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EVANS SOARES DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO IN VITRO DA FORÇA DE ATIVAÇÃO DA MOLA DE ANCORAGEM
UTILIZADA NA TÉCNICA STRAIGHT-WIRE - SISTEMA VERSÁT IL - EM
DIFERENTES LIGAS E CALIBRES
CAMPINAS 2009
EVANS SOARES DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO IN VITRO DA FORÇA DE ATIVAÇÃO DA MOLA DE ANCORAGEM
UTILIZADA NA TÉCNICA STRAIGHT-WIRE - SISTEMA VERSÁT IL - EM
DIFERENTES LIGAS E CALIBRES
Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação / CPO São Leopoldo Mandic, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Ortodontia
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Silva de Carvalho
CAMPINAS 2009
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca "São Leopoldo Mandic"
Ol48a
Oliveira, Evans Soares de. Avaliação in vitro da força de ativação da mola de ancoragem utilizada na técnica Straight-Wire - sistema versátil - em diferentes ligas e calibres / Evans Soares de Oliveira. – Campinas: [s.n.], 2009. 86f.: il.
Orientador: Adriana Silva de Carvalho.
Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. 1. Fios ortodônticos. 2. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. 3. Ortodontia. I. Carvalho, Adriana Silva de. II. C.P.O. São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-Graduação. III. Título.
C.P.O. - CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS
SÃO LEOPOLDO MANDIC
Folha de Aprovação A dissertação intitulada: “AVALIAÇÃO IN VITRO DA FORÇA DE ATIVAÇÃO DA
MOLA DE ANCORAGEM PARA RETRAÇÃO UTILIZADA NA TÉCNIC A
STRAIGHT-WIRE - SISTEMA VERSÁTIL - EM DIFERENTES LI GAS E CALIBRES ”
apresentada ao Centro de Pós-Graduação, para obtenção do grau de Mestre em
Odontologia, área de concentração: Ortodontia em __/__/____, à comissão
examinadora abaixo denominada, foi aprovada após liberação pelo orientador.
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
Orientador
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
1º Membro
___________________________________________________________________
Prof. (a) Dr (a)
2º Membro
Dedico aos meus pais,
por toda dedicação e apoio
no difícil caminho percorrido até aqui.
AGRADECIMENTOS
Ao Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, por
fornecer todo o suporte deste mestrado;
À equipe de Professores do Professor Jurandir Barbosa, por todo
conhecimento repassado, pela qualidade das aulas e pela organização oferecida
durante o curso;
À Profa. Dra. Adriana Carvalho, orientadora deste trabalho, pelo tempo
dispensado;
Ao Dr. Sérgio Fernando Torres de Freitas, professor associado do
Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), pelo apoio nas análises estatísticas;
À Tatiana Cristina Ricci da Silva, funcionária do laboratório da São
Leopoldo Mandic, por todo apoio dispensado na fase laboratorial deste trabalho;
Às bibliotecárias da UFSC, que tanto me ajudaram na seleção e busca
dos artigos necessários para a confecção desta dissertação.
"A mente que se abre a uma idéia,
Jamais retorna ao seu tamanho original"
Albert Einstein
RESUMO
O controle de ancoragem é uma das chaves do sucesso em Ortodontia. Existem vários métodos para aumentar ou diminuir a ancoragem de um dente ou grupo de dentes. As molas de ancoragem da técnica Straight-wire Sistema Versátil são molas confeccionadas no próprio consultório, fáceis de instalar, que independem da colaboração do paciente, e tem como função aumentar a ancoragem posterior, permitindo maior movimento mesial dos dentes anteriores. Assim sendo, o presente trabalho estudou a liberação da força das molas de ancoragem confeccionadas em diferentes fios ortodônticos (Aço, TMA e Elgilloy), de diferentes calibres e marcas comerciais, quando tensionadas até 7mm (avaliada a cada mm) ou até 500 g de força, com a finalidade de utilizá-las para a retração dos dentes anteriores. Desta maneira pode-se escolher os melhores protocolos para a retração dos dentes, considerando que ativações entre 2 e 3 mm são mais fáceis de visualizar, que quanto maior a necessidade de ativação melhor a relação carga/deflexão oferecida, e que para a retração dos dentes anteriores superiores são necessários aproximadamente 300 g de força e para os dentes anteriores inferiores são necessários aproximadamente 240 g de força. Assim sendo, o melhor protocolo para liberar a força desejada para a retração dos dentes ântero-superiores é a mola confeccionada com fio TMA Morelli 0,017" x 0, 025" quando ativada em 3 mm e para os dentes ântero-inferiores é a mola confeccionada com fio Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025" quando ativado em 2 mm. Utilizando o protocolo acima estabelecido, além do aumento da ancoragem, haverá maior facilidade de visualização da ativação do sistema de forças, melhor controle das forças utilizadas e melhor relação carga/deflexão do fio, tornando a técnica Straight-wire Sistema Versátil ainda mais segura e simples de realizar.
Palavras-chave: Ancoragem. Retração. Fios ortodônticos.
ABSTRACT
The anchorage control is one of the keys of successful orthodontics. There have been developed several methods to increase or decrease the anchorage of a tooth or a group of teeth.The anchorage springs from Straight-wire Versatile System technique are springs which are made at the office. They are easy to install, do not depend on the patient’s collaboration, and have as their function to increase the posterior anchorage, allowing a greater mesial movement of the anterior teeth. Thus, the present work studied the strength release of the anchorage springs made of different orthodontic wires (Steel, TMA and Elgilloy), different calibers and commercial brands, when tensed up to 7 mm (with graduation in each of them) or up to 500g strength, used to retrain anterior teeth. This way, it is possible to choose the best protocols to retrain teeth, taking into consideration activations between 2 and 3 mm, which are easier to visualize, that the bigger the activation necessity, the better the relation load/deflexion offered. Then, in order to retrain superior anterior teeth it is necessary aproximately 300g strength and to retrain superior anterior teeth, 240g strength is needed. In this sense, the best protocol to release the desired strength for retraining anterior superior teeth is the one made of TMA Morelli 0,012” x 0,025” wire when activated in 3 mm and, for anterior inferior teeth, the spring suggested is the one made with Elgilloy Morelli 0,017” x 0,025” wire, when activated in 2 mm. By making use of the such protocol, there will be - besides the anchorage increase - an easier visualization of the strength system activation, a better control of the used forces and a better load/deflexion relation of the wire, transforming the Straight-wire Versatile System into an even safer and easier technique to apply.
Key words: Anchorage. Retraction. Orthodontic wires.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Mola de ancoragem utilizada na Técnica Straight-wire Sistema
Versátil .................................................................................................... 48
Figura 2 - Seqüência de confecção da mola de ancoragem .................................... 49
Figura 3 - Corpo de prova sendo tracionado pela máquina universal EMIC DL
2000 ........................................................................................................ 50
Tabela 1 - Força média (desvio padrão) em função do padrão................................ 55
Tabela 2 - Força média (desvio padrão) em ordem decrescente de força. .............. 56
Tabela 3 - Padrões considerados adequados para retração dos arcos ................... 57
Tabela 4 - Comparações entre os padrões considerados adequados ..................... 57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
a - Aceleração
AEB - Aparelho extrabucal
BTP - Barra transpalatina
cN - Centinewton (Centésima parte do Newton) - equivalente ao grama
DKL - Double Key Loop - Arco Dupla Chave
DKLV - Double Key Loop Versatile - Arco Dupla Chave Versátil
Elgilloy - Liga em cromo-cobalto
F - Força
g - Gramas
g/mm2 - Gramas por milímetro quadrado
m - Massa
M/F - Relação Momento/Força
mm - Milímetros
N - Newton
PLA - Placa Lábio-Ativa
TAS - Técnica do arco segmentado
TMA - Liga em titânio-molibdênio - beta-titânio
LISTA DE SÍMBOLOS
α - Alfa - segmento anterior
β - Beta - segmento posterior
≅ - Aproximadamente
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................ .....................................................14
2.1 Biomecânica Ortodôntica ........................ .........................................................14
2.2 Fios em Ortodontia............................. ...............................................................34
2.3 Mola de ancoragem utilizada na técnica Straight -Wire - sistema versátil....44
3 PROPOSIÇÃO .......................................................................................................45
4 MATERIAIS E MÉTODOS .............................. .......................................................46
4.1 Materiais...................................... .......................................................................46
4.2 Métodos........................................ ......................................................................47
4.3 Análise estatística ............................ .................................................................51
5 RESULTADOS....................................... ................................................................54
6 DISCUSSÃO ..........................................................................................................58
7 CONCLUSÃO ........................................ ................................................................67
REFERÊNCIAS.........................................................................................................68
APÊNDICE A - EMIC .................................. ..............................................................72
ANEXO A - Dispensa de Submissão ao Comitê .......... .........................................86
12
1 INTRODUÇÃO
O correto manuseio dos espaços, independente da maneira em que foram
obtidos, é fundamental para se conseguir boa finalização em Ortodontia. Este
controle chama-se “controle de ancoragem". Ancorar é conter ou resistir ao
movimento de um objeto (Nanda, 2007). O controle de ancoragem é um dos
principais cuidados na mecânica ortodôntica para se alcançar o sucesso no
tratamento ortodôntico (Williams, 1997; Nanda, 2007).
Vários são os métodos disponíveis para o controle de ancoragem
atualmente, e como exemplos tem-se: Arco Extrabucal (AEB), Barra Transpalatina
(BTP), Botão de Nance, Arco Lingual, Placa Lábio-Ativa (PLA), elásticos
intermaxilares, aumentar a quantidade de dentes conjugados no lado em que se
deseja aumentar a ancoragem, diferença na força empregada para o fechamento do
espaço, realizar dobras de aumento de ancoragem, instalar mini-implantes de
ancoragem, entre outros (Williams, 1997; Nanda, 2007; Pinto, 2005). Todos estes
métodos possuem indicações e contra-indicações, e também vantagens e
desvantagens (Williams, 1997; Nanda, 2007; Vilela, 2006; Bezerra, 2006;
Moscardini, 2007).
A mola de ancoragem proposta na técnica Straight-Wire - Sistema
Versátil, é um dispositivo de fácil instalação, tem como vantagens a possibilidade de
ser construído no próprio consultório, não necessitar intervenção cirúrgica e não
precisar da colaboração do paciente. Assim sendo, esta mola é mais um aliado do
ortodontista no controle de ancoragem, passo fundamental para uma boa finalização
ortodôntica. Na técnica mencionada, esta mola é confeccionada com fio 0,021” x
13
0,025” de aço; porém ainda não há um protocolo estabelecido para a ativação clínica
da mesma (Suzuki, 2006).
Desta maneira, seria interessante realizar esta mola de ancoragem
confeccionada em diferentes ligas ortodônticas (materiais, marcas comerciais e
calibres diferentes), com o objetivo de saber a força liberada na ativação para os
diferentes fios ortodônticos. Assim pode-se estabelecer protocolo clínico de
utilização das mesmas e até mesmo selecionar a opção mais adequada para
diferentes pacientes, como exemplo, pacientes com perda parcial do periodonto de
sustentação ou que apresentem algum problema sistêmico que necessite de
controle mais preciso das forças.
14
2 REVISÃO DA LITERATURA
Com o objetivo de deixar a revisão de literatura mais didática, tópicos
foram utilizados:
a) biomecânica ortodôntica;
b) ligas ortodônticas;
c) mola de ancoragem utilizada na técnica Straight-wire - Sistema Versátil.
2.1 Biomecânica ortodôntica
Smith & Storey (1952) realizaram um trabalho onde compararam o efeito
do efeito de forças leves (175 - 300 g) e forças pesadas (400 - 600 g) para a
retração de caninos. Concluíram que usando forças leves a movimentação do
canino foi de aproximadamente 1 mm na primeira semana. O movimento rápido
continuava até o decréscimo da força chegar a 130-180 g. Quando a força caía
abaixo deste valor, o movimento cessava. Com forças leves o movimento da
unidade de ancoragem era muito pequeno. Ao usar forças pesadas praticamente
não houve movimento do canino na primeira semana, mas a unidade de ancoragem
moveu aproximadamente 1 mm. Quando a força decaiu para 250 g houve
movimento do canino, e quando a força baixou o movimento cessou. Os autores
concluíram que o movimento ocorreu rapidamente com a força entre 150 a 250
gramas. Os autores salientaram também que há ortodontistas que advogam o uso
de forças leves, mas cujos aparelhos liberam forças pesadas. Quando as forças
aplicadas para mover o dente ficam na faixa de força ótima, o movimento é
produzido rapidamente, praticamente sem movimento da unidade de ancoragem e
15
com poucos inconvenientes para o indivíduo. Os autores sugeriram que os
ortodontistas deveriam escolher o aparelho que libere o melhor nível de forças, para
depois levar em consideração outros fatores.
