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Instituto de Química / UFBA – GPQA – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
GILDETE CLARINDA DAS VIRGENS SILVA
Avaliação Crítica da Qualidade das
Águas da Bacia
Hidrográfica do Rio Joanes
Salvador – BA
SET – 2009
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
II
GILDETE CLARINDA DAS VIRGENS SILVA
Avaliação Crítica da Qualidade das
Águas da Bacia
Hidrográfica do Rio Joanes
Orientador: Profº Dr. Sergio Luis Costa Ferreira
Co-orientador: Profº Dr. Rennan Geovanny Oliveira Araújo
Salvador/BA
set/2009
Tese apresentada ao Colegiado dos Cursos de Pós-
Graduação em Química como parte dos requisitos
para obtenção de Grau de Doutora em Ciências. Á-
rea de concentração: Química Analítica.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
III
Sistema de Bibliotecas/IQ - UFBA
Silva, Gildete Clarinda das Virgens.
Avaliação crítica da qualidade das águas da bacia hidrográfica do Rio Joanes / Gildete Clarinda das Virgens Silva. - 2010.
170 f.: il. Orientador: Prof. Dr.Sergio Luis Costa Ferreira. Tese (doutorado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Química, Salvador, 2009.
1. Água - Rio Joanes. 2. Bacias hidrográficas - Rio Joanes. 3. Água - Qualidade - Rio Joanes. 4. Água - Metais pesados- Rio Joanes. 5. Água – Análises- Rio Joanes. 6. Água - Poluição - Rio Joanes. I. Ferreira, Sergio Luis Costa. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Química. III. Título.
CDD – 628.162 CDU – 543.31
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
IV
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
V
DEDICATÓRIA
A minha mãe Adalgisa (D. Zizi – In Memorian) e meu pai Manoel (Seu Maneca – In Memorian)
A meus filhos Luiz Claudio, Eliana Emília, Luciana Patrícia, ao meu esposo Evilásio
Aos meus irmãos Claudionice (Nice – In Memorian), Manoel, Nilzete,
Janete, Hilda, Elisabete, Dílson Clarindo e Dílson de Jesus
A todos os meus familiares
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
VI
AGRADECIMENTOS
A Deus pela minha vida e pela renovação de minhas forças nos momentos difíceis du-
rante a realização deste trabalho.
A meus pais (In Memorian) pela incondicional doação de amor, carinho, proteção e
pelos ensinamentos baseados na honestidade, ética e justiça que nortearam minha ca-
minhada em busca da realização dos meus sonhos.
A meu esposo e filhos pela apoio moral, intelectual e pela participação na digitação e
correções deste trabalho.
A meus irmãos pelo apoio e incentivo constantes em todos os momentos necessitados.
A todos os meus familiares especialmente os meus sobrinhos, primos, primas e cunha-
dos pelo apoio incondicional.
A minha nora Verônica Carvalho pela presença constante e apoio recebido.
Às minhas amigas Heloisa e Terezinha Fernandes pela amizade e pelo apoio recebido.
A meu amigo e orientador, professor Dr. Sergio Luiz Costa Ferreira pela amizade e
incentivo constante na elaboração e realização deste trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal da Bahia
A meu co-orientador, professor do Departamento de Química da Universidade Federal
de Sergipe, Dr. Rennan Geovanny Oliveira Araújo pela paciência, pronta disposição
em transmitir os conhecimentos complementares necessários ao desenvolvimento des-
te trabalho, muitas vezes “on line” em virtude de sua residência temporária em outro
Estado.
Ao mestre em Química Daniel Lima pela colaboração recebida.
Ao professor da Universidade Estadual da Bahia-UNEB, Dr. Walter Nei Lopes dos
Santos pelas valiosas informações recebidas na defesa de dissertação de mestrado.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
VII
Aos professores e amigos do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia
especialmente Vera Câncio, Lúcia Marques, Ilma Cirne, Maria das Graças Korn e Ana
Pinto.
Aos funcionários do Instituto de Química da UFBA especialmente Alice, Ana Hilda,
Eliomar, Egídia e Judith, pessoal da biblioteca, por estarem sempre dispostos a ajudar
na disponibilização de material bibliográfico. A Wilson, Zé Carlos (In Memorian),
Bandeira e Reis pela amizade, incentivo e colaboração recebida que muito contribuíram
para o sucesso deste trabalho. A Cristovão e Paulo cuja disposição em colaborar facili-
tou a conclusão desta tese.
A meu grande amigo, mestrando em Química, Giancarlos Souza Santos, pela presença
e colaboração durante todo o período em que foi desenvolvido este trabalho.
Ao colega e amigo, vereador Gilmar Santiago pela preciosa colaboração nos momentos
mais necessários.
Aos diretores da EMBASA, Dr. Abelardo de Oliveira Filho, Dr. Geraldo de Sena Luz,
Dr. Dilemar Oliveira Matos e Dr. Eduardo de Oliveira Araújo pela sensibilidade dis-
pensada na aprovação da Norma que me possibilitou uma maior disponibilidade de
tempo para a conclusão desta tese.
Ao colega, Engenheiro Antônio Fernando Tôrres Vieira (In Memorian) pelo exemplo
de perseverança na busca de novas possibilidades para a melhoria do processo do tra-
tamento da água.
A minha grande amiga Thaiz de Mello Vieira cuja amizade e incentivo serviram de es-
tímulo para superar alguns obstáculos encontrados.
Às colegas da EMBASA do CAB Vera Lopes, Lucia Bugarin, Nivalda Beauclair, Luci-
ene Pimentel, Julia Curvelo, Rita Couto, Lídia pela participação deste processo que
culminou na conclusão deste trabalho.
Aos funcionários do laboratório Central da EMBASA especialmente, Jussara Carvalho,
Sandra Novais, Eliane Lemos, Tânia Bomfim, Júlio Cesar Matogrosso, Luciano Maia,
Luciano Roberto, José Pereira e José Rogério Silva pela preciosa ajuda recebida.
Aos meus colegas do Departamento de Produção de Águas (OMP) especialmente aque-
les que demonstraram o seu apoio e torcida favorável ao êxito deste trabalho.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
VIII
Aos colegas do Coral Água Viva da EMBASA, pelo carinho, amizade e energias rece-
bidas durante a realização deste trabalho.
Ao amigo e colega da EMBASA Marinaldo Evangelista Lima pela importante colabo-
ração na tradução de artigos de inglês para português.
À amiga Annie Everstaen pela valiosa colaboração da elaboração do resumo em fran-
cês.
Ao doutorando em antropologia Antonio Jose Bacelar da Silva pela valiosa colaboração
na elaboração do resumo em inglês.
Á memória de Maria Felipa de Oliveira, heroína negra da Independência da Bahia, cuja
força arquetípica sustentou os alicerces de bases inquebrantáveis que permitiram que
mulheres, negras, de origem pobre, tenham direito à Academia e com ousadia, determi-
nação, busca contínua do conhecimento e do autoconhecimento, pudessem alcançar o
grau de Doutora.
A todos aqueles que de alguma forma participaram desta etapa da minha caminhada.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
IX
“Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si
três grandes problemas que foram ironicamente
provocados por ele próprio: a super povoação, o
desaparecimento dos recursos naturais e a destrui-
ção do meio ambiente. Triunfar sobre estes pro-
blemas visto sermos nós a sua causa deveria ser a
nossa mais profunda motivação”.
Jacques Yves Cousteau (1910-1997)
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Rio Citarum (Indonésia) mais poluído do mundo. 60
Figura 2 – Bacia Hidrográfica do Rio Joanes 64
Figura 3 – Barragens dos Rios Joanes e Ipitanga 66
Figura 4 – Assentamento em área de preservação ambiental 68
Figura 5 – Ocupações irregulares nas margens da barragem do Ipitanga. 72
Figura 6 – Diagrama Unifilar do Rio Joanes 73
Figura 7 – Áreas degradadas (Joanes II) 75
Figura 8 – Presença de plantas aquáticas na barragem do Ipitanga I 76
Figura 9 – Lixo e esgoto causam degradação da barragem do Ipitanga I. 76
Figura 10 – Área reflorestada do Joanes II 78
Figura 11 – Horto Florestal da EMBASA 79
Figura 12 – Representação gráfica das Componentes Principais 82
Figura 13 – Região Metropolitana de Salvador 85
Figura 14 – Gráfico de peso para PC1 versus PC2 das amostras conforme análise
dos parâmetros físico-químicos.
112
Figura 15 – Gráfico de escores para PC1 versus PC2 das amostras conforme análi-
se dos parâmetros físico-químicos.
113
Figura 16 –. Gráfico de peso para PC1 versus PC3 das amostras conforme análise
dos parâmetros físico-químicos.
114
Figura 17 – Gráfico de escores para PC1 versus PC3 das amostras conforme análi-
se dos parâmetros físico-químicos.
Figura 18 - Gráfico da relação percentual DBO/DQO – Degradabilidade da matéria
orgânica
115
117
Figura 19 – Gráfico de peso para PC1 versus PC2 das amostras conforme análise
dos metais e metalóides
122
Figura 20 – Gráfico de escores para PC1 versus PC2 das amostras conforme análi-
se dos metais e metalóides.
123
Figura 21 – Gráfico de peso para PC1 versus PC3 das amostras conforme análise
dos parâmetros físico-químicos - Apêndice 1
124
Figura 22 – Gráfico de escores para PC1 versus PC3 das amostras conforme análi-
se dos metais e metalóides Apêndice 1
125
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Evolução histórica da administração das águas no Brasil
8
Tabela 2 – Padrão de lançamento de efluentes
14
Tabela 3a – Comparação entre os critérios de qualidade das águas doces estabele-
cidos por diversas instituições governamentais para as diferentes classes de água
doce destinadas ao abastecimento público. Parâmetros físico-químicos
46
Tabela 3b – Comparação entre os critérios de qualidade das águas doces estabele-
cidos por diversas instituições governamentais para as diferentes classes de água
doce destinadas ao abastecimento público - Metais e metalóides
47
Tabela 4 – Denominação do valor guia de diversas instituições governamentais
49
Tabela 5 – Legislação para Água Potável e sua respectiva vigência de algumas
Instituições Governamentais
53
Tabela 6a – Comparação entre os Padrões de Potabilidade de algumas Instituições
Governamentais e as Substâncias Químicas Inorgânicas que representam riscos à
saúde
55
Tabela 6b – Comparação entre os Padrões de Potabilidade de diversas Instituições
Governamentais e os Padrões de Aceitação para Consumo Humano
56
Tabela 7– Classificação da qualidade das Bacias Hidrográficas
59
Tabela 8 – Afluentes do Rio Joanes
65
Tabela 9 – Características das Barragens da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
66
Tabela 10 – Relação das técnicas analíticas e os seus respectivos limites de detec-
ção utilizados na determinação dos parâmetros físico-químicos nas águas da BHRJ
94
Tabela 11 – Garantia da qualidade para os parâmetros físico-químicos condutivi-
dade, cor real, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio,
fosfato total, nitrato, nitrito, amônia, oxigênio dissolvido, pH, sólidos totais e tur-
bidez
94
Tabela 12 – Técnicas espectrométricas e seus respectivos limites de detecção,
comprimentos de onda, largura da fenda espectral corrente da lâmpada de catodo
oco (LCO) utilizadas na determinação de metais e metalóides em água
97
Tabela 13 – Resultados dos parâmetros físico-químicos formatados utilizados nas
análises estatísticas
99
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XII
Tabela 14 – Resultados das análises de metais e metalóides formatados utilizados
nas análises estatísticas
104
Tabela 15 – Estatística descritiva das variáveis físico-químicas estudadas dos de-
zenove pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes durante o período
de 2006 a 2007.
108
Tabela 16 – Estatística descritiva dos metais e metalóides estudados dos dezenove
pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes durante o período de 2006 a
2007.
109
Tabela 17 – Variância total e acumulada para as variáveis físico-químicas das três
primeiras componentes principais.
110
Tabela 18 – Valores de peso das variáveis para as três primeiras componentes
principais, conforme análise físico-química do período de 2006 a 2007
111
Tabela 19 – Variâncias total e acumulada das amostras conforme análise de me-
tais e metalóides das seis primeiras componentes principais.
120
Tabela 20 – Valores de peso das variáveis para as seis primeiras componentes
principais conforme análise de metais e metalóides do período de 2006 a 2007
120
Tabela 21 – Resultados físico-químicos das amostras de água bruta da BHRJ do
ano de 2006
141
Tabela 22 – Resultados físico-químicos das amostras de água bruta da BHRJ do
ano de 2006
145
Tabela 23 – Resultados de metais e metalóides das amostras de água bruta da
BHRJ do ano de 2006
148
Tabela 24 – Resultados de metais e metalóides das amostras de água bruta da
BHRJ do ano de 2007
150
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XIII
LISTA DE ABREVIATURAS
ABREVIATURA NOME POR EXTENSO
ABETRE
Associação Brasileira de Empresas de Tratamento, Recupe-
ração e Disposição de Resíduos Especiais
ACPO
Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional
APP
Área de Preservação Permanente
BHRJ
Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
CEPRAM
Conselho Estadual de Proteção Ambiental
CETESB
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CIA
Centro Industrial de Aratu
CM
Concentração máxima
CONAMA
Conselho do Meio Ambiente.
CVAAS
Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor
frio, do inglês Cold vapor atomic absorption spectrometry
DBO
Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO
Demanda Química de Oxigênio
EMBASA
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A
ETA
Estação de Tratamento de Água
FAAS
Espectrometria de absorção atômica de chama, do inglês
flame atomic absorption spectrometry
FAO
Organização para a Agricultura e a Alimentação, do inglês
Food and Agriculture Organization of the United Nations
GFAAS
Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite,
do Inglês Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrometry
HCA
Análise Hierárquica de Conjunto, do inglês Hierarchical
Cluster Analysis
IDT
Ingestão Diária Tolerável
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XIV
IMA
Instituto do Meio Ambiente
INGÁ
Instituto de Gestão das Águas e Clima
LMP
Limite Máximo Permitido
MA
Máximo Aceitável
MCL
Nível Máximo de Contaminante, do inglês Maximum Con-
taminant Level
MCLG
Nível máximo ideal de contaminante, do inglês Maximum
Contaminant Level Goal
MMA
Ministério do Meio Ambiente
MRDL
Nível máximo de desinfetante residual, do inglês Maximum
Residual Disinfectant Level
MRDLG
Nível máximo residual ideal de desinfetante, do inglês Ma-
ximum Residual Disinfectant Level Goal
MS
Ministério da Saúde
MT
Máximo tolerável
NPDWR
Regulamento nacional de padrão primário para água potável,
do inglês National Primary Drinking Water Regulation
NSDWR
Regulamento nacional de padrão secundário água potável, do
inglês National Secondary Drinking Water Regulation
OD
Oxigênio Dissolvido
OMS
Organização Mundial de Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
PCA
Análise de componente principal, do inglês Principal Com-
ponent Analysis
RMS
Região Metropolitana de Salvador
SEARA
Sistema Estadual de Administração de Recursos Ambientais
do Estado da Bahia
SEMARH
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XV
SFC
Superintendência de Floresta e Unidades de Conservação
SIG
Sistema de Informações Geográficas
SIGAM
Sistema de Gestão Ambiental de Mananciais
SWAT
Ferramenta da Avaliação da Água do Solo do inglês, Soil
Water Assessment Tool
USEPA
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, do in-
glês, United States Environmental Protection Agency
VG
Valor guia
VMA
Valor máximo aceitável
VMP
Valor máximo permitido
VMR
Valor máximo recomendável
WHO
Organização Mundial da Saúde, do inglês World Health Or-
ganization
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XVI
RESUMO
Neste trabalho buscou-se avaliar a qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
utilizando os resultados das determinações dos parâmetros físico-químicos: cor, pH, turbi-
dez, sólidos totais dissolvidos, oxigênio dissolvido, DBO, DQO, amônia, nitrito, nitrato,
fósforo e condutividade elétrica e dos metais e metalóides antimônio, arsênio, bário, berílio,
boro, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, cromo, ferro, lítio, manganês, mercúrio, níquel, pra-
ta, selênio, vanádio e zinco nas águas brutas desta bacia, durante o monitoramento realizado
pela EMBASA-Empresa Baiana de Águas e Saneamento no período de 2006-2007. Alguns
metais e metalóides como antimônio, arsênio, berílio, boro, níquel, prata e selênio apresen-
taram resultados abaixo dos respectivos limites de detecção não tendo, portanto, nenhuma
variação de valores por isso não foram utilizados nas discussões. A análise multivariada de
dados usando o método da PCA foi utilizada com o objetivo de identificar os fatores deter-
minantes, naturais e antrópicos da qualidade das águas superficiais da bacia supracitada.
Através da PCA verificou-se que as variáveis CE, DBO, DQO, fósforo, sólidos totais, turbi-
dez, OD, Ag, Hg, Mn, V, Cr, Cu e Fe foram as mais importantes para a qualidade destas
águas e estão associadas ao lançamento de esgotos doméstico e industriais nos corpos hídri-
cos, sem tratamento adequado. Ficou evidenciada a interferência antrópica pelos altos níveis
de fósforo e amônia encontrados ao longo da bacia sinalizando a necessidade urgente de
intervenções mais efetivas.
Palavras chaves: Rio Joanes, bacia hidrográfica, qualidade das águas, metais pesados, moni-
toramento, parâmetros físico-químicos.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XVII
ABSTRACT
This work aimed to evaluate the water of the basin of the Joanes River through the results of
the study of the physiochemical parameters: color, pH, turbidez, dissolved total solids, dis-
solved oxygen, DBO, DQO, ammonia, nitrite, nitrate, electric conductivity and of the met-
als and metalloids antimony, arsenic, barium, beryl, boron, cadmium, lead, cobalt, copper,
chrome, iron, lithium, manganese, mercury, nickel, silver, selenium, vanadium, and zinc, as
determined in the raw waters of this basin in the period of 2006-2007. Some of the metals
and metalloids antimony, arsenic, beryl, boron, nickel, silver, and selenium yield results
below their limits of detection, without variation in values. As a results, they were not in-
cluded in the discussion. Multivariate analysis using PCA was used to identify the determin-
ing natural and anthropogenic factors of the quality of surface waters of the basin. Through
PCA, the study shows that the variables CE, DBO, DQO, phosphor, total solids, turbidez,
OD, Ag, Hg, Mn, V, Cr, Cu e Fe, were the most important factors for the water quality and
these are associated with the release of domestic and industrial sewers in the body of water
without adequate treatment. The anthropogenic interference evidenced by the high match
levels of phosphor and ammonia found along the basin in the study signals an urgent need
for effective interventions.
Keywords: Hydrographic Basin, Joanes River, monitoring, heavy metals, physiochemical
parameters, water quality.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XVIII
RESUMÉ
Cette étude cherche a évaluer l’eau de bassin du fleuve Joanes à travers les résultats des
paramètres physico-chimiques tels que : couleur, pH, turbidez, solides totaux dissous,
oxygène dissous, DBO, DQO, ammoniaque, nitrite, nitrate ainsi que conductivité électrique
et métaux et métalloïdes tels que : antimoine, arsenic, baryum, béryllium, bore, cadmium,
plomb, cobalt, cuivre, chrome, fer, lithium, manganèse, mercure, nickel, argent, sélénium,
vanadium et zinc trouvés dans les eaux rudes de ce bassin dans le monitoring réalisé par
l’EMBASA pour la période de 2006 a 2007.Quelques métaux et metalloides n’ont pas
presenté des variations du valeur pour ça ils ne furent pas considerés. Il a été prouvé qu'une
interférence antropique par les hauts niveaux d'allumette et d'ammoniaque trouvés au long
du bassin, dans la période étudiée, a signalé une nécessité urgente d'intervenir efficacement.
L'analyse multivariée de données en utilisant la méthode de PCA a été utilisée avec l'objec-
tif d'identifier aux facteurs déterminants, naturels et les antropiques de la qualité des eaux
superficielles du bassin. Au travers du PCA, il s'est vérifié que les variables les plus
importantes pour la qualité de l'eau (CE, DBO, DQO, P, solides totaux, turbidez, OD, Ag,
Hg, Mn, V, Cr, Cu et Fe) du bassin du fleuve Joanes sont associées a l’écoulement d'égouts
domestiques et industriels dans les corps hydriques, sans traitement approprié.
Mots clées: Fleuve Joanes, bassin hydrographique, qualité de l'eau, métaux lourds,
monitoring, paramètres physico-chimiques.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XIX
INDICE
LISTA DE FIGURAS ----------------------------------------------------------------------------------- X
LISTA DE TABELAS ---------------------------------------------------------------------------------- XI
LISTA DE ABREVIATURAS ---------------------------------------------------------------------- XIII
RESUMO ------------------------------------------------------------------------------------------------ XVI
ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------------- XVII
RESUMÉ ---------------------------------------------------------------------------------------------- XVIII
1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 1
2. OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------------------ 3
2.1 - Objetivo Geral ------------------------------------------------------------------------------------ 3
2.2 - Objetivos Específicos -------------------------------------------------------------------------- 3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA --------------------------------------------------------------------- 4
3.1 - Poluição das Águas ---------------------------------------------------------------------------- 4
3.2 – Qualidade das águas -------------------------------------------------------------------------- 6
3.3 – Administração das águas no Brasil ---------------------------------------------------- 7 3.3.1 - Decreto nº. 24.643 - O Código das Águas -------------------------------------------- 8
3.3.2 - Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, que institui o Novo Código Florestal ------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
3.3.3 - A Constituição Federal de 1988 ------------------------------------------------------- 10 3.3.4 – Lei nº. 9.433 de 8 de janeiro de 1997 ou Lei das Águas ----------------------- 10
3.3.5 - Lei nº. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 -------------------------------------------- 11 3.3.6 - Lei nº. 9.984 de 17 de julho de 2000 ------------------------------------------------- 11 3.3.7 - Portaria nº. 518 de 25 de março de 2004 ------------------------------------------- 11 3.3.8 - Resolução nº. 357 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA N.º 357/05 -------------------------------------------------------- 12
3.4 – Caracterização química e física da água --------------------------------------------- 15 3.4.1 – Características físicas ------------------------------------------------------------------- 15
3.4.1.1 - Condutividade elétrica -------------------------------------------------------------- 15
3.4.1.2 – Cor -------------------------------------------------------------------------------------- 16
3.4.1.3 – Turbidez -------------------------------------------------------------------------------- 17
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XX
3.4.1.4 – Sólidos totais dissolvidos ---------------------------------------------------------- 18
3.4.2 – Características químicas ---------------------------------------------------------------- 18 3.4.2.1 – Série nitrogenada (amônia, nitrito e nitrato) ---------------------------------- 18 3.4.2.2 – Demanda bioquímica de oxigênio – DBO ------------------------------------ 22 3.4.2.3 –Demanda química de oxigênio – DQO -------------------------------------- 23 3.4.2.4 - Fósforo total -------------------------------------------------------------------------- 24
3.4.2.5 - Oxigênio dissolvido ------------------------------------------------------------------ 25 3.4.2.6 – pH --------------------------------------------------------------------------------------- 26 3.4.2.7 – Metais ---------------------------------------------------------------------------------- 27
3.4.2.7.a - Alumínio (Al) ----------------------------------------------------------------- 28 3.4.2.7.b - Antimônio (Sb) --------------------------------------------------------------- 30 3.4.2.7.c - Arsênio (As) ------------------------------------------------------------------ 31
3.4.2.7.d - Bário (Ba) --------------------------------------------------------------------- 31 3.4.2.7.e – Berílio (Be) ------------------------------------------------------------------- 32
3.4.2.7.f – Boro (B) ----------------------------------------------------------------------- 32 3.4.2.7.g - Cádmio (Cd) ------------------------------------------------------------------ 33 3.4.2.7.h - Chumbo (Pb) ----------------------------------------------------------------- 33 3.4.2.7.i - Cobalto (Co) ------------------------------------------------------------------- 34
3.4.2.7.j - Cobre (Cu) --------------------------------------------------------------------- 35 3.4.2.7.l - Cromo (Cr) -------------------------------------------------------------------- 36
3.4.2.7.m -Ferro Total -------------------------------------------------------------------- 36 3.4.2.7.n - Lítio (Li) ----------------------------------------------------------------------- 37 3.4.2.7.o - Manganês (Mn) -------------------------------------------------------------- 38
3.4.2.7.p - Mercúrio (Hg) ---------------------------------------------------------------- 38
3.4.2.7.q – Níquel (Ni) ------------------------------------------------------------------- 39
3.4.2.7.r - Prata (Ag) ---------------------------------------------------------------------- 40 3.4.2.7.s - Selênio (Se) ------------------------------------------------------------------- 40
3.4.2.7.t – Vanádio ------------------------------------------------------------------------ 41 3.4.2.7.u - Zinco( Zn) --------------------------------------------------------------------- 41
3.5 – Critérios de qualidade das águas ------------------------------------------------------- 41 3.5.1 - Padrão de potabilidade ------------------------------------------------------------------ 48
3.6 – Bacias Hidrográficas ------------------------------------------------------------------------ 57 3.6.1 - Bacia Hidrográfica do Rio Joanes ----------------------------------------------------- 62
3.6.1.1 - Uso e ocupação do solo ----------------------------------------------------------- 70 3.6.1.2 - Usos da água ------------------------------------------------------------------------- 74
3.6.1.3 - Atividades impactantes ------------------------------------------------------------- 74
3.7 – Análise Multivariada de dados ----------------------------------------------------------- 80 3.7.1 – Aplicações de análise multivariada de dados no tratamento de dados resultantes de análises de águas. -------------------------------------------------------------- 83
4. MATERIAL E MÉTODOS ----------------------------------------------------------------------- 85
4.1 Área de estudo ----------------------------------------------------------------------------------- 85
4.2 – Coleta de dados ------------------------------------------------------------------------------- 85
4.3 – Análises químicas ---------------------------------------------------------------------------- 88 4.3.1 – Determinação dos parâmetros físico-químicos ----------------------------------- 88
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
XXI
4.3.1.1 – Garantia da qualidade para os parâmetros físico-químicos------------- 94
4.3.2 – Determinação de metais e metalóides ---------------------------------------------- 94 4.3.2.1 - Garantia da qualidade dos lotes amostrais para análise dos metais e metalóides ----------------------------------------------------------------------------------------- 96
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------- 98
5.1 – Analise de componente principal --------------------------------------------------- 110
5.1.1 – Parâmetros físico-químicos ---------------------------------------------------------- 110 5.1.2 – Metais e metalóides -------------------------------------------------------------------- 120
6. RECOMENDAÇÕES --------------------------------------------------------------------------- 126
7. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 127
8. REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------------- 129
9. ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------------- 140
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
1
1. INTRODUÇÃO
A água foi considerada durante muitos séculos como um recurso inesgotável,
sendo utilizada de forma predatória e insustentável. Seu uso inadequado foi intensificado a
partir do século XX com a aceleração do crescimento populacional, quando foi extensa-
mente utilizada pelos diversos ramos de atividades tais como: as domésticas, agrícolas,
industriais, dentre outras.
O volume total de água existente na terra é de 1,44 bilhão de quilômetros cúbi-
cos, sendo assim distribuído: 1,4 bilhão forma os oceanos, 29 milhões estão nas geleiras e
calotas polares, 8,5 milhões no subsolo, 200 mil nos lagos e rios e 3 mil quilômetros cúbi-
cos na atmosfera. Logo, dos 3% de água doce, 2,3% estão armazenados nas geleiras e ca-
lotas polares e somente 0,7% é possível de exploração. Aproximadamente metade da água
subterrânea é considerada inviável para utilização, porque está situada a mais de 800 m de
profundidade. Sua qualidade, entretanto, é naturalmente boa para o consumo geral, graças
ao processo de filtração e às reações biogeoquímicas no subsolo [1]. Contudo a ocupação
desordenada de áreas às margens dos rios e a impermeabilização do solo, fatores conside-
rados determinantes no fluxo de infiltração e na conseqüente modificação do ciclo da á-
gua, trazem como conseqüências a perda de matas ciliares, a erosão progressiva do solo
com o decorrente assoreamento dos cursos d’água, a contaminação das águas superficiais
e subterrâneas e a destruição do habitat natural de inúmeras espécies [2].
A contaminação da água pode contribuir para a degradação do meio ambiente que
por sua vez afeta direta ou indiretamente a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
as atividades sociais e econômicas, a fauna e a flora, as condições estéticas e sanitárias do
meio e a qualidade dos recursos ambientais, por isso além de ser um recurso natural é
também considerada como um recurso ambiental
A dinâmica das águas vai além das divisões políticas e administrativas delimitadas
pela sociedade, fazendo com que a bacia hidrográfica, espaço territorial determinado e defi-
nido pelo escoamento delas se configure como recorte geográfico privilegiado para a com-
preensão e o estabelecimento de políticas públicas sobre esse ecossistema. [3].
O Secretário Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, afir-
mou durante as comemorações do Ano Internacional da Água Doce, em março de 2006,
com o tema “Água e Cultura”, que a água não é só essencial para a vida, é também uma pre-
sença cultural diversificada – uma inspiração para os artistas, objeto de investigação científi-
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ca e elemento indispensável dos ritos de muitas tradições e religiões e que apesar da sua im-
portância e do seu caráter, muitas vezes sagrado, a água continua a ser desperdiçada e de-
gradada em todo o mundo, tanto nas cidades como nas zonas rurais. Dezoito por cento da
população mundial não tem acesso a água potável e 40% não têm acesso a saneamento bási-
co. Todos os dias, 6.000 pessoas, na sua maioria crianças, morrem devido a causas relacio-
nadas com a água [4].
A demanda mundial de água aumenta muito mais rapidamente com o crescimento da
população o que resulta num aumento mais acentuado das agressões ambientais. De acordo
com PINTO FILHO & OLIVEIRA [2], a principal causa da escassez de água nos países lati-
no-americanos, onde são estocados cerca de um quarto de água doce do planeta, é a ausência
de políticas públicas que permitam a adoção de um sistema de coleta, tratamento e distribui-
ção de água para a população local.
Devido à atual qualidade das águas tem sido necessário o uso de processos de trata-
mento cada vez mais sofisticados e onerosos para que as mesmas se adequem aos padrões de
potabilidade exigidos pelos órgãos competentes. É fundamental que as águas destinadas ao
abastecimento público possam ser colocadas em condições adequadas para consumo humano,
que exige aspecto límpido e transparente, livre de odor, gosto ou de qualquer microorganis-
mo ou substância que possam causar danos à saúde.
Na Bahia, a empresa responsável pelo tratamento e fornecimento de água potável é
a EMBASA-Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A, que distribui água tratada para
aproximadamente 8,86 milhões de pessoas em 566 localidades urbanas e 1148 rurais.
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3
2. OBJETIVOS
2.1 - Objetivo Geral
Fazer uma avaliação crítica da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
(BHRJ) caracterizada pelos resultados de parâmetros químicos e físicos do período de
2006 a 2007, conforme a Resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) referente às águas doces da classe 2.
2.2 - Objetivos Específicos
Investigar a qualidade físico-química das águas da Bacia Hidrográfica do Rio
Joanes visando detectar os níveis de poluentes e /ou contaminantes e identificar
suas prováveis causas.
Interpretar os resultados obtidos através do emprego da análise multivariada
de dados.
Verificar se há concordância com a qualidade requerida para as águas doces
da classe 2 destinadas ao abastecimento público após tratamento convencional,
através dos limites permitidos estabelecidos pela Resolução 357/05 do CONA-
MA, com relação aos parâmetros analisados.
Estabelecer uma discussão crítica sobre os valores obtidos comparados com
os valores estabelecidos pela legislação brasileira e algumas legislações mundi-
ais.
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4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
É crescente a preocupação com as questões ecológicas nos mais diversos setores
da sociedade mundial. No Brasil, a conscientização de empresas e cidadãos relativa às
conseqüências das ações antrópicas sobre o meio ambiente tem aumentado nas últimas
décadas. Grande parte das atividades humanas resulta na geração de resíduos e efluentes,
sólidos, líquidos e gasosos cujo destino final é a atmosfera, os solos e os corpos d’água
naturais e artificiais, continentais, costeiros ou os oceanos.
A degradação dos recursos naturais provoca sensíveis alterações na estrutura e no
funcionamento dos ecossistemas. É importante considerar o meio ambiente como parte
integrante do desenvolvimento sócio-econômico da humanidade, onde a preservação dos
recursos naturais é imprescindível para o bem estar do ser humano. Vale considerar ainda
a importância da análise das intervenções antrópicas, pois são elas que provocam degra-
dações e desequilíbrios ambientais.
3.1 - Poluição das Águas
A palavra poluir, originária do latim poluere, significa sujar. Ecologicamente fa-
lando, a poluição pode ser definida como as alterações nas propriedades físicas, químicas
ou biológicas de um determinado ecossistema que acarreta prejuízos ao desenvolvimento
das populações e desequilíbrios na natureza.
De acordo com a lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 [5], que dispõe sobre a Po-
lítica Nacional do Meio Ambiente, poluição é definida como a degradação da qualidade
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabeleci-
dos.
FARIAS [6], define a poluição da água como a alteração de sua qualidade natu-
ral pela ação do homem, tornando-a parcial ou totalmente imprópria para o uso a que se
destina. Por qualidade da água entende-se como o conjunto de características físicas,
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5
químicas e biológicas que a água apresenta em seu estado natural nos rios, lagos, ma-
nanciais, no subsolo ou no mar.
A poluição dos corpos d’água pode ocorrer de duas formas:
Pontual quando é concentrada no espaço, como, por exemplo, descarga de
canalizações de esgotos em um rio; ou
Difusa na qual os poluentes chegam ao corpo d’água distribuídos ao longo de
sua extensão, como é o caso da poluição por fertilizantes e agrotóxicos usa-
dos no cultivo agrícola.
Como principais agentes poluidores da água tem-se [7]:
matéria orgânica biodegradável (esgotos, por exemplo), provocando consu-
mo de oxigênio, mortandade de peixes, etc.;
sólidos em suspensão, acarretando problemas estéticos, depósitos de lodo,
proteção a organismos patogênicos, adsorção de poluentes (estes ficam ade-
ridos à superfície dos sólidos suspensos);
nutrientes, principalmente à base de nitrogênio e fósforo, conduzindo ao
crescimento excessivo de plantas, cuja posterior decomposição irá prejudicar
o balanço de oxigênio do corpo d’água;
patogênicos, provocando o surgimento de diversas enfermidades de veicula-
ção hídrica;
matéria orgânica não biodegradável (pesticidas, detergentes), levando à o-
corrência de maus odores e de condições tóxicas;
metais pesados, também produzindo toxicidade e prejudicando o desenvol-
vimento da vida aquática.
Dentre as principais fontes de poluição hídrica destacam-se:
os efluentes domésticos e
os efluentes industriais.
A poluição industrial é a que mais tem contribuído na degradação dos corpos hí-
dricos devido aos lançamentos de resíduos sólidos e efluentes sem o tratamento adequa-
do, diretamente nos corpos d’água, o que tem favorecido a elevação dos teores de metais
e outros poluentes nas águas e sedimentos dos ambientes aquáticos. A poluição industrial
é conseqüência das matérias-primas e dos processos industriais utilizados, podendo ser
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complexa, devido à natureza, concentração e volume dos resíduos produzidos. A legisla-
ção ambiental tem estabelecido regras para o lançamento de efluentes industriais e a ten-
dência é a existência de um maior controle sobre esses poluentes [8].
Os efluentes domésticos se constituem também, numa importante fonte de polui-
ção para as águas superficiais e subterrâneas e são constituídos primeiramente por maté-
ria orgânica biodegradável, microorganismos (bactérias, vírus, etc.), nutrientes (nitrogê-
nio e fósforo), óleos e graxas, detergentes e metais. As águas que compõem o esgoto
doméstico compreendem as águas utilizadas para higiene pessoal, cozimento e lavagem
de alimentos e utensílios, além da água usada em vasos sanitários [9].
A presença de matéria orgânica em cursos d’água requer uma grande quantidade
de oxigênio (O2) na sua degradação, considerando a baixa capacidade da água em dissol-
ver O2 livre. A conseqüência é a redução de O2 na água em níveis que limitam a vida a-
quática. Ao se lançar efluentes em cursos d’água, deve-se ter em mente a manutenção
adequada de oxigênio. Se esgotos forem lançados sem tratamento, causarão redução das
fontes naturais de O2, com desenvolvimento de condições sépticas no corpo receptor [9].
3.2 – Qualidade das águas
A qualidade da água não é um termo absoluto, pois se caracteriza em função do
uso a que se destina. De acordo com alguns autores [10], os vários processos que contro-
lam a qualidade das águas de um rio fazem parte de um complexo equilíbrio, motivo pelo
qual qualquer alteração na bacia hidrográfica pode acarretar alterações significativas.
Sendo as características físico-químicas das águas indicadoras da “saúde” do ecossistema
terrestre, estas podem ser utilizadas para o controle e monitoramento das atividades de-
senvolvidas na bacia.
A avaliação e o monitoramento da qualidade da água são dois processos distin-
tos, segundo FRACARO [11].
A avaliação da qualidade é um estudo das características físicas, químicas e bio-
lógicas da água, relativas aos efeitos humanos e usos propostos, particularmente aqueles
que afetam a saúde pública, ou seja, verifica-se se a água está apropriada para determina-
dos usos.
O monitoramento é a coleta de informações em locais fixos e em intervalos re-
gulares para obtenção de dados que permitam o conhecimento das condições atuais e da
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7
evolução, ou seja, é a verificação de tendências na qualidade do meio aquático e a obser-
vação da forma como este é afetado por contaminantes, atividades antrópicas e/ou pro-
cessos de tratamento de efluentes. De acordo com a Resolução CONAMA 357/05, o mo-
nitoramento é a medição ou verificação de parâmetros de qualidade e quantidade de á-
gua, que pode ser contínua ou periódica, utilizada para acompanhamento da condição e
controle da qualidade do corpo d’água [12].
Os padrões de qualidade das águas doce no Brasil foram criados de forma a
identificar e limitar a presença efetiva ou potencial de substâncias ou microorganismos
que possam comprometer essa qualidade, avaliando os impactos sobre a biota,
decorrentes da atividade humana nas diferentes bacias hidrográficas. Embora sejam
inúmeras as espécies químicas potencialmente impactantes sobre a qualidade das águas
e dos efluentes, as legislações ambiental e sanitária comtemplam um número limitado,
onde são considerados os efeitos sabidamente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente e
cuja ocorrência é mais provável [13]. Os padrões de qualidade da água além de
regulamentar os níveis de poluentes a serem mantidos num corpo d’água, dependendo
do uso a que ela se destina, constitue a base para definir os níveis de tratamento a serem
adotados na bacia, de modo que os efluentes lançados não alterem as características do
curso d’água receptor [14].
3.3 – Administração das águas no Brasil
A administração dos recursos hídricos no Brasil teve sua primeira experiência na
década de 30 e estava vinculada à questão agrícola [15]: em 1933, foi criada a Diretoria
de Águas, depois Serviço de Águas, no Ministério da Agricultura. Em seguida, em 1934,
esse serviço foi transferido para a estrutura do Departamento Nacional de Pesquisa Mine-
ral (DNPM), quando é editado o Código de Águas, que sofreu algumas alterações com a
Constituição de 1988. A Tabela 1 apresenta a evolução histórica desta administração até
os dias de hoje.
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8
Tabela 1 – Evolução histórica da administração das águas no Brasil
Ano Evolução
1934 Decreto Federal nº. 24.643 – Código das Águas
1965 Lei nº. 4.771 de 15 de setembro de 1965 que instituiu o Código Florestal
1981 Lei Federal nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Criações do Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
1988 Nova Constituição Federal
1989 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA
1997 Lei nº. 9.433 de 8 de janeiro de 1997 que instituiu a Política Nacional de
Recursos Hídricos
1998 Lei nº. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 que estabelece os crimes ambi-
entais e suas sanções
2000 Agência Nacional das Águas – ANA (autarquia vinculada ao Ministério
do Meio Ambiente)
2003
Resolução nº. 32 de 15 de outubro de 2003 do Conselho Nacional de Re-
cursos Hídricos (CNRH) que institui a Divisão Hidrográfica Nacional em
12 regiões.
