alimentos de fabricação semelhante;
� Realçar qualidades que possam induzir a engano do consumidor com relação
às propriedades terapêuticas verdadeiras ou supostas, que algum nutriente possa ter quando consumido em quantidades diferentes daquelas presente nos produtos;
� Indicar que o alimento possui propriedades terapêuticas ou medicinais; e
� Aconselhar o uso do produto para melhorar a saúde, para evitar doenças ou
como ação curativa.
Enfim o manual incentivava o consumidor a escolher os alimentos
embalados, mais saudáveis a partir das informações nutricionais contidas nos
rótulos de alimentos e avaliar se o que ele estava comprando estava de acordo com
a saúde do consumidor.
Saúde é uma palavra de origem latina, salute que quer dizer salvação
conservação da vida. Segundo a definição da Organização mundial de saúde (OMS)
de 1948: “Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social e não
apenas ausência de doença”, (Brasil, 1998). Sendo considerada não apenas um
bem individual, mas também coletivo.
39
Nossa saúde esta direta ou indiretamente relacionada aos nossos hábitos
de vida e de consumo, e a segurança dos produtos e serviços que utilizamos é um
fator importante a ser considerado. É por isso que o artigo 6º do CDC (código de
defesa do consumidor,1990) (Anexo D) estabelece como primeiro direito básico do
consumidor “a proteção da vida saúde e segurança.”
Análises feitas pelo IDEC em mais de 2 mil produtos e serviços revelaram
que 30% deles tinham problemas de segurança e mais 20% colocavam em risco a
vida das pessoas (IDEC, 2000).
Esses dados são confirmados pelo instituto nacional de metrologia,
normatização e qualidade industrial (Inmetro) que através do programa de analise de
produtos, testou no período de 1996 a 2000, cerca de 1500 marcas de produtos, das
quais 33% não estavam de acordo com as normas e regulamentos em aspectos
diretamente ligados a saúde e a segurança.
Ainda com relação à qualidade, estudos recentes realizados em produtos
comercializados, contendo as mais diversas substâncias, demonstraram que mais
da metade dos produtos analisados diferiam em média 20% em relação à
composição descrita nos rótulos (REURY et al., 2000).
Fábricas clandestinas sem autorização da Anvisa, ou seja, sem registro, é
considerado crime hediondo (BRASIL, 2005), ou seja, Crimes considerados mais
graves contra a saúde pública (Cod. Penal Art. 273 § 1º B-I) a venda de produtos
não registrados (o que é ainda mais comum na internet).
Ainda com relação à qualidade, estudos recentes realizados em produtos
comercializados, contendo as mais diversas substâncias, demonstraram que mais
da metade dos produtos analisados diferiam em média 20% em relação à
composição descrita nos rótulos. Segundo Bacurau et al. (2000), cita uma reflexão
de Melvin Willians sobre a questão da segurança dos suplementos nutricionais que é
a seguinte: “Uma das leis fundamentais da Biologia é que qualquer substância que
afeta ou altera a fisiologia pode ser tóxica se ingerida em excesso”.
Então baseado na defesa da saúde do consumidor criou-se a lei 9782/99
define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e cria a ANVISA e, em seu artigo
40
6º, define a finalidade institucional de promover a proteção da saúde da população,
por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e
serviços submetidos à vigilância sanitária.
É dever da Vigilância Sanitária (VISA) promover políticas que visem à
conscientização com relação à alimentação adequada e modos de vida saudáveis.
E, se for preciso, intervir na publicidade enganosa ou omissa que estimule maus
hábitos alimentares. As recomendações apresentadas para orientar os governos
quanto às políticas de saúde incluem orientações sobre guias de alimentação,
qualidade de alimentos, atividade física, educação nutricional, monitoramento e
vigilância e destaca-se educação para rotulagem de alimentos embalados (MS,
1999).
Os suplementos alimentares precisam ser autorizados pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que possam ser comercializados no
Brasil. A ANVISA avalia minuciosamente cada ingrediente do produto, verifica os
estudos científicos referentes aos benefícios propostos e apenas autorizam o
produto para venda quando todas as exigências forem cumpridas. Para isso os
suplementos precisam ser registrados.
Segundo a resolução da Anvisa nº.23 de 15 de Março de 2000 (Anexo G)
é o ato legal que, cumpridos os procedimentos descritos nesta Resolução,
reconhece a adequação de um produto à legislação vigente, formalizado por meio
de publicação no Diário Oficial da União. Os Alimentos para Praticantes de Atividade
Física estão sujeitos aos mesmos procedimentos administrativos para o registro de
alimentos em geral.
41
2.7 Conceitos básicos dos direitos do consumidor
Segundo o Código de Defesa do Consumidor CDC (Anexo D) estabelece
normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social,
fazendo as seguintes definições importantes nessa área:
� Consumidor: é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final
� Fornecedor: é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
� Produto: é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Faz-se necessário rever um pouco da história da Defesa do consumidor.
Tudo começou, com o Código de Defesa do Consumidor em 1991. O consumidor
passou a exigir qualidade. As empresas passaram por importantes mudanças para
sobreviver no mercado Antes do Código ninguém dava importância a detalhes como
o rótulo dos produtos.
A divulgação da mídia acerca de diferentes suplementos nutricionais e
seus possíveis benefícios, os quais na maioria das vezes não têm efeito comprovado
cientificamente, é crescente. Este fato pode influenciar o aumento da demanda
destes produtos (NAGAYAMA et al., 2000).
Quatro fatores são responsáveis pela dificuldade de responder esta
questão: grande variedade de produtos; falta de interesse, omissão dos
pesquisadores e falta de controle sobre os fabricantes. Outro fator que compromete
a credibilidade dos estudos relacionados à suplementação nutricional é que muitas
vezes os mesmos são conduzidos e patrocinados pelos fabricantes, sendo
posteriormente publicados nos seus jornais e em seus sites na internet. Além disso,
geralmente as pesquisas são realizadas em animais (ratos, cães e porcos) e
extrapoladas para seres humanos, da mesma forma que resultados observados na
prática clínica são para o exercício físico, segundo Butterfield (1996).
42
2.7.1 A proteção e a defesa do consumidor no mundo
O Instituto Brasileiro em Defesa do Consumidor (IDEC) elaborou um
manual juntamente com educadores e especialistas no assunto com o objetivo de
formar e informar o consumidor sempre na busca de um mercado mais saudável.
Em seqüência uma abordagem baseada nesse manual do IDEC (2002).
O movimento em defesa do consumidor nasceu nos Estados Unidos, no
final do século XIX.
Em 1891 foi criada a liga de consumidores de Nova York onde a
associação elaborava “listas brancas” com os nomes de produtos que deveriam ser
consumidos preferencialmente. Era um meio de influenciar a conduta das empresas
pelo poder de compra dos consumidores.
Na Europa Ocidental o conselho do consumidor da Dinamarca teve início
no pós-guerra em 1947. Logo apareceram semelhantes conselhos na Alemanha,
Suécia, Holanda, Bélgica, Noruega, França, Inglaterra, Austrália, Japão e Canadá,
mas ganhou forte representação em 15 de Março de1962 quando o então presidente
dos Estados Unidos John Kennedy reconheceu que “os consumidores constituíam o
maior grupo econômico e influenciavam e eram influenciados por quase toda
decisão econômica pública e privada” e afirmou sobre os quatro direitos básicos do
consumidor que eram: direito a segurança, a informação, a escolha e o direito de ser
ouvido. A partir daí esses direitos influenciaram de maneira marcante os rumos da
política de defesa do consumidor dos Estados Unidos.Foram criadas muitas normas
e regulamentações a nível público e privado em defesa do consumidor e divulgado
em folhetos para orientação desde então no dia 15 de Março é comemorado o dia
mundial dos direitos do consumidor.
Em 1973 teve uma alerta mundial sobre o valor das matérias primas e a
prevenção com os recursos naturais não renováveis. Na Europa Ocidental e nos
Estados Unidos se intensificaram a educação para o consumo.Surgiram programas
formais e informais.Escolas e órgãos governamentais passaram a valorizar a
43
orientação dos consumidores como forma de enfrentar problemas do dia a dia da
sociedade de consumo .
A pressão do movimento dos consumidores norte-americanos levou
muitas empresas a criarem setores específicos para atender aos consumidores
SACs. (serviço de atendimento ao consumidor).
O fato que desencadeou a criação de leis em diversos países foi o marco
importante na história da defesa do consumidor com a aprovação das diretrizes que
estabeleceram os direitos básicos dos consumidores, consagrando o direto à
satisfação das necessidades básicas da pessoa humana, a educação, à indenização
efetiva e a liberdade de associação dos consumidores pela ONU (organização das
Nações Unidas).
O movimento em defesa do consumidor está bastante desenvolvido nos
Estados Unidos e na Europa de forma integrada (CCE) Comunidade Comum
Européia. E na maioria dos países as associações estão em diferentes estágios de
evolução,realizando importantes atividades,como testes comparativos, de produtos e
serviços, educação e conscientização e o patrocínio de campanhas em prol dos
direitos dos consumidores.
Essas associações são apoiadas pela (CI) Organização de consumidores
de cinco países (Holanda, Bélgica, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália).
2.7.2 A Proteção e a Defesa do Consumidor no Brasil
Segundo manual do IDEC, (2002) nos anos 70 o país vivia um período de
grande crescimento econômico, que ficou conhecido como “milagre brasileiro”
Motivado pela necessidade de controlar a qualidade dos produtos e serviços, o
governo criou em 1971 o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro), como meio de alavancar o avanço tecnológico no país e garantir
a proteção da saúde e da segurança do cidadão.
44
A partir daí nasceram o Condecon (Conselho de Defesa do Consumidor)
no Rio de Janeiro, 1974. Em 1975 surgiu a Andec (Associação Nacional de Defesa
do Consumidor) com sede no Rio de Janeiro e Brasília.Em 1976 nasceu o Procon
,primeiro órgão público voltado exclusivamente para a proteção e defesa do
consumidor de São Paulo. A Adoc (Associação de defesa e orientação do
consumidor) em 1976 em Curitiba; e ao mesmo tempo da APC (Associação de
Proteção ao Consumidor) em Porto Alegre.
Em 1978 foi aprovado o Código brasileiro de auto-regulamentação
publicitária onde estabelece uma ética para os publicitários e proíbe a propaganda
enganosa e abusiva. Em 1985 é aprovada a lei 7347,da Ação Civil Pública que
permite a defesa coletiva dos interesses difusos da sociedade.Nesse mesmo ano é
criado o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor. Em 1987 nasce o Idec
(instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). E em 1988 a defesa do consumidor
foi incluída no novo texto constitucional. Embora tivesse todas essas associações
somente em 1990 é que as dificuldades form minimizadas pois até então não haviam
leis específicas para tal.
Foi em 1990 que entrou em vigor o Código de Defesa do Consumidor lei
8078/90 associado com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC)
integrado por órgãos públicos, como Procons e o Inmetro, além das promotorias de
justiça, defensorias públicas, delegacias de polícia especializadas e juizados
Especiais Cíveis, e pelas associações de consumidores, atualmente reunidas no
Fórum Nacional das Entidades de Defesa do Consumidor, criado em 1988 e que
congrega mais de 24 entidades civis de defesa do consumidor, de mais de 13
estados. A coordenação do SNDC é realizada pelo departamento de proteção e
defesa do consumidor (DPDC) , órgão vinculado ao ministério da justiça que tem
dentre suas atribuições o planejamento , a coordenação e a execução da política
nacional de defesa do consumidor, promover a informação e incentivar a formação
de entidades de defesa do consumidor a esfera privada (associação de
consumidores) e no âmbito da administração pública estadual e municipal (Procons).
O aumento em número de SACs em 1995 mostrou que a postura do
brasileiro estava mudando. Este código é um instrumento de exercício da cidadania,
uma vez que habilita o consumidor a ver reconhecida toda a gama de seus direitos
45
individuais e sociais, mediante tutelas adequadas colocadas à sua disposição pelos
organismos institucionalizados, bem como a prerrogativa de organizar-se para obter
esses resultados ou acesso àqueles meios de proteção e defesa.
2.7.3. Direitos Básicos
Ainda baseado no manual elaborado pelo Idec, 2002 cita-se os vários
tipos de direitos a seguir. O código de defesa do consumidor reúne em seus 119
artigos todos os direitos que protegem o consumidor contra abusos praticados pelos
fornecedores.No artigo 6º ,todo consumidor tem direito a: Proteção a vida , saúde e
segurança, Educação para o consumo Informação adequada e clara sobre produtos
e serviços, proteção contra a publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais
ilegais
É direito de o consumidor ter garantia de proteção para a sua vida, saúde
e segurança contra os riscos provocados por produtos e serviços considerados
perigosos ou nocivos. Isso significa que os fornecedores devem tomar todas as
precauções necessárias quanto a qualidade e segurança dos produtos e serviços
que colocam no mercado, além de informar claramente na embalagem quais são os
riscos que o produto pode oferecer .
Quanto ao direito à educação para o consumo: o consumidor que
conhece seus direitos não se deixa enganar facilmente, exige produtos e serviços de
qualidade, reclama ao deparar com um produto ou serviço defeituoso e luta quando
é prejudicado. Ao excluir da sua opção de compra aqueles que enganam ou causam
prejuízos no mercado ou no meio ambiente ele também contribui para melhorar o
nível das relações de consumo beneficiando toda a coletividade. Por esse motivo o
código estabeleceu que todo consumidor tem direito à educação para o consumo,o
que tem sido uma grande preocupação para as associações de consumidores.Elas
investem na elaboração de livros cartilhas e outros materiais educativos, além de
promover campanhas e a divulgação de assuntos de interesse geral na mídia.Mas é
preciso mais. O ideal é que a educação para o consumo comece mais cedo na vida
das pessoas, principalmente no ambiente formal da escola. O tema deve fazer parte
46
de diversas disciplinas, preparando o aluno para as dificuldades que encontrará no
mercado de consumo.
É importante o consumidor saber sobre a validade do produto, formas de
armazenamento, reconhecer alimentos alergenicos para grupos de consumidores
especiais, evitar escassez dos recursos naturais, local de descarte de materiais
eletro-eletrônicos e outros que se acumula contaminando o ambiente. Por outro lado
o fornecedor dissemina através de seus SACs manuais de uso e cartilhas com dicas
para o consumo adequado de seus produtos e o descarte seguro dos resíduos
resultantes da sua utilização.
Quanto ao direito à informação adequada e clara sobre produtos e
serviços os fornecedores têm a obrigação de fornecer todas as informações
relevantes sobre os produtos e serviços que oferecem para que o consumidor possa
escolher de forma consciente dentre os diversos bens oferecidos no mercado e
saber como utiliza-los adequadamente, sem colocar em risco sua saúde e
segurança. Algumas informações que devem ser informadas ao consumidor são: o
preço, quantidade, composição, o prazo de validade, o modo de conservação e
eventuais riscos que o produto ou o serviço pode apresentar. Para cada tipo de
produto ou serviço tem uma forma de informação.
Quanto ao direito à proteção contra a publicidade enganosa e abusiva e
métodos comerciais ilegais o código de defesa do consumidor estabeleceu uma
série de direitos que protegem o consumidor contra fornecedores que adotam
práticas coercitivas ou enganosas para aumentar suas vendas ou que expõe o
consumidor a situações de desrespeito e até humilhação na cobrança de dívidas. O
consumidor lesado por publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais
desleais tem direito a exigir a suspensão da prática ilegal e o ressarcimento dos
eventuais danos sofridos.
Quanto a Publicidade enganosa a publicidade é a comunicação dos
fornecedores com seus possíveis consumidores, na qual as empresas apresentam
seus produtos e serviços, geralmente ressaltando suas melhores características e
mostrando o que se pode esperar deles. Algumas vezes, no entanto, a publicidade
contém informações falsas, que induzem o consumidor a erros na sua decisão de
47
compra. É a chamada publicidade enganosa.Essa prática é proibida pelo CDC ,mas
o mercado está cheio de exemplos dessa deslealdade.
Segundo o CDC, a publicidade é uma espécie de contrato e estabelece
um compromisso do fornecedor perante o consumidor; ele é obrigado a cumprir o
que prometeu no anuncio. Caso contrário o consumidor tem o direito de exigir, na
justiça, o cumprimento forçado da obrigação. Ele pode optar também pela
substituição do produto ou serviço por outro equivalente ou ainda rescindir o contrato
e exigir a devolução do valor pago acrescido da devida correção monetária.
O consumidor deve ficar atento também à publicidade enganosa por
omissão, aquela que esconde alguma informação importante com o intuito de iludir
as pessoas.
A publicidade enganosa é aquela capaz de induzir em erro o consumidor
a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preços e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. Ela é de alguma forma,
sempre ilusionista, procurando induzir o consumidor a adquirir o produto com
promessas milagrosas relacionando o produto com algo reconhecidamente bom ou
bonito.
Usa-se de impacto visual para iludir, de frases de efeito para esconder, de
afirmações parcialmente verdadeiras para enganar. Uma forma bastante usada é o
“chamariz”, é uma maneira enganosa de atrair o consumidor, para que ele, uma vez
estando no estabelecimento (ou telefonando), acabe comprando algo. Outra forma
de enganar é a “distorção”, ou seja, estabelecendo informações falsas ou distorcidas
sobre o produto ou serviço em si. O anúncio é enganoso antes mesmo de atingir
qualquer consumidor em concreto; basta ter sido veiculado.
Se o anúncio brinca com o sentido ambíguo de seu texto (isto é,
propositalmente) ou se utiliza da ambigüidade com o intuito de confundir, será
enganoso se não puder ser entendido em um dos sentidos possíveis. Se, ao ler o
texto, assistir à imagem, ouvir a mensagem, restar possível mais de uma
interpretação e uma delas levar a engano, o anúncio já será enganoso.
48
A técnica da publicidade comparativa não está proibida de ser utilizada,
mas para fazê-lo, o anunciante tem que seguir os limites impostos pelo CDC naquilo
que pode gerar publicidade enganosa ou abusiva, assim como deve respeitar
também as normas do Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. Nesta
técnica o anunciante mostra seu produto ou serviço em relação com o de seu
concorrente; seguindo algumas regras.
Quanto à publicidade enganosa por omissão, o § 1º do art. 37, diz que
assim o é quando se deixa de informar dado essencial do produto ou serviço. O
vocábulo “essencial” tem o sentido daquilo que é indispensável, necessário,
importante. Mas, em termos de anúncios de produtos ou serviços, há dados
essenciais que não precisam ser apresentados na publicidade (muito embora devam
ser informados nos manuais, bulas e embalagens).
Tudo aquilo que apesar de essencial já faz parte do conhecimento regular
do consumidor não tem necessidade de ser mencionado. Ao contrario, sempre que o
dado for essencial e não for conhecido do consumidor, por ser novo ou por divergir
do que este pensa como uso normal, deve ser informado. Também é essencial o
elemento cuja omissão acaba por influenciar a decisão do consumidor para adquirir
o produto ou serviço. E mais: deve ser considerado dado essencial tudo aquilo que a
lei determinar que o anúncio publicitário deve conter. Como dito, uma só publicidade
pode ser, simultaneamente, enganosa e abusiva.
E quanto a Publicidade abusiva: o § 2º, do art. 37 diz: “É abusiva, dentre
outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança”.
A idéia de publicidade abusiva esta relacionado a valores da sociedade e
por isso geralmente não resulta em prejuízo econômico para o consumidor. O
prejuízo é de caráter moral,o que não significa dizer que o consumidor não tem o
direito de ser indenizado .Ao contrário cada vez mais a justiça admite a indenização
por danos morais.
49
O caráter de abuso não tem necessariamente relação direta com o
produto ou serviço oferecido, mas sim com os efeitos da propaganda que possam
causar algum mal ou constrangimento ao consumidor. Existem publicidades
abusivas que incitam a discriminação, exploradora de medo e superstições;
aproveitadora da deficiência e experiência das crianças; agressiva a valores
ambientais e motivadores de condutas prejudiciais à saúde e segurança dos
consumidores.
Quanto à publicidade no Código de Defesa do Consumidor a empresa é
responsável pelo os meios de produção, não só pela idealização e execução do
produto ou do serviço, mas, igualmente, pela sua comunicação ao público. Suas
atividades envolvem a criação de embalagens, manuais de instruções, campanhas
publicitárias e promocionais, além de ter por função informar e treinar o público
intermediário, que atua no canal de distribuição de vendas no atacado ou no varejo.
Pois o dever de informar e alertar sobre os riscos que certos produtos ou serviços
oferecem é tarefa inerente à própria atividade empresarial, e falhas na comunicação
gera a obrigação de reparar dano causado.
A preocupação em se coibir os abusos provenientes da publicidade deu
origem a medidas jurídicas como a possibilidade de imputação de sanções penais e
administrativas conforme o caso concreto, e de ser objeto, também, de análise do
direito privado, na esfera contratual, que de forma alguma poderia prescindir de
mecanismos de defesa de tal ordem. A sociedade de consumo é direta e
diariamente influenciada por mecanismos de persuasão que se manifestam das mais
diversas formas, o que evidencia a necessidade e importância do trato sério e
analítico da questão.
