16
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA E CITOLOGIA: UM ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. MARIA DE FATIMA NOBREGA BARBOSA (UFCG ) [email protected] Ana Flavia Alves de Lima (UFCG ) [email protected] Os laboratórios de anatomia patológica e citologia - LAPC, auxiliam na produção do conhecimento científico e também podem produzir um passivo ambiental significativo em virtude dos processos que utiliza. Os riscos de contaminação estão semppre presentes na maior parte dos processos da produção dos serviços laboratoriais. Além das substâncias perigosas como metais pesados, ácidos e sais que possuem risco potencial de contaminar as pessoas e os recursos naturais, a segurança dos trabalhadores também se configura como um fator importante a ser considerado no gerenciamento ambiental. Este trabalho busca identificar as oportunidades de aplicação da ferramenta de gestão ambiental Produção Mais Limpa em um laboratório de anatomia patológica e citologia de um hospital universitário, como forma de propor a redução de impactos ambientais bem como desenvolver uma maior sensibilização com relação às questões ambientais entre os funcionários e gestores, dando ênfase a importância da mudança de percepção e de pensamentos em prol da sustentabilidade. Palavras-chave: Produção Mais Limpa, laboratórios, resíduos químicos, sustentabilidade XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA

FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS

LIMPA EM LABORATÓRIO DE

ANATOMIA PATOLÓGICA E

CITOLOGIA: UM ESTUDO DE CASO EM

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.

MARIA DE FATIMA NOBREGA BARBOSA (UFCG )

[email protected]

Ana Flavia Alves de Lima (UFCG )

[email protected]

Os laboratórios de anatomia patológica e citologia - LAPC, auxiliam

na produção do conhecimento científico e também podem produzir um

passivo ambiental significativo em virtude dos processos que utiliza.

Os riscos de contaminação estão semppre presentes na maior parte dos

processos da produção dos serviços laboratoriais. Além das

substâncias perigosas como metais pesados, ácidos e sais que possuem

risco potencial de contaminar as pessoas e os recursos naturais, a

segurança dos trabalhadores também se configura como um fator

importante a ser considerado no gerenciamento ambiental. Este

trabalho busca identificar as oportunidades de aplicação da

ferramenta de gestão ambiental Produção Mais Limpa em um

laboratório de anatomia patológica e citologia de um hospital

universitário, como forma de propor a redução de impactos ambientais

bem como desenvolver uma maior sensibilização com relação às

questões ambientais entre os funcionários e gestores, dando ênfase a

importância da mudança de percepção e de pensamentos em prol da

sustentabilidade.

Palavras-chave: Produção Mais Limpa, laboratórios, resíduos

químicos, sustentabilidade

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

Page 2: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

2

1. Introdução

Os laboratórios de anatomia patológica e citologia – LAPC - são indutores nos processos de

produção do conhecimento científico, nos quais sempre é exigida a comprovação das

hipóteses diagnósticas por meios seguros e confiáveis e, portanto, o papel do laboratório na

instituição hospitalar é imprescindível. Embora seja um importante instrumento que contribui

para o desenvolvimento da ciência, o laboratório de anatomia patológica e citologia (LAPC),

ao usar reagentes químicos, pode gerar importantes danos ambientais, através da

contaminação do ar, do solo, dos recursos hídricos, como também colocar em risco a saúde de

funcionários e da comunidade em geral.

Os reagentes químicos são, segundo Fernandes Júnior et al (2011), substâncias com alto poder

de contaminação que contém metais pesados, bem como os ácidos e os sais em geral, cujos

potenciais poluidor/contaminante demandam a necessidade de adoção de um plano de manejo

adequado, que vise reduzir os riscos para as pessoas e para o meio ambiente.

Os resíduos químicos gerados em LAPC são classificados, de acordo com a NBR 10004

(2004), como sendo de classe I, podendo-se mencionar o formaldeído, o óxido de mercúrio, o

sulfato de mercúrio, o acetato de chumbo neutro, o óxido de chumbo, a hematoxilina e o xilol.