Reitan (1957) escreveu sobre a problemática da força em Ortodontia e
comentou que os fatores mais importantes relacionados são (1) variação tecidual
individual, onde indivíduos mais jovens possuem mais células do que indivíduos
adultos, e assim sendo deve-se utilizar forças menores nestes, principalmente no
início do tratamento, época com maior chance de haver hialinização do tecido; (2) o
tipo de força aplicada, que pode ser contínua e intermitente e (3) princípios
mecânicos, onde há melhor distribuição das forças no movimento de corpo em
detrimento ao movimento de inclinação, movimento este onde o dente atua como
alavanca de dois braços e onde a força ativa fica maior que a aplicada e
concentrada em área restrita. O autor sugeriu a força de 150 a 250 g para realizar o
movimento de corpo do canino superior no final do fechamento dos espaços e de
100 a 200 g para o movimento dos caninos inferiores na mesma situação. O autor
concluiu ainda que forças excessivas favorecem a perda de ancoragem, ou seja, o
movimento mesial dos dentes posteriores.
Burstone et al. (1961) estudaram as características que devem ser
consideradas para o desenho dos aparelhos ortodônticos (1) relação força/deflexão,
(2) carga onde ocorre deformação permanente e (3) quantidade de ativação fora do
limite de elasticidade. Os autores salientaram que as molas com baixa relação
carga/deflexão liberam forças mais constantes durante a sua desativação. Foi usado
como exemplo mola de aço 0,021” x 0,025”, que para chegar a 150 g de força,
precisa de 0,5 mm de ativação, enquanto a mesma mola confeccionada em fio de
aço 0,010” x 0,020” precisa de 4 mm para liberar 150 g. Quando o dente movimentar
16
0,25 mm a primeira mola irá liberar somente 75 g e a segunda irá liberar
aproximadamente 140 g. Por esta razão molas com baixa relação carga/deflexão
não dissipam a energia armazenada rapidamente, entretanto é perigoso se a força
de ativação for excessiva. A constância das forças depende mais do desenho do
aparelho do que das propriedades mecânicas do fio utilizado na confecção do
aparelho. No entanto o desenho da mola não é determinado apenas
mecanicamente, mas inclui limitações pelo uso na cavidade oral, como conforto ao
indivíduo, irritação aos tecidos moles, e a facilidade de higiene e a facilidade de
fabricação e uso.
Burstone (1962) relatou uma série de vantagens na utilização de arcos
segmentados, como (1) possibilidade de uso de diferentes calibres de arcos,
permitindo maior versatilidade, como a possibilidade de usar fio pesado para o
controle de ancoragem e outro fio para a retração, (2) aumentar a distância dos
pontos de aplicação das forças, melhorando a relação carga-deflexão e a ativação
do sistema, (3) permitir melhor distribuição das forças sobre o arco dental, (4)
permitir que arcos possam ser pré-fabricados, aumentando a eficiência do
consultório e maior controle de forças por parte dos ortodontistas, (5) molas pré-
fabricadas podem ser facilmente calibradas, a fim de liberar a força requerida pelo
operador e (6) apenas algumas partes do arco precisam ser construídas.
Burstone & Koenig (1976) relataram que a mecânica de deslize para o
fechamento de espaços em Ortodontia tem a grande desvantagem da fricção e as
forças não podem ser facilmente determinadas, pois os valores da fricção são
desconhecidos e imprevisíveis. Já as mecânicas de não-deslize incorporam um loop
(mola) no arco contínuo ou em uma secção do arco, e não contam com este
problema. Relataram ainda que há três características primárias das alças: (1)
17
relação momento/força, que determina o centro de rotação; (2) a força elástica
máxima, que é a maior força sem que sofra deformação permanente e (3) a
proporção carga/deflexão, que é a força liberada por unidade de ativação. Os
autores observaram através de métodos experimentais e matemáticos que alças
verticais dispensavam alta carga/deflexão e baixa relação momento/força. A forma
de melhorar isto seria aumentar a altura da alça, porém a cavidade bucal limita esta
possibilidade. A incorporação de helicóides na alça diminui a proporção
carga/deflexão, mas não alterou a relação M/F. Esta relação poderia ser aumentada
incorporando angulações nas extremidades ou hastes horizontais da alça.
De acordo com Burstone (1982), as molas pré-calibradas para
fechamento de espaços em Ortodontia tem sido parte integral da técnica de arco
segmentado para tratamentos em indivíduos que requerem extrações dentárias. Os
conhecimentos sobre a biomecânica das molas com o desenvolvimento de novos
materiais tornou possível simplificar a mecânica, melhorar a resposta biológica e
oferecer um aparelho mais higiênico. O autor definiu ainda seis metas universais
para o fechamento do espaço: (1) fechamento diferencial do espaço, (2) mínima
cooperação do paciente, (3) controle da inclinação axial, (4) controle da rotação e
largura do arco, (5) resposta biológica ótima e (6) conveniência para o operador.
Para alcançar estes objetivos, o clínico precisa de aparelho que libere as forças
requeridas.
De acordo com Manhartsberger et al. (1989) os ortodontistas podem
fechar os espaços de diferentes maneiras, de acordo com o diagnóstico e o plano de
tratamento. Os aparelhos sem fricção são superiores e permitem maior controle do
dente durante o fechamento do espaço. Em um periodonto normal, a relação M/F é
de aproximadamente 7:1 para inclinação controlada, 10:1 no movimento de
18
translação e de 12:1 no movimento de raiz. Com a mudança no centro de resistência
do dente, como acontece em indivíduo com perda periodontal, é necessário
aumentar a proporção M/F e diminuir a força aplicada. A relação M/F pode ser
aumentada através da angulação da alça em T. A magnitude de força pode ser
diminuída reduzindo o calibre do fio e diminuindo a ativação da mola. Os autores
exemplificaram afirmando que uma mola em T construída com fio TMA 0,016” x
0,022” e não com TMA 0,017” x 0,025”, com curvatura gradual de angulação, ativada
em 5 mm, e não com 7mm produz força 47% menor e relação M/F 23% maior. Os
autores indicaram análise individualizada para definir o melhor calibre, angulação e
ativação da alça de retração para cada indivíduo.
De acordo com Faulkner et al. (1991), quando alças metálicas com loop
são ativadas para o fechamento de espaços em Ortodontia, há liberação de forças e
momentos. Para fornecer força ao sistema, o aparelho deve seguir algumas
características: (1) liberar forças e momentos de força para o deslocamento
desejado, (2) que o aparelho libere forças constantes mesmo com a desativação do
sistema e (3) que deve ser pequeno e confortável o suficiente para o uso intra-oral.
A alça de fechamento típica (aço) com loop vertical tem dois grandes incovenientes:
(1) ativação muito restrita e (2) relação M/F aquém do ideal para controle de
inclinação e translação. Para melhorar estas características pode-se inserir hélices
no loop, a fim de melhorar a força liberada e realizar a pré-ativação da alça, para
melhorar a relação momento-força e propiciar melhor controle da inclinação e
translação dos dentes.
Shimizu (1995) afirmou em seus estudos: (1) os mecanismos para
fechamento dos espaços por mecânicas de não-deslize são mais eficientes que as
mecânicas de deslize, (2) as características da mola de retração podem ser
19
modificadas, de acordo com a sua configuração; quantidade de fio utilizada; secção
transversal; tipo de liga; quantidade de ativação; posicionamento da mola no sentido
ântero-posterior; tratamento térmico e pré-ativações, (3) a grande maioria das molas
apresentam proporção carga/deflexão muito mais alta que o necessário e não
apresentam proporção momento/força (M/F) suficiente para o movimento de
translação, (4) na configuração das molas de retração, quanto mais fio utilizado,
principalmente cervicalmente, menor será a proporção carga/deflexão e melhor as
possibilidades de se conseguir uma proporção M/F satisfatória (desde que
associada a pré-ativações adequadas), (5) a quantidade de força ótima necessária
para a retração dos caninos superiores é próximo de 150 g e para os inferiores de
120 g; e para os incisivos superiores são necessários 300 g e para incisivos
inferiores 240 g; totalizando 600 g para a retração de caninos e incisivos superiores
e 480 g para a retração de caninos e incisivos inferiores, (6) os dispositivos
preconizados por Burstone e Gjessing apresentam as melhores características
biomecânicas e (7) as pré-ativações promovem controle da extrusão, inclinação axial
e rotação durante a movimentação dentária.
De acordo com Alexander (1996), ao se realizar extrações de pré-
molares em caso de má oclusão Classe II divisão 2, é sugerido que se retraia
inicialmente os caninos, utilizando elásticos em cadeia do primeiro molar ao canino,
com fio redondo de aço calibre 0,016”. Os elásticos em cadeia, dispostos desta
forma resultariam em força de 250 a 300 g, sendo que esta força dissipa-se em
poucos dias, devendo ser trocados a cada 4 semanas, para a melhora na posição do
canino após os efeitos colaterais da mecânica. O autor sugeriu também a
possibilidade do fechamento ser realizado com arco confeccionada com fio 0,018” x
0,025” de aço, contendo alça de 5 mm de altura, neste arco a região posterior do fio
20
deve ter as dimensões reduzidas para aproximadamente 0,016” x 0,023” e a
ativação deve ser de 1 mm a cada quatro semanas.
Para Williams et al. (1997) o ortodontista deve entender sobre equilíbrio
de ancoragem antes de começar o tratamento, pois em muitos casos, influenciará na
decisão sobre a necessidade e a escolha do local das extrações. Em diferentes
casos, e em estágios diferentes de um tratamento em particular, as exigências de
ancoragem irão variar. Para que o ortodontista atinja o melhor posicionamento
dental no final do tratamento, será necessário a conservação da ancoragem em
alguns estágios e a perda intencional desta em outros. Segundo os autores, há
inúmeras possibilidades de aumentar a ancoragem: a) incorporar tantos dentes
quanto possíveis na unidade de ancoragem, b) utilizar dobras de ancoragem, c)
controlar a distribuição de pressão no ligamento periodontal, d) reduzir a força
aplicada para um ponto ótimo para produzir o movimento dental desejado, e)
reforçar a ancoragem intrabucal com extrabucal, f) utilizar um arco palatino ou
lingual para restringir inclinação, giroversões e alterações na largura da arcada, g)
utilizar forças intermaxilares, h) utilizar placa labioativa na arcada inferior para
aumentar a ancoragem da musculatura do lábio, i) empregar preparo de ancoragem,
inclinando os molares superiores distalmente e nos molares inferiores
movimentando as raízes dos molares vestibularmente, contra a cortical.
Rajcich et al. (1997) avaliaram a eficácia de mecânicas intra-arcos usando
momentos diferenciais para obter controle de ancoragem em casos de extração.
Para obter ancoragem máxima recomendaram realizar dobra no arco utilidade de
Ricketts, próxima ao molar, em cada lado. Com isto momentos diferenciais eram
criados e consequentemente maior ancoragem era fornecida aos molares. Os
caninos eram então retraídos usando forças de 150 a 200 g sobre o molar. Os
21
autores concluíram que (1) os caninos podem ser retraídos com pouca perda de
ancoragem através do controle das forças e dos momentos, (2) não são necessários
outros aparelhos para controle de ancoragem no arco superior, (3) há necessidade
de se preocupar com a rotação dos dentes quando se utiliza este tipo de mecânica e
(4) não houve movimento estatisticamente significante como extrusão do molar,
intrusão dos incisivos ou proclinação dos incisivos.
Zanelato et al. (2002) relataram os problemas enfrentados no início da
utilização do Aparelho Pré-Ajustado no que se refere ao emprego das forças, pois o
uso de forças pesadas, entre 500 g e 600 g (comum na técnica convencional)
causava vários efeitos colaterais indesejados, como rotações, angulações e
alterações no torque dos dentes. No sistema de retração utilizado pelos autores,
deve-se estirar um módulo alastic até o dobro de sua dimensão original durante a
ativação, estando os níveis de força aplicados em torno de 100 a 150 g de cada lado
para a retração dos seis dentes anteriores. Os autores concluíram que é importante
definir o sistema de ancoragem logo no início do tratamento e classificou a
ancoragem em três sistemas: ancoragem recíproca (onde 50% é de movimento
mesial dos posteriores e 50% de movimento distal dos anteriores), ancoragem
moderada (25% de movimento mesial dos posteriores e 75% de movimento distal
dos anteriores), e ancoragem máxima (onde 100% do espaço é ocupado pelo
movimento distal dos dentes anteriores).
Marcotte (2003) definiu força como a ação de um corpo sobre outro, e que
modifica ou tende a modificar a forma ou o movimento deste segundo corpo. A força
pode empurrar ou puxar. No sistema métrico a unidade de força é 1 g ou 1 g/mm2 se
considerarmos a força por unidade de pressão.