A oferta (no sentido do CDC entendida como marketing), analisada em
uma realidade da sociedade de consumo, tem o princípio atingir o maior número
possível de consumidores. Incluindo que a falta de objetividade, individualidade e
clareza são comuns nas ofertas em uma sociedade radicada no capitalismo. As
lesões aos consumidores resultam em grande parte do descaso ao qual a temática
do Direito do Consumidor foi relegada, e que tem sido paulatinamente alterado com
o surgimento e desenvolvimento do Código de Defesa do Consumidor.
50
3 OBJETIVO GERAL
Avaliar os rótulos de suplementos nutricionais para praticantes de
atividade física.
3.1 Objetivos específicos:
� Verificar à obediência dos rótulos às leis da Vigilância Sanitária.
� Identificar os erros e irregularidades de rotulagem
� Comparar a propaganda dos rótulos com o Código de Defesa do Consumidor
� Analisar a segurança alimentar dos rótulos
� Detectar a presença de componentes não permitidos nos rótulos dos
suplementos para praticantes de atividade física.
51
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
O estudo realizado foi do tipo quantitativo através da comparação de uma
lista de verificação sobre a rotulagem dos suplementos nutricionais para atletas, com
o objetivo de descobrir os erros da rotulagem em relação às leis da ANVISA citadas
no texto, os prováveis erros que possam levar o consumidor ao engano e a tentativa
em educar o consumidor a obter informações para contribuir como medida
preventiva para melhorar sua segurança alimentar.
4.2 Amostra
De uma população infinita de alimentos para praticantes de atividade
física encontrados em lojas especificas e de produtos naturais chegou-se ao
tamanho da amostra (n= 200) que foi calculado por meio da fórmula abaixo.
Considere-se 50% a porcentagem de rótulos com irregularidades presentes haja
vista que esse valor implica num tamanho máximo da amostra. Fixou-se um nível de
significância de 5% e um erro amostral de 7%. Os dados coletados foram
organizados em quadros, quando foram apresentadas as freqüências absolutas e
percentuais. Fez-se o teste de �2 para analisar a associação entre variáveis,
considerando-se estatisticamente significante para valores de p < 0,05.
n= t25% x P x Q/ e2
4.3 Coleta de dados.
Foram analisados 200 rótulos de alimentos para praticantes de atividade
física, produzidos por 43 empresas diferentes, distribuídos nas categorias a seguir:
109 alimentos protéicos para atletas, 29 alimentos compensadores para praticantes
52
de atividade física, 30 repositores energéticos para atletas, 4 repositores
Hidroeletrolíticos para praticantes de atividade física, 25 aminoácidos de cadeia
ramificada para atletas e 23 “outros” que não se enquadravam nas categorias
anteriores. 185 rótulos foram analisados pelo pesquisador em seus locais de venda
e 15 rótulos foram analisados a partir de embalagens fornecidas por consumidores
matriculados em uma academia na cidade de Fortaleza, onde o pesquisador atua.
Com base nas legislações pertinentes elaborou-se uma lista de verificação para se
comparar os rótulos com a legislação. (Apêndice 1).
4.4 Tabulação e análise dos dados.
Para análise de adequação dos rótulos à legislação vigente foram
utilizadas como referência a portaria n º 222, de 24 de Março de 1998, Resolução
RDC nº. 360, de 23 de Dezembro de 2003, e a Resolução RDC nº. 259, de 20 de
Setembro de 2002 todos da ANVISA Os dados coletados foram organizados em
quadros, quando foram apresentadas as freqüências absolutas e percentuais.
53
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quadro 1 Distribuição do número de alimentos para praticantes de atividade física Segundo as categorias e concordância com a lei de rotulagem, Fort, Ce, Out, 2007.
CATEGORIAS AMOSTRAS CONFORME N°
% NÃO CONFORME
N°
%
REPOSITORES HIDROELETRLÍTICOS
4 2 3,1 2 1,6
REPOSITORES ENERGÉTICOS
10 3 4,7 7 5,1
ALIMENTOS PROTÉICOS
109 41 64,1 68 50
ALIMENTOS COMPENSADORES
29 5 7,8 24 17,6
AMINO/ACIDOS DE CADEIA RAMIFICADA BCAA
25 10 15,6 15 11
OUTROS 23 3 4,7 20 14,7 TOTAL 200 64 100 136 100 x2 = 9,63; p
= 0,09
Dos 4 repositores hidroeletrolíticos 2 deles estavam em conformidade
com a lei perfazendo um total de conformidade em 3,1% respeitando a rotulagem e 2
em não conformidade, com 1,6%.
Dos 10 repositores energéticos 3 estavam de conformidade com a lei
perfazendo um total de 4,7% e 7 em não conformidade num total de 5,1%.
Dos 109 Alimentos protéicos 41 estavam em conformidade com a lei
perfazendo um total de 64,1% e 68 em não conformidade com a lei num total de
50%.
Dos 29 alimentos compensadores 5 estavam de acordo com a lei num
total de 7,8% e 24 estavam em desacordo com a lei num total de 17,6%.
Dos 25 aminoácidos de cadeia ramificada, 10 deles estavam de acordo
com a lei com 15,6% e 15 estavam em desacordo com a lei com 11%.
54
Dos 23 “outros” 3 estavam de acordo com a lei com 4,7% e 20 em
desacordo com a lei perfazendo um total de 14,7%.
Tendo em vista que o valor de P foi > 0,05, não houve significância
estatística para a avaliação de rotulagem,entre os rótulos que estão conforme a lei e
os que não estão em conformidade com elas.
Os quadros a seguir mostram os tipos de erros de rotulagem relacionadas
às categorias dos suplementos nutricionais para praticante de atividade física.
55
Quadro 2 Irregularidades e erros gerais encontrados nos rótulos de suplementos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar)
PROBLEMAS Total N° % Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
48 24
Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02 38 19
Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”. Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
37 18,5
.Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
28 14
O presente Regulamento se aplica aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, incluindo formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de cadeia ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica. Excluem-se dessa categoria: bebidas alcoólicas e bebidas gaseificadas; produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas como "doping" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional); produtos que contenham substâncias medicamentosas ou indicações terapêuticas; produtos fitoterápicos; formulações à base de aminoácidos isolados, exceto os aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico preconizado para proteínas; Item 1.2 Portaria nº. 222de 24 de Março de 1998.
200
9 4,5
Ressalte qualidades que possam induzir ao engano com relação a reais ou supostas propriedades terapêuticas que alguns componentes ou ingredientes tenham ou possam ter quando consumidos em quantidades diferentes daquelas que se encontram no alimento ou quando consumidos sob forma farmacêutica; Alínea (e) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
2 1
E o Número de registro ou código de identificação do estabelecimento fabricante junto ao órgão competente? Item 10 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
1 0,5
Conforme a lei
64
As maiores irregularidades encontradas foram relacionadas com os
produtos importados, perfazendo um total de 24%.Essas irregularidades dizem
respeito à etiqueta complementar que alem de conter as informações, teriam que
estar com caracteres de tamanho, realce e visibilidade adequados, o que não é o
56
caso, pois são quase ilegíveis. É preciso uma maior fiscalização da Anvisa,já que é o
órgão responsável para esse tipo de “filtração” de alimentos que estão sendo
importados pelo nosso país. Rever até que ponto esse produto pode afetar nossa
segurança alimentar e em qual público ela pode afetar mais. Alguns estudos já
relatam os adolescentes como grandes consumidores de alimentos para praticantes
de atividade física e quais danos poderá causar-lhes. Em seguida com 19%, as
indústrias de suplementos atribuem propriedades que não podem ser demonstradas.
E como as pessoas acreditam que seja verdade? Pela propaganda, o marketing feito
é enorme e influencia na escolha do consumidor, pois se não o fosse não
aumentaria a quantidade de indústrias especializadas em alimentos para praticantes
de atividade física. 18,5% de rótulos com expressões proibidas pela lei, onde as
palavras são trocadas por sinônimos ou palavras com o mesmo significado, como
exemplo citaremos: "Fat burners", "Queima de gorduras", para emagrecimento;
“Força” e “Construção muscular”, “Ganho de massa” “Massa muscular”, ‘Muscle
Extreme”, “Força ,volume e recuperação muscular”, “Otimizadores metabólico para
alta performance”, e Anticatabólico e massa muscular magra”, “Explosão Muscular,
Ultimate anabolic”, “Síntese Muscular” todos com a finalidade de “ hipertrofia”. 14%
utilizam símbolos, emblemas ou fotos que podem induzir o consumidor a erros tais
como: fotos com “homens musculosos”, medalhas e emblemas. 4,5% contendo
alimentos que não podem constar tais como produtos que contenham substâncias
farmacológicas estimulantes, hormônios e outros considerados doping pelo COI, ou
seja, estão exclusos pela Portaria n° 222 de 24 de Março de 1998 da Anvisa. 1%
ressalta qualidades tais como matérias-primas importadas que não podem ser
demonstradas para o consumidor; e palavras em inglês num alimento brasileiro. Por
que palavras em inglês se o produto é brasileiro? Podem levar o consumidor ao erro
sim, e por fim somente, 0,5% não possuem o registro do ministério da saúde, ou
seja, um produto.
Quadro 3 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de Repositores Hidroeletrolíticos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02 2 50
Conforme a lei
4
2 50
57
Os alimentos para praticantes de atividade física vêm tomando espaço
nas prateleiras de supermercados e lojas de produtos naturais e até de farmácias,
pois o consumo está aumentando cada vez mais. São produtos com categorias
específicas e os não específicos reconhecidos pela lei. Nessa categoria os erros
encontrados neles foram à informação da utilização de matérias primas importadas
nos rótulos. Quem garante que após a fiscalização da Anvisa os produtos continuem
a ter matérias primas importadas? O objetivo da indústria é o “lucro”. Muitas vezes
são colocados em locais não específicos em supermercados induzindo assim
também ao erro do consumidor. Muitos desses consumidores não lêem os rótulos e
não sabem explicar para que servem ou o que realmente contem nesse suplemento
e se realmente podem ou precisam tomá-los.
Quadro 4 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de Energéticos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
4 40
Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
2 20
Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
10
1 10
Conforme a lei 3 30
Desde o início da nossa existência a busca pelo belo, pelo poder é
contínua, não importando, que meios farão para alcançá-los. Embora tenhamos lei
de rotulagem para alimentos para praticantes de atividade física, esta é bem cheia
de lacunas e bem falha na teoria e na prática. Com esta avaliação comprovou-se
mais uma vez que as indústrias conseguem burlar as leis e enganar perfeitamente
os consumidores. Consumidores esses ávidos por resultados imediatos, e sem
educação para o consumo destes. Pois se não o fosse, não estariam nascendo mais
e mais indústrias de alimentos para praticantes de atividade física. Tomam aquilo
58
que melhor foi indicado para sua “felicidade” sem importar de onde vem a
informação. Foram encontrados alimentos com etiquetas ilegíveis da mesma forma
da categoria anterior foram encontrados erros quanto à informação da utilização de
matérias primas importadas nos rótulos e por fim fotos de atletas com o físico
perfeito. Por que será que a indústria faz questão de colocar essa foto no rótulo? Se
avaliar o que o consumidor menos informado pensa, ele responde que ficará tal e
qual aquela foto do rótulo. Somente três alimentos corresponderam com pertinência
à lei.
Quadro 5 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de alimentos Protéicos para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
24 22,01
Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02 20 18,34
.Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
16 14,67
Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”. Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
12 11
O presente Regulamento se aplica aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, incluindo formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de cadeia ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica. Excluem-se dessa categoria: bebidas alcoólicas e bebidas gaseificadas; produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas como "doping" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional); produtos que contenham substâncias medicamentosas ou indicações terapêuticas; produtos fitoterápicos; formulações à base de aminoácidos isolados, exceto os aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico preconizado para proteínas; Item 1.2 Portaria nº. 222de 24 de Março de 1998.
8 7,33
E o Número de registro ou código de identificação do estabelecimento fabricante junto ao órgão competente? Item 10 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
109
1 0,91
Conforme a lei 41 37,61
59
Sabe-se que os suplementos alimentares deveriam ser usados para suprir
necessidades nutricionais e suplementares a dieta. Porém, não é o que acontece. A
variedade de suplementos existentes no mercado é grande, dada as diversas e
diferenciadas funções e finalidades que encantam as pessoas de diversas faixas
etárias em busca do corpo perfeito e da higiomania. Porém, não se justifica o uso
indiscriminado de suplementos pela população que quando usados de maneira
errada e em excesso, podem causar diversos danos à saúde e ao organismo. Para
que a suplementação possa ser consumida sem risco algum ao consumidor, é
necessário, além de um rigoroso controle de qualidade na produção, BPF (Boas
práticas de fabricação) dos fornecedores e um acompanhamento nutricional, médico
e até um treinador físico no caso de atletas, para que juntos possam escolher a
suplementação mais adequada para o objetivo deste.Vê-se que com essa avaliação
o maior número coletados foram de suplementos protéicos e sabemos o porquê. Por
que é o mais utilizado nesse meio esportivo ou não. Daí a oportunidade de vendas e
de propagandas para induzir o consumidor ao erro. Etiquetas ilegíveis, produtos com
nomes criados pela própria indústria, fotos de atletas “sarados”, emblemas, a
indução à venda através das palavras proibidas, mas com a finalidade de hipertrofia,
ou seja, aumento de massa, produtos com peptídeos de hormônios, que não podem
conter na fabricação, e somente um produto sem o registro. Dentre os 109 produtos
avaliados 41 deles ou seja 37,61% estão de acordo com a lei. Saponinas Esteroidais
Naturais. (Precursores para sínteses de compostos esteroidais: hormônios,
contraceptivos e diuréticos), IPC FACTOR (Insulin Production Control Factor),
“Testosterone support” e Proactina1 ressaltam qualidades que levam o consumidor
ao erro,
60
Quadro 6 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de alimentos Compensadores para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”. Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
15 51,72
Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
10 34,48
Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
3 10,34
Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
29
1 3,44
Conforme a lei 5 17,24
Os alimentos compensadores são parecidos com os protéicos, se
diferenciam com o acréscimo de componentes em suas formulações, tais como
BCAAs, proteínas, vitaminas e minerais. São conhecidos também como
otimizadores metabólicos, anticatabólicos. Os erros de rotulagem são as etiquetas
ilegíveis, produtos com nomes criados pela própria indústria, fotos de atletas
“sarados”, emblemas, e a indução à venda através das palavras proibidas, mas com
a finalidade de hipertrofia, ou seja, aumento de massa. Dentre os 29 produtos
avaliados 5 deles ou seja 17,24 % estão de acordo com a lei. É bastante significativo
para a saúde e para o bolso do consumidor, pois o CDC (1990) mostra que deve
existir clareza nas informações, exatamente para evitar danos ao consumidor.
61
Quadro 7 Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de BCAA para praticantes de atividade física relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
7 28
Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas; Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
5 20
Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”. Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
3 12
Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
25
3 12
Conforme a lei 10 40
É de grande importância à existência de uma adequada legislação
sanitária como forma de apoiar as ações desenvolvidas pelos serviços de saúde e
de proteger e melhorar a saúde do indivíduo e da coletividade. No caso específico
dos dizeres de rotulagem de alimentos, além da necessária adequação das normas
técnicas, a utilização dos preceitos de publicidade contida no Código Brasileiro de
Defesa do Consumidor é fundamental para preservar os interesses da saúde. A
publicidade é enganosa não só pela fraude ou falsidade nela contida, mas também
por qualquer meio que seja potencialmente capaz de levar o consumidor a erro,
podendo por em risco sua saúde. Etiquetas ilegíveis, produtos com nomes criados
pela própria indústria, fotos de atletas “sarados”, emblemas, e a indução à venda
através das palavras proibidas, mas com a finalidade de hipertrofia, ou seja,
aumento de massa. Dentre os 25 produtos avaliados 10 deles, ou seja, 40 % estão
de acordo com a lei. É bastante significativo para a saúde e para o bolso do
62
consumidor, pois o CDC (1990) mostra que deve existir clareza nas informações,
exatamente para evitar danos ao consumidor.
Quadro 8. Irregularidades e erros encontrados nos rótulos de suplementos na categoria de “Outros ” para praticantes de atividades físicas relacionados ao código de defesa do consumidor (segurança alimentar).
PROBLEMAS Total N° % .Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada? Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
14 60,86
Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”. Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
7 30,43
.Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento? Alínea (a) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
2 8,69
Ressalte qualidades que possam induzir ao engano com relação a reais ou supostas propriedades terapêuticas que alguns componentes ou ingredientes tenham ou possam ter quando consumidos em quantidades diferentes daquelas que se encontram no alimento ou quando consumidos sob forma farmacêutica; Alínea (e) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
23
2 8,69
O presente Regulamento se aplica aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, incluindo formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de cadeia ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica. Excluem-se dessa categoria: bebidas alcoólicas e bebidas gaseificadas; produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas como "doping" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional); produtos que contenham substâncias medicamentosas ou indicações terapêuticas; produtos fitoterápicos; formulações à base de aminoácidos isolados, exceto os aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico preconizado para proteínas; Item 1.2 Portaria nº. 222de 24 de Março de 1998.
1 4,34
Conforme a lei 3 13,04
Existem vários erros nos rótulos de alimentos vendidos no Brasil e, apesar
de o CDC (1990) conceder ao consumidor (individual ou coletivo) a utilização de
vários mecanismos de defesa tais como: pleitear, indenização por danos morais ou
materiais, a imposição de multa e contrapropaganda, a suspensão da publicidade
etc. Pouco se fez para se impedir os abusos e enganos nos rótulos de alimentos.
63
Todavia vale compreender que a lei também abre lacunas para que isso aconteça.
Nessa categoria conhecida como “outros” estabelecem produtos formulados de
forma variada com finalidades metabólicas específicas, decorrentes da prática de
atividade física. Porém a avaliação mostrou que produtos com objetivos para
emagrecimento, estão nessa categoria como as expressões proibidas “Fat Burners”,
Thermogenic Ripped, CLA entre outros. Alguns deles não foram comprovados
cientificamente è tanto que o CLA foi proibido pela Anvisa. Salientam em suas
propagandas uma poderosa ação atribuída a sua habilidade de aumentar a
sensibilidade do hormônio insulina, fazendo com que haja um melhor
aproveitamento dos ácidos graxos e da glicose pelas células musculares. Sem
comprovação.Seus maiores erros são . Etiquetas ilegíveis, produtos com nomes
criados pela própria indústria, fotos de atletas “sarados”, emblemas, e a indução à
venda através das palavras proibidas, mas com a finalidade de hipertrofia, ou seja,
aumento de massa. Produtos com componentes não permitidos pela lei. Dentre os
23 produtos avaliados três deles, ou seja, 13,4 % estão de acordo com a lei. É
bastante significativo para a saúde e para o bolso do consumidor, pois o CDC (1990)
mostra que deve existir clareza nas informações, exatamente para evitar danos ao
consumidor.
64
6 CONCLUSÔES
A avaliação dos rótulos fora feita em 200 rótulos, e destes, 136 não
estavam em concordância com as leis provando que embora não tenham sido
classificados como tal, todos esses induzem o consumidor ao erro podendo sim
afetar a saúde do consumidor e consequentemente o bolso. Embora a indústria
alimentícia tenha modernizado sua tecnologia no segmento de alimentos para
praticantes de atividade física na tentativa de atender a demanda de consumidores
preocupados com a sua saúde, com o corpo perfeito e com qualidade de vida, não
tem atendido às exigências das legislações brasileiras no que se refere aos produtos
destinados para tal e a rotulagem desses produtos.
Verificou-se que a obediência em relação às leis só aconteceu em 64
produtos sendo: 02 Repositores Hidreletrolítico, 03 Energéticos 41 Protéicos, 05
compensadores, 10 BCAA e 03 Categorizados como Outros.
As desobediências às leis aparecem varias vezes em um mesmo produto
perfizeram um total de 136 produtos com erros de rotulagem. As maiores
irregularidades encontradas foram relacionadas aos produtos importados,
perfazendo um total de 24%. Em seguida com 19%, as indústrias de suplementos
atribuem propriedades que não podem ser demonstradas. 18,5% de rótulos com
expressões proibidas pela lei.14% utilizam vocábulos que podem induzir o
consumidor a erro. 4,5% contendo alimentos que não podem constar, ou seja, estão
exclusos pela Portaria 222/02. 1% ressaltando qualidades que levam o consumidor
ao erro e por fim 0,5% Não possuem o registro do ministério da saúde. É bastante
significativo para a saúde e o bolso do consumidor, pois o CDC (1990) mostra que
deve existir clareza nas informações, exatamente para evitar danos a estes. Os
rótulos que utilizam vocábulos, fotos de atletas musculosos, medalhas, fisiculturistas,
imagens de raio para mostrar muita energia também podem induzir o consumidor ao
erro, tais como “Matéria prima importada” e a novidade atual “proteína por dose” e o
que não possuem o registro do ministério da saúde não garantem a segurança
alimentar do consumidor.