Os resíduos sólidos produzidos nas diversas atividades dos laboratórios, também conhecidos

como resíduos dos serviços de saúde – RSS, ao serem destinados de modo incorreto, poderão

provocar danos ambientais e patologias diversas às populações que habitam nas proximidades

de aterros ou de lixões a céu aberto.

No caso dos reagentes químicos, a presença de mercúrio e chumbo no corpo dos seres vivos

pode acarretar severos danos à saúde. Estes elementos são conhecidos como metais pesados e

tem efeito cumulativo quando ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele, causando lesões

graves nos diversos órgãos e no sistema nervoso central, inclusive neoplasias.

A presença de mercúrio no corpo humano pode causar lesões graves nos rins, fígado e nos

sistemas digestivo e nervoso central, segundo Alexandre (2006). A autora afirma que o

mercúrio em solos e em ambientes aquáticos passa por transformações físico-químicas,

formando compostos organometálicos, a exemplo do metilmercúrio, que pode ser absorvido

por peixes e outros organismos e que poderão, posteriormente, atingir seres humanos.

Page 3: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

3

Um estudo de caso realizado em um laboratório de análise de água para implantar um Sistema

de Gestão Ambiental, realizado por Batalha et al (2005), levantou os aspectos e impactos

inerentes e decorrentes das atividades deste. Os resultados demonstraram que as maiores

frequências de aspectos nocivos ao meio ambiente foram geração de resíduos sólidos e de

efluentes, seguidos de consumo de energia e água, geração de calor e emissões atmosféricas,

os quais causam os seguintes impactos: poluição do solo, poluição hídrica, atmosférica e o

uso considerável de recursos naturais.

Portanto, o conhecimento dos impactos ambientais resultantes das entradas (inputs), saídas

(outputs) ou mesmo dos processos de execução de serviços em LAPC possibilitará a sua

resolução em prol da melhoria da qualidade de vida dos próprios empregados bem como da

sociedade, em termos de segurança, preservação de recursos naturais e melhoria nos níveis de

sustentabilidade para as gerações presentes e futuras.

Neste contexto, torna-se imprescindível a melhoria do desempenho ambiental dos laboratórios

através da aplicação de ferramentas de gestão ambiental, a exemplo da Produção Mais Limpa

– P+L, como uma estratégia ambiental preventiva integrada para aumentar a ecoeficiência e

evitar ou reduzir os danos ao homem e ao meio ambiente, podendo ser aplicada no setor

industrial, em seus processos e produtos, bem como no setor de serviços (UNIDO, 2012).

O setor de serviços tem uma importância significativa na sociedade pela posição que ocupa na

economia, através da participação no Produto Interno Bruto, na geração de empregos e pela

análise de tendências e transformações pelas quais a sociedade está passando (GIANESI e

CORRÊA, 1996).

Desta forma, os laboratórios hospitalares devem participar da busca constante de melhoria da

qualidade em processos de prestação de serviços, cada vez mais crescente no Brasil (SBPC,

2005).

Além de promover a atenção com excelência aos pacientes, aos laboratórios cabe buscar

produzir de modo mais limpo, agindo proativamente, a fim de contribuir com a melhoria da

qualidade ambiental. Diante do exposto, o problema desta pesquisa pode ser enunciado da

seguinte maneira: que aspectos ambientais inerentes ao processo de execução dos serviços do

LAPC podem ser melhorados a partir do uso da ferramenta de P+L?

2. Objetivo

Page 4: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

4

Identificar oportunidades de aplicação de P+L como forma de melhoria do desempenho

ambiental de processos de execução de serviços desenvolvidos em um LAPC.