2004
Portaria nº. 518 de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde, que
estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
2005
Resolução CONAMA nº. 357 de 17 de março de 2005, que dispõe sobre
a classificação dos corpos d’água e as diretrizes ambientais para o seu
enquadramento (revogando a Resolução 20/86)
Adaptado de AMORIM, 2006 [16].
3.3.1 - Decreto nº. 24.643 - O Código das Águas
O Código das Águas [17] foi o marco inicial da legalização da gestão dos recursos
hídricos no Brasil. Este Código estabelece alguns aspectos importantes e conceitos atuais
sobre a gestão das águas, como:
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9
A aplicação do princípio de usuário-pagador: no parágrafo 2º do artigo 36, é
definido que "o uso da águas pode ser gratuito ou retribuído";
A necessidade de preservação das condições da água pelo usuário de montan-
te perante os usuários de jusante, colocada no Título III, que regulamenta o
aproveitamento das águas comuns;
O regime de outorga, estabelecido pelo artigo 43, definindo que "as águas
públicas não podem ser derivadas para as aplicações da agricultura, da indús-
tria e da higiene sem a existência de concessão administrativa”;
A definição do uso prioritário da água para o abastecimento público: no arti-
go 36 fica estabelecida a "preferência da derivação para o abastecimento das
populações"; e
A defesa do aproveitamento múltiplo das águas, colocada pelo artigo 51, es-
tabelecendo que "em regulamento administrativo se disporá sobre as condi-
ções de derivação, de modo a conciliarem quanto possível os usos a que as
águas se prestam".
3.3.2 - Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, que institui o Novo Código Florestal
De acordo com o Novo Código Florestal [18] uma área de preservação perma-
nente é aquela protegida nos termos dessa Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológi-
ca, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas.
“Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as flores-
tas e demais formas de vegetação natural situadas: ao longo dos rios ou de qualquer curso
d'água; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais (barra-
gens); nas áreas metropolitanas definidas em lei”.
“A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizado
com base em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e lo-
cacional ao empreendimento proposto”.
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10
“É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanente,
para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não comprometa a regeneração
e a manutenção em longo prazo da vegetação nativa”.
3.3.3 - A Constituição Federal de 1988
Uma das poucas modificações do Código das Águas realizadas pela Constituição
Federal de 1988 [19], foi a extinção do domínio privado da água, previsto em alguns ca-
sos, e do domínio municipal. A Constituição de 1988 estabelece apenas dois domínios
para os corpos d'água: (1) domínio da União, para rios e lagos que banhem mais de um
estado, ou que sirvam de fronteira entre essas unidades, ou de fronteira entre o Brasil e
países vizinhos, ou deles provenham ou para eles se estendam e (2) domínio estadual, pa-
ra os corpos d'água que se situem exclusivamente em um estado.
3.3.4 – Lei nº. 9.433 de 8 de janeiro de 1997 ou Lei das Águas
A Política Nacional de Recursos Hídricos, prevista na Constituição Federal de
1988 foi estabelecida pela Lei nº. 9.433 de 8 de janeiro de 1997 ou Lei das Águas [20].
Esta lei criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos que integra os
organismos: (1) Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (2) Conselhos de Recursos Hí-
dricos dos Estados; (3) Comitês de Bacia hidrográfica; (4) Agências da Água; e (5) órgãos
dos poderes públicos, cujas competências se relacionem com a gestão dos recursos hídri-
cos.
A Política Nacional de Recursos Hídricos, no seu artigo 1º estabelece os seus
princípios básicos: reconhece a água como bem de domínio público, um recurso natural
limitado, dotado de valor econômico; uso prioritário da água para consumo humano e des-
sedentação de animais; o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica como unidade terri-
torial de planejamento; a gestão descentralizada dos recursos hídricos.
A Constituição Federal de 1988 e as Constituições Estaduais possibilitaram que os
estados elaborassem sua própria legislação sobre recursos hídricos que deve seguir os prin-
cípios da Lei Federal. Nessa legislação, os estados podem detalhar aspectos específicos e
criar seus próprios sistemas de gestão com diferentes estruturas institucionais.
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11
No estado da Bahia essa legislação é representada pela Lei nº. 6.855 [21], criada
em 12 de maio de 1995 que dispõe sobre a Política, o Gerenciamento e o Plano Estadual
de Recursos Hídricos neste estado.
A gestão da água no estado da Bahia é de responsabilidade da Superintendência
de Recursos Hídricos (SRH), atualmente Instituto INGA criada pela Lei nº. 6.812 de 18
de janeiro de 1995 [22], principalmente quanto à administração quantitativa, inclusive
outorga (*). No que se refere à gestão da qualidade, cabe ao Conselho de Proteção ao
Meio Ambiente – CEPRAM [23] e ao Centro de Recursos Ambientais – CRA essa res-
ponsabilidade.
3.3.5 - Lei nº. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei nº. 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 [24] dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
3.3.6 - Lei nº. 9.984 de 17 de julho de 2000
Esta lei dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA [25], au-
tarquia de regime especial, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente que tem como
principal atividade, a implementação do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, outorga
e fiscalização do uso de recursos hídricos de domínio da União.
3.3.7 - Portaria nº. 518 de 25 de março de 2004
A Portaria 518/2004 [12], estabelece os procedimentos e responsabilidades rela-
tivos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade, e dá outras providências
As legislações sanitárias e ambientais têm sido cada vez mais rigorosas, estabele-
cendo limites para os contaminantes, tanto na água bruta como na água tratada, embora
os níveis de contaminação dos diversos recursos naturais, notadamente os recursos hídri-
cos, continuem em crescimento acelerado.
(*) “De acordo com a ANA outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante
o qual o poder público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado (requerente) o
direito de uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respec-
tivo ato administrativo.” [25].
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12
3.3.8 - Resolução nº. 357 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA N.º 357/05
A Resolução CONAMA 357/2005 [13], dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as con-
dições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Publicada pelo
Ministério do Meio Ambiente classifica os corpos aquáticos do território nacional
segundo a qualidade requerida para seus usos preponderantes, estabelece limites
máximos de concentração para até 66 classes de substâncias potencialmente prejudiciais,
além de definir limites e/ou condições para outros 10 parâmetros físico-químicos. Além
disso, regulamenta o padrão de lançamento de efluentes líquidos de qualquer fonte
poluidora, direta ou indiretamente, no ambiente aquático, incluindo limites máximos de
concentração admissíveis para até 29 classes de substâncias e definindo limites e/ou
condições para 5 outros parâmetros físico-químicos.
Os padrões de qualidade das águas doce no Brasil foram criados de forma a
identificar e limitar a presença efetiva ou potencial de substâncias ou microorganismos
que possam comprometer essa qualidade, avaliando os impactos sobre a biota,
decorrentes da atividade humana nas diferentes bacias hidrográficas. Embora sejam
inúmeras as espécies químicas potencialmente impactantes sobre a qualidade das águas
e dos efluentes, as legislações ambiental e sanitária comtemplam um número limitado,
onde são considerados os efeitos sabidamente prejudiciais à saúde e ao meio ambiente e
cuja ocorrência é mais provável.
Para realizar o controle da poluição das águas de rios e reservatórios utilizam-se
os padrões de qualidade, que definem os limites de concentração a que cada substância
presente na água deve obedecer. Esses padrões dependem da classificação dos corpos
d’água.
De acordo com a salinidade, os corpos d’água são assim classificados: água do-
ce (salinidade inferior ou igual a 0,5%0), salobra (salinidade superior a 0,5%0 e inferior
a 30%0) e salina (salinidade superior a 30%0). As águas doces, salobras e salinas do Ter-
ritório Brasileiro são classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos pre-
ponderantes, em treze classes de qualidade, assim distribuídas: Cinco para as águas do-
ces, quatro para as águas salobras e quatro para as salinas. Os cursos de água devem ter o
seu uso prioritário definido por legislação e, a partir daí, com base nos critérios de quali-
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13
dade da água, são estabelecidos limites para todos os parâmetros que interferem com os
usos a que são destinados [11]. Segundo os seus usos as águas doces sã assim classifica-
das:
I - Classe Especial – Águas destinadas ao abastecimento para consumo huma-
no, após desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à
preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
II - Classe 1 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento
simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (na-
tação, esqui aquático, mergulho); à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de
frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de pe-
lículas; e à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimenta-
ção humana.
III - Classe 2 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento
convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário
(natação, esqui aquático, mergulho); à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e à cri-
ação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
IV - Classe 3 – Águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento
convencional ou avançado; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à
dessedentação de animais; e aos usos menos exigentes.
V - Classe 4 – Águas destinadas à navegação; e à harmonia paisagística.
As condições e padrões para o lançamento dos efluentes direta ou indiretamente
nos corpos d’água são estabelecidas conforme alguns parâmetros citados abaixo:
pH entre 5 a 9;
Temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 3ºC;
Materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para
o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os
materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do
período de atividade diária do agente poluidor;
Ausência de materiais flutuantes.
Limites máximos admissíveis das substâncias constantes na Tabela 2,
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14
Tabela 2 – Padrões de Lançamento de alguns Efluentes segundo o CONAMA 357/05
(Brasil) e a Norma de Calidad Ambiental y de descarga de Efluentes: Recurso Água
(Equador)
Parâmetro Unidade Brasil Equador
Arsênio total mg/L As 0,5 0,1
Bário total mg/L Ba 5,0 2,0
Boro total mg/L B 5,0 2,0
Cádmio total mg/L Cd 0,2 0,02
Chumbo total mg/L PB 0,5 0,2
Cianeto tota1(**) mg/L CN 1,0 0,1
Cianeto livre (destilável por
ácidos fracos) (*) mg/L CN 0,2 0,1
Cobre dissolvido total mg/L Cu 1,0 1,0
Cromo hexavalente (**) mg/L Cr6+
0,1 0,5
Cromo trivalente (**) mg/L Cr3+
1,0 -
Estanho total mg/L Sn 4,0 5,0
Ferro total mg/L Fe 15 10
Fluoreto total mg/L F 10,0 5,0
Manganês dissolvido mg/L Mn 1,0 2,0
Mercúrio total mg/L Hg 0,01 0, 005
Níquel total mg/L Ni 2,0 2,0
Nitrogênio amoniacal total mg/L N 20,0 10 (NO3- + NO2
-)
Prata total mg/L Ag 0,1 0,1
Selênio total mg/L Se 0,30 0,1
Sulfeto total mg/L S 1,0 0,5
Zinco total mg/L Zn 5,0 5,0
(*) – parâmetro modificado pela Resolução Conama 397/08
Comparando-se a Legislação Brasileira com a Legislação Equatoriana, cujos
padrões de lançamento de alguns efluentes foram inclusos na Tabela 2, verifica-se que
esta última é mais restritiva do que a brasileira, incluindo inclusive parâmetros como a-
lumínio, vanádio e cobalto, não considerados na Resolução CONAMA 357/05, apresen-
tando valores até dez vezes mais rigorosos para alguns elementos. A legislação equatori-
ana foi aqui utilizada por ser o Equador um pais da América do Sul cujos dados aqui fo-
ram mais facilmente encontrados na internet.
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3.4 – Caracterização química e física da água
Os componentes presentes na água podem ser divididos em físicos, químicos e
biológicos. Estes podem ser originários do próprio ambiente ou introduzidos por ativida-
des humanas. Neste estudo serão tratados apenas os parâmetros físicos e químicos.
Para a análise das águas e a correta avaliação dos parâmetros que serão utiliza-
dos neste estudo, a definição dessas propriedades é de importância fundamental, por se-
rem os indicadores de qualidade da água avaliados por condições e padrões específicos,
pois estes parâmetros podem apresentar concentrações superiores às estabelecidas pela
legislação vigente.
3.4.1 – Características físicas
As características físicas são aquelas de apreciação imediata, capazes de levar os
consumidores a questionar a qualidade e a segurança da água, não significando muitas
vezes, um perigo direto para a saúde.
Os parâmetros físicos utilizados neste estudo foram: condutividade elétrica, cor,
sólidos totais dissolvidos e turbidez que são descritos a seguir.
3.4.1.1 - Condutividade elétrica
A condutividade elétrica (CE) é a capacidade que a água possui de conduzir cor-
rente elétrica em função da presença de substâncias dissolvidas que se dissociam em cá-
tions e ânions. A condutividade é diretamente proporcional à concentração dos íons dis-
solvidos na água, às suas cargas e ao seus tamanhos relativos.
Em águas continentais, os íons diretamente responsáveis pelos valores da condutividade
que mais se destacam são: cálcio, magnésio, potássio, sódio, carbonatos, carbonetos, sul-
fatos e cloretos.
A condutividade elétrica fornece uma boa indicação das modificações na com-
posição de uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas não fornece ne-
nhuma indicação de quais os íons que estão nela presentes. A condutividade representa
uma medida indireta da concentração de poluentes [26]. È expressa comumente em mi-
croSiemens (μS/cm).
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16
Na água, o valor da CE pode variar de acordo com a temperatura e a concentra-
ção total de íons nela dissolvidos. Em águas cujos valores de pH estão nas faixas extre-
mas (pH > 9 ou pH< 5), os valores de condutividade devem-se principalmente às altas
concentrações dos íons H+ e o OH
- em solução [6].
As águas naturais apresentam geralmente condutividade elétrica inferior a 100
μS/cm, podendo atingir até 1000 μS/cm em corpos d’água receptores de elevadas cargas
de efluentes domésticos e industriais [7]. O aumento da condutividade elétrica específica
em ambientes lênticos (lagos e represas) é um indicativo indireto da degradação do ma-
nancial, por conta do assoreamento e aumento da evaporação, concentrando sais na água.
3.4.1.2 – Cor
A cor das águas naturais é o resultado, principalmente, da presença de ácidos
húmicos, fúlvicos originados de decomposição de vegetais que ocorre no meio ambiente,
podendo também ser devido à presença de alguns íons metálicos naturais como ferro e
manganês e despejos industriais.
A cor de origem antropogênica pode ser devido aos lançamentos de diversos re-
síduos industriais.
Os compostos orgânicos que conferem cor às águas são provenientes de duas
fontes principais:
maior predominância, da decomposição de matéria orgânica de origem
principalmente vegetal (substâncias húmicas) e do metabolismo de mi-
croorganismos presentes no solo.
atividades tais como descargas de efluentes domésticos ou industriais,
liviação de vias urbanas e solos agriculturáveis.
A cor pode ser:
verdadeira ou real - é a cor presente em uma amostra de água, devido à
presença de substâncias dissolvidas.
aparente - é aquela devido à presença de substâncias dissolvidas e subs-
tâncias em suspensão. A cor aparente inclui a turbidez. Após a centrifu-
gação, elimina-se esta e se obtém a cor verdadeira.
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O valor da cor produzida por 1,0 mg/L de platina em combinação com 0,5mg/L
de cobalto metálico, é considerada como a unidade padrão de cor. A cor é então expressa
como mg Pt/L.
3.4.1.3 – Turbidez
A turbidez na água é causada pela presença de matérias em suspensão, tais como
argila, sílica, matéria orgânica e inorgânica finamente dividida e organismos microscópi-
cos [27]. Estes materiais ocorrem em tamanhos diversos, variando desde as partículas
maiores que se depositam (tamanho superior a 1 μm) até as que permanecem em suspen-
são por muito tempo.
Nas águas naturais, a presença da turbidez provoca a redução de intensidade
dos raios luminosos que penetram no corpo d’água, e com isso reduz a fotossíntese dos
organismos do fitoplâncton e da vegetação enraizada submersa influindo decisivamente
nas características do ecossistema presente. Quando sedimentadas, estas partículas for-
mam bancos de lodo onde a digestão anaeróbia leva à formação de gases tais como me-
tano, gás carbônico, principalmente, nitrogênio gasoso e gás sulfídrico (H2S) de odor
desagradável [7].
A turbidez é utilizada na caracterização de águas brutas e de águas tratadas no
controle de estações de tratamento de águas. A turbidez juntamente com a cor constitu-
em parâmetros operacionais de extrema importância para o controle dos processos de
coagulação-floculação, sedimentação e filtração. Além disso, há outra preocupação com
relação à presença de turbidez nas águas a serem desinfetadas com cloro, pois as partí-
culas grandes podem abrigar microrganismos, protegendo-os contra a ação deste agente
desinfetante. Daí a importância das fases iniciais do tratamento para que a qualidade
biológica da água a ser distribuída possa ser garantida.
A medição da turbidez é feita com o turbidímetro ou nefelômetro que compara o
espalhamento do feixe de luz ao passar pela amostra, com o do feixe de igual intensida-
de, ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o espalhamento, maior será a tur-
bidez. A unidade mais utilizada é a UNT (ou NTU em inglês) que é unidade nefelométri-
ca de turbidez.
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3.4.1.4 – Sólidos totais dissolvidos
Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece
como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura
pré-estabelecida durante um tempo fixado.
De acordo com o tamanho das partículas os sólidos podem ser caracterizados
em suspensos e dissolvidos.
Os sólidos totais dissolvidos são constituídos por carbonatos, bicarbonato, clore-
to, sulfato, fosfato possivelmente de cálcio, magnésio e potássio podendo ainda ter pe-
quena quantidade de ferro, manganês dentre outras, ou seja, todas as substâncias presen-
tes na água contribuem para a carga de sólidos [27].
Elevados teores de sais minerais dissolvidos, particularmente de sulfato e clore-
to, estão associados à corrosão em sistemas de distribuição de água, como tubulações e
reservatórios, além de provocarem sabor nas águas [28].
3.4.2 – Características químicas
Os parâmetros químicos são índices de grande importância para a caracterização
da água que devido às suas características pode reagir em maior ou menor grau com qua-
se todas as substâncias. Estes parâmetros podem ser relacionados a valores que permitem
classificar o grau de contaminação, a origem ou ainda a natureza dos principais poluentes
e os efeitos que os mesmos podem produzir na água.
Os parâmetros químicos utilizados neste estudo foram: série nitrogenada (amô-
nia – NH3, nitrito – NO2- e nitrato – NO3
-), demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
demanda química de oxigênio (DQO), fósforo total (P), oxigênio dissolvido (OD), pH e
os metais e metalóides: alumínio (Al), antimônio (Sb), arsênio (As), bário (Ba), berílio
(Be), boro (B), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobalto (Co), cobre (Cu), cromo (Cr), ferro
(Fe), lítio (Li), manganês (Mn), níquel (Ni), selênio (Se), prata (Ag), mercúrio (Hg), va-
nádio (V) e zinco (Zn).
3.4.2.1 – Série nitrogenada (amônia, nitrito e nitrato)
O nitrogênio é o elemento mais abundante na atmosfera (o gás N2 compõe apro-
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ximadamente 78% da troposfera). Seus compostos são nutrientes para os processos bio-
lógicos. Estes são considerados como macro nutrientes por ser o nitrogênio, depois do
carbono, o elemento requisitado em maior quantidade pelas células vivas [28].
Na ausência de atividade humana, o nitrogênio é originário principalmente, dos
microorganismos (cianobactérias nas águas e algumas bactérias do solo) que transfor-
mam o nitrogênio gasoso (N2) em amoníaco (NH3) [129.
Na fixação do nitrogênio, as bactérias cianofíceas (algas azuis fixadoras), pre-
sentes nos solos e nos ambientes aquáticos podem converter o nitrogênio em amônia, uti-
lizada pelas plantas ou no íon (NH4+). A produção de amônia também pode ser resultante
do processo da amonificação onde compostos orgânicos ricos em nitrogênio, em forma
de resíduos e corpos de animais, são convertidos em amônia pelas bactérias decomposi-
toras especializadas [29].
Em ambientes anaeróbicos (pobre em oxigênio) como no fundo dos lagos estra-
tificados, o nitrogênio existe em suas formas completamente reduzidas, NH3 e íon amô-
nio, NH4+ [30].
Resultante do processo de degradação da matéria orgânica, a NH3 apresenta di-
ferentes graus de toxicidade a depender da concentração de suas várias formas apresen-
tadas no meio aquoso: na forma de gás incolor NH3, muito volátil, solúvel em água e
possuidora de odor penetrante e característico; na forma orgânica, com capacidade de
dissociação com a H2O, formando NH4+ e até em águas com a presença de cloro reagindo
e formando substâncias tóxicas como as cloraminas [31].
A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas
espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L [31]. Além disso, a amônia pro-
voca consumo de oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada biologicamente,
a chamada DBO de segundo estágio [27]. Por estes motivos, a concentração de nitrogê-
nio amoniacal é importante parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente
utilizado na constituição de índices de qualidade das águas.
A concentração de amônia nas águas naturais que normalmente é baixa, não
causa nenhum dano fisiológico aos seres humanos e animais. A presença de amônia na
água significa que esta é pobre em oxigênio dissolvido e que o ambiente deve ter muita
matéria orgânica em decomposição [32].
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A amônia e o íon amônio são oxidados pelas bactérias nitrificantes nitrosomo-
nas se transformando em NO2-. As bactérias nitrificantes nitrobacter por sua vez, oxidam
o NO2- formando-se assim o NO3
-, espécie menos tóxica e menos volátil [31].
No processo de desnitrificação, as bactérias desnitrificantes transformam nitrato
em nitrito e em seguida em N2 que retorna para a atmosfera [31].
Na água, a amônia não ionizada NH3 está em equilíbrio com o íon amônio
NH4+. Este equilíbrio é regido pelo pH e pela temperatura e pode ser representado pela
Equação 1.
NH3 + H2O NH4+
+ OH-
( Equação 1 )
A inorgânica NH4+ torna-se cada vez mais tóxica à medida que aumenta o pH,
sendo ainda pouco ou não volátil, porém menos estável e mais solúvel. Já a amônia orgâ-
nica NH3, que é a forma mais tóxica, embora se formando em baixa concentração, em pH
mais baixo é facilmente volatilizada, porém aumentando sua toxicidade à medida que
aumenta o pH (alcalino), podendo então tornar-se altamente tóxica [32].
A grande maioria dos organismos aquáticos é muito sensível à amônia, porém
para o ser humano é o odor e não a toxicidade, que impõe seu limite para critérios de po-
tabilidade [32].
Em águas doces naturais convencionalmente neutra, (pH próximo de 7,0), a a-
mônia orgânica/NH3, encontra-se numa percentagem de 1% comparada ao NH4+, em
pH 8,0 esse percentual é igual a 5% de NH3; com pH 8,5 igual a 15% e; em pH 9,0 apre-
senta-se na faixa de 36% [20]. Em relação à percentagem de NH4+ (amônia inorgânica),
em meio alcalino, (acima de pH 9,0), a amônia orgânica/ NH3, pode chegar a ser 50 ve-
zes mais tóxica. A amônia orgânica/ NH3, também conhecida como amônia não ionizada,
é mais tóxica devido, provavelmente, a sua capacidade de difusão através da membrana
epitelial dos organismos aquáticos, dificultando mecanismos naturais de eliminação des-
sa substância por esses organismos[10, 32].
O padrão estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 para as classes 1 e 2
das águas doces varia de acordo com os valores do pH, sendo 3,7 mg NH3-N/L para pH
iguais a 7,5; 2 mg NH3-N /L para pHs entre 7,5 a 8,0; 1mg NH3-N /L para pHs entre 8,0
e 8,5 e 0,5 NH3-N/L para pHs maiores do que 8,5 e 13,3 mg/L N para pH ≤ 7,5; 5,6
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21
mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0; 2,2 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5 e 1,0 mg/L N, para pH >
8,5, respectivamente.
O nitrito (NO2)- pode ser proveniente de excesso de amônia nas redes de distri-
buição de água potável quando se utiliza cloraminas como desinfetante ou quando elas se
formam in situ a partir do cloro e da amônia [33]. O nitrito é tóxico para as plantas e a-
presenta toxidez mais elevada que o nitrato sendo que sua tolerância em mananciais não
deve ultrapassar 1,0mg/L, expresso em nitrogênio[34].
O nitrito, quando presente na água de consumo humano, tem um efeito mais rá-
pido e pronunciado do que o nitrato. Se o nitrito for ingerido diretamente, pode ocasionar
metemoglobinemia independente da faixa etária do consumidor.
O nitrito pode ser resultante da oxidação da amônia pelas bactérias nitrosomo-
nas em ambiente aeróbio, conforme Equação 2.
2NH3 + 3O2 2 H+ + 2 NO2
- + 2 H2O + energia ( Equação 2 )
Em ambientes aeróbicos (ricos em oxigênio), como na superfície dos lagos, o
nitrogênio existe na sua forma mais oxidada e mais estável, nitrato/ NO3- [29]. Os deje-
tos humanos e de animais são suas principais fontes. O nitrato pode ser formado a partir
da oxidação do nitrito em condições aeróbias, conforme Equação 3.
2NO2- + O2 2NO3
- + energia ( Equação 3 )
Segundo BAIRD [29], o cultivo intensivo da terra, mesmo sem a aplicação de
fertilizantes ou esterco facilita a oxidação para nitrato do nitrogênio reduzido presente na
matéria orgânica decomposta no solo sob o efeito da aeração e da umidade. O autor a-
crescenta ainda que existem ecossistemas completamente dominados pelos compostos de
nitrogênio.
Sob a forma de NO3-, o nitrogênio tem muita mobilidade nos solos, se acumu-
lando nos lençóis freáticos onde a denitificação não acontece por falta de matéria orgâni-
ca, tornando-se então um poluente das águas [31, 34]
O NO3- normalmente não causa nenhum efeito na água doce, onde usualmente é
o fósforo e não o nitrogênio o nutriente limitante; o aumento da concentração do nitrato
sem o aumento da concentração do fósforo, não leva a um aumento do crescimento das
plantas. Entretanto existem casos onde o nitrogênio é o nutriente limitante, mesmo em
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22
água doce [29]. O nitrato não é tóxico nas concentrações normalmente encontradas na
água, porém no organismo humano ele pode ser transformado em nitrito conforme Equa-
ção 4.
NO3- + 2 H
+ + 2e- NO2
- + H2O ( Equação 4 )
Considera-se que a toxicidade do nitrato é devido à sua redução a nitrito. Corpos
d'água com excesso de NO3- podem causar metemoglobinemia (ou síndrome do bebê a-
zul). A metemoglobinemia, efeito tóxico mais comumente assinalado pela ingestão de
água contaminada por nitrato, é um estado resultante da oxidação (pelo nitrito) do Fe+2
,
presente na hemoglobina (veículo do oxigênio no sangue dos mamíferos), em Fe +3
. A
metemoglobina é incapaz de fornecer seu oxigênio aos tecidos devido ao valor elevado
de sua constante de dissociação [34].
De acordo com alguns autores [35], o mecanismo bioquímico da oxidação da
hemoglobina pelo nitrito não está ainda bem esclarecido. Segundo eles deve ocorrer a
passagem do nitrito a nitrato com transformação da oxiemoglobina em hidróxido de he-
moglobina e redução da água conforme a Equação 5:
NO2-
+ 2Hb++
.O2 + H2O NO3-
+ 2Hb+++
.OH + O2 ( Equação 5 )
A metemoglobinemia atinge principalmente os bebês, onde o pH estomacal está
na faixa de 5 a 7 e pode ser mortal. Em quase todos os adultos a hemoglobina oxidada é
facilmente reduzida novamente para sua forma transportadora de oxigênio e o nitrito é
rapidamente oxidado para nitrato. Além disso, o nitrato é absorvido, principalmente no
trato digestivo dos adultos antes que possa ser reduzido para nitrito [29]. Não existe uma
relação precisa entre as doses de nitrato e a taxa de metemoglobina no sangue, mas esti-
ma-se que a doença pode aparecer quando as concentrações de nitrato na água de consu-
mo ultrapassa 50 mg/L [31].
3.4.2.2 – Demanda bioquímica de oxigênio – DBO
O aumento da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), em um corpo d'água, é
provocado por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto
teor de matéria orgânica pode induzir a completa extinção do oxigênio na água, provo-
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23
cando o desaparecimento de peixes e de outros organismos. A DBO é definida como a
quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição mi-
crobiana aeróbia para uma forma inorgânica estável.
A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumida
durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica.
Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação específica é freqüente-
mente usado e referido como DBO5.
As águas naturais utilizadas para abastecimento público apresentam geralmente
DBO < 5 mg /L de O2. Valores de DBO mais elevados podem ser apresentados em cor-
pos d’água receptores de efluentes domésticos (DBO da ordem de 200 a 300 mg/L) e in-
dustriais ou de águas lixiviadas de criatórios de animais como por exemplo os currais e
as pocilgas [26]. Esse aumento pode indicar o incremento da microflora presente e inter-
ferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis,
bem como obstruir os filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água [36].
Segundo a Resolução CONAMA 357/05, no artigo 10, parágrafo 1º, os limites
de demanda bioquímica de oxigênio (DBO) estabelecidos para as águas doces de classes
2 e 3 poderão ser elevados, caso o estudo da capacidade de autodepuração do corpo re-
ceptor demonstre que as concentrações mínimas de oxigênio dissolvido (OD) previstas
não serão desobedecidas nas condições de vazão de referência, com exceção da zona de
mistura.
3.4.2.3 –Demanda química de oxigênio – DQO
É um indicador de matéria orgânica. Baseia-se na concentração de oxigênio
consumido para oxidar a matéria orgânica, biodegradável ou não, em meio ácido e con-
dições energéticas por ação de um agente químico oxidante forte. No caso de águas o pa-
râmetro torna-se particularmente importante por estimar o potencial poluidor (consumi-
dor de oxigênio), de efluentes domésticos e industriais, assim como estimar o impacto
dos mesmos sobre os ecossistemas aquáticos [37].
Os valores da DQO são expressos em mg O2/L e normalmente são maiores que
os da demanda bioquímica de oxigênio de 5 dias a 20 °C, DBO5,20, sendo o teste realiza-
do num prazo menor. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve
principalmente a despejos de origem industrial [38.
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24
A diferença entre DBO e DQO está no tipo de matéria orgânica estabilizada:
enquanto a DBO se refere exclusivamente à matéria orgânica mineralizada por atividade
dos microorganismos, a DQO engloba também a estabilização da matéria da matéria or-
gânica ocorrida por processos químicos. Assim sendo, o valor da DQO é sempre superior
ao da DBO. Além do mais, a relação entre os valores de DQO e DBO indica a parcela de
matéria orgânica que pode ser estabilizada por via biológica.
3.4.2.4 - Fósforo total
No ambiente aquático, o fósforo pode ser encontrado sob várias formas:
orgânico: solúvel (matéria orgânica dissolvida) ou particulado (biomassa
de microorganismos);
inorgânico: solúvel (sais de fósforo) ou particulado (compostos minerais,
como apatita)
A fração mais significativa no estudo do fósforo é a inorgânica solúvel, que po-
de ser diretamente assimilada para o crescimento de algas e macrófitas. A presença de
fósforo na água está relacionada a processos naturais (dissolução de rochas, carreamento
do solo, decomposição de matéria orgânica, chuva) ou antropogênicos (lançamento de
esgotos, detergentes, fertilizantes, pesticidas) [7]. Alguns efluentes industriais como os
de indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, aba-
tedouros, frigoríficos e laticínios apresenta fósforo em elevadas concentrações.Águas
drenadas em áreas agrícolas e urbanas podem também provocar a presença de fósforo
em altas concentrações nas águas naturais[39] .
O fósforo é o nutriente mais importante para o crescimento de plantas aquáticas.
Quando esse crescimento é excessivo pode ocorrer o fenômeno chamado de eutrofização
que é um fenômeno natural de envelhecimento dos lagos. Este processo muito lento se
estende por vários anos e é normalmente pouco perceptível na escala de uma geração.
Entretanto pode ser acelerado pelo fornecimento de novas fontes de nutrientes. Por isso,
é também considerado como um problema ambiental atual que se amplia a cada dia, tan-
to em nível continental quanto marinho. Uma grande eutrofização tem como conseqüên-
cia uma redução drástica do número de espécies aquáticas vegetais e animais. Há tam-
bém a degradação da água de tal forma que compromete as suas variadas utilizações,
principalmente a produção da água potável [31]. Nos meses de verão a eutrofização po-
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25
de ser verificada através da proliferação de algas, que são microorganismos que contêm
clorofila e que produzem seu alimento através da fotossíntese. As algas, segundo GUZ-
ZO [9], são resistentes e de difícil remoção e no seu processo da fotossíntese, cuja pre-
sença luz é indispensável, absorvem CO2 e liberam O2. O oxigênio liberado pelas algas
durante a fotossíntese é benéfico para a maioria das formas de vida do meio aquático. O
nutriente limitador do processo é o fosfato orgânico. A presença de ferro, alumínio, cál-
cio e manganês facilita a precipitação do fosfato.
A Resolução CONAMA 357/05, artigo 10º diz o seguinte: parágrafo 2º - os va-
lores mínimos admissíveis dos parâmetros relativos às formas químicas de nitrogênio e
fósforo, nas condições de vazão de referência, poderão ser alterados em decorrência de
condições naturais, ou quando estudos ambientais específicos, que considerem também a
poluição difusa, comprovem que esses novos limites não acarretarão prejuízos para os
usos previstos no enquadramento do corpo de água; parágrafo 3º - para águas doces de
classes 1 e 2, quando o nitrogênio for fator limitante para eutrofização, nas condições es-
tabelecidas pelo órgão ambiental competente, o valor de nitrogênio total (após oxidação
não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para ambientes lóticos e 2,18 mg/L para ambientes lên-
ticos, na vazão de referência.
3.4.2.5 - Oxigênio dissolvido
O oxigênio tem uma baixa solubilidade na água. Sob condições normais de tem-
peratura e pressão sua concentração de saturação na água é de 9,2 mg/L, enquanto no ar é
da ordem de 270 mg/L. O oxigênio dissolvido (OD) é um parâmetro muito importante
como indicativo de poluição e grau de depuração, uma vez que qualquer consumo inde-
vido traz imediatamente repercussões na vida aquática.
As águas superficiais de boa qualidade devem estar saturadas de oxigênio. Se-
gundo FARIAS [6], um rio considerado limpo, em condições normais, apresenta um teor
de OD entre 8 a 10 mg/L.
As variações nos níveis de OD estão relacionadas com os processos físicos,
químicos e biológicos que ocorrem no meio aquático. Sua redução pode ocorrer por ra-
zões naturais como a respiração dos organismos presentes nos ambientes aquáticos, co-
mo também por perdas para a atmosfera, oxidação de íons, na presença de sólidos em
suspensão e de substâncias orgânicas biodegradáveis, como esgoto doméstico, vinhoto e
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certos resíduos industriais [40]. A decomposição da matéria orgânica nos cursos d’água
pode também reduzir o teor de OD, bem como o pH da água, pela liberação de gás car-
bônico e formação de ácido carbônico a partir deste.
A concentração mínima de oxigênio dissolvido necessária para a manutenção
da vida aquática está na faixa entre 2 a 5 mg/L OD, de acordo com a necessidade de cada
organismo. A concentração de OD disponível mínima para a sobrevivência da maioria
dos peixes é de 4 mg/L e de 5 mg/L para trutas e salmões [27]. Portanto a morte de pei-
xes em rios poluídos se deve à ausência de oxigênio e não à presença de substâncias tó-
xicas.
Em ausência de OD (condição de anaerobiose) os compostos químicos são en-
contrados na sua forma reduzida, geralmente solúvel no meio líquido, disponibilizando
as substâncias para assimilação pelos organismos que sobrevivem nessas condições no
meio aquático [6].
3.4.2.6 – pH
O potencial hidrogeniônico (pH) da água representa a intensidade das condições
ácidas ou alcalinas do ambiente aquático. Consiste na concentração de íons H+ nas águas.
É determinado em escala antilogarítmica (-pH= - log10 [H+] ), compreendendo o intervalo
de 0 a 14. Valores de pH inferiores a 7 indicam condições ácidas e superiores, indicam
condições básicas ou alcalinas da água natural.
O pH influi no grau de solubilidade de diversas substâncias, na distribuição das
formas livre e ionizada de diversos compostos químicos, definindo inclusive o potencial
de toxicidade de vários elementos.
As águas naturais de superfícies apresentam pH variando de 6,0 a 8,5, intervalo
adequado para a manutenção da vida aquática, embora a prevalência de matéria orgânica,
manifestada na cor verdadeira , concorra para valores abaixo de 5.
Nas águas naturais as variações de pH são ocasionadas geralmente pelo consumo
e/ou produção de dióxido de carbono (CO2), realizados pelos organismos fotos-
sintetizadores e pelos fenômenos de respiração/fermentação de todos os organis-
mos presentes na massa de água, produzindo ácidos orgânicos fracos [6].
O pH é muito influenciado pela quantidade de matéria orgânica a ser de-
composta. Quanto maior a quantidade de matéria orgânica disponível, menor o pH, de-
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vido à produção de ácidos húmicos e fúlvicos na decomposição de material disponível.
As águas do Rio Negro, no Amazonas possuem pH muito baixo, devido ao excesso
desses ácidos em solução. O pH de um corpo d'água também pode variar, depen-
dendo da área de d renagem da baci a . Quanto mais ácido for o solo da bacia, mais
ácidas serão as águas deste corpo d'água [6].
Os valores de pH dos rios brasileiros situam-se na faixa de ácido a neutro. Al-
guns rios da Amazônia brasileira possuem pHs próximos de 3 que é um valor muito
baixo para suportar diversas formas de vida. Rios que cortam áreas pantanosas
(rios de mangue, por exemplo) também têm águas com pH muito baixo, devido à pre-
sença de matéria orgânica em decomposição [6].
O pH pode atingir valores muito altos, chegando a 9 ou até mais, em lagoas
com grande população de algas, nos dias ensolarados. Isso porque no processo da fo-
tossíntese, as algas retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de aci-
dez da água. Em alguns lagos africanos o pH pode apresentar valores superiores a 10
em função da composição química de suas águas 10 [7] .
Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença
de despejos industriais [41]. As águas naturais de superfícies apresentam pH variando
de 6,0 a 8,5, intervalo adequado à manutenção da vida aquática, embora a prevalência de
matéria orgânica, manifestada na cor verdadeira , concorra para valores abaixo de 5.
Segundo a Resolução CONAMA 357/05 a faixa de pH para as águas doces de
todas as classes é de 6,0 a 9,0 enquanto a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde estabe-
lece valores no intervalo de 6 a 9,5 para o pH da água tratada. Neste último caso este
amplo intervalo visa minimizar as perspectivas de corrosão (para valores muito baixos)
ou incrustação (para valores elevados) nas redes de distribuição.
3.4.2.7 – Metais
Os metais pesados são de grande importância para os ecossistemas aquáticos.
Nestes, participam de vários processos metabólicos, como a precipitação da matéria or-
gânica dissolvida que produz uma melhor aparência da água, resultando assim, numa in-
fluência positiva sobre a produção de fitoplâncton. Alguns deles são essenciais no pro-
cesso da fotossíntese como, por exemplo, Zn, Fe, Cu e Co [42]. Outros elementos como
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28
Hg, Pb, Cd, Ag, Ni e Sn não têm função biológica conhecida e são geralmente tóxicos a
uma variedade de organismos [41].
Apesar da função, alguns desses elementos apresentam alta toxidade aos orga-
nismos vegetais e animais, quando presentes em grandes concentrações Em determinadas
concentrações são considerados contaminantes químicos nas águas causando danos à sa-
úde, podendo inclusive, inviabilizar os sistemas públicos de água, uma vez que as esta-
ções convencionais de tratamento não os removem eficientemente e os tratamentos espe-
ciais necessários são de custo elevado. Nessas concentrações merecem atenção especial,
pois, por não serem biodegradáveis, permanecem por longos períodos no ambiente prin-
cipalmente nos sedimentos [43].
De acordo com CHAVES [14], treze metais e metalóides tem sido reconheci-
dos como potencialmente perigosos para a vida humana e a biota aquática e incluídos nas
listas de poluentes prioritários (Priority Pululantes List) das agências de controle ambi-
ental do mundo. São eles : As, Sb, Be, Cd, Cr, Cu, Pb, Hg, Ni, Se, Ag, Th e Zn.