65
Os alimentos para praticantes de atividade física são os mais propensos a
conterem má publicidade em seus rótulos. Haja vista que todos buscam o mesmo
objetivo, a perfeição, um corpo “sarado” barriga “tanquinho” magreza esquálida entre
outros. Conclui-se ainda que, apesar da quantidade de normas escritas, o Estado
tem sido ineficaz no controle destas publicidades enganosas ou abusivas nos rótulos
de alimentos para praticante de atividade física. É preciso uma atuação do Estado
mais preventiva, e mais eficaz, tentando educar os fornecedores nesse sentido,
buscando proteger a publicidade que promove a saúde. Não se eximindo de manter
mecanismos de controle, com punição para quem se aproveita da inocência dos
consumidores prejudicando a qualidade de vida destes.
O controle pelo Estado da publicidade ruim, bem como o estímulo à
propaganda que promove a saúde só será eficaz quando o Governo explorar seus
entes ao máximo respeitando a multidiciplinaridade do direito do consumidor. Faz-se
necessário um trabalho de uma equipe multidisciplinar, um conjunto de profissionais
da saúde, com conhecimento técnico das ciências exatas, e os juristas, bem como
as instituições ligadas a ambos para uma melhor resposta. Considerando como fator
de risco o mau hábito alimentar, podem-se citar a publicidade em alimentos que
contribuem para os grandes problemas de saúde pública atuais (obesidade) como
exemplos de publicidades abusivas que induzem a má conduta. Enfim os rótulos de
produtos para praticantes de atividade física levam o consumidor ao erro
principalmente os consumidores mais desinformados. As propagandas veiculadas
nos rótulos para praticantes de atividade física são enganosas, pois na maioria deles
seus rótulos são capazes de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, e quaisquer outros dados
sobre produtos e serviços. É também abusiva, pois é capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança em
busca do corpo perfeito.
Conclui-se então, a necessidade de políticas públicas de saúde para
educar a população e as indústrias a respeitar as leis e obedecer aos critérios
dessas para evitar o uso indiscriminado de tais alimentos e garantir a segurança
alimentar. E que, os órgãos competentes, fiscalizem criteriosamente os produtos
para praticantes de atividade física bem como a qualidade nutricional desses
66
produtos, de modo a minimizar os riscos para a saúde dos consumidores, que
utilizam indiscriminadamente e com duração de tempo indeterminado.
Com todas as normas e leis os rótulos contem alimentos que não podem
constar, ou seja, estão exclusos pela Portaria 222/02 como exemplos temos os
termogênicos, queimadores de gordura, inclusive alguns deles já foram proibidos
pela Anvisa pelo fato de não ter comprovação científica.
67
7 RECOMENDAÇÕES
1. Aumentar a fiscalização das indústrias de alimentos para praticantes de
atividade física para que eles se conscientizem da importância do respeito
à saúde do consumidor;
2. Aumentar o controle nas vendas de suplementos minimizando assim o
risco para saúde do consumidor e a auto-suplementação. Garantindo
assim a segurança alimentar destes;
3. Exigir mensalmente a avaliação do controle de qualidade desses
produtos por parte dos órgãos fiscalizadores.
4. Desenvolver programas de educação para o consumo saudável através
das escolas por meio de cartilhas, manuais, vivências com orientações
para facilitar a escolha do alimento pela leitura do rótulo.
5. Que os órgãos normatizadores e fiscalizadores revisem suas
legislações de modo a evitar lacunas que possam, por conseqüência,
desviar a qualidade dos produtos ofertados à população.
6. Uma fiscalização maior nos meios de comunicação já que nosso direito
à informação está previsto em Lei, para que veículos de informações,
como a mídia escrita, falada e rotulada propagandas internet possam
proporcionar aos consumidores informações adequadas e corretas quanto
aos alimentos para praticantes de atividade física evitando qualquer tipo
de erro ou equívocos sobre seus atributos e quanto aos mecanismos de
indução com relação às vantagens associadas ao consumo desses
alimentos.
68
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AOKI, Marcelo et al.. Suplementação lipídica para atividades de endurance . Revista Paulista de Educação Física: 13(2), p.230-38 1999. ALMEIDA, João Batista de. A proteção Jurídica do Consumidor . São Paulo: Ed. Saraiva, 2000. ______ ACSM. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. The use of anabolicandrogenic steroids in sports. Med. Sci. Sports Exerc., 1987, 19: 534-539. BIESEK, Simone,at al.Estratégias de nutrição e suplementação no esporte -Barueri,SP:Manole,2005. BULGARELLI, Waldirio. Publicidade enganosa: aspectos da regulamentação legal. BUSETTI, G.R.;at al.. Saúde e qualidade de vida. São Paulo: Petrópolis, 1998. 98 p. ISBN 85-85663-19-7.BUSS, P.M. Promoção da saúde e qualidade de vida. BURKE, L. Sports amenorrhea, osteopenia, stress fratures and calcium . In: BURKE, L. DEAKIN, V. Clinical sports nutrition. Sidney : McGraw-Hill, 1994. p.200-226.
BUTTERFIELD, G. Ergogenics Aids: evaluating sport nutrition products. Int. J. Sport Nutr: 6, p.191-197, 1996. _______Código de defesa do consumidor LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências CHAVES, N. Nutrição básica e aplicada. Rio de Janeiro: Koogan Guanabara. 1978. 344 p. CEBRID. CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS. Esteróides anabolizantes . CEBRID, 2001. Disponível em: <http://www.cebrid.drogas.nom.br.html>. Acesso em 01 jul 2004.
69
COSTA, Marcelo. G.Ginástica localizada . Ed. Sprint,4ª edição, R.J.2001. Des. FullMídia Interactive Desi 19/12/2004 História do doping (www.antidoping.com.br) http://www.antidoping.com.br/index.php?cat_id=Historia+do+Doping DRIhttp://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=3&tax_subject=256&topic_id=1342&level3_id=5140&level4_id=0&level5_id=0&placement_default=0 00:48 19/12/2005 DOKKUM, V.W. Nutrition, doping and sport . Rev. Nutrição Saúde & Performance. São Paulo, ano 4, n.17, abr/mai/jun. 2002, p. 4-7. FDA. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Supplements associate d with illnesses and injuries. U.S. Food and Drug Administration. Washington. September-October 1998. FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa . São Paulo, Nova Fronteira, 1986. FORBES, G. Composición del organismo . In: ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Conocimientos actuales de nutrición. 6.ed. Washington : [s.n.], 1991. p.57-68. (Publicación Científica, n.532). GARCÍA, J.A.V.; NAVARRO, S.Z. Necesidades nutricionales en deportistas. Arch. Medic. del Deporte, v. VIII, n. 30, 1991, p. 169-179. GARCIA, R.W.D. Práticas e comportamento alimentar no meio urbano: um estudo no centro da cidade de São Paulo . Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 13(3):455-467, jun-set, 1997. ISSN 0102-311X.
GRANDJEAN, A. C. Diets of elites athletes: has the discipline of spo rts nutrition made an impact? Journal of Nutrition: 127, p.874-77, 1997. GRANDJEAN, A.C.; RUUD, J.S. Dietary supplements and athletics . Curr. Opin. In Orthopaedics, 2002, 13: 122-127. ISSN 1041-9918.
GRUNEWALD, K.K. at al. Commercially marketed supplements for bodybuilding athletes. Sports Med: 15, p.90-95, 1993. HAWLEY, at al. Oxidation of carbohydrate ingested during prolonged endurance exercise . Sports Medicine. Vol.14, pp.27., 1992.
70
HEGSTED D.M.. Calcium and osteoporosis . Journal of Nutrition, Bethesda, v.116, p.2316, 1986. ___________ IDEC, Direito do consumidor e Ética no consumo,2002 ___________ IDEC, Publicidade e consumismo, 2002. __________ IDEC Saúde e segurança do consumidor,2002 IDEC. INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Necessárias, só para atletas Teste. Consumidor S.A. São Paulo, n. 27, fev/98, p. 15-17. IFSM. INTERNATIONAL FEDERATION OF SPORTS MEDICINE. Phisical exercice an important factor of health. Intern. Jour. of Sports Medicine, 1989, 6 (10), 460. KLEINER, S.M. Nutrição para o Treinamento de Força. São Paulo. ed.Manole, 2002 LANCHA JR., at al. Supplementation of aspartate, asparagine and carnit ine in the diet causes marked changes in the ultrastructur e of soleus muscle. Journal of Submicroscopy Cytology Pathology, Bologna, v.29, n.3, p.405-408, 1997. LANCHA JR., at al. Effect of aspartate and asparagine supplementation in the glucose transport activity in epitrochlearis muscle . Medicine Science Sports Exercise, [s.l.], 27:S146, 1995a. LEMON, P.W.R.. Dietary protein requeriments in athletes . Journal of Nutrition and Biochemistry, New York, v.8, p.52, 1997. LOPES, M. E.V. O Consumidor e a Publicidade. Revista de Direito do Consumidor. nº 01, São Paulo, 1992. MAHAN, L. K., ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, 11ª edição, São Paulo: Editora Roca, 2005. Medicine & Science in Sports & Exercise 32(3): 706-717, 2000. ________ Manual de Orientação às Indústrias de Alimentos , 2a versão atualizada, 2005.
71
________ Manual de Rotulagem Nutricional Obrigatória:Manual de Orientação aos
Consumidores Educação para o Consumo Saudável, 2001. Alimentos / Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Universidade de Brasília – Brasília : Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária / Universidade de Brasília, 2001. 45p.,ISBN1. Alimentos. 2. ,Consumidor 3. Rotulagem de Alimentos. . Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). II. Convênio ANVISA / UnB. Departamento de Nutrição.WA695.
________ Manual Prático de Controle ANTIDOPING ; Associação Brasileira de Estudo e Combate do Doping. Elaboração:PAGNANI, Alexandre;. OLIVEIRA Osmar, de ; SANTONJA, Rafael.Tradução: CAMPOS Maurício Arruda;. CORAUCCI Bruno, Neto. Editora Resugil.Dezembro. 2002. 2ª Edição. MANORE MM, THOMPSON JL. Sport Nutrition for Health and Performance. Champaign, Ill: Human Kinetics; 2000. McARDLE, William D., KATCH, Frank I, KATCH, Victor I. Sports and Exercise Nutrition , Ed. Lippincott Williams & Wilkins, 1999.
MAUGHAN, R.J. Nutrition and diet in sport: an introduction. In: Intermittent high intensity exercise. London, E & FN Spon, 1993. _______ MINISTÉRIO DA SAÚDE Rotulagem Nutricional Obrigatória _______MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Alimentação e Nutrição . SPS/MS. Brasília, 1999.
_______. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 269, de 13 de janeiro de 1998. Adotar a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas, minerais e proteínas a ser utilizada como parâmetro de ingestão desses nutrientes por indivíduos e diferentes grupos populacionais. Brasília: D.O.U., seção I-E, p. 5, 16 Jan 1998.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 222, de 24 de março de 1998. Fixa a identidade e as características mínimas de qualidade a que deverão obedecer os alimentos para praticantes de atividade física. ______. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 259, de 20 de Setembro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico sobre
72
Rotulagem de Alimentos Embalados D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 23 de setembro de 2002. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. -Resolução RDC nº 269, de 22 de Setembro de 2005 "regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (idr) de proteína, vitaminas e minerais anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de 23 de setembro de 2005. _______; Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 360, de 23 de Dezembro de 2003 Aprova Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 26 de dezembro de 2003. ________ Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução nº 23, de 15 de março de 2000 Dispõe sobre O Manual de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de Registro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 16 de março de 2000. MONSEN E. R. The ironies of iron . American Journal of Clinical Nutrition v.;69, p. 831–2, 1999. NAGAYAMA, Claudia, L. at al Orientação Nutricional: Avaliação de Conhecimento de Estudantes de Educação Física quant o à Nutrição e Orientação Nutricional Revista Nutrição em pauta edição de Julho /Agosto 2002. NEWSHOLME, E.A. at al. Physical and mental fatigue: metabolic mechanisms and importance of plasma amino acids. Br. Med. Bull, [s.l.], v.48, n.3, p.477-95, 1992. NOGUEIRA, R, P. “A Saúde nas palavras e nos gestos: reflexões da rede de educação papular e saúde/ Eymard Mourão Vasconcelos,organizador-São Paulo:HUCITEC,2001. PEREIRA, Raquel et al. Consumo de suplementos por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev. Nutr., jul./set. 2003, vol.16, no.3, p.265-272. ISSN 1415-5273. POPE, H.G.; PHILLIPS, K.A.; OLIVARDIA, R. O Complexo de Adônis – A obsessão masculina pelo corpo. Trad.: TEIXEIRA, S. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 316 p. ISBN 85-352-06668-X.
73
REURY Frank P. B. Nutrição e Suplementação Esportiva . Guarulhos, Phorte, 2000. RUANO, E.G. Alimentación y dietética. Ayudas biológicas al deportista. Arch. Medic. del Deporte, v. IV, n. 15, 1991, p. 313-320. Lancha Jr., 1995. Op. cit. TASSI E.M.M., AMAYA-FARFAN J., AZEVEDO R.M. Hydrolyzed _ -lactalbumin as a source ofprotein to the exercising rat. In : Nutrition Research. Vol.5, [s.l.], p.875, 1998. TARNOPOLSKY, M. A.; Atkinson, S.; MacDougall J. D.; Chesley A.; Phillips, S. & Shwarcs, H. P. (1992). Evaluation of protein requirements for trained stre ngth athletes. J.Appl. Physiol., 73, 1986-1995. VIVIANI, Maira T. at al. Análise dos Conhecimentos Sobre Nutrição Básica e Aplicada de Profissionais de Educação Física e Nutr ição da Revista nutrição em pauta edição Novembro/Dezembro 2003 WILLIAMS, Melvin H. Nutrition for Health, Fitness and Sport . Ed. Ms Graw Hill. 5a
ed., 1999
76
Legislação em
Vigilância Sanitária
PORTARIA N º 222, DE 24 DE MARÇO DE 1998
A Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições legais, e considerando:
a necessidade de orientações precisas quanto à suplementação alimentar de pessoas que praticam atividade física;
a necessidade de evitar o consumo indiscriminado de formulações à base de aminoácidos e de outros produtos destinados à
suplementação alimentar de praticantes de atividade física;
a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a proteção à saúde da
população e a necessidade de fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que deverão obedecer os
ALIMENTOS PARA PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA, resolve:
Art. 1º - Aprovar o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Praticantes de Atividade Física, constante do
anexo desta Portaria.
Art. 2º - As empresas têm o prazo de 180 (cento e oitenta dias) a contar da data da publicação deste Regulamento
para se adequarem ao mesmo.
Art. 3º - O descumprimento aos termos desta Portaria constitui infração sanitária sujeitando os infratores as
penalidades da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 4º - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
MARTA NOBREGA MARTINEZ
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE
ALIMENTOS PARA PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
1. ALCANCE
1.1. Objetivo
Fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os Alimentos para Praticantes
de Atividade Física.
1.2. Âmbito de aplicação
O presente Regulamento se aplica aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de
atividade física, incluindo formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos
essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de cadeia
ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica.
Excluem-se dessa categoria:
- bebidas alcoólicas e bebidas gaseificadas;
- produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas
como "doping" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional);
- produtos que contenham substâncias medicamentosas ou indicações terapêuticas;
- produtos fitoterápicos;
- formulações à base de aminoácidos isolados, exceto os aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos
essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico preconizado para proteínas;
Para fins deste Regulamento, consideram-se:
Atividade Física: qualquer movimento corporal voluntário produzido por contração de músculos esqueléticos que
resulte em gasto energético.
Atletas: praticantes de atividade física com o objetivo de rendimento esportivo.
77
Proteínas de alto valor biológico: aquelas que obedecem aos critérios estabelecidos pela FAO/OMS (Anexo A).
2. DESCRIÇÃO
2.1. Definições
2.1.1. Repositores hidroeletrolíticos
São produtos formulados a partir de concentração variada de eletrólitos, associada a concentrações variadas de
carboidratos, com o objetivo de reposição hídrica e eletrolítica decorrente da prática de atividade física.
2.1.2. Repositores Energéticos
São produtos formulados com nutrientes que permitam o alcance e ou manutenção do nível apropriado de energia
para atletas.
2.1.3. Alimentos Protéicos
São produtos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o
intuito de aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s) ou complementar a dieta de atletas, cujas necessidades
protéicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais.
2.1.4. Alimentos Compensadores
São produtos formulados de forma variada para serem utilizados na adequação de nutrientes da dieta de
praticantes de atividade física.
2.1.5. Aminoácidos de cadeia ramificada
São produtos formulados a partir de concentrações variadas de aminoácidos de cadeia ramificada, com o objetivo
de fornecimento de energia para atletas.
2.1.6. Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física
São produtos formulados de forma variada com finalidades metabólicas específicas, decorrentes da prática de
atividade física.
2.2. Classificação
2.2.1. Os produtos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física são classificados em:
2.2.1.1. Repositores Hidroeletrolíticos para Praticantes de Atividade Física.
2.2.1.2. Repositores Energéticos para Atletas.
2.2.1.3. Alimentos Protéicos para Atletas.
2.2.1.4. Alimentos Compensadores para Praticantes de Atividade Física.
2.2.1.5. Aminoácidos de Cadeia Ramificada para Atletas
2.2.1.6. Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física.
2.3. Designação
Os Alimentos para Praticantes de Atividade Física devem ser designados conforme classificação do item
3. REFERÊNCIAS
3.1. FAO/WHO/UNU Expert Consultation. Energy & Protein Requirements. WHO Technical Report Series Nº 724.
World Health Organization, Geneva, Switzerland. (1985).
3.2. Committee on Dietary Allowances, Food and Nutrition Board. Recommended Dietary Allowances (RDA), 10th
revised edition, National Academy of Science (NAS), Washington D.C., 1989.
4. FATORES ESSENCIAIS DE COMPOSIÇÃO E QUALIDADE
As vitaminas e minerais podem ser adicionados nos alimentos objeto deste Regulamento até o limite de 7,5% a
15% da IDR em 100 mL e de 15% a 30% da IDR em 100g, desde que o consumo diário não ultrapasse a 100% da
IDR em qualquer situação.
4.3. Fatores específicos
4.3.1. Repositores Hidroeletrolíticos
Os produtos formulados para fins de reposição hidroeletrolítica devem apresentar concentrações variadas de sódio,
cloreto e carboidratos. Opcionalmente, estes produtos podem conter potássio, vitaminas e ou minerais.
4.3.2. Repositores Energéticos
Nestes produtos, os carboidratos devem constituir, no mínimo, 90% dos nutrientes energéticos presentes na
formulação. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais.
4.3.3. Alimentos Protéicos
78
A composição protéica deve ser constituída de, no mínimo, 65% de proteínas de qualidade nutricional equivalente
às proteínas de alto valor biológico, sendo estas formuladas a partir da proteína intacta e ou hidrolisada.
A adição de aminoácidos específicos é permitida para repor as concentrações dos mesmos níveis do alimento
original, perdidos em função do processamento, ou para corrigir limitações específicas de produtos formulados à
base de proteínas incompletas, em quantidade suficiente para atingir alto valor biológico, no mínimo comparável ao
das proteínas do leite, carne ou ovo (Anexo A).
Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. Podem conter ainda carboidratos e
gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de
proteínas.
4.3.4. Alimentos Compensadores
Devem conter concentração variada de macronutrientes, obedecendo os seguintes requisitos, no produto pronto
para o consumo,:
- Carboidratos: abaixo de 90%;
- Proteínas: do teor de proteínas presente no produto, no mínimo 65% deve corresponder à proteína de alto valor
biológico;
- Gorduras: do teor de gorduras, a relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3 poliinsaturada;.
- Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais.
4.3.5. Aminoácidos de Cadeia Ramificada
Nestes produtos os aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), isolados ou combinados, devem
constituir no mínimo 70% dos nutrientes energéticos da formulação, fornecendo na ingestão diária recomendada
até 100% das necessidades diárias de cada aminoácido (Anexo B).
5. ADITIVOS E COADJUVANTES DE TECNOLOGIA
É permitida a utilização de aditivos e coadjuvantes de tecnologia nos mesmos limites previstos para os alimentos
convencionais similares, desde que não venham alterar a finalidade a que o alimento se propõe.
6. CONTAMINANTES
6.1. Resíduos de agrotóxicos
Devem estar em consonância com os níveis toleráveis nas matérias-primas empregadas, estabelecidos pela
legislação em vigor
6.2. Resíduos de aditivos dos ingredientes
Os remanescentes dos aditivos somente serão tolerados quando em correspondência com a quantidade de
ingredientes empregados, obedecida a tolerância fixada para os mesmos.
6.3. Contaminantes inorgânicos
Devem obedecer aos limites estabelecidos pela legislação específica.