22
Ianni Filho et al. (2003) escreveram sobre a problemática da ancoragem
em situações críticas e sobre o problema da cooperação do paciente no uso do
AEB, ficando “nas mãos do paciente” a chave do sucesso do tratamento. Os autores
recomendaram então a Técnica do Arco Segmentado (TAS) que trabalha de modo
diferenciado os segmentos α (segmento anterior) e β (segmento posterior), para
controlar ou potencializar a perda de ancoragem. Salientaram que a TAS trabalha
com baixos níveis de força e grandes ativações, a fim de diminuir a proporção
carga/deflexão (A alça em forma de T para o grupo A de ancoragem confeccionada
em fio TMA 0,017” x 0,025” libera força de 201 g quando ativada em 6 mm). Os
autores concluíram que os avanços na biomecânica são extremamente importantes
para se conseguir bons resultados independentemente da colaboração do paciente,
ficando o sucesso ou insucesso do caso nas mãos do ortodontista e não na
colaboração do paciente.
Marcotte (2003) defendeu o fechamento dos espaços da extração em
massa, por várias razões: (1) não usar mais ancoragem para retrair seis dentes
anteriores do que para retração canina unicamente, onde as forças podem ficar
abaixo de 300g, (2) retração canina separada exige mais tempo pois é necessário
retrair os quatro incisivos restantes e (3) mecânicas para retração em massa são
geralmente simétricas bilateralmente. O autor confirmou ainda, que as pesquisas
tem mostrado que 300g ou mais de força tendem a mesializar os dentes posteriores.
Segundo Craig et al. (2004), a força é definida pelo ponto de aplicação,
magnitude e direção, e a sua unidade é o Newton (N). A deformação resultante das
forças de tração ou do ato de puxar é o alongamento do corpo em direção à força
aplicada, enquanto uma força de compressão ou a do ato de empurrar causa
compressão ou encurtamento do corpo na direção da carga. Os fios ortodônticos
23
podem suportar grande quantidade de deformação antes da sua falha, e isso
permite que sejam dobrados e ajustados com menor chance de fratura. Os autores
definiram o limite de proporcionalidade como sendo a maior tensão que um material
sustenta sem desvios da proporcionalidade linear da tensão e deformação, e que a
aplicação de tensão maior que o limite de proporcionalidade resulta numa
deformação permanente ou irreversível. A região da curva além do limite de
proporcionalidade é chamada região plástica. A resiliência é a resistência do
material à deformação permanente, e indica a quantidade de energia para deformar
o material até o limite de proporcionalidade; enquanto que tenacidade é a resistência
do material à fratura.
Noort (2004) definiu que tensão é a força por unidade de área que age
sobre um material, e que deformação é a alteração fracionária nas dimensões,
provocada pela força. Enquanto a relação tensão-deformação for linear, a região é
conhecida como região elástica linear e representa a área onde ocorre deformação
elástica. Quando a curva inicia o desvio de sua trajetória linear, o material terá
excedido o seu limite de elasticidade e iniciará a sua deformação permanente, e a
remoção da tensão não resultará no retorno do material à forma original. O autor
afirmou que o módulo de Young (também conhecido por módulo de elasticidade) é
uma constante que relaciona tensão e deformação na região elástica e é uma
medida da rigidez do material. O autor definiu ainda que resiliência é a quantidade
de energia que o material pode absorver sem sofrer qualquer deformação
permanente, e que a quantidade total de energia que um material pode absorver
antes de sofrer fratura é conhecido por tenacidade. Noort comentou também que os
testes de tração são testes simples de entender e interpretar além de serem os mais
24
úteis. O teste é realizado com taxa de tração constante e a carga é medida através
de uma célula de carga.
Böhl et al. (2004) avaliaram histologicamente a estrutura do periodonto
após o uso de forças contínuas pesada e baixa durante o movimento dentário de
corpo em cães beagle. Em um lado da mandíbula a força foi de 25 cN e do outro
lado de 300 cN. O movimento foi controlado semanalmente e os cães foram
sacrificados após 1, 4, 20, 40 e 80 dias após o início da aplicação da força, para
análise histológica. Em cada grupo foram sacrificados três cães, totalizando 15 cães
para a realização da pesquisa. Após 24 horas de aplicação de força, as reações
teciduais e celulares já haviam começado. Foram observadas áreas de hialinização
após 4 dias e 20 dias para ambas aplicações de força, principalmente na face
vestibular e lingual do lado de pressão. Os cães sacrificados com 40 e 80 dias após
o início da aplicação da força, ainda apresentavam áreas de hialinização e a
estrutura do ligamento periodontal estava completamente perdida em ambas as
forças, mas, ligeiramente mais proeminente na força de 300 cN. Os autores
concluíram que as áreas de hialinização podem ocorrer desde 24 horas até 80 dias
após o início da força, que a localização destas áreas é mais comum na face lingual
e vestibular do lado de pressão e que a hialinização limita o movimento dental, mas
não há correlação com o nível de força empregada.
Ren et al. (2004) realizaram trabalho para relacionar a magnitude de força
aplicada e o índice de movimento dentário, em modelo matemático. Extraíram os
dados de estudos experimentais bem controlados em cães beagle, e relacionaram
estes dados com os dados da literatura para os humanos. Concluíram que o índice
de movimento dentário em cães e humanos não é significantemente diferente. Os
dados mostraram que o limiar de movimento não é definido pela força, que o
25
aumento da pressão causa interrupção do movimento dentário e que não há como
calcular a força ótima ou a faixa de força que produza o máximo movimento dental.
O emprego de forças pesadas em Ortodontia não produz necessariamente
movimento dentário mais eficiente, mas ao contrário, pode ultrapassar o limite do
tecido periodontal e causar efeitos negativos que irão dificultar o movimento dental.
Para Teixeira & Escóssia Junior (2004) os métodos convencionais de
ancoragem ortodôntica são inquestionáveis quanto à sua eficiência, no entanto,
apresentam várias desvantagens, sendo as principais, a necessidade de cooperação
do paciente e o uso de dispositivos complicados. Os mini-implantes vêm sendo
utilizados há vários anos para fixar fragmentos ósseos nas cirurgias ortognáticas e
plásticas, e também podem ser utilizados como recurso de ancoragem ortodôntica.
Dentre as vantagens oferecidas pelos mini-implantes, destacam-se o baixo custo,
pequeno diâmetro e vários comprimentos, o que possibilita a instalação em
praticamente qualquer local, incluindo o espaço inter-radicular. Ao contrário dos
implantes convencionais, os mini-implantes podem receber carga imediatamente, a
cirurgia é menos invasiva e, assim como aqueles, podem resistir a forças
ortodônticas típicas de 200 a 300 g durante todo o tempo de tratamento.
De acordo com Phillips (2005), tensão é a força por unidade de área que
atua em milhões de átomos ou moléculas em um plano material submetido a uma
aplicação de carga; enquanto que a tensão de tração é causada por carga que tende
a esticar ou alongar um corpo. O módulo de elasticidade descreve a rigidez relativa
do material. A flexibilidade máxima é definida como a deformação por flexão que
ocorre quando o material é tensionado até o seu limite de proporcionalidade.
Resiliência é a energia armazenada até o limite de proporcionalidade.
26
Souza et al. (2005) destacaram a grande importância de realizar
adequado planejamento prévio ao início do tratamento, para determinar o quanto de
retração e o quanto de perda de ancoragem se deseja. Na técnica do arco
segmentado, divide-se o fechamento de espaços em três grupos, de acordo com a
ancoragem necessária: (1) grupo A de ancoragem, que é aquele no qual se deseja
somente retração dos dentes anteriores; (2) grupo B de ancoragem, no qual se
deseja retração do segmento anterior e protração do segmento posterior; e (3) grupo
C de ancoragem, no qual se deseja somente protração do segmento posterior”. Os
autores afirmaram também que o fechamento de espaços faz parte da rotina do
consultório ortodôntico, ou pela necessidade de extrações em casos de severos
problemas de espaços nas arcadas ou por problemas de relacionamento interarcos,
e que independentemente do recurso mecânico a ser utilizado no fechamento de
espaços, é importante que o profissional conheça o sistema de forças que este
recurso lhe oferece, uma vez que este irá determinar como o dente se movimentará.
Cada tipo de movimento dentário necessita de magnitude de força, e com forças
acima ocorrerão efeitos colaterais, como, por exemplo, atraso no movimento
dentário, dor, maior possibilidade de reabsorção radicular e mobilidade dentária.
Thiesen et al. (2005) afirmaram em seus trabalhos que o controle de
ancoragem é um dos elementos mais críticos do tratamento ortodôntico, e que para
ajudar na ancoragem posterior, pode-se fechar o espaço em duas etapas onde na
primeira é realizado uma inclinação controlada e na segunda a correção radicular.
Afirmaram ainda que a utilização de forças leves é duplamente benéfica pelo (1)
conforto do paciente e custo biológico e (2) cria ancoragem efetiva ao tirar proveito
da maior área de ligamento periodontal no segmento posterior. Os autores
concluíram ainda que no fechamento dos espaços com a mecânica de atrito, os
27
dentes de ancoragem são submetidos à força de resistência friccional além da força
empregada para o movimento dentário, e este aspecto é muito importante no
controle de ancoragem.
Para Gregoret (2005) o fechamento dos espaços da extração depende
dos objetivos do tratamento, identificados pelas análises cefalométricas e estéticas,
e da oclusão funcional; de modo que os casos possam requerer a retrusão da região
anterior ou a mesialização dos posteriores, ou a combinação de ambas, em distintas
proporções. Além disto, a retrusão dos incisivos, por exemplo pode ser com maior
movimento coronal ou radicular, dependendo do caso. A implantação dos dentes no
rebordo alveolar é maior nos indivíduos com musculatura forte do que naqueles que
apresentam uma musculatura mais fraca. Para o autor, os indivíduos braquifaciais
tem ancoragem natural maior que os dolicofaciais. Ao analisar o movimento dos
dentes para o fechamento do espaço das exodontias dos primeiros pré-molares,
verifica-se que a ancoragem da região posterior é maior que a anterior,
principalmente no arco inferior. Isto porque a soma das superfícies radiculares no
arco superior é de 1,65 cm2 na região anterior e de 2,75 cm2 na região posterior. Já
no arco inferior as superfícies somam 1,25 cm2 na anterior e 2,80 cm2 na região
posterior. Além disto, as características ósseas e topográficas da mandíbula e
maxila acentuam ainda mais esta diferença entre a ancoragem posterior e a anterior.
Outro fator que reforça ainda mais a ancoragem posterior é o fato de que os dentes
posteriores formam uma linha reta ao longo do arco, constituindo um conjunto que
se opõe ao movimento; enquanto que os dentes anteriores estão posicionados em
uma semicircunferência e exercem resistência individual. Para realizar a ativação do
Double Key Loop (DKL), o autor afirmou que pode-se fazê-la através da abertura da
alça em até 1mm e realizar a dobra distal do arco; utilizar ligadura metálica do
28
gancho vestibular do tubo molar até a alça distal do DKL (usando pinça de Weingart
para abrir a alça), ou usar módulo elástico do gancho vestibular do tubo molar,
passar no interior da alça e voltar para ser inserida novamente no gancho vestibular
do tubo molar.
Moresca & Vigorito (2005), ao estudarem lacebacks (amarração dos
dentes caninos aos dentes posteriores através de fio de amarrilho, a fim de evitar a
mesialização daqueles) verificou que muitas vezes a força é excessiva, podendo
chegar a até 925,67 g no fio 0.025”. Recomendaram para a retração inicial do canino
o fio 0,020”, onde com uma ou duas voltas com pinça Mathieau, gerou forças de 150
a 300 g.
Moresca & Vigorito (2005) avaliaram in vitro a degradação da força
produzida por módulos elásticos de quatro marcas comerciais (3M Unitek, Ormco,
TP e Morelli) quando submetidos a extensão de 2 e 3 mm, a fim de verificar a
degradação destas forças durante o período de 28 dias e determinar o melhor
momento para a reativação dos módulos elásticos utilizados no fechamento de
espaços por deslizamento. As forças foram aferidas em seis intervalos de tempo:
inicial, 24 horas, 7 dias, 14 dias, 21 dias e 28 dias. Para cada grupo, dez módulos
elásticos foram estendidos em lâminas metálicas de 5 mm e 6 mm de largura e
mantidos em saliva artificial à temperatura de 37ºC. As forças produzidas por estes
módulos elásticos foram medidas utilizando-se máquina de ensaio mecânico Instron.