Os metais são absorvidos e se acumulam nos invertebrados aquáticos atingindo
concentrações mais elevadas em unidades de peso do que as suas concentrações nas á-
guas do entorno. Após a absorção, que se dá através da difusão facilitada, o excesso do
metal é excretado ou acumulado ligado a proteínas.
A introdução dos metais pesados nos ambientes aquáticos ocorre naturalmente
através de processos geoquímicos, no intemperismo ou por fontes antropogênicas.
[44,45].
Neste estudo foram investigadas as concentrações dos metais: Alumínio(Al), bá-
rio (Ba), berílio (Be), cádmio (Cd), chumbo (Pb), cobalto (Co), cobre (Cu), cromo (Cr),
ferro (Fe), lítio (Li), manganês (Mn), níquel (Ni), prata(Ag), mercúrio (Hg), vanádio (V)
e zinco (Zn) e os metalóides antimônio (Sb), arsênio (As), boro (B), e selênio (Se).
3.4.2.7.a - Alumínio (Al)
O alumínio é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre( cerca de
8%). É encontrado em certo número de minerais tais como o feldspato e a mica que com
o tempo se decompõe em argila [33].
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29
O alumínio é principalmente extraído sob a forma de bauxita, um mineral con-
tendo de 40 a 60 por cento de óxido de alumínio (alumina). O alumínio está presente
também no solo, nos tecidos das plantas e dos animais
Os sais de alumínio são utilizados pela indústria farmacêutica como ingredientes
importantes dos antiácidos e dos anti-diarréicos. O alumínio é igualmente muito utilizado
como aditivo alimentar e como componente dos materiais de embalagem de produtos a-
limentícios. Além disso, uma grande quantidade de sais de alumínio (alúmen) é comu-
mente utilizada como floculante no tratamento da água potável [33].
Os estudos realizados com os rios da América do Norte mostraram que o alumí-
nio é encontrado mais freqüentemente nas águas superficiais do que nas águas subterrâ-
neas; somente 9% das águas subterrâneas apresentaram quantidades detectáveis de alu-
mínio(limite de detecção 0,014 mg/L) enquanto 78% das águas superficiais continham
alumínio detectável [33].
A especiação química do alumínio na água potável é de interesse particular, pois
é a forma do alumínio que determina sua mobilidade, sua biodisponibilidade e sua toxi-
cidade. O pH é um dos fatores que determinam a forma do alumínio presente na água. A
solubilidade do alumínio aumenta em pHs menores em razão da formação de Al(OH)2+,
Al(OH)2+
e de Al(H2O)63+
. A forma sob a qual o alumínio está presente na água potável
depende também da fluoretação, pois o fluoreto tem uma grande afinidade com o alumí-
nio, sobretudo em condições ácidas. Nas águas fluoretadas em pHs inferiores a 6,5 pre-
dominam as espécies AlF2+ e AlF3 [33].
Não existe nenhuma prova convincente e sólida indicando que o alumínio na
água potável possa ser a causa de efeitos nocivos ao ser humano; o alumínio não afeta a
aceitabilidade da água potável pelos consumidores e não prejudica os mecanismos de
abastecimento de água de boa qualidade. Por conseqüência, não é estabelecida recomen-
dação em matéria de saúde ou de objetivo estético para o alumínio na água potável [33].
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é possível estabelecer um
valor guia baseando-se na otimização do processo de coagulação da água potável para
plantas que utilizam coagulantes à base de alumínio. Para grandes instalações de trata-
mento de águas estabeleceu-se 0,1 mg/L ou menos e 0,2 mg/L ou menos para pequenas
instalações [46].
As concentrações de alumínio deveriam ser expressas sob a forma de média
móvel anual de amostras mensais porque as concentrações de alumínio na água potável
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30
podem variar muito rapidamente com as mudanças de qualidade da água bruta ou com as
mudanças de exploração [33].
Na Portaria 518/04 o alumínio faz parte das substâncias que são padrões de a-
ceitação para consumo humano e sua concentração máxima estabelecida é de 0,2 mg
Al/L.
3.4.2.7.b - Antimônio (Sb)
O antimônio ocorre naturalmente no meio ambiente e pode também ser introdu-
zido através de diversas aplicações do homem.
O antimônio não é um elemento essencial para a vida humana. Sua toxicidade
depende do estado de oxidação em que se encontre. Geralmente as formas corresponden-
tes ao estado de oxidação +3 manifestam maior toxicidade do que as correspondentes no
estado de oxidação +5. O antimônio não é bioacumulativo.
A evolução do antimônio no meio aquático é determinada por vários fatores
dentre eles o pH, o potencial de oxirredução, as interações de sorção e a metilação de o-
rigem biológica. Em meio aquático o antimônio pode se apresentar sob a forma de íon ou
de complexo solúvel. A maior parte do antimônio dissolvido (no estado de oxidação +5)
que poderia ser rejeitada nas águas naturais precipita rapidamente sob a forma de trióxido
de antimônio ou de pentóxido de antimônio e é eliminada por sedimentação [33].
Os compostos de antimônio foram utilizados durante muito tempo como agentes
terapêuticos heméticos para as doenças parasitárias, tais como: schistosomose, leishma-
niose, tripanossomíase e o granuloma ulceroso. Os efeitos secundários da terapia com
antimônio cuja dosagem média pode atingir 1g/dia, durante 10 dias, incluem a miocardia,
a hepatite e a nefrite. Uma intoxicação aguda se caracteriza por dores abdominais, vômi-
tos, diarréia, desidratação, dores musculares, hemoglobinúria, anúria e uremia. Níveis de
antimônio em torno de 30mg/L em uma bebida contaminada provocou náuseas, vômitos
e diarréias em 150 crianças [33].
A concentração máxima aceitável de antimônio na água potável é calculada a
partir da ACT (aporte cotidiano tolerável), cujo valor é de 0,004 mg/L que é inferior ao
limite de dosagem prática. A concentração máxima aceitável provisória de antimônio na
água potável foi estabelecida no limite da dosagem prática que é de 0,006 mg/L [33.
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31
Dos países da America do Sul aqui estudados, o Brasil é o único que controla o
teor de antimônio na água tratada, estabelecendo um valor máximo permitido de 0,005
mg/L, para as águas doces das classes 1 e 2 e para o padrão de potabilidade da Portaria
518/04.
3.4.2.7.c - Arsênio (As)
As águas de rios e lagos geralmente apresentam teores de arsênio menores do
que 10 µg/L, se não ocorrerem contaminações antropogênicas, tais como fabricação de
agrotóxicos arseniais, fundição e atividades de mineração [47].
O arsênio é um semimetal que pode existir em quatro estados de oxidação: arse-
nato (+5), arsenito (+3), arsina (-3) e o metal (0). As espécies solúveis geralmente ocor-
rem nos estados de oxidação +3 e +5.
Os compostos do arsênio apresentam diferentes toxicidades dependendo da for-
ma química. A toxicidade decresce na seguinte ordem: compostos de As+3
inorgânico >
compostos de As+5
inorgânico > As+3
orgânico > compostos de As+5
orgânico. Em ter-
mos de intensidade o As+3
é cerca de 10 vezes mais tóxico do que a dos compostos de
As+5
[47].
Os sinais e sintomas causados pelo As diferem entre indivíduos, grupos popula-
cionais e áreas geográficas, podendo variar desde lesões de pele, problemas respiratórios,
doenças cardiovasculares e distúrbios neurológicos até vários tipos de câncer (de pele,
pulmão (inalação), próstata, bexiga, rim e fígado) [48,49].
O Arsênio é usado como inseticida, herbicida, fungicida, na indústria da preser-
vação da madeira e em atividades relacionadas com a mineração e com o uso industrial
de certos tipos de vidros, tintas e corantes.
3.4.2.7.d - Bário (Ba)
O bário pode ocorrer naturalmente na água, na forma de carbonatos em algumas
fontes minerais. Decorre principalmente das atividades industriais e da extração da bau-
xita. Não possui efeito cumulativo, sendo que a dose fatal para o homem é considerada
de 550 a 600 mg.
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32
Os sais de bário são utilizados industrialmente na elaboração de cores, fogos de
artifício, fabricação de vidro, inseticidas, etc. Em geral, ocorre nas águas naturais em
concentrações muito baixas, de 0,7 a 900 µg/L [28].
3.4.2.7.e – Berílio (Be)
O Berílio é um metal muito leve. Devido às suas propriedades como alta resis-
tência e elevada condutividade térmica tem sido usado em muitas aplicações industriais e
militares.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - USEPA [50] conside-
ra um limite máximo de 130 µg/L de Be para prevenir efeitos agudos na biota aquática e
5,3 µg/L para prevenir efeitos crônicos. Com relação à saúde humana, considera tolerá-
vel um valor máximo de 3,7 ng / L em água potável e um pouco mais nos tecidos dos
peixes. A Portaria 518/04 não estabelece nenhum limite para este metal, entretanto a Re-
solução CONAMA 357/05 estabelece, para águas doces destinadas ao abastecimento pú-
blico para as classes 1 e 2, o limite de 0,04mg/L Be. Para a classe 3 esse limite passa
para 0,1mg/L. A legislação brasileira também não estabelece nenhum valor para lançamento
de efluentes.
3.4.2.7.f – Boro (B)
O boro elementar não é significativamente tóxico, não podendo ser classificado
como veneno. Quando em pó muito fino, é duro e abrasivo, podendo causar indiretamen-
te problemas de pele, se esta for esfregada depois de estar em contato com ele.
Parecem ser indispensáveis pequenas quantidades de boro na água para o cres-
cimento das plantas, mas em grandes quantidades é tóxico. A importância do boro para
as plantas tem sido crescente, devido principalmente à expansão da agricultura em áreas
de baixa fertilidade natural e sob condições de alta pluviosidade [51]
A Portaria nº 518/04 do Ministério da Saúde do Brasil não faz referência a este
parâmetro, no entanto, a OMS recomenda valor máximo de 0,5 mg/L para água potável.
A resolução CONAMA 357/05 controla este parâmetro nas águas doces das classes 1 e 2
, destinadas ao abastecimento doméstico estabelecendo um valor limite de 0,5 mg/L. Para
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33
as águas da classe 3 esse valor passa para 0,75 mg/L B. Para lançamento de efluentes o
valor é 5,0 mg/L.
3.4.2.7.g - Cádmio (Cd)
O cádmio é um elemento que não possui função biológica e é altamente tóxico a
animais e plantas, no entanto os níveis naturalmente encontrados normalmente não cau-
sam toxicidade aguda. O maior risco à saúde do homem provém da sua acumulação nos
rins, onde pode causar disfunção no córtex, em concentrações acima de 200mg/kg de pe-
so fresco. A entrada de cádmio no organismo humano se dá principalmente através dos
alimentos, entretanto o fumo e as exposições ocupacionais aos vapores de óxido de cád-
mio (CdO) são também fontes importantes de contaminação[46].
O cádmio é um dos metais mais preocupantes, principalmente devido a ser fa-
cilmente absorvido pelas plantas, acumulando-se à medida que sobe na cadeia trófica. A
FAO/WHO recomenda que o nível de ingestão máxima tolerada seja 400 a 500 μ-
g/semana o que equivale a aproximadamente 70 μg/dia. Os fumantes acrescentam uma
dose extra de 20 a 35 μg/dia à sua ingestão.
Nas águas naturais, é encontrado em sedimentos de fundo e em partículas em
suspensão. Em águas não poluídas sua concentração é inferior a 1,0 μg/L [43].
O cádmio, em pequenas doses, afeta os órgãos reprodutores de alguns animais.
No homem, provoca irritação gastrintestinal com ocorrência de vômitos, ataca a medula
óssea consequentemente, à redução dos glóbulos vermelhos gerando anemia. Causa hi-
pertensão, doenças cardiovasculares, diminuição da massa óssea, retardo do crescimento
em crianças, prejudica a capacidade excretora dos rins [27]. Um único caso de toxicidade
do cádmio, mundialmente aceito foi a doença Itai-Itai ou Dói-Dói, observada no Japão
em pessoas que se alimentavam de arroz contaminado (conc. entre 0,005 mg/L a 0,18
mg/L) por uma mina de zinco [52].
3.4.2.7.h - Chumbo (Pb)
O chumbo é o metal tóxico mais comum. Por ser um metal mole resistente à
corrosão e tendo um ponto de fusão baixo (327°C) vem sendo bastante utilizado desde a
época do romanos. Por este motivo é um metal bastante presente no meio ambiente [33].
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34
O chumbo é um metal tóxico cumulativo de efeitos generalizados, sendo mais
acentuadas em fetos, recém nascidos, crianças de seis anos ou menos e mulheres gestan-
tes, que por causa do feto são as mais sensíveis aos efeitos nocivos sobre a saúde. O
chumbo pode atacar gravemente o sistema nervoso central. Os sinais de intoxicação agu-
da são dentre outros, moleza, agitação, irritabilidade, baixa capacidade de atenção, cefa-
léias, tremores musculares, alucinações e perda de memória além de encefalopatias em
adultos com concentrações de chumbo no sangue de 100 a 120 μg/dL e em crianças com
concentrações entre 80 e 100 μg/dL. Sinais de intoxicação crônica (saturnismo) incluem
fadiga, sono, irritabilidade, cefaléia, dores articulares e sintomas gastrointestinais. Os e-
feitos da exposição ao chumbo variam de acordo com o nível e duração da exposição e
com outros fatores [33].
A queima de combustíveis fósseis é uma das suas principais fontes de poluição
além das fontes ambientais de chumbo e seus sais como a ingestão de ar, poeira, alimen-
tos, bebidas e tintas [42]. Em condições naturais apenas traços são encontrados nas águas
(na ordem de 0,01μg/L ou menos) [27].
TOMAZZELI [54], estudando a comparação entre as concentrações de chumbo,
cádmio e mercúrio em seis bacias hidrográficas de São Paulo (Alto Paranapanema, Pei-
xe, Aguapeí, São José dos Dourados, Mogi-Guaçu e Piracicaba) encontrou concentrações
relativamente elevadas de Cd no material particulado do rio Piracicaba. No rio Mogi-
Guaçu, considerado no passado contaminado por Hg (atualmente os níveis foram reduzi-
dos, conforme observação da autora), pode sê-lo agora, em relação ao Cd e ao Pb, devido
ao acúmulo destes metais na biota aquática.
3.4.2.7.i - Cobalto (Co)
O cobalto é um elemento químico essencial à vida do homem. Está presente na
vitamina B12, tem sua utilização principal na indústria metalúrgica para produção de a-
ços com características especiais de dureza e resistência. Na forma de óxidos é utilizado
como catalisador na indústria química e de óleos. Na forma de sais, uma das utilizações é
na indústria de cerâmica, como pigmento [55].
O cobalto, assim como todos os micronutrientes essenciais, apresenta duas zo-
nas de exposição incompatíveis com a vida: tanto a deficiência como o excesso podem
levar à doença ou à morte. Os efeitos tóxicos observados nas exposições a diferentes
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35
compostos de cobalto são mais pronunciados nos pulmões, na forma de asma brônquica e
fibrose [55] .
O cobalto é encontrado na água potável normalmente na faixa entre 0,1 – 5 μ-
g/L. Não é nem parâmetro da qualidade nem de potabilidade das águas.
3.4.2.7.j - Cobre (Cu)
O cobre é considerado um dos elementos essenciais mais importantes para toda
a biota. Em pequenas concentrações participa dos processos metabólicos, catalisando a
assimilação do ferro e seu aproveitamento na síntese da hemoglobina do sangue humano,
facilitando a cura de anemias.
Concentrações normais de cobre nas águas superficiais variam consideravel-
mente, de 0,5 a 1.000 mg/L e na água do mar de 1 a 5 µg/L . A presença de concentra-
ções elevadas de cobre pode eliminar espécies aquáticas sensíveis como as dafneas e
lesmas, importante fonte de elemento para os peixes [47].
Segundo pesquisas efetuadas, é necessária uma concentração de 20 mg/L de co-
bre ou um teor total de 100 mg/L por dia na água para produzirem intoxicações humanas
com lesões no fígado. Concentrações de cobre iguais a 5 mg/L produzem gosto na água
tornando-a impalatável.
O Cobre, aplicado sob a forma de sulfato de cobre CuSO4.5H2O, em dosagens
de 0,5 mg/L é um poderoso algicida no tratamento das águas. Concentrações a partir 0,5
mg/L são extremamente prejudiciais aos peixes; para os microorganismos a toxicidade
começa a partir de concentrações de 1,0 mg/L [27].
A toxicidade hereditária do cobre pode provocar no homem a chamada doença
de Wilson. Os portadores dessa doença não eliminam o excesso de cobre espontanea-
mente, acumulando esse metal logo após o nascimento. Em excesso, ataca o fígado e o
cérebro, provocando hepatite e sintomas neurológicos e psiquiátricos. Os sintomas ge-
ralmente aparecem no fim da adolescência. Os pacientes podem apresentar doença do fí-
gado ou anomalias na função hepática, icterícia, inchaço do abdome, vômito de sangue
ou dor e estômago [43].
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3.4.2.7.l - Cromo (Cr)
O cromo é um metal que não é encontrado livre na natureza. Seus estados de o-
xidação mais comuns são: +2,+3 e +6. As formas tri e hexavalentes são as mais estáveis.
Exceto em regiões contendo minério de cromo, as concentrações em águas su-
perficiais e água potável são muito baixas, encontrando-se na faixa de 1 a 10 µg/L [47].
A presença do cromo (VI) advém de indústrias que utilizam processos de cro-
magem de metais, galvanoplastia, indústria de corantes, explosivos, cerâmica, vidro, pa-
pel, etc [26]. Embora nos despejos de curtumes haja predominância da espécie trivalente
Cr (III), dependendo de alguns parâmetros do corpo receptor, acredita-se que a oxidação
do Cr (III) à Cr (VI) possa ser favorecida, colocando em risco a fauna, a flora e a popula-
ção que utilizam essas águas[2].
Grandes quantidades de matéria orgânica presentes na água podem reduzir o
cromo (VI) a cromo (III). O cromo (III) pode ser adsorvido ao material particulado ou
formar complexos polinucleares de baixa solubilidade, permanecendo em suspensão na
forma coloidal e sendo transportado para o oceano ou precipitando-se e tornando-se
parte dos sedimento dos lagos e dos rios [47].
A contaminação por cromo, em ecossistemas fluviais, tem sido cada vez mais
agravada devido à necessidade e uso freqüente de compostos de cromo pelas indústrias
de curtimento de couro (curtumes) [27]. Sua toxicidade depende do estado de oxidação
em que é lançado no efluente. Baixos teores de cromo(III) são necessários ao metabolis-
mo humano e animal, porém existem muitas referências sobre os efeitos cancerígenos da
espécie hexavalente, Cr (VI), e outras sobre a possibilidade das espécies pentavalente Cr
(V), também serem cancerígenas[48]. Acredita-se que um dos fatores que contribui para
a elevada toxicidade do cromo (VI) em relação ao cromo (III), seja a sua grande habili-
dade em penetrar nas células [27].
3.4.2.7.m -Ferro Total
O ferro ao lado do alumínio é o mais importante elemento metálico no ambiente
terrestre. Em abundância, o ferro é o quarto elemento na crosta terrestre e o primeiro en-
tre os metais tóxicos.
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O ferro é um elemento essencial à nutrição. A ingestão de grandes quantidades
tem efeitos tóxicos, mas nada indica que a concentração de ferro comumente observada
nos alimentos e na água potável constitua um perigo para a saúde. Por isso uma concen-
tração máxima aceitável não foi determinada.
O ferro é encontrado principalmente sob a forma de Fe (II) e Fe (III). Ele é en-
contrado geralmente nas águas superficiais sob a forma de sais contendo Fe (III) quando
o pH é superior a 7. Alguns destes sais são insolúveis e são precipitados ou adsorvidos
sobre diferentes superfícies. A concentração de ferro(II) nas águas bem aeradas é rara-
mente elevada. Em meio redutor como em certas águas subterrâneas, certos lagos ou re-
servatórios e em ausência de sulfeto e carbonato, pode-se encontrar Fe (II) solúvel em
concentração elevada. A presença de ferro em fontes naturais de abastecimento de água é
atribuível à decomposição da rocha e de minerais, às águas ácidas de drenagem de minas,
às águas de lixívias de descargas controladas, aos efluentes de esgotos como também aos
rejeitos dos setores industriais que tratam o ferro. O ferro aparece, normalmente, associa-
do com manganês [46].
Em concentrações acima de 0,3 mg/L, o ferro pode manchar roupas e ainda dar
sabor e cor desagradáveis e dureza às águas tornando-as inadequadas ao uso doméstico e
industrial. O ferro pode também estimular a multiplicação de certos microorganismos
que podem formar uma película biológica nas tubulações [27].
Por razões de qualidade estética ou organoléptica o valor fixado para o ferro na
água potável é de ≤ 0,3 mg/L.
3.4.2.7.n - Lítio (Li)
O lítio é usado na medicina há mais de 140 anos como antidepressivo e antir-
reumático. É essencial para o equilíbrio do sistema nervoso entretanto é expulso do orga-
nismo devido ao uso excessivo de elementos como flúor, cloro, bromo e iodo. A essen-
cialidade do lítio no organismo humano ainda não está claramente estabelecida. O lítio é
importante na síntese de neurotransmissores cerebrais. O aumento de lítio na água pode
apresentar menor incidência de doenças cardíacas e aterosclerose e também um menor
número de internações psiquiátricas. A deficiência de lítio também é associada com au-
mento da agressividade. O lítio tem um efeito positivo nos distúrbios do humor. Poucas
pessoas tem níveis adequados de lítio facilitando assim o aparecimento de depressão,
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violência, uso de drogas e suicídio. O lítio pode ser naturalmente encontrado na couve e
na mostarda [56].
3.4.2.7.o - Manganês (Mn)
É o metal de transição mais abundante após o ferro e o titânio. E seus compostos
mais comuns são formados nos estados de oxidação +2,+3 e +7. É um elemento essencial
para o homem e para os animais, estando presente nas células dos organismos vivos [27].
Os sais manganosos (Mn (II), Mn+2
) são solúveis em água, com exceção do car-
bonato e do fosfato que apresenta solubilidade menor. A adição do íon OH- às soluções
contendo Mn+2
resulta na formação de um hidróxido branco gelatinoso Mn(OH)2.
O Mn raramente atinge concentrações de 1,0 mg/L em águas superficiais natu-
rais e, normalmente, está presente em quantidades de 0,2 mg/L ou menos. É muito usado
na indústria do aço, na fabricação de ligas metálicas e baterias e na indústria química em
tintas, vernizes, fogos de artifícios e fertilizantes, entre outros. Sua presença, em quanti-
dades excessivas, é indesejável em mananciais de abastecimento público, pois na forma
iônica pode originar problemas de sabor, odor e coloração (turbidez) na água distribuída,
além de provocar aparecimento de manchas nas roupas lavadas e acúmulo de depósitos
em sistemas de distribuição [27].
3.4.2.7.p - Mercúrio (Hg)
O mercúrio é um elemento tóxico, cumulativo, obtido a partir do cinábrio, que
se encontra em 16º lugar no conjunto dos elementos em abundância na terra. Ocorre em
processos naturais como emanações vulcânicas, intemperismo, ressuspensão de partícu-
las do solo pelo vento entre outros. Suas principais fontes antropogênicas incluem despe-
jos de rejeitos por indústrias de cloro-soda, atividades garimpeiras, emissões devido à
combustão de carvão e derivados do petróleo, aplicações agrícolas, fabrico de praguici-
das (fungicidas e herbicidas), etc [57].
O conhecimento das espécies de mercúrio presentes no ambiente é de grande
importância para se avaliar a sua toxicidade. Os compostos orgânicos como metil, etil e
dimetil mercúrio são altamente tóxicos ao homem. O mercúrio inorgânico, em sua forma
metálica, é praticamente inerte e reage muito pouco com o ambiente.
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O mercúrio em contato com solo se mistura e se fragmenta favorecendo assim a
formação de vapores que são transportados livremente pela atmosfera levando-os a se
condensarem em locais mais frios longe do local original, enquanto a maior parte se in-
filtra no solo atingindo e contaminando o lençol freático e os rios. Em contato com os
microorganismos da terra ou da água se transforma em metil mercúrio tornando-se assim,
mais perigoso, pois nesta forma pode haver absorção pela pele causando os terríveis efei-
tos ao sistema nervoso central, rins e fígado [58]. Os principais órgãos alvo da ação tóxi-
ca do mercúrio são cérebro, pulmão, rim, tubo digestivo e fígado, e por continuidade,
medula óssea e sistema cardiovascular.
Na década de 50 em Minamata, Japão, milhares de pessoas foram contaminadas
ao alimentar-se de peixes e outros pescados contaminados por mercúrio. Mães contami-
nadas pelo consumo de peixes deram luz às crianças defeituosas. Outros casos também
foram registrados como os ocorridos no Iraque, Paquistão, Gana e Guatemala, quando
centenas de famílias morreram após consumir pão caseiro cujas sementes de trigo havi-
am sido tratadas com um fungicida à base de metil e etilmercúrio e a morte da pesquisa-
dora Karen Wetterhahn vítima do contato direto com dimetilmercúrio. Acredita-se que
algumas gotas de dimetilmercúrio tenham caído sobre a luva de látex da pesquisadora e
penetrado em sua pele. composto rapidamente atingiu o sistema nervoso central provo-
cando alterações de ordem neurológica seguidas do coma que a levou à morte [59].
3.4.2.7.q – Níquel (Ni)
O níquel é um dos cinco elementos mais abundantes, vindo depois do ferro, do
oxigênio, do magnésio e do silício. Ocorre naturalmente em vários tipos de rochas e po-
de entrar para o meio ambiente através dos mecanismos de degradação das rochas.
As concentrações de níquel em mananciais abaixo da faixa de 2-10 µg/L. Con-
centrações em torno de 0,2-0,6 µg/L foram encontradas nos oceanos. A maior contribui-
ção para o meio ambiente, pela atividade humana, é a queima de combustíveis fósseis.
Como contribuintes principais são também os processos de mineração e fundição do me-
tal, fusão e modelagem de ligas, indústrias de eletrodeposição e, como fontes secundá-
rias, temos fabricação de alimentos, artigos de panificadoras, refrigerantes e sorvetes a-
romatizados. Doses elevadas de níquel podem causar dermatites nos indivíduos mais
sensíveis e afetar nervos cardíacos e respiratórios [27].
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40
3.4.2.7.r - Prata (Ag)
A prata é um elemento não essencial. Normalmente existe apenas traços nos te-
cidos dos animais e dos homens. Entretanto, ela se acumula lentamente no corpo ao lon-
go dos anos.
A ingestão de quantidades excessivas de prata pode causar argíria, um estado
caracterizado por uma coloração azul acinzentada da pele, olhos e mucosas. A dosagem
exata de prata que provoca esta doença ainda é desconhecida. A argíria é provocada pela
ingestão, em uma única dose, de 1000 mg de prata (como arsenamina-prata), quantidade
10 vezes menor que a dosagem de prata (como nitrato) que leva à morte [33].
Os alimentos constituem a principal fonte de ingestão de prata para as pessoas
que não são expostas a este elemento em seu trabalho. A dosagem cotidiana ingerida com
alimentos e água é muito inferior aos níveis de concentração que poderiam produzir efei-
tos nocivos. A presença da prata na água potável é negligenciável, exceto se este ele-
mento for utilizado como agente antimicrobiano nas plantas de tratamento de água. De
acordo com a OMS, os dados disponíveis sobre a prata não são adequados para que este
metal seja considerado como parâmetro de potabilidade através do estabelecimento de
valor guia.
3.4.2.7.s - Selênio (Se)
Segundo alguns trabalhos realizados, [33] o selênio é considerado um oligo-
elemento essencial para a nutrição dos animais, admite-se geralmente que é também in-
dispensável ao homem. O papel biológico essencial do selênio para o homem é provado
pela relação direta entre o mal de Keshan, uma miocardiopatia juvenil endêmica de certa
regiões da China e a carência em selênio na dieta alimentar Alguns estudos mostram que
este elemento poderia ter propriedades anti cancerígenas. Os alimentos constituem a
principal fonte de selênio, para as pessoas que não são expostas em seu trabalho, e os e-
feitos tóxicos decorrem com mais freqüência de uma ingestão alimentar excessiva. De-
terminou-se que o limite de toxicidez no homem varia entre 0,5 a 0,7 mg/dia e a ingestão
cotidiana inferiores a 0,02 ou 0,03 mg poderiam causar efeitos nocivos. No Brasil, a con-
centração máxima de selênio permitida é de 0,01 mg/L para as águas doces das classes 1
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41
e 2 [47]. Nesta concentração, a água potável contribui com um percentual entre 10 a 25
por cento da ingestão total de selênio.
3.4.2.7.t – Vanádio
O vanádio é um elemento metálico presente em rochas fosfáticas (fertilizantes),
petróleo (óleo cru, óleo de xisto) e carvão [33] . Industrialmente o vanádio é usado em li-
gas metálicas, produção de ferramentas de aço, cerâmica, catálise em processos quími-
cos, resistência à corrosão, para tingimento e estamparia.
O vanádio estimula a mineralização dos ossos e dentes e previne a formação de
cáries. O vanádio faz parte de uma enzima tireoideana necessária no processo de organi-
ficação do Iodo, necessário à síntese dos hormônios tireoideanos. Na deficiência de va-
nádio ocorre o aumento da tireóide. O vanádio parece ter também um papel importante
no diabetes.[26]
3.4.2.7.u - Zinco( Zn)
Em águas superficiais, normalmente as concentrações estão na faixa de < 0,001 a
0,10 mg/L. É largamente utilizado na indústria e pode entrar no meio ambiente através de
processos naturais e antropogênicos, entre os quais se destacam a produção de zinco pri-
mário, combustão de madeira, incineração de resíduos, produção de ferro e aço, efluentes
domésticos.
Águas com concentrações de zinco superiores a 5mg/L têm tendência a ser opa-
lescentes, a deixar uma película gordurosa após ebulição e a produzir um gosto indesejá-
vel devido à sua adstringência [34]. O zinco por ser um elemento essencial para o ser
humano, só se torna prejudicial à saúde quando ingerido em concentrações muito altas, o
que é extremamente raro. Neste caso, pode acumular-se em outros tecidos do organismo
humano; isso só ocorre quando as taxas de ingestão diária são elevadas.
3.5 – Critérios de qualidade das águas
Os parâmetros físico-químicos e microbiológicos fornecem dados importantes
para a caracterização e interpretação da qualidade da água. Existem inúmeras substâncias
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42
presentes na água que não devem ultrapassar os limites máximos permitidos pela legisla-
ção vigente, pois se tornam nocivos ao homem em uso contínuo, assim como para a so-
brevivência dos organismos aquáticos. Esses limites são estabelecidos através dos crité-
rios.
Alguns autores [11] definem “Critérios” como valores estabelecidos cientifica-
mente, que associam concentrações ou níveis de determinados parâmetros a efeitos no
meio ambiente. Um critério científico significa uma quantidade limite fixada para um de-
terminado parâmetro que, se obedecida, (limites máximos ou mínimos, conforme a natu-
reza do constituinte) protegerá os usos desejados para um determinado corpo d’água,
dentro de um grau de segurança. Segundo estes autores “Padrões” são valores-limites es-
tabelecidos por lei para serem atendidos num corpo hídrico destinado a um uso específi-
co. Para estabelecimento dos padrões de qualidade utilizam-se valores determinados pe-
los critérios.
Dessa forma, o padrão de qualidade para garantir um determinado uso deve ser
no mínimo igual ao critério de qualidade para esse uso[59].
A maioria das legislações utilizadas neste estudo apresenta no mínimo três clas-
ses de água destinadas ao consumo humano com exceção das legislações peruana e equa-
toriana que estabelecem apenas duas, conforme descrição abaixo:
Brasil
A legislação brasileira, Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA 357/05, estabelece 04 classes de água para consumo humano que vai desde
aquela que requer apenas desinfecção (classe especial) até a classe III que requer trata-
mento convencional ou avançado.
Peru
Segundo a legislação peruana (Decreto Lei nº 17752) [60], as águas doces são
enquadradas em 7 classes, conforme a descrição seguinte:
I. Águas de abastecimentos domésticos com simples desinfecção;
II. Águas de abastecimentos domésticos com tratamento equivalente a
processos combinados de mistura e coagulação, sedimentação e cloração, aprovados pelo
Ministério da Saúde do Peru;
III. Águas para regas de vegetais consumidos crus e bebidas de animais;
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43
IV. Águas de zonas recreativas de contato primário( banhos e similares);
V. Águas de pesca de mariscos e bivalves;
VI. Águas de preservação da fauna aquática e pesca recreativa ou comer-
cial.
Neste trabalho foram consideradas apenas as águas destinadas ao abastecimento
doméstico ou seja as águas das classes I e II.
Portugal
A legislação portuguesa, Decreto-Lei n.o 236/98 [61], estabelece a seguinte
classificação para as água doces:
Águas para consumo humano (águas doces superficiais e subterrâneas)
Águas para suporte da vida agrícola (doces e salobras)
Águas balneárias
Águas de rega
As águas superficiais para consumo humano são assim classificadas:
A1 - Águas de abastecimentos domésticos que requerem tratamento físico ou
desinfecção;
A2 - Águas de abastecimentos domésticos que requerem tratamentos físico,
químico e desinfecção;
A3 - Águas de abastecimentos domésticos que requerem tratamentos físico,
químico avançado (ou de afinação) e desinfecção.
Esta legislação estabelece dois valores limites a serem considerados: Valor má-
ximo admissível (VMA), valor de norma que não deverá ser ultrapassado e valor máxi-
mo recomendável (VMR), valor de norma que, de preferência, deve ser respeitado ou
não excedido. Neste trabalho foi utilizado o valor máximo admissível (VMA) por consi-
derá-lo semelhante ao VMP, utilizado no Brasil, embora a legislação portuguesa tenha
fixado o VMR preferencialmente, conforme os itens 1 e 4 do artigo 7º desta norma.
Equador
Segundo a legislação equatoriana referente à Norma da Qualidade Ambiental e
de descarga de Efluentes: Recurso Água (Norma de Calidad Ambiental y de descarga de
Efluentes: Recurso Água) [62] , as águas são classificadas de acordo com o seu uso con-
forme a descrição seguinte:
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44
Consumo humano e uso doméstico.
Preservação da Flora e da Fauna.
Agrícola.
Pecuária.
Recreativo.
Industrial.
Transporte.
Estético
As águas destinadas ao consumo humano e doméstico, segundo a legislação e-
quatoriana, são assim classificadas:
I - Águas que unicamente requerem desinfecção e
II - Águas que unicamente requerem tratamento convencional
Nesta norma são estabelecidos limites máximos permitidos (LMP), seme-
lhante à legislação brasileira que denomina este limite de valor máximo permitido
(VMP).
Venezuela
A legislação venezuelana, referente ao Decreto nº 883 de 18/12/1995 [63],
Normas para a classificação e o controle da qualidade dos corpos de água e descargas ou
efluentes líquidos (Normas para la clasificacion y el control de la calidad de los cuerpos
de agua y vertidos o efluentes líquidos) classifica seus corpos d’água em 7 tipos. O pri-
meiro deles, o Tipo 1 são as águas destinadas ao uso doméstico e ao uso industrial que
requeira água potável sempre que esta forme parte de um produto ou subproduto destina-
do ao consumo humano ou que entre em contato com ele. Este grupo se divide em três
sub-grupos:
Tipo 1A – águas que necessitam apenas de desinfecção;
Tipo 1B– águas que necessitam de tratamentos convencionais de coagulação, flo-
culação, sedimentação, filtração e cloração;
Tipo 1C– águas que necessitam de processos de tratamentos não convencionais.
As Tabelas 3a e 3b apresentam os padrões de qualidade para as águas superfici-
ais de Instituições Governamentais do Peru, Portugal e Equador em comparação com a
Legislação Brasileira –CONAMA 357/05. No caso da Venezuela, para o tipo IC (não
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45
consta na Tabela 3a ) o único parâmetro legislado é o pH cuja faixa recomendada vai de
3,8 a 10,5.
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46
Tabela 3a–Comparação entre os padrões de qualidade das águas doces estabelecidos por diversas instituições governamentais para as diferen-
tes classes de água doce destinadas ao abastecimento público. Parâmetros físico-químicos
PA
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883
/95
VE
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ZU
EL
A
PO
RT
UG
AL
Classe1 Classe2 Classe3 I II I II IA IB IC A1 A2 A3
Condutividade - - - - - - - - - - 1000 1000 1000
Cor real (a) 75 75 20 100 <50 150 - 20(d) 100(d) 200(d)
DBO5 3 5 10 2 2 5 5 - - - 3 5 7
DQO - - - - - - - - - - - - 30
Dureza - - - 500 500 - - 500 500 - - - -
P total 0,1 ** ** - - - - - - - 0,4 0,7 0,7
Nitrato 10 10 10 10 10 10 10 (f) (f) - 50(d,e) 50(d,e) 50(d,e)
Nitrito 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 - - (f) (f) - - - -
Amônia 0,5 *** *** 1,0 1,0 - - - - - 0,05 0,5 4
OD ≥ 6,0 ≥ 5,0 ≥ 4,0 ≥ 85 (b) ≥ 85 (b) ≥ 3 ≥3 >4,0 >4,0 ≥ 70 (c) ≥ 50 (c) ≥ 30 (c)
pH 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0-9,0 6,0-9,0 - - 6,0-8,5 6,0-8,5 3,8-10,5 6,5-8,5 5,5-9,0 5,5-9,0
Sólidos totais 500 500 500 500 1000 - - 1500 1500 25 - -
Turbidez 40 100 100 10 100 - - <25 <250 - - -
(a) Nível de cor natural do corpo d’água; (b) No Equador o valor do OD (oxigênio dissolvido) pode ser expresso em percentual de saturação que deve ser ≥ 85 e não menor do que 6 mg/L O2 ; (c) em Portugal o valor é expresso em
percentual de saturação, conforme tabela 2a; (d) unidade em mg/L NO3 ; (e) Os limites podem ser excedidos em caso de condições geográficas ou meteorológicas excepcionais; (f) neste país é estabelecido um valor máximo de 10 mg N/L para a soma das concentrações de nitrato e nitrito.