7. HIGIENE
Os Alimentos para Praticantes de Atividade Física devem ser preparados, manipulados, acondicionados e
conservados conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e de acordo com os padrões microbiológicos,
microscópicos e físico-químicos estabelecidos pela legislação específica.
8. PESOS E MEDIDAS
Devem obedecer a legislação específica.
9. ROTULAGEM
9.1. Na rotulagem dos produtos classificados neste Regulamento, além dos dizeres exigidos para os alimentos em
geral e para os Alimentos para Fins Especiais, devem constar:
9.1.1. No painel principal:
9.1.1.1. A designação conforme item 2.2.
9.1.2. Nos demais painéis:
9.1.2.1. Para os Repositores Energéticos e para os Alimentos Compensadores, a orientação em destaque e negrito:
"Crianças, gestantes e idosos, consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista e ou médico".
9.1.2.2. Para os Alimentos Protéicos e para os Aminoácidos de Cadeia Ramificada, a recomendação em destaque e
negrito: "Crianças, gestantes, idosos e portadores de qualquer enfermidade devem consultar o médico e ou
79
nutricionista".
9.1.2.3. Para os Repositores Hidroeletrolíticos, a recomendação em destaque e negrito: "Recomenda-se que os
portadores de enfermidades consultem um médico e ou nutricionista, antes de consumir este produto".
9.1.2.4. A informação nutricional, de acordo com o Regulamento de Rotulagem Nutricional, em caráter obrigatório.
9.1.2.5. Ficam proibidas expressões tais como "anabolizantes", "body building", "hipertrofia muscular", "queima de
gorduras", "fat burners", "aumento da capacidade sexual", ou equivalentes.
10. REGISTRO
Os Alimentos para Praticantes de Atividade Física estão sujeitos aos mesmos procedimentos administrativos para o
registro de alimentos em geral.
Para os repositores hidroeletrolíticos a empresa deve apresentar uma declaração de que o produto é compatível
com a finalidade de uso a que se propõe, demonstrando através de cálculos e ou análise laboratorial.
11. CONSIDERAÇÕES GERAIS
11.1. A venda do produto só poderá ser feita em unidades pré-embaladas.
11.2. Forma de apresentação
Os produtos para praticantes de atividade física podem ser apresentados sob a forma de: tabletes, drágeas,
cápsulas, pós, granulados, pastilhas mastigáveis, líquidos, preparações semi-sólidas e suspensões.
ANEXO A
COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS DE PROTEÍNAS DE BOA QUALIDADE
Aminoácidos Composição Observada
(mg/g de proteína crua)
Ovo Leite de Vaca Carne Bovina
Histidina 22 27 34
Isoleucina 54 47 48
Leucina 86 95 81
Lisina 70 78 89
Metionina+ cistina 57 33 40
Fenilalanina + tirosina 93 102 80
Treonina 47 44 46
Triptofano 17 14 12
Valina 66 64 50
Total 512 504 479
Fonte: FAO/WHO/ UNU Expert Consultation. Energy & Protein Requirements. WHO Technical Report Series Nº 724.
World Health Organization, Geneva, Switzerland. (1985).
ANEXO B
NECESSIDADES DIÁRIAS DE
AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA (ACR)
ACR Necessidade (mg/kg/dia)
Isoleucina 10
Leucina 14
Valina 10
Fonte: RDA/NAS, 1989
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 Disque Saúde: 0 800 61 1997
89
Legislação em
Vigilância Sanitária
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 269, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do
Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c do Art. 111, inciso I, alínea "b" § 1º do
Regimento Interno aprovado pela Portaria nº. 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000,
em reunião realizada em 29, de agosto de 2005,
considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a
promoção e proteção à saúde da população;
considerando a necessidade de atualizar os valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Proteína, Vitaminas e Minerais
para indivíduos e diferentes grupos populacionais;
considerando a necessidade de atualizar os valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Proteína, Vitaminas e Minerais a
serem utilizados como parâmetro de ingestão de nutrientes por indivíduos e diferentes grupos populacionais;
considerando as diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição sobre o controle dos distúrbios nutricionais e
doenças associadas à alimentação e nutrição;
adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:
Art. 1º Aprovar o "REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE A INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) DE PROTEÍNA,
VITAMINAS E MINERAIS", constante do Anexo desta Resolução.
Art. 2º As empresas têm o prazo de 01 (um) ano após a data da publicação para adequarem seus produtos.
Art. 3º Para os medicamentos específicos, cujos teores de vitaminas e ou minerais estiverem acima dos valores de
IDR estabelecidos por esta Resolução, devem ser notificadas as alterações de bula e rótulo do medicamento à área
competente desta Agência no prazo de 01 (um) ano.
§1º Os medicamentos específicos categorizados neste artigo, cuja validade de registro expirar a partir de 31 de
dezembro de 2006, deverão atender a Resolução ANVISA/MS RDC no 132/03.
§ 2º As demais adequações para medicamentos específicos serão estabelecidas pela área competente desta
Agência.
Art. 4º O descumprimento aos termos desta Resolução constitui infração sanitária sujeitando os infratores às
penalidades previstas na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Portaria SVS/MS nº 33/98.
Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
DIRCEU RAPOSO DE MELLO
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) PARA PROTEÍNA, VITAMINAS E
MINERAIS
1. Alcance
Adotar os valores constantes das tabelas deste Regulamento como níveis de Ingestão Diária Recomendada (IDR)
para Proteína, Vitaminas e Minerais:
Tabela 1 - Ingestão Diária Recomendada para Adultos
Tabela 2 - Ingestão Diária Recomendada para Lactentes e Crianças
Tabela 3 - Ingestão Diária Recomendada para Gestantes e Lactantes
2. Definição
Ingestão Diária Recomendada (IDR) é a quantidade de proteína, vitaminas e minerais que deve ser consumida
90
diariamente para atender às necessidades nutricionais da maior parte dos indivíduos e grupos de pessoas de uma
população sadia.
3. REFERÊNCIAS
3.1. BRASIL. Resolução ANVISA/MS RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico sobre
Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 dez. 2003. Seção 1.
3.2. FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7th Joint FAO/OMS Expert Consultation.
Bangkok, Thailand, 2001. xxii + 286p.
3.3. INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes. National Academic Press,
Washington D.C., 1999 -2001.
4. INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA DE PROTEÍNA, VITAMINAS E MINERAIS
4.1. Ingestão Diária Recomendada para Adultos (Tabela 1)
Tabela 1 - Ingestão Diária Recomendada para Adultos
Nutriente Unidade Valor
Proteína (1) g 50
Vitamina A (2) (a) micrograma RE 600
Vitamina D (2) (b) micrograma 5
Vitamina C (2) mg 45
Vitamina E (2) (c) mg 10
Tiamina (2) mg 1,2
Riboflavina (2) mg 1,3
Niacina (2) mg 16
Vitamina B6 (2) mg 1,3
Ácido fólico (2) micrograma 240
Vitamina B12 (2) micrograma 2,4
Biotina (2) micrograma 30
Ácido pantotênico (2) mg 5
Vitamina K (2) micrograma 65
Colina (1) mg 550
Cálcio (2) mg 1000
Ferro (2) (d) mg 14
Magnésio (2) mg 260
Zinco (2) (e) mg 7
Iodo (2) micrograma 130
Fósforo (1) mg 700
Flúor (1) mg 4
Cobre (1) micrograma 900
Selênio (2) micrograma 34
Molibdênio (1) micrograma 45
Cromo (1) micrograma 35
Manganês (1) mg 2,3
(a) 1 micrograma retinol = 1 micrograma RE; 1 micrograma beta-caroteno = 0,167 micrograma RE; 1 micrograma
de outros carotenóides provitamina A = 0,084 micrograma RE; 1 UI = 0,3 micrograma de retinol equivalente (2).
(b) 1 micrograma de colicalciferol = 40 UI.
(c) mg alfa-TE/dia; 1,49 UI = 1mg d-alfa-tocoferol (1).
91
(d) 10% de Biodisponibilidade
(e) Biodisponibilidade moderada - calculada com base em dietas mistas contendo proteína de origem animal
INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes. National Academic Press,
Washington D.C., 1999-2001.
FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7th Joint FAO/OMS Expert Consultation. Bangkok,
Thailand, 2001. xxii + 286p.
4.2. Ingestão Diária Recomendada para Lactentes e Crianças (Tabela 2)
Tabela 2 - Ingestão Diária Recomendada para Lactentes e Crianças
Lactente Crianças Nutriente Unidade
0-6 meses 7-11 meses 1-3 anos
(12 a 36 meses)
4-6 anos
(37 meses a 6
anos)
7-10 anos
Proteína (1) g 9,1 11 13 19 34
Vitamina A (2) (a) micrograma RE 375 400 400 450 500
Vitamina D (2) (b) micrograma 5 5 5 5 5
Vitamina C (2) mg 25 30 30 30 35
Vitamina E (2) (c) mg 2,7 2,7 5 5 7
Tiamina (2) mg 0,2 0,3 0,5 0,6 0,9
Riboflavina (2) mg 0,3 0,4 0,5 0,6 0,9
Niacina (2) mg 2 4 6 8 12
Vitamina B6 (2) mg 0,1 0,1 0,5 0,5 1,0
Ácido fólico (2) micrograma 48 48 95 118 177
Vitamina B12 (2) micrograma 0,4 0,5 0,9 1,2 1,8
Biotina (2) micrograma 5 6 8 12 20
Ácido pantotênico
(2)
mg 1,7 1,8 2 3 4
Vitamina K (2) micrograma 5 10 15 20 25
Colina (1) mg 125 150 200 250 250
Cálcio (2) mg 300 400 500 600 700
Ferro (2)(d) mg 0,27 9 6 6 9
Magnésio (2) mg 36 53 60 73 100
Zinco (2)(e) mg 2,8 4,1 4,1 5,1 5,6
Iodo (2) micrograma 90 135 75 110 100
Fósforo (1) mg 100 275 460 500 1250
Flúor (1) mg 0,01 0,5 0,7 1 2
Cobre (1) micrograma 200 220 340 440 440
Selênio (2) micrograma 6 10 17 21 21
Molibdênio (1) micrograma 2 3 17 22 22
Cromo (1) micrograma 0,2 5,5 11 15 15
Manganês (1) mg 0,003 0,6 1,2 1,5 1,5
(a) 1 micrograma retinol = 1 micrograma RE; 1 micrograma beta-caroteno = 0,167 micrograma RE; 1 micrograma
de outros carotenóides provitamina A = 0,084 micrograma RE; 1 UI = 0,3 micrograma de retinol equivalente (2).
(b) 1 micrograma de colicalciferol = 40 UI.
(c) mg alfa-TE; 1,49 UI = 1mg d-alfa-tocoferol (1).
92
(d) 10% de Biodisponibilidade
(e) Biodisponibilidade moderada - calculada com base em dietas mistas contendo proteína de origem animal
(1) INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes. National Academic Press,
Washington D.C., 1999-2001.
(2) FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7th Joint FAO/OMS Expert Consultation.
Bangkok, Thailand, 2001. xxii + 286p.
4.3. Ingestão Diária Recomendada para Gestantes e Lactantes (Tabela 3)
Tabela 3 - Ingestão Diária Recomendada para Gestantes e Lactantes
Nutriente Unidade Gestante Lactante
Proteína (1) g 71 71
Vitamina A (2)(a) micrograma RE 800 850
Vitamina D (2)(b) micrograma 5 5
Vitamina C (2) mg 55 70
Vitamina E (2)(c) mg 10 10
Tiamina (2) mg 1,4 1,5
Riboflavina (2) mg 1,4 1,6
Niacina (2) mg 18 17
Vitamina B6 (2) mg 1,9 2,0
Ácido fólico (2) micrograma 355 295
Vitamina B12 (2) micrograma 2,6 2,8
Biotina (2) micrograma 30 35
Ácido pantotênico (2) mg 6 7
Vitamina K (2) micrograma 55 55
Colina (1) mg 450 550
Cálcio (2) mg 1200 1000
Ferro (2)(d) mg 27 15
Magnésio (2) mg 220 270
Zinco (2)(e) mg 11 9,5
Iodo (2) micrograma 200 200
Fósforo (1) mg 1250 1250
Flúor (1) mg 3 3
Cobre (1) micrograma 1000 1300
Selênio (2) micrograma 30 35
Molibdênio (1) micrograma 50 50
Cromo (1) micrograma 30 45
Manganês (1) mg 2,0 2,6
(a) 1 micrograma retinol = 1 micrograma RE; 1 micrograma beta-caroteno = 0,167 micrograma RE; 1 micrograma
de outros carotenóides provitamina A = 0,084 micrograma RE; 1 UI = 0,3 micrograma de retinol equivalente (2).
(b) 1 micrograma de colicalciferol = 40 UI.
(c) mg alfa-TE; 1,49 UI = 1mg d-alfa-tocoferol (1).
(d) 10% de Biodisponibilidade
(e) Biodisponibilidade moderada - calculada com base em dietas mistas contendo proteína de origem animal
(1) INSTITUTE OF MEDICINE. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes. National Academic Press,
Washington D.C., 1999-2001.
93
(2) FAO/OMS. Human Vitamin and Mineral Requirements. In: Report 7th Joint FAO/OMS Expert Consultation.
Bangkok, Thailand, 2001. xxii + 286p.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 Disque Saúde: 0 800 61 1997
95
Presidência da República Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
Vide texto compilado
Mensagem de veto
Regulamentação
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
TÍTULO I Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO I Disposições Gerais
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóve l, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
CAPÍTULO II Da Política Nacional de Relações de Consumo
Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
96
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Naciona l das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
97
§ 1° (Vetado).
§ 2º (Vetado).
CAPÍTULO III Dos Direitos Básicos do Consumidor
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
CAPÍTULO IV Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
SEÇÃO I Da Proteção à Saúde e Segurança
98
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços qu e, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se ref ere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de per iculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).
SEÇÃO II Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não ofer ece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
99
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não forn ece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será r esponsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profiss ionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
SEÇÃO III Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
100
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máxi mo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a reduç ão ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alterna tiva do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
101
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser c onfiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se most rem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela ca usação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
SEÇÃO IV Da Decadência e da Prescrição
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
102
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadenc ial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo d ecadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).
SEÇÃO V Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos s ocietários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidar iamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pes soa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
CAPÍTULO V Das Práticas Comerciais
SEÇÃO I Das Disposições Gerais
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
SEÇÃO II Da Oferta
103
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
SEÇÃO III Da Publicidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de info rmação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a public idade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
104
§ 4° (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
SEÇÃO IV Das Práticas Abusivas
Art 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X - (Vetado).
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
105
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o or çamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisque r ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
SEÇÃO V Da Cobrança de Dívidas
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
SEÇÃO VI Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores d evem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registr o e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar ine xatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativ os a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
106
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobr ança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que coube r, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
Art. 45. (Vetado).
CAPÍTULO VI Da Proteção Contratual
SEÇÃO I Disposições Gerais
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
SEÇÃO II Das Cláusulas Abusivas
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
107
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).
108
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou e ntidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadi mplemento de obrigação no seu termo não poderão ser superiores a dez por cento do valor da prestação.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplement o de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.(Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 1° (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3° Os contratos de que trata o caput dest e artigo serão expressos em moeda corrente nacional.
SEÇÃO III Dos Contratos de Adesão
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
§ 1° A inserção de cláusula no formulário n ão desfigura a natureza de adesão do contrato.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláu sula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
109
§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5° (Vetado)
CAPÍTULO VII Das Sanções Administrativas (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federa l e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Dist rito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir not ificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
110
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor será aplicada mediante procedimento administrativo nos termos da lei, revertendo para o fundo de que trata a Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, sendo a infração ou dano de âmbito nacional, ou para os fundos estaduais de proteção ao consumidor nos demais casos. Parágrafo único. A multa será em montante nunca inferior a trezentas e não superior a três milhões de vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha substituí-lo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será a plicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.
§ 2° A pena de intervenção administrativa s erá aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se disc uta a imposição de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2° (Vetado)
111
§ 3° (Vetado).
TÍTULO II Das Infrações Penais
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente:
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
112
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
113
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
TÍTULO III Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I Disposições Gerais
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
114
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Art 82. Para os fins do art. 100, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode s er dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e d anos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fa rá sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demand a e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obt enção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 85. (Vetado).
115
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.
CAPÍTULO II Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
Art 91. Os legitimados de que trata o art. 81 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
116
Parágrafo único. (Vetado).
Art 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 81, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiverem sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 198 5, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO III Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
117
§ 1° (Vetado).
§ 2° (Vetado)
CAPÍTULO IV Da Coisa Julgada
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cui da o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.3 47, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
TÍTULO IV Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao consumidor;
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;
118
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X - (Vetado).
XI - (Vetado).
XII - (Vetado)
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-científica.
TÍTULO V Da Convenção Coletiva de Consumo
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo.
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiad os às entidades signatárias.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).
TÍTULO VI Disposições Finais
Art. 109. (Vetado).
119
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 198 5:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347 , de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa".
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de jul ho de 1985:
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser d ispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar d os interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial". (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais".
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor".
120
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independê ncia e 102° da República.
FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral Zélia M. Cardoso de Mello Ozires Silva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 12.9.1990 - Retificado no DOU de 10.1.2007
122
Legislação em
Vigilância Sanitária
RESOLUÇÃO - RDC Nº 259, DE 20 DE SETEMBRO DE 2002
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do
Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3.209, de 16 de abril de 1999, c/c § 1º do art. 111 do regimento Interno
aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada
em 18 de setembro de 2002.
considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a
proteção à saúde da população;
considerando a importância de compatibilizar a legislação nacional com base nos instrumentos harmonizados no Mercosul
relacionados à rotulagem de alimentos embalados - Resoluções GMC nº 06/94 e 21/02;
considerando que é indispensável o estabelecimento de regulamentos técnicos de rotulagem de alimentos embalados, adotou a
seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados.
Art. 2º As empresas têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da publicação desta Resolução
para se adequarem à mesma.
Art. 3º O descumprimento aos termos desta Resolução constitui infração sanitária sujeita aos dispositivos da Lei nº
6437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 4º Fica revogada a Portaria SVS/MS nº 42, de 14 de janeiro de 1998, publicada no D.O.U. de 16 de janeiro de
1998.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
GONZALO VECINA NETO
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO PARA ROTULAGEM DE ALIMENTOS EMBALADOS
1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
O presente Regulamento Técnico se aplica à rotulagem de todo alimento que seja comercializado, qualquer que
seja sua origem, embalado na ausência do cliente, e pronto para oferta ao consumidor.
Naqueles casos em que as características particulares de um alimento requerem uma regulamentação específica, a
mesma se aplica de maneira complementar ao disposto no presente Regulamento Técnico.
2. DEFINIÇÕES
2.1. Rotulagem: É toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa,
estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento.
2.2. Embalagem : É o recipiente, o pacote ou a embalagem destinada a garantir a conservação e facilitar o
transporte e manuseio dos alimentos.
2.2.1.Embalagem primária ou envoltório primário: É a embalagem que está em contato direto com os alimentos.
2.2.2. Embalagem secundária ou pacote: É a embalagem destinada a conter a(s) embalagem(ns) primária(s).
2.2.3. Embalagem terciária ou embalagem : É a embalagem destinada a conter uma ou várias embalagens
secundárias.
2.3. Alimento embalado: É todo o alimento que está contido em uma embalagem pronta para ser oferecida ao
consumidor.
2.4. Consumidor: É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza alimentos.
123
2.5. Ingrediente: É toda substância, incluídos os aditivos alimentares, que se emprega na fabricação ou preparo de
alimentos, e que está presente no produto final em sua forma original ou modificada.
2.6. Matéria - prima: É toda substância que para ser utilizada como alimento necessita sofrer tratamento e ou
transformação de natureza física, química ou biológica.
2.7. Aditivo Alimentar: É qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir,
com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação,
processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou
manipulação de um alimento. Isto implicará direta ou indiretamente fazer com que o próprio aditivo ou seus
produtos se tornem componentes do alimento. Esta definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas
que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais.
2.8. Alimento: É toda substância que se ingere no estado natural, semi-elaborada ou elaborada, destinada ao
consumo humano, incluídas as bebidas e qualquer outra substância utilizada em sua elaboração, preparo ou
tratamento, excluídos os cosméticos, o tabaco e as substâncias utilizadas unicamente como medicamentos.
2.9. Denominação de venda do alimento: É o nome específico e não genérico que indica a verdadeira natureza e as
características do alimento. Será fixado no Regulamento Técnico específico que estabelecer os padrões de
identidade e qualidade inerentes ao produto.
2.10. Fracionamento de alimento: É a operação pela qual o alimento é dividido e acondicionado, para atender a sua
distribuição, comercialização e disponibilização ao consumidor.
2.11. Lote: É o conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo fabricante ou fracionador, em
um espaço de tempo determinado, sob condições essencialmente iguais.
2.12. País de origem: É aquele onde o alimento foi produzido ou, tendo sido elaborado em mais de um país, onde
recebeu o último processo substancial de transformação.