Considerando a extensão de 3 mm, os módulos elásticos da marca 3M Unitek,
Ormco, TP e Morelli produziram, inicialmente, força de, respectivamente, 372,60 g,
272,60 g, 321,20 g e 268,30 g. Para a extensão de 2 mm as forças geradas foram,
respectivamente, 367,80 g, 265,10 g, 294,00 g e 226,60 g. Nas primeiras 24 horas
houve decréscimo da força de aproximadamente 40% para as marcas 3M Unitek, TP
29
e Morelli e de aproximadamente 60% para a marca Ormco. Após 28 dias as forças
geradas considerando a extensão de 3 mm para as marcas 3M Unitek, Ormco, TP e
Morelli foram 154,80 g, 69,90 g, 126,90 g e 124,20 g, respectivamente. Para a
extensão de 2 mm, as forças geradas foram, respectivamente, 126,90 g, 66,00 g,
116,30 g e 101,50 g. Os autores concluíram que o melhor momento para a
reativação dos módulos elásticos é entre 21 e 28 dias.
Para Villela et al. (2006) o controle do movimento da unidade de
ancoragem ou de reação durante a movimentação dentária é fundamental para o
sucesso dos tratamentos ortodônticos, e a ancoragem esquelética revolucionou os
conceitos de tratamentos ortodônticos, por proporcionar movimentações dentárias
reduzindo os efeitos indesejados nas unidades de reação. Na ancoragem
esquelética, os mini-implantes de titânio se destacaram devido à sua grande
aplicabilidade clínica, baixo custo, simplicidade cirúrgica e boa aceitabilidade do
paciente. O sucesso da utilização dos mini-implantes depende do correto
planejamento interdisciplinar, envolvendo conhecimentos de ortodontia e cirurgia.
De acordo com Bezerra et al. (2006) é importante reconhecer que o
indivíduo portador de implante para ancoragem ortodôntica apresenta maior risco à
cárie e à doença periodontal, imposto pela própria aparelhagem ortodôntica, e assim
sendo é um indivíduo que necessita de cuidados especiais no que diz respeito ao
controle de biofilme. Uma vez que este consiste no fator etiológico primário das
doenças periodontais/peri-implantares, os três pilares do sucesso desse tratamento
no que diz respeito ao controle da saúde periodontal/peri-implantar são: (1)
realização do monitoramento regular, onde o perfil anamnésico e clínico do indivíduo
pode ser traçado e acompanhado; (2) implementação de rigorosa orientação de
higiene oral, visando ao controle mecânico do biofilme pelo indivíduo, incluindo o
30
aconselhamento quanto ao uso de escova e técnica de escovação apropriadas, o
emprego de recursos auxiliares como escova interdental, fio dental/passa fio e o uso
racional do controle químico; (3) o emprego de manutenção periodontal realizada
pelo profissional de forma individualizada, atendendo às necessidades de cada
indivíduo mediante o uso de técnicas e instrumentais específicos.
Nanda (2007) afirmou que forças são ações aplicadas sobre os corpos, e
que a aplicação destas forças resultam em movimento dentário ortodôntico. Uma
força é igual à massa multiplicada pela aceleração (F = m x a). Suas unidades são
Newtons ou gramas x milímetros/segundo. O autor ainda correlacionou a força com
um vetor, por possuir magnitude e direção. Definiu também que ancorar é conter ou
resistir ao movimento de um objeto. A ancoragem necessária para um tratamento
pode variar de absolutamente não permitir movimento dos dentes molares e pré-
molares para mesial, chamada de ancoragem crítica ou Ancoragem do grupo A;
requerer igual movimento dos dentes anteriores e posteriores, chamado de
ancoragem não crítica ou Ancoragem do grupo B; ou requerer um maior movimento
dos dentes posteriores, conhecido também de queima de ancoragem ou ancoragem
do grupo C. O autor salientou ainda que para obter movimento dentário diferenciado,
estratégias biomecânicas devem ser incorporadas, desde os tradicionais métodos de
ancoragem (extrabucais, aumentar o número de dentes na unidade de ancoragem,
placa lábio-ativa ou arcos palatais) até os conceitos biomecânicos para o controle de
ancoragem, sendo que estes são mais previsíveis por não precisarem da
colaboração do paciente.
Nanda (2007) afirmou que o sistema de força de um aparelho ortodôntico
determina o tipo de movimento dentário expressado. As forças atuam nos três
planos do espaço (primeira, segunda e terceira ordem). A maior quantidade que diz
31
respeito ao fechamento de espaço são de segunda ordem, ou vista sagital. Os
componentes de qualquer sistema de força são (a) momento alfa, que é o momento
atuando nos dentes anteriores (freqüentemente denominado de torque anterior), (b)
momento beta, que é o momento atuando nos dentes posteriores, como exemplo as
dobras de inclinação posterior instaladas na área mesial dos molares, que produzem
aumento do momento beta, (c) forças horizontais, que são forças mesiodistais
atuando nos dentes, onde as forças distais atuando nos dentes anteriores são
sempre iguais às mesiais que atuam nos dentes posteriores, (d) forças verticais, que
são forças intrusivas/extrusivas que atuam nos dentes posteriores e anteriores.
Essas forças geralmente resultam de momentos desiguais alfa e beta. Quando o
momento beta é maior que o alfa, força intrusiva atua nos dentes anteriores,
enquanto força extrusiva atua nos dentes posteriores. Quando o momento alfa é
maior que o beta, forças extrusivas atuam nos dentes anteriores, enquanto forças
intrusivas atuam nos posteriores.
Moscardini et al. (2007) através de seus estudos relataram que a
ancoragem extrabucal se tornou popular com Kloen, que foi o grande divulgador
dessa terapia, estabelecendo sua utilização nos moldes como é conhecida
atualmente. No entanto há a necessidade de se considerar a variável cooperação do
paciente, que é acrescentada ao tratamento sempre que se utilizam forças
extrabucais. A barra transpalatina (BTP) serve para incrementar a ancoragem do
bloco posterior, corrigir a rotação dos molares (aumentando o perímetro do arco e
possibilitando a correção da má oclusão), distalizações unilaterais, pequenas
expansões do arco superior, além da intrusão do molar através da influência da
língua. Comentaram ainda que atualmente, estão sendo estudados meios de
ancoragem eficientes e que independem da cooperação do paciente, como por
32
exemplo, os implantes e mini-implantes que, nos casos ortodônticos, são utilizados
com o único propósito de aumentar e/ou controlar a ancoragem ortodôntica sem
depender da cooperação do paciente. A utilização de meios de ancoragem que
dependam dos cuidados e cooperação dos pacientes pode constituir um problema
latente para o tratamento ortodôntico. Os autores realizaram trabalho onde
compararam a eficiência do aparelho extrabucal (AEB) com a BTP no controle de
ancoragem dos primeiros molares superiores no processo de retração dos dentes
anteriores nos casos de extrações de pré-molares superiores, e concluíram que no
aspecto quantitativo, ou seja, na magnitude de movimento mesial da coroa dos
primeiros molares, não houve diferença significante, mostrando que ambos se
mostraram eficientes; enquanto no aspecto qualitativo da perda de ancoragem,
verificaram que o AEB propiciou menor inclinação mesial do molar em relação à
BTP.
Melo et al. (2007) relataram que os mini-implantes apresentam diversas
indicações clínicas, servindo de ancoragem para diversos movimentos, como:
retração do segmento anterior, verticalização de molares, intrusão de dentes
anteriores e até mesmo intrusão de molares. Apesar dos mini-implantes possuírem
pequeno diâmetro, são capazes de suportar até 450 g de força, enquanto a maioria
das forças utilizadas em Ortodontia é abaixo de 250 g.
Utilizando o Aparelho Autoligado SmartclipTM (aparelho autoligado, que
dispensa a utilização de alastics ou amarrilhos para prender o fio ao aparelho),
Trevisi (2007) defendeu a necessidade de incorporar menos força no sistema para
realizar o fechamento dos espaços da extração, visto que este aparelho não possui
o atrito das ligaduras metálicas e elásticas. Assim sendo o autor recomendou
retração por deslize em que ligadura metálica 0,009” associada a módulo de alastic
33
seja colocado no gancho do tubo do molar e conectado ao gancho de fio de latão
soldado ao arco de aço 0,019” x 0,025” de aço, e que este sistema assim
permaneça por 30 dias. O sistema pode ser refeito ou reativado e esta segunda
ativação deve ser duas vezes o tamanho do alastic, e também deve permanecer por
30 dias. O autor citou o trabalho de Moresca & Vigorito em 2004, onde a força média
produzida pelo alastic quando ativado em 3mm, após 24 horas até 28 dias foi em
média 193 g (inicialmente 370 g e no final 150 g); e quando ativado em 2 mm foi de
162 g. Trevisi também defendeu o uso das molas de Niti para realizar o fechamento
dos espaços na mecânica de deslize utilizando o Aparelho Autoligado SmartclipTM,
ressaltando o maior controle da força aplicada e sua força contínua durante todo o
período de sua aplicação.
Southard et al. (2007) defenderam a idéia que fricção não aumenta a
perda de ancoragem. A sabedoria convencional dos ortodontistas sugere que força
adicional seja aplicada para o fechamento dos espaços quando for aplicado a
mecânica de deslize, devido ao fator atrito, e que isto acarreta em perda de
ancoragem. Entretanto isto não aumenta a necessidade de aumentar a ancoragem
posterior porque a força friccional para o canino se mover distalmente é anulada
pela força friccional do molar se mover mesialmente. A força que reduz o movimento
distal do canino também reduz o movimento mesial do molar. A ênfase no emprego
de braquetes com redução da fricção durante a mecânica de deslize para prevenir
perda de ancoragem posterior é injustificável e é baseada mais por conversa de
vendedores de braquetes do que em princípios biomecânicos.
De acordo com Chiavini & Ortellado (2008), os seguidores da técnica de
arco segmentado costumam trabalhar o fechamento de espaços utilizando molas de
retração em T, geralmente com fios de TMA 0,017” x 0,025”, com 10 mm de
34
comprimento e 7 mm de altura, e dependendo do caso realizando dobras de pré-
ativação para melhor controle da relação momento/força. Neste tipo de mecânica,
controlam a ancoragem através do posicionamento da alça e das dobras de
ativação, além da quantidade de força empregada. Assim sendo, para ancoragem
do Grupo A (onde se deseja retração dos dentes anteriores), fazem a retração em
dois estágios onde (1) é a inclinação controlada e (2) a verticalização radicular, e
cuja força não deve exceder 300 g; enquanto para o grupo C (onde se deseja
mesialização dos dentes posteriores) fazem primeiro a inclinação controlada do
segmento posterior e depois a verticalização da raiz, sendo que a força é maior do
que 300 g.
De acordo com Ferreira et al. (2008), as alças de retração ortodôntica são
comumente empregadas em mecânica Edgewise por meio de abordagem seccional
(ex. retração de caninos) ou por meio de abordagem segmentada (ex. retração dos
dentes anteriores em conjunto). Estas alças podem modular a demanda de
ancoragem, dependendo dos objetivos impostos pelo plano de tratamento. Os
métodos experimentais se aproximam mais da condição real, porém com custo mais
elevado. As alças de retração ortodôntica vem sendo estudadas há cerca de
cinquenta anos, por meio de procedimentos experimentais analíticos e numéricos
como o Método dos Elementos Finitos (MEF). Uma vez ativada, a alça tende a voltar
ao seu estado inicial, liberando energia elástica que foi armazenada durante a sua
abertura (ativação), provocando o deslocamento dos dentes.
2.2 Fios em ortodontia
Burstone & Goldberg (1980) relataram que no início da Ortodontia, a liga
mais utilizada era a de ouro. Entretanto depois vieram as ligas de aço com boa
35
estabilidade, dureza, resiliência e formabilidade. Isto, aliado a fatores econômicos
desempenharam papel muito importante para o largo uso desta liga. Os arcos de
cromo-cobalto-titânio (Elgilloy) também têm sido utilizados, embora as propriedades
mecânicas destes e do aço sejam muito semelhantes. Mais recentemente a liga de
níquel-titânio tem sido utilizada, possui excelente memória de forma e baixa dureza,
porém com formabilidade muito baixa, o que invibializa a incorporação de dobras
pelo ortodontista. As características ideais de um fio em Ortodontia dependem da
sua aplicação, mas de maneira geral é importante que (1) tenha grande deflexão
sem deformação permanente, (2) dureza menor que o fio de aço, (3) formabilidade,
ou seja, capacidade de aceitar dobras, como loops, sem fratura. As forças do fio de
TMA são aproximadamente 0,4 vezes a força do fio de aço. Um fio de TMA 0,018” x
0,025” libera a mesma força praticamente que um fio 0,014” x 0,020” de aço. A
vantagem de usar fio TMA é que este preenche melhor o encaixe do braquete
proporcionando melhor controle tridimensional sem aumentar a força. O TMA possui
baixa dureza, boa memória de forma, formabilidade e a possibilidade de se realizar
soldas indicando-o para várias aplicações clínicas em Ortodontia.
Kapila et al. (1990) em revisão bibliográfica escreveram sobre os testes
de laboratório para determinar as propriedades mecânicas dos fios, como: a) o teste
de tração; b) testes de dobradura; c) testes de torção; d) dureza, e salienta as
propriedades desejáveis nas ligas de fios ortodônticos, como: grande elasticidade,
baixa rigidez, facilidade para contornear, alta capacidade de armazenar energia,
biocompatibilidade e estabilidade no meio ambiente e soldagem. Os testes de tração
são utilizados para determinar as propriedades mecânicas dos fios ortodônticos.
Valores obtidos por testes de tração fornecem base para comparação das
propriedades dos fios. O aço inoxidável utilizado em ortodontia contém
36
aproximadamente 71% de ferro, 18% de cromo, 8% de níquel e menos de 0,2% de
carbono, e é um tipo de fio que produz forças altas que se dissipam em período de
tempo menores que o beta-titânio ou o Nitinol (liga de níquel-titânio). As ligas de
cromo-cobalto (Co-Cr) são confeccionadas de 40% de cobalto, 20% de cromo, 15%
de níquel, 7% de molibdênio e 16% de ferro, e estão disponíveis comercialmente
como Elgiloy. São manufaturados em quatro temperaturas, chamadas mole (azul),
semi-resiliente (verde), dúctil (amarelo) e resiliente (vermelho). As vantagens do fio
de Cr-Co sobre o de aço inoxidável incluem propriedades físicas superiores, maior
resistência à fadiga e distorção e função mais longa com mola resiliente. O beta-
titânio, ou TMA (Titanium-Molybdenum alloy) é composto de 79% de titânio, 11% de
molibdênio, 6% de zircônio e 4% de estanho. Tem módulo de elasticidade que é
quase a metade do aço inoxidável e cerca de duas vezes o do nitinol. Tem o seu uso
indicado em situações que haja necessidade de forças menores que o aço
inoxidável.
De acordo com o trabalho de Kapila et al. (1990), o alto módulo de
elasticidade dos fios de aço inoxidável e do Cr-Co sugeriu que estes fios liberam
duas vezes mais força que os fios de beta-titânio. Isto indica que a alça de
fechamento de espaço com beta titânio aplica força mais fisiológica do que a
confeccionada com aço inoxidável.
No trabalho de Ferreira et al. (1998) sobre a utilização de fios metálicos
em Ortodontia, os autores comentaram que os fios metálicos possuem “memória”,
isto é, quando deformados, desde que respeitado seu limite de elasticidade, podem
retornar à sua configuração original, e durante este ato levam o dente ao qual estão
ligados. Foi revelado que apesar do ouro ter sido amplamente utilizado no início da
Ortodontia, com o surgimento do aço inoxidável, este tornou-se o material de
37
escolha na Ortodontia, devido às suas propriedades de rigidez, resiliência e
formabilidade, além de fatores econômicos. Nos anos 60 surgiram as ligas de titânio,
e a primeira a ser utilizada ortodonticamente foi a de níquel-titânio (Niti). O Niti
possui baixo módulo de elasticidade e pode ser deformado 5 vezes mais que o fio de
aço, no entanto tem a desvantagem de ser mais dispendioso e mais frágil. Em 1980
surgiu a liga de TMA, considerado o mais novo material a ser introduzido na
Ortodontia. O TMA tem módulo de elasticidade intermediário entre o aço inoxidável e
o Niti e pode ser defletido 2 vezes mais que o aço sem deformação permanente.
Este fio não é alterado significativamente pela colocação de dobras ou torção.
Ferreira (1999) afirmou que estudos tem sido realizados com o propósito
de conhecer o nível das forças em diferentes desenhos de molas. Com a criação de
diferentes ligas em Ortodontia, há a necessidade de compará-las com as já
conhecidas para checar as propriedades mecânicas. O autor realizou estudo com o
propósito de comparar os resultados após sucessivas ativações da mola de
fechamento duplo delta, usando diferentes fios de diferentes calibres. Foram
confeccionadas 72 molas com o desenho duplo delta (como o usado por Ricketts),
fabricadas em três diferentes materiais (aço, cromo-cobalto e titânio-molibdênio), e
em diferentes calibres. As molas foram confeccionadas pelo mesmo operador, sobre
um template. Somente as forças horizontais foram testadas. Os resultados foram
analisados estatisticamente e mostraram que a mola de titânio-molibdênio 0,017” x
0,025” (Ormco) mostrou a menor média acumulado por 0,5 mm de ativação e
também a melhor relação carga-deflexão. A mola de aço 0,019”x 0,025” (3M/Unitek)
mostrou grande média acumulada e a pior relação carga-deflexão. A mola de aço
0,017” x 0,022” (3M/Unitek) e a de cromo-cobalto 0,016” x 0,022” (RMO) não
apresentaram diferenças estatísticas. A mola de cromo-cobalto 0,016” x 0,016”
38
(RMO) e a mola de titânio-molibdênio 0,019” x 0,025 ” (Ormco) não apresentaram
diferenças estatísticas. A mola de aço 0,018” x 0,025 (3M/Unitek), a mola de aço
0,018” x 0,025" (Morest) e de aço 0,019”x 0,025” (Morest) não apresentaram
diferenças estatísticas. O autor concluiu que a relação carga-deflexão da mola é
dependente do material do fio, do calibre do fio e do desenho da mola.
Thiesen et al. (2001) avaliaram as forças liberadas por oito desenhos
diferentes de alças ortodônticas para o movimento de retração de caninos e
incisivos, utilizando fio de aço inoxidável da marca Morelli de secção 0,019" x 0,025".
As forças liberadas pelas alças foi quantificada através de máquina de ensaio de
tração (INSTRON 4444) quando distendidas em 1 e 2 mm. As menores e maiores
médias encontradas foram a alça T com helicóides (289,62 gf) e alça de Bull (754,65
gf) quando distendidas em 1 mm, e alça em T com helicóides (605,76 gf) e alça
reversa simples (1274,75 gf) quando distendidas em 2 mm. Apenas uma alça liberou
valores compatíveis com a retração dos dentes anteriores de acordo com o
recomendado por vários autores, que foi a alça em T com helicóides, pois liberou
uma média de 289,62 gf ao ser distendida em 1 mm.
Gurgel et al. (2001) relataram que o tratamento ortodôntico é dependente
da ação dos fios ortodônticos, conforme suas características estruturais e
mecânicas. O comportamento do fio ortodôntico quanto à liberação de forças, segue
desenho representado por gráfico carga/deflexão, que registra a quantidade de força
acumulada para cada milímetro de ativação. Diante de deflexão exagerada, este fio
não volta mais a sua forma original, ou seja, ocorrerá uma deformação permanente.
Isto ocorre quando se ultrapassa o limite elástico do fio, também chamado de limite
de proporcionalidade. Antes deste limite estamos na fase elástica do fio, e após,
estamos na fase plástica (muda a forma sem retornar à forma original). Conhecendo
39
o gráfico de determinado fio pode-se avaliar o quanto de força será liberado para
cada milímetro de ativação, antes de sofrer deformação permanente. Este dado é
fornecido pelo módulo de elasticidade (E) ou módulo de Young, que compreende o
valor obtido da razão entre a tensão e a deformação (E = Tensão/Deformação) na
fase elástica. Quanto maior o valor, mais rígido será o fio. A resiliência é a
quantidade de energia acumulada por uma liga até o seu limite elástico. Um fio muito
resiliente pode ser defletido mais sem que sofra dobra permanente. A formabilidade
é a capacidade da liga deformar-se no regime plástico sem sofrer fratura. Os fios de
aço possuem alta rigidez, são fáceis de se manipular e tem uma excelente
formabilidade, com conseqüente versatilidade para o uso ortodôntico. As ligas de
Elgilloy possuem propriedades muito semelhantes às do aço, entretanto com maior
formabilidade. O Elgilloy é confeccionado em quatro têmperas (azul - mais maleável,
amarela - dúctil, verde - semi-resiliente e vermelha - resiliente). O TMA apresenta
uma grande resiliência associada a uma moderada formabilidade. Apresenta metade
da rigidez do aço e o dobro de resiliência.
Shimizu et al. (2002a) realizaram estudo comparando as forças das alças
Bull e T quando centralizadas no espaço interbraquetes. Confeccionaram 160 alças
para fechamento de espaços, sendo 80 Bull e 80 em T, construídas com fios de aço
inoxidável da marca comercial UNITEK, utilizando quatro diferentes secções
transversais (0,017 x 0,025”, 0,018” x 0,025”, 0,019” x 0,025” e 0,021” x 0,025”) e
quatro diferentes intensidades de pré-ativações (0°, 20°, 30° e 40°). Concluíram que
a inserção de dobras de pré-ativações aumentou significantemente as magnitudes
de forças geradas pelas alças Bull, o mesmo não ocorrendo para as alças T; as
alças T geraram proporções carga/deflexão mais baixas que as alças Bull,
proporcionando com isto forças mais constantes durante sua desativação; as alças T
40
geraram altas proporções momento/força, proporcionando movimentos por
inclinação descontrolada, por inclinação controlada, translação e movimento
radicular, enquanto que as alças Bull proporcionaram apenas movimento por
inclinação descontrolada; o que permite dizer que avaliando os sistemas de forças
gerados por ambas as alças, as alças em T apresentaram resultados mais
satisfatórios.
Em estudo com alças em T, Shimizu et al. (2002b) avaliaram o
desempenho destas alças quando centralizadas nos espaço interbraquetes. As
alças em T foram construídas com fios de aço inoxidável da marca comercial
UNITEK (3M, USA), com 7 mm de altura e 10 mm de largura, com 11 mm para cada
extremidade alfa e beta e com 4 mm para fixação das alças. As alças foram
divididas em 4 diferentes grupos de secções transversais (0,017” x 0,025”; 0,018” x
0,025”; 0,019” x 0,025”; 0,021” x 0,025”) e subdivididas em 4 subgrupos de acordo
com a pré-ativação (0°, 20°, 30° e 40°). Cada subgr upo continha 5 elementos,
totalizando 80 alças. Foi utilizado para o teste uma máquina universal de ensaio
Instron (modelo TTDML) aliado a um transdutor de momentos. Os autores
concluíram que a inserção de dobras de pré-ativação não aumentou
significantemente as magnitudes das forças geradas pela alça T; que as alças T
geraram proporções carga/deflexão relativamente baixas e com isso forças mais
constantes durante sua desativação; altas proporções M/F e com isso movimentos
por inclinação descontrolada, inclinação controlada, translação e movimento
radicular; e assim sendo, pode-se afirmar que as alças T construídas com fios de
aço demonstraram em suas propriedades mecânicas serem muito versáteis para a
retração de incisivos e caninos.
41
De acordo com Noort (2004) o aço inoxidável é um dos principais
materiais usados em Ortodontia porque possui uma alta resistência à tração e
possui resistência à corrosão, o que permite o seu uso na boca. Os dois elementos
de maior importância para a Odontologia na produção do aço inoxidável são o cromo
e o níquel. A adição de cromo ao aço melhora a resistência à corrosão do metal, e
para ser eficiente o teor de cromo deve exceder 11%. A capacidade de apresentar
uma ampla variedade de propriedades mecânicas enquanto mantém sua resistência
à corrosão na boca que torna o aço inoxidável material tão atraente para uso
ortodôntico.
Em seu estudo Lanes et al. (2004) avaliaram o comportamento de 2 tipos
de alças para fechamento dos espaços, uma em forma de T e outra em forma de
gota, confeccionadas com fio de aço 0,019” x 0,025” da marca comercial MORELLI.
No seu estudo, foram confeccionadas 30 alças (15 de cada), divididas em 3 grupos
de 5 elementos. O que diferenciou nestes grupos foi a altura da alça (6 mm, 8 mm,
10 mm). Foi avaliado então a quantidade de força gerada quando as alças eram
ativadas entre 0,75 mm e 2,25 mm; utilizando para este fim uma máquina universal
de ensaios mecânicos (INSTRON, 4444, Instron Corportation) numa velocidade de
2mm/min. Os valores obtidos foram analisados estatisticamente através da análise
de Variância (ANOVA 2) e foi considerado significativo. Os resultados mostraram
que em relação ao desenho, as alças em gota liberaram maior força que as alças
em T; que o fator comprimento das alças foi inversamente proporcional à força
liberada, ou seja, quanto maior a alça menor a força liberada; e que quanto maior a
ativação das alças, maior a força gerada. Os autores verificaram que os valores
compatíveis com a força ótima sugerida por diversos autores para fechamento em
massa dos incisivos e caninos, tanto superiores quanto os inferiores, foram
42
conseguidas com o grupo alça em T com 10 mm de altura, alça em gota com 10 mm
de altura, alça em T com 8 mm de altura, quando ativadas em 1 mm.
Verstrynge et al. (2006) realizaram trabalho com o objetivo de avaliar as
características do aço inoxidável contemporâneo e o TMA. Encontraram diferenças
signicativas entre o aço inoxidável e o TMA, mas não nas características físicas e
mecânicas nos subgrupos. A análise morfológica, no entanto, mostrou claramente
que na fase final do processo de produção dos fios. Há falta de qualidade que
deveria ser esperada para boas propriedades mecânicas e biocompatibilidade com
os tecidos. Os autores concluíram que especificações mais precisas são
urgentemente necessárias para aumentar a qualidade dos fios ortodônticos no
mercado.
Bastos et al. (2007) analisaram a relação carga/deflexão de fios
ortodônticos de titânio-nióbio e aço inoxidável. Para isto utilizou 5 amostras de fios
de aço inoxidável 0,019” x 0,025” das marcas Abzil, 3M Unitek e Ormco e 5
amostras de fios de titânio-nióbio 0,019” x 0,025” da marca Ormco; todos pré-
contornados para o arco superior com o mesmo comprimento total de 180mm. Os
fios foram divididos em 2 grupos, sendo o grupo 1 constituído por fios de aço e o
grupo 2 por fios de titânio-nióbio. Para o teste foi utilizado um manequim com dentes
em resina, alinhados e nivelados, sendo que o incisivo central superior direito foi
removido. No manequim foi feito a colagem de braquetes da técnica Edgewise
0,022” x 0,030” em todos os dentes. Através de máquina universal de ensaios (EMIC
10000), com célula de carga de 50N e com término em formato cônico de 8 mm de
diâmetro foi aplicado cargas para provocar deflexão no fio (no local do incisivo
removido) de 1 mm a 3 mm, com registros a cada 0,5 mm. A velocidade utilizada foi
de 1 mm/min. Verificou-se que a força necessária para defletir o fio de titânio-nióbio
43
é menor que para os fios de aço, em qualquer intervalo de deflexão. Os autores
concluíram também que o fio de titânio-nióbio é em média 50% menos rígido que os
fios de aço.
Ferreira et al. (2008) afirmaram que alça com relação carga-deflexão alta
armazenará carga muito grande por unidade de ativação, o que implicará em uma
ativação muito pequena, dificultando o controle na prática clínica. Já uma relação
carga-deflexão adequada permitirá ativação de 2 ou 3 mm, sem contudo chegar a
carga excessiva. Força elástica máxima: é a maior força sem produzir deformação
permanente. Se a alça tem força elástica máxima baixa, ela sofre facilmente
deformação plástica, seja pela ativação ou até mesmo pelas forças da mastigação.
As ligas de TMA apresentam ampla flexibilidade e formabilidade o que as tornam
eletivas para a confecção de alças.
No estudo sobre a força gerada por alças ortodônticas, Cecílio et al.
(2008) utilizaram 19 tipos de arcos com alças produzidas com secção retangular
com variações de geometria (espessura, número e forma das alças), tipos de liga e
fabricantes. As amostras foram submetidas ao teste de tração utilizando máquina
para ensaios universais com célula de carga de 50 kgf. Foram elaborados gráficos
das curvas médias de carga x deformação e foi elaborado uma tabela com as cargas
e desvios-padrões a cada 0,5 mm de ativação. Sendo os arcos estudados
disponíveis para a retração em massa de todo o segmento anterior, as magnitudes
de forças ótimas devem ser divididas por 2, a fim de escolher a quantidade de
ativação em milímetros das alças. Os autores encontraram a liberação de 230 g de
força para a ativação do DKLV em 0,5 mm e de 450 g para a ativação de 1 mm. Os
autores concluíram que deve-se ter cuidado com algumas alças que liberam forças
44
adequadas quando ativadas em 0,5 mm; mas que ao serem ativadas em 1 mm
liberam forças indesejáveis.
2.3 Mola de ancoragem utilizada na técnica Straight -Wire - sistema versátil
Suzuki (2006) descreveu o uso da mola de ancoragem construída com fio
de aço 0,021” x 0,025” inserida por mesial do tubo auxiliar (cervical) do molar para
realizar o fechamento de espaços da extração e aumentar a ancoragem posterior
durante a retração dos dentes anteriores. O autor recomendou a utilização da mola
associada à mecânica de retração com utilização de arco dupla chave versátil
(DKLV) e ativada por meio de “Suzuki-Tie” (ativação da alça por amarrilho metálico
0,025" no gancho do tubo molar) à alça distal, a fim de permitir a retração do
segmento anterior associado com componente intrusivo. O autor comentou ainda
que com a força de 200 g não há deformação permanente na mola, fato que só
ocorre após o carregamento de 400 g de força, confirmada pela simulação através
do Método dos Elementos Finitos.
45
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo do presente estudo foi comparar a força ortodôntica exercida
pela mola de ancoragem confeccionada em diferentes fios (TMA, Elgilloy e Aço),
calibres e ativações (1 a 7 mm), verificando os melhores protocolos clínicos para:
a) retração em massa no arco superior;
b) retração em massa no arco inferior.
46
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
Para realizar a pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:
a) 2 varetas de fio de aço GAC 0,021" x 0,025";
b) 2 varetas de fio de aço Morelli 0,021" x 0,025";
c) 2 varetas de fio TMA Morelli 0,021" x 0,025";
d) 2 varetas de fio de aço GAC 0,019" x 0,025";
e) 2 varetas de fio de aço Morelli 0,019" x 0,025";
f) 2 varetas de fio TMA Morelli 0,019" x 0,025";
g) 2 varetas de fio de aço Morelli 0,018" x 0,025";
h) 2 varetas de fio de Elgilloy RMO 0,018" x 0,025";
i) 2 varetas de fio TMA Morelli 0,018" x 0,025";
j) 2 varetas de fio de aço GAC 0,017" x 0,025";
k) 2 varetas de fio de aço Morelli 0,017" x 0,025";
l) 2 varetas de fio de Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025";
m) 2 varetas de fio de Elgilloy RMO 0,017" x 0,025";
n) 2 varetas de fio TMA Morelli 0,017" x 0,025".
47
4.2 Métodos
Foram confeccionadas 10 molas de ancoragem (figura 1), com cada um
dos fios citados, de tal forma que formaram 14 grupos, assim divididos:
a) Aço GAC 0,021" x 0,025";
b) Aço Morelli 0,021" x 0,025";
c) TMA Morelli 0,021" x 0,025;
d) Aço GAC 0,019" x 0,025";
e) Aço Morelli 0,019" x 0,025";
f) TMA Morelli 0,019" x 0,025";
g) Aço Morelli 0,018" x 0,025";
h) Elgilloy RMO 0,018" x 0,025;
i) TMA Morelli 0,018" x 0,025";
j) Aço GAC 0,017" x 0,025";
k) Aço Morelli 0,017" x 0,025;
l) Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025";
m) Elgilloy RMO 0,017" x 0,025";
n) TMA Morelli 0,017" x 0,025".
48
Figura 1 - Mola de ancoragem utilizada na Técnica Straight-wire Sistema Versátil
A mola de ancoragem foi confeccionada da seguinte maneira para cada
tipo de fio usado neste estudo:
a) cortar 5 cm do fio ortodôntico;
b) a partir de uma extremidade medir aproximadamente 13 mm e realizar
dobra em aproximadamente 30° com o alicate de Nance;
c) com o alicate de Tweed confeccionar o loop (nesta pesquisa foi utilizado
o segundo degrau do alicate);
d) a partir do loop, posicionar o alicate de Nance junto ao mesmo e realizar
dobra em aproximadamente 45° em direção oposta à outra extremidade
do fio;
e) colocando o alicate de Nance na extremidade livre junto à última dobra,
realizar dobra em aproximadamente 135° utilizando o primeiro degrau do
alicate.
49
Figura 2 - Seqüência de confecção da mola de ancoragem
Todas as 140 molas (14 grupos de dez molas cada) foram
confeccionadas pelo mesmo operador e utilizando os mesmos alicates.
Para simular o funcionamento “in vivo” da mola ao realizar o teste e
adaptar à Máquina Universal de Testes, foi confeccionado um aparato em resina
acrílica onde foi fixado o tubo molar simples da marca GAC, slot 0,022”x 0,028”,
prescrição Roth, que aparato foi fixado à Máquina Universal de Testes através de
uma peça em metal que possui rosca para fixação na máquina e outra rosca para
fixar o aparato nele (figura 2). Cada mola (total de 140) foi inserida no encaixe do
tubo molar que estava fixado no aparato e este fixado à máquina universal de testes.
O excesso de fio foi dobrado justamente na distal do tubo. O gancho da mola de
ancoragem foi amarrado à célula de carga (20Kgf) da máquina universal EMIC
DL2000 (São José dos Pinhais, PR, Brasil) através de amarrilho metálico 0,010” da
marca comercial Morelli.
50
Figura 3 - Corpo de prova sendo tracionado pela máquina universal EMIC DL 2000
As molas foram então tracionadas pela máquina universal (EMIC DL2000)
até 500 g, e as tensões foram anotadas pelo computador quando ativadas em 1 mm,
2 mm, 3 mm, 4 mm, 5 mm, 6 mm e 7 mm. A mola foi ativada até o máximo de 7 mm
ou até a força chegar a 500 g. A velocidade utilizada na máquina universal de testes
foi a de 5 mm por minuto. Os valores obtidos, juntamente com os gráficos de cada
grupo contendo as 10 molas de ancoragem, foram salvos pelo computador da
própria máquina em arquivo “pdf” (arquivo este que não permite modificações).
51
4.3 Análise estatística
Para poder realizar a análise estatística dos grupos foi necessário
considerar as diferentes distâncias de ativação das molas como protocolos
diferentes, e assim sendo os primeiros 14 padrões de ativação foram os primeiros 14
grupos quando tensionados em 1 mm, e a partir de então foi sendo acrescentado
padrões para os grupos conforme estes apresentassem outras distâncias de
ativação, totalizando 25 padrões de ativação.
Padrão 1 - Grupo 1 a 1 mm
Padrão 2 - Grupo 2 a 1 mm
Padrão 3 - Grupo 3 a 1 mm
Padrão 4 - Grupo 4 a 1 mm
Padrão 5 - Grupo 5 a 1 mm
Padrão 6 - Grupo 6 a 1 mm
Padrão 7 - Grupo 7 a 1 mm
Padrão 8 - Grupo 8 a 1 mm
Padrão 9 - Grupo 9 a 1 mm
Padrão 10 - Grupo 10 a 1 mm
Padrão 11 - Grupo 11 a 1 mm
Padrão 12 - Grupo 12 a 1 mm
Padrão 13 - Grupo 13 a 1 mm
Padrão 14 - Grupo 14 a 1 mm
Padrão 15 - Grupo 3 a 2 mm
52
Padrão 16 - Grupo 5 a 2 mm
Padrão 17 - Grupo 6 a 2 mm
Padrão 18 - Grupo 7 a 2 mm
Padrão 19 - Grupo 9 a 2 mm
Padrão 20 - Grupo 10 a 2 mm
Padrão 21 - Grupo 12 a 2 mm
Padrão 22 - Grupo 13 a 2 mm
Padrão 23 - Grupo 13 a 3 mm
Padrão 24 - Grupo 14 a 2 mm
Padrão 25 - Grupo 14 a 3 mm
Os valores foram repassados para uma tabela do programa de
computador excel e então encaminhados para análise estatística onde foi realizada
a análise exploratória dos dados e indicou a transformação raiz quadrada para que
os mesmos atendessem as pressuposições da análise de variância (ANOVA). Este
procedimento rotineiro foi adotado devido aos elevados valores observados dos
coeficientes de variação, superiores a 25% em todos os grupos testados.
A seguir foi aplicada ANOVA a um critério (one way) e teste de Tukey
para grupos de tamanhos desiguais (Unequal N HDS), com α=0,05. Foi utilizado o
programa estatístico SAS1 para análise inicial.
Num segundo momento, foram selecionados os grupos que apresentaram
resultados próximos aos valores de referências utilizados como padrão para análise,
1 *SAS Institute Inc., Cary, NC, USA, Release 9.1, 2003.
53
ou seja, de tensão de tração de 240 g para o arco inferior e de 300 g para o arco
superior (Shimizu, 1995).
Estes grupos foram submetidos novamente a ANOVA e teste de Tukey,
para evitar que os resultados de grupos com comportamentos evidentemente fora do
padrão de referência interferissem nos resultados, diminuindo a sensibilidade do
teste para identificação de diferenças estatisticamente significantes.
54
5 RESULTADOS
Os resultados da ativação das molas de ancoragem tracionadas pela
Máquina Universal de Testes EMIC DL 2000 estão no apêndice, em formato "pdf".
Os grupos e os respetivos números do teste estão listados abaixo e a
impressão destes testes encontram-se no apêndice deste trabalho.
1. Aço GAC 21x25 - Trabalho n° 1406;
2. Aço Morelli 21x25 - Trabalho n° 1409;
3. TMA Morelli 21x25 - Trabalho n° 1393;
4. Aço GAC 19x25 - Trabalho n° 1407;
5. Aço Morelli 19x25 - Trabalho n° 1415;
6. TMA Morelli 19x25 - Trabalho n° 1413;
7. Aço Morelli 18x25 - Trabalho n° 1418;
8. Elgilloy RMO 18x25 - Trabalho n° 1411;
9. TMA Morelli 18x25 - Trabalho n° 1414;
10. Aço GAC 17x25 - Trabalho n° 1405;
11. Aço Morelli 17x25 - Trabalho n° 1412;
12. Elgilloy Morelli 17x25 - Trabalho n° 1392;
13. Elgilloy RMO 17x25 - Trabalho n° 1408;
14. TMA Morelli 17x25 - Trabalho n° 1417.
55
As médias e o desvio padrão das forças liberadas pelas molas de
ancoragem confeccionadas em diferentes fios, de diferentes marcas comerciais e
em diferentes calibres, em decorrência da quantidade de ativação estão
apresentados na tabela 1.
Tabela 1 - Força média (desvio padrão) em função do padrão.
Protocolo Média (desvio padrão)
P1 Aço GAC 21X25 a 1 mm 244,4 (53,3) bcdef P2 Aço Morelli 21x25 a 1 mm 293,3 (59,7) abcd P3 TMA Morelli 21x25 a 1 mm 101,6 (32,8) jkl P4 Aço GAC 19x25 a 1 mm 229,4 (44,1) bcdefg P5 Aço Morelli 19x25 a 1 mm 173,2 (23,5) fghi P6 TMA Morelli 19x25 a 1 mm 156,7 (39,1) ghij P7 Aço Morelli 18x25 a 1 mm 132,3 (23,1) hijk P8 Elgilloy RMO 18x25 a 1 mm 197,6 (53,1) efghi P9 TMA Morelli 18x25 a 1 mm 121,8 (24,3) ijkl P10 Aço GAC 17x25 a 1 mm 140,0 (35,8) hijk P11 Aço Morelli 17x25 a 1 mm 208,5 (32,6) defgh P12 Elgilloy Morelli 17x25 a 1 mm 92,5 (36,1) kl P13 Elgilloy RMO 17x25 a 1 mm 164,1 (37,3) fghij P14 TMA Morelli 17x25 a 1 mm 68,0 (12,7) l P15 TMA Morelli 21x25 a 2 mm 250,5 (95,9) abcdef P16 Aço Morelli 19x25 a 2 mm 376,2 (47,7) a P17 TMA Morelli 19x25 a 2 mm 372,2 (82,0) a P18 Aço Morelli 18x25 a 2 mm 290,2 (51,0) abcde P19 TMA Morelli 18x25 a 2 mm 284,01 (69,5) abcde P20 Aço GAC 17x25 a 2 mm 332,1 (87,4) ab P21 Elgilloy Morelli 17x25 a 2 mm 223,9 (66,5) cdefg P22 Elgilloy Morelli17x25 a 3 mm 379,4 (109,4) a P23 Elgilloy RMO 17x25 a 2 mm 364,9 (73,7) a P24 TMA Morelli 17x25 a 2 mm 164,9 (30,0) fghij P25 TMA Morelli 17x25 a 3 mm 308,8 (83,1) abc Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05)
As médias de tensão e os respectivos desvios-padrão em ordem
decrescente estão apresentados na tabela 2.
56
Tabela 2 - Força média (desvio padrão) em ordem decrescente de força.
Grupo Média (desvio padrão) P 22 379,4 (109,4) P 16 376,2 (47,7) P 17 372,2 (82,0) P 23 364,9 (73,7) P 20 332,1 (87,4) P 25 308,8 (83,1) P 2 293,3 (59,7) P 18 290,2 (51,0) P 19 284,01 (69,5) P 15 250,5 (95,9) P 1 244,4 (53,3) P 4 229,4 (44,1) P 21 223,9 (66,5) P 11 208,5 (32,6) P 8 197,6 (53,1) P 5 173,2 (23,5) P 24 164,9 (30,0) P 13 164,1 (37,3) P 6 156,7 (39,1) P 10 140,0 (35,8) P 7 132,3 (23,1) P 9 121,8 (24,3) P 3 101,6 (32,8) P 12 92,5 (36,1) P 14 68,0 (12,7)
As colunas verticais indicam grupos com equivalência estatística. Os padrões destacados em verde e amarelo indicam, respectivamente, os valores considerados adequados para os arcos superior e inferior, de acordo com os valores de referência.
A tabela 3 apresenta os Padrões compatíveis com a utilização no arco
superior e no arco inferior, levando em consideração os valores indicados na
literatura para a retração em massa dos dentes anteriores na maxila
(aproximadamente 300 gramas de força de cada lado) e na mandíbula
(aproximadamente 240 gramas de força de cada lado) (Shimizu, 1995).
57
Tabela 3 - Padrões considerados adequados para retração dos arcos
Arco Superior ( �300g) Arco Inferior ( �240g)
P 20 - Aço GAC 17x25 a 2 mm
P 25 - TMA Morelli 17x25 a 3 mm
P2 - Aço Morelli 21x25 a 1 mm
P18 - Aço Morelli 18x25 a 2 mm
P19 - TMA Morelli 18x25 a 2 mm
P 15 - TMA Morelli 21x25 a 1 mm
P 1 - Aço GAC 21x25 a 1 mm
P 4 - Aço GAC 19x25 a 1 mm
P21 - Elgilloy Morelli 17x25 a 2 mm
A tabela 4 apresenta as comparações individuais entre os padrões
considerados adequados para o arco superior e inferior, pelo teste de Tukey, para
grupos com números desiguais (Unequal N HSD), de médias dos grupos testados
(p<0,05).
Tabela 4 - Comparações entre os padrões considerados adequados
Grupos Médias Grupo 20 332,11
Grupo 25 308,86
Grupo 2 293,28
Grupo 18 290,20
Grupo 19 284,07
Grupo 15 250,51
Grupo 1 244,44
Grupo 4 229,41
Grupo 21 223,87
Obs.: As colunas verticais em destaque indicam equivalência estatística entre os grupos. Os padrões destacados em verde e amarelo indicam, respectivamente, os valores considerados adequados para os arcos superior e inferior, de acordo com os valores de referência.
58
6 DISCUSSÃO
Seja por falta de espaço no arco ou por problemas de relacionamento
entre os arcos, a exodontia e o conseqüente fechamento destes espaços da
extração fazem parte da rotina do consultório ortodôntico (Gregoret, 2005; Souza et
al., 2005; Ferreira et al., 2008). Ao realizar estas exodontias, o ortodontista precisa
definir como irá utilizar o espaço disponível, ou seja, se irá permitir movimento
mesial dos dentes posteriores, movimento distal dos dentes anteriores ou ambos
(Williams, 1997; Souza et al., 2005; Villela et al., 2006; Nanda, 2007). Após a
definição de como o espaço será fechado, o ortodontista precisa definir a mecânica
a ser empregada para alcançar tal objetivo (Smith, Storey, 1952; Manhartsberger et
al., 1989; Rajcich et al., 1997; Thiesen et al., 2005; Chiavini, Ortellado, 2008). Este
cuidado é conhecido como controle de ancoragem, e é classificada em Ancoragem
A - quando se deseja movimento distal dos dentes anteriores, Ancoragem B -
quando se permite movimento distal dos anteriores e mesial dos posteriores na
mesma proporção e Ancoragem C - quando se deseja movimento mesial dos dentes
posteriores (Souza et al., 2005; Nanda, 2007). Existem vários métodos para controle
de ancoragem atualmente e cada um deles possui indicações e contra-indicações,
bem como vantagens e desvantagens. As principais desvantagens da maior parte
dos métodos está no fato de depender da colaboração do paciente, principalmente
quando usado extrabucalmente ou que apareça esteticamente (Ianni Filho et al.,
2003; Teixeira, Escóssia Junior, 2004; Nanda, 2007; Moscardini et al., 2007). Uma
alternativa muito interessante é a utilização dos mini-implantes de ancoragem
(Teixeira, Escóssia Junior, 2004; Bezerra et al., 2006; Vilela et al., 2006; Melo et al.,
2007; Moscardini et al., 2007), porém tem como desvantagens a necessidade de
59
cirurgia, maior cuidado com a higiene pelo paciente e o custo (Bezerra et al., 2006).
A mola de ancoragem utilizada na técnica Straight-Wire - sistema versátil é um
dispositivo de fácil confecção, pois é confeccionada no próprio consultório com fio
0,021” x 0,025” de aço, não dependendo da colaboração do paciente, não há
necessidade de cirurgia e cuidados mais específicos do que os usuais em relação à
higiene (Suzuki, 2006). Na técnica Straight-Wire - sistema versátil a mola de
ancoragem é ativada através de amarrilho metálico até a alça distal do arco DKLV
(Suzuki, 2006). O arco DKLV é um dispositivo pré-fabricado pela companhia GAC
com fio de aço 0,020" x 0,025" (Suzuki, 2006) e só é instalada após o alinhamento e
nivelamento de todos os dentes, o que maximiza o movimento de corpo dos dentes,
e minimiza as chances dos efeitos colaterais indesejáveis com os movimentos de
inclinação, que atuam como alavanca aumentando a força em determinados locais
(Reitan, 1957). A partir daí veio a idéia de realizar um trabalho para testar as molas
de ancoragem confeccionadas em diferentes fios ortodônticos e em diferentes
ativações a fim de propor um protocolo clínico de utilização com o objetivo de
realizar a retração anterior seguindo as forças recomendadas para tal função. Isto é
particularmente útil porque tanto o arco DKL como o DKLV, utilizados na Técnica
Straight-Wire - Sistema Versátil, aceita ativações mínimas que liberam a força
indicada para o fechamento dos espaços da extração, tornando praticamente
impossível de se avaliar clinicamente a correta ativação do sistema (Cecílio et al.,
2008). Neste trabalho foi testada a mola de ancoragem confeccionada em diferentes
ligas (Aço, TMA e Elgilloy) e em diferentes calibres, para propor um protocolo clínico
com a finalidade de retração dos seis dentes anteriores.
De acordo com a literatura são necessários 480 g (240 g de cada lado)
para realizar a retração em massa dos caninos e incisivos inferiores e 600 g (300 g
60
de cada lado) para realizar a retração em massa dos caninos e incisivos superiores
(Shimizu, 1995).
Para poder realizar o teste confeccionou-se um aparato em resina acrílica
onde foi fixado um tubo molar simples da marca GAC, slot 0,022” x 0,028”,
prescrição Roth; e este aparato de resina foi inserido em uma peça de metal para
ser adaptada e fixada na máquina EMIC - 2000 (através da rosca existente no
metal). As 140 molas (14 grupos com 10 molas cada) foram inseridas no tubo molar
e através de um fio de amarrilho metálico 0,010”, foram adaptadas à máquina
universal de testes. O fio de amarrilho foi utilizado porque é o que usualmente utiliza-
se para a ativação (Gregoret, 2005; Suzuki, 2006). O sistema foi tracionado até 500
g e a cada milímetro a máquina anotava a tensão de tração. O valor máximo de 500
g foi escolhido pelo fato das forças ideais irem até o valor máximo de
aproximadamente 300 g (Smith, Storey, 1952; Shimizu, 1995; Alexander, 1996;
Thiesen et al., 2001; Zanelato et al., 2002; Marcotte, 2003; Teixeira, Escóssia Junior,
2004; Melo et al., 2007; Trevisi, 2007) e valores acima de 500 g poderiam danificar
o corpo de provas durante o trabalho. Um fato muito importante também é o de dar
preferência ao grupo com protocolo de ativação de 2 a 3 milímetros em detrimento
do protocolo de 1 mm de ativação (Cecílio et al., 2008), pois é mais fácil controlar
clinicamente os valores e as molas apresentam melhor relação carga-deflexão
(Burstone et al., 1961; Burstone, Koenig, 1976; Faulkner et al., 1991; Ferreira et al.,
2008).
As diferentes ligas ortodônticas e os diferentes calibres influenciam na
força exercida pela mola quando a mesma é ativada. Isto está de acordo com outras
pesquisas, que mostraram que o aço inoxidável libera forças maiores, seguido pelo
Elgilloy, que apresenta propriedades muito semelhantes ao aço e melhor
61
formabilidade e pelo TMA, que apresenta grande resiliência e moderada
formabilidade. (Kapila et al., 1990; Kapila et al., 1990; Burstone, Goldberg, 1980;
Ferreira et al., 1998; Verstrynge et al., 2006).
A utilização de calibres diferentes de fios também levou à variação dos
resultados obtidos nesta pesquisa, o que é demonstrado em outras pesquisas
(Ferreira, 1999; Shimizu et al., 2002), porém nem sempre um calibre maior liberou
força maior.
A tensão das molas foram avaliadas e forneceu a força ideal para a
retração dos seis dentes anteriores, ou seja, a retração em massa dos incisivos e
caninos. Há técnicas que sugerem a retração dos caninos em um primeiro momento
e a dos incisivos após isso (Rajcich et al., 1997). Os autores que defenderam esta
idéia se basearam na necessidade de menor ancoragem para retrair apenas os
caninos e depois estes dentes fariam parte do apoio e consequentemente maior
ancoragem para retrair os incisivos. No entanto há autores que discordaram deste
tipo de mecânica por considerarem forças de 300 g abaixo do valor onde se perde
ancoragem, pelo maior tempo para retrair todos os dentes e por facilitar o
fechamento de maneira simétrica (Marcotte, 2003). Somado a este fator inclui-se
também o fato de que a cada dia que se passa aumentar a demanda pela estética
dentária, e o fato de haver espaço entre o incisivo lateral e o canino é fator que
desagrada o indivíduo e dificulta o relacionamento paciente-profissional.
Para realizar a retração em massa dos dentes anteriores, há dois
métodos: (1) mecânica de deslize e (2) mecânica de não-deslize, onde usa-se alça
para o fechamento do espaço da exodontia. No método da mecânica de deslize,
deve-se contar com o fator atrito, que por si só consome mais ancoragem, e
contribui para que este método seja menos eficiente (Burstone, Koenig, 1976;
62
Manhartsberger et al., 1989; Shimizu, 1995; Thiesen et al., 2005; Trevisi, 2007).
Alguns autores não acreditaram que a fricção aumente a perda de ancoragem, e
defenderam este pensamento afirmando que o atrito na região anterior contrapondo
a retração de caninos e incisivos é anulado pelo atrito dos dentes posteriores em se
moverem para mesial, mantendo assim a ancoragem posterior (Southard et al.,
2007). Na mecânica de deslize normalmente utiliza-se alastics que são estirados
desde o gancho do tubo do molar a um gancho ou gurin no próprio arco, geralmente
entre o lateral e canino ou na distal do canino (Trevisi, 2007). Devido ao fato dos
alastics sofrerem muita alteração na liberação da força durante 30 dias (Moresca,
Vigorito, 2005; Trevisi, 2007), alguns autores preconizaram a utilização de molas de
níquel-titânio por liberar forças mais constantes durante todo o período entre as
consultas. Para a mecânica de não deslize, ou de fechamento de alça, não há o
fator atrito, e o fechamento do espaço da extração se dá pela tendência da alça
quando ativada de retornar à sua posição original (Ferreira et al., 2008). São
inúmeras as vantagens citadas pelos autores neste método, como: controle da
relação carga/deflexão, controle da proporção M/F, previsibilidade da liberação das
forças, já que não há que se contar com o fator atrito e controle da ancoragem pelo
posicionamento da alça. (Burstone et al., 1961; Burstone, 1962; Burstone, Koenig,
1976; Burstone, 1982; Manhartsberger et al., 1989; Ianni Filho et al., 2003; Faulkner
et al., 1991). Quem utiliza este método precisa ativar a alça para liberar a força
necessária para o fechamento dos espaços. Quando se usa o arco dupla chave e o
arco dupla chave versátil, pode-se ativar de diversas maneiras: (1) puxando na distal
do arco e travando no tubo, (2) puxando a alça com fio de amarrilho e travar no
gancho do tubo do molar, (3) puxar com amarrilho sobre gurin no arco (4) puxar a
alça através da mola de ancoragem (Gregoret, 2005; Suzuki, 2006). A maior
63
desvantagem dos três primeiros métodos é o fato de ser necessário ativar somente
0,5mm de cada lado para se ter a força ideal para retração dos seis dentes
anteriores (Cecílio et al., 2008), e esta medida além de ser muito difícil de se avaliar
clinicamente, também tem proporção carga/deflexão ruim. Ativando a alça dupla
chave (ou a alça dupla chave versátil), através da mola de ancoragem há maior
facilidade no controle visual da quantidade de milímetros em que a mola de
ancoragem é movimentada. Quanto maior for a necessidade de ativação da mola,
melhor a relação carga-deflexão e menor a chance de errar a ativação e
consequentemente aplicar força diferente daquela que se pretende aplicar.
A primeira análise estatística serviu para saber as diferenças das médias
das forças liberadas pelos padrões testados e para selecionar os padrões que
seriam levados para uma segunda análise estatística, evitando que padrões com
resultados evidentemente fora do padrão interferissem com os resultados,
diminuindo a sensibilidade do teste para identificação de diferenças estatisticamente
significantes.
Os padrões que apresentaram médias compatíveis com os valores de
referência para o arco superior, que é de 300 gramas de acordo com Shimizu
(1995), foram os padrões 2 (Aço Morelli 0,021" x 0,025" a 1 mm), 18 (Aço Morelli
0,018" x 0,025" a 2 mm), 19 (TMA Morelli 0,018" x 0,025" a 2 mm), 20 (Aço GAC
0,017" x 0,025" a 2 mm) e 25 (TMA Morelli 0,017" x 0,025" a 3 mm) e os padrões
que apresentaram médias compatíveis com os valores de referência para o arco
inferior, que é de 240 gramas de acordo com Shimizu (1995), foram os padrões 1
(Aço GAC 0,021" x 0,025" a 1 mm), 4 (Aço GAC 0,019" x 0,025" a 1 mm), 15 (TMA
Morelli 0,021" x 0,025" a 2 mm) e 21 (Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025" a 2 mm).
64
Foi realizado então uma segunda análise estatística levando em
consideração os padrões apresenados e foi verificado que dentre os selecionados
para o arco superior não houve diferença estatística em relação à força. Os padrões
compatíveis para o uso no arco inferior também não apresentaram diferença
estatística entre eles. Assim sendo, ou seja, já que dentro dos padrões selecionados
para os respectivos arcos todos liberaram forças compatíveis com a ideal de acordo
com a literatura, e que estes valores são estatisticamente semelhantes, podemos
escolher o padrão que atende outros quesitos além da força desejada, como por
exemplo, melhor relação carga-deflexão, formabilidade e custo desta liga. Isto está
de acordo com o que Smith & Storey escreveram em 1954, quando aconselharam
os ortodontistas a escolherem o aparelho que libera o melhor nível de forças, para
depois levar em consideração outros fatores, segundo os autores, secundários.
Pelos resultados desta pesquisa, o melhor padrão para realizar a retração
do arco superior, levando em consideração que dentre os pré-selecionados para uso
não existe diferença estatística, seria o Padrão 25 (TMA Morelli 17x25 a 3 mm), por
oferecer a melhor relação carga/deflexão. Para o arco inferior, os pré-selecionados
para uso também não apresentaram diferença estatística, e assim sendo o melhor
padrão para utilização seria o Padrão 21 (Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025" a 2 mm).
Apesar do Padrão 15 (TMA Morelli 21x25 a 2 mm) também precisar de uma ativação
de 2 mm e consequentemente apresentar relação carga/deflexão semelhante,
possui características que ficam aquém do padrão 21 (Elgilloy Morelli 0,017" x
0,025"), como formabilidade do Elgilloy em detrimento do TMA e pelo fato de
clinicamente ser mais fácil inserir um fio de espessura 0,017' x 0,025", utilizado no
padrão 21 do que inserir um fio de 0,021" x 0,025", utilizado no padrão 15.
65
Através da utilização do exposto neste trabalho, a técnica Straight-wire
Sistema Versátil fica ainda mais completa e caminha para uma técnica ainda mais
biologicamente compatível e previsível. A utilização da técnica nos moldes atuais
apresenta uma série de vantagens em relação a outras técnicas, e para o
fechamento dos espaços, está alguns passos a frente de outras técnica. Isto porque
a retração é iniciada após o alinhamento e nivelamento de todos os dentes, e sabe-
se que é no início do tratamento que se deve ter muito cuidado com as forças
utilizadas em Ortodontia. A retração é realizada com o DKLV, que é um arco 0,020"
x 0,025" de aço, e que fornece um grande controle de inclinação e redução dos
efeitos colaterais intrínsicos à retração dos dentes. Este arco promove movimento de
corpo dos dentes, que é favorável à dissipação das forças pelo periodonto. O grande
inconveniente até o presente momento era justamente a sua ativação, que era muito
criteriosa e o mínimo erro era suficiente para uma força muito além ou muito aquém
do ideal. Além disto, por requerer ativações mínimas, apresentava relação
carga/deflexão muito alta, o que é ruim em Ortodontia, porque um pequeno
movimento dental resultaria em grande queda da força e porque estas ativações
eram difíceis de se avaliar clinicamente. Estes fatos faziam com que muitos
ortodontistas tivessem receio de usar o respectivo arco (DKLV) e a técnica.
A partir dos resultados deste estudo, pode-se utilizar as molas de
ancoragem para oferecer a força necessária para realizar a retração dos dentes,
tendo maior controle clínico da ativação e com melhor relação carga/deflexão. Além
disto, o clínico pode lançar mão de fatores secundários para escolher o padrão de
ativação, de acordo com suas necessidades específicas, além de poder adaptar os
resultados da pesquisa para indivíduos que requeiram forças diferentes das usuais.
66
As técnicas de arco segmentado sempre salientaram a relação M/F, já
que as forças para movimentarem os dentes são realizadas na coroa do dente e o
centro de resistência localiza-se distante deste ponto de aplicação de força. A
técnica Straight-Wire Sistema Versátil apresenta outra vantagem em relação aos
outros métodos de fechamento de espaços, porque se a ativação for realizada como
a pesquisa propõe, a mola de ancoragem estará numa altura próxima do centro de
resistência do molar superior e ao ser ativada na alça distal do DKLV, que também
está próximo do centro de resistência do canino superior, será oferecido ao sistema
forças atuando muito próximo do centro de resistência dos dentes, que aliado à
espessura do arco (0,020" x 0,025"), favorece ainda mais o controle de inclinação
oferecendo movimento de corpo dos elementos dentais.
67
7 CONCLUSÃO
Após revisão da literatura e a análise dos resultados obtidos, conclui-se
que os Padrões 2 (Aço Morelli 0,021" x 0,025" a 1 mm), 18 (Aço Morelli 0,018" x
0,025" a 2 mm), 19 (TMA Morelli 0,018" x 0,025" a 2 mm), 20 (Aço GAC 0,017" x
0,025" a 2 mm) e 25 (TMA Morelli 0,017" x 0,025" a 3 mm) são compatíveis com a
utilização para retração no arco superior por liberarem valores compatíveis com o
valor de referência de 300 gramas (Shimizu, 1995), e não apresentam diferenças
estatísticas entre si. Por apresentar melhor relação carga/deflexão, o Padrão 25
(TMA Morelli 0,017" x 0, 025" a 3 mm) é o padrão de primeira escolha para o arco
superior.
No arco inferior, os Padrões 1 (Aço GAC 0,021" x 0,025" a 1 mm), 4 (Aço
GAC 0,019" x 0,025" a 1 mm), 15 (TMA Morelli 0,021" x 0,025" a 2 mm) e 21
(Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025" a 2 mm) são compatíveis com a utilização para
retração no arco inferior por liberarem valores compatíveis com o valor de referência
de 240 gramas (Shimizu, 1995), e não apresentam diferenças estatísticas entre si.
Por oferecer melhor relação carga/deflexão que o padrão 1 e 4, e por apresentar
melhor formabilidade e facilidade de uso clínico que o padrão 15, o padrão de
escolha para o arco inferior é o padrão 21 (Elgilloy Morelli 0,017" x 0,025").
68
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72
APÊNDICE A - EMIC
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
ANEXO A - DISPENSA DE SUBMISSÃO AO COMITÊ
São Leopoldo Mandic
Centro de Pós-Graduação
Comunicado de Dispensa de Submissão ao Comitê
2ª via
Campinas, sexta-feira, 29 de maio de 2009
Ao(a) RA
C.D. Evans Soares de Oliveira 053015
Curso: Ortodontia
Comitê: Comitê de Ética e Pesquisa
Prezado(a) Aluno(a):
O projeto de sua autoria, abaixo descrito, NÃO SERÁ SUBMETIDO AO RESPECTIVO
COMITÊ, nesta Instituição, por tratar-se exclusiva mente de pesquisa laboratorial, sem
envolvimento de seres humanos ou materiais.
Número do Protocolo: 2008/0174 Data entrada do Projeto: 20/6/2008 Data da Reunião do Comitê: 30/6/2008 Orientação por: Adriana S. Oliveira
Projeto: Avaliação In Vitro da força de ativação da Mola de Ancoragem utilizada na
Técnica Straight-Wire-Sistema Versátil - em diferen tes ligas e Calibres.
Cordialmente,
Profa. Dra. Sônia Vieira Presidente do Comitê de Ética e Pesquisa