Unidades dos parâmetros: (OD) mg/L O2, (CE) mS/cm, (Dureza) mg/L CaCO3 (Cor real) mg Pt/L, (DBO) mg/L O2 (DQO) mg/L O2, (Fósforo) mg/LP-PO4, (Nitrato)mg/L N-NO3, (Nitrito)mg/L N-NO2 , (Amônia)mg/L N-NH3,
(sólidos totais dissolvidos- STD) mg/L, (Turbidez) UNT. (**) No Brasil a concentração de fósforo total deverá ser : ≤ 0,030 mg/L, em ambientes lóticos ou ≤ 0,050 mg/L, em ambientes lênticos. (***) A concentração de amônia é função do pH e deverá ser : 3,7mg/L N, para pH ≤7,5; 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤8,5; 0,5 mg/L N, para pH > 8,5
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47
Tabela 3 b– Comparação entre os padrões de qualidade das águas doces estabelecidos por diversas instituições governamentais para as diferentes
classes de água doce destinadas ao abastecimento público- Parâmetros metais e metalóides PARÂMETROS
CONAMA 357/05 / BRASIL
EQUADOR
PERU
VENEZUELA (a)
PORTUGAL
Classe1 Classe2 Classe3 I II I II IA IB A1 A2 A3
Alumínio (mg/L) 0,1 0,1 0,2 0,1 0,2 - - 0,2 0,2 - - -
Antimônio (mg/L) 0,005 0,005 N.L. - - - - - - - - -
Arsênio (mg/L) 0,01 0,01 0,033 0,05 0,05 0,1 0,1 0,05 0,05 0,05 0,05 0,1
Bário (mg/L) 0,7 0,7 1,0 1,0 1,0 - - 1,0 1,0 0,1 1,0 1,0
Berílio (mg/L) 0,04 0,04 0,1 0,1 0,1 - - - - - - -
Boro (mg/L) 0,5 0,5 0,75 0,75 0,75 - - - - 1,0 1,0 1,0
Cádmio total (mg/L) 0,001 0,001 0,01 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 1,0 1,0 1,0
Chumbo total (mg/L) 0,01 0,01 0,033 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05
Cobalto (mg/L) 0,05 0,05 0,2 0,2 0,2 - - - - -
Cobre total (mg/L) 0,009 0,009 0,013 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,02 (b) 0,05(b) 1,0(b)
Cromo total (mg/L) 0,05 0,05 0,05 0,05 (Cr+6) 0,05 (Cr+6) 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05
Ferro total (mg/L) 0,3 0,3 5,0 0,3 1,0 - - 1,0 1,0 0,1 1,0 1,0
Lítio (mg/L) 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 - - - - - - -
Manganês (mg/L) 0,1 0,1 0,5 0,1 0,1 - - 0,1 0,1 0,05 0,1 1,0
Mercúrio (mg/L) 0,0002 0,0002 0,0002 0,001 0,001 0,002 0,002 0,01 0,01 0,001 0,001 0,001
Níquel (mg/L) 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,002 0,002 - - -
Prata (mg/L) 0,01 0,05 0,05 0,05 0,05 - - 0,05 0,05 - - -
Selênio (mg/L) 0,01 0,05 0,05 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Vanádio (mg/L) 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 - - - - - - -
Zinco total (mg/L) 0,18 0,18 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 3,0 5,0 5,0
(a) Não foi encontrado na norma da Venezuela nenhum dado para o tipo de água IC, sua qualidade é controlada apenas pela faixa de pH que deverá ser entre 3,8 a 10,5.; (b) Os limites podem ser excedidos em caso de condições geográficas ou meteorológicas excepcionais; N.L – Não legislado ; Os espaços vazios significam que não foram encontrados nas respectivas legislações dados relativos aos parâmetros em questão. Nome
de algumas legislações internacionais: Equador- Norma de qualidade ambiental e de descarga de efluentes; Peru Decreto Supremo nº 261-69-A ; Venezuela - Decreto nº 883 de 11/10/1995; Portugal - Decreto lei nº
236/98.
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48
3.5.1 - Padrão de potabilidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera água potável aquela que
apresenta aspecto límpido e transparente, isenta de gosto e cheiro objetável e que não
contem nenhum tipo de microorganismo que possa causar doença ou qualquer outra
substância com concentrações capazes de trazer prejuízos à saúde[59]. Segundo a
Portaria 518/04, além disso a água potável deve ser produzida e distribuída de forma
que não implique em risco à saúde humana .
Os valores limites para contaminantes diversos nos corpos hídricos assumem ca-
ráter de recomendação. Para aqueles contaminantes considerados potencialmente perigo-
sos para a saúde são recomendados os Valores Guias (VG). A OMS define valor guia
como o valor da concentração de um componente que não oferece um risco significativo
para a saúde do consumidor se este beber a água durante toda sua vida . Segundo a OMS,
os valores-guia para as substâncias químicas estão relacionados de acordo com a catego-
ria de sua fonte de geração [64]:
ocorrência natural;
fontes industriais e assentamentos humanos;
utilizados na agricultura;
utilizados no tratamento da água ou devido a materiais que entram em contato
com a água;
utilizados na água em programas de saúde pública e
toxinas de cianobactérias.
Para as substâncias potencialmente tóxicas e substâncias carcinogênicas não ge-
notóxicas, o VG é estabelecido com base na estimativa da ingestão diária tolerável (IDT)
que é quantidade estimada de uma substância presente na água potável que se pode inge-
rir diariamente, ao longo de toda a vida, sem risco considerável à saúde. Para as substân-
cias ou compostos carcinogênicos genotóxicos, o VG é determinado utilizando um mo-
delo matemático, com base no qual se estima o risco adicional de câncer de 10-5
(um ca-
so adicional de câncer por cada 100.000 pessoas que consomem água contendo uma
substância em concentração equivalente ao VG, durante 70 anos). Assume-se que os va-
lores guias devem ser ao mesmo tempo, práticos e aplicáveis, além de proporcionar a
proteção da saúde pública. Desta forma, não são fixados VG que correspondam a con-
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49
centrações inferiores aos limites detectáveis nas condições habituais de laboratório; além
disso, eles só são recomendados quando se tem acesso às técnicas de controle (tratamen-
to da água por exemplo) que permitam eliminar o contaminante ou reduzir sua concen-
tração ao nível desejado [64]. A qualidade definida nos valores guia para a qualidade da
água potável é a adequada para o consumo humano e para todos os usos domésticos habi-
tuais, incluindo a pessoal. Para finalidades especiais como diálise renal, sem dúvida al-
guma uma melhor qualidade é requerida. Quando o valor guia é ultrapassado, deve-se en-
tender que é necessário:
Investigar a causa visando tomar medidas corretivas;
Solicitar a intervenção das autoridades responsáveis da saúde pública.
A denominação dos valores guias é diferente em cada país, conforme mostra a
Tabela 4:
Tabela 4 – Denominação do valor guia de diversas Instituições Governamentais
País Denominação do Valor Guia
Argentina Concentração máxima (só p/ contaminantes) (CM)
Brasil Valor máximo permitido (VMP)
Chile
Limite máximo (concentração limite de substâncias nocivas (LM)
Máximo aceitável / máximo tolerável (contaminantes químicos)
(MA/MT)
Limite máximo aceitável (contaminantes radioativos) (LMA)
Colômbia Valor admissível (VA)
México Limite permissível (LP)
Peru Limite (L)
Estados Unidos
Nível máximo de contaminante (MCL)
Nível máximo ideal de contaminante (MCLG)
Nível máximo de desinfetante residual (MRDL)
Nível máximo ideal de desinfetante residual (MRDLG)
Espanha Valor Paramétrico (nível máximo ou mínimo fixado para cada um dos
parâmetros a controlar)
Portugal
Valor máximo recomendado (VMR) - valor de norma de qualidade que
não deverá ser ultrapassado
Valor máximo admissível (VMA) - valor de norma de qualidade que, de
preferência, deve ser respeitado ou não excedido.
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50
Canadá
Valor máximo permitido – VMP (p/ substâncias que, reconhecida ou
potencialmente, podem causar efeitos adversos à saúde)
Valor máximo permitido provisório – VMPP (substâncias c/ Insuficiên-
cia de evidências toxicológicas)
No Brasil, os padrões de Potabilidade são definidos pelo Ministério da Saúde
através da Portaria nº 518 de 26 de março de 2004. Esses padrões, salvo raras exce-
ções, são valores máximos permitidos (VMP) de concentração para uma série de subs-
tâncias e componentes presentes na água. Na definição dos parâmetros a compor os pa-
drões de potabilidade da água e de seus respectivos valores máximos permitidos (VMPs),
são considerados os seguintes aspectos:
O potencial tóxico das substâncias químicas que podem estar presentes na
água (naturalmente ou decorrentes de atividades);
A análise das evidências epidemiológicas dos riscos de saúde associados às
diversas substâncias, tomando por base as informações da OMS e USEPA;
As possibilidades analíticas de determinação das substâncias em amostras
de água;
A intensidade de uso das substâncias químicas no País (uso industrial, agrí-
cola e no tratamento da água).
Nos EUA os padrões de Potabilidade, de abrangência nacional, são estabeleci-
dos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos - United States Environ-
mental Protection Agency - USEPA sendo dividido em duas categorias [65]:
Padrão Primário (Norma primaria para água potável - National Primary
Drinking Water Regulation – NPDWR): padrão mandatório para sistemas
públicos de abastecimento de água, na forma de valores máximos permiti-
dos (VMP) estabelecidos para contaminantes específicos, que podem causar
efeitos adversos à saúde e que, reconhecida ou potencialmente, podem estar
presentes na água.
Padrão Secundário (Norma secundária para água potável - National Se-
condary Drinking Water Regulation – NSDWR): recomendações, não man-
datórias, relativas a substâncias que podem provocar efeitos de natureza es-
tética (ex.: cor, sabor e odor) ou cosmética (ex.: efeitos na pele ou dentá-
rios).
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51
O estabelecimento de um padrão para um determinado contaminante obedece a
um processo que leva em consideração os seguintes aspectos:
Ocorrência no ambiente
Fatores de exposição e de riscos à saúde da população em geral e de gru-
pos vulneráveis
Disponibilidade de métodos analíticos de detecção
Factibilidade técnica de atendimento
Impactos econômicos e de saúde pública da regulamentação
No Canadá, os estabelecimentos dos padrões de potabilidade são de responsabi-
lidade da Direção de Saúde Ambiental do Saúde Canadá - Environmental Health Direc-
torate of Health Canadá e também obedece a um processo, baseado no conceito de ge-
renciamento de riscos, incluindo as seguintes etapas [66]:
Identificação de riscos;
Análise de riscos;
Avaliação;
Aprovação;
Divulgação e
Publicação.
Na Argentina a legislação nacional está incluída no Código Alimentar Argenti-
no (Código Alimentario Argentino), prescrevendo apenas parâmetros de potabilidade.
Nesse país cada província possui suas próprias normas, e, além disso, existem normas in-
cluídas em contratos de concessão de serviços, que não necessariamente coincidem com
as normas da província [67].
No Chile a legislação para a qualidade da água para consumo humano, de cará-
ter nacional, do Instituto de Normalización, NCh 409/1.Of2005 (que substitui a NCh
409/1.Of84) [68], é dividida em 2 partes. A primeira, NCh 409/1, estabelece os requisitos
físicos, químicos, radioativos e bacteriológicos que deve cumprir a água potável proveni-
ente de qualquer sistema de abastecimento. A segunda parte é a NCh 409/2 que estabele-
ce os requisitos de amostragem.
A exigência mais comum das legislações de controle de qualidade da água, se-
gundo alguns autores [69] é a especificação de planos de amostragem, seguida das exi-
gências de práticas operacionais de tratamento e distribuição de água, embora a aborda-
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52
gem de cada tópico pelas legislações seja extremamente variada, em termos de amplitude
de exigências. Além disto, entre os países latino-americanos apresentados, apenas o Bra-
sil aborda todos os tópicos em uma única legislação de potabilidade da água que são:
Planos de amostragem;
Práticas operacionais de tratamento de água;
Práticas operacionais de distribuição de água;
Prestação de informações aos órgãos de vigilância e
Prestação de Informações ao público
A Tabela 5 apresenta as Instituições e Legislações de Potabilidade da água de al-
gumas Instituições Governamentais. Com exceção de Portugal e Colômbia, todos os de-
mais países fizeram revisão recente de suas legislações, sendo que no Canadá a última
revisão foi em 2008.
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53
Tabela 5. Legislação para Água Potável e sua respectiva vigência de algumas Instituições Governamentais
País Legislação Data da atualização Instituição responsável pela legislação Referência
Argentina
Codigo Alimentario Argentino (cap. XII) 2007
Ministério da Saúde [67]
Brasil
Portaria 518 2004 Ministério da Saúde do Brasil [50]
Canadá Guidelines for Canadian Drinking Water Quality. 2008 Health Canada. Elaborado pelo Federal-Provincial-
Territorial Committee on Drinking Water
www.sc-
hc.gc.ca
[65]
Chile
Nch 409/1 2005 INN: Instituto Nacional de Normalização [68]
Colômbia Decreto 475 de 1998 1998 Ministério da Proteção Social/ Ministério de Ambiente /
Superintendência de Serviços Públicos.
[70]
Espanha Real Decreto 140 2003
Ministerio de Sanidad y Consumo.
[71]
EUA National Primary Drinking Water Standards 2003 United States Environmental Protection Agency – USEPA
[66]
Peru Decreto Ley Nº 17752- modificado pelo De-
creto Supremo Nº 003-2003-AS 2003
Ministerio de Salud
[60]
Portugal
Decreto-Lei n.o 236
1998 Ministério do Ambiente [61]
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54
A Tabela 6-a apresenta os padrões de potabilidade de algumas Instituições Go-
vernamentais referentes às substâncias químicas inorgânicas que representam riscos à sa-
úde. Observa-se nesta Tabela que os VMPs para o nitrito são, para algumas instituições
(OMS, Argentina e Espanha), bem menores do que aquele estabelecido pela Portaria
518/04, embora muitos países a exemplo do Peru , Venezuela e Portugal não estabeleçam
nenhum VMP para este parâmetro na água bruta destinada ao abastecimento público. En-
quanto no Brasil o VMP é de 1,0 mg N/L (equivalente a 3,2 mg NO2
-/L), em Portugal por
exemplo, esse valor é 0,5 mg NO2-
equivalente a 0,31 mg N/L . A OMS estabelece o
VMP de 0,2 mg NO2- /L, para as águas doces da classe 2. Valores igualmente baixos e in-
feriores ao da Portaria 518/04 são estabelecidos para nitrito pelas legislações da Espanha e
da Argentina. Para o nitrato, esse controle entretanto é muito intenso em diversos países,
tendo inclusive normas exclusivas para esse parâmetro como é o caso da França, Portugal
e outros. Geralmente a poluição por nitrato nestes países está associada ao uso intensivo
de fertilizantes na agricultura.
A Tabela 6-b apresenta os padrões de potabilidade de diversas Instituições Go-
vernamentais referentes aos padrões de aceitação para consumo humano. O padrão de a-
ceitação para consumo humano no Brasil é estabelecido com base em critérios estéticos e
organolépticos e este deverá estar em conformidade com a Tabela 6-b. Algumas das subs-
tâncias listadas nesta tabela também representam ricos à saúde, porém em concentrações
acima daquelas suficientes para provocar rejeição ao consumo [12].
O controle da qualidade da água, baseado única e exclusivamente em análises
laboratoriais ainda que freqüentes, não constitui garantia absoluta da potabilidade. Tão
importantes quanto o controle laboratorial são: a) adoção de boas práticas em todas as par-
tes constituintes e nas etapas do abastecimento de água e b) vigilância epidemiológica e a
associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade no abastecimento de água
[7].
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55
Tabela 6-a. Comparação entre os Padrões de Potabilidade de algumas Instituições Governamentais - Substâncias Químicas Inorgânicas que
representam riscos à saúde
PARÂMETRO (mg/L) BRASIL OMS CANADÁ EUA ARGENTINA CHILE MÉXICO ESPANHA PORTUGAL
Antimônio 0,005 0,02 0,006 0,006 - - - 0,005 0,005
Arsênio 0,01 0,01(p) 0,010 0,05 0,05 0,01 0,025 0,01 0,05
Bário 0,7 0,7 1,0 2,0 - - 0,7 - 0,1
Berílio - - - 0,04 - - - - -
Boro - 0,5 5,0 - - - - 1,0 1,0
Cádmio 0,005 0,003 0,005 0,005 0,005 0,01 0,005 0,005 0,005
Chumbo 0,01 0,01 0,01 0,015 0,05 0,05 0,01 0,025 0,05
Cianeto 0,07 0,07 0,2 0,1 0,07 0,05 0,07 - -
Cobre 2,0 2,0 ≤1,0 1,3 1,0 2,0 2,0 2,0 0,001
Cromo 0,05 0,05(p) 0,05 0,1 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05
Fluoreto 0,6 – 0,8 1,5 1,5 4,0 0,6 - 1,7 1,5 1,5 1,5 0,7 – 1,5
Mercúrio 0,001 0,006(d) 0,001 0,002 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001
Molibidênio - 0,07 - - - - - - -
Níquel - 0,07 - - - - - 0,02 0,05
Nitrato (NO3- – N) 10 50 (a) 45(a) 10 45(a) 50(a) 10 50(a) 50(a)
Nitrito (NO2- – N) 1,0 0,2 (b, c) 3,2(b) 1,0 0,1( b) 3,0( b) 1,0 0,1( b) 0,5( b)
Prata - - - - 0,005 - - - 0,01
Selênio 0,01 0,01 0,01 0,05 - 0,01 - 0,01 0,01
Tálio - - - 0,002 - - - - -
Urânio - 0,015 0,02 - - - - - -
(a) mg/L NO3-; (b) mg/L NO2
- ; (c) valor de 3,0 mg/L NO2 para curto tempo de exposição; d – mercúrio inorgânico; p- provisório; Os espaços vazios significam que não foram encontrados nas respectiva legislações
dados relativos aos parâmetros em questão.
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Tabela 6-b. Comparação entre os Padrões de Potabilidade de diversas Instituições Governamentais - Padrões de Aceitação para Consumo Hu-
mano
(a) No Canadá e nos Estados Unidos os valores de 0,1mg/L Al e de 0,05 mg/L Al são recomendados para as respectivas plantas de tratamento convencional e menor do que 0,2mg/L Al para outros tipos de sistemas de tratamento ; (b) mg/L NH4
+ ; (c) mg/L NH3 ; S.T.D. – Sólidos Totais dissolvidos; S.O.E – Sem odores estranhos; Os espaços vazios significam que não foram encontrados nas respectivas legisla-
ções dados relativos aos parâmetros em questão.
PARÂMETRO
BRASIL
(VMP)
OMS
CANADÁ
ESTADOS
UNIDOS
ARGENTI-
NA
CHILE MÉXICO
ESPANHA
PORTUGAL
(VMA)
Alumínio( mg/L Al) 0,2 0,2 0,1-0,2 (a) 0,05-0,2 (a) 0,2 - 0,2 0,2 0,2
Amônia ( mg/L NH3 ) 1,5 - - - 0,28 (b) 0,25 1,5(c) 0,5 -
Cloreto ( mg/L Cl ) 250 250 250 250 350 250 - 250 250
Cor aparente ( mg
PT/L ) 15 15 ≤15 15 5 20 20 15 20
Dureza ( mg/L CaCO3) 500 500 - - 400 - 500 500
Ferro ( mg/L Fe) 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 -
Manganês ( mg/L Mn) 0,1 0,4 0,05 0,05 0,1 0,10 0,15 0,05 -
Odor Não Objetável Não Objetável Inofensivo - S.O.E - - - -
Gosto Não Objetável Não Objetável Inofensivo - - - - - -
pH 6 - 9,5 6,5 – 9,2 6,5 - 8,5 6,5 – 8,5 6,5 - 8,5 6 – 9,5 6,5 – 8,5
Sódio ( mg/L Na) 200 - 200 - - - - 200 -
S.T.D ( mg/L STD) 1.000 1000 500 500 1500 1500 1000 - 1500
Sulfato ( mg/L SO4--) 250 500 500 - - - - - -
Turbidez (NTU) 5 5 1 5,0 3 5 5 1 4
Zinco (mg/L) 5 3 ≤5,0 5 5 3,0 5
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57
Analisando a Tabela 6-a, observa-se que os valores máximos permitidos de ar-
sênio é maior para os países Estados Unidos, Argentina, Portugal e México, sendo este úl-
timo, o mais restritivo dos três. Nesse parâmetro o Brasil, Canadá, Chile e Espanha estão
de acordo com o que recomenda a OMS que estabelece o valor de 0,01 mg As/L.
O valor máximo permitido de chumbo de 0,01 mg/L recomendado pela OMS, é
cinco vezes maior na Argentina, Peru, Chile e México. Segundo MELLA [72], a explica-
ção para estes valores é o fato de que nesses países o sistema de canalização é na sua maio-
ria, constituído por chumbo e não foi ainda substituído por PVC, como nos países mais de-
senvolvidos. No seu trabalho, apesar de ter sido publicado em 2008, o autor inclui o Brasil,
considerando-o com um VMP para o chumbo de 0,05 mg/L, quando na verdade este valor
é 0,01mg/L, igual ao recomendado pela OMS. A Legislação brasileira é a que mais se as-
semelha com a da OMS com relação aos valores guia dos parâmetros estudados.
Pelos valores dos parâmetros apresentados nas Tabelas 6-a e 6-b observa-se que
a legislação brasileira, Resolução CONAMA 357/05 é mais restritiva do que a de alguns
países como Equador, Venezuela, Peru e Portugal, com relação a diversos parâmetros es-
tudados. Com relação ao parâmetro mercúrio por exemplo, cujo valor do CONAMA é de
0,2 µg/L, chega a ser cerca de 50 vezes maior na legislação venezuelana que é de 10 µg/L.
Com relação ao chumbo, em todas as legislações das instituições governamentais supraci-
tadas (Equador, Venezuela, Peru e Portugal) o limite é cinco vezes maior do que na Reso-
lução CONAMA 357/05 para as águas doces da classe 2. No Brasil o VMP é de 10 µg/L,
enquanto nos demais países é de 50 µg/L.
3.6 – Bacias Hidrográficas
Do ponto de vista geográfico, entende-se por bacia hidrográfica ou bacia de dre-
nagem, o conjunto de superfícies que através de canais tributários drenam água de chuva,
sedimentos e substâncias dissolvidas para um canal principal cuja vazão converge numa
única saída (foz do canal principal, outro rio, lago ou mar) [72].
Para LIMA [36] uma bacia hidrográfica compreende toda a área de captação na-
tural da água da chuva que proporciona escoamento superficial para o canal principal e
seus tributários. Ainda segundo o autor, qualquer ponto da superfície faz parte de uma ba-
cia hidrográfica. Desde os menores vales até as grandes bacias do mundo, sempre existe
uma discreta área de terreno que capta a água da chuva, perde água por evaporação, e pro-
duz o restante como deflúvio ou escoamento superficial.
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58
BALDISSERA [74] define a bacia hidrográfica como uma área topográfica,
drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’ água de forma que to-
da vazão efluente seja descarregada através de uma única saída. O limite superior de uma
bacia hidrográfica é o divisor de águas ou divisor topográfico, e o limite inferior é a saída
da bacia ou confluência.
Segundo GUZZO [9], a Bacia Hidrográfica é um sistema complexo cuja esta-
bilidade depende do fluxo de nutrientes entre os seres vivos e o meio ambiente e da intera-
ção com as variações climáticas.
De acordo com ESTEVES [41], o ambiente aquático apresenta características
que lhe conferem peculiaridades como:
A alta capacidade para solubilização de compostos orgânicos e inor-
gânicos possibilitando aos organismos autotróficos (autótrofos) a ab-
sorção de nutrientes;
Gradientes verticais e horizontais com distribuição desigual de luz,
nutrientes, temperatura, oxigênio dissolvido e gás carbônico, trazendo
conseqüências na distribuição dos organismos;
Baixo teor de sais dissolvidos, fazendo com que os organismos se a-
daptem para que seja mantido o equilíbrio osmótico entre o meio e
seus líquidos internos;
Altas densidade e viscosidade fazendo com que os organismos so-
fram adaptações morfológicas e físicas para redução de resistência do
meio à sua locomoção.
De acordo com TOMAZELLI [54], a qualidade de uma bacia hidrográfica está
intimamente ligada à preservação e manutenção da biodiversidade do seu entorno, esta é
gerada e preservada pelas interações entre o ambiente físico, processos biogeoquímicos
e ações antrópicas.
ESTEVES [41] estabelece o metabolismo dos ecossistemas aquáticos (estudo da
sua estrutura e funcionamento), como sendo o principal objetivo das pesquisas limnoló-
gicas que é o estudo ecológico das massas d’água continentais, compreendendo três e-
tapas:
Produção – é aquela utilizada pelos organismos que sintetizam a matéria or-
gânica do CO2, sais minerais e energia solar;
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Consumo – é a energia obtida por organismos a partir da matéria orgânica
sintetizada pelos produtores primários;
Decomposição – é a redução da matéria orgânica, realizada por bactérias e
fungos, até a mineralização total com a formação de H2O e CO2.
Tabela 7 apresenta a classificação das bacias hidrográficas brasileiras, baseada
na avaliação da qualidade da água, de acordo com seus usos preponderantes. Observa-
se que os níveis aceitáveis de poluição vão até a classificação moderadamente com-
prometida, onde os corpos de água apresentam condições de qualidade de água com-
patíveis com os limites para a classe 3 das águas doces e a classe 2 das águas salinas e
salobras.
Tabela 7- Classificação da qualidade das Bacias Hidrográficas
Fonte: CPRH / Pernambuco – Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos/2000
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Não comprometida
Enquadram-se nesta categoria, os corpos de água que apresentam condições de
qualidade compatíveis com os limites estabelecidos para a classe especial das
águas doces, salinas e salobras e classe 1 das águas doces (Resolução CONAMA
n° 357/05). Estes corpos d’água apresentam qualidade ótima, com níveis despre-
zíveis de poluição.
Pouco comprometida
Enquadram-se nesta categoria, os corpos de água que apresentam condições de
qualidade compatíveis com os limites estabelecidos para a classe 2 das águas
doces e a classe 1 das águas salinas e salobras (Resolução CONAMA n° 357/05).
Estes corpos d’água apresentam qualidade boa, com níveis baixos de poluição.
Moderadamente
comprometida
Enquadram-se nesta categoria, os corpos de água que apresentam condições de
qualidade compatíveis com os limites para a classe 3 das águas doces e a classe
2 das águas salinas e salobras (Resolução CONAMA n° 357/05). Estes corpos
d’água apresentam qualidade regular, com níveis aceitáveis de poluição.
Poluída
Enquadram-se nesta categoria, os corpos de água que apresentam condições de
qualidade compatíveis com os limites estabelecidos para a classe 4 das águas
doces e a classe 3 das águas salinas e salobras (Resolução CONAMA n°
357/05). Estes corpos d’água apresentam qualidade ruim, com poluição acima
dos limites aceitáveis.
Muito poluída
Enquadram-se nesta categoria, os corpos de água que não se enquadram em ne-
nhuma das classes acima estabelecidas. Estes corpos d’água apresentam quali-
dade péssima, com poluição muito elevada.
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A organização ambientalista A Conservação da Natureza (The Nature Conservancy,
TNC), fundada em Washington em 1951, lançou em 2005 um programa para a conservação
de grandes rios do mundo, através do programa denominado “Aliança dos Grandes Rios”. O
Programa, que envolve os países Brasil, China e Estados Unidos, três grandes potências
hídricas de água doce, visa recuperar e conservar três grandes bacias hidrográficas: a do Rio
Alto Mississipi, nos Estados Unidos; a dos Rios Alto Paraná e Paraguai, no Brasil; e a do Rio
Alto Yang Tsé, na China. Trata-se de um programa para orientar as estratégias de conserva-
ção desses grandes rios e transformar a maneira como se protege os suprimentos de água em
bacias hidrográficas importantes. No seu conjunto, as três bacias fornecem água doce para
aproximadamente 600 milhões de pessoas nos três Continentes [75].
Apesar de iniciativas como esta, diversos rios do mundo (mais de 50%) já estão poluí-
dos ou em vias de serem exauridos devido ao desperdício e à má-gestão dos recursos hídricos
nas bacias fluviais. Entre os rios que correm mais perigo estão o Amarillo, na China, o Colo-
rado, nos Estados Unidos, o Nilo, no Egito e o Volga, na Rússia. O Rio Citarum, na Indonésia
(Figura 1), devido ao recebimento de efluentes de mais de 500 indústrias (produtos químicos
tóxicos) e esgotos domésticos sem nenhum tipo de tratamento, é considerado o rio mais
poluído do Mundo [76]. Apesar da grande poluição, suas águas são utilizadas para os diversos fins,
inclusive para beber.
Figura 1 - Rio Citarum (Walungan Citarum, em sudanês)
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61
No Brasil, um levantamento feito pela ABETRE - Associação Brasileira de Empresas
de Tratamento, Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais, em 2002, mostrou que dos
2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais perigosos gerados anualmente, apenas 28%
que corresponde a 850 mil toneladas recebem tratamento adequado. Os 72% restantes são
depositados indevidamente em lixões ou descartados em cursos d'água sem sofrer nenhum
tipo de tratamento [2].
Segundo o relatório da Organização Não Governamental Defensoria da Água “O Esta-
do Real das Águas no Brasil” 2003-2004, a contaminação das águas no Brasil aumentou
cinco vezes mais nos últimos dez anos, e aponta 20 mil áreas contaminadas no país. O mesmo
relatório prevê escassez de água nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte uma vez que já se encontram dentro das áreas consideradas contaminadas. Na
região sul, a contaminação é crescente devido ao crescimento industrial, enquanto no Nordes-
te, a escassez da água também está intrinsecamente ligada à contaminação, uma vez que a
qualidade da água consumida pela população continua não apresentando segurança na saúde
[77].
É fundamental para a proteção dos mananciais ter o adequado conhecimento da bacia
hidrográfica a montante da captação de água, incluindo fatores físicos, bióticos e socioeco-
nômicos; aspectos relacionados à geologia, ao relevo, ao solo, à vegetação, à fauna e às ativi-
dades humanas aí desenvolvidas. Para tanto, é essencial que se realizem periodicamente
diagnósticos de uso e ocupação do solo e inspeções sanitárias nas bacias contribuintes aos
mananciais [6].
De acordo com GUIMARÃES [78], a situação das águas brasileiras, embora ainda
confortáveis, alcança níveis críticos quanto à manutenção de alguns ecossistemas. Os rios
próximos às cidades estão contaminados por resíduos industriais e domésticos, enquanto as
atividades de agropecuária e mineração com mercúrio trazem conseqüências diretas e indire-
tas ao meio ambiente e suas populações.
Para PEDRÃO [79], ao se comparar com outros países, inclusive com a maioria da-
queles latino-americanos que lhe são limítrofes, o Brasil representa uma experiência histori-
camente sem paralelo em matéria de recursos hídricos, com um horizonte de perspectivas que
devem ser revistas, dada a velocidade com que os recursos hídricos têm sido explorados.
O controle da poluição da água é necessário para assegurar e manter níveis de quali-
dade compatíveis com sua utilização. Assim o manejo adequado dos ecossistemas hídricos é
uma das prioridades na gestão dos ecossistemas e controle ambiental, por ser a água um fator
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62
de importância primária para o desenvolvimento de atividades produtivas e para a qualidade
de vida de um povo [80].
Para MENDES [1], um elemento fundamental para a avaliação dos recursos hídricos
do ponto de vista qualitativo, é o conhecimento das cargas poluentes que são geradas nas
bacias hidrográficas, que traduzem as pressões que se exercem sobre as massas de água em
resultado das diferentes atividades socioeconômicas que existem no território.
Outro aspecto importante é o acompanhamento da tendência da evolução da qua-
lidade da água ao longo do tempo possibilitando a identificação de medidas preventivas
bem como a eficiência de algumas medidas adotadas.
Considerando a bacia hidrográfica, existe a necessidade de se estabelecerem metodo-
logias que permitam o monitoramento sistemático da qualidade da água para a posterior
caracterização do seu estado, através de uma análise correta dos dados recolhidos, para que as
atuais e futuras pressões possam ser identificadas e compreendidas [81].
3.6.1 - Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
O estado da Bahia está dividido em 13 bacias principais, que são: Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco; Bacia Hidrográfica do Rio Vaza Barris; Bacia Hidrográfica do Rio
Itapicuru; Bacia Hidrográfica do Rio Real; Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu; Bacia
Hidrográfica do Rio Inhambupe; Bacias Hidrográficas do Recôncavo Norte; Bacias Hidrográ-
ficas do Recôncavo Sul; Bacia Hidrográfica do Rio de Contas; Bacia Hidrográfica do Rio
Pardo; Bacia Hidrográfica do Leste; Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha; Bacias Hidro-
gráficas do Extremo.
As Bacias Hidrográficas do Recôncavo Norte englobam as sub-bacias: dos Rios
Joanes e Ipitanga; do Rio Jacuípe; do Rio Subaé; do Rio São Paulo; do Rio Imbassaí; do Rio
Pojuca; do Rio Sauípe e do Rio Subaúma.
As agressões ambientais como despejo de esgotos domésticos e resíduos industriais;
aterramento de nascentes; extração predatória de areia, arenoso e argila; destruição das matas
ciliares; ocupação desordenada do solo, entre outras, são ações sofridas corriqueiramente
pelos rios pertencentes a essas bacias.
A Bacia Hidrográfica do Rio Joanes está localizada nos setores N e NE da porção
central da Região Metropolitana de Salvador (RMS) entre as coordenadas geográficas 12º 30’
e 12º 55’, latitude Sul e 38º 07' 3'' a 38º 39' 25,5'' longitude Oeste. Limita-se a norte e leste
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com a Bacia Hidrográfica do Rio Jacuípe, ao sul e sudoeste com as bacias hidrográficas da
área urbana da cidade de Salvador e a sudeste com o Oceano Atlântico[82].
As principais nascentes do Rio Joanes encontram-se situadas no município de São
Francisco do Conde nos seguintes pontos: fazenda Campinas, a 2,5 km da sede municipal de
São Francisco do Conde, nas imediações da Fazenda Ma rapé, limite entre São Francisco do
Conde e Candeias; na fazenda Gurgainho e na fazenda Cinco Rios, situadas em São Francisco
do Conde [83]. No trecho próximo aos pontos de nascente encontram-se atividades de explo-
ração petrolífera: gás e óleo bruto pela Petrobrás, além de atividades de criação de gado
bovino e bubalinos.
O Rio Joanes deságua no Oceano Atlântico, na praia de Buraquinho, na divisa entre
os municípios de Lauro de Freitas e Camaçari, possuindo, no estuário, uma extensão de apro-
ximadamente seis quilômetros.
O clima é tropical úmido, com índice pluviométrico superior a 1.800mm/ano e a
umidade relativa do ar em torno de 80%. A direção predominante dos ventos é para o qua-
drante leste (E), com variações para sudeste (SE) e nordeste (NE). O período chuvoso corres-
ponde às estações do outono e do inverno[82].
Os municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Joanes são: Lauro de
Freitas, Camaçari, Simões Filho, São Sebastião do Passé, São Francisco do Conde, Candeias,
Salvador e Dias D’Ávila ( Figura 2). Os municípios de Camaçari, Lauro de Freitas e Simões
Filho têm suas sedes dentro dos limites da bacia.
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Figura 2 - Bacia Hidrográfica do Rio Joanes Fonte – CRA ( 2000)
O Rio Joanes drena uma área de aproximadamente 1.200 km2 , seus cursos d’água têm
uma extensão total de cerca de 250 km, possui uma vazão média da ordem de 11 m3/s e a
vazão regularizada atinge 6,4 m3/s [83].
Na Tabela 8 estão apresentados os afluentes do Rio Joanes, tanto da margem esquer-
da como da margem direita. Dentre os principais afluentes formadores da bacia destacam-se
os Rios Jacarecanga e Ipitanga Além desses, a bacia recebe outras contribuições que também
têm importância tanto no regime hidráulico quanto na qualidade das águas do Rio Joanes,
oriundas de arroios afluentes de menor porte.
O Rio Ipitanga, principal afluente do Rio Joanes, é utilizado para abastecimento
público dos Municípios de Salvador, Simões Filho e indústrias do CIA Sul, através dos bar-
ramentos: Ipitanga I, II e III.
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Tabela 8 - Afluentes do Rio Joanes
O Rio Joanes e seus afluentes foram enquadrados como classe 2 e classe 7, segundo a
Resolução do Conselho Estadual de Proteção Ambiental - CEPRAM nº 1.101/95 [84] , de
acordo com os padrões de qualidade estabelecidos na Resolução vigente , atualmente CO-
NAMA 357/05. O Rio Joanes e seus afluentes pertencem à classe 2 (águas doces) desde a
nascente até o Condomínio do Rio das Pedras. A partir deste trecho até a sua foz (zona estua-
rina) pertencem à classe 1 das águas salobras. O Rio Ipitanga e seus afluentes pertencem à
classe 2 até a confluência com o Rio Joanes.
A bacia hidrográfica do rio Joanes (BHRJ) possui cinco barragens (Tabela 9): (1) I-
pitanga I, construída em 1936, para regularizar as águas do Rio Ipitanga e posteriormente
para complementar a produção de água potável de Salvador e Lauro de Freitas; (2) Joanes I,
em 1955, destinada ao abastecimento de Salvador e Lauro de Freitas; (3) Joanes II, em 1971
para o abastecimento do Pólo Petroquímico; (4) Ipitanga II, no mesmo ano para fornecer água
bruta e/ou tratada para as indústrias do Centro Industrial de Aratu - CIA e (5) Ipitanga III para
acumulação e transposição do Rio Joanes no período de estiagem que as reverte para Ipitanga
I e II.
À Direita A Esquerda
Ipitanga Rio Uberaba
Rio São Francisco Rio Lamarão
Rio Boneçu Rio Sucuricanga
Rio Petecada Rio Camaçari ou Bandeira
Rio Jacarecanga Rio Piaçabeira
Rio Muriqueira Riacho Parafuso
Rio Itamboatá Córrego Cantagalo
Rio Jaíba
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Tabela 9 – Características das Barragens da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
Barragens Ipitanga
I
Ipitanga
II
Ipitanga
III
Joanes
I
Joanes
II
Ano de conclusão 1936 1971 1972 1955 1971
Área de drenagem (Km2) 50,2 31,1 8,6 578,4 376,5
Área da bacia hidráulica
(Km2)
1,1 2,2 0,8 6,96 13,0
Volume útil (m3 x 10
6) 3,9 4,6 4,4 15,0 86,4
Demanda (m3) 0,78 01 0 3,3 1,4
Adaptado de OLIVEIRA, 1999 [82]
A Figura 3 mostra as imagens recentes das barragens do Joanes I, Joanes II, Ipitanga I e
Ipitanga II.
a) Joanes I b) Joanes II
c) Ipitanga I d) Ipitanga II
Figura 3 – Barragens dos Rios Joanes e Ipitanga
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67
É ainda um grande desafio a descoberta de soluções seguras que garantam a pro-
dução de água potável a partir de mananciais de superfície uma 0vez que vários compostos
naturais industrialmente produzidos e, até mesmo gerados durante o próprio tratamento da
água, podem vir a manifestar-se em concentrações potencialmente perigosas para a saúde
[1].
O número de parâmetros no controle da qualidade das águas de consumo tem au-
mentado cada vez mais devido ao rápido crescimento da população, urbanização, industria-
lização e intensificação da produção agrícola em paralelo ao uso de defensivos agrícolas.
Os constituintes em solução são classificados de acordo com a abundância relativa
em: maiores, quando os teores são superiores a 5 mg/L; menores, quando as concentrações
ficam entre 5 e 0,01 mg/L; e traços ou micro poluentes, quando os teores são inferiores a
0,01 mg/L. O aprimoramento das técnicas analíticas fez com que o número regular de micro
contaminantes, identificados e quantificados na água, evoluísse significativamente durante
as duas últimas décadas. Nesse contexto cresce a importância dos parâmetros denominados
de micro poluentes orgânicos e metais tóxicos. Esses elementos ou compostos podem causar
efeitos danosos à saúde em teores muito baixos, da ordem de microgramas por litro (μg/L) e
até nanogramas por litro (ng/L). Os efeitos adversos dos micro poluentes podem resultar de
condições agudas (curto tempo de exposição a doses elevadas) ou crônicas (longo tempo de
exposição a doses muito baixas); podem ser tóxicos (afetando seriamente funções biológicas
ou provocando a morte); carcinogênicos (induzindo o crescimento descontrolado de células,
vindo a provocar tumores malignos); mutagênicos (causando alterações hereditárias do ma-
terial genético das células); teratogênicos (causando deformações congênitas não hereditá-
rias) [1].
Segundo alguns autores[1], as medidas de controle a serem estabelecidas para a
proteção dos mananciais de abastecimento devem ter em conta a caracterização de riscos e
na bacia hidrográfica podem incluir, entre outros, os elementos abaixo:
Proibições e limitações aos usos do solo;
Registro de produtos químicos utilizados na bacia hidrográfica;
Especificações de proteção especial para indústrias químicas;
Mistura / desestratificação de represas para reduzir o crescimento de cia-
nobactérias ou para reduzir a zona anóxica do hipolímio e a solubilização
de ferro e manganês dos sedimentos;
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68
Controle das atividades humanas dentro das fronteiras da bacia hidrográfi-
ca;
Controle das descargas de águas residuais;
Aplicação de normas regulamentares ambientais para o licenciamento de
atividades poluentes;
Fiscalização regular na bacia hidrográfica;
Proteção de nascentes;
Interceptação de escoamentos superficiais e
Prevenção de atividades poluidoras clandestinas.