2.13. Painel principal: É a parte da rotulagem onde se apresenta, de forma mais relevante, a denominação de
venda e marca ou o logotipo, caso existam.
3. PRINCÍPIOS GERAIS
3.1. Os alimentos embalados não devem ser descritos ou apresentar rótulo que:
a) utilize vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que
possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro,
confusão ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade,
validade, rendimento ou forma de uso do alimento;
b) atribua efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas;
c) destaque a presença ou ausência de componentes que sejam intrínsecos ou próprios de alimentos de igual
natureza, exceto nos casos previstos em Regulamentos Técnicos específicos;
d) ressalte, em certos tipos de alimentos processados, a presença de componentes que sejam adicionados como
ingredientes em todos os alimentos com tecnologia de fabricação semelhante;
e) ressalte qualidades que possam induzir a engano com relação a reais ou supostas propriedades terapêuticas que
alguns componentes ou ingredientes tenham ou possam ter quando consumidos em quantidades diferentes
daquelas que se encontram no alimento ou quando consumidos sob forma farmacêutica;
f) indique que o alimento possui propriedades medicinais ou terapêuticas;
g) aconselhe seu consumo como estimulante, para melhorar a saúde, para prevenir doenças ou com ação curativa.
3.2. As denominações geográficas de um país, de uma região ou de uma população, reconhecidas como lugares
onde são fabricados alimentos com determinadas características, não podem ser usadas na rotulagem ou na
propaganda de alimentos fabricados em outros lugares, quando possam induzir o consumidor a erro, equívoco ou
engano.
3.3. Quando os alimentos são fabricados segundo tecnologias características de diferentes lugares geográficos,
para obter alimentos com propriedades sensoriais semelhantes ou parecidas com aquelas que são típicas de certas
zonas reconhecidas, na denominação do alimento deve figurar a expressão "tipo", com letras de igual tamanho,
realce e visibilidade que as correspondentes à denominação aprovada no regulamento vigente no país de consumo.
3.4. A rotulagem dos alimentos deve ser feita exclusivamente nos estabelecimentos processadores, habilitados pela
124
autoridade competente do país de origem, para elaboração ou fracionamento. Quando a rotulagem não estiver
redigida no idioma do país de destino deve ser colocada uma etiqueta complementar, contendo a informação
obrigatória no idioma correspondente com caracteres de tamanho, realce e visibilidade adequados. Esta etiqueta
pode ser colocada tanto na origem como no destino. No último caso, a aplicação deve ser efetuada antes da
comercialização.
4. IDIOMA
A informação obrigatória deve estar escrita no idioma oficial do país de consumo com caracteres de tamanho,
realce e visibilidade adequados, sem prejuízo da existência de textos em outros idiomas.
5. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
Caso o presente Regulamento Técnico ou um regulamento técnico específico não determine algo em contrário, a
rotulagem de alimentos embalados deve apresentar, obrigatoriamente, as seguintes informações:
Denominação de venda do alimento
Lista de ingredientes
Conteúdos líquidos
Identificação da origem
Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de alimentos importados
Identificação do lote
Prazo de validade
Instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário.
6. APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
6.1. Denominação de venda do alimento:
A denominação ou a denominação e a marca do alimento deve(m) estar de acordo com os seguintes requisitos :
a) quando em um Regulamento Técnico específico for estabelecido uma ou mais denominações para um alimento
deve ser utilizado pelo menos uma dessas denominações;
b) pode ser empregada uma denominação consagrada, de fantasia, de fábrica ou uma marca registrada, sempre
que seja acompanhada de uma das denominações indicadas no item anterior;
c) podem constar palavras ou frases adicionais, necessárias para evitar que o consumidor seja induzido a erro ou
engano com respeito a natureza e condições físicas próprias do alimento, as quais devem estar junto ou próximas
da denominação do alimento. Por exemplo: tipo de cobertura, forma de apresentação, condição ou tipo de
tratamento a que tenha sido submetido.
6.2. Lista de ingredientes
6.2.1. Com exceção de alimentos com um único ingrediente (por exemplo: açúcar, farinha, erva-mate, vinho, etc.)
deve constar no rótulo uma lista de ingredientes.
6.2.2. A lista de ingredientes deve constar no rótulo precedida da expressão "ingredientes:" ou "ingr.:", de acordo
com o especificado abaixo:
a) todos os ingredientes devem constar em ordem decrescente, da respectiva proporção;
b) quando um ingrediente for um alimento elaborado com dois ou mais ingredientes, este ingrediente composto,
definido em um regulamento técnico específico, pode ser declarado como tal na lista de ingredientes, sempre que
venha acompanhado imediatamente de uma lista, entre parênteses, de seus ingredientes em ordem decrescente de
proporção;
c) quando para um ingrediente composto for estabelecido um nome em uma norma do CODEX ALIMENTARIUS
FAO/OMS ou em um Regulamento Técnico específico, e represente menos que 25% do alimento, não será
necessário declarar seus ingredientes, com exceção dos aditivos alimentares que desempenhem uma função
tecnológica no produto acabado;
d) a água deve ser declarada na lista de ingredientes, exceto quando formar parte de salmoras, xaropes, caldas,
molhos ou outros similares, e estes ingredientes compostos forem declarados como tais na lista de ingredientes não
será necessário declarar a água e outros componentes voláteis que se evaporem durante a fabricação;
e) quando se tratar de alimentos desidratados, concentrados, condensados ou evaporados, que necessitam de
reconstituição para seu consumo, através da adição de água, os ingredientes podem ser enumerados em ordem de
125
proporção (m/m) no alimento reconstituído.
Nestes casos, deve ser incluída a seguinte expressão:
"Ingredientes do produto preparado segundo as indicações do rótulo" ;
f) no caso de misturas de frutas, de hortaliças, de especiarias ou de plantas aromáticas em que não haja
predominância significativa de nenhuma delas (em peso), estas podem ser enumeradas seguindo uma ordem
diferente, sempre que a lista desses ingredientes venha acompanhada da expressão: " em proporção variável".
6.2.3. Pode ser empregado o nome genérico para os ingredientes que pertencem à classe correspondente, de
acordo com a Tabela 1.
Tabela 1
CLASSE DE INGREDIENTES NOME GENÉRICO
Óleos refinados diferentes do azeite de oliva Óleo de. completar com:
- a qualificação de "vegetal" ou "animal", de acordo com o
caso
- a indicação da origem específica vegetal ou animal
A qualificação hidrogenado ou parcialmente hidrogenado, de
acordo com o caso, deve acompanhar a denominação de óleo
cuja origem vegetal ou origem específica vegetal ou animal,
venha indicado.
Gorduras refinadas, exceto a manteiga "Gorduras" juntamente com o termo "vegetal" ou "animal" de
acordo com o caso.
Amidos e amidos modificados por ação enzimática ou física "Amido"
Amidos modificados quimicamente "Amido modificado"
Todas as espécies de pescado quando o pescado constitua um
ingrediente de outro alimento e sempre que no rótulo e na
apresentação deste alimento não faça referência a uma
determinada espécie de pescado
"Pescado"
Todos os tipos de carne de aves quando constitua um
ingrediente de outro alimento e sempre que no rótulo e na
apresentação deste alimento não faça referência a nenhum tipo
específico de carne de aves
"Carne de ave"
Todos os tipos de queijo, quando o queijo ou uma mistura de
queijos constitua um ingrediente de outro alimento e sempre que
no rótulo e na apresentação deste alimento não faça referência a
um tipo específico de queijo
"Queijo"
Todas as especiarias e extratos de especiarias isoladas ou
misturadas no alimento
"Especiaria", "especiarias", ou "mistura de especiarias", de
acordo com o caso.
Todas as ervas aromáticas ou partes de ervas aromáticas
isoladas ou misturadas no alimento
"Ervas aromáticas" ou "misturas de ervas aromáticas", de
acordo com o caso.
Todos os tipos de preparados de goma utilizados na fabricação
da goma base para a goma de mascar.
"Goma base"
Todos os tipos de sacarose "Açúcar"
Dextrose anidra e dextrose monohidratada "Dextrose ou glicose"
Todos os tipos de caseinatos "Caseinato"
Manteiga de cacau obtida por pressão, extração ou refinada "Manteiga de cacau"
Todas as frutas cristalizadas, sem exceder 30% do peso do
alimento
"Frutas cristalizadas"
126
6.2.4. Declaração de Aditivos Alimentares na Lista de Ingredientes
Os aditivos alimentares devem ser declarados fazendo parte da lista de ingredientes. Esta declaração deve constar
de:
a) a função principal ou fundamental do aditivo no alimento; e
b) seu nome completo ou seu número INS (Sistema Internacional de Numeração, Codex Alimentarius FAO/OMS),
ou ambos.
Quando houver mais de um aditivo alimentar com a mesma função, pode ser mencionado um em continuação ao
outro, agrupando-os por função.
Os aditivos alimentares devem ser declarados depois dos ingredientes.
Para os casos dos aromas/aromatizantes declara-se somente a função e, optativamente sua classificação, conforme
estabelecido em Regulamentos Técnicos sobre Aromas/Aromatizantes.
Alguns alimentos devem mencionar em sua lista de ingredientes o nome completo do aditivo utilizado. Esta
situação deve ser indicada em Regulamentos Técnicos específicos.
6.3 . Conteúdos Líquidos
Atender o estabelecido nos Regulamentos Técnicos específicos.
6.4. Identificação de Origem
6.4.1. Deve ser indicado:
o nome (razão social) do fabricante ou produtor ou fracionador ou titular (proprietário) da marca;
endereço completo;
país de origem e município;
número de registro ou código de identificação do estabelecimento fabricante junto ao órgão competente.
6.4.2. Para identificar a origem deve ser utilizada uma das seguintes expressões: "fabricado em... ", "produto ..."
ou "indústria ...".
6.5. Identificação do Lote
6.5.1. Todo rótulo deve ter impresso, gravado ou marcado de qualquer outro modo, uma indicação em código ou
linguagem clara, que permita identificar o Lote a que pertence o alimento, de forma que seja visível, legível e
indelével.
6.5.2. 0 lote é determinado em cada caso pelo fabricante, produtor ou fracionador do alimento, segundo seus
critérios.
6.5.3. Para indicação do lote, pode ser utilizado:
a) um código chave precedido da letra "L". Este código deve estar à disposição da autoridade competente e constar
da documentação comercial quando ocorrer o intercâmbio entre os países; ou
b) a data de fabricação, embalagem ou de prazo de validade, sempre que a(s) mesma(s) indique(m), pelo menos,
o dia e o mês ou o mês e o ano (nesta ordem), em conformidade com o item 6.6.1.b).
6.6. Prazo de Validade
6.6.1. Caso não esteja previsto de outra maneira em um Regulamento Técnico específico, vigora a seguinte
indicação do prazo de validade:
a) deve ser declarado o "prazo de validade";
b) o prazo de validade deve constar de pelo menos:
o dia e o mês para produtos que tenham prazo de validade não superior a três meses;
o mês e o ano para produtos que tenham prazo de validade superior a três meses. Se o mês de vencimento for
dezembro, basta indicar o ano, com a expressão "fim de...... " (ano);
c) o prazo de validade deve ser declarado por meio de uma das seguintes expressões:
"consumir antes de..."
"válido até..."
"validade..."
"val:..."
"vence..."
"vencimento..."
127
"vto:..."
"venc:...."
"consumir preferencialmente antes de..."
d) as expressões estabelecidas no item "c" devem ser acompanhadas:
do prazo de validade; ou
de uma indicação clara do local onde consta o prazo de validade; ou
de uma impressão através de perfurações ou marcas indeléveis do dia e do mês ou do mês e do ano, conforme os
critérios especificados em 6.6.1 (b).
Toda informação deve ser clara e precisa;
e) o dia, o mês e o ano devem ser expressos em algarismos, em ordem numérica não codificada, com a ressalva de
que o mês pode ser indicado com letras nos países onde este uso não induza o consumidor a erro. Neste último
caso, é permitido abreviar o nome do mês por meio das três primeiras letras do mesmo;
f) apesar do disposto no item 6.6.1 (a), não é exigida a indicação do prazo de validade para:
frutas e hortaliças frescas, incluídas as batatas não descascadas, cortadas ou tratadas de outra forma análoga;
vinhos, vinhos licorosos, vinhos espumantes, vinhos aromatizados, vinhos de frutas e vinhos espumantes de frutas;
bebidas alcoólicas que contenham 10% (v/v) ou mais de álcool;
produtos de panificação e confeitaria que, pela natureza de conteúdo, sejam em geral consumidos dentro de 24
horas seguintes à sua fabricação;
vinagre;
açúcar sólido;
produtos de confeitaria à base de açúcar, aromatizados e ou coloridos, tais como: balas, caramelos, confeitos,
pastilhas e similares;
goma de mascar;
sal de qualidade alimentar (não se aplica para sal enriquecido)
alimentos isentos por Regulamentos Técnicos específicos.
6.6.2. Nos rótulos das embalagens de alimentos que exijam condições especiais para sua conservação, deve ser
incluída uma legenda com caracteres bem legíveis, indicando as precauções necessárias para manter suas
características normais, devendo ser indicadas as temperaturas máxima e mínima para a conservação do alimento
e o tempo que o fabricante, produtor ou fracionador garante sua durabilidade nessas condições. 0 mesmo
dispositivo é aplicado para alimentos que podem se alterar depois de abertas suas embalagens.
Em particular, para os alimentos congelados, cujo prazo de validade varia segundo a temperatura de conservação,
deve ser indicada esta característica. Nestes casos, pode ser indicado o prazo de validade para cada temperatura,
em função dos critérios já mencionados, ou então o prazo de validade para cada temperatura, indicando o dia, o
mês e o ano de fabricação.
Para declarar o prazo de validade, podem ser utilizadas as seguintes expressões:
"validade a - 18º C (freezer): ..."
"validade a - 4º C (congelador): ..."
"validade a 4º C (refrigerador): ..."
6.7. Preparo e instruções de uso do Produto
6.7.1. Quando necessário, o rótulo deve conter as instruções sobre o modo apropriado de uso, incluídos a
reconstituição, o descongelamento ou o tratamento que deve ser dado pelo consumidor para o uso correto do
produto.
6.7.2. Estas instruções não devem ser ambíguas, nem dar margem a falsas interpretações, a fim de garantir a
utilização correta do alimento.
7. ROTULAGEM FACULTATIVA
7.1. Na rotulagem pode constar qualquer informação ou representação gráfica, assim como matéria escrita,
impressa ou gravada, sempre que não estejam em contradição com os requisitos obrigatórios do presente
regulamento, incluídos os referentes a declaração de propriedades e as informações enganosas, estabelecidos no
item 3 - Princípios Gerais.
128
7.2. Denominação de Qualidade
7.2.1. Somente podem ser utilizadas denominações de qualidade quando tenham sido estabelecidas as
especificações corres- pondentes para um determinado alimento, por meio de um Regulamento Técnico específico.
7.2.2. Essas denominações devem ser facilmente compreensíveis e não devem de forma alguma levar o
consumidor a equívocos ou enganos, devendo cumprir com a totalidade dos parâmetros que identifica a qualidade
do alimento.
7.3. lnformação Nutricional
Pode ser utilizada a informação nutricional sempre que não entre em contradição com o disposto no item 3 -
Princípios Gerais.
8. APRESENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
8.1. Deve constar no painel principal, a denominação de venda do alimento, sua qualidade, pureza ou mistura,
quando regulamentada, a quantidade nominal do conteúdo do produto, em sua forma mais relevante em conjunto
com o desenho, se houver, e em contraste de cores que assegure sua correta visibilidade.
8.2. 0 tamanho das letras e números da rotulagem obrigatória, exceto a indicação dos conteúdos líquidos, não
pode ser inferior a 1mm.
9. CASOS PARTICULARES
9.1 A menos que se trate de especiarias e de ervas aromáticas, as unidades pequenas, cuja superfície do painel
principal para rotulagem, depois de embaladas, for inferior a 10 cm2, podem ficar isentas dos requisitos
estabelecidos no item 5 (Informação Obrigatória), com exceção da declaração de, no mínimo, denominação de
venda e marca do produto.
9.2 Nos casos estabelecidos no item 9.1, a embalagem que contiver as unidades pequenas deve apresentar a
totalidade da informação obrigatória exigida.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 Disque Saúde: 0 800 61 1997
130
Legislação em
Vigilância Sanitária
RESOLUÇÃO-RDC Nº 360, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV
do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 111, inciso I, alínea “b”, § 1º
do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de
2000, em reunião realizada em 17 de dezembro de 2003 considerando a necessidade do constante aperfeiçoamento das ações
de controle sanitário na área de alimentos visando a proteção à saúde da população; considerando a importância de
compatibilizar a legislação nacional com base nos instrumentos harmonizados no Mercosul relacionados à rotulagem
nutricional de alimentos embalados - Resoluções GMC nº 44/03 e 46/03; considerando que a rotulagem nutricional facilita
ao consumidor conhecer as propriedades nutricionais dos alimentos, contribuindo para um consumo adequado dos mesmos;
considerando que a informação que se declara na rotulagem nutricional complementa as estratégias e políticas de saúde dos
países em benefício da saúde do consumidor; considerando que é conveniente definir claramente a rotulagem nutricional que
deve ter os alimentos embalados que sejam comercializados no Mercosul, com o objetivo de facilitar a livre circulação dos
mesmos, atuar em benefício do consumidor e evitar obstáculos técnicos ao comércio. adotou a seguinte Resolução de
Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, em exercício, determino a sua publicação:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, tornando
obrigatória a rotulagem nutricional, conforme Anexo.
Art. 2º Na rotulagem nutricional devem ser declarados os seguintes nutrientes: valor energético, carboidratos,
proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e sódio, conforme estabelecido no Anexo.
Art. 3º As empresas têm o prazo até 31 de julho de 2006 para se adequarem à mesma.
Art. 4º Ficam revogadas as Resoluções-RDC Nº 39 e 40, de 21 de março de 2001, Resolução - RE nº 198, de 11
de setembro de 2001 e a Resolução-RDC 207, de 1º de agosto de 2003.
Art. 5º O descumprimento aos termos desta Resolução constitui infração sanitária sujeita aos dispositivos da Lei
nº 6437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
RICARDO OLIVA
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS EMBALADOS
1. Âmbito de aplicação.
O presente Regulamento Técnico se aplica à rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados,
qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos
consumidores.
O presente Regulamento Técnico se aplica sem prejuízo das disposições estabelecidas em Regulamentos
Técnicos vigentes sobre Rotulagem de Alimentos Embalados e ou em qualquer outro Regulamento Técnico
específico.
O presente Regulamento Técnico não se aplica:
1. as bebidas alcoólicas;
2. aos aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia;
3. as especiarias;
4. às águas minerais naturais e as demais águas de consumo humano;
5. aos vinagres;
131
6. ao sal (cloreto de sódio);
7. café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes;
8. aos alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, prontos para o
consumo;
9. aos produtos fracionados nos pontos de venda a varejo, comercializados como pré-medidos;
10. as frutas, vegetais e carnes in natura, refrigerados e congelados;
11. aos alimentos com embalagens cuja superfície visível para rotulagem seja menor ou igual a 100 cm2. Esta
exceção não se aplica aos alimentos para fins especiais ou que apresentem declarações de propriedades
nutricionais.
2. Definições
Para fins deste Regulamento Técnico considera-se:
2.1. Rotulagem nutricional: é toda descrição destinada a informar ao consumidor sobre as propriedades
nutricionais de um alimento.
A rotulagem nutricional compreende:
a) a declaração de valor energético e nutrientes;
b) a declaração de propriedades nutricionais (informação nutricional complementar).
2.2. Declaração de nutrientes: é uma relação ou enumeração padronizada do conteúdo de nutrientes de um
alimento.
2.3. Declaração de propriedades nutricionais (informação nutricional complementar): é qualquer representação
que afirme, sugira ou implique que um produto possui propriedades nutricionais particulares, especialmente, mas
não somente, em relação ao seu valor energético e conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos e fibra
alimentar, assim como ao seu conteúdo de vitaminas e minerais.
2.4. Nutriente: é qualquer substância química consumida normalmente como componente de um alimento, que:
a) proporciona energia; e ou
b) é necessária ou contribua para o crescimento, desenvolvimento e a manutenção da saúde e da vida; e ou
c) cuja carência possa ocasionar mudanças químicas ou fisiológicas características.
2.5. Carboidratos ou hidratos de carbono ou glicídios: são todos os mono, di e polissacarídeos, incluídos os polióis
presentes no alimento, que são digeridos, absorvidos e metabolizados pelo ser humano.
2.5.1. Açúcares: são todos os monossacarídeos e dissacarídeos presentes em um alimento que são digeridos,
absorvidos e metabolizados pelo ser humano. Não se incluem os polióis.
2.6. Fibra alimentar: é qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato
digestivo humano.
2.7. Gorduras ou lipídeos: são substâncias de origem vegetal ou animal, insolúveis em água, formadas de
triglicerídeos e pequenas quantidades de não glicerídeos, principalmente fosfolipídeos;
2.7.1. Gorduras saturadas: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos sem duplas ligações, expressos como
ácidos graxos livres.