Para tanto, este trabalho está estruturado em cinco partes: além da introdução e do presente

objetivo, na terceira parte consta a fundamentação teórica que traz os conceitos da ferramenta

P+L, a utilização e os resultados da ferramenta como forma de mudar realidades na gestão

ambiental e as diferenças entre as tecnologias de fim-de-tubo e a ferramenta Produção Mais

Limpa; a quarta parte trata da metodologia enfocando o tipo de pesquisa, a qual se trata de um

estudo de caso realizado no Laboratório de Anatomia Patológica e Citologia de um Hospital

Universitário; na quinta parte, os resultados mostram a situação atual da execução dos

serviços de realização dos exames escolhidos para o estudo (anatomopatológico e citologia); e

as considerações finais trazem as sugestões de melhoria a partir do uso da ferramenta P+L

para uma efetiva aplicação que venha trazer modificações em termos de ganhos ambientais.

3. Fundamentação Teórica

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA desenvolveu o conceito de

Produção Mais Limpa ou P+L, descrevendo-o como um enfoque preventivo de gestão

ambiental (GASI E FERREIRA, 2006). A aplicação desta ferramenta irá refletir uma

mentalidade de produzir com impacto ambiental bastante reduzido, obedecendo ao que

preceitua os princípios da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, ou seja, dentro dos atuais limites tecnológicos e econômicos, sem se

contrapor ao crescimento.

Este modelo de produção chamado P+L também considera que resíduos são produtos com

valor econômico negativo, uma vez que estes podem gerar passivos ambientais quando

gerenciados de maneira incorreta.

A Produção Mais Limpa ou cleaner production, é definida por Barbieri (2007, p. 134), como

sendo uma estratégia ambiental preventiva aplicada a processos, produtos e serviços para

minimizar os impactos sobre o meio ambiente. Desde a década de 1980, este modelo vem

sendo desenvolvido pelo PNUMA e pela Organização das Nações Unidas para o

Desenvolvimento Industrial (Onudi), dentro do esforço para instrumentalizar os conceitos e

objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Page 5: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

5

A ferramenta P+L é, segundo Silva e Medeiros (2006), a aplicação contínua de uma estratégia

ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e serviços para aumentar e

ecoeficiência e reduzir riscos à sociedade e ao meio ambiente.

A metodologia checkland (que visa comparar o sistema de produção atual com o modelo

conceitual utilizado pela empresa), foi utilizada por Silva (2007), que definiu ações

necessárias para a adoção da ferramenta P+L nas operações de serviços, a partir da

estruturação de problemas ao meio ambiente, focalizando relações humanas, construção social

das decisões e interações com o meio ambiente. Neste estudo, a autora buscou comparar

empresas com e sem práticas ambientais e concluiu que as diferentes culturas organizacionais

poderão interferir nas visões acerca dos propósitos para a implementação da ferramenta P+L.

As tecnologias de “fim-de-tubo“, segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2003)

procuram resolver os efeitos da poluição no fim do processo produtivo, sem, no entanto,

resolver o problema onde o mesmo é gerado. Ademais, a ferramenta P+L é uma estratégia

tecnológica de caráter permanente e preventivo.

Segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL (2003) as empresas que adotam

tecnologias de “fim-de-tubo” apenas controlam a poluição no fim do processo sem, contudo,

combater as causas do problema, ou seja, os impactos são controlados, mas os aspectos

continuam existindo. A tabela 1 abaixo mostra as diferenças entre tecnologias de “fim-de-

tubo” e Produção Mais Limpa.

Tabela 1 – Diferenças entre tecnologias de “Fim-de-Tubo” e Produção Mais Limpa.

Page 6: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

6

Fonte: Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2003)

A implementação de P+L em empresas prestadoras de serviços, segundo Silva e Medeiros

(2006), deve ser realizada de maneira diferenciada, considerando as características de cada

setor, tais como o grau de contato com o cliente, o grau de personalização, julgamento pessoal

dos funcionários e a tangibilidade do serviço.