O índice de ocupação urbana nas margens das bacias hidráulicas Joanes principal-
mente I e II têm aumentado rapidamente e os estágios sucessórios de vegetação encontram-
se seriamente comprometidos pelas inúmeras agressões que vêm sofrendo pelo surgimento
de invasões, loteamentos legalizados ou clandestinos, sítios, granjas, chácaras, etc [85].
Figura 4 – Assentamento em área de preservação ambiental
A Figura 4 apresenta um caso de assentamento em área de preservação ambiental,
contrariando o Código Florestal [18]. Segundo este Código, em seu artigo 2º, as florestas e
demais formas de vegetação natural serão consideradas de preservação permanentes quando
situadas: (a) ao longo dos rios ou de qualquer curso de água desde o seu nível mais alto em
faixa marginal (largura mínima de: 30 m cursos de água de até 10m; 50m para os cursos de
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69
água de até 10 a 50m; e 100m para os cursos de água de até 50 a 200m); (b) ao redor das
lagoas, lagos ou reservatórios naturais ou artificiais (barragens) e (c) nas nascentes ainda
que intermitentes e nos chamados olhos de água qualquer que seja a sua situação topográfi-
ca, num mínimo de 50 metros em volta das mesmas.
O monitoramento dos mananciais do Joanes deve ser realizado de forma rotineira e o
controle da qualidade das águas de distribuição deve ser feito a partir do manancial de su-
primento do Sistema de Abastecimento de Água, uma vez que na Bacia Hidrográfica do Rio
Joanes desenvolvem-se atividades urbanas, industriais e agrícolas que geram impurezas
sólidas, líquidas e gasosas cujo veículo natural de escoamento é a água que drena das ver-
tentes da bacia para os reservatórios que terão suas características físicas, químicas e bioló-
gicas substancialmente modificadas [85].
Segundo os resultados divulgados pelo INGA (Instituto de Gestão de Águas e Cli-
ma) em janeiro de 2009, referente ao Programa Monitora, inserido no Programa Água para
Todos, na Bacia dos Rios Joanes – Ipitanga, a maioria dos pontos apresentaram IQA com
qualidade regular, ruim e péssima. Foi observado nesta bacia, um aporte significativo de
nutrientes (fósforo, nitrogênio e matéria orgânica - COT e DQO) e de coliformes termotole-
rantes. Observou-se ainda os impactos da carga orgânica proveniente da contribuição do
esgoto das cidades de Lauro de Freitas, Simões Filho, Camaçari, Feira de Santana, Terra
Nova e Santo Amaro da Purificação, que refletiram nas altas concentrações de coliformes
termotolerantes nas águas da RPGA (Regiões de planejamento de gestão das águas) do Re-
côncavo Norte e Inhambupe. Os resultados analíticos das amostras coletadas na RPGA do
Recôncavo Norte e Inhambupe permitiram avaliar a qualidade das águas com base na análi-
se dos resultados dos parâmetros físico-químicos, nutrientes, biológicos, orgânicos e metais
[86]. Dentro do Programa “Água para Todos” estão sendo realizadas obras para a ampliação
do sistema de esgotamento sanitário de Camaçari que contribuirá para a despoluição do rio
Joanes. Outro municípios tais como Dias D’Ávila, São Francisco do Conde, Lauro de Frei-
tas, Simões Filho e Candeias terão também ampliação dos seus sistemas de esgotamento
sanitário através do referido programa [87].
Um programa informatizado de gestão ambiental georreferenciado, com o apoio de
imagens de satélites que reunirá informações sobre os parâmetros de qualidade da água,
fontes de poluição, ocupações e atividades econômicas na Área de Preservação Permanente
- APP (Sistema de Gestão Ambiental de Mananciais – SIGAM) será desenvolvido pela
EMBASA em parceria com a Fundação Politécnica da UFBA. O primeiro manancial a ser
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70
monitorado pelo programa denominado Sistema de Gestão Ambiental de Mananciais – Si-
gam, será a Barragem do Joanes I, situada entre os municípios de Camaçari e Simões Filho
cujo sistema associado ao Rio Ipitanga é responsável por 40% do abastecimento de Salva-
dor. O programa, primeiramente aplicado na Barragem do Joanes I, será estendido a todos
os mananciais da EMBASA possibilitando assim uma gestão mais efetiva dos mananciais,
pois terá um histórico com atualizações constantes relativas a qualquer fator monitorado
por esta Empresa[87].
OLIVEIRA [82], desenvolveu uma pesquisa propondo uma metodologia para avali-
ar as alterações nas características hidrossedimentológicas de bacias hidrográficas e suas
repercussões na zona costeira, decorrentes da ocupação antrópica. A pesquisa, que teve co-
mo foco a bacia hidrográfica do Rio Joanes, propôs a utilização do modelo SWAT (Soil
Water Assessment Tool), modelo matemático associado a um SIG (Sistema de Informações
Geográficas), projetado para trabalhar com dados referenciados por coordenadas espaciais
ou geográficas que permite não apenas uma melhora na precisão dos resultados, mas tam-
bém uma aplicação mais rápida e eficiente do modelo, tornando possível a análise sistemáti-
ca de bacias hidrográficas. Dentre as conclusões, a autora verificou que o desmatamento da
vegetação original, constituída de mata atlântica que foi gradativamente substituída por ou-
tras de coberturas diversas bem como o aumento de áreas urbanizadas e a exploração de
materiais para construção civil contribuíram bastante para o aumento da perda de solo da
bacia estudada. De acordo com a autora, entre os anos de 1983 a 1996 o aumento da perda
de solo foi de 17%. A autora constatou também uma redução das vazões líquidas na foz do
Rio Joanes, em função principalmente das derivações de água nos reservatórios das barra-
gens construídas para abastecimento humano e industrial e um aumento da produção sólida
na foz, em função do desmatamento para a exploração agropecuária de materiais para cons-
trução civil e urbanização da faixa costeira. Oliveira ressalta o perigo do comprometimento
da fauna e da flora provocado pelo assoreamento do rio caso a ocupação da faixa costeira
não seja acompanhada de um ordenamento de uso do solo.
3.6.1.1 - Uso e ocupação do solo
De acordo com o IMA (Instituto do Meio Ambiente) o uso e ocupação do solo estão
representados pelos itens abaixo:
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71
Exploração petrolífera - realizada pela Petrobrás explorando gás e óleo bruto no trecho
próximo aos pontos de nascente.
Pastagem - são realizadas atividades de pecuária (criação de gado bovino e bubalino), no
trecho próximo aos pontos de nascente.
Parques Industriais – Aí estão instalados Centro Industrial de Aratu (CIA) e Pólo Petro-
químico de Camaçari.
Área de Preservação Ambiental - APA/Joanes Ipitanga (Decreto Estadual n.º.596 de 05 de
junho de 1999).
Áreas submetidas a processo de urbanização – presença de favelas, loteamentos e con-
domínios.
Exploração Mineral - pedreiras e lavras de cascalhos, caulim e arenoso.
Dutovias e Ferrovias - distribuídas em diversos trechos da bacia e alguns ramais que reali-
zam transporte de cargas com substâncias químicas, inclusive perigosas, destacando-se as
seguintes ligações dutoviárias: Pólo Petroquímico de Camaçari ligado ao Porto de Aratu;
Refinaria Landulfo Alves ligada ao Terminal Marítimo de Madre Deus; Gasoduto Copene
ligada à Cotegipe; Oleodutos e Gasoduto de São Francisco do Conde/Dom João ligados à
Refinaria Landulfo Alves; Gasodutos da Bahiagás com seguintes ramais: Pólo Petroquímico
ligado à Fábrica da Millenium; Pólo Petroquímico ligado à Dias D’Ávila; Pólo Petroquími-
co ligado a Salvador (Iguatemi e Itaigara, trecho inicial).
Reflorestamento - anel florestal do CIA e Pólo Petroquímico de Camaçari.
Na Figura 5 observa-se o estado de degradação na barragem do Ipitanga I provoca-
da por ocupações irregulares. Estudos vêm demonstrando que a ocupação do solo através da
urbanização e as áreas cultivadas são fontes dos elementos Ni, Cr, Cu, Fe, Al, Mn, Ca, Mg,
K e Zn em sistemas fluviais. Já os elementos Mn, Zn e Cu são provenientes, principalmente,
de fertilizantes [88].
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72
Figura 5 - Ocupações irregulares nas margens da barragem do Ipitanga I Fonte : Jornal da EMBASA, mar/2009
As diversas atividades industriais encontradas na área da BHRJ podem resultar na
formação de esgotos domésticos e industriais ricos em Al e PO4, DQO, DBO, amônia, Cu,
As, Zn, PB, dentre outros.
A Figuras 6 apresenta o diagrama unifilar do Rio Joanes onde são encontrados os
pontos de amostragem utilizados pelo IMA para o monitoramento desta bacia. Este diagra-
ma é datado do ano 2000, entretanto foi aqui considerado devido a inexistência de outro
mais atual. Considerando a data em que foi construído é possível que tenha havido alguma
alteração . Isto poderá ser confirmado a partir da execução do projeto Sigam que será de-
senvolvido pela em EMBASA em parceria com a Fundação Politécnica da UFBA. Nesta
oportunidade serão identificadas as ocupações assentadas na área da bacia supracitada.
O relatório emitido pelo IMA em 2001 destaca como principais fontes de poluição o
lançamento de efluentes industriais, o lançamento de esgotos domésticos sem tratamento
prévio (esgotos “in natura”) e outros resíduos de origem industrial.
Os relatórios referentes às Campanhas desenvolvidas pelo INGA em 2008 e 2009 a-
firmam a mesma coisa, mostrando inclusive o aumento dessas contaminações.
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73
Figura 6 - Diagrama Unifilar do Rio Joanes Adaptado do IMA – Instituto do Meio Ambiente, 2000
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74
3.6.1.2 - Usos da água
As águas da Bacia do rio Joanes são utilizadas para diversas finalidades como [82]:
Abastecimento Doméstico - É o uso mais nobre da água, não só a água para beber, essenci-
al à manutenção da vida, mas a água de beber que é utilizada também para higiene pessoal,
preparação de alimentos, limpeza de área, lavagem de roupas e utensílios, rega de jardins,
entre outros usos. A BHRJ abastece parte da cidade do Salvador, bem como Candeias, Lau-
ro de Freitas, Simões Filho, Dias D’Ávila, Madre Deus e São Francisco do Conde.
Represamento das águas - Através dos Barramentos: Joanes I (abastecimento de Salvador
e Lauro de Freitas) e Joanes II (abastecimento do Pólo Petroquímico e CIA Norte), e Ipitan-
ga I (regularizar as águas do rio Ipitanga, complementar a produção de água potável de Sal-
vador e Lauro de Freitas), Ipitanga II (fornecimento de água bruta e/ou tratada às indústrias
do CIA) e Ipitanga III (acumulação e transposição das águas do rio Joanes no período de
estiagem e que as reverte para Ipitanga I e II). Essas barragens basicamente são utilizadas
para reforçar o sistema de abastecimento de Salvador, além de fornecer água para os demais
municípios da RMS.
Abastecimento Industrial: Através das barragens do Ipitanga II e Joanes II são abastecidos
o CIA – Centro Industrial de Aratu e o Pólo Petroquímico de Camaçari.
Dessedentação de Animais: Este uso requer algumas exigências quanto à qualidade da
água, sem maior preocupação quanto aos aspectos estéticos. Bovinos e búfalos utilizam-se
desta água, no entorno dos pontos de nascente.
Recreação e Lazer: Em decorrência do processo de urbanização, estas atividades apresen-
tam significado social e econômico. Utilizam-se o trecho estuarino até a sua desembocadura
situada na praia de Buraquinho.
Pesca: Este uso requer exigências na qualidade da água para alimentação e proteção. Esta
atividade é desenvolvida em alguns trechos, principalmente na zona estuarina e clandesti-
namente ao longo dos espelhos d’ águas das represas Joanes I e II, Ipitanga I, II e III.
3.6.1.3 - Atividades impactantes
Atividades como extração ou lavra de substâncias minerais utilizadas na construção
civil; transporte de cargas perigosas através de ferrovias, dutovias e rodovias com eventuais
acidentes são alguns exemplos de atividades que causam impacto na BHRJ.
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75
A ausência da mata ciliar em alguns trechos próximos de áreas urbanizadas e em
processo de favelização, sobretudo em alguns locais dos municípios de Simões Filho, Ca-
maçari e Lauro de Freitas, vem provocando a erosão das margens e conseqüente assorea-
mento da calha fluvial, contribuindo para o aumento da turbidez, alterando a qualidade das
águas dos rios desta bacia (Figura 7). As matas ciliares são representadas pelo conjunto de
árvores, arbustos e outras espécies vegetais situados nas margens dos rios e têm a função de:
(a) proteger a barranca dos rios contra os desmoronamentos; (b) conservar a temperatura da
água; (c) produzir alimentos para os peixes e animais silvestres; e (e) como conseqüência o
equilíbrio do ecossistema
Figura 7 - Áreas degradadas (Joanes II)
De acordo com BACELLAR [88], a mata ciliar exerce um alto poder depurativo
pois a vegetação que a compõe é comprovadamente eficiente para reter o nitrato de origem
antrópica e, assim, evitar a contaminação dos rios. Segundo o pesquisador, o ambiente re-
dutor comumente encontrado nos solos sob a mata ciliar favorece a denitrificação das águas
dos fluxos subterrâneos e subsuperficiais que descem encosta abaixo. Por tal razão, têm-se
empregado matas ciliares para controle da contaminação por nitrato em zonas rurais. Na
denitrificação o nitrato é reduzido a nitrogênio (N2) que vai para a atmosfera. O excesso de
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76
compostos nitrogenado e fosfatados decorrentes de atividades antrópicas, bem como as altas
temperaturas dos corpos aquáticos (na Bahia é, em média, acima de 25 ºC) são condições
que favorecem o processo de eutrofização dos ambientes aquáticos.
As Figuras 8 e 9 mostram a degradação do Ipitanga I provocada pelo acúmulo de
lixo e lançamento de esgoto doméstico.
Figura 8- Presença de plantas aquáticas evidenciando processo de eutrofização
na barragem do Ipitanga I. Fonte : Jornal da EMBASA, março de 2009
Figura 9 – Lixo e esgoto causam degradação da barragem do Ipitanga I
Fonte: Jornal da EMBASA, março de 2009
Na avaliação da qualidade das águas da BHRJ realizada pelo CRA em 2001[83],
chegou-se à seguinte conclusão:
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77
Os afluentes do Rio Joanes que apresentam maior comprometimento da qualidade
de suas águas são os rios:
Lamarão (devido à presença de Ferro e Cobre), Jacarecanga (devido à presença de
Fluoretos e aos valores altos de DBO), e o Bandeira e Piaçabeira por conta dos valo-
res altos de DBO e de Coliforme Fecais e dos valores baixos de OD.
No curso d’água do Rio Joanes as condições de qualidade da água melhoram em
conseqüência do maior volume de água desse rio e das represas das barragens Joanes
I e Joanes II.
No caso dos afluentes do Rio Ipitanga tem-se o Rio Cururipe em condições péssimas
(Concentração de Resíduo Total, Demanda Bioquímica de Oxigênio e Coliformes
Fecais altos e de Oxigênio Dissolvido baixo) que refletem na qualidade do curso
principal do rio Ipitanga.
Segundo o Relatório do IMA[83] , os altos valores encontrados para cobre, chumbo
e alumínio podem estar associados às atividades de processamento de minério de cobre e
emissões atmosféricas da atividade de beneficiamento de alumínio, realizadas à montante
dos pontos de coleta da amostra de água.
Em 2008, nas quatro Campanhas realizadas pelo INGA, observou-se que a maioria
dos pontos da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte com IQA classificado como de qua-
lidade “regular” e “ruim” ocorreu na Bacia dos Rios Joanes e Ipitanga, tendo inclusive, um
ponto de qualidade “péssima”. Nesta bacia, a qualidade das águas dos afluentes também foi
comprometida, notadamente em relação aos resultados dos parâmetros biológicos e de nu-
trientes.
Estes diagnósticos mostram a necessidade de soluções imediatas para conter as prá-
ticas de degradação ambiental, principalmente em áreas de mananciais, visando evitar a
perda de reservatórios, como já ocorreu em Salvador com o reservatório de Mata Escura,
com as represas do Prata e Cachoeirinha e, mais recentemente, com a bacia do Cobre. A-
través do monitoramento de 60 pontos nos mananciais da RMS, a EMBASA vem procuran-
do prevenir a degradação desses mananciais e detectar os problemas para busca de soluções.
O programa de monitoramento de mananciais da EMBASA implantou novas redes de moni-
toramento nas represas Joanes I e II, Ipitanga I, II e III e Pedra do Cavalo [86].
Dentro das ações ambientais realizadas pela EMBASA está o reflorestamento e re-
composição de matas ciliares em áreas de mananciais. A Figura 10 abaixo mostra a efetiva-
ção desta ação na área do Joanes II.
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78
Figura 10 – Área reflorestada do Joanes II
Para facilitar este processo e reduzir custos a EMBASA construiu em 2004, um Hor-
to Florestal (Figura 11) facilitando assim as ações de recomposição das matas ciliares dos
seus mananciais utilizados para abastecimento público. Situado em Candeias na área da
ETA Principal, o horto possui capacidade para abrigar cerca de 1770 mudas. As mudas aí
abrigadas têm sido utilizadas na recomposição não só de áreas de mananciais como também
outras áreas que necessitam de recuperação florestal. Para obtenção de melhores resultados
a EMBASA firmou um convênio de colaboração técnica com a SEMARH/SFC (Secretaria
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos/ Superintendência de Floresta e Unidades de Con-
servação). Essa parceria trará benefícios através do conhecimento técnico específico dos
funcionários da SEMARH/SFC favorecendo assim a ampliação e melhoria do Projeto do
Horto.
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79
Figura 11 – Horto Florestal - EMBASA
Para BACELLAR [88], o desmatamento tende a aumentar o volume de água dispo-
nível nas bacias hidrográficas, elevando os fluxos anuais dos rios. No desmatamento não
controlado há um aumento do volume de água que atinge o perfil do solo onde a água é reti-
da, favorecendo a lixiviação e uma maior exportação de elementos químicos para os rios. O
autor observou um ligeiro aumento da turbidez, condutividade, nitratos, potássio, cálcio,
magnésio e ferro na água de rio até um ano após o corte de uma plantação de eucaliptos.
A concentração de elementos químicos dissolvidos nas águas dos rios de bacias to-
talmente florestadas é normalmente baixa, especialmente na fase inicial de sucessão vegetal,
quando a perda de elementos químicos por lixiviação é mínima, devido à grande adsorção
dos mesmos pelas raízes [89].
São muitas as variáveis que podem interferir na qualidade de uma água. As ações
inadequadas desenvolvidas no entorno das bacias hidrográficas comprometem a qualidade
das águas exigindo o uso de produtos químicos diversos e técnicas cada vez mais sofistica-
das para tornar essas águas adequadas para o consumo humano. Aliado a isso os avanços
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80
tecnológicos tem proporcionado aos laboratórios de pesquisa o uso de equipamentos cada
0vez mais sofisticados que permitem a obtenção de um maior número de resultados e análi-
ses simultâneas de um maior número de amostras. Entretanto analisar um grande número de
resultados por análise univariada ficou cada vez mais difícil. Para facilitar essa avaliação
surgiu a análise multivariada, que caracteriza a quimiometria [90,91,92], permitindo que se
possa extrair um maior número de informações de um experimento que envolve um grande
número de variáveis em menor tempo.
3.7 – Análise Multivariada de dados
A consideração isolada de uma única informação a respeito de amostras com alto
grau de semelhança dificilmente leva a resultados satisfatórios. Entretanto se todas as in-
formações forem consideradas simultaneamente, provavelmente será possível caracterizar
conjuntos de amostras. Diante de uma gama de informações os processos computacionais
vêm sendo cada vez mais utilizados de forma a utilizar, simultaneamente todas as informa-
ções adquiridas através dos métodos denominados multivariados.
A estatística multivariada consiste em um conjunto de métodos aplicados em situ-
ações onde várias variáveis são medidas simultaneamente em cada elemento amostral.
Uma observação multivariada de dimensão p, ou p-variada, é um vetor:
X = (X1, X2, X3,......, Xp)t
Em que t= transposto e cujas coordenadas X1 a Xp são variáveis aleatórias oriun-
das de várias medidas de um mesmo elemento amostral. Assim, uma matriz de observa-
ções p-variadas, ou matriz de dados, é uma tabela X: n x p. Dessa forma, n medidas em p
variáveis podem ser dispostas da seguinte forma:
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81
Em que X é a matriz que contém todas as observações de todas as variáveis. Quanto
maior o número de variáveis, mais complexa é a análise através de técnicas univariadas
[93]. Os dados originais, na forma de matriz, são expressos por X= (xi,j), em que i = 1...n
amostragens e j = 1...p variáveis .
A Quimiometria segundo alguns pesquisadores [94], é uma disciplina química que
emprega métodos matemáticos e estatísticos para planejar ou selecionar experimentos de
forma otimizada e para fornecer o máximo de informação química com a análise dos dados
obtidos.
Os métodos quimiométricos são usados para identificar as semelhanças e diferenças
em diferentes tipos de amostras agrupá-las e classificá-las. Estes métodos estão divididos
em dois grupos: métodos supervisionados e os não supervisionados. Nos métodos supervi-
sionados, cada amostra analisada provém de uma classe pré-estabelecida e esta informação
é utilizada durante a construção dos modelos. Os métodos supervisionados não requerem
nenhum conhecimento prévio a respeito da classificação das amostras, elas são agrupadas
naturalmente com base nos dados experimentais em questão.
Quando o interesse é verificar como as amostras se relacionam entre si, ou seja, o
quanto estas são semelhantes segundo as variáveis utilizadas, destacam-se dois métodos que
podem ser utilizados: a análise de agrupamento hierárquico (HCA) e a análise de compo-
nentes principais (PCA).
A análise de componentes principais, PCA (do inglês, Principal Component Analy-
sis) é um método classificatório não supervisionado, destinado a produzir grupos ou agru-
pamentos de amostras semelhantes, segundo suas características (variáveis). O agrupamento
das amostras define a estrutura dos dados através de gráficos de escores (scores) e pesos
(loadings), cujos eixos são componentes principais (PCs) nos quais os dados são projetados
(Figura 12).
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82
V1
Figura 12 – Representação gráfica das Componentes Principais
Os escores que são as coordenadas dos objetos no sistema de eixos definido pela
componentes principais, fornecem a composição das PCs em relação às amostras, enquanto
os pesos ou loadings, que são os cossenos dos ângulos que as componentes principais for-
mam com o eixo das variáveis, influenciam essa composição em relação às variáveis .Como
as PCs são ortogonais, é possível examinar as relações entre amostras e variáveis através
dos gráficos dos escores e dos pesos. O estudo conjunto de escores e pesos ainda permite
estimar a influência de cada variável em cada amostra. [95]
A PCA, para dados bidimensionais, é uma ferramenta quimiométrica bastante difun-
dida e utilizada para diminuir a dimensão dos dados originais.[95] Desta forma, uma gama
infinita de informações pode ser organizada em uma matriz de dados X formada por N li-
nhas e M colunas. As linhas podem ser, por exemplo, amostras de água de diferentes locais
ou diferentes tratamentos, e as colunas (variáveis) podem ser características físico-químicas
ou até mesmo concentrações de espécies químicas [96].
Na aplicação da técnica da PCA, a primeira etapa é transformar a matriz de dados
originais em uma matriz de correlação [R] (p x p), para p igual número de parâmetros de
qualidade de água utilizados. A matriz de correlação tem como principal objetivo eliminar
os problemas de unidade e escalas diferenciadas em que as variáveis são medidas.
A análise de agrupamento hierárquico, HCA (do inglês Hierarchical Cluster Analy-
sis) é um processo hierárquico no qual cada etapa da matriz de dados é reduzida em uma
dimensão, pela reunião de pares semelhantes, até a reunião de todos os pontos em um único
grupo. O objetivo da HCA é exibir os dados em um espaço bidimensional de maneira a en-
fatizar os seus agrupamentos e padrões naturais. A distância entre os pontos (amostras ou
variáveis) reflete a similaridade de suas propriedades, portanto quanto mais próximos esti-
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83
verem os pontos no espaço amostral, mais similares são eles [97]. Os resultados são apre-
sentados na forma de dendogramas, os quais agrupam amostras ou variáveis em função da
similaridade [98].
3.7.1 – Aplicações de análise multivariada de dados no tratamento de dados resultantes
de análises de águas.
BISINOTI e colaboradores [99] empregaram a análise multivariada utilizando a
técnica da PCA num estudo realizado na Bacia Hidrográfica da Cidade de Londrina, Paraná
no período de fevereiro de 1997 a fevereiro de 1998 . Neste estudo os autores avaliaram a
influência dos metais Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, Pb e Zn no sistema aquático da refe-
rida Bacia encontrando os seguintes níveis em mg/L, para os referidos metais: Ca (< 0,03 –
9,49); Cd x 10 (0,03 – 0,10); Cu x 10 (0,54 – 4,13); Fe x 10(< 0, 0 – 125); Mg x 10 (<0,03
– 10,4); Mn(<0,56 – 8,65); Ni x 10 (<0,42 – 6,64); Pbx10 (<20) e Zn x10 (<25 – 55) . A-
través da análise de componentes principais os autores chegaram à conclusão que houve
aumento da concentração dos metais ao longo da rede hidrográfica, que a presença sistemá-
tica dos metais Cu, Zn e Cd é originária dos processos de urbanização e industrialização e
que a presença também constante dos metais Mn, Mg, Fe e Pb proveniente, provavelmente,
do solo.
ANDRADE e colaboradores [90] empregaram a PCA para identificar os fatores de-
terminantes, naturais e antrópicos, da qualidade das águas superficiais na bacia do Alto Aca-
raú, Ceará. As amostras foram coletadas trimestralmente no período de fev/2003 a
mar/2004. Foram analisados os parâmetros pH, temperatura, cor, turbidez, nitrato, amônia
total, amônia livre, amônia ionizada, sódio, cloretos, potássio, sulfato, dureza, cálcio, mag-
nésio, alcalinidade total, alcalinidade do bicarbonato, condutividade elétrica, sólidos sus-
pensos, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total, ortofosfato
solúvel, clorofila “A”, coliformes totais e coliformes termotolerantes. Através da PCA fo-
ram selecionadas as variáveis que explicavam o maior percentual da variância total dos da-
dos. As três primeiras componentes principais explicaram 88% da variância total. A primei-
ra (PC1) representou um componente mineral; a segunda (PC2), um componente de nutrien-
tes e a terceira (PC3), um componente de escoamento superficial das áreas agrícolas e cli-
ma. A rotação dos fatores mostrou que os parâmetros indicadores da qualidade das águas da
Bacia do Alto Acaraú estão relacionados com a ação natural (solubilidade dos sais), ação
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84
antrópica (nutrientes e transporte de sedimentos; poluição difusa gerada nos núcleos urba-
nos e em atividades agropecuárias).
BRITO e colaboradores [100], realizaram um estudo para identificar as variáveis de
maior significância na qualidade das águas da bacia hidrográfica do Salitre e classificar as
fontes hídricas segundo suas características. Nesse estudo foram analisados os parâmetros:
temperatura (T), pH, condutividade elétrica (CE), sólidos dissolvidos totais (SDT), oxigênio
dissolvido (OD), amônio (NH4+-N), cálcio (Ca
2+), magnésio (Mg
2+), sódio (Na
+), potássio
(K+), carbonato (CO3
2-), bicarbonato (HCO3
-), cloreto (Cl
-), sulfato (SO4
2-) e ferro (Fe
2+). A
dureza total (DT) e a relação de adsorção de sódio (RAS) foram determinadas a partir dos
dados de alguns parâmetros.
NONATO e colaboradores [101], realizaram o monitoramento da qualidade da água
no curso superior do Rio das Velhas, um tributário principal da bacia de São Francisco situ-
ada no estado de Minas Gerais. A análise componente principal identificou quatro compo-
nentes principais que explicam 80% da variabilidade dos dados. Entre os principais parâme-
tros estão presentes variáveis que caracterizam impacto causado pelo lançamento de esgoto
sanitário, como nitrogênio amoniacal, nitratos, nitritos, fósforo, estreptococos, coliformes
fecais, DBO e DQO. Esta observação permitiu aos pesquisadores concluir que o principal
impacto causado no Alto Curso do Rio das Velhas é atribuído à falta de saneamento básico.
Segundo os autores outros parâmetros característicos de efluentes de mineração, sólidos em
suspensão, turbidez, Fe total, estão entre os mais importantes, evidenciando o impacto am-
biental causado por essa atividade na região .
Avaliar as alterações na qualidade da água do Rio de Tibagi em função das atividades
urbanas e industriais na região de Ponta Grossa no estado do Paraná, foi o objetivo de
ZIMMERMANN e colaboradores [102]. O estudo envolveu o monitoramento dos parâme-
tros físico-químicos e microbiológicos do corpo da água, que foram avaliados por análise de
componentes principais. As coletas das amostras foram realizadas mensalmente no período
de outubro de 2005 a setembro de 2006, em 3 pontos de amostragem: rio acima, a jusante
do distrito industrial e rio abaixo da cidade de Ponta Grossa. A análise de componentes
principais mostrou o efeito das fontes pontuais associadas com a atividade industrial, que
contribuem para o aumento da concentração total de nitrogênio amoniacal e da redução do
oxigênio dissolvido na região estudada.
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85
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Área de estudo
A área em estudo, apresentada na Figura 13 abrange os municípios de Camaçari, São
Francisco do Conde, Candeias, Dias D’Ávila, Simões Filho, São Sebastião do Passé, Lauro
de Freitas além de Salvador.
Figura 13 – Região Metropolitana de Salvador
Fonte: www.sei.ba.gov.br
4.2 – Coleta de dados
Os dados utilizados neste estudo foram fornecidos pelo Laboratório Central da Em-
presa Baiana de Águas e Saneamento S/A-EMBASA, certificado pela ISO 9001:2000 desde
novembro de 2000. A coleta das amostras foi realizada pelos coletores deste Laboratório,
obedecendo ao que recomenda a Resolução CONAMA 357/05 para mananciais da classe 2
de água doce destinada ao abastecimento público. As coletas e estocagem das amostras fo-
ram realizadas de acordo com a determinação do parâmetro requerido, baseando-se no que
recomenda o SMEWW (Standard Methods for the Examination of Water and Wasterwater –
Métodos Padrões para Análise de Águas e Efluentes) [103], conforme descrito abaixo:
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Amônia
Amostras coletadas em frascos plásticos contendo ácido sulfúrico, para preservação a pH
menor do que 2 e mantidas refrigeradas a cerca de 4ºC. As amostras foram analisadas dentro
do prazo máximo de 28 dias após a realização da coleta.
Nitrito e nitrato
Amostras coletadas em vials âmbar de 40 mL com tampa e septo (podendo ser em frasco
transparente de boca rosqueável de 150 mL). Amostras foram preservadas a 4ºC e
analisadas dentro do prazo máximo de 48 horas após a realização da coleta.
Condutividade
Em frascos plásticos sem preservação. As determinações de condutividade foram realizadas
dentro do prazo máximo de 28 dias após a realização da coleta.
Cor
Amostras coletadas em frascos plásticos ou de vidro sem preservação. As amostras foram
analisadas dentro do prazo máximo de 42 dias após a realização da coleta.
DBO
Em vasilhame de vidro ou plástico sem preservação. Volume necessário, mínimo de 1 litro.
As amostras foram analisadas dentro do prazo máximo de 24 horas após a realização da
coleta.
DQO
Amostras coletadas em frascos plásticos e preservadas com ácido sulfúrico a pH menor do
que 2 e refrigeradas a cerca de 4ºC. As amostras foram analisadas dentro do prazo máximo
de 8 dias após a realização da coleta.
Fósforo Total
Amostras coletadas em vasilhame plástico (podendo ser também de vidro), preservadas com
Ácido Sulfúrico a pH<2. Volume mínimo necessário de 500 mL. As amostras foram anali-
sadas dentro do prazo máximo de 28 dias após a realização da coleta.
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OD
Amostras coletadas em frascos de OD, conforme procedimento próprio de preservação
(fixação do oxigênio).Amostras foram reservadas sem refrigeração e foram analisadas
dentro do prazo máximo de 24 horas após a realização da coleta.
pH
Amostras coletadas em vasilhame plástico, completamente cheios, sem preservação. As
amostras foram analisadas dentro do prazo máximo de 24 horas após a realização da coleta.
Sólidos totais dissolvidos
Amostras coletadas em vasilhame plástico (podendo também ser de vidro) e refrigeradas a
cerca de 4 ºC sendo analisadas no prazo máximo de 7 dias após a realização da coleta.
Metais e metalóides
Conforme recomenda o método 3010-B do SMEWW[103], antes da coleta deve-se estabe-
lecer que fração deverá ser analisada ( metal dissolvido, suspenso, total ou extraível no
ácido). Isto determinará, em parte, se a amostra será acidificada com ou sem filtração e o
tipo de digestão exigido. Diversos erros podem ser introduzidos durante a amostragem e
estocagem devido à contaminação do recipiente utilizado na amostragem, perda de metais
por adsorção e/ou precipitação no recipiente da amostra causado por falha na acidificação
da amostra. Embora os recipientes de quartzo ou teflon sejam os mais recomendados, devi-
do ao custo podem ser substituídos por recipientes de polipropileno ou polietileno linear
com tampa de polietileno. Recipientes de vidro borosilicato também podem ser utilizados
para evitar amolecimento dos recipientes de vidro utilizados na amostragem de metais na
faixa de micrograma por litro. Neste trabalho foram utilizados recipientes de vidro borosili-
cato.
As amostras foram preservadas com ácido nítrico até pH<2 e estocadas em refrige-
rador a 4 ºC para evitar variação de volume devido a evaporação. As amostras para determi-
nação de mercúrio foram preservadas com 2mL de uma solução de K2Cr2O7 a 20% (pre-
parada em ácido nítrico 1+1) . As amostras para determinação de metais dissolvidos foram
filtradas antes da preservação.
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4.3 – Análises químicas
As amostras foram analisadas pelos técnicos do laboratório central da EMBASA, de
acordo com os procedimentos recomendados pelo SMEWW [103], cujos resultados foram
registrados em planilhas, em forma de matriz bidimensional para posterior interpretação.
Para facilitar a interpretação dos resultados foram produzidas duas matrizes, uma com os
resultados físico-químicos e a outra com os resultados de metais e metalóides. Os resultados
acima referidos deram origens às planilhas que se encontram no capítulo 5 deste trabalho,
Resultados e Discussão.
4.3.1 – Determinação dos parâmetros físico-químicos
Os parâmetros físico-químicos foram determinados conforme descrição a seguir:
Amônia – A amônia foi determinada pelo método do íon seletivo que se baseia
no seguinte princípio. O Eletrodo de Amônia usa uma membrana hidrofóbica
permeável a gases, que separa a amostra da solução interna do eletrodo de clore-
to de amônio. A amônia dissolvida, nas formas de NH3 aq e NH4+, é convertida a
NH3 aq pela elevação do pH para valores acima de 11 com uma base forte. A
NH3 aq se difunde através da membrana e muda o pH da solução interna que é
detectado pelo eletrodo de pH. O nível fixo de cloreto na solução interna é de-
tectado pelo eletrodo íon seletivo de cloreto que serve como um eletrodo de re-
ferência. As medidas foram realizadas utilizando-se o pHmetro Íon Seletivo da
HANNA, modelo HI 4212.
Condutividade - A condutividade elétrica foi determinada por condutimetria
utilizando o condutivímetro da marca ORION, modelo 150.
Cor real ou verdadeira - Empregou-se a técnica espectrofotométrica numa cé-
lula de fluxo de caminho ótico de 25 mm, no comprimento de onda de 455 nm,
utilizando o espectrofotômetro da HACH modelo DR 2010
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - DBO foi determinada através da
técnica eletrométrica conforme descrição a seguir. A amostra previamente cli-
matizada á temperatura de 20 ± 3 ºC é transferida para o frasco de DBO calibra-
do onde se determina o oxigênio dissolvido pela técnica eletrométrica. O frasco
tampado e isento de bolhas é incubado a 20 ± 1 ºC durante 5 dias no escuro.
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89
Nesta temperatura a matéria orgânica presente é consumida pelos organismos
aeróbicos utilizando o oxigênio em seu metabolismo. Após o período de incu-
bação, a amostra é retirada da estufa incubadora e é feita uma nova determina-
ção de oxigênio dissolvido. As amostras pobres em organismos aeróbicos como
alguns mananciais e águas tratadas, deverão ser submetidas ao processo de se-
meio. Neste processo são introduzidas nas amostras bactérias provenientes do
semeio, que preferencialmente deve ser o efluente de uma lagoa aeróbica, que é
pobre em matéria orgânica biodegradável mas rica nestes organismos. Algumas
amostras, dependendo da concentração de matéria orgânica biodegradável pre-
sente, podem necessitar de diluição para que o consumo de oxigênio (diferença
entre o OD final e o OD inicial ) fique na faixa aceitável que é de 40 a 70 % do
OD inicialmente determinado. A técnica Eletrométrica de medição de OD é ba-
seada em sua propriedade oxidante: Uma membrana semipermeável permite a
passagem apenas do oxigênio, que reage com o ânodo da Probe (parte dourada)
deixando dois elétrons. A corrente elétrica formada é proporcional à concentra-
ção de oxigênio, cuja referência de calibração é a espuma úmida, na qual se ga-
rante a saturação do oxigênio na temperatura e pressão atmosférica da análise. A
incubação é efetuada no escuro, para evitar a formação de oxigênio por fotossín-
tese. A temperatura e o tempo de incubação são parâmetros definidos interna-
cionalmente por consenso.
Demanda Química de Oxigênio (DQO) - A DQO foi determinada pela técnica
colorimétrica conforme descrição a seguir. A matéria orgânica presente na a-
mostra reage com dicromato (Cr2O7-2
), à quente, gerando o cromo trivalen-
te(Cr+3
) na presença de altas concentrações de ácido sulfúrico e de íons prata.
Todos os compostos orgânicos e espécies inorgânicas oxidáveis com exceção de
alguns compostos orgânicos aromáticos e da pridina, são oxidados devido ao
meio racional ser fortemente oxidante forte. O íon cloreto (Cl-), interferência
mais importante na análise, é oxidado pelo dicromato provocando erros positi-
vos. Além deste efeito, o cloreto precipita o íon prata, inibindo a sua ação cata-
lisadora. Concentrações de cloreto até 2000mg/L são eliminadas pela presença
de sais de mercúrio. Estudos indicam que cerca de 90 % da DQO reage nos 15
primeiros minutos da digestão, fato que pode ser útil no caso da necessidade de
estimativas rápidas do valor de DQO. A determinação da DQO é colorimétrica,
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90
aproveitando as propriedades óticas dos íons envolvidos no processo, Cr+6
e
Cr+3
. Em faixas altas de DQO a formação do íon cromo trivalente (Cr+3
) é atra-
vés da intensificação da sua cor esverdeada. Como a absortividade molar do íon
cromo trivalente é menor do que a do íon hexavalente, este sistema não se pres-
ta para a determinação de DQO em faixas muito baixas, devido à baixa sensibi-
lidade gerada. Utiliza-se nesta faixa, a redução da concentração do íon como
hexavalente e consequentemente esmaecimento da coloração amarela. A leitura
é feita contra um branco (que corresponde a digestão de água destilada) no
comprimento de onda 420 nm, nos métodos da HACH no DR 2000 ou DR
2500. Sendo impossível determinar uma expressão estequiométrica para a maté-
ria orgânica presente na amostra, devido à variedade de compostos e a diversi-
dade de proporções entre eles, a DQO é expressa na forma de mg DQO/ L que
equivale a mg O2/ L Esta expressão é útil pois torna comparáveis os resultados
de DQO e DBO de uma amostra, revelando informações importantes sobre a
proporção entre matéria orgânica biodegradável e não-biodegradável presentes
na amostra.