2.7.2. Gorduras monoinsaturadas: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos com uma dupla ligação cis,
expressos como ácidos graxos livres.
2.7.3. Gorduras poliinsaturadas: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos com duplas ligações cis-cis
separadas por grupo metileno, expressos como ácidos graxos livres.
2.7.4. Gorduras trans: são os triglicerídeos que contém ácidos graxos insaturados com uma ou mais dupla ligação
trans, expressos como ácidos graxos livres.
2.8. Proteínas: são polímeros de aminoácidos ou compostos que contém polímeros de aminoácidos.
2.9. Porção: é a quantidade média do alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, maiores de 36
meses, em cada ocasião de consumo, com a finalidade de promover uma alimentação saudável.
2.10. Consumidores: são pessoas físicas que compram ou recebem alimentos com o objetivo de satisfazer suas
necessidades alimentares e nutricionais.
2.11. Alimentos para fins especiais: são os alimentos processados especialmente para satisfazer necessidades
particulares de alimentação determinadas por condições físicas ou fisiológicas particulares e ou transtornos do
132
metabolismo e que se apresentem como tais. Incluí-se os alimentos destinados aos lactentes e crianças de
primeira infância. A composição desses alimentos deverá ser essencialmente diferente da composição dos
alimentos convencionais de natureza similar, caso existam.
3. Declaração de valor energético e nutrientes
3.1. Será obrigatório declarar a seguinte informação:
3.1.1. A quantidade do valor energético e dos seguintes nutrientes:
• Carboidratos;
• Proteínas;
• Gorduras totais;
• Gorduras saturadas;
• Gorduras trans;
• Fibra alimentar;
• Sódio 3.1.2. A quantidade de qualquer outro nutriente que se considere importante para manter um bom
estado nutricional, segundo exijam os Regulamentos Técnicos específicos.
3.1.3. A quantidade de qualquer outro nutriente sobre o qual se faça uma declaração de propriedades
nutricionais ou outra declaração que faça referência à nutrientes.
3.1.4.Quando for realizada uma declaração de propriedades nutricionais (informação nutricional complementar)
sobre o tipo e ou a quantidade de carboidratos deve ser indicada a quantidade de açúcares e do(s)
carboidrato(s) sobre o qual se faça a declaração de propriedades. Podem ser indicadas também as quantidades
de amido e ou outro(s) carboidrato(s), em conformidade com o estipulado no item 3.4.5.
3.1.5. Quando for realizada uma declaração de propriedades nutricionais (informação nutricional complementar)
sobre o tipo e ou a quantidade de gorduras e ou ácidos graxos e ou colesterol deve ser indicada a quantidade de
gorduras saturadas, trans, monoinsaturadas, poliinsaturadas e colesterol, em conformidade com o estipulado no
item 3.4.6.
3.2. Optativamente podem ser declarados:
3.2.1. As vitaminas e os minerais que constam no Anexo A, sempre e quando estiverem presentes em quantidade
igual ou maior a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) por porção indicada no rótulo.
3.2.2. Outros nutrientes.
3.3. Cálculo do Valor energético e nutrientes
3.3.1. Cálculo do valor energético
A quantidade do valor energético a ser declarada deve ser calculada utilizando-se os seguintes fatores de
conversão:
• Carboidratos (exceto polióis) 4 kcal/g - 17 kJ/g
• Proteínas 4 kcal/g - 17 kJ/g
• Gorduras 9 kcal/g - 37 kJ/g
• Álcool (Etanol) 7 kcal/g - 29 kJ/g
• Ácidos orgânicos 3 kcal/g - 13 kJ/g
• Polióis 2,4 kcal/g -10 kJ/g
• Polidextroses 1 kcal/g - 4 kJ/g
Podem ser usados outros fatores para outros nutrientes não previstos neste item, os quais serão indicados nos
Regulamentos Técnicos específicos ou em sua ausência fatores estabelecidos no Codex Alimentarius.
3.3.2. Cálculo de proteínas
A quantidade de proteínas a ser indicada deve ser calculada mediante a seguinte fórmula:
Proteína = conteúdo total de nitrogênio (Kjeldahl) x fator Serão utilizados os seguintes fatores:
5,75 proteínas vegetais;
6,38 proteínas lácteas;
6,25 proteínas da carne ou misturas de proteínas;
6,25 proteínas de soja e de milho
Pode ser usado um fator diferente quando estiver indicado em um Regulamento Técnico específico ou na sua
133
ausência o fator indicado em um método de análise específico validado e reconhecido internacionalmente.
3.3.3. Cálculo de carboidratos
É calculado como a diferença entre 100 e a soma do conteúdo de proteínas, gorduras, fibra alimentar, umidade e
cinzas.
3.4. Apresentação da rotulagem nutricional
3.4.1. Localização e características da informação
3.4.1.1. A disposição, o realce e a ordem da informação nutricional devem seguir os modelos apresentados no
Anexo B.
3.4.1.2. A informação nutricional deve aparecer agrupada em um mesmo lugar, estruturada em forma de tabela,
com os valores e as unidades em colunas. Se o espaço não for suficiente, pode ser utilizada a forma linear,
conforme modelos apresentados no Anexo B.
3.4.1.3. A declaração de valor energético e dos nutrientes deve ser feita em forma numérica. Não obstante, não
se exclui o uso de outras formas de apresentação complementar.
3.4.1.4. A informação correspondente à rotulagem nutricional deve estar redigida no idioma oficial do país de
consumo (espanhol ou português), sem prejuízo de textos em outros idiomas e deve ser colocada em lugar
visível, em caracteres legíveis e deve ter cor contrastante com o fundo onde estiver impressa.
3.4.2. Unidades que devem ser utilizadas na rotulagem nutricional:
• Valor energético: quilocalorias(kcal ) e quilojoules( kJ)
• Proteínas: gramas (g)
• Carboidratos: gramas (g)
• Gorduras: gramas (g)
• Fibra alimentar: gramas (g)
• Sódio: miligramas (mg)
• Colesterol: miligramas (mg)
• Vitaminas: miligramas (mg) ou microgramas (µg), conforme expresso na Tabela de IDR do Anexo A
• Minerais: miligramas (mg) ou microgramas (µg), conforme expresso na Tabela de IDR do Anexo A
• Porção: gramas(g), mililitros (ml) e medidas caseiras de acordo com o Regulamento Técnico específico.
3.4.3. Expressões dos valores
3.4.3.1. O Valor energético e o percentual de Valor Diário (% VD) devem ser declarados em números inteiros. Os
nutrientes serão declarados de acordo com o estabelecido na seguinte tabela e as cifras deverão ser expressas
nas unidades indicadas no Anexo A:
Valores maiores ou igual a 100: Serão declarados em números inteiros com três cifras
Valores menores que 100 e maiores ou iguais a 10: Serão declarados em números inteiros com duas cifras
Valores menores que 10 e maiores ou iguais a 1: Serão declarados com uma cifra decimal
Valores menores que 1: Para vitaminas e minerais - declarar com duas cifras decimais
Demais nutrientes - declarar com uma cifra decimal.
3.4.3.2. A informação nutricional será expressa como “zero” ou “0” ou “não contém” para valor energético e ou
nutrientes quando o alimento contiver quantidades menores ou iguais as estabelecidas como “não significativas”
de acordo com a Tabela seguinte:
Valor energético / nutrientes Quantidades não significativas por porção (expressa em g ou ml)
Valor energético Menor ou igual a 4 kcal Menor que 17 kJ
Carboidratos Menor ou igual a 0,5 g
Proteínas Menor ou igual a 0,5 g
Gorduras totais (*) Menor ou igual a 0,5 g
Gorduras saturadas Menor ou igual a 0,2 g
Gorduras trans Menor ou igual a 0,2 g
Fibra alimentar Menor ou igual a 0,5 g
134
Sódio Menor ou igual a 5 mg
(*) Será declarado como “zero”, “0” ou “não contém” quando a quantidade de gorduras totais, gorduras
saturadas e gorduras trans atendam a condição de quantidades não significativas e nenhum outro tipo de
gordura seja declarado com quantidades superiores a zero.
3.4.3.3. Alternativamente, pode ser utilizada uma declaração nutricional simplificada. Para tanto, a declaração de
valor energético ou conteúdo de nutrientes será substituída pela seguinte frase:
“Não contém quantidade significativa de ......(valor energético e ou nome(s) do(s) nutriente(s))” que será
colocada dentro do espaço destinado para rotulagem nutricional.
3.4.4. Regras para a informação nutricional
3.4.4.1. A informação nutricional deve ser expressa por porção, incluindo a medida caseira correspondente,
segundo o estabelecido no Regulamento Técnico específico e em percentual de Valor Diário (%VD). Fica excluída
a declaração de gordura trans em percentual de Valor Diário (%VD).
Adicionalmente, a informação nutricional pode ser expressa por 100 g ou 100 ml.
3.4.4.2. Para calcular a porcentagem do Valor Diário (%VD), do valor energético e de cada nutriente que contém
a porção do alimento, serão utilizados os Valores Diários de Referência de Nutrientes (VDR) e de Ingestão Diária
Recomendada (IDR) que constam no Anexo A desta Resolução.
Deve ser incluída como parte da informação nutricional a seguinte frase: “Seus valores diários podem ser maiores
ou menores dependendo de suas necessidades energéticas”.
3.4.4.3. As quantidades mencionadas devem ser as correspondentes ao alimento tal como se oferece ao
consumidor. Pode-se declarar, também, informações do alimento preparado, desde que se indiquem as
instruções específicas de preparação e que tais informações se refiram ao alimento pronto para o consumo.
3.4.5. Quando for declarada a quantidade de açúcares e ou polióis e ou amido e ou outros carboidratos,
presentes no alimento, esta declaração deve constar abaixo da quantidade de carboidratos, da seguinte forma:
Carboidratos .......g, dos quais:
açúcares............g
polióis ...............g
amido.................g
. outros carboidratos ...g (devem ser identificados no rótulo)
A quantidade de açúcares, polióis, amido e outros carboidratos pode ser indicada também como porcentagem do
total de carboidratos.
3.4.6. quando for declarada a quantidade de gordura(s) e ou o tipo(s) de ácidos graxos e ou colesterol, esta
declaração deve constar abaixo da quantidade de gorduras totais, da seguinte forma:
Gorduras totais.....g, das quais:
gorduras saturadas................g
gorduras trans........................g
gorduras monoinsaturadas:....g
gorduras poliisaturadas:........g
colesterol:...........................mg
3.5. Tolerância
3.5.1. Será admitida uma tolerância de + 20% com relação aos valores de nutrientes declarados no rótulo.
3.5.2. Para os produtos que contenham micronutrientes em quantidade superior a tolerância estabelecida no
item 3.5.1, a empresa responsável deve manter a disposição os estudos que justifiquem tal variação.
4. Declaração de Propriedades Nutricionais (Informação Nutricional Complementar)
4.1 A declaração de propriedades nutricionais nos rótulos dos alimentos é facultativa e não deve substituir, mas
ser adicional à declaração de nutrientes.
5. Disposições Gerais
5.1. A rotulagem nutricional pode ser incluída no país de origem ou de destino, e neste último caso, prévia à
comercialização do alimento.
5.2. Para fins de comprovação da informação nutricional, no caso de resultados divergentes, as partes atuantes
135
acordarão utilizar métodos analíticos reconhecidos internacionalmente e validados.
5.3. Quando facultativamente for declarada a informação nutricional no rótulo dos alimentos excetuados neste
presente Regulamento, ou para os alimentos não contemplados no Regulamento Técnico de Porções de
Alimentos Embalados, a rotulagem nutricional deve cumprir com os requisitos do presente Regulamento. Além
disso, para a determinação da porção desses alimentos deve-se aplicar o estabelecido no Regulamento Técnico
de Porções de Alimentos Embalados, tomando como referência aquele(s) alimento(s) que por sua(s)
característica(s) nutricional(is) seja(m) comparável(is) e ou similar( es). Em caso contrário deve ser utilizada a
metodologia empregada para harmonização das porções descritas no Regulamento antes mencionado.
5.4. Os alimentos destinados a pessoas com transtornos metabólicos específicos e ou condições fisiológicas
particulares podem, através de regulamentação, estar isentos de declarar as porções e ou percentual de valor
diário estabelecidos no Regulamento Técnico específico.
ANEXO A
VALORES DIÁRIOS DE REFERÊNCIA DE NUTRIENTES (VDR) DE DECLARAÇÃO OBRIGATÓRIA (1)
Valor energético 2000 kcal - 8400kJ
Carboidratos 300 gramas
Proteínas 75 gramas
Gorduras totais 55 gramas
Gorduras saturadas 22 gramas
Fibra alimentar 25 gramas
Sódio 2400 miligramas
VALORES DE INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA DE NUTRIENTES (IDR) DE DECLARAÇÃO VOLUNTÁRIA -
VITAMINAS E MINERAIS
Vitamina A (2) 600 µg
Vitamina D (2) 5 µg
Vitamina C (2) 45 mg
Vitamina E (2) 10 mg
Tiamina (2) 1,2 mg
Riboflavina (2) 1,3 mg
Niacina (2) 16 mg
Vitamina B6 (2) 1,3 mg
Ácido fólico (2) 400 µg
Vitamina B12 (2) 2,4 µg
Biotina (2) 30 µg
Ácido pantotênico (2) 5 mg
Cálcio (2) 1000 mg
Ferro (2) (*) 14 mg
Magnésio (2) 260 mg
Zinco (2) (**) 7 mg
Iodo (2) 130 µg
Vitamina K (2) 65 µg
Fósforo (3) 700 mg
Flúor (3) 4 mg
Cobre (3) 900 µg
Selênio (2) 34 µg
136
Molibdênio (3) 45 µg
Cromo (3) 35 µg
Manganês (3) 2,3 mg
Colina (3) 550 mg
(*) 10% de biodisponibilidade
(**) Biodisponibilidade moderada
NOTAS:
(1) FAO/OMS -Diet, Nutrition and Prevention of Chronic Diseases. WHO Technical Report Series 916 Geneva,
2003.
(2) Human Vitamin and Mineral Requirements, Report 7ª Joint FAO/OMS Expert Consultation Bangkok, Thailand,
2001.
(3) Dietary Reference Intake, Food and Nutrition Board, Institute of Medicine. 1999-2001.
ANEXO B
MODELOS DE ROTULAGEM NUTRICIONAL
A ) Modelo Vertical A
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção g ou ml (medida caseira)
Quantidade por porção % VD (*)
kcal = kJ
Valor energético
Carboidratos g
Proteínas g
Gorduras totais g
Gorduras saturadas g
Gorduras trans g (Não declarar)
Fibra alimentar g
Sódio mg
"Não contém quantidade significativa de (valor energético e ou o(os) nome(s) do(s) nutriente(s)" (Esta frase pode ser
empregada quando se utiliza a declaração nutricional simplificada)
* % Valores Diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores
ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
B ) Modelo Vertical B
Quantidade por porção % VD (*) Quantidade por porção % VD (*)
Valor energético kcal = kJ Gorduras saturadas g
Carboidratos g Gorduras trans g (Não declarar)
Proteínas g Fibra alimentar... g
INFORMAÇÃO
NUTRICIONAL Porção g ou
ml (medida caseira)
Gorduras totais g Sódio mg
"Não contém quantidade significativa de (valor energético e ou nome(s) do(s) nutriente(s))" (Esta frase pode ser empregada
quando se utiliza a declaração nutricional simplificada)
* % Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal, ou 8400 kJ. Seus valores diários podem
ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
C) Modelo Linear
Informação Nutricional: Porção ___ g ou ml; (medida caseira) Valor energético.... kcal =…….kJ (...%VD);
Carboidratos ...g (...%VD); Proteínas ...g(...%VD); Gorduras totais ........g (...%VD); Gorduras saturadas.....g
(%VD); Gorduras trans...g; Fibra alimentar ...g (%VD); Sódio ..mg (%VD). “Não contém quantidade significativa
de ......(valor energético e ou o(s) nome(s) do(s) nutriente(s))” (Esta frase pode ser empregada quando se utiliza
137
a declaração nutricional simplificada).
*% Valores Diários com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou
menores dependendo de suas necessidades energéticas.
Nota explicativa a todos os modelos:
A expressão “INFORMAÇÃO NUTRICIONAL” o valor e as unidades da porção e da medida caseira devem estar em
maior destaque do que o resto da informação nutricional.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 Disque Saúde: 0 800 61 1997
139
Legislação em
Vigilância Sanitária
RESOLUÇÃO Nº 23, DE 15 DE MARÇO DE 2000
Dispõe sobre O Manual de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da
Obrigatoriedade de Registro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da
ANVS aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1° do Art. 95 do Regimento Interno aprovado pela Resolução n.° 1, de 26 de
abril de 1999, em reunião realizada em 1º de março de 2000, adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino
a sua publicação:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico sobre o Manual de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de
Registro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos constante do Anexo desta Resolução;
Art. 2º O descumprimento desta Resolução constitui infração sanitária, sujeitando os infratores às penalidades da Lei n.º 6.437, de 20
de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 3º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Fica revogada a Portaria SVS/MS n.º 120, de 18 de fevereiro de 1999.
GONZALO VECINA NETO
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE O MANUAL DE PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA REGISTRO E DISPENSA DA OBRIGATORIEDADE DE
REGISTRO DE PRODUTOS PERTINENTES À ÀREA DE ALIMENTOS
1. ALCANCE
1.1. Objetivo
Estabelecer procedimentos básicos para o registro e dispensa da obrigatoriedade de registro de produtos pertinentes à área de
alimentos.
1.2. Âmbito de aplicação
O presente Manual se aplica a todos os setores envolvidos com o trâmite de processos de registro ou dispensa da obrigatoriedade de
registro de alimentos, aditivos, coadjuvantes de tecnologia e embalagens, nacionais e importados.
2. DEFINIÇÕES
Para efeito desta Resolução, considera-se:
2.1. Registro: é o ato legal que, cumpridos os procedimentos descritos nesta Resolução, reconhece a adequação de um produto à
legislação vigente, formalizado por meio de publicação no Diário Oficial da União;
2.2. Dispensa da obrigatoriedade de registro: é o ato, fundamentado na legislação vigente, pelo qual se desobriga o registro de
produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, cumpridos os procedimentos descritos nesta Resolução;
2.3. Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento: é o ato privativo do órgão de saúde competente dos Estados, Distrito Federal e
dos Municípios, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que exercem atividades pertinentes à área de
alimentos;
2.5. Embalagem final: produto resultante do último estágio do processo de fabricação que implica em modificação de sua composição;
2.6. Embalagem Reciclada : embalagem produzida por processo tecnológico específico de obtenção de resinas a partir de materiais
recicláveis;
2.7. Matéria-prima alimentar: toda substância em estado bruto, que para ser utilizada como alimento precise sofrer tratamento e ou
transformação de natureza física, química ou biológica;
2.8. Alimento "in natura": todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas a remoção da parte
não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e conservação;
140
2.9. Produto Alimentício: todo alimento derivado de matéria-prima alimentar ou de alimento "in natura", adicionado, ou não, de outras
substâncias permitidas, obtido por processo tecnológico adequado;
2.10. Ingrediente: é qualquer substância, incluídos os aditivos alimentares, empregada na fabricação ou preparação de um alimento e
que permanece no produto final, ainda que de forma modificada;
2.11. Aditivo Alimentar: é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com objetivo de
modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento,
embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Ao agregar-se poderá resultar em que o
próprio aditivo ou seus derivados se convertam em um componente de tal alimento. Esta definição não inclui os contaminantes ou
substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais;
2.12. Coadjuvante de Tecnologia de Fabricação: é toda substância, excluindo os equipamentos e os utensílios utilizados na elaboração
e/ou conservação de um produto, que não se consome por si só como ingrediente alimentar e que se emprega intencionalmente na
elaboração de matérias-primas, alimentos, ou seus ingredientes, para obter uma finalidade tecnológica durante o tratamento ou
elaboração. Deverá ser eliminada do alimento ou inativada, podendo admitir-se no produto final a presença de traços da substância ou
seus derivados;
2.13. Monitoramento de qualidade do produto: coleta, avaliação e análise laboratorial quando for o caso, de produtos com objetivo de
verificar sua conformidade com o padrão sanitário requerido e ou com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou Regulamento
Técnico do produto (RT);
2.14. Inspeção Sanitária na Indústria: é o procedimento da fiscalização efetuado pela autoridade sanitária na unidade fabril, para
verificar o cumprimento da legislação vigente;
2.15. Exigência: é um recurso a ser utilizado pelo Sistema de Vigilância Sanitária, dirigido às empresas, para solicitar complementação
de dados para uma melhor avaliação do processo em estudo e adequação à legislação vigente.