Para a aplicação do Programa de P+L, a CNTL (2003) desenvolveu uma metodologia, a qual

utiliza, inicialmente, a pré-sensibilização dos envolvidos, através de uma visita técnica, onde

se fará a exposição de casos bem sucedidos, ressaltando benefícios econômicos e ambientais.

Em seguida, são elaborados estudos, diagnósticos, avaliações técnicas, econômicas e

ambientais para posterior elaboração de planos de implantação e aplicação da ferramenta.

Na metodologia de P+L, a qual inclui a realização da visita técnica, ocorrerão cinco

etapas descritas na figura 1, a seguir.

Figura 1- Passos para implantação de um programa de Produção Mais Limpa

Page 7: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

7

Fonte: Adaptado do CNTL (2003)

A visita de pré-sensibilização consta de uma apresentação dos pontos relativos à prevenção

como etapa anterior às ações de fim-de-tubo. Após a realização da visita técnica, a etapa 1

contempla as sub-etapas referentes à obtenção do comprometimento gerencial, a partir da

sensibilização da gerência ou da alta cúpula; a identificação de barreiras, o estabelecimento da

amplitude do programa e a formação do ecotime, que realizará diagnósticos, a implantação,

identificará oportunidades de P+L, além de monitorar e dar continuidade ao programa.

A etapa 2 constitui-se da realização do estudo do fluxograma dos processos; a etapa 3 consiste

na análise quantitativa das entradas e saídas e o estabelecimento de indicadores; a etapa 4

constitui-se de da avaliação técnica, ambiental e econômica, bem como a seleção de

oportunidades viáveis; a etapa 5 e última requer a constituição do plano de implantação e

monitoramento e do plano de continuidade.

Page 8: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

8

As etapas constantes da metodologia possibilitam despertar a percepção dos envolvidos

quanto às possibilidades de implantação deste sistema de gestão, estruturado, entretanto mais

simples que um sistema de gestão ambiental completo, sendo este adaptado ao porte e ao

segmento no qual a empresa atua.

No caso de LACs, as descrições dos processos de execução dos serviços e a caracterização

das saídas permitirão identificar quais as práticas de P+L que deverão ser utilizadas para

melhorar o desempenho ambiental destes.

4. Metodologia

A abordagem da pesquisa será quali-quantitativa, em virtude da necessidade de utilização de

dados para a compreensão e interpretação dos aspectos a serem observados no ambiente

objeto de estudo focando em dois processos de execução de serviços (realização de exames

anatomopatológicos e citológicos).

O método escolhido é o estudo de caso realizado no Laboratório de Anatomia Patológica e

Citologia de um Hospital Universitário. A escolha do LAPC deveu-se ao número considerável

de procedimentos ali realizados e à importância do mesmo para o Hospital. O instrumento de

coleta utilizado foi entrevista semiestruturada. Foram entrevistadas duas bioquímicas

responsáveis pela execução dos exames anatomopatológicos e citológicos. O roteiro da

entrevista se baseou na ferramenta de P+L a partir do modelo proposto pelo Guia de Produção

Mais Limpa (CNTL, 2003).

5. Apresentação e Análise dos Resultados

A identificação do processo de execução dos serviços e suas respectivas etapas, bem como os

aspectos ambientais presentes em cada etapa, tornam-se imprescindíveis para o levantamento

das condições ambientais dos processos de trabalho no LAPC. As figuras 1 e 2 abaixo

representam as etapas encontradas nos processos de realização de dois tipos de exames: o

anatomopatológico e o citológico.

Quanto ao processo de execução do exame anatomopatológico, este está composto de 6 etapas

(ver figura 2).

Figura 2 - Processo de execução do exame anatomopatologico

Page 9: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

9

Tratando-se do processo de execução do exame citológico, este está composto de 4 etapas e

encontra-se descrito na figura 3, abaixo:

Figura 3- Processo de execução do exame citológico

Page 10: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

10

Uma vez identificadas as etapas de cada processo de execução dos serviços acima descritos,

foram analisadas as entradas e saídas de cada etapa dos exames, os equipamentos utilizados,

os consumos de materiais, geração de resíduos e, por fim, propostas de melhorias a partir da

ferramenta de produção mais limpa (figura 4).