Fósforo total – O fósforo foi determinado pela técnica espectrofotométrica
utilizando o espectrofotômetro da HACH, modelo DR 2500, conforme descri-
ção a seguir. A amostra foi submetida a uma hidrólise à quente em meio forte-
mente ácido, onde todas as espécies inorgânicas de fósforo são transformadas
em ortofosfato. No processo de digestão, a mistura do ácido nítrico com o ácido
sulfúrico à quente, gera uma substância extremamente oxidante conhecida como
sulfato de nitrônio, onde o elemento oxidante é o (NO2+
). Nas condições da di-
gestão, todo o fósforo presente na forma de fósforo orgânico e fósforo inorgâni-
co hidrolizável são convertidos a ortofosfato. As etapas acima determinam
quais frações do fósforo presente na amostras estarão disponíveis para o proces-
so de complexação, descrito nos passos seguintes. Após o ajuste do pH, a adi-
ção do molibdato de amônio provoca a formação do ácido fosfomolibídico que
é reduzido com cloreto estanhoso a um oligômero intensamente colorido cha-
mado azul de molibdênio, cuja intensidade respeita a Lei de Beer (absorvância
diretamente proporcional à concentração).
Nitrato e nitrito - O nitrato e nitrito foram determinados pela técnica de cro-
matografia de íons utilizando o cromatógrafo da METROHM modelo 761
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91
compact IC. A cromatografia de íons é uma técnica de separação na qual a fase
estacionária é constituída de resinas de troca iônica. Estas resinas contém pe-
quenos íons livres que facilmente trocam de lugar com outros íons pequenos de
igual carga, presentes na solução que banha a resina.
OD - O oxigênio dissolvido foi determinado por titulometria usando o método
de Winkler. Dentre as diversas modificações aplicáveis ao método, foi utiliza-
do o da modificação azida, conforme descrição a seguir.Uma pequena quanti-
dade de azida de sódio (NaN3) é introduzida na amostra de água para eliminar
a interferência de nitrito, muito comum em águas brutas. Por se tratar de um
gás dissolvido, esta análise deve ser executada em campo ou através da fixação
química do oxigênio. Para esta fixação um frasco de DBO com tampa esmeri-
lhada é completamente cheio com a amostra, de modo a evitar as bolhas de ar,
cuja presença provoca erros grosseiros na análise. Adiciona-se à amostra solu-
ção de sulfato manganoso (MnSO4) e de reagente iodeto alcalino azida, que
contem na sua formulação iodeto de potássio (KI), Hidróxido de Sódio (Na-
OH) e Azida de Sódio (NaN3). Neste momento, ocorre a formação de um pre-
cipitado floculoso, que é o hidróxido de manganoso Mn(OH)2. O oxigênio
dissolvido presente oxida o hidróxido manganoso, de coloração esbranquiçada,
formando o hidróxido mangânico, de coloração marrom. A coloração do preci-
pitado pode variar de branco a marrom, conforme a concentração de oxigênio
dissolvido presente na amostra. Nesta etapa do processo, o oxigênio dissolvido
na amostra está quimicamente fixado ao precipitado, portanto, a concentração
de oxigênio no líquido sobrenadante é virtualmente zero. A presença de bolhas
de ar, cuja concentração de oxigênio é de 210.000 ppm (21 %) provocaria a
dissolução deste gás no sobrenadante, alimentando o processo de oxidação do
hidróxido manganoso a hidróxido mangânico e a fixação de química deste oxi-
gênio presente na bolha, provocando erros positivos grosseiros na análise. No
laboratório, acrescenta-se ácido sulfúrico concentrado, que promove a dissolu-
ção do precipitado e a liberação do íon mangânico livre, que por sua vez, reage
com o iodeto livre, formando iodo. Vale ressaltar que íon Mn+2
funciona como
catalisador do processo e que a quantidade de iodo formado equivale estequi-
ometricamente à quantidade de oxigênio dissolvido presente na amostra. Na ti-
tulação, o tiossulfato de sódio (NA2S2O3) reduz o iodo a iodeto, formando o
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92
íon tetrationato (S4O6-2) . Utiliza-se como indicador o amido solúvel, que for-
ma um complexo com o iodo de coloração azul intensa. Ao longo da titulação,
o iodo livre complexa-se com o iodeto presente formando o íon triiodeto, que
também forma complexos de coloração azulada com o amido. Porisso o amido
não deve ser adicionado no início da titulação. A virada da titulação é caracte-
rizada pela mudança da cor azul para o incolor.
pH - O pH foi determinado por eletrometria utilizando o pHmetro da Policon-
trol, modelo pH 250. A determinação do pH é a medida da variação do potencial
em um eletrodo de vidro com a variação da atividade hidrogeniônica da solução
em que ele está mergulhado, usando um eletrodo de referência. O eletrodo de pH
pertence ao grupo de eletrodos de membrana sólida, sendo o melhor dos ele-
trodos seletivos e é sensível aos íons hidrogênio. O mais importante eletrodo
sensível ao pH é o eletrodo de vidro. Esse dispositivo se baseia no fato de que
membranas delgadas de certas variedades de vidro são sensíveis aos íons-
hidrogenio. Se duas soluções estiverem separadas por essa membrana, aparece-
rá uma diferença de potencial entre suas duas superfícies, que é, no caso, pro-
porcional ao logaritmo da razão das atividades do íon-hidrogênio das duas so-
luções. A composição dos eletrodos de vidro usados para medir o pH corres-
ponde a silicatos com modificadores iônicos. A natureza do vidro usado para a
construção dos eletrodos é um fator muito importante. Existem dois grandes ti-
pos: Membrana T: Na2O - CaO - SiO2 (22:6: 72)% ; Membrana U: Li2O -
Cs2O2 - BaO - La2O3 - SiO2 (28:2: 4:3: 63)%. Os modificadores iônicos retar-
dam a hidrólise do silicato. Quando se afunda o eletrodo em água, na capa su-
perficial existe um processo de intercâmbio iônico entre o H+ da dissolução
externa e o Na+ ou Li
+ da membrana. A atividade da água na dissolução tem
um papel muito importante na resposta do pH na membrana de vidro. Por isso,
todos os eletrodos de vidro devem ser acondicionados durante um tempo na
água, tampão diluído ou KCl, formando-se um gel sobre a membrana. Com es-
ta capa sobre a membrana diminuem os erros quando o pH é medido em solu-
ções de força iônica muito alta, ou quando solventes não aquosos estão presen-
tes.
Sólidos totais dissolvidos - Os sólidos totais dissolvidos foram determinados
pela técnica condutimétrica utilizando o condutivímetro ORION, modelo 150.
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93
Apesar da maioria dos condutivímetros disponíveis comercialmente disporem
de função que permite a medição de sólidos dissolvidos (SD), em amostras de
baixa salinidade como as águas tratadas por exemplo, esta função pode apre-
sentar erros pois compara a condutividade obtida com um padrão de conduti-
vidade normalmente composto de uma solução de cloreto de potássio(KCl).
Devido à diferença de mobilidade e tamanho existentes entre os diversos â-
nions e cátions, soluções iônicas de diferentes cátions ou ânions embora de
mesma concentração têm condutividades diferentes como por exemplo uma
solução de 100 mg/L de sulfato de sódio tema uma condutividade diferente de
uma solução de 100 mg/L de cloreto de potássio, embora ambas as soluções
possuam 100 mg/L de sólidos dissolvidos. Sendo assim a determinação de SD
pela técnica condutométrica necessita da produção de um padrão cuja compo-
sição seja uma mistura de sais que simule a condição de distribuição dos diver-
sos ânions e cátions presentes em águas naturais. Este padrão é conhecido
como Padrão 442, o qual possui em sua composição sulfato de sódio
(Na2SO4), bicarbonato de sódio (NaHCO3) e cloreto de sódio (NaCl) na pro-
porção 4/4/2. Os demais ânions e cátions não possuem concentrações suficien-
temente altas a ponto de causarem alterações significativas na concentração
dos sólidos dissolvidos.
Turbidez - A turbidez foi determinada pelo método nefelométrico utilizando o
turbidímetro da HACH modelo 2100M. O método nefelométrico é baseado na
comparação da intensidade da luz dispersa pela amostra sob condições defini-
das, com a intensidade da luz dispersa por uma suspensão padrão de referência
nas mesmas condições. Quanto mais elevada for a intensidade da luz dispersa,
mais elevada será a turbidez. O polímero formazina é usado como suspensão
de referência de padrão primário. A turbidez da concentração especificada da
suspensão de formazina é de 4000 NTU (unidade nefelométrica de turbidez).
A Tabela 10 apresenta as técnicas e os limites de detecção dos métodos utilizados
na determinação dos parâmetros físico-químicos estudados na água da bacia do Rio Joanes.
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94
Tabela 10 – Relação das técnicas analíticas e os seus respectivos limites de detecção utili-
zados na determinação dos parâmetros físico-químicos nas águas da BHRJ.
4.3.1.1 – Garantia da qualidade para os parâmetros físico-químicos
No laboratório Central da EMBASA a garantia da qualidade para os testes físico-
químicos é realizada conforme o exposto na Tabela 11 .
Tabela 11 - Garantia da qualidade para os parâmetros físico-químicos
4.3.2 – Determinação de metais e metalóides
Na determinação dos metais e metalóides algumas amostras foram analisadas dire-
tamente, outras precisaram ser submetidas a tratamentos preliminares para solubilizar o ma-
PARÂMETROS TÉCNICA ANALÍTICA LIMITE DE DETECÇÃO
Condutividade Condutimétrica 0,1µS/cm
Cor Espectrofotométrica 1 mg Pt/L
DBO5 Eletrométrica 1 mg O2/L
DQO Espectrofotométrica 5 mg O2/L
Fósforo Total Espectrofotométrica 0,009 mg P- PO4-/L
Nitrato Cromatografia de íons 0,01 mg N-NO3-/L
Nitrito Cromatografia de íons 0,005 mg N-NO2-/L
Amônia Íon seletivo de amônia 0,1 mg N-NH3/L
Oxigênio Dissolvido Titulométrica 0,1 mg/L O2/L
pH Eletrométrica 0,01 unidade de pH
Sólidos Totais Condutométrica 100 mg/L
Turbidez Nefelométrica 0,001 UNT
PARÂMETROS GARANTIA DA QUALIDADE DA ANÁLISE
Condutividade Ensaio em replicatas/medida da constante da célula
Cor Ensaio em replicatas
DBO Valor do padrão da glicose
DQO Checagem de padrões
Fósforo Total Padrões e amostras fortificadas
Nitrato Checagem de padrões
Nitrito Checagem de padrões
Amônia Amostra fortificada/slope do eletrodo
Oxigênio Dissolvido Padronização do tiossulfato
pH Ensaio em replicatas
Sólidos Totais Checagem de padrões e amostras fortificadas
Turbidez Verificação diária da calibração do turbidímetro
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terial em suspensão e digerir matéria orgânica. O material em suspensão pode entupir os
nebulizadores, sistema gerador de vapor frio e danificar os fornos. Amostras isentas de cor e
turbidez (1 NTU), sem odor e uma única fase poderão ser analisadas diretamente.
Cabe ressaltar que dentre todos os procedimentos analíticos, a etapa de pré-
tratamento das amostras é a mais crítica. Em geral, é nessa etapa que se cometem mais erros
e que se gasta mais tempo. Por isso, os passos de um procedimento de pré-tratamento de
amostra deverão ser sempre realizados cuidadosamente
Para reduzir a interferência da matéria orgânica e converter o metal para a forma
apropriada para ser determinado (geralmente metal livre) por espectrometria de absorção
atômica é necessário o uso de um método de digestão da amostra apropriado capaz de for-
necer uma recuperação completa e consistente compatível o método analítico e o metal que
está sendo analisado.
Amostras para a determinação da maioria dos elementos, com exceção do As, Hg e
Se, foram submetidas, quando necessário, à digestão ácida com ácido nítrico. O nitrato é
uma espécie aceitável tanto para espectrometria de absorção atômica de chama( FAAS)
quanto para espectrometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno de
grafite (GF AAS).
Os elementos Al, Sb, As, Ba, Be, B, Cd, Pb, Cr, Se e V foram determinados por
GF AAS. As amostras para a determinação de As e Se foram submetidas à digestão ácida
com ácido nítrico e peróxido de hidrogênio.
Para a determinação do Hg utilizou-se a técnica de espectrometria de absorção a-
tômica com vapor à frio (CV AAS) após digestão ácida com os ácido nítrico e sulfúrico. Os
demais elementos, Ag, Co, Cu, Fe, Li, Mn, Ni e Zn foram determinados por FAAS.
Os parâmetros analíticos seguiram as orientações gerais do SMEWW[103], no que
tange à sensibilidade, limites de detecção e precisão e as recomendações do fabricante do
instrumento, quanto aos parâmetros analíticos. Tais parâmetros foram definidos através de
estudos específicos. Para estas determinações foram utilizados dois espectrômetros: um de
absorção atômica com chama, modelo SpectrAA220, corretor de deutério e outro de absor-
ção atômica com atomizacão eletrotérmica com forno de grafite, modelo SpectrAA Zeeman
220, com corretor de fundo Zeeman.
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96
4.3.2.1 - Garantia da qualidade dos lotes amostrais para análise dos metais e metalói-
des
Nos programas de análises de rotina do laboratório Central da EMBASA as amos-
tras são agrupadas em lotes 40 amostras e acrescidas aos mesmos os brancos, padrões, a-
mostras fortificadas e duplicatas. Dessa forma os resultados garantirão a qualidade do lote.
A garantia da qualidade desses lotes amostrais para análise de metais e metalóides foi base-
ada nos seguintes itens:
Branco
É inserido em cada lote amostral para cada elemento determinado, a fim de verificar
a pureza das vidrarias e ambientes em relação ao analito de interesse. É uma amostra que
não contém o analito mas, é submetida ao procedimento de análise.
Padrão de checagem
É inserido no lote a cada 20 (vinte) amostras como controle, a fim de verificar se a
variabilidade da resposta do sistema em relação àquela obtida no momento de construção da
curva de calibração, respeitando a faixa de erro admissível.
Amostra fortificada
Deve ser inserida no lote a cada 20 (vinte) amostras para verificar a exatidão da res-
posta cujo resultado deverá estar entre 80% e 120% de recuperação.
Duplicatas
São frações semelhantes de uma mesma amostra analisadas nas mesmas condi-
ções (espaço, tempo, analista e instrumentos), a fim de verificar a precisão (repetitividade)
do sistema.
As condições para realização das análises de metais e metalóides constam na Ta-
bela 12 onde são apresentadas as técnicas espectrométricas e seus respectivos limites de
detecção, comprimentos de onda, largura da fenda espectral e corrente da lâmpada de cato-
do oco (LCO).
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97
Tabela 12 - Técnicas espectrométricas atômicas e seus respectivos limites de detecção, comprimentos de onda, largura da fenda espectral
corrente da lâmpada de catodo oco (LCO) utilizadas na determinação de metais e metalóides em água.
Parâmetros
Técnica analítica
Limite de
Detecção
Comprimento
de onda (nm)
Largura da fenda
(nm)
Corrente da LCO
(mA)
Alumínio (Al) GF AAS 4 µg/L Al 257,4 0,5 10,0
Antimônio (Sb) GF AAS 4 µg/L Sb 217,6 0,2 10,0
Arsênio (As) GF AAS 2 µg/L As 193,7 0,5 10,0
Bário (Ba) GF AAS 38 µg/L Ba 350,1 0,5 20,0
Berílio (Be) GF AAS 0,2 µg/L Be 234,9 1,0 5,0
Boro (B) GF AAS 0,05 mg/L B 249,8 0,2 20,0
Cádmio (Cd) GF AAS 0,06 µg/ LCD 228,8 0,5 4,0
Chumbo total GF AAS 5 µg/L PB 283,3 0,5 10,0
Cobalto (Co) FAAS 0,03 mg/ LCo 240,7 0,2 7,0
Cobre total GF AAS 4,0 µg /L Cu 327,4 0,5 4,0
Cromo (Cr) GF AAS 0,08µg/L Cr 429 0,2 7,0
Ferro total (Fe) FAAS 8µg/L Fe 248,3 0,2 5,0
Lítio (Li) FAAS 0,001mg/L Li 670,8 1,0 5,0
Manganês (Mn) FAAS 20µg/L Mn 279,5 0,2 5,0
Mercúrio (Hg) CV AAS 0,05µg/L Hg 253,7 0,5R 4,0
Níquel (Ni) FAAS 0,02mg/L Ni 232 0,2 4,0
Prata (Ag) F AAS 0,07 µg/L Ag 328,1 0,5 4,0
Selênio (Se) GF AAS 4 µg/L Se 196 1,0 10,0
Vanádio (V) GF AAS 0,3µg/L V 318,5 0,2 20,0
Zinco total (Zn) FAAS 3µg/L Zn 213,9 1,0 5,0
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98
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As Tabelas 13 e 14 apresentam os resultados dos parâmetros físico-químicos e de
metais e metalóides para as águas da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes coletadas durante o
período 2006 – 2007, formatados para uso nas análises estatísticas. Os dados originais dos
parâmetros físico-químicos deram origem a uma matriz de 178 linhas correspondentes às
amostras e 12 colunas correspondentes aos parâmetros físico-químicos, enquanto os resul-
tados dos metais e metalóides produziram uma matriz de 64 linhas, as amostras e 14 colu-
nas, os metais e metalóides (Anexos A,B,C e D). Foram removidos os resultados de As,
Be, Sb, Ag, Ni e Se por apresentarem variância nula. As duas matrizes foram utilizadas no
tratamento estatístico. Nas linhas destas matrizes foram colocados os pontos de coletas de
acordo com a seqüência das mesmas e nas colunas, os parâmetros em estudo.
Na Tabela 13 estão os resultados de doze parâmetros físico-químicos ( cor, pH, tur-
bidez, DBO, DQO, amônia, nitrito, nitrato, OD, sólidos totais dissolvidos, fósforo e condu-
tividade) das águas brutas do período de 2006-2007 dos dezenove pontos de coleta desta
bacia, selecionados de forma que representassem a Bacia Hidrográfica do Rio Joanes na sua
totalidade. Na Tabela 14 estão os resultados dos parâmetros metais e metalóides.
Na aplicação de uma análise multivariada qualquer não pode haver lacunas no con-
junto de dados. Assim, foram removidas algumas amostras, resultando os conjuntos de da-
dos acima citados com 106 amostras e 12 variáveis para os parâmetros físico-químicos e 64
amostras e 14 variáveis para os metais e metalóides. Foram removidos também alguns me-
tais e metalóides cujas variância apresentaram valores nulos. Os conjuntos de dados foram
separados por não fazerem parte do mesmo calendário de coletas.
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99
Tabela 13 – Resultados dos parâmetros físico-químicos formatados utilizados nas análises estatísticas
Amostra Amostra
Amônia
mg N/L
CE
µS/cm
Cor
Real
DBO
mg O2/L
DQO
mg O2/L
Fósf. Total
mg P/L
Nitrato
mg N/L
Nitrito
mg N/L
OD
mg O2/L pH
STD
mg/L
Turbidez NTU
RJ-01-08/03/07 J-1 0,14 81,6 23 1,0 6,2 0,053 0,21 0,005 5,14 6,61 100 10
RJ-01-01/04/07 J-2 0,17 102 17 3,69 13,1 0,029 0,5 0,005 4,08 7 100 12
RJ-01-26/10/07 J-3 0,14 91,6 38 1 12,1 0,026 3,19 0,005 4,57 6,7 100 19
RJ-02-10/02/06 J-4 0,44 47,6 38 1,52 17,7 0,172 0,01 0,005 5,92 5,9 100 23
RJ-02-08/03/07 J-5 0,11 53,2 18 2,1 13,9 0,027 0,01 0,005 4,11 5,63 100 11
RJ-02-01/04/07 J-6 0,18 51 19 4,83 27,6 0,134 0,01 0,005 3,14 6,71 100 13
RJ-02-26/10/07 J-7 0,1 67,6 15 1,2 16,5 0,046 0,26 0,005 3,99 5,67 100 5,5
RJ-03-08/03/07 J-8 0,18 79,5 42 1 10,1 0,014 1,2 0,005 7,09 6,73 100 12
RJ-03-01/04/07 J-9 0,13 102 38 2,18 14,2 0,061 0,01 0,005 5,33 6,71 100 9,5
RJ-03-26/10/07 J-10 0,34 87,2 21 1,2 10,6 0,106 0,39 0,005 5,84 7,04 100 4,7
RJ-05-01/04/07 J-11 17,3 480 27 1,89 82 0,988 0,01 0,005 1,05 7 317 25
RJ-05-26/10/07 J-12 12,7 424 25 10,6 28,2 0,091 0,19 0,005 0,88 6,84 282 26
RJ-06-10/02/06 J-13 0,1 95,5 50 2,1 23 0,192 0,01 0,015 3,43 6,73 100 25
RJ-06-08/03/07 J-14 1,6 93,4 25 2 13,6 0,06 0,055 0,037 3,59 6,49 100 12
RJ-06-07/06/07 J-15 0,15 98 18 5,41 22,4 0,16 0,48 10 7,39 7,53 100 11
RJ-06-28/06/07 J-16 1,09 97,1 42 2,85 0 0,122 0,38 0,005 5,03 6,74 100 11
RJ-06-20/07/07 J-17 0,83 93 20 4,1 18,4 0,061 0,3 0,023 5,65 6,86 100 9
RJ-06-27/07/07 J-18 0,38 97,8 17 4,6 33,2 0,109 0,45 0,025 6,37 6,98 100 18
RJ-06-08/09/07 J-19 0,31 96 20 6 28,3 0,033 0,4 0,005 8,68 9,08 100 25
RJ-06-26/10/07 J-20 0,44 198 25 11,3 40,7 0,373 0,01 0,005 5,35 7,26 100 91
RJ-06-07/11/07 J-21 0,86 96,6 8 4,2 15,7 0,079 0,37 0,005 5,16 6,66 100 14
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100
Continuação da Tabela 13
RJ-07-10/02/06 J-22 0,49 93,5 63 1,54 19,9 0,112 0,01 0,18 3,53 6,77 100 30
RJ-07-08/03/07 J-23 3,2 95,9 19 4 19,5 0,02 0,39 0,044 4,72 6,92 100 12
RJ-07-01/04/07 J-24 0,1 181 13 7,18 24,5 0,105 0,01 0,005 0,1 8,1 109 6,1
RJ-07-26/04/07 J-25 0,1 193 19 11,7 41,3 0,208 0,01 0,005 4,28 9,49 176 71
RJ-07-30/10/07 J-26 0,16 211 31 1 38,1 0,291 5,14 0,005 11,38 9,89 201 94
RJ-08-10/02/06 J-27 0,003 100 27 1,84 17,7 0,17 0,01 0,005 4,21 6,6 100 8,5
RJ-08-01/04/07 J-28 0,11 99,6 11 3,87 10,2 0,031 0,01 0,005 7,11 7,14 100 4,3
RJ-08-26/10/07 J-29 0,003 86,2 4 1 5,8 0,029 0,01 0,005 6,32 7 100 6,6
RJ-11-10/09/06 J-30 0,003 69,5 17 1 7,1 0,101 0,01 0,005 4,36 6,4 100 51
RJ-11-19/06/07 J-31 0,07 55,7 11 1,02 6,3 0,009 0,25 0,005 4,21 5,87 100 6,3
RJ-11-12/10/07 J-32 0,003 91,2 113 2,4 24,2 0,018 0,19 0,005 2,07 6,31 100 31
RJ-12-10/09/06 J-33 0,003 73 47 1,1 9,4 0,032 0,01 0,005 6,03 6,7 100 18
RJI-02-19/06/07 J-34 0,003 70,7 34 1 29,9 0,049 0,21 0,005 5,32 6,41 100 13
RJ-12-12/10/07 J-35 0,003 76,4 80 2,1 12,1 0,009 0,29 0,005 5,35 6,16 100 18
RJ-12-01/11/07 J-36 0,13 77,3 43 4,84 8,6 0,051 0,01 0,005 5,23 7,05 100 50
RJ-13-10/09/06 J-37 0,003 115 51 1,03 14,2 0,106 0,01 0,005 4,83 6,67 68,4 19
RJ-13-19/06/07 J-38 0,003 98,1 76 1,58 31,1 0,087 0,27 0,005 4,85 6,81 100 37
RJ-03-12/10/07 J-39 0,003 66,9 535 3,5 22,6 0,009 0,01 0,005 0,1 6,03 100 70
RJI-03-01/11/07 J-40 0,16 87,9 56 2,58 15,4 0,134 0,01 0,005 2,4 6,62 100 15
RJ-14-12/10/07 J-41 0,13 88,9 30 2,8 17,1 0,009 0,22 0,005 5,53 6,37 100 26
RI-14-01/11/07 J-42 0,14 87,6 17 4,25 14,8 0,06 0,01 0,005 5,65 6,6 100 8,8
RJ-15-10/09/06 J-43 0,74 237 72 3,03 31,3 0,412 0,01 0,005 1,25 6,58 142 16
RJ-15-19/06/07 J-44 1,48 226 63 5,3 31,8 0,314 0,01 0,005 0,74 6,32 151
15
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
101
Continuação da Tabela 13
RJ-15-12/10/07 J-45 8,16 648 142 9,7 32,3 0,799 0,01 0,005 0,1 6,47 526
32
RJ-16-10/09/06 J-46 0,003 199 38 2,24 18,6 0,087 0,01 0,006 5,92 7,07 117
14
RJ-16-19/06/07 J-47 0,04 99,2 33 1,83 19 0,065 0,01 0,005 4,01 6,72 138
32
RJ-16-12/10/07 J-48 0,33 86,7 30 3 23,7 0,047 0,33 0,005 3,61 6,55 100
49
RJ-16-01/11/07 J-49 1,81 313 26 10,9 31,9 0,108 0,01 0,005 3,03 7,08 198
95
RJ-17-10/09/06 J-50 6 281 68 5,83 32,6 1 0,01 0,005 1,35 6,54 178
32
RJ-17-19/06/07 J-51 6,86 272 49 3,24 28,5 2,35 0,01 0,005 1,61 6,39 231
68
RJ-17-12/10/07 J-52 1,75 294 261 7,9 29,1 2,41 0,22 0,005 0,26 5,92 423
240
RJ-17-01/11/07 J-53 3,55 239 60 5,52 27,5 2,934 0,01 0,005 0,1 6,28 159
39
RJ-18-10/09/06 J-54 0,26 103 44 1,21 7,9 0,009 0,01 0,005 6,24 6,86 100
6,7
RJ-18-22/09/06 J-55 0,003 85,9 52 6,42 19,9 0,009 0,01 0,006 6,34 7 100
8,4
RJ-18-07/10/06 J-56 0,11 82,3 63 1,23 12,7 0,1 0,01 0,011 5,43 6,43 100
34
RJ-18-14/12/06 J-57 0,13 96,6 15 1,84 21,5 0,043 0,01 0,005 7,01 7,44 100
2,2
RJ-18-24/01/07 J-58 0,21 94,8 10 1 17 0,014 0,01 0,005 5,54 7 100
2,7
RJ-18-19/06/07 J-59 0,19 91,1 56 1,07 16,2 0,055 0,29 0,005 5,2 6,58 100
12
RJ-18-13/08/07 J-60 0,1 87,6 38 1,3 0 0,019 0,33 0,005 6,16 6,64 100
5
RJ-18-09/10/07 J-61 0,13 84,2 32 1 10,6 0,019 0,23 0,005 5,45 7,54 100
5,7
RJ-18-10/10/07 J-62 3,4 91,1 18 1 21,7 0,033 0,24 0,005 6,91 6,85 100
2
RJ-18-12/10/06 J-63 0,003 75,7 12 1,6 12 0,025 0,01 0,005 6,58 6,93 100
2,3
RJ-18-01/11/07 J-64 0,25 92,6 12 2 14,7 0,086 0,01 0,005 7,01 7,18 100
3,2
RJ-18-26/11/07 J-65 0,003 85 11 1 13,1 0,009 0,01 0,005 6,13 7,1 100
1,4
RJ-08-27/12/07 J-66 0,04 84 9 1 15,6 0,074 0,01 0,005 6,81 7,05 100
1,9
RI-11-09/11/06 I-1 0,2 167 11 1,74 13,4 0,1 0,01 0,009 5,92 7,2 100 2,5
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
102
Continuação da Tabela 13
RI-11-12/11/06 I-2 0,17 166 8 2,19 14,9 0,144 0,01 0,005 6,59 7,19 100 3,2
RI-11-19/03/07 I-4 0,003 177 6 1,9 15,6 0,082 3,91 0,005 7,4 7,38 STD 7
RI-11-31/07/07 I-5 0,11 102 9 1,6 9,5 0,039 0,5 0,005 6,32 7,15 100 4,3
RI-11-11/12/07 I-6 0,003 197 6 1,6 13,8 0,074 0,01 0,005 6,55 7,16 126 2,8
RI-12-09/11/06 I-7 0,45 187 8 1 5 0,012 0,01 0,006 5,4 6,55 100 1,2
RI-12-12/11/06 I-8 0,34 171 8 1,55 8,6 0,115 0,01 0,005 5,86 6,33 100 1,2
RI-13-09/11/06 I-09 0,77 211 10 2,01 7 0,02 0,01 0,082 5,3 7 115 3,6
RI-13-12/11/06 I-10 0,24 229 13 2,42 15,2 0,164 0,01 0,005 4,08 6,8 127 1,9
RI-13-19/03/06 I-11 0,25 219 8 2,56 18,5 0,068 0,01 0,005 1,67 6,66 123 12
RI-13-31/07/07 I-12 1,71 237 9 2,1 15,1 0,038 0,03 0,005 6,32 7,17 82,7 14
RI-13-11/12/07 I-13 0,29 294 8 1,5 18,7 0,052 0,82 0,005 3,99 6,69 188 8,2
RI-14-09/11/06 I-14 0,37 236 13 1,5 5,9 0,028 0,01 0,052 2,39 6,77 132 2,7
RI-14-12/11/06 I-15 3,31 308 16 4,13 12,1 0,527 0,01 0,062 2,3 6,59 171 3,2
RI-14-19/03/07 I-16 1,56 385 23 7,85 18,8 0,529 0,19 0,005 3,23 7 217 4,4
RI-14-31/07/07 I-17 5,25 267 26 1,6 11,3 0,555 0,91 0,084 2,21 6,74 178 4,5
RI-14-11/12/07 I-18 2,2 378 10 1,7 15 0,802 0,43 0,005 4,85 6,72 240 3,8
RI-15-12/11/06 I-19 0,18 156 10 1,56 10,2 0,088 0,01 0,005 6,64 7,42 100 1,9
RI-15-11/12/07 I-20 0,36 191 5 1,4 12,5 0,047 0,01 0,005 7,16 7,22 125 2,4
RI-16-12/11/06 I-21 0,11 155 9 1,82 14,7 0,085 0,01 0,005 6,64 7,36 100 3,2
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
103
Continuação da Tabela 13
RI-16-31/07/07 I-22 0,8 100 7 2,1 39,6 0,043 0,4 0,005 4,31 7,01 100 3
RI-17-09/11/06 I-23 0,16 155 14 1,08 7,3 0,015 0,01 0,005 6,13 7,13 100 4,4
RI-17-12/11/06 I-24 0,15 155 8 1,83 10,4 0,021 0,01 0,005 6,64 7,5 100 1,3
RI-17-19/03/07 I-25 0,47 166 7 1,83 14,6 0,016 0,18 0,005 9,07 7,3 100 4,5
RI-17-31/07/07 I-26 0,68 98,6 6 1,6 6,8 0,065 0,35 0,005 3,65 6,79 100 3,9
RI-17-11/12/07 I-27 0,33 190 4 1,1 5 0,048 0,21 0,005 6,87 7,16 124 2,5
RI-21-11/06/06 I-28 0,31 186 9 2,68 16,5 0,082 0,01 0,006 6,44 7,08 105 3,2
RI-21-02/05/06 I-29 1,16 236 11 3,32 14,4 0,097 0,01 0,007 5,86 7,15 129 15
RI-21-06/04/07 I-30 0,62 240 16 3,68 15,3 0,096 0,78 10 2,61 7,02 164 4,3
RI-21-10/05/07 I-31 0,23 244 14 1 22,2 0,109 0,46 0,005 2,09 6,81 162 6
RI-21-11/12/07 I-32 0,48 263 12 2,7 22,9 0,112 0,31 0,005 3,21 6,72 170 2,9
RI-22-11/06/06 I-33 0,27 191 9 2 17,9 0,099 0,01 0,016 8,31 7,58 104 4,4
RI-22-02/05/07 I-34 0,73 228 7 2,73 15,9 0,239 0,01 0,008 4,97 7,13 119 6,2
RI-22-06/04/07 I-35 0,45 241 14 3,28 12,1 0,095 0,9 10 5,21 6,94 161 4,6
RI-22-10/05/07 I-36 1,25 239 12 2,1 17,4 0,057 0,36 0,005 8,41 7,28 158 4,8
RI-22-11/12/07 I-37 0,33 256 11 2,4 15,7 0,09 0,05 0,005 5,35 7,22 166 3,1
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
104
Tabela 14 – Resultados das análises de metais e metalóides formatados utilizados nas análises estatísticas
Amostra Amostra
Al
B Ba Cd Cr Cu Fe Li Pb Ag Hg Mn V Zn
µg/L
RJ-01-01/12/06 J-1 16,7 0,10 38,0 0,06 0,08 4 430,3 1 5,0 0,07 0,10 65,0 0,4 6,0
RJ-04-01/12/06 J-2 53,5 1,00 53,7 0,31 4,95 4 568,6 2 5,0 0,07 0,25 122,0 4,5 38,7
RJ-05-01/12/06 J-3 13,3 0,71 60,2 0,06 1,59 4 364,4 1 5,3 0,07 0,19 285,0 1,4 3,0
RJ-05-26/10/07 J-4 72,5 0,31 38,0 0,27 1,17 4 172,4 1 17,1 0,07 0,13 893,0 1,6 7,85
RJ-06-01/12/06 J-5 14,0 0,05 38,0 0,06 0,7 4 61,45 1 5,0 0,07 0,30 40,7 6,8 3,0
RJ-06-02/06/07 J-6 246,0 0,05 38,9 0,08 4,46 4 205,1 1 5,0 0,09 0,15 96,4 5,7 3,0
RJ-07-02/06/06 J-7 195,0 0,08 38,0 0,06 0,74 4 56,83 1 21,8 0,07 0,05 54,3 3,0 3,0
RJ-07-26/10/07 J-8 54,1 0,09 96,0 0,13 2,25 4 189,20 2 135,0 0,09 0,14 107,0 1,1 4,1
RJ-08-01/12/06 J-9 12,5 0,05 38,0 0,06 0,74 4 56,83 1 21,8 0,07 0,05 22,1 0,3 6,4
RJ-08-02/06/06 J-10 38,8 0,08 38,0 0,06 0,25 4 56,51 2 5,0 0,07 0,12 701,0 1,1 9,3
RJ-11-01/12/06 J-11 119 0,05 78,7 0,08 1,02 4 443,7 1 5,0 0,07 0,08 56,7 0,3 6,2
RJ-12-30/05/06 J-12 239 0,05 73,2 0,06 5,89 4 262,3 2 0,3 0,07 0,05 20,0 0,6 3,0
RJ-12-01/12/06 J-13 25 0,29 38,0 0,08 0,08 4 1182 1 7,2 0,07 0,28 122,0 0,3 24
RJ-12-19/06/07 J-14 15 0,06 38,0 0,06 0,08 8 159,0 1 0,3 0,07 0,05 67,7 0,8 3,0
RJ-12-10/12/07 J-15 30 0,17 38,0 0,11 2,76 4 409,3 1 23,5 0,30 0,13 371,0 0,4 3,0
RJ-13-30/05/06 J-16 104,0 0,05 45,8 0,06 2,12 1000 128,7 3 13,0 0,07 0,33 49,6 2,6 19,2
RJ-13-01/12/06 J-17 248,0 0,27 8 0,06 1,64 4 1708,0 1 0,3 0,22 0,09 142,0 0,3 29,9
RJ-15-01/12/06 J-18 30,6 0,28 38,2 0,06 0,08 4 2761,0 1 11,2 0,07 0,16 262,0 6,1 6,90
RJ-15-19/06/07 J-19 151,0 0,05 38,0 0,06 0,17 6000 2458,0 3 0,3 0,07 0,10 346,0 4,7 33,1
RJ-15-10/12/07 J-20 43,5 0,05 38,0 0,44 2,23 4 1648,0 1 215,0 0,07 0,05 194,0 0,3 3,0
RJ-16-30/05/06 J-21 161,0 0,37 43,5 0,11 1,26 4 411,2 3 0,3 0,07 0,17 366,0 1,9 27,2
RJ-16-01/12/06 J-22 90,0 0,17 67,8 0,06 2,21 4 396,8 1 21,5 0,07 0,35 516,0 4,2 11,1
RJ-16-19/06/06 J-23 31,0 0,05 38,0 0,06 1,09 7000 161,4 4 8,5 0,07 0,18 401,0 5,8 3,0
RJ-16-10/12/07 J-24 35,7 0,05 38,0 0,10 2,89 4 194,2 1 0,3 0,80 0,17 557,0 13 41,1
RJ-17-30/05/06 J-25 365 0,48 38,0 0,11 1,50 2000 134,5 4 11,5 0,07 0,05 284,0 1,8 3,0
RJ-17-19/06/06 J-26 73,5 0,09 43,9 0,13 0,08 8000 224,2 4 5,0 0,07 0,20 27,4 0,5 39,8
RJ-17-10/12/06 J-27 92,1 0,08 38,0 0,85 15,10 2670 233,7 5 92,4 0,07 0,21 131,0 0,7 3,0
RJ-18-19/06/07 J-28 375 0,05 38,0 0,12 0,33 4 227,1 1 11,0 0,07 0,37 20,0 1,3 36,7
RJ-18-10/09/07 J-29 311 0,07 99,0 0,06 0,37 8000 498,8 3 0,3 0,07 0,17 20,0 0,3 4,8
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
105
Continuação da Tabela 14
RI-11-08/05/06 I-1 50,3 0,05 65,2 0,76 0,08 4 325,2 1 0,3 0,07 0,05 74,8 0,3 3,0
RI-11-11/12/06 I-2 35,8 0,49 44,2 0,16 0,08 4 76,5 4 6,6 0,07 0,05 37,1 0,3 8,10
RI-11-09/04/07 I-3 22,7 1,14 38,0 0,19 0,61 4 82,7 1 5,0 0,07 0,09 63,0 0,3 6,50
RI-11-12/11/07 I-4 81,0 0,23 38,0 0,07 1,62 4 77,7 4 7,1 0,17 0,05 22,5 0,3 3,0
RI-12-08/05/06 I-5 25,1 0,05 38,0 0,06 0,58 4 127,4 1 0,3 0,07 0,13 38,7 0,3 3,0
RI-12-11/12/06 I-6 14,0 0,50 38,0 0,32 0,08 4 151,7 4 8,1 0,07 0,05 47,2 0,3 7,4
RI-12-09/04/76 I-7 21,9 0,05 38,0 0,08 0,18 4 104,4 1 0,3 0,07 0,15 79,4 0,3 7,3
RI-12-12/11/07 I-8 61,9 0,30 143 0,09 0,30 4 149,3 5 5,9 0,07 0,16 78,8 0,3 3,0
RI-13-08/05/06 I-9 40,2 0,05 38,0 0,45 1,37 4 142,8 1 90,9 0,07 0,05 76,3 0,3 49,9
RI-13-11/12/06 I-10 32,8 0,36 38,0 0,06 0,08 4 130,7 2 8,2 0,07 0,05 110,0 0,3 11,4
RI-13-09/04/07 I-11 6,8 0,38 38,0 0,08 0,23 4 80,5 1 0,3 0,02 0,16 193,0 0,3 9,5
RI-13-12/11/07 I-12 9,6 0,31 38,0 0,41 0,08 4 191,3 4 5,9 0,07 0,05 85,7 0,3 3,0
RI-14-08/05/06 I-14 30,8 0,05 38,0 0,06 0,50 4 255,7 1 10,8 0,07 0,13 38,2 0,3 11,3
RI-14-11/12/06 I-15 46,0 0,93 98,4 0,08 0,11 4 120,2 3 0,3 0,07 0,05 90,3 0,3 21,3
RI-14-09/04/07 I-16 25,9 0,31 38,0 0,06 0,31 4 114,3 1 5,0 0,13 0,05 85,9 0,3 34,2
RI-14-12/11/07 I-17 77,2 0,22 38,0 0,06 0,61 4 242,9 5 634,0 0,07 0,10 58,1 1,5 3,0
RI-15-08/05/06 I-18 26,2 0,05 38,0 0,06 0,08 4 80,2 1 0,3 0,07 0,05 20,0 0,3 15,7
RI-15-11/12/06 I-19 36,5 1,00 59,3 0,22 0,08 4 25,7 2 22,2 0,07 0,05 111,0 0,3 9,90
RI-15-09/04/07 I-20 24,9 0,38 38,0 0,06 0,67 2000 21,1 1 0,3 0,07 0,11 22,8 0,3 13,6
RI-15-12/11/07 I-21 25,7 0,30 81,2 0,06 1,19 4 38,3 7 93,1 0,07 0,05 20,0 1,6 3,0
RI-16-08/05/06 I-22 36,9 0,05 38,0 0,16 2,68 4 61,7 1 0,3 0,07 0,18 23,9 0,3 10,9
RI-16-11/12/06 I-23 45,2 0,15 48,8 0,06 0,08 4 19,8 4 8,8 0,07 0,05 33,4 5,5 9,70
RI-16-09/04/07 I-24 19,7 0,34 38,0 0,06 0,22 4 23,8 1 0,3 0,07 0,16 20,0 1,8 12,9
RI-17-08/05/06 I-25 130,0 0,49 38,0 0,78 0,37 4 99,7 1 0,3 0,07 0,05 20,0 0,3 3,0
RI-17-11/12/06 I-26 65,8 1,04 39,6 0,73 0,08 4 34,7 4 15,5 0,07 0,23 20,0 1,0 9,4
RI-17-09/04/07 I-27 32,6 0,50 38,0 0,06 0,20 4 31,1 2 0,3 0,07 0,11 20,0 0,5 10,5
RI-17-12/11/07 I-28 7,8 0,22 38,0 0,06 1,13 4 16,0 6 0,3 0,07 0,05 20,0 0,3 3,0
RI-21-19/06/06 I-29 29,8 0,19 38,0 0,09 0,63 4 150,9 5 0,3 0,07 0,14 57,4 0,7 21,6
RI-21-06/11/06 I-30 58,0 0,05 116 0,06 0,08 4 22,5 1 0,3 0,07 0,20 20,0 0,3 44,8
RI-21-05/10/07 I-31 13,5 0,05 220 0,13 1,05 4 173,4 3 9,5 0,07 0,05 54,3 0,8 3,0
RI-21-10/01/08 I-32 9,8 0,07 116 0,06 1,32 4 93,9 1 0,3 0,07 0,15 74,8 0,3 3,0
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106
Continuação da Tabela 14
RI-22-19/06/06 I-33 130,0 0,05 38,0 0,74 1,05 4 203,1 5 0,3 0,07 0,05 69,1 0,7 17,7
RI-22-05/10/07 I-34 46,0 0,31 52,6 0,12 0,33 4 119,2 2 0,3 0,07 0,11 33,0 0,3 4,9
RI-22-10/10/07 I-35 10,5 0,31 64,6 0,07 1,94 4 45,8 1 0,3 0,43 0,05 22,3 0,3 3,0
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107
Os dados das variáveis físico-químicas e dos metais e metalóides utilizados nas aná-
lises estatísticas, tais como média, mediana, mínimo, máximo e desvio padrão dos dezenove
pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes encontram-se nas Tabelas 15 e 16.