3. REFERÊNCIAS
3.1. Decreto 55.871, de 26 de março de 1965 - Modifica o Decreto n.º 50.040, de 24 de janeiro de 1961, referente a norma
reguladoras do emprego de aditivos para alimentos, alterado pelo Decreto n.º 681, de 13 de março de 1962.
3.2. Decreto - Lei 986, de 12 de outubro de 1969 - Institui normas básicas sobre alimentos.
3.3. Decreto n.º 63.526, de 04 de novembro de 1968 - Aprova as normas técnicas especiais sobre o emprego de aditivos em alimentos
e dá outras providências.
3.4. Resolução CNNPA n.º 08, de 24 de junho de 1975 - Dispõe quanto a substâncias e materiais que poderão ser empregados no
fabrico de recipientes ou utensílios destinados a entrar em contato com alimentos e outros.
3.5. Portaria n.º 33 - SVS/MS, de 13/03/80, publicada no D.O.U. 18/03/80 -Dispõe sobre a renovação de registro.
3.6. Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990 - Dispõe sobre Sistema Único de Saúde (SUS).
3.7. Portaria n.º 9 - DINAL/MS de 23 de fevereiro de 1990 - Dispõe sobre produtos dispensados de registro.
3.8. Portaria n.º 1.428, de 26 de novembro de 1993 - Aprova o Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos, as
Diretrizes para Boas Práticas de Produção, o Regulamento Técnico para estabelecimento de Padrões de Identidade e Qualidade.
3.9. Portaria n.º 326 - SVS/MS, 30 de julho de 1997 - Condições Higiênico - Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para
Estabelecimentos Produtores/ Industrializadores de Alimentos.
3.10. Portaria n.º 540 - SVS/MS, de 27 de outubro de 1997 - Aprova o Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares - definições,
classificação e emprego.
3.11. Portaria Ministerial n.º 1.634, de 29 de outubro de 1997.
3.12. Portaria n.º 579 - SVS/MS, de 17 de novembro de 1997- Dispensa a emissão posterior de documentos que impliquem na
repetição do ato de registro de alimentos.
3.13. Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999 - Dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária e dá outras providências.
3.14. Resolução n.º 01, de 26 de abril de 1999, Anexo I - Regimento Interno da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
3.15. Resolução n.º 237, de 02 de julho de 1999 - Institui formulário padrão para recolhimento da taxa de fiscalização sanitária e
Declaração de enquadramento do tipo da empresa.
3.16. Resolução n.º 16, de 30 de abril de 1999, publicada no D.O.U. em 03/12/99 - Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos
para Registro de Alimentos e ou Novos Ingredientes.
3.17. Resolução n.º 17, de 30 de abril de 1999, publicada no D.O.U. em 03/12/99 - Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece as
141
Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos.
3.18. Resolução n.º 18, de 30 de abril de 1999, publicada no D.O.U. em 03/11/99 - Aprova o Regulamento Técnico que Estabelece as
Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos.
3.19. Resolução n.º 19, de 30 de abril de 1999, publicada no D.O.U. em 10/12/99 - Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos
para Registro de Alimento com Alegação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde em sua Rotulagem.
3.20. Resolução ANVS n.º 104, de 14 de maio de 1999, publicada no D.O.U. em 17/05/99 - Aprova o Regulamento Técnico sobre
Aditivos Aromatizantes/Aromas.
3.21. Medida Provisória n.º 2.000-13, de 11 de fevereiro de 2000 publicada no D.O. U. de 12/02/00- Altera dispositivos da Lei 9.782,
de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dá
outras providências.
4. PRINCÍPIOS GERAIS
4.1. Todos os estabelecimentos que exercerem atividades pertinentes à área de alimentos devem ser inspecionados e licenciados pela
autoridade sanitária.
4.2. Os produtos do Anexo I estão dispensados de registro, enquanto que os produtos do Anexo II devem ser registrados no órgão
competente do Ministério da Saúde.
4.3. Os produtos de um anexo podem passar a integrar o outro anexo. Essa mudança pode ocorrer em função do histórico de
qualidade do produto, efetuado por meio do monitoramento de qualidade ou em conseqüência de ocorrência de agravos à saúde
atribuídos ao consumo de alimentos.
4.4. Todo alimento deve ser produzido de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou Regulamento Técnico (RT) e
demais diretrizes estabelecidas, aprovados pela autoridade competente.
4.5. A não conformidade com os critérios estabelecidos no item 4.4, constatada por meio do monitoramento de qualidade do produto,
implicará na aplicação, às empresas, das penalidades previstas na legislação vigente.
PROCEDIMENTOS
5.1. PRODUTOS DISPENSADOS DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO
5.1.1. Os produtos do Anexo I estão dispensados da obrigatoriedade de registro no órgão competente do Ministério da Saúde.
5.1.2. As empresas devem informar o início da fabricação do(s) produto(s) à autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do
Município, conforme modelo Anexo X, podendo já dar início a comercialização.
5.1.3. A autoridade sanitária terá um prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da comunicação da empresa, para proceder a
inspeção sanitária na unidade fabril, nos termos do item 5.1.4.
5.1.4. A realização da inspeção neste prazo dependerá, isoladamente ou em conjunto, da natureza do produto, do risco associado ao
produto, da data da última inspeção e do histórico da empresa.
5.1.5. No caso da empresa não ser aprovada na inspeção referida no item 5.1.3., a mesma será notificada para adotar os seguintes
procedimentos, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação:
suspender a produção;
recolher o(s) produto(s) no mercado, quando a autoridade sanitária julgar necessário com base na legislação pertinente, arcando com
os custos da divulgação para notificação à população.
5.1.6. Estão também dispensados da obrigatoriedade de registro e, adicionalmente, dispensados da necessidade de informar o início
da fabricação à autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, os seguintes produtos:
5.1.6.1. as matérias-primas alimentares e os alimentos "in natura";
5.1.6.2. os aditivos alimentares (intencionais) inscritos na Farmacopéia Brasileira, os utilizados de acordo com as Boas Práticas de
Fabricação e aqueles dispensados pelo órgão competente do Ministério da Saúde;
5.1.6.3. Os produtos alimentícios elaborados conforme Padrão de Identidade e Qualidade, usados como ingredientes alimentares,
destinados ao emprego na preparação de alimentos industrializados, em estabelecimentos devidamente licenciados, desde que
incluídos na legislação brasileira de alimentos;
5.1.6.4. Os produtos de panificação, de pastifício, de pastelaria, de confeitaria, de doceria, de rotisseria e de sorveteria, quando
exclusivamente destinados à venda direta ao CONSUMIDOR, efetuada em balcão do próprio PRODUTOR, mesmo quando
acondicionados em recipientes ou embalagens com a finalidade de facilitar sua comercialização.
5.2. REGISTRO DE PRODUTOS
5.2.1. Todos os produtos constantes do Anexo II devem ser registrados no órgão competente do Ministério da Saúde.
142
5.2.2. A solicitação de registro deve ser efetuada pela empresa interessada, junto ao órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do
Distrito Federal ou do Município onde uma das unidades fabris da empresa esteja localizada. A documentação exigida está relacionada
no Anexo III;
5.2.3. A solicitação de registro requer a entrega, pela empresa, dos documentos específicos mencionados no Anexo III, dos
Formulários de Petição FP1 e FP2, constantes dos Anexos V e VI, cujas instruções de preenchimento encontram-se nos Anexos VII,
VIII e IX.
5.2.4. Os referidos formulários devem ser protocolizados na Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal, ou do Município.
5.2.5. Para as embalagens recicladas, registra-se somente a embalagem final.
5.2.6. O valor para registro de produto ou procedimentos administrativos são regidos por Resolução específica de Taxa de Fiscalização
de Vigilância Sanitária.
5.2.7. Demais procedimentos para registro de produtos:
5.2.7.1. Registro Único
Pode ser solicitado quando um mesmo produto é fabricado por unidades fabris distintas de uma mesma empresa, localizadas em um
ou mais Estado/País.
O registro único deve ser solicitado por apenas uma das unidades fabris da empresa, que passa a ser responsável por todas as
eventuais modificações pertinentes ao produto.
A empresa deve apresentar junto ao órgão de vigilância sanitária o Alvará Sanitário ou a Licença de Funcionamento, de cada uma das
unidades fabris e anexar aos demais documentos exigidos no Anexo III.
A empresa pode anexar ao processo os relatórios de inspeção de cada uma das unidades fabris.
Deve estar claramente identificado no rótulo o nome do fabricante e o endereço da unidade produtora.
5.2.7.1.1. O registro único pode ser requerido ainda nas seguintes situações:
5.2.7.1.1.1. Produtos com a mesma base de formulação diferenciando-se entre eles: fruta e/ou sabor e/ou aroma e/ou cobertura e/ou
formato e/ou concentração de ingredientes, desde que não altere a natureza do produto. Produtos com a mesma base de formulação,
diferenciando-se apenas o CORANTE se o mesmo possuir IDA (Ingestão Diária Aceitável) não especificada ou não limitada. Havendo
variação de corantes que possuam IDA numérica, o registro é distinto para cada produto;
5.2.7.1.1.2 Produtos com a mesma base de formulação e marcas diferentes.
5.2.7.1.2. Extensão Para Registro Único
Pode ser solicitada a extensão para registro único nos casos previstos no item 5.2.7.1.1.1.
5.2.7.2. Registro de produto no caso de empresa distribuidora
A empresa distribuidora pode utilizar sua marca registrada nos produtos fabricados por outra(s) empresa(s) por meio de contrato,
devendo apresentar, obrigatoriamente, cópia do Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento.
O pedido de registro de um produto que utiliza a marca ou o nome de uma empresa distribuidora, deve ser feito pela empresa
fabricante, indicando no campo correspondente do formulário de petição a marca da empresa distribuidora.
Os dizeres de rotulagem devem identificar a distribuidora e o fabricante.
5.2.7.3. Registro de produção terceirizada (registro novo)
Utilizado quando a empresa alimentícia possui unidade fabril autorizada para produção de alimentos e quer terceirizar produtos que ela
produza ou não. A solicitação de registro deve ser feita por uma das empresas que apresente as condições para produção de
alimentos. Os requisitos necessários para terceirização, além dos documentos constantes no Anexo III, são:
a) o órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município deve ter ciência desse acordo mediante apresentação
do contrato de terceirização ou documento equivalente;
b) os dizeres de rotulagem devem identificar o fabricante e o detentor da marca;
c) as empresas devem apresentar cópia do Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento.
5.2.7.4. Registro de Produtos que não constam do Anexo II
5.2.7.4.1. Produto sem Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou sem Regulamento Técnico (RT):
A empresa interessada deve apresentar uma proposta de PIQ ou RT, anexando referência internacional, na seguinte ordem de
prioridade: Codex Alimentarius, Comunidade Européia (CE) e Code of Federal Regulations (CFR) - FDA-USA; bem como, legislação
sobre o assunto em outros países ou atender às exigências das diretrizes de avaliação de risco e segurança estabelecidas em
regulamento técnico específico;
5.2.7.4.2. Embalagem Reciclada
143
A empresa deve apresentar uma proposta de regulamento técnico, contendo as seguintes informações:
referência internacional, na ordem de prioridade: Codex Alimentarius, Comunidade Européia (CE) e Code of Federal Regulations (CFR)
- FDA-USA ou atender às exigências das diretrizes de avaliação de risco e segurança estabelecidas em regulamento técnico específico;
estudos sobre a toxicidade do material da embalagem;
metodologia sobre determinação de migração (total e específica) para o alimento;
relação dos alimentos em que será utilizada e justificativa tecnológica;
metodologia analítica para a identificação e verificação do grau de pureza do material da embalagem.
5.2.7.5. Registro de Produtos Importados Pertinentes à Área de Alimentos
Para efeito de registro e dispensa da obrigatoriedade de registro de produtos importados devem ser obedecidos os mesmos trâmites e
procedimentos para os alimentos produzidos nacionalmente, previstos neste Regulamento.
Para efeito de registro, os produtos importados na embalagem original e prontos para oferta ao consumidor passam a ser registrados
de acordo com a legislação específica.
6. RESPONSABILIDADES
6.1. Da empresa:
6.1.1. estar licenciada pela autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, que expedirá Alvará Sanitário ou
Licença de Funcionamento;
6.1.2. estabelecer e implementar as Boas Práticas de Fabricação de acordo com o que determina a legislação e apresentar o Manual de
Boas Práticas de Fabricação às autoridades sanitárias, no momento da inspeção e ou quando solicitado;
6.1.3. as importadoras e empresas distribuidoras de produtos alimentícios devem implementar e dispor de Manual de Boas Práticas de
Fabricação/Armazenagem e nas demais etapas do processo produtivo sob sua responsabilidade;
6.1.4. adotar na cadeia produtiva, metodologia que assegure o controle de pontos críticos que possam acarretar riscos à saúde do
consumidor;
6.1.5. comunicar oficialmente à autoridade sanitária, no prazo de 30 (trinta) dias, a partir do início da comercialização, os locais onde
estão sendo comercializados seus produtos, registrados e dispensados de registro, e solicitar ao órgão de Vigilância Sanitária do
Estado, do Distrito Federal ou do Município que proceda a coleta de amostra dos mesmos, visando a Análise de Controle;
6.1.6. as empresas produtoras e importadoras de produtos pertinentes à área de alimentos devem manter atualizadas as fórmulas dos
produtos dispensados de registro, estando disponíveis à autoridade sanitária, sempre que solicitado;
6.1.7. informar à autoridade sanitária, num prazo máximo de até 10 (dez) dias, a data de início de fabricação dos produtos
dispensados de registro. A partir, de então, pode-se iniciar a comercialização dos produtos.
6.2. Compete ao órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município:
6.2.1. inspecionar as unidades fabris para verificar o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação.
6.2.2. analisar o processo de pedido de registro do produto, observando os Regulamentos Técnicos, as Resoluções, as Portarias e
outros instrumentos legais pertinentes ao produto, inclusive os de rotulagem;
6.2.3. emitir parecer conclusivo no campo específico do Formulário de Petição (FP2) e quando:
aprovado, citar o(s) regulamento(s) no(s) qual(ais) se baseou a análise, datar e assinar, identificando o técnico responsável;
indeferido, mencionar o(s) motivo(s) no(s) qual(ais) se baseou (inclusive citando as legislações), datar e assinar, com identificação do
técnico que procedeu a análise.
6.2.4. informar à ANVS, por meio de relatórios gerenciais mensais a relação das empresas que solicitaram inspeção, indicando as
categorias, produtos, marcas e tipos de embalagens, bem como, as que foram inspecionadas, indicando o parecer conclusivo.
6.3. Compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária:
6.3.1. deferir ou indeferir, com as devidas justificativas, as solicitações de registro previamente analisadas;
6.3.2. cancelar o registro do produto a pedido, por irregularidade ou por erro de publicação. No último caso, cabe republicação, sem
ônus, mediante a apresentação dos documentos constantes no Anexo III.
6.3.3. manter os Estados atualizados com Cadastro de empresas, produtos registrados e dispensados de registro, bem como das
empresas inspecionadas.
7. DISPOSIÇÕES GERAIS
7.1. Validade do registro
O registro dos produtos é válido por 05 (cinco) anos, em todo território nacional. A revalidação do registro deve ser solicitada no prazo
de até 60 (sessenta) dias, antes da data do seu vencimento.
144
7.2. Formulação de exigência:
7.2.1. o prazo estabelecido para o cumprimento da exigência é de 30 (trinta) dias a partir da ciência do interessado;
7.2.2. a formulação de exigência deve ser efetuada de forma clara e precisa, indicando toda a legislação pertinente;
7.2.3. o não cumprimento da exigência no prazo estabelecido, implicará no indeferimento da petição, publicação no D.O.U. e
arquivamento do processo;
7.2.4. não cabe exigência para complementação dos documentos obrigatórios discriminados no Anexo III, sendo o processo, nesse
caso, indeferido e publicado no D.O.U..
7.3. A publicação do registro dos produtos do Anexo II, no D.O.U., é suficiente para comprovar a concessão do registro pelo órgão
competente do Ministério da Saúde, dispensando a emissão posterior de quaisquer documentos que impliquem na repetição do ato,
tais como certidões, declarações e outros.
7.4. Os documentos exigidos para os demais procedimentos administrativos, tais como, modificações, cancelamento e renovação que a
empresa detentora do produto deseja efetuar, constam do Anexo III.
7.4.1. Quando as modificações ocorrerem em função de atualização de legislação específica, não haverá ônus para a empresa, nem
necessidade de protocolizar essa modificação no órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, desde
que efetuadas dentro do prazo de adequação estabelecido pelo novo Regulamento Técnico. A responsabilidade dessa adequação é
exclusiva da empresa.
7.5. As informações sobre andamento de processo devem ser obtidas no órgão onde foi protocolizado o processo, no protocolo da
ANVS ou na Gerência-Geral de Alimentos, por meio de documentação oficial (carta, ofício, fax ou outros), ou consulta na Internet no
endereço eletrônico da Agência.
7.6. A empresa deve comunicar ao órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município, as situações de
mudança de endereço da unidade fabril, mudança de razão social, incorporação de empresas e encerramento da atividade da
empresa. O órgão de Vigilância Sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município deve encaminhar a documentação à Agência
para proceder as alterações.
7.7. Nas situações em que o Estado já tenha implantado a descentralização de suas ações, as unidades regionais e municipais poderão
protocolizar os documentos referentes ao registro de alimentos e emitir o Alvará Sanitário.
8. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
8.1. As empresas, que detêm o número de registro de produtos que de acordo com esta Resolução passam a ser dispensados, podem,
optativamente, usá-lo na rotulagem de seu respectivo produto, até o término do estoque de embalagem ou até a data de vencimento
do registro.
8.2. Os pedidos de registro e demais procedimentos administrativos para os produtos que passam a ser dispensados de registro, que
estejam em andamento na data de entrada em vigência deste Regulamento, serão automaticamente cancelados pela autoridade
sanitária competente.
9. RELAÇÃO DOS ANEXOS E TABELAS
9.1. ANEXOS
I - PRODUTOS DISPENSADOS DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO
II - PRODUTOS COM OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO
III - RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS EXIGIDOS DE ACORDO COM O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
IV - FICHA DE CADASTRAMENTO DE EMPRESAS (FCE)
V - FORMULÁRIO DE PETIÇÃO 1 (FP1)
VI - FORMULÁRIO DE PETIÇÃO 2 (FP2)
VII - INSTRUÇÕES GERAIS DE PREENCHIMENTO DO FP1 e FP2
VIII - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FP1
IX - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FP2
X - FORMULÁRIO DE COMUNICAÇÃO DO INÍCIO DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DISPENSADOS DE REGISTRO:
XI - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE COMUNICAÇÃO DO INÍCIO DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
DISPENSADOS DE REGISTRO ( FRENTE/VERSO/ANEXO)
9.2. TABELAS
01 - PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
02 - UNIDADES DE MEDIDA
145
03 - ABREVIATURAS PADRONIZADAS
ANEXO I
ALIMENTOS DISPENSADOS DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO
CÓDIGO DESCRIÇÃO
4100115 AÇÚCARES
4200038 ALIMENTOS E BEBIDAS COM INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
COMPLEMENTAR
4100174 ALIMENTOS CONGELADOS
4200082 AMIDOS E FÉCULAS
4100191 ADITIVOS AROMATIZANTES/AROMAS
4300167 BALAS, BOMBONS E SIMILARES
4100085 BISCOITOS
4100018 CAFÉS
4300151 CEREAIS E DERIVADOS
4300025 CHÁS
4100107 COLORÍFICO
4300084 CREMES VEGETAIS
4300182 COMPOSTO DE ERVA-MATE
4100093 CONDIMENTOS PREPARADOS
4100077 CONSERVAS VEGETAIS (EXCETO PALMITO)
4100034 DOCES
4200071 EMBALAGEM
4300051 ERVA-MATE
4100042 ESPECIARIAS/ TEMPERO
4100026 FARINHAS
4300076 FARINHAS DE TRIGO E/OU MILHO FORTIFICADAS COM
FERRO (1)
4300164 FRUTAS (DESSECADAS E OU LIOFILIZADAS)
4100050 FRUTAS EM CONSERVA
4200012 GELADOS COMESTÍVEIS
4300190 GELÉIA DE MOCOTÓ
4300131 GELÉIAS (FRUTAS)
4100131 MASSAS
4200098 PÓS OU MISTURAS PARA O PREPARO DE ALIMENTOS E
BEBIDAS
4100158 ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS
4100123 PÃES
4300169 PASTAS E PATÊS VEGETAIS
4300181 POLPA DE FRUTAS
4300191 POLPA DE VEGETAIS
4300092 PREPARAÇÕES E PRODUTOS PARA TEMPERO A BASE DE
SAL
4100166 PRODUTOS DE CACAU/CHOCOLATE
146
4200063 PRODUTOS DE CÔCO
4100141 PRODUTOS DE CONFEITARIA
4300068 PRODUTOS DE FRUTAS, CEREAIS E LEG. P/ USO EM
IOGURTE E SIMILARES
4100182 PRODUTOS DE SOJA
4100069 PRODUTOS DE TOMATE
4300101 SALGADINHOS
4300163 SEMENTES OLEAGINOSAS
4300160 SOBREMESAS E PÓS PARA SOBREMESA
4300168 SOPAS DESIDRATADAS
4300165 VEGETAIS (DESSECADOS E OU LIOFILIZADOS)
1) Conforme Compromisso Social para Redução da Anemia por Carência de Ferro no Brasil - Ministério da Saúde/99.