Figura 4 - Entradas e saídas das etapas de execução do exame anatomopatológico

ENTRADAS PROCESSO SAÍDA

Energia elétrica

Material (peça anatômica)

Recipiente (vidro/plástico)

Papel (requisição)

Chegada do paciente

Entrega do material (peça) para

cadastro

Cadastro interno do paciente

Protocolo para paciente

Água e sabão

Energia elétrica

Preparo da peça Desprezo de efluentes

Bisturi descartável

Luva

Mascara

Energia elétrica Uso do Histotécnico Resíduos: recipiente

Álcool, Xilol e parafina

Page 11: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

11

Parafina

Energia elétrica

Resfriamento Resíduos: parafina

Lâmina e corante (hematoxilina)

Energia elétrica Leitura no microscópio -

Energia elétrica

Papel

Tinta de impressora

Impressão dos resultados

Papel

As etapas de execução do exame anatomopatológico iniciam-se com a chegada do paciente ao

LAPC. No momento da entrega da peça anatômica, é realizado o cadastro do exame. Após o

cadastro, é impresso o protocolo e este é entregue ao paciente.

Em seguida, o material (peça anatômica) é enviado ao setor de realização de exames, onde são

realizados a clivagem da peça, que é o corte para diminuir o seu tamanho e facilitar o exame.

Em seguida, o tecido humano é processado no equipamento chamado histotécnico, o qual irá

retirar a umidade da peça anatômica, utilizando-se formaldeido, xilol, álcool e parafina a 60º

Celsius, em quatro etapas distintas, com duração de 1 hora cada uma delas.

O corte que é feito em seguida visa diminuir ainda mais o tamanho da peça a ser examinada e

o resfriamento permite uma melhor fixação do material. Para a clivagem ou corte, utiliza-se o

micrótomo e para o resfriamento uma geladeira comum.

A coloração utilizando-se corantes permite melhorar a visualização do material no

microscopio. Para isso, são usados os corantes hematoxilina, orange e o EA36.

Ao final, a emissão de laudo técnico indica o resultado do exame anatomopatológico, ou seja,

o que foi encontrado através da visualização microscópica.

Quanto às quantidades de material e recursos utilizados para as entradas na realização do

exame anatomopatológico têm-se:

a) Papel : 2 folhas tamanho “A4”/por paciente ( 1 folha para requisição, outra

para resultado do exame);

b) Água: 500 ml (para cada exame);

c) Sabão: 5 ml (para cada exame).

Page 12: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

12

As quantidades de material ou insumos para cada paciente são pequenas, no entanto, se for

considerada a quantidade anual de realização do exame, 2.800/ano, percebe-se que foram

gastos:

a) Papel: 5.600 folhas de papel tamanho A4;

b) Água: 1.400 litros;

c) Sabão: 14 litros.

As etapas de execução do exame citológico são mostradas na figura 4 abaixo.

Figura 4 - Entradas e saídas das etapas de execução do exame citológico

ENTRADAS PROCESSO SAÍDA

Energia elétrica

Papel (requisição)

Chegada do paciente

Cadastro

Protocolo para paciente

Cadastro interno do paciente

Água e Sabão

Tubos com lâminas

Energia elétrica

Álcool, Xilol, Corante, Verniz

Máscara e luva

Laminulas

Montagem das lâminas Material químico

Mascara e luva

Energia elétrica Leitura no microscópio -

Energia elétrica

Papel

Fita da impressora

Impressão dos resultados Papel

Para as etapas de realização dos exames descritos acima, são utilizados corantes –

Hematoxilina, Orange ou EA36 – álcool a 70% e a 99%, Xilol e verniz acrílico.

Destes materiais químicos, o que mais representa perigo para a saúde humana e o meio

ambiente é o Xilol, composto orgânico volátil, pois é nocivo e inflamável, além de provocar

dores de cabeça, tosse, dificuldades respiratórias, perda de memoria, dermatites, irritação

ocular e depressão no sistema nervoso central. Ele é utilizado para diafanizar o material, ou

seja, deixá-lo o mais transparente possível.

Page 13: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

13

O Xilol é um material químico classificado pela resolução nº. 358, de 29 de abril de 2005, do

Conselho Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 2005), como pertencente ao grupo B,

devendo ter destinação final diferenciada, ou seja, ser tratado por empresa especializada.

Os tubos são descartados como resíduo infectante, também obedecendo a Resolução Conama

nº. 358/2005.

As lamínulas não são descartadas, pois são arquivadas por cinco anos, como recomenda

Parecer do Conselho Federal de Medicina nº. 27/94. Quando finda este prazo, o material é

entregue ao pessoal de apoio responsável pela coleta do resíduo infectante para ser

encaminhado à empresa especializada.

Outro reagente utilizado é o corante (hematoxilina) para ser adicionado ao material para

melhorar a visualização. O descarte deste tipo de material também deve obedecer a RDC nº.

306/2004 da ANVISA. Devendo receber tratamento prévio ou ser recolhido por uma empresa

contratada para a destinação ambientalmente segura deste resíduo.

O controle de consumo de água não é realizado por setor, uma vez que a fatura demonstra o

consumo total do prédio. Da mesma forma, acontece com a fatura do consumo de energia

elétrica. No entanto, para a realização de exame citológico foram estimados os totais para:

a) Água: 500 ml;

b) Papel: 2 fls. Tamanho A4;

c) Álcool: 2 ml;

d) Corante: 3 ml para cada lâmina;

e) Sabão: 10 ml.

De acordo com o total de exames realizados em 2015, 1.500 exames, têm-se as seguintes

quantidades anuais:

a) Água: 750 litros;

b) Papel: 3.000 fls. tamanho A4;

c) Álcool: 3 litros;

d) Corante: 4,5 litros;

e) Sabão: 15 litros.

Page 14: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

14

Os riscos provenientes do descarte do material químico na pia são, além dos efluentes

contendo agentes tóxicos, o fato da evaporação dos resíduos que se depositam no sifão da pia,

pois podem evaporar e contaminar o ar. Em relação às emissões gasosas, o LAPC não dispõe

de aparelhos para medir as quantidades geradas, sendo necessário realizar outras pesquisas

sobre segurança do trabalho, utilizando-se aparelhos específicos para estas medições, que

poderão ser cedidos pelos laboratórios da universidade. Encontrados os resultados e

comparados com a legislação de segurança e saúde do trabalhador, devem ser aplicadas

medidas de minimização destes aspectos nocivos aos funcionários.

A manutenção dos equipamentos utilizados para realização dos exames de anatomopatologia

é realizada por empresas contratadas para este fim.

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC, 2005) recomenda o uso de luvas e de

máscaras para proteção das mãos e das vias respiratórias, respectivamente, antes e após o

contato com cada material a ser examinado. O Xilol é um material químico que pode

favorecer o aparecimento de rachaduras na pele das mãos.

Para a higienização das mãos, a fricção com álcool diminui em 1/3 o tempo despendido pelos

profissionais de saúde para a higiene das mãos, porém as desvantagens do uso do álcool são o

odor que fica nas mãos e a inflamabilidade das soluções de etanol acima de 70%.

6. Considerações finais

Em relação ao consumo de água (no uso doméstico – asseio pessoal) e de energia elétrica,

medidas educativas esclarecerão os tempos de uso correto para abertura de torneiras e desligar

equipamentos e interruptores quando não estiverem em uso.

Nos processos de realização dos exames a previsão de redução de insumos não é necessária,

uma vez que os controles de quantidades atendem rigorosamente às demandas mensais e os

estoques são controlados e vistoriados de modo que os produtos não passem do prazo de

validade antes de seu uso. Neste caso, não é necessário o corte de gastos, uma vez que o

trabalho com material de forma limitada implicaria em perda de qualidade dos serviços.

O que deve ser observado é a questão dos efluentes em relação ao despejo do material

químico na pia que, além de serem resíduos contaminantes, ao evaporar no sifão acaba por

contaminar o ar e a rede de esgoto que vai acabar por contaminar os corpos d´água da bacia

hidrográfica do município. Como trata-se de RSS, estes devem ser descartados atendendo à

Resolução RDC ANVISA nº. 306/2004.

Page 15: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

15

A verificação de oportunidades de aplicação da ferramenta P+L implica em ganhos

econômicos atraentes e reduções significativas nos impactos ambientais. O atendimento à

legislação evita o recebimento de sanções como multas e outras penalidades e a adoção do

Programa de P+L traz vários benefícios ambientais tais como, o conhecimento dos processos,

a eliminação dos desperdícios, a minimização de matérias-primas, redução de resíduos e de

emissões, além de incremento na saúde e segurança no trabalho. Além do mais, a adoção de

P+L contribui para melhorar a imagem da empresa e ampliar a conscientização ambiental dos

funcionários.

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, S. C. Avaliação de área contaminada por mercúrio em Descoberto – Minas Gerais. 2006, 63 p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 10004 – Resíduos Sólidos:

classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos, 2ª Ed. São Paulo:

Saraiva, 2007, 382 p.

BATALHA, A. A., LIGIÉRO, S. D., FUKASE, L. T. Planejamento para implantação do Sistema de Gestão

Ambiental em um laboratório de análise de água de pequeno porte: o estudo de caso da Aqualar Análise

Laboratorial. XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Porto Alegre – RS, Brasil,

out/nov 2005 .

BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº. 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providencias. Diário Oficial da

República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005.

CNTL - Centro Nacional de Tecnologias Limpas - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM

INDUSTRIAL - SENAI-RS. Implementação de Programas de Produção Mais Limpa. Porto Alegre, Centro

Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/INEP, 2003, 42 p.

FERNANDES JÚNIOR, J. R., SANTOS, E. S., PIMENTA, H. C. D. Estratégia de gestão para resíduos químicos

gerados em laboratórios de ensino e pesquisa ambiental: Produção Mais Limpa. VI Congresso Norte e

Nordeste de Pesquisa e Inovação Tecnológica. Natal – RN, dezembro de 2011.

GASI, T. M. T., FERREIRA, E. Produção Mais Limpa. In: Vilela Júnior, Alcir & Demajorovic, Jacques.

(Org.) Modelos e ferramentas de gestão ambiental. Desafios e perspectivas para as organizações. São Paulo,

Editora Senac, 2006, p. 41-84.

GIANESI, I. G. N., CORRÊA, H. L., Administração estratégica em serviços: operações para a satisfação do

cliente. São Paulo: Atlas, 1996.

SBPC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA. Recomendações para coleta de sangue

venoso. 1ª Edição, São Paulo, 2005, 76 p. Disponível em http://www.sbpc.org.br, acessado em março de 2012.

SILVA, G. C. S. Estudo sobre a adoção do Programa Produção Mais Limpa nas empresas prestadoras de

serviços. IX ENGEMA – ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO

AMBIENTE, Curitiba, 19 a 21 de novembro de 2007.

SILVA, G. C. S., MEDEIROS, D. D. Metodologia de Checkland aplicada à implementação da produção

mais limpa em serviços. Revista Gestão e Produção, v. 13, p. 411-422, set-dez, 2006.

UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION - UNIDO, Cleaner Production

(CP). Disponível em http://www.unido.org/index.php?id=o5152

Page 16: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM LABORATÓRIO DE ...abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_234_365_29792.pdf · 2016. 11. 11. · para o desenvolvimento

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

16