Pela Tabela 15 pode-se observar que a maioria dos parâmetros físico-químicos
violou a Resolução CONAMA 357/05, sendo o caso mais crítico o do fósforo que apresen-
tou média ( 0,195 mg P/L), mediana (0,074 mg P/L) e valor máximo (2,934 mg P/L) todos
acima dos limites permitidos pela referida Legislação que é de 0,030 mgP/L para ambientes
lênticos.
Na Tabela 16 também pode ser observado que houve desobediência a esta Resolu-
ção, ficando os casos mais críticos para o manganês e chumbo onde essa violação atingiu
um percentual de 31% e 28%, respectivamente das amostras analisadas.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
108
Tabela 15 – Estatística descritiva das variáveis físico-químicas estudadas dos dezenove pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes
durante o período de 2006 a 2007.
Pa
râm
etro
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Nº
de
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CO
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35
7/0
5
(%
)
AMÔNIA (mg/LNH3-N) 106,000 0,003 17,300 0,220 0,988 2,417 0,523 1,454
pH≤ 7,5 – 3,7 mg N/L
-
7,5 < pH ≤ 8,0 – 2,0 mg
N/L
8,0 < pH ≤8,5 - 2,0 mg N/L
pH>8,5 – 0,5 mg N/L
CE (µS/cm) 106 47,600 648,000 102,500 161,646 99,773 142,431 180,861 N/L -
COR REAL (mg Pt/L) 106 4,000 535,000 17,000 32,726 59,043 21,355 44,097 75 5,66
DBO (mg/L O2) 106 1,000 11,700 2,000 2,872 2,372 2,415 3,329 <5,0 12,26
DQO (mg/L O2) 106 0,000 82,000 15,600 17,937 10,681 15,880 19,994 N/L -
FÓSFORO TOTAL (mg/L-P) 106 0,009 2,934 0,074 0,195 0,449 0,109 0,282 0,030 73,58
NITRATO(mg/L-NO3-N) 106 0,010 5,140 0,010 0,311 0,789 0,159 0,463 10 0
NITRITO (mg/L-NO2-N) 106 0,005 10,000 0,005 0,293 1,665 -0,027 0,614 1,0 2,83
OD (mg/L O2) 106 0,100 11,380 5,325 4,888 2,160 4,472 5,304 ≥ 5,0 41,51
pH 106 5,630 9,890 6,855 6,903 0,617 6,784 7,021 6,0-9,0 8,49
STD ( mg/L) 106 68,400 526,000 100,000 128,272 64,288 115,891 140,653 500 0,94
TURBIDEZ (NTU) 106 1,200 240,000 8,450 17,972 29,478 12,295 23,649 100 0,94
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
109
Tabela 16 - Estatística descritiva dos metais e metalóides estudados dos dezenove pontos amostrais da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes du-
rante o período de 2006 a 2007.
Par
âmet
ros
Nº
de
Am
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Mín
imo
Máx
imo
Med
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a
Méd
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P
adrã
o
Lim
ite
de
con
fian
ça -
95
%
Lim
ite
de
co
nfi
ança
+95
%
CO
NA
MA
35
7/0
5
Ág
ua
do
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Cla
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2
µg
/L
Res
ult
ado
s fo
ra d
a
Leg
isla
ção
CO
NA
MA
35
7/0
5 (
%)
Al 64 6,77 375,00 36,70 72,21 84,78 51,03 93,38 100 20,31
B 64 0,05 1,14 0,16 0,25 0,28 0,19 0,32 500 0
Ba 64 8,00 220,00 38,00 52,71 31,88 44,75 60,67 700 0
Cd 64 0,06 0,85 0,08 0,17 0,21 0,12 0,22 1,0 0
Cr 64 0,08 15,10 0,61 1,22 2,14 0,68 1,75 50 0
Cu 64 4,00 8000,00 4,00 576,53 1816,40 122,81 1030,26 9 14,06
Fe 64 8,00 2761,00 146,05 303,84 525,74 172,51 435,16 300 21,88
Li 64 1,00 7,00 1,00 2,00 2,00 1,84 2,63 2500 0
Pb 64 0,30 634,00 5,00 24,93 85,13 3,66 46,19 10 28,13
Ag 64 0,02 0,80 0,07 0,10 0,11 0,07 0,12 10 0
Hg 64 0,05 0,37 0,11 0,13 0,08 0,11 0,15 0,2 12,5
Mn 64 20,00 893,00 65,00 129,86 174,10 86,01 173,70 100 31,25
V 64 0,30 13,00 0,35 1,46 2,25 0,90 2,03 100 0
Zn 64 3,00 49,90 7,10 12,08 12,44 8,97 15,18 180 0
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
110
5.1 – Analise de componente principal
A análise de componentes principais foi utilizada neste estudo por ser uma técnica
de redução de dimensionalidade que permite projetar o máximo de informação no menor
número possível de dimensões não correlacionadas. Na primeira etapa da análise, os dados
foram formatados de forma a se adequarem ao exigido pelos programas computacionais
empregados na análise estatística, no caso o Programa STATISTICA 6.0.
5.1.1 – Parâmetros físico-químicos
No processamento dos resultados três componentes principais (PC1, PC2 e PC3)
foram selecionadas e explicaram 62,47% da variabilidade de toda a informação original.
Estas componentes podem ser utilizadas para verificar semelhanças ou diferenças dentro do
conjunto amostral avaliado.
As percentagens total e acumulada de cada PC podem ser vistas na Tabela 17. A
primeira componente principal, PC1, explica 35,73 % dos dados físico-químicos enquanto a
PC2 e PC3 explicam, respectivamente 15,13 % e 11,61%.
Tabela 17 - Variância total e acumulada para as variáveis físico-químicas das três primei-
ras componentes principais selecionadas
PC – componente principal, do inglês Principal Component.
Os valores de pesos das variáveis para as três primeiras componentes principais, con-
forme análise físico-química, são apresentados na Tabela 18. Vê-se que as variáveis que
mais comprometem a qualidade das águas da BHRJ são aquelas que apresentaram os maiores
valores de pesos, que são: Amônia, CE, DBO, DQO, fósforo total, OD, STD, nitrato, pH e
cor. Dentre elas a mais significativa é o STD com peso igual a 0,87.
PC Variância Total (%) Variância Total Acumulada
(%)
1 35,73 35,73
2 15,13 50,86
3 11,61 62,47
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
111
Tabela 18 – Valores de peso das variáveis para as três primeiras componentes principais,
conforme análise físico-química do período de 2006 a 2007
A Figura 14 mostra a representação gráfica (gráfico de peso) do conjunto de amostras
da BHRJ, conforme a análise físico-química. Sendo 12 o número de variáveis, cada amostra
pode ser imaginada, em termos geométricos, como um ponto localizado num sistema de 12
dimensões. A PCA visa projetar o máximo da informação contida neste espaço multidimensi-
onal num espaço de mínima dimensão, permitindo assim por observação dos gráficos produ-
zidos na análise, detectar padrões de associação entre amostras ou variáveis. Neste caso, o
máximo da informação original foi projetado para um espaço de 03 dimensões.
VARIÁVEIS PC 1 PC2 PC3
Amônia -0,73 0,15 0,44
CE -0,75 0,33 0,38
Cor real -0,41 -0,49 -0,55
DBO -0,65 0,19 -0,16
DQO -0,67 0,30 -0,08
Fósforo total -0,72 -0,11 -0,09
Nitrato 0,10 0,57 -0,39
Nitrito 0,01 0,22 0,04
OD 0,70 0,47 -0,15
pH 0,14 0,83 -0,22
STD -0,87 0,16 0,11
Turbidez -0,61 -0,07 -0,69
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
112
Amônia
CE
Cor real
DBO
DQO
Fósforo total
Nitrato
Nitito
OD
pH
STD
Turbidez
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
PC 1 : 35,73%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
PC
2 :
15
,13
%
Figura 14 - Gráfico de peso para PC1 versus PC2 das amostras conforme resultados dos
parâmetros físico-químicos
Na Figura 14, as duas primeiras componentes principais PC1(35,73%) e PC2
(15,13%) juntas representam 50,86% de toda a informação. A primeira componente princi-
pal, PC1 mostra a influência dos parâmetros turbidez, fósforo, DBO, DQO, sólidos totais,
condutividade elétrica e amônia com pesos negativos e OD com peso positivo. A posição
das variáveis em quadrantes opostos significa que as mesmas estão anticorrelacionadas, daí
os sinais contrários. A segunda componente principal PC2, mostra as influências positivas
da amônia, CE, DBO, DQO, nitrato, nitrito, OD, pH e STD e as influências negativas da
cor, fósforo e turbidez. Numa análise rápida destas componentes pode-se dizer que, em
relação à PC1, as amostras mais à esquerda possuem valores mais altos dos parâmetros com
pesos negativos e vice-versa. Com relação à PC2 pode-se dizer que as amostras mais acima
possuem valores mais baixos dos parâmetros com pesos negativos e vice-versa.
Na Figura 15, onde se vê a representação gráfica dos escores para PC1 versus PC2,
observa-se uma grande concentração de amostras evidenciando um comportamento seme-
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
113
lhante entre elas e algumas amostras mais isoladas, significando que algum fator provocou o
comportamento atípico de algumas delas.
J-1J-2
J-3
J-4J-5
J-6
J-7
J-8J-9
J-10
J-11
J-12
J-13J-14
J-15
J-17J-18
J-19
J-20
J-21J-22
J-23J-24
J-25
J-26
J-27
J-28J-29
J-30J-31J-32
J-33J-34J-35
J-36J-37
J-38
J-39
J-40J-41J-42
J-43J-44
J-45J-46
J-47J-48
J-49
J-50J-51
J-52
J-53
J-54J-55
J-56
J-57J-58
J-59J-60
J-61J-62J-63
J-64J-65J-66I-1I-2I-3
I-4
I-5I-6
I-7I-8
I-9
I-10I-11I-12I-13
I-14
I-15I-16
I-17I-18
I-19I-20
I-21 I-22I-23I-24I-25I-26I-27I-28
I-29
I-30I-31I-32I-33
I-34I-35
I-36
I-37
I-38I-39I-40
-14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
PC 1: 35,73%
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
PC
2:
15,1
3%
Figura 15 - Gráfico de escores para PC1 versus PC2 das amostras conforme análise
dos parâmetros físico-químicos
Esse comportamento diferenciado foi encontrado com maior freqüência entre as amos-
tras do ano de 2007, conforme Tabela 13 De acordo com a Figura 15 as amostras J-21,
J-49, J-50, J-25, J-12, J-51, J-53, J-50, J-11, J-45 e J-52 apresentaram não conformidades
com relação a alguns parâmetros aqui estudados. Todas elas são representadas principal-
mente pela PC1 pois encontram-se à esquerda desta componente e são influenciadas pelos
parâmetros turbidez, fósforo, DBO, DQO, sólidos totais, condutividade elétrica e amônia
(valores altos ) e OD (valores baixos). As amostras J-26 e J-39 são representadas pela PC2 e
são influenciadas principalmente, pelos parâmetros nitrato e pH sendo este último com mui-
to mais intensidade, conforme mostra a Figura 14. Todas as amostras supracitadas excede-
ram os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
114
A terceira componente principal PC3, que representa 11,61% de toda a informação o-
riginal, mostra, na Figura 16 (gráfico dos pesos para a PC1 versus PC3), as influências
positivas dos parâmetros STD, CE, nitrito e amônia e as influências negativas dos parâme-
tros cor, DBO, DQO, fósforo total, nitrato, OD, pH e turbidez. As maiores influências são
exercidas pelos parâmetros cor e turbidez.
Amônia CE
Cor real
DBO DQO Fósforo total
Nit rato
Nit ito
OD pH
ST D
T urbidez
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
PC 1 : 35,73%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
PC
3 :
11,6
1%
Figura 16 - Gráfico de peso para PC1 versus PC3 das amostras conforme resultados
dos parâmetros físico-químicos
Analisando a Figura 17, que mostra o gráfico dos escores para a primeira e terceira
componentes principais, PC1 e PC3, respectivamente, vê-se que, pela PC3, as amostras J-
26, J-39 e J-52 são influenciadas negativamente pelos parâmetros cor real e turbidez. De
acordo com a posição dos pontos que as representam nesta figura, as referidas amostras
possuem valores mais altos de cor e de turbidez em relação as demais amostras.
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115
J-1J-2
J-3
J-4J-5
J-6
J-7
J-8J-9J-10
J-11
J-12
J-13
J-14
J-15J-17
J-18
J-19J-20
J-21J-22
J-23J-24
J-25
J-26
J-27J-28J-29
J-30
J-31
J-32J-33J-34
J-35J-36
J-37
J-38
J-39
J-40J-41J-42J-43J-44
J-45
J-46J-47
J-48J-49
J-50J-51
J-52
J-53 J-54J-55J-56
J-57J-58
J-59J-60J-61
J-62J-63J-64J-65J-66I-1I-2I-3
I-4
I-5I-6
I-7I-8
I-9
I-10I-11I-12I-13I-14 I-15I-16
I-17I-18
I-19I-20I-21
I-22I-23I-24I-25
I-26I-27I-28I-29I-30I-31I-32I-33I-34I-35
I-36I-37I-38I-39I-40
-14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
PC 1: 35,73%
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8P
C 3
: 11,6
1%
Figura 17 - Gráfico de escores para PC1 versus PC3 das amostras conforme análise dos
parâmetros físico-químicos
Amostras com valores acima dos limites estabelecidos pelo CONAMA 357/05 para os
parâmetros Amônia, CE, DBO, DQO, fósforo total, OD, STD, nitrato, pH e cor foram tam-
bém encontradas pelo IMA(CRA) [83 ] e pelo INGA [104,105]. Esta última instituição
vem divulgando resultados da qualidade das água das bacias hidrográficas do Estado da
Bahia através do Programa Monitora que realiza Campanhas desde 2008, em geral 4 cam-
panhas anuais.
Com relação aos resultados dos parâmetros físico-químicos pode-se tirar as seguintes
conclusões:
Amônia -Teor elevado de amônia encontrado em algumas amostras de água da BHRJ pode
indicar que a mesma é pobre em oxigênio e que o ambiente tem muita matéria em decompo-
sição. O limite deste parâmetro na água é função do pH, sendo 3,7mg/L N, para pH ≤7,5;
2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤8,5; 0,5 mg/L N, para pH >
8,5. Nesta pesquisa os teores de amônia em alguns momentos, atingiram valores muito ele-
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116
vados , chegando até ao valor de 17,3 mg/L N. A concentração máxima de amônia permiti-
do pela legislação do CONAMA 357/05 é de 3,7 mg/L para valores de pH menores do que
7,5. Este parâmetro foi selecionado pela PC1, apresentando o segundo maior peso, confor-
me Tabela 19.
Condutividade elétrica (CE) - A condutividade elétrica não é um parâmetro controlado
pela Resolução CONAMA 357/05, entretanto, valores elevados, encontrados em ambiente
lênticos (lagos e represas) é um indicativo indireto da degradação do manancial. Este parâ-
metro também é responsável pela qualidade da água da bacia em estudo pois foi selecionado
pela PC1. Para este parâmetro foram encontrados valores médio e máximo iguais a 175,5
µS/cm e 748 µS/cm, respectivamente, conforme Tabela 16.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - Através da DBO pode-se ter uma idéia da
concentração da matéria orgânica biodegradável presente no meio aquático. Neste trabalho a
DBO apresentou valor máximo de 33,80 mgO2/L, concordando com o IMA que em 2001
encontrou resultados altos de DBO (47 mgO2/L). A DBO foi selecionada pela PC1 como
um dos principais parâmetros responsáveis pela qualidade da água da bacia do Joanes.
Demanda Química de Oxigênio (DQO) - A DQO também permite estima a concentração
da matéria orgânica biodegradável e não biodegradável de um corpo aquático. O aumento
da DQO num corpo d’água se deve , principalmente a despejos de origem industrial. A
DQO teve papel importante na qualidade das águas da BHRJ no período de 2006 – 2007
pois foi selecionada na primeira componente, PC1. Embora não seja um parâmetro legisla-
do, seu aumento pode indicar contaminação por efluente de origem. A relação DBO/DQO
esteve, na maioria das vezes entre 10% a 230% ( Figura 18) indicando que a presença de
matéria orgânica biodegradável estava também nesta faixa.
Nitrato - Apesar de ser selecionado pela PC2, o nitrato apresentou os valores dentro dos
limites da legislação. O maior valor encontrado foi 5,14 mg/L N. Concentrações de nitrato
acima de 5,0 mg/LN demonstra condições sanitárias inadequadas uma vez que a principal
fonte de nitrato são dejetos de homem e de animais. O limite estabelecido pelo CONAMA
357/05 é de 10,0 mg/L N.
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117
Figura 18 – Gráfico da relação percentual DBO/DQO - Degradabilidade da matéria
orgânica
pH - O pH, por definir o caráter ácido, neutro ou básico da água, é um parâmetro muito
importante uma vez que os organismos aquáticos estão adaptados às condições de neutrali-
dade. A concentração de íons H+ e OH- é fortemente influenciada por sais, ácidos e bases pre-
sentes no meio. O tipo de solo que a água percorre e também o tipo de poluição química da á-
gua, além da qualidade do ambiente, também influenciam a concentração desses íons e alteram
os valores de pH. Variações bruscas do pH da água podem causar danos irreversíveis aos
seres nela presentes. O pH foi selecionado pela PC2 como um dos parâmetros responsáveis
pela qualidade das águas da bacia em estudo. Foram observados valores de pH fora da fai-
xa de 6,0 – 9,0, estabelecida pela Legislação CONAMA 357/05. Valores elevados de pH
em sistemas hídricos podem estar associados à proliferação de vegetais em geral pois, neste
caso há aumento da fotossíntese a qual reduz o consumo de gás carbônico aumentando con-
sequentemente o valor do pH. Valores baixos de pH podem estar ligados à qualidade do solo e
também à vegetação existente que, por decomposição da matéria orgânica, pode diminuir o pH
da água pela liberação de gás carbônico e pela formação do ácido carbônico a partir dele além
da produção de ácidos húmicos e fúlvicos resultante da decomposição da matéria orgânica
disponível. Valores de pH fora da faixa também foram registrado pelo INGA nas suas cam-
panhas em 2008 e 2009. Valores muito alto e muito baixo de pH geralmente estão associa-
dos a despejos industriais.
Cor - A relação entre a cor acentuada e o risco sanitário nas águas coradas é pouco fre-
qüente. O maior problema da coloração na água em geral, é o estético uma vez que causa
um efeito repulsivo aos consumidores. A Resolução CONAMA 357/05 estabelece um limi-
te de 75 mgPt/L para as águas doces da classe 2 destinadas ao consumo humano. No perío-
0
10
20
30
40
50
60
J-1
J-6
J-1
1
J-1
6
J-2
1
J-2
6
J-3
1
J-3
6
J-4
1
J-4
6
J-5
1
J-5
6
J-6
2
I-2
I-7
I-1
2
I-1
7
I-2
2
I-2
7
I-3
2
I-3
7
% D
BO
/DQ
O
Amostras analisadas
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
118
do estudado este parâmetro foi ultrapassado poucas vezes apresentando valores médio e
máximo de 32,2 mg Pt/L e 535 mg Pt/L, respectivamente. A cor foi selecionada pela PC3
como um dos parâmetros responsáveis pela qualidade das águas na BHRJ no anos de 2006
e 2007.
Turbidez - A Resolução CONAMA estabelece, para as águas doces da classe 2 um valor
limite igual ou inferior a 100 NTU para este parâmetro. A turbidez foi selecionada pela PC1
e PC3 como parâmetro importante na qualidade das águas da bacia em estudo.
Sólidos totais dissolvidos ( STD) - Quase todos os resultados encontrados para os sólidos
totais dissolvidos estiveram conforme recomenda a Resolução CONAMA 357/05. Os valo-
res médio e máximo encontrados foram 129,3 mg/L e 526 mg/L, ambos menores do que o
limite máximo de confiança, conforme mostra a Tabela 15. Embora o IMA em 2001 tenha
encontrado valores muito altos de STD (5880 mg/L), neste trabalho o valor máximo foi de
526mg/L, já anteriormente citado, entretanto, na determinação deste parâmetro variações
nos resultados foram encontradas de forma que o mesmo foi considerado pela PC1 como o
parâmetro de maior peso ou seja com resultados mais atípicos, embora estes resultados não
tenham violado a Resolução CONAMA 357/05.
Oxigênio Dissolvido (OD) - O oxigênio dissolvido é o parâmetro mais importante para a
caracterização dos efeitos da poluição por despejos orgânicos. Os níveis de oxigênio dissol-
vido indicam a capacidade de um corpo d’água natural em manter a vida aquática. A manu-
tenção dos processos naturais de autodepuração em sistemas aquáticos e estações de esgoto
depende essencialmente de uma quantidade adequada de oxigênio dissolvido nesses meios.
Pela Resolução CONAMA 357/05 o valor estabelecido para o oxigênio dissolvido para as
águas doces da classe 2 é superior a 5 mg O2/L. O valor médio de oxigênio dissolvido en-
contrados nesta pesquisa (Tabela 15), foi de 5,06mg O2/L. Entretanto, apresentou valores
abaixo do limite mínimo estabelecido pelo CONAMA 357/05 em mais de 40% das amostras
analisadas. Este parâmetro foi também selecionado pela PC1 como um dos principais res-
ponsáveis pela qualidade das águas do Joanes no período estudado. Resultados baixos de
OD foram encontrados pelo INGA durante as campanhas realizadas em 2008 e 3009. Dos
treze pontos analisados na Campanha de 2008, apenas três estiveram dentro dos limites
estabelecidos pela Legislação CONAMA 357/05. Valores muito baixos de OD foram encon-
trados ainda em 2009 na segunda Campanha do INGA, onde de treze pontos analisados,
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
119
onze estavam não conformes. A diminuição da concentração de oxigênio, em meio aquático
é conseqüência de processos tais como: perdas para a atmosfera, respiração dos organismos,
mineralização da matéria orgânica e oxidação de íons [7]. Foram encontrados também, va-
lores de OD acima dos valores de saturação. É interessante observar que, por meio da ativi-
dade de fotossíntese, podem ser obtidas temporariamente, concentrações de oxigênio superi-
ores ao valor de saturação[7]. O aumento da concentração de oxigênio, em meio aquático
ocorre, fundamentalmente, por meio de dois fenômenos: aeração atmosférica e atividade
fotossintética das plantas aquáticas. Em rios a fonte principal de oxigênio é a atmosfera, de-
vido a existência de turbulência em suas águas, no caso de lagos há a dominância da fotos-
síntese, em decorrência do maior crescimento de microalgas e plantas aquáticas.
Fósforo total - O fósforo foi o parâmetro mais crítico desta pesquisa. Apresentou média
(0,22 mgP/L), mediana (0,07 mgP/L) e valor máximo (3,38 mgP/L) todos acima dos limites
permitidos pela legislação (Tabela 15). Em águas naturais que não foram submetidas a pro-
cessos de poluição, a quantidade de fósforo total varia de 0,005 mg/L a 0,020 mg/L. No
monitoramento realizado pelo IMA em 2000 e 2001 foram encontrados altos valores de
fósforo (valor máximo de 4,97 mg P/L). GONÇALVES [106] também encontrou altos
valores de fósforo nas águas superficiais da Bacia Hidrográfica do Arroio Lino, Nova Bo-
êmia – Agudo, Rio Grande do Sul. O autor relacionou esses altos valores à alta disponibili-
dade desse elemento no solo, resultante do seu extenso uso como fertilizante. O fósforo é
um dos principais nutrientes estimulantes do processo de eutrofização dos corpos d’água. A
Resolução CONAMA estabelece o limite de 0,025 mg/L para este parâmetro logo, estas
condições caracterizam um ambiente aquático eutrofizado. A presença de compostos nitro-
genados e fosfatados associados a altas temperaturas dos corpos aquáticos, são condições
favoráveis ao processo de eutrofização dos ambientes aquáticos provocando mudanças na
qualidade da água dentre elas a redução do oxigênio dissolvido e da biodiversidade, a morte
excessiva de peixes e o aumento da incidência de florações de algas e cianobactérias. Em
mananciais da abastecimento público este microorganismos (cianobactérias) podem produ-
zir e liberar para o meio líquido toxinas (cianotoxinas) que podem afetar a saúde humana,
tanto pela ingestão de água como por contato em atividades de recreação no ambiente, ou
ainda pelo consumo de pescado contaminado, embora a principal via de intoxicação seja
pelo consumo oral da água sem um tratamento adequado para remoção dessas toxinas.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
120
5.1.2 – Metais e metalóides
Do processamento dos resultados foram selecionadas seis componente principais que
juntas, explicaram 63,38% da variabilidade dos dados originais. Foram recusados deste pro-
cessamento os elementos As, Be, Sb, Ag, Ni e Se por apresentarem variâncias nula em seus
resultados.
A Tabela 19 apresenta as variâncias total e acumulada das amostras conforme a análi-
se de metais e metalóides.
Tabela 19 - Variâncias total e acumulada das amostras conforme análise de metais e meta-
lóides das seis primeiras componentes principais selecionadas
A Tabela 20, que mostra os valores de peso das variáveis para as seis primeiras compo-
nentes principais, destaca a Ag, Hg, Mn, V, Al, Cr, Cu, Li, Cd, B e Fe como variáveis mais
significativas para a definição da qualidade da água. Observa-se que os valores de pesos das
variáveis nas diversas PCs pouco variaram ficando entre os valores (em módulo) de 0,52 a
0,59 com exceção do vanádio cujo peso foi de 0,76.
Tabela 20 – Valores de peso das variáveis para as seis primeiras componentes principais
conforme análise de metais e metalóides do período de 2006 a 2007
PC % Variância total % Variância total acu-
mulada
1 17,14 17,14
2 11,82 28,96
3 10,13 39,09
4 8,84 47,92
5 8,09 56,01
6 7,37 63,38
PC 1 PC 2 PC 3 PC 4 PC 5 PC 6
Al -0,28 0,52 0,29 -0,17 -0,03 -0,22
B 0,27 -0,17 -0,25 -0,52 -0,07 0,54
Ba 0,27 0,01 0,27 0,46 -0,47 0,05
Cd 0,22 0,41 -0,54 -0,43 -0,08 -0,07
Cr -0,19 0,55 -0,51 0,04 -0,31 -0,33
Cu -0,28 0,56 0,45 0,05 0,01 0,31
Fe -0,44 0,14 0,17 -0,17 0,59 -0,05
Li 0,31 0,59 -0,08 0,24 -0,04 0,58
Pb 0,14 0,32 -0,26 0,33 0,49 -0,00
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121
O vanádio (V) apesar de ser a variável mais significativa (peso igual a -0,76) não
apresentou nenhum valor acima do que estabelece a Resolução CONAMA 357/05 em todas
as amostras analisadas. O mesmo aconteceu com o lítio (Li), selecionado pela PC2, que
embora com valor de peso igual a 0,59, apresentou todos os resultados dentro dos limites
estabelecidos pela Legislação acima referida.
O gráfico de peso das variáveis, conforme a análise dos metais e metalóides, pode
ser visto na Figura 19. Neste caso, cada amostra pode ser imaginada, em termos geométri-
cos, como um ponto localizado num sistema de 14 dimensões considerando 14 o número de
variáveis. A PCA aqui aplicada projetou o máximo da informação (63,38%) num espaço
com seis (6) dimensões, reduzindo assim a dimensionalidade original dos dados.
Ag -0,54 -0,29 -0,42 0,29 -0,15 0,14
Hg -0,52 0,15 0,16 -0,19 -0,38 -0,10
Mn -0,59 -0,08 -0,25 0,09 0,16 0,14
V -0,76 -0,04 -0,21 0,25 -0,06 0,22
Zn -0,48 -0,07 0,19 -0,39 -0,15 0,23
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122
Al
B
Ba
Cd
Cr Cu
Fe
Li
Pb
Ag
Hg
Mn V Zn
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
PC 1 : 17,14%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
PC
2 :
11,8
2%
Figura 19 - Gráfico de peso para PC1 versus PC2 das amostras conforme análise dos
metais e metalóides
Observa-se na Figura 19 , as influências positivas dos parâmetros Li, Cd, Pb, Ba e B
e as influências negativas do Al, Cu,Cr,Hg,Fe, Mn,Ag,V e Zn, pela PC1.As maiores influ-
ências são exercidas pelos metais Ag, Fe, Hg, Mn, Zn e V,sendo este último com o maior
valor de peso (0,76). Pela PC2, observa-se as influências negativas de V, Mn, Zn, Ag e B. e
as positivas de Ba, Fe, Hg, Pb, Cd, Li, Cr e Cu, destacando-se como principais o: Al, Cr,
Cu e Li.
A representação gráfica dos escores para a PC1 versus PC2 encontra-se na Figura 20
onde se observa as amostras J-19 e J-24 de comportamento atípico pela PC1 e J-27 pela
PC2. As amostras J-19 e J-24 são influenciadas negativamente, principalmente pelos metais
Ag, Hg, Mn e V enquanto a amostra J-27 o é positivamente, principalmente, pelos metais
Al, Cr, Cu e Li, pela PC2. Pela posição dos pontos que representam estas amostras, J-19 e
J-24 possuem as maiores concentrações Ag, Hg, Mn e V, por outro lado a amostra J-27
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123
possui as maiores concentrações de Al, Cr, Cu e Li. Observa-se, nesta figura que, com raras
exceções, as amostras tiveram comportamento uniforme durante o período 2006-2007 com
relação aos teores de metais e metalóides. Apenas três amostras apresentaram comporta-
mento atípico, J-19 , J-24 e J-27.
J-1
J-2
J-3J-4J-5
J-6
J-7J-8
J-9J-10J-11
J-12
J-13J-14
J-15
J-16
J-17
J-18
J-19
J-20
J-21J-22
J-23
J-24
J-25J-26
J-27
J-28
J-29
I-1I-2
I-4
I-5
I-6
I-7
I-8
I-9I-10
I-11I-12
I-14
I-15 I-16I-17
I-18
i-19 I-20I-21
I-22
I-23I-24
I-25
I-26I-27
I-28
I-29I-30
I-31
I-32I-33
I-34
I-35
I-36
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
PC1: 17,14%
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
PC
2:
11
,82
%
Figura 20 – Gráfico de escores para PC1 versus PC2 das amostras conforme
análise dos metais e metalóides.
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124
Al
B
Ba
Cd Cr
Cu
Fe
Li
Pb
Ag
Hg
Mn V
Zn
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
PC 1 : 17,14%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0P
C 3
: 1
0,1
3%
Figura 21 - Gráfico de peso para PC1 versus PC3 das amostras conforme análise dos
parâmetros físico-químicos
A Figura 21 mostra que, pela PC3, os parâmetros mais significativos foram os metais
Cr , Cd e Cu. Observa-se que o Cu está em posição contrária ao Cr e Cd significando que es-
tas variáveis estão anticorrelacionadas. Os valores dos pesos, apresentados pelas variáveis,
mostram que os metais e metalóides não influenciaram significativamente na qualidade das
águas da BHRJ no período estudado.
Na Figura 22 observam-se cinco amostras em destaque: J-26, J-27 e J-29 pela PC3.
As amostras J-19 e J-24 tiveram maior influência do metal Cu cujos valores excederam os
VMPs estabelecidos pela referida Legislação para as águas doces da classe 2. A amostra J-27
também foi influenciada pelo Cu (concentração máxima acima do VMP) e pelos metais Cr e
Cd que embora aumentados ainda estiveram dentro dos limites da legislação vigente. As a-
mostras J-24 e J-29 também sofreram influência dos metais Cd e Cr mas sem ultrapassar os
limites do CONAMA 357/05. Metais como Cu, Pb e Zn são constituintes de despejos domés-
ticos. Segundo NUNES [107], uma contribuição de 50-80 % destes metais podem ser prove-
nientes dos esgotos urbanos.
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125
J-1
J-2
J-3
J-4
J-5J-6
J-7
J-8J-9
J-10
J-11
J-12
J-13
J-14
J-15
J-16J-17J-18
J-19
J-20
J-21J-22
J-23
J-24
J-25
J-26
J-27
J-28
J-29
I-1
I-2
I-4I-5
I-6
I-7
I-8I-9
I-10I-11I-12
I-14
I-15I-16I-17
I-18
i-19
I-20
I-21
I-22I-23I-24I-25
I-26I-27
I-28I-29
I-30
I-31
I-32I-33
I-34
I-35
I-36
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
PC 1: 17,14%
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
PC
3:
10,1
3%
Figura 22 – Gráfico de escores para PC1 versus PC3 das amostras conforme
análise dos metais e metalóides.
As Figuras 20 e 22 mostram que houve um comportamento bastante homogêneo
entre as amostras , significando que os metais e metalóides não interferiram significativa-
mente na qualidade da água no período estudado, apesar das violações ocorridas provocadas
por :Al, Cr, Hg, Pb, Zn, Cd e Cu.
Os últimos resultados divulgados pelo INGA na segunda campanha de 2009 mostra-
ram que houve violação dos padrões de referência apenas para os metais ferro e manganês.
Comparando com os resultados encontrados em 2006 e 2007, vê-se que houve uma redução
da contaminação em relação aos metais e metalóides nas águas desta bacia., uma vez que no
ano de 2009 apenas os dois metais supracitados violaram os padrões de referência.
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126
6. RECOMENDAÇÕES
Considerando a necessidade de garantir a qualidade das águas da Bacia Hidrográfica
do Rio Joanes, recomenda-se :
Fazer levantamento dos resultados físico-químicos, biológicos, de
metais, metalóides e orgânicos da BHRJ das amostras de águas brutas
disponíveis no banco de dados da Embasa de um período de mais ou
menos 10 anos.
Aplicar análise exploratória multivariada utilizando os dados levanta-
dos para o conhecimento das condições atuais e da evolução da qua-
lidade ambiental do ecossistema.
Avaliar as condições da bacia, identificando as causas dos impactos
ocorridos.
Estudar a possibilidade de reduzir o número de pontos de coleta a
partir da avaliação realizada, com o objetivo de minimizando custos
com análises desnecessárias.
Estender esse trabalho para as demais bacias hidrográficas utilizadas
pela EMBASA.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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127
7. CONCLUSÃO
A presente pesquisa realizada na Bacia Hidrográfica do Rio Joanes nos anos de 2006
e 2007 permitiu as seguintes observações:
Com relação às características estéticas da água avaliadas neste trabalho através
da cor, turbidez e sólidos totais dissolvidos, observou-se a violação da Resolução
CONAMA 357/05 destas variáveis no período de 2006-2007.
Verificou-se a ocorrência de autodepuração ao longo do rio com a redução da
DBO, da DQO e do fósforo e o aumento da concentração do OD, entretanto,
com relação ao fósforo e amônia, observou-se a extrapolação dos respectivos
valores máximos permitidos (VMP) desses parâmetros, estabelecidos pelo CO-
NAMA 357/05, contribuindo para o processo de eutrofização do rio nos trechos
atingidos. Foi observado que a relação percentual DBO DQO entre 10% e 30%,
nas maiorias das amostras analisadas mostrou que a matéria orgânica biodegra-
dável estava também na faixa acima referida
Ao longo da bacia diversos parâmetros estão em desacordo com a Resolução
CONAMA 357/05 para as águas doces da classe 2 em função das atividades an-
trópicas aí desenvolvidas e da falta de uma fiscalização mais efetiva por parte
dos órgãos ambientais. Considerando os limites estabelecidos pela Resolução do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 357/05), para um rio de clas-
se 2, verificou-se que o Al, Cu, Hg e Mn extrapolou os valores máximos permi-
tidos (VMP) desta legislação ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Joanes po-
dendo indicar interferências antrópicas. Altos níveis de concentração destes po-
luentes podem prejudicar a vida aquática e o homem através do contato primário
ou pela cadeia alimentar.
A análise exploratória utilizando as técnicas da PCA mostrou que os metais e
metalóides apesar das violações registradas, não interferiram na qualidade das
águas da BHRJ no período de 2006 e 2007.
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128
Utilizando a técnica da PCA foram selecionados os parâmetros físico-químicos
turbidez, fósforo, DBO, DQO, sólidos totais, condutividade elétrica e amônia
como os mais importantes para a qualidade da água da bacia do Rio Joanes no
período estudado. Verificou-se ainda que no ano de 2007 os efeitos da poluição
foram mais acentuados. Estes efeitos dependem dentre outros, da precipitação,
da capacidade de autodepuração do rio e da quantidade de lançamento das fontes
poluidoras.
A aplicação da PCA atingiu o seu objetivo reduzindo a dimensionalidade dos
dados originais tanto dos parâmetros físico-químicos quanto dos metais e meta-
lóides.
Baseando-se nos resultados apresentados conclui-se que alguns trechos da bacia
Hidrográfica do Rio Joanes apresentaram problemas sérios de contaminação
por esgotos domésticos e industriais, significando que as águas desta bacia são
impróprias para consumo humano sem o tratamento adequado dessas águas.
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
129
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Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
140
9. ANEXOS
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
141
ANEXO A- Tabela 21 – Resultados Físico-químicos das amostras de água bruta da BHRJ do ano de 2006
Amostra AMÔNIA
(mg NH3/L)
COND
(umho/cm)
COR
REAL(mg
Pt/L)
DBO
mg/L)
DQO
(mg/L)
FÓSFORO TOT
(mg P/L)
NITRITP
(mg NO2-N/L)
OD
(mg /L) pH TURB (NTU)
RJ-01-10/02/06 0,100 90,3 34,0 1,00 17,8 0,076 0,005 3,90 6,66 12
RJ-01-07/03/06 0,140 61,9 23,0 1,00 10,2 0,100 0,005 6,56 5,64 92
RJ-01-01/04/06 0,003 118 1,42 11,0 0,100 0,005 4,47 6,81 13
RJ-01-04/04/06 0,140 165 30,0 1,00 13,8 0,100 0,005 3,97 6,55 16
RJ-02-10/02/06 0,440 47,6 38,0 1,52 17,7 0,172 0,005 5,92 5,90 23
RJ-02-07/03/06 0,100 26,2 23,0 1,18 16,8 0,009 0,014 6,56 5,64 92
RJ-02-01/04/06 0,100 60,6 23,0 1,37 22,0 0,009 0,005 4,88 6,00 20
RJ-02-04/04/06 0,370 76,0 15,0 1,37 19,6 0,009 0,005 5,09 6,29 15
RJ-03-10/02/06 0,100 83,8 53,0 1,24 17,3 0,110 0,005 6,24 6,79 16
RJ-03-07/03/06 0,130 70,8 38,0 1,00 13,8 0,009 0,005 6,27 6,49 40
RJ-03-01/04/06 0,380 117 0,0 1,00 14,0 0,009 0,005 5,82 6,96 14
RJ-03-04/04/06 0,100 118 13,0 1,04 11,5 0,009 0,005 6,94 6,98 7,5
RJ-04-01/04/06 35,700 592 1,02 48,0 2,96 0,005 0,16 7,39 41
RJ-04-08/04/06 25,500 505 122 36,0 3,38 0,005 0,10 7,15 38
RJ-05-10/02/06 0,440 398 33,0 11,3 88,5 0,68 0,005 1,51 7,13 35
RJ-05-07/03/06 3,900 236 14,0 4,82 16,1 0,18 0,072 9,19 6,78 37
RJ-05-01/04/06 18,800 573 28,2 49,0 1,85 0,005 1,14 7,27 45
RJ-05-04/04/06 16,400 555 24,0 3,14 50,5 1,25 0,013 3,58 6,96 37
RJ-06-10/02/06 0,100 95,5 50,0 2,10 23,0 0,192 0,015 3,43 6,73 25
RJ-06-07/03/06 0,330 81,3 36,0 1,26 16,8 0,11 0,006 5,09 6,54 61
RJ-06-01/04/06 0,650 221 28,0 1,00 49,0 0,27 0,061 10,6 9,21 43
RJ-06-04/04/06 2,560 231 28,0 1,00 68,5 0,77 0,097 11,0 8,6 66
RJ-06-08/04/06 0,550 90,8 53,0 5,06 18,5 0,075 0,060 4,82 6,85 17
RJ-07-10/02/06 0,490 93,5 63,0 1,54 19,9 0,112 0,18 3,53 6,77 30
RJ-07-07/03/06 0,150 77,3 44,0 1,23 15,0 0,14 0,005 5,99 6,30 61
RJ-07-01/04/06 1,080 229 33,8 46,0 0,21 0,005 1,04 7,13 14
RJ-08-10/02/06 0,003 100 27,0 1,84 17,7 0,17 0,005 4,21 6,60 8,5
RJ-08-07/03/06 0,120 82,2 1,22 6,5 0,009 0,005 3,53 6,43 27
RJ-08-04/04/06 0,003 115 12 1,28 5,8 0,009 0,005 7,41 7,18 4,9
RJ-08-01/04/06 0,003 110 1,58 8,0 0,009 0,005 8,11 7,39 4
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
142
Continuação da Tabela 21
RJ-11-24/04/06 0,100 65,9 24,0 1,00 40,2 0,063 0,005 5,32 6,00 76
RJ-11-01/09/06 0,590 85,7 0,0 1,55 15,0 0,009 0,005 1,77 6,18 29
RJ-11-10/09/06 0,003 69,5 17,0 1,00 7,1 0,101 0,005 4,36 6,40 51
RJ-11-07/10/06 0,140 87 54,0 1,00 15,6 0,084 0,007 5,80 6,31 30
RJ-12-24/04/06 0,250 87,9 58,0 1,22 35,7 0,031 0,005 5,49 6,10 70
RJ-12-01/09/06 0,390 86,2 1,16 10,0 0,11 0,005 4,99 6,79 13
RJ-12-10/09/06 0,003 73 47,0 1,10 9,4 0,032 0,005 6,03 6,70 18
RJ-12-07/10/06 0,003 65,8 27,0 1,00 12,0 0,055 0,009 6,07 6,71 18
RJ-13-24/04/06 0,450 152 80,0 1,51 42,4 0,025 0,023 4,57 6,43
RJ-13-01/09/06 0,310 91,8 58,0 1,06 11,0 0,13 0,005 1,66 6,40 22
RJ-13-10/09/06 0,003 115 51,0 1,03 14,2 0,106 0,005 4,83 6,67 19
RJ-13-07/10/06 0,003 58 18,0 1,00 7,5 0,069 0,005 4,42 6,24 34
RJ-14-24/04/06 0,550 94,7 28,0 1,72 21,5 0,085 0,018 6,73 5,98 87
RJ-14-01/09/06 0,200 91,9 1,74 16,0 0,009 0,005 5,72 6,64 16
RJ-15-24/04/06 1,270 386 88,0 3,21 42,3 0,03 0,010 4,95 6,74 59
RJ-15-01/09/06 5,420 651 1,00 43,0 0,160 0,011 6,24 6,95 27
RJ-15-10/09/06 0,740 237 72,0 3,03 31,3 0,412 0,005 1,25 6,58 16
RJ-15-07/10/06 0,570 158 37,0 3,99 20,0 0,283 0,031 1,54 8,69 24
RJ-16-24/04/06 2,600 237 75,0 2,39 37,0 0,257 0,065 2,81 6,69 42
RJ-16-01/09/06 0,130 255 0,0 2,10 18,0 0,100 0,005 5,40 7,25 16
RJ-16-10/09/06 0,003 199 38,0 2,24 18,6 0,087 0,006 5,92 7,07 14
RJ-16-07/10/06 0,003 101 39,0 1,09 17,0 0,068 0,005 6,34 6,62 14
RJ-17-24/04/06 17,00 634 9,0 1,00 13,9 0,045 0,007 4,06 4,28 62
RJ-17-01/09/06 1,100 301 9,30 41,0 0,700 0,005 0,10 6,10 48
RJ-17-10/09/06 6,000 281 68,0 5,83 32,6 1,000 0,005 1,35 6,54 32
RJ-17-07/10/06 2,190 176 31,0 3,27 17,4 0,230 0,039 2,56 6,39 12
RJ-18-04/04/06 0,003 115 12,0 1,28 5,8 0,03 0,005 7,41 7,18 4,9
RJ-18-01/09/06 0,003 116 1,22 15,0 0,009 0,005 6,60 7,3 2,2
RJ-18-02/09/06 0,003 128 11,0 1,00 10,1 0,009 0,005 6,57 7,23 3,4
RJ-18-10/09/06 0,260 103 44,0 1,21 7,9 0,009 0,005 6,24 6,86 6,7
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
143
Continuação da Tabela 21
RJ-18-22/09/06 0,003 85,9 52,0 6,42 19,9 0,009 0,006 6,34 7,0 8,4
RJ-18-07/10/06 0,110 82,3 63,0 1,23 12,7 0,100 0,011 5,43 6,43 34
RJ-18-14/12/06 0,130 96,6 15,0 1,84 21,5 0,043 0,005 7,01 7,44 2,2
RI-11-23/01/06 0,003 171 9,0 1,03 0,009 0,005 7,72 7,52 3,7
RI-11-05/08/06 0,980 216 24,0 1,88 14,0 0,120 0,019 5,65 7,03 11
RI-11-09/11/06 0,200 167 11,0 1,74 13,4 0,100 0,009 5,92 7,2 2,5
RI-11-12/11/06 0,170 166 8,0 2,19 14,9 0,144 0,005 6,59 7,19 3,2
RI-11-03/03/08 0,300 237 14,0 3,90 26,1 0,045 0,005 5,79 5,76 27
RI-12-23/01/06 0,910 224 1,19 0,011 0,007 2,50 6,36 6,3
RI-12-05/08/06 0,150 98,6 11,0 1,00 5,1 0,006 0,005 5,10 6,27 2,3
RI-12-09/11/06 0,450 187 8,0 1,00 5,0 0,012 0,006 5,40 6,55 1,2
RI-12-12/11/06 0,340 171 8,0 1,55 8,6 0,115 0,005 5,86 6,33 1,2
RI-13-23/01/06 17,90 748 0,0 4,04 1,320 0,018 2,24 7,15 6,8
RI-13-05/08/06 0,940 100 12,0 2,30 8,8 0,150 0,019 6,87 6,69 23
RI-13-09/11/06 0,770 211 10,0 2,01 7,0 0,020 0,082 5,30 7 3,6
RI-13-12/11/06 0,240 229 13,0 2,42 15,2 0,164 0,005 4,08 6,8 1,9
RI-14-23/01/06 0,550 342 1,68 0,009 0,022 5,11 7,13 5,4
RI-14-05/08/06 2,460 210 18,0 1,49 9,6 0,042 0,144 5,21 6,71 7,6
RI-14-09/11/06 0,370 236 13,0 1,50 5,9 0,028 0,052 2,39 6,77 2,7
RI-14-12/11/06 3,310 308 16,0 4,13 12,1 0,527 0,062 2,30 6,59 3,2
RI-15-23/01/06 0,240 176 1,08 43,0 0,009 0,005 7,36 7,89 2,3
RI-15-05/08/06 0,200 187 7,0 1,22 8,9 0,009 0,03 6,76 7,06 4,8
RI-15-12/11/06 0,180 156 10,0 1,56 10,2 0,088 0,005 6,64 7,42 1,9
RI-16-05/08/06 0,420 190 7,0 1,04 8,1 0,027 0,033 5,79 6,76 8,3
RI-16-12/11/06 0,110 155 9,0 1,82 14,7 0,085 0,005 6,64 7,36 3,2
RI-17-23/01/06 0,003 175 1,05 0,110 0,005 8,14 7,38 3,1
RI-17-05/08/06 0,710 195 9,0 1,09 11,6 0,011 0,034 5,57 7,01 12
RI-17-09/11/06 0,160 155 14,0 1,08 7,3 0,015 0,005 6,13 7,13 4,4
RI-17-12/11/06 0,150 155 8,0 1,83 10,4 0,021 0,005 6,64 7,5 1,3
RI-21-19/06/06 0,740 153 24,0 1,76 10,9 0,066 0,023 5,95 6,54 8,6
RI-21-08/03/06 0,310 173 13,0 1,56 11,6 0,083 0,017 4,61 6,97 2,7
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
144
Continuação da Tabela 21
RI-21-02/05/06 1,160 236 11,0 3,32 14,4 0,097 0,007 5,86 7,15 15
RI-22-19/06/06 0,910 202 28,0 1,08 7,6 0,036 0,039 3,38 6,71 13
RI-22-08/03/06 0,370 178 16,0 1,09 9,6 0,100 0,069 2,77 6,67 4,9
RI-22-11/06/06 0,270 191 9,0 2,00 17,9 0,099 0,016 8,31 7,58 4,4
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
145
ANEXO B - Tabela 22 – Resultados físico-químicos das amostras de água bruta da BHRJ do ano de 2006
Amostra
AMÔNIA
(mg
NH3/L)
COND
(umho/cm)
COR
REAL
(mg Pt/L)
DBO
(mg/L)
DQO
(mg/L)
FÓSFORO
TOT.
(mg P/L)
NITRATO
(mg NO3-
N/L)
NITRITO
(mg NO2-
N/L)
OD
mg O2/L) pH
SOL
TOT
(mg/L)
TURB
(NTU)
RJ-01-08/03/07 0,140 81,6 23 1,00 6,2 0,053 0,21 0,005 5,14 6,61 57 10
RJ-01-01/04/07 0,170 102 17,0 3,69 13,1 0,029 0,50 0,005 4,08 7,00 55,2 12
RJ-01-26/10/07 0,140 91,6 38 1,00 12,1 0,026 3,19 0,005 4,57 6,70 64,9 19
RJ-02-08/03/07 0,110 53,2 18 2,10 13,9 0,027 0,01 0,005 4,11 5,63 95,3 11
RJ-02-01/04/07 0,180 51,0 19 4,83 27,6 0,134 0,01 0,005 3,14 6,71 59,6 13
RJ-02-26/10/07 0,100 67,6 15 1,20 16,5 0,046 0,26 0,005 3,99 5,67 54,0 5,5
RJ-03-08/03/07 0,180 79,5 42 1,00 10,1 0,014 1,2 0,005 7,09 6,73 63,0 12
RJ-03-01/04/07 0,130 102 38 2,18 14,2 0,061 0,01 0,005 5,33 6,71 55,0 9,5
RJ-03-26/10/07 0,340 87,2 21 1,20 10,6 0,106 0,39 0,005 5,84 7,04 55,3 4,7
RJ-05-01/04/07 17,300 480 27 1,89 82,0 0,988 0,01 0,005 1,05 7,00 317 25
RJ-05-26/10/07 12,700 424 25 10,6 28,2 0,091 0,19 0,005 0,88 6,84 282 26
RJ-06-05/02/07 2,160 8,76 23,9 0,023 0,024 0,01 6,78 7,34 35
RJ-06-01/03/07 0,630 8,43 74,0 0,025 0,01 0,005 7,84 9,16 33
RJ-06-08/03/07 1,600 93,4 25 2,00 13,6 0,06 0,055 0,037 3,59 6,49 83 12
RJ-06-06/04/07 0,230 3,45 17,0 0,059 0,31 0,01 3,34 6,31 31
RJ-06-11/05/07 0,600 6,56 0,212 0,31 0,01 11,05 8,9
RJ-06-24/05/07 0,170 8,15 39,7 0,121 0,36 0,01 17,73 36
RJ-06-31/05/07 0,450 2,85 19,8 0,102 0,026 0,005 3,65 6,51 21
RJ-06-07/06/07 0,150 98 18 5,41 22,4 0,16 0,48 0,01 7,39 7,53 69,3 11
RJ-06-28/06/07 1,090 97,1 42 2,85 0,122 0,38 0,005 5,03 6,74 0,1 11
RJ-06-20/07/07 0,830 93 20 4,10 18,4 0,061 0,3 0,023 5,65 6,86 67,8 9,0
RJ-06-27/07/07 0,380 97,8 17 4,60 33,2 0,109 0,45 0,025 6,37 6,98 62 18
RJ-06-08/09/07 0,310 96 20 6,00 28,3 0,033 0,4 0,005 8,68 9,08 88,9 25
RJ-06-26/10/07 0,440 198 25 11,3 40,7 0,373 0,01 0,005 5,35 7,26 22 91
RJ-06-07/11/07 0,860 96,6 8,0 4,20 15,7 0,079 0,37 0,005 5,16 6,66 75,6 14
RJ-07-08/03/07 3,200 95,9 19 4,00 19,5 0,02 0,39 0,044 4,72 6,92 84,5 12
RJ-07-01/04/07 0,100 181 13 7,18 24,5 0,105 0,01 0,005 0,10 8,1 109 6,1
RJ-07-26/10/07 0,100 193 19 11,7 41,3 0,208 0,01 0,005 4,28 9,49 176 71
RJ-07-30/10/07 0,160 211 31 1,0 38,1 0,291 5,14 0,005 11,38 9,89 201 94
RJ-08-01/04/07 0,110 99,6 11 3,87 10,2 0,031 0,01 0,005 7,11 7,14 52,6 4,3
RJ-08-26/10/07 0,003 86,2 4,0 1,00 5,8 0,029 0,01 0,005 6,32 7 58,3 6,6
RJ-11-19/06/07 0,070 55,7 11,0 1,02 6,3 0,009 0,25 0,005 4,21 5,87 37,5 6,3
RJ-11-12/10/07 0,003 91,2 113 2,40 24,2 0,018 0,19 0,005 2,07 6,31 67,6 31
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
146
Continuação da Tabela 22 RJ-12-19/06/07 0,003 70,7 34 1,00 29,9 0,049 0,21 0,005 5,32 6,41 53,3 13
RJ-12-12/10/07 0,003 76,4 80 2,10 12,1 0,009 0,29 0,005 5,35 6,16 54,3 18
RJ-12-01/11/07 0,130 77,3 43 4,84 8,6 0,051 0,01 0,005 5,23 7,05 43 50
RJ-13-19/06/07 0,003 98,1 76 1,58 31,1 0,087 0,27 0,005 4,85 6,81 68,7 37
RJ-13-12/10/07 0,003 66,9 535 3,50 22,6 0,009 0,01 0,005 0,10 6,03 58,4 70
RJ-13-01/11/07 0,16 87,9 56 2,58 15,4 0,134 0,01 0,005 2,40 6,62 49,8 15
RJ-14-12/10/07 0,13 88,9 30 2,80 17,1 0,009 0,22 0,005 5,53 6,37 79,7 26
RJ-14-01/11/07 0,14 87,6 17 4,25 14,8 0,060 0,01 0,005 5,65 6,6 57,5 8,8
RJ-15-19/06/07 1,48 226 63 5,30 31,8 0,314 0,01 0,005 0,74 6,32 151 15
RJ-15-12/10/07 8,16 648 142 9,70 32,3 0,799 0,01 0,005 0,10 6,47 526 32
RJ-16-19/06/07 0,04 99,2 33 1,83 19,0 0,065 0,01 0,005 4,01 6,72 138 32
RJ-16-12/10/07 0,33 86,7 30 3,00 23,7 0,047 0,33 0,005 3,61 6,55 77,4 49
RJ-16-01/11/07 1,81 313 26 10,9 31,9 0,108 0,01 0,005 3,03 7,08 198 95
RJ-17-19/06/07 6,86 272 49 3,24 28,5 2,350 0,01 0,005 1,61 6,39 231 68
RJ-17-12/10/07 1,75 294 261 7,90 29,1 2,410 0,22 0,005 0,26 5,92 423 240
RJ-17-01/11/07 3,55 239 60 5,52 27,5 2,934 0,01 0,005 0,10 6,28 159 39
RJ-18-24/01/07 0,210 94,8 10 1,00 17,0 0,014 0,01 0,005 5,54 7,0 55,5 2,7
RJ-18-19/06/07 0,190 91,1 56 1,07 16,2 0,055 0,29 0,005 5,20 6,58 62,3 12
RJ-18-13/08/07 0,100 87,6 38 1,30 0 0,019 0,33 0,005 6,16 6,64 55,6 5
RJ-18-09/10/07 0,130 84,2 32 1,00 10,6 0,019 0,23 0,005 5,45 7,54 100 5,7
RJ-18-10/10/07 3,400 91,1 18 1,00 21,7 0,033 0,24 0,005 6,91 6,85 100 2
RJ-18-12/10/06 0,003 75,7 12 1,60 12,0 0,025 0,01 0,005 6,58 6,93 48,0 2,3
RJ-18-01/11/07 0,250 92,6 12 2,00 14,7 0,086 0,01 0,005 7,01 7,18 46,1 3,2
RJ-18-26/11/07 0,003 85,0 11 1,00 13,1 0,009 0,01 0,005 6,13 7,1 55,9 1,4
RJ-18-27/12/07 0,040 84,0 9 1,00 15,6 0,074 0,01 0,005 6,81 7,05 61,1 1,9
RI-11-19/03/07 0,003 177 6 1,90 15,6 0,082 3,91 0,005 7,40 7,38 101 7
RI-11-31/07/07 0,11 102 9 1,60 9,5 0,039 0,5 0,005 6,32 7,15 69,7 4,3
RI-11-11/12/07 0,003 197 6 1,60 13,8 0,074 0,01 0,005 6,55 7,16 126 2,8
RI-12-19/03/07 0,53 189 11 1,16 9,5 0,051 0,39 0,005 2,92 6,39 99,8 3,1
RI-12-31/07/07 1,02 92,1 7 1,00 9,7 0,027 0,44 0,005 6,42 6,47 62,1 1,2
RI-12-11/12/07 0,29 209 9 1,00 6,5 0,011 0,46 0,005 3,99 6,29 133 2,7
RI-13-19/03/06 0,25 219 8 2,56 18,5 0,068 0,01 0,005 1,67 6,66 123 12
RI-13-31/07/07 1,71 237 9 2,10 15,1 0,038 0,03 0,005 6,32 7,17 82,7 14
RI-13-11/12/07 0,29 294 8 1,50 18,7 0,052 0,82 0,005 3,99 6,69 188 8,2
RI-14-19/03/07 1,56 385 23 7,85 18,8 0,529 0,19 0,005 3,23 7 217 4,4
RI-14-31/07/07 5,25 267 26 1,60 11,3 0,555 0,91 0,084 2,21 6,74 178 4,5
RI-14-11/12/07 2,20 378 10 1,70 15,0 0,802 0,43 0,005 4,85 6,72 240 3,8
RI-15-11/12/07 0,36 191 5 1,40 12,5 0,047 0,01 0,005 7,16 7,22 125 2,4
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
147
Continuação da Tabela 22 RI-17-19/03/07 0,47 166 7 1,83 14,6 0,016 0,18 0,005 9,07 7,3 91 4,5
RI-17-31/07/07 0,68 98,6 6 1,60 6,8 0,065 0,35 0,005 3,65 6,79 71,4 3,9
RI-17-11/12/07 0,33 190 4 1,10 5,0 0,048 0,21 0,005 6,87 7,16 124 2,5
RI-21-06/04/07 0,62 240 16 3,68 15,3 0,096 0,78 0,01 2,61 7,02 164 4,3
RI-21-10/05/07 0,23 244 14 1,00 22,2 0,109 0,46 0,005 2,09 6,81 162 6
RI-21-11/12/07 0,48 263 12 2,70 22,9 0,112 0,31 0,005 3,21 6,72 170 2,9
RI-22-02/05/07 0,73 228 7 2,73 15,9 0,239 0,01 0,008 4,97 7,13 119 6,2
RI-22-06/04/07 0,45 241 14 3,28 12,1 0,095 0,90 0,01 5,21 6,94 161 4,6
RI-22-10/05/07 1,25 239 12 2,10 17,4 0,057 0,36 0,005 8,41 7,28 158 4,8
RI-22-11/12/07 0,33 256 11 2,40 15,7 0,090 0,05 0,005 5,35 7,22 166 3,1
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
148
ANEXO C- Tabela 23 – Resultados de metais e metalóides das amostras de água bruta da BHRJ do ano de 2006
Amostra
Al
(µg/L)
B
(mg/L)
Ba
(µg/L)
Cd
(µg/L)
Co
(mg/L)
Cr
(µg/L)
Cu dis.
(µg/L)
Fe dis.
(µg/L) Li(mg/L)
Pb
(µg/L)
Hg
(µg/L)
Mn
(µg/L)
V
(µg/L)
Zn
(µg/L)
RJ-01-04/01/06 4,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,33 4,0 8,0 0,007 5,0 0,37 169,0 0,3 13,7
RJ-01-04/04/06 19,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 284,6 0,001 5,0 0,25 28,4 3,5 3,0
RJ-01-01/12/06 16,7 0,10 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 430,3 0,001 5,0 0,10 65,0 0,4 6,0
RJ-02-04/01/06 4,0 0,05 38,0 0,19 0,04 0,08 4,0 8,0 0,005 12,9 0,05 35,2 0,3 96,4
RJ-02-04/04/06 4,0 0,05 38,0 0,00 0,03 0,00 4,0 175,2 0,00 5,0 0,28 25,7 6,3 3,0
RJ-02-01/12/06 14,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 335,3 0,001 5,7 0,16 20,0 0,4 9,5
RJ-03-04/01/06 4,0 0,18 73,8 0,36 0,05 0,74 4,0 8,0 0,017 12,4 0,18 103,0 0,5 107
RJ-03-04/04/06 82,0 0,00 38,0 0,06 0,03 0,08 1000 58,09 0,001 5,0 0,15 102,0 1,0 25,9
RJ-03-01/12/06 36,5 0,84 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 568,8 0,001 5,0 0,13 24,0 1,9 3,0
RJ-04-04/01/06 4,0 0,09 73,6 0,07 0,06 0,8 4,0 8,0 0,012 7,9 0,19 99,8 1,6 217,0
RJ-04-01/12/06 53,5 1,00 53,7 0,31 0,03 4,95 4,0 568,6 0,002 5,0 0,25 122,0 4,5 38,7
RJ-05-04/01/06 4,0 0,05 95,4 0,21 0,07 2,45 4,0 8,0 0,012 27,1 0,27 725,0 2,1 131,0
RJ-05-04/04/06 26,9 0,00 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 149,4 0,001 5,0 0,38 927,0 0,3 15,2
RJ-05-01/12/06 13,3 0,71 60,2 0,06 0,03 1,59 4,0 364,4 0,001 5,3 0,19 285,0 1,4 3,0
RJ-06-04/01/06 4,0 0,05 38,0 0,19 0,06 0,54 4,0 8,0 0,008 14,0 0,20 127,0 2,3 6,0
RJ-06-04/04/06 379,0 0,00 38,0 0,06 0,06 0,54 1000 182,8 0,001 5,0 0,32 102,0 4,6 21,9
RJ-06-01/12/06 14,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,7 4,0 61,45 0,001 5,0 0,30 40,7 6,8 3,0
RJ-07-04/01/06 4,0 0,06 38,0 0,06 0,05 0,19 4,0 8,0 0,004 6,2 0,40 205,0 0,3 167,0
RJ-07-01/12/06 11,9 0,73 38,0 0,46 0,03 0,74 4,0 56,83 0,001 21,8 0,27 72,7 1,6 21,3
RJ-08-04/01/06 4,0 0,05 38,0 0,13 0,04 0,08 4,0 8,0 0,005 5,0 0,19 51,5 3,2 5,8
RJ-08-04/04/06 9,52 0,00 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 97,41 0,001 5,0 0,41 444,0 43,0 44,4
RJ-08-01/12/06 12,5 0,05 38,0 0,06 0,03 0,74 4,0 56,83 0,001 21,8 0,05 22,1 0,3 6,4
RJ-11-30/05/06 2,00 40,6 38,0 4,0 0,03 0,08 413,8 8,0 6,2 5,0 187,0 0,02 12,9
RJ-11-01/12/06 2,00 78,7 38,0 4,0 1,02 0,08 443,7 8,0 5,0 5,0 56,7 0,02 6,2
RJ-12-30/05/06 239 0,05 73,2 0,06 0,03 5,89 4,0 262,3 0,002 5,0 0,05 20,0 0,6 3,0
RJ-12-01/12/06 25 0,29 38,0 0,08 0,03 0,08 4,0 1182 0,001 7,2 0,28 122,0 0,3 24
RJ-13-30/05/06 104,0 0,05 45,8 0,06 0,03 2,12 1000 128,7 0,003 13,0 0,33 49,6 2,6 19,2
RJ-13-01/12/06 248,0 0,27 38,0 0,06 0,03 1,64 4,0 1708,0 0,001 5,0 0,09 142,0 0,3 29,9
RJ-14-30/05/06 4,0 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 8,0 0,01 5,0 0,18 136,0 1,9 12,1
RJ-14-01/12/06 40,2 0,37 38,0 0,06 0,03 1,17 4,0 145,6 0,001 6,0 0,10 1120,0 0,9 9,1
RJ-15-30/05/06 226,0 0,37 38,0 0,08 0,03 1,48 4,0 474,7 0,002 34,3 0,18 136 1,9 12,1
RJ-15-01/12/06 30,6 0,28 38,2 0,06 0,03 0,08 4,0 2761,0 0,001 11,2 0,16 262,0 6,1 6,90
RJ-16-30/05/06 161,0 0,37 43,5 0,11 0,03 1,26 4,0 411,2 0,003 5,0 0,17 366,0 1,9 27,2
RJ-16-01/12/06 90,0 0,17 67,8 0,06 0,03 2,21 4,0 396,8 0,001 21,5 0,35 516,0 4,2 11,1
RJ-17-01/12/06 62,1 0,21 38,0 0,13 0,03 2,58 4,0 925,9 0,001 29,0 339,0
RJ-17-10/12/06 92,1 0,08 38,0 0,85 0,03 15,10 2,670 233,7 0,005 92,4 0,21 131,0 0,7 3,0
RJ-18-01/12/06 64,2 0,21 38,0 0,13 0,03 0,08 8000 838,8 0,001 8,4 0,20 40,4 1,2 127,0
RI-11-08/05/06 50,3 0,05 65,2 0,76 0,03 0,08 4,0 325,2 0,001 5 0,05 74,8 0,3 3,0
RI- 11-11/12/06 35,8 0,49 44,2 0,16 0,03 0,08 4,0 76,5 0,004 6,6 0,05 37,1 0,3 8,10
RI-12-08/05/06 25,1 0,05 38,0 0,06 0,03 0,58 4,0 127,4 0,001 5,0 0,13 38,7 0,3 3,0
RI-12-11/12/06 14,0 0,50 38,0 0,32 0,03 0,08 4,0 151,7 0,004 8,1 0,05 47,2 0,3 7,4
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
149
Continuação da Tabela 23
RI-13-08/05/06 40,2 0,05 38,0 0,45 0,03 1,37 4,0 142,8 0,001 90,9 0,05 76,3 0,3 49,9
RI-13-11/12/06 32,8 0,36 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 130,7 0,002 8,2 0,05 110,0 0,3 11,4
RI-14-08/05/06 30,8 0,05 38,0 0,06 0,03 0,50 4,0 255,7 0,001 10,8 0,13 38,2 0,3 11,3
RI-14-11/12/06 46,0 0,93 98,4 0,08 0,03 0,11 4,0 120,2 0,003 5,0 0,05 90,3 0,3 21,3
RI-15-08/05/06 26,2 0,05 38,0 0,06 0,03 0,08 4,0 80,2 0,001 5,0 0,05 20,0 0,3 15,7
RI-15-11/12/06 36,5 1,00 59,3 0,22 0,03 0,08 4,0 25,7 0,002 22,2 0,05 111,0 0,3 9,90
RI-16-08/05/06 36,9 0,05 38,0 0,16 0,03 2,68 4,0 61,7 0,001 5,0 0,18 23,9 0,3 10,9
RI-16-11/12/06 45,2 0,15 48,8 0,06 0,03 0,08 4,0 19,8 0,004 8,8 0,05 33,4 5,5 9,70
RI-17-08/05/06 130,0 0,49 38,0 0,78 0,03 0,37 4,0 99,7 0,001 5,0 0,05 20,0 0,3 3,0
RI-17-11/12/06 65,8 1,04 39,6 0,73 0,03 0,08 4,0 34,7 0,004 15,5 0,23 20,0 1,0 9,4
RI-21-19/06/06 29,8 0,19 38,0 0,09 0,03 0,63 4,0 150,9 0,005 5,0 0,14 57,4 0,7 21,6
RI-21-06/11/06 58,0 0,05 116 0,06 0,03 0,08 4,0 22,5 0,001 5,0 0,20 20,0 0,3 44,8
RI-22-19/06/06 130,0 0,05 38,0 0,74 0,03 1,05 4,0 203,1 0,005 5,0 0,05 69,1 0,7 17,7
RI-22-06/11/06 34,7 0,05 71,7 0,57 0,03 0,08 4,0 8,0 0,002 5,0 0,17 0,3 3,0
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
150
ANEXO D - Tabela 24 – Resultados de metais e metalóides das amostras de água bruta da BHRJ do ano de 2007
Amostra
Al
(µg/L)
B
(mg/L)
Ba
(µg/L)
Cd
(µg/L)
Co
(mg/L)
Cr
(µg/L)
Cu dis.
(µg/L)
Fe dis.
(µg/L)
Li
(mg/L)
Pb
(µg/L)
Ag
(µg/L)
Hg
(µg/L)
Mn
(µg/L)
Ni
(mg/L)
Se
(µg/L)
V
(µg/L)
Zn
(µg/L)
RJ-01-02/06/07 190,0 0,05 38,0 0,08 0,03 2,54 4,0 312,1 0,001 16,5 0,07 0,25 28,4 0,02 4,0 3,5 3,0
RJ-01-26/10/07 22,5 0,05 38,0 0,07 0,03 0,80 4,0 430,1 0,009 15,7
RJ-02-02/06/07 127,0 0,18 38,6 0,06 0,03 2,47 4,0 189,0 0,001 11,4 0,07 0,28 25,7 0,02 4,0 6,3 3,0
RJ-02-26/10/07 6,5 0,05 95,1 0,16 0,03 0,93 4,0 216,6 0,009 8,1 0,07 2,05 20,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ-03-02/06/07 325 0,40 51,0 0,08 0,03 1,57 4,0 376,9 0,001 18,4 0,07 0,14 27,6 0,02 4,0 0,7 5,7
RJ-03-26/10/07 87,0 0,21 38,0 0,06 0,03 1,42 4,0 210,7 0,005 5,0 0,07 0,05 20,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ-05-02/06/07 42,4 0,05 38,0 0,06 0,03 1,17 4,0 172,4 0,001 17,1 0,07 0,19 285 0,02 4,0 1,4 3,0
RJ-05-26/10/07 0,31 38,0 0,27 0,03 1,17 4,0 172,4 0,001 17,1 0,07 0,13 893,0 0,02 4,0 1,6 7,85
RJ-06-02/06/07 246,0 0,05 38,9 0,08 0,03 4,46 4,0 205,1 0,001 5,0 0,09 0,15 96,4 0,02 4,0 5,7 3,0
RJ-06-26/10/07 6,5 0,05 95,1 0,16 0,03 3,5 4,0 113,1 0,008 5,0 0,07 0,05 20,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ-07-26/10/07 54,1 0,09 96,0 0,13 0,03 2,25 4,0 189,20 0,002 135,0 0,09 0,14 107,0 0,02 4,0 1,1 4,1
RJ-07-30/10/07 87,0 0,19 106,0 0,07 0,04 2,57 4,0 118,00 0,003 0,3
RJ-08-26/10/07 6,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,91 4,0 62,65 0,009 7,3
RJ-11-19/06/07 7,4 0,05 38,0 0,06 0,03 0,16 4,0 103,8 0,001 13,5 0,07 0,05 22,1 0,02 4,0 0,3 6,40
RJ-11-26/10/07 7,37 0,05 38,0 0,06 0,03 0,16 4,0 103,8 0,001 13,5 0,07 0,16 109,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ-11-10/12/07 15,9 0,17 38,0 0,06 0,03 3,79 4,0 544,8 0,001 9,4
RJ-12-19/06/07 15,2 0,06 38,0 0,06 0,03 0,08 8000 159,0 0,001 0,3 0,07 0,05 67,7 0,02 4,0 0,8 3,0
RJ-12-10/12/07 30 0,17 38,0 0,11 0,03 2,76 4,0 409,3 0,001 23,5 0,30 0,13 371,0 0,02 4,0 0,4 3,0
RJ-13-19/06/07 288 0,05 38,0 0,06 0,03 0,10 8000 582,1 0,002 0,3 0,07 0,05 67,7 0,02 4,0 0,8 3,0
RJ-13-10/12/07 4,0 0,05 194 0,19 0,03 2,75 4,0 4142 0,001 339,0 0,07 0,05 20,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ- 14-10/12/07 15,5 0,05 38,0 0,18 0,07 0,05 545,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RJ-15-19/06/07 151,0 0,05 38,0 0,06 0,03 0,17 6000 2458,0 0,003 0,3 0,07 0,10 346,0 0,02 4,0 4,7 33,1
RJ-15-10/12/07 43,5 0,05 38,0 0,44 0,03 2,23 4,0 1648,0 0,001 215,0 0,07 0,05 194,0 0,03 4,0 0,3 3,0
RJ-16-10/12/07 35,7 0,05 38,0 0,10 0,03 2,89 4,0 194,2 0,001 0,3 0,80 0,17 557,0 0,02 4,0 13 41,1
RJ-18-19/06/07 375 0,05 38,0 0,12 0,03 0,33 4,0 227,1 0,001 11,0 0,07 0,37 20,0 0,02 4,0 1,3 36,7
RI - 11-09/04/07 22,7 1,14 38,0 0,19 0,03 0,61 4,0 82,7 0,001 5,0 0,07 0,09 63,0 0,02 4,0 0,3 6,50
RI-11-12/11/07 81,0 0,23 38,0 0,07 0,03 1,62 4,0 77,7 0,004 7,1 0,17 0,05 22,5 0,02 4,0 0,3 3,0
RI-12-12/11/07 61,9 0,30 143 0,09 0,04 0,30 4,0 149,3 0,005 5,9 0,07 0,16 78,8 0,02 4,0 0,3 3,0
RI-13-09/04/07 6,8 0,38 38,0 0,08 0,03 0,23 4,0 80,5 0,001 0,3 0,07 0,16 193,0 0,02 4,0 0,3 9,5
RI-13-12/11/07 9,6 0,31 38,0 0,41 0,04 0,08 4,0 191,3 0,004 5,9 0,07 0,05 85,7 0,02 4,0 0,3 3,0
RI-14-09/04/07 25,9 0,31 38,0 0,06 0,03 0,31 4,0 114,3 0,001 5,0 0,13 0,05 85,9 0,02 4,0 0,3 34,2
RI-14-12/11/07 77,2 0,22 38,0 0,06 0,04 0,61 4,0 242,9 0,005 634,0 0,07 0,10 58,1 0,02 4,0 1,5 3,0
Instituto de Química / UFBA – GPQQ – Grupo de Pesquisa em Química e Quimiometria
151
Continuação da Tabela 24
RI-15-09/04/07 24,9 0,38 38,0 0,06 0,03 0,67 2000 21,1 0,001 0,3 0,07 0,11 22,8 0,02 4,0 0,3 13,6
RI-15-12/11/07 25,7 0,30 81,2 0,06 0,04 1,19 4,0 38,3 0,007 93,1 0,07 0,05 20,0 0,02 4,0 1,6 3,0
RI -16-09/04/07 19,7 0,34 38,0 0,06 0,03 0,22 4,0 23,8 0,001 0,3 0,07 0,16 20,0 0,02 4,0 1,8 12,9
RI-17-09/04/07 32,6 0,50 38,0 0,06 0,03 0,20 4,0 31,1 0,002 0,3 0,07 0,11 20,0 0,02 4,0 0,5 10,5
RI-17-12/11/07 7,8 0,22 38,0 0,06 0,04 1,13 4,0 16,0 0,006 0,3 0,07 0,05 20,0 0,02 4,0 0,3 3,0
RI-21-05/10/07 13,5 0,05 220 0,13 0,03 1,05 4,0 173,4 0,003 9,5 0,07 0,05 54,3 0,02 4,0 0,8 3,0
RI-22-05/10/07 46,0 0,31 52,6 0,12 0,03 0,33 4,0 119,2 0,002 0,3 0,07 0,11 33,0 0,02 4,0 0,3 4,9
RI -22-05/10/07 46,0 0,31 52,6 0,12 0,03 0,33 4,0 119,2 0,002 0,3 0,07 0,11 33,0 0,02 4,0 0,3 4,9