ANEXO II
PRODUTOS COM REGISTRO OBRIGATÓRIO
CÓDIGO DESCRIÇÃO
4200047 ADITIVOS (FORMULADOS)
4100190 ADITIVOS SUBSTÂNCIA ÚNICA
4100113 ADOÇANTES
4200020 ÁGUA MINERAL
4200030 ÁGUA NATURAL
4300164 ÁGUAS PURIFICADAS ADICIONADAS DE SAIS
4200039 ALIMENTOS ADICIONADOS DE NUTRIENTES
ESSENCIAIS
4300032 ALIMENTOS C/ ALEGAÇÕES DE PROPRIEDADES
FUNCIONAIS E OU DE SAÚDE
4300033 ALIMENTOS INFANTIS
4300083 ALIMENTOS PARA CONTROLE DE PESO
4300078 ALIMENTOS PARA DIETAS COM RESTRIÇÃO DE
NUTRIENTES
4300086 ALIMENTOS PARA DIETAS COM INGESTÃO
CONTROLADA DE AÇÚCARES
4200081 ALIMENTOS PARA DIETAS ENTERAIS
4300088 ALIMENTOS PARA GESTANTES E NUTRIZES
4300087 ALIMENTOS PARA IDOSOS
4300085 ALIMENTOS PARA PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
4300069 ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL (1)
4300017 BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS (1)
4200055 COADJUVANTES DE TECNOLOGIA
4300162 COMPOSTO LÍQUIDO PRONTO PARA CONSUMO
4300031 EMBALAGENS RECICLADAS
4200123 GELO
4300030 NOVOS ALIMENTOS E OU NOVOS INGREDIENTES
4100204 SAL
147
4200101 SAL HIPOSSÓDICO / SUCEDÂNEOS DE SAL
4300041 SUPLEMENTO VITAMÍNICO E OU MINERAL
4000009 VEGETAIS EM CONSERVA ( PALMITO)
- No caso de competência do Ministério da Saúde.
149
B IDENTIFICAÇÃO DO DOCUMENTO (USO DO
ORGÃO)
MINISTÉRIO DA SAÚDE
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
FORMULÁRIO DE PETIÇÃO - 1
PRODUTO
A NÚMERO DO PROCESSO ORIGEM PROT.(DIA/MÊS/ANO)
01 l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l_____l 02 l__l__l__l__l__l__l
C DADOS DO INTERESSADO
RAZÃO SOCIAL NÚMERO DE CADASTRO
03 __l____________________________________________________________________l 04 l___l___l___l___l___l___l____l____l
D DADOS DO PRODUTO
CATEGORIA DESIGNAÇÃO DA CATEGORIA VENCIMENTO
REGISTRO
(MÊS / ANO)
05 l___l___l___l___l___l___l___l ________________________________________________ 06 l___l___l___l___l
NOME DO
PRODUTO
L___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l
07 L___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l___l
E DADOS RELACIONADOS À FORMULA
08 COMPONENTES DA FÓRMULA 09 TIPO 10
CONCENTRAÇÃO
QUANT./VOLUME
11 PERCENTUAL
ANEXO V - FORMULÁRIO DE PETIÇÃO 1 - FP1 (VERSO)
E DADOS RELACIONADOS À FÓRMULA (CONTINUAÇÃO)
08 COMPONENTES DA
FÓRMULA
09 TIPO 10 CONCENTRAÇÃO
QUANT./VOLUME
11 PERCENTUAL
151
ANEXO VII
INSTRUÇÕES GERAIS DE PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS FP1 e FP2
Os documentos deverão ser preenchidos à máquina ou com letra de forma legível, não podendo conter rasuras;
Os formulários devem ser preenchidos em 03 (três) vias, sendo que uma delas é devolvida ao usuário como recibo, após
protocolização;
Para o uso de formulários informatizados, os campos de informação deverão ser semelhantes aos apresentados nesta Resolução;
No preenchimento dos campos quadriculados devem ser consideradas as seguintes informações:
cada quadrícula deve conter apenas um caracter alfanumérico;
em se tratando de campo numérico, iniciar com o preenchimento sempre da direita para a esquerda;
em se tratando de campo alfabético, iniciar o preenchimento pela primeira quadrícula à esquerda, deixando sempre uma quadrícula
em branco entre as palavras ou expressões;
campo quadriculado com mais de uma linha deve ser considerado como única linha de preenchimento, não sendo consideradas as
152
regras de divisão silábica na mudança de linha e utilização de hífen;
quando o campo for insuficiente para a informação, devem ser mantidas as palavras-chave e abreviadas as demais, sem prejuízo do
entendimento da informação. Não será aceita folha em anexo para complementação do nome, marca etc;
ANEXO VIII
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FP1
QUADRO CAMPO ORIENTAÇÃO
A 01 - Para petição de registro inicial deve ser
preenchido pelo órgão de Vigilância Sanitária.
- Para produto já registrado, o número deve ser
o mesmo de quando o produto recebeu o
registro.
B 02 Uso exclusivo do órgão de Vigilância Sanitária.
Preencher a data de protocolo do processo no
órgão.
03 Indicar a razão social da empresa que detém ou
que está pleiteando o registro do produto.
C
04 Indicar o número de cadastro da empresa.
IMPORTANTE: O não preenchimento ou o
preenchimento incorreto deste campo, resulta
no atraso do andamento do processo.
Quando se tratar de empresa ainda não
cadastrada na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, não preencher.
OBS: Nesse caso, anexar ao processo, Ficha de
Cadastro da Empresa (FCE) preenchida e com
a assinatura do Representante Legal.
05 Indicar o código da categoria do produto
(ANEXO II), bem como a descrição por
extenso da referida categoria.
06 Indicar o mês e o ano de vencimento do
registro do produto, isto é, preencher somente
se o produto já for registrado.
D
07 Indicar o nome principal do produto. Se o nome
do produto for extenso e não couber no campo,
abreviá-lo consultando a Tabela 3. Não será
aceita folha anexa para complementação do
nome do produto.
08 Descrever os componentes da fórmula do
produto, em ordem decrescente de quantidade.
Descrever separadamente a composição de cada
"sub-fórmula" do produto (massa, recheio,
cobertura).
E
09 Identificar a substância quanto a sua função na
fórmula. Devem ser considerados apenas os
códigos:
01 - aditivo;
09 - coadjuvante;
153
18 - ingrediente.
10 Indicar a quantidade dos ingredientes na
fórmula (quantidade/volume).
Os aditivos devem vir especificados em 100g
ou 100ml ou por porção consumida conforme
legislação específica.
11 Preencher optativamente ao campo E10, a
indicação da quantidade em porcentagem.
ANEXO IX
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FP2
QUADRO CAMPO ORIENTAÇÃO
A 01 - Para petição de registro inicial deve ser
preenchido pelo órgão de Vigilância
Sanitária.
- Para produto já registrado, o número deve
ser o mesmo de quando o produto recebeu o
registro.
B 02 Uso exclusivo do órgão de Vigilância
Sanitária.
Preencher a data do protocolo do processo no
órgão.
F - Informar os assuntos objetos da petição
podendo ser apresentados no máximo 4
(quatro). Cada assunto deve ser apresentado
através do código específico, acompanhado
da respectiva descrição (vide Tabela 1 -
Procedimentos Administrativos).
Para registro de produto importado, além do
código especifico de registro, incluir o código
de produto importado (459)
14 Indicar a razão social da empresa que detém
ou que está pleiteando o registro do produto.
G
15 Indicar o número de cadastro da empresa.
IMPORTANTE: O não preenchimento ou o
preenchimento incorreto deste campo, resulta
no atraso do andamento do processo.
Quando se tratar de empresa ainda não
cadastrada na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, não preencher. Anexar
ao processo, Ficha de Cadastro da Empresa
(FCE) preenchida e com a assinatura do
Representante Legal.
16 Indicar o município da unidade fabril
17 Indicar a Unidade Federativa do município da
unidade fabril.
H 18 Indicar o número de registro. Quando se
tratar de petição inicial de registro não será
154
preenchido.
Obs.: É muito importante o preenchimento
deste campo nos casos de qualquer alteração
do produto e renovação de registro.
19 Assinalar o destino do produto.
20 Indicar o número de dias, meses e anos
referentes à validade do produto e a marcação
da validade do tempo correspondente.
21 Indicar o nome principal do produto. Se o
nome do produto for extenso e não couber no
campo, abreviá-lo consultando a Tabela 3.
Não será aceita folha anexa para
complementação do nome do produto.
22 Indicar a marca e contra marca do produto.
23 Preencher nos casos de apresentações (tipos
de embalagem) diferentes com tempo de
validade distintos. OBS.: no caso de um
mesmo produto ser acondicionado em duas
ou mais embalagens com tempo de validade
diferentes, esta diferença deverá vir registrada
na forma de FP2 diferentes.
24 Indicar o(s) material(ais) de embalagem em
contato direto com o alimento.
25 Não Preencher.
26 Indicar o código e a descrição dos cuidados
de conservação do produto. Deve ser
considerado apenas o código 17 - cuidados
especiais de conservação indicados nos textos
de rotulagem.
I Reservado ao uso exclusivo do órgão de
Vigilância Sanitária.
J Assinar e identificar no Termo de
Responsabilidade o representante legal e ou
responsável técnico.
Nos casos que o Regulamento Técnico exigir,
a assinatura do responsável técnico é
obrigatória.
K Reservado ao uso exclusivo do órgão de
Vigilância Sanitária
157
PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE COMUNICAÇÃO DO INÍCIO DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DISPENSADOS DE
REGISTRO
Para Comunicação do Início de Fabricação de Produtos Dispensados de Registro a empresa deverá preencher o respectivo formulário
(frente e verso) e, em anexo, tantas cópias do verso do formulário que forem necessárias para informar todos os produtos com início
de fabricação.
Os documentos deverão ser preenchidos à máquina ou com letra de forma legível, não podendo conter rasuras;
Os formulários devem ser preenchidos em 03 (três) vias, sendo que uma delas é devolvida ao usuário como recibo, após
protocolização;
Para o uso de formulários informatizados, os campos de informação deverão ser semelhantes aos apresentados nesta Resolução;
No preenchimento dos campos quadriculados devem ser consideradas as seguintes informações:
cada quadrícula deve conter apenas um caracter alfanumérico;
em se tratando de campo numérico, iniciar com o preenchimento sempre da direita para a esquerda;
em se tratando de campo alfabético, iniciar o preenchimento pela primeira quadrícula à esquerda, deixando sempre uma quadrícula
em branco entre as palavras ou expressões;
campo quadriculado com mais de uma linha deve ser considerado como única linha de preenchimento, não sendo consideradas as
regras de divisão silábica na mudança de linha e utilização de hífen;
quando o campo for insuficiente para a informação, devem ser mantidas as palavras-chave e abreviadas as demais, sem prejuízo do
entendimento da informação. Não será aceita folha em anexo para complementação do nome, marca e etc...
ANEXO XI
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE COMUNICAÇÃO DO INÍCIO DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
DISPENSADOS DE REGISTRO
QUADRO CAMPO ORIENTAÇÃO
A RECEBIMENTO VISA/DATA Uso exclusivo do órgão de Vigilância
Sanitária (VISA).
Preencher a data de protocolo e/ou carimbo
de recebimento da comunicação no órgão.
B DADOS DA EMPRESA DETENTORA DO
PRODUTO(S)/
MARCA(S)
- Preencher com os dados de identificação e
endereço completo da empresa detentora
do(s) produto(s) e responsável pela
comunicação do início de fabricação.
C DADOS DA UNIDADE FABRIL Preencher com os dados de identificação e
endereço completo da Unidade Fabril, onde
o(s) produto(s) relacionado(s) no verso e/ou
no(s) anexo(s) estão sendo produzidos.
D TERMO DE RESPONSABILIDADE Preencher neste quadro:
- a data do início de fabricação do(s)
produto(s);
- o prazo, em dias, previsto para o início da
comercialização do(s) produto(s); e
- o local, data, nome e assinatura do
responsável pela empresa.
E DADOS DA INSPEÇÃO DA INDÚSTRIA Uso exclusivo do órgão de Vigilância
Sanitária (VISA).
Preencher com a data da última inspeção
realizada na Unidade Fabril, informada no
quadro "C".
F
(verso/
PRODUTOS DISPENSADOS DE
REGISTRO COM FABRICAÇÃO
Preencher neste quadro:
- os números de CNPJ da empresa
158
INICIADA detentora/comunicante do início de
fabricação dos produtos e da Unidade Fabril,
informada no quadro "C";
- o Controle de folhas anexadas ao
Formulário de Comunicação. (ex.: 01 de
03); e
- nos sub-quadros (Produto -> 01 a 03),
informações sobre o(s) produto(s) objeto da
comunicação.
anexos)
PRODUTO - > 01 a 03 Preencher neste sub-quadro os seguintes
dados :
- no campo "CATEGORIA": o código da
categoria do produto, conforme tabela
apresentada no Anexo I, desta resolução;
- no campo "DESCRIÇÃO DA
CATEGORIA": a descrição ou o nome da
categoria correspondente ao código
informado;
- no campo "NOME DO PRODUTO": o
nome completo do produto;
- no campo "MARCA": a marca e/ou nome
de fantasia do produto;
- no campo "TIPO(S) DE EMBALAGEM":
declarar o(s) tipo(s) de embalagem(s)
primária(s) usado(s) para a comercialização
do produto;
- no campo "VALIDADE
(ANO/MÊS/DIA)": indicar o número de
"anos" ou "meses" ou "dias", referente a
validade do produto. Marcar um "X" sobre a
letra que indica ano, mês ou dia de validade;
- no campo "PERSPECTIVA
COMERCIAL": marcar um "X" sobre a(s)
perspectiva(s) de comercialização do
produto.
TABELA 01
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
CÓDIGO DESCRIÇÃO
411 ALTERAÇÃO DE EMBALAGEM PRIMÁRIA QUANTO AO TIPO
437 RENOVAÇÃO OU REVALIDAÇÃO DE REGISTRO
438 CANCELAMENTO DE REGISTRO DO PRODUTO A PEDIDO
444 REGISTRO DE ADITIVO E COADJUVANTE DE TECNOLOGIA
451 ALTERAÇÃO DE DESIGNAÇÃO DO PRODUTO
452 REGISTRO DE ALIMENTO
453 REGISTRO DE EMBALAGEM RECICLADA
454 MODIFICAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
455 MODIFICAÇÃO DE MARCA DO PRODUTO
159
456 ALTERAÇÃO DE ROTULAGEM
483 INCLUSÃO DE RÓTULO
457 INCLUSÃO DE MARCA
458 ALTERAÇÃO DE TITULARIDADE/INCORPORAÇÃO/ FUSÃO DE
EMPRESAS
459 REGISTRO DE PRODUTO IMPORTADO
460 ALTERAÇÃO DE RAZÃO SOCIAL
461 ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO
490 RETIFICAÇÃO DE PUBLICAÇÃO DE REGISTRO
494 REGISTRO ÚNICO DE PRODUTOS
496 INCLUSÃO DE NOVA EMBALAGEM
498 EXTENSÃO DE REGISTRO ÚNICO
TABELA 02
Unidade de Medida
CÓDIGO DESCRIÇÃO
g Grama
kg Quilograma
L ou l Litro
mcg Micrograma
meq Miliequivalente
mg Miligrama
ml ou mL Mililitro
ng Nanograma
UI Unidade Internacional
TABELA 03
ABREVIATURAS PADRONIZADAS
CÓDIGO DESCRIÇÃO CODIGO DESCRIÇÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO
AL Alumínio Bem Embalagem ppm Parte por milhão
Aromat Aromatizado Emul Emulsão Pst Pasta
Artif Artificial Env Envelope Pas Pastilha
Assoc Associadas Espec Espécie
Band Bandeja Est Estojo Plast Plástico
Bg Bisnaga Fl Fluido Pt Pote
Bl Blister Fr Frasco Qs Quantidade suficiente
Cx Caixa Gel Gelatinoso Qsp Quantidade suficiente
para
Cap Cápsula Gran Grânulo Rec Reconstituição
Ct Cartucho Inc Incolor Revest Revestimento
C Centesimal Ind Indústria Sach Sachê
Col Colorido Inf Infantil Sbr Sabor
C/ Com Infus Infusão Soc Sociedade
Coml Comercial Lt Lata SA Sociedade Anônima
Com Comprimido Liof Liofilizado Sol Solução
160
CIA Companhia Liq Líquido Sus Suspensão
Cp Copo Mast Mastigável Table Tablete
Crem Creme Opc Opaco Trans Transparente
X DE P/ Para Unid Unidade
Ds Dose Pcc Porcento Vd Vidro
Drg Drágeas Ppm Partes por mil Xpe Xarope
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-1000 Disque Saúde: 0 800 61 1997
162
LISTA DE VERIFICAÇÃO
ANÁLISE DE ROTULAGEM Conforme
Não
Conforme
Legislação
Correspondente
1.Utiliza vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, ou engano, em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo qualidade, quantidade, validade, rendimento ou forma de uso de alimento?
Alínea a do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
2.Atribuem efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas;
Alínea (b) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
3.Ressalte qualidades que possam induzir a engano com relação a reais ou supostas propriedades terapêuticas que alguns componentes ou ingredientes tenham ou possam ter quando consumidos em quantidades diferentes daquelas que se encontram no alimento ou quando consumidos sob forma farmacêutica;
Alínea (e) do Item 3.1 da Res. RDC nº 259/02
4.Caso o produto seja importado deve conter as informações obrigatórias em português, seja na embalagem original ou por meio de afixação de etiqueta complementar. O produto apresenta essa informação da forma citada?
Item 3.4 da Res. RDC nº 259/02
5.Quanto à identificação de origem, contém o nome (razão social) do fabricante ou produtor ou fracionador ou titular (proprietário) da marca, endereço completo, país de origem, Município?
Item 6.4.1 da Res. RDC nº 259/02
6.As expressões de venc estão acompanhadas do prazo de validade?
Alínea d do Item 6.6.1 da Res. RDC nº 259/02
7.Consta da rotulagem a descrição dos cuidados de armazenamento e conservação do produto?
Item 6.6.2 da Res. RDC nº 259/02
8.O produto está armazenado da forma descrita na rotulagem do produto?
Item 6.6.2 da Res. RDC nº 259/02
9.Consta no rótulo descrição das instruções de preparo e ou manuseio?
Item 6.7 da Res. RDC nº 259/02
10. O presente Regulamento se aplica aos alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, incluindo formulações contendo aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico e aminoácidos de cadeia ramificada, desde que estes não apresentem ação terapêutica ou tóxica. Excluem-se dessa categoria:
163
- bebidas alcoólicas e bebidas gaseificadas; - produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas como "doping" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional); - produtos que contenham substâncias medicamentosas ou indicações terapêuticas; - produtos fitoterápicos; - formulações à base de aminoácidos isolados, exceto os aminoácidos de cadeia ramificada e aminoácidos essenciais quando utilizados em suplementação para alcançar alto valor biológico preconizado para proteínas;
Item 1.2 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
11. Quanto aos Repositores Hidroeletrolíticos apresentam concentrações variadas de: sódio, Cloreto, Carboidratos, Potássio, Vitaminas, Minerais.
Item 4.3.1Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
12.Consta no painel para os Repositores Energéticos e para os Alimentos compensadores a orientação em destaque e em negrito: "crianças, gestantes e idosos, consumir preferencialmente Sob orientação de nutricionista e ou médico”
Item 9.1.2.1Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
13. Para os Alimentos Protéicos e para os Aminoácidos de Cadeia Ramificada, a recomendação em destaque e negrito: "Crianças, gestantes, idosos e portadores de qualquer enfermidade devem consultar o médico e ou nutricionista".
Item 9.1.2.2 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
14.Para os Repositores Hidroeletrolíticos, a recomendação em destaque e negrito: "Recomenda-se que os portadores de enfermidades consultem um médico e ou nutricionista, antes de consumir este produto".
Item 9.1.2.3 portaria nº 222 de 24 de Março de 1998
15.A informação nutricional, de acordo com o Regulamento de Rotulagem Nutricional, em caráter obrigatório.
Item 9.1.2.4 portaria nº 222 de 24 de Março de 1998
16.Este suplemento apresenta em seu rótulo as seguintes expressões proibidas: ”Anabolizantes”, "Body building", "Hipertrofia muscular", "Queima de gorduras", "Fat burners", "Aumento da capacidade sexual”.
Item 9.1.2.5 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
17. E o Número de registro ou código de identificação do estabelecimento fabricante junto ao órgão competente?
Item 10 Portaria nº 222de 24 de Março de 1998